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>>> SPAECE 2016

Sistema Permanente de Avaliação da


Educação Básica do Ceará

ISSN 1982-7644

boletim do
PROFESSOR
LÍNGUA PORTUGUESA

entrevista
Compromisso e esperança movem
a educação pública de qualidade

o programa
O Sistema Permanente de Avaliação da
Educação Básica do Ceará – SPAECE

resultados
Os resultados alcançados em 2016
ISSN 1982-7644

>>> SPAECE 2016


Sistema Permanente de Avaliação da
Educação Básica do Ceará

boletim do
PROFESSOR
LÍNGUA PORTUGUESA
FICHA CATALOGRÁFICA
CEARÁ. Secretaria da Educação.
SPAECE – 2016 / Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.
v. 1 (jan./dez. 2016), Juiz de Fora, 2016 – Anual.
Conteúdo: Boletim do Professor - Língua Portuguesa.
ISSN 1982-7644

CDU 373.3+373.5:371.26(05)
GOVERNADOR
CAMILO SOBREIRA DE SANTANA

VICE-GOVERNADORA
MARIA IZOLDA CELA DE ARRUDA COELHO

SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO
ANTONIO IDILVAN DE LIMA ALENCAR

SECRETÁRIA ADJUNTA DA EDUCAÇÃO


MÁRCIA OLIVEIRA CAVALCANTE CAMPOS

SECRETÁRIA EXECUTIVA
RITA DE CÁSSIA TAVARES COLARES

ASSESSORIA INSTITUCIONAL
DANIELLE TAUMATURGO DIAS SOARES

COORDENADORIA DE AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA EDUCAÇÃO


COORDENADOR
LUCIANO NERY FERREIRA FILHO

CÉLULA DE GESTÃO DE DADOS E AVALIAÇÃO


ORIENTADOR
JOSÉ ANDERSON DA SILVA ARAÚJO

EIXO DE AVALIAÇÃO EXTERNA


ANA PAULA PEQUENO MATOS

ASSESSORIA TÉCNICA
ROSÂNGELA TEIXEIRA DE SOUSA

EQUIPE TÉCNICA
GEANNY DE HOLANDA OLIVEIRA DO NASCIMENTO
PHILIPE AZEVEDO DE ARAÚJO

REVISÃO
ELIS DENISE LÉLIS DOS SANTOS
TERESA MÁRCIA ALMEIDA DA SILVEIRA
Reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora
Marcus Vinicius David

Coordenação Geral do CAEd


Lina Kátia Mesquita de Oliveira

Coordenação da Unidade de Pesquisa


Tufi Machado Soares

Coordenação de Análises e Publicações


Wagner Silveira Rezende

Coordenação de Design da Comunicação


Rômulo Oliveira de Farias

Coordenação de Gestão da Informação


Roberta Palácios Carvalho da Cunha e Melo

Coordenação de Instrumentos de Avaliação


Renato Carnaúba Macedo

Coordenação de Medidas Educacionais


Wellington Silva

Coordenação de Monitoramento e Indicadores


Leonardo Augusto Campos

Coordenação de Operações de Avaliação


Rafael de Oliveira

Coordenação de Processamento de Documentos


Benito Delage
sumário

7 apresentação

entrevista o programa
9 Compromisso e esperança movem 13 O Sistema Permanente de Avaliação da
a educação pública de qualidade Educação Básica do Ceará – SPAECE

resultados padrões e níveis


25 Os resultados alcançados em 2016 42 Padrões e níveis de desempenho
27 Roteiros de leitura e análise 43 9º ano do Ensino Fundamental
de resultados
63 Ensino Médio e EJA Ensino Médio

sugestões pedagógicas
84 Sugestões para a prática pedagógica
apresentação

P rofessor, este boletim é para você. Pensado e


feito para possibilitar seu uso no cotidiano pe-
dagógico. Nele, você encontra orientações acer-
você possa utilizá-las para sistematizar estratégias
para a melhora do desempenho dos estudantes.
Esse roteiro propõe algumas atividades, cujo obje-
ca dos resultados da sua escola no SPAECE 2016. tivo é fornecer ferramentas que permitam a inter-
Com esses resultados, você obtém um diagnósti- pretação pedagógica dos resultados.
co do desempenho de seus estudantes nos testes Além dos dados obtidos nos testes realizados
de proficiência. A partir disso, potencialidades e pelos estudantes, você tem acesso a um indicador
fragilidades podem ser identificadas no processo de qualidade – o Índice de Desempenho Escolar
de ensino e aprendizagem, permitindo uma ampla (IDE).
reflexão sobre as práticas pedagógicas. Por fim, apresentamos sugestões para a prática
Inicialmente, apresentamos o SPAECE e as in- pedagógica, com o objetivo de auxiliá-lo na utili-
formações que o constituem: os dados fornecidos zação dos resultados da avaliação, para que ações
pela avaliação, bem como os dados da realidade pedagógicas sejam planejadas e executadas em
escolar, os quais compõem esse grande cenário sua escola. Trata-se de uma sugestão de ação. Seu
que é o Sistema Permanente de Avaliação da Edu- intuito não é outro senão incentivá-lo a tratar os
cação Básica do Ceará. dados da avaliação como parte do projeto político
A partir de uma análise do panorama do sistema pedagógico da escola.
de avaliação, desde sua criação, no ano de 1992, Nosso compromisso é oferecer a você uma vi-
até seu penúltimo ciclo de aplicação, em 2015, são geral da avaliação externa e dos resultados ob-
apresentamos os dados do programa, dando ênfa- tidos por sua escola no SPAECE. Esses resultados
se aos ganhos experimentados pela rede estadual devem ser amplamente debatidos, com o envolvi-
e redes municipais de ensino no que diz respeito mento de toda a comunidade escolar. Esperamos
aos resultados. que este material atinja esse propósito.
Em seguida, oferecemos a você um roteiro que
pode ajudá-lo a ler e a compreender as informa- Boa leitura!
ções produzidas pelo SPAECE 2016, de modo que

