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O Ornitorrinco (Ornithorhynchus anatinus) é considerado um dos

animais mais peculiares da face da Terra, sendo a única espécie viva


da família Ornithorhynchidae e do gênero Ornithorhynchus. Possui o
corpo todo coberto por pelos de coloração marrom escura, os
membros são curtos e robustos, os pés possuem membrana
interdigital e a cauda parece com a de um castor. O focinho é
alongado, semelhante a um bico de pato. Os filhotes possuem
pequenos dentes calcificados que são substituídos por uma placa
queratinizada nos adultos. São animais semiaquáticos e noturnos.
Excelentes mergulhadores, os ornitorrincos passam grande parte do
tempo debaixo d’água (cerca de 12 horas por dia) em busca de
comida. Precisa comer 20% de sua massa corpórea todos os dias, e
sua dieta é composta principalmente de anelídeos, larvas de insetos
aquáticos, camarões de água doce, girinos, caramujos, lagostins de
água doce e pequenos peixes. São endêmicos da Austrália e possuem
grande flexibilidade de habitats, podendo ser encontrado tanto em
altas temperaturas, como nas florestas de Queensland, como em
áreas cobertas de neve, como nas montanhas de Nova Gales do Sul.

Foto: Heinrich Harder (1858-1935) (The Wonderful Paleo Art of Heinrich Harder) [Public domain],
via Wikimedia Commons

Os ornitorrincos são totalmente adaptados à vida aquática.


Conseguem mergulhar por cerca de dois minutos sem vir à superfície
para respirar. Dentro d’água membranas de pele protegem os olhos,
ouvidos e narinas, deixando-os cegos e surdos durante os mergulhos.
O forrageamento é feito então pelo sentido de eletrorrecepção, no
qual terminações nervosas sensíveis localizadas no bico detectam os
campos elétricos gerados pelas contrações musculares das presas.
Através desse sentido, os ornitorrincos conseguem determinar a
direção e a distância da presa quando esta se desloca. Outra
peculiaridade desses animais é a produção de veneno. Os machos
possuem esporões nos tornozelos, que produzem um veneno
composto principalmente por proteínas DLPs- exclusivas dos
ornitorrincos, capaz de matar pequenos animais. Apenas os machos
produzem o veneno, cujo ápice de produção acontece durante a
época reprodutiva, o que indica que ele seja usado como elemento de
dominância para defesa de território contra machos rivais.
A reprodução desses animais também é bem singular. São mamíferos,
porém as fêmeas não possuem mamas. O leite é produzido pelas
glândulas mamárias, escorre e se acumula na região do peito da
fêmea onde os filhotes lambem o alimento. O acasalamento, que
ocorre entre junho e outubro, acontece dentro da água. Logo após a
cópula a fêmea cava um longo túnel em terra com cerca de 2 m de
profundidade e com a entrada dentro da água. Ela coloca de um a
três ovos pequenos, semelhantes ao dos répteis. No último estágio de
desenvolvimento dentro dos ovos os filhotes ornitorrincos criam uma
espécie de dente na ponta do bico (dente de ovo) que irá ajuda-los a
romper a casca ao nascer. Os filhotes nascem sem pelos e cegos,
muito vulneráveis. Permanecem no ninho até serem desmamados.

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