Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Folclórica, música
Os jograis e rapsodos que perambulavam pelos castelos e aldeias medievais
narravam episódios guerreiros ou idílios e casamentos, em toadas e canções
acompanhadas de instrumentos muito simples. Algumas dessas canções
impregnaram o sentimento popular e passaram a constituir uma viva manifestação
da cultura e do folclore.
Criada e aceita coletivamente, a música folclórica traduz idéias e sentimentos
comuns de um povo ou de um grupo e se transmite por tradição oral. Suas
principais fontes são os fenômenos rituais ou lúdicos (jogos), ou a comunicação de
fatos e notícias. As composições, anônimas, divulgam-se e se repetem, e assim se
transformam e apresentam aspectos novos, adaptados a uma comunidade, até
converter-se em patrimônio comum de um grupo social.
Características formais. As composições de música folclórica não diferem
essencialmente das composições da música erudita quanto aos aspectos técnicos,
pois podem utilizar idênticos ritmos, escalas e estruturas. Falta, no entanto, à
música folclórica, a notação escrita, o que a torna especialmente suscetível a
modificações e à apropriação pela coletividade. Episódios épicos ou amorosos,
cantados em forma de balada, constituem a maior parte do repertório, enriquecido
com canções de trabalho, canções que acompanham jogos e celebrações e as que
se relacionam com o ciclo agrícola anual, freqüentemente associadas à dança. O
padrão mais comum é o das estrofes de poucos versos com rima livre, que se
repetem estruturalmente ao longo da canção. A música é freqüentemente
monofônica, isto é, de melodia única e não harmonizada, mas há obras que
apresentam outras linhas melódicas sobre a voz principal, assim como estruturas
harmônicas.
As obras folclóricas utilizam mais freqüentemente instrumentos como flauta, alaúde,
violão e instrumentos de percussão. Por influência da música orquestral, a partir do
século XIX, foram adotados também violinos, clarinetes, harpas, harmônios e
outros. O ritmo e a métrica da música folclórica estabelecem uma relação estreita
com o verso empregado: a melodia se ajusta à letra ou, pelo contrário, as palavras
parecem escolhidas mais pela sonoridade que pelo sentido. Na Europa ocidental e
na América, cada sílaba corresponde a uma nota, numa distribuição estrófica mais
ou menos simétrica. O folclore balcânico -- iugoslavo, romeno, húngaro -- é rico em
melismas, figuras métricas em que uma sílaba se prolonga sobre várias notas
sucessivas. A música folclórica oriental, a da península ibérica (flamenco) e a dos
Balcãs são ricas em passagens musicais sem medidas rígidas, em que a voz ou o
instrumento se perdem em inflexões e ornamentos melódicos.
As escalas são relativamente simples, às vezes de duas ou três notas. A escala
pentatônica ou de cinco notas é própria da música oriental e de boa parte da
música européia, que também emprega a escala diatônica usual, de sete notas,
elaborada a partir dos modos gregos. Outras escalas de origem diversa são usadas,
por exemplo, no primitivo flamenco espanhol e na música negra dos Estados
Unidos, o spiritual, derivado dos antigos cânticos escravos.
Instrumentos e estilos. Apesar da grande variedade dos instrumentos da música