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  7


Antonio Idilvan de Lima Alencar
Secretário da Educação

Natural da cidade de Crato, no Ceará, Antonio Idilvan de Lima Alencar ocupa


o cargo de secretário estadual da Educação (Seduc) desde abril de 2016.  Nessa
mesma pasta, ele também já atuou como secretário executivo e adjunto, no pe-
ríodo de 2007 a 2015.
Em fevereiro de 2017, foi eleito presidente do Conselho Nacional de Secretários
de Educação (Consed). Em março desse ano, tomou posse como membro do
Conselho Consultivo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC). Entre feverei-
ro de 2015 a abril 2016, assumiu a presidência do Fundo Nacional de Desenvolvi-
mento da Educação (FNDE).
Auditor da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará, foi coordenador de Arre-
cadação Estadual, entre os anos de 2001 a 2003. No período de 2003 a 2006, na
Secretaria de Planejamento do Estado do Ceará, integrou a equipe de coordena-
ção da Reestruturação e Redesenho de Processo das Secretarias Estaduais (Saúde,
Educação, Fazenda, Ação Social, Justiça e Segurança Pública).
Idilvan Alencar é graduado em Engenharia Civil pela Universidade de Fortaleza
(Unifor) e mestre em Gestão e Avaliação da Educação Pública pelo Centro de Po-
líticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora
(CAEd/UFJF). Especializou-se em Engenharia de Produção pela Universidade Vale
do Acaraú (UVA) / Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Possui ainda mais duas
especializações pela Fundação Getúlio Vargas (FGV): a primeira em Política e Ad-
ministração Tributária; e a segunda em Marketing.

8  SPAECE 2016
entrevista
Compromisso e esperança movem
a educação pública de qualidade
O trabalho focado em evidências no Ceará efetivou-se a partir do pacto en-
tre os entes públicos: estado e municípios juntos no direito de aprender
puseram em prática, e ainda põem, esforços substanciais para melhoria da qua-
lidade da educação. O atual secretário de Estado comenta as ações, exaltando
o papel de cada um nesse processo de mudança.

O Sistema Permanente de Avalia- Secretário: A avaliação das redes


ção da Educação Básica do Ceará, o municipais tornou-se um diferencial
SPAECE, é um dos sistemas próprios desde 2007, quando o governo do
mais antigos do país. Como ele vem estado tornou pública a problemática
contribuindo para a qualidade da do analfabetismo escolar no Ceará e
educação ofertada na rede pública fortaleceu um regime de colaboração
de ensino do estado, composta pela e protagonismo municipal. Não se po-
rede estadual e pelas redes munici- dia fechar os olhos para as evidências
pais, ao longo desses anos? apresentadas no ensino fundamental
Secretário: O estado do Ceará, nos e pensar somente na etapa de ensino
últimos anos, vem se destacando na que é responsabilidade legal da rede
melhoria dos indicadores educacio- estadual, o ensino médio. Assim, o
nais. Um dos instrumentos funda- governo do estado assumiu a missão
mentais que revela esses indicadores de colaborar, de contribuir para a me-
é a nossa avaliação em larga escala, lhoria da aprendizagem das crianças
o SPAECE. A partir dessa avaliação ex- cearenses. Para isso, a Seduc [Secre-
terna, diversos olhares voltam-se para taria da Educação] foi estruturada em
os resultados do desempenho dos coordenadorias e células para fins de
nossos alunos, ou seja, gestores, pro- operacionalização de ações, junto às
fessores, alunos, pais e sociedade in- Coordenadorias Regionais de Desen-
quietam-se em busca da melhoria da volvimento da Educação (Credes),
qualidade de ensino no nosso estado. em busca da equidade e melhoria da
educação pública do Ceará. Apresen-
A avaliação das redes municipais tamos, com transparência, os nossos
é um diferencial em relação a outros resultados educacionais, tanto os po-
sistemas próprios, para diagnóstico e sitivos quanto os negativos. A partir
monitoramento da oferta educacio- daí, trabalhamos com determinação e
nal. Como vocês sistematizam as de- cooperação com as escolas públicas,
volutivas e, principalmente, mapeiam dando apoio pedagógico e financeiro
as ações pró-melhoria dessas redes? para as escolas que se destacam, bem
E da rede estadual? como para as escolas que não conse-
guem atingir bons resultados.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  9


Até 2007, o SPAECE avaliava o 5º Na avaