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DE ATIVIDADES
AUTO DA BARCA
DO INFERNO
GIL VICENTE
NOME:
1
Nº: SÉRIE/ANO:
ESCOLA:
4. Quais são as principais diferenças entre o teatro religioso e
litúrgico e o teatro de Gil Vicente? Explique o porquê.
O ENREDO
7. Em termos de representação, Auto da barca do inferno:
PERSONAGENS
4
INTERTEXTUALIDADE
CANTO IV
95
– “Ó glória de mandar! Ó vã cobiça
Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
C’uma aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles experimentas!
96
– “Dura inquietação d’alma e da vida,
Fonte de desamparos e adultérios,
Sagaz consumidora conhecida
De fazendas, de reinos e de impérios:
Chamam-te ilustre, chamam-te subida,
Sendo digna de infames vitupérios;
Chamam-te Fama e Glória soberana,
Nomes com quem se o povo néscio engana!
97
– “A que novos desastres determinas
De levar estes reinos e esta gente? 6
Que perigos, que mortes lhe destinas
Debaixo dalgum nome preminente?
Que promessas de reinos, e de minas
D’ouro, que lhe farás tão facilmente?
Que famas lhe prometerás? que histórias?
Que triunfos, que palmas, que vitórias?
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
A seguir, responda a algumas questões relacionadas à seção Con-
textualização Histórica, encontrada na parte final do livro.
10. Compare os dois trechos a seguir:
MONGELLI, Lênia Márcia. “É dia de júri nas profundas!”. In: VICENTE, Gil.
Auto da barca do inferno. São Paulo: FTD, 1997, p. 8-10.
Em que sentido podemos dizer que eles são complementares? Em
que ponto eles divergem? Relacione esses dois pontos de vista ao
que você conhece sobre a vida e a obra de Gil Vicente.
Elogio da Loucura
Embora os homens costumem ferir a minha reputação e eu saiba 9
muito bem como meu nome soa mal aos ouvidos dos mais tolos, or-
gulho-me de vos dizer que esta Loucura, sim, esta Loucura que estais
vendo é a única capaz de alegrar os deuses e os mortais. A prova
incontestável do que afirmo está em que não sei que súbita e desu-
mana alegria brilhou no rosto de todos ao aparecer eu diante deste
numerosíssimo auditório. De fato, erguestes logo a fronte, satisfeitos, e
com tão prazenteiro e amável sorriso me aplaudistes, que na verdade
todos os que distingo ao meu redor me parecem outros tantos deuses
de Homero, embriagados pelo néctar com nepente. No entanto, antes,
estivestes sentado, tristes e inquietos, como se há pouco tivésseis saído
da caverna de Trofônio. Com efeito, como no instante em que surge
no céu a brilhante figura do sol, ou como quando, após um rígido
inverno, retorna a primavera com suas doces aragens e vemos todas as
coisas tomarem logo um novo aspecto, matizando-se de novas cores,
contribuindo tudo para de certo modo rejuvenescer a natureza, assim
também, logo que me vistes, transformastes inteiramente as vossas fi-
sionomias. Bastou, pois, minha simples presença para eu obter o que
valentes oradores mal teriam podido conseguir com um longo e longa-
mente meditado discurso: expulsar a tristeza de vossas almas.
Bom trabalho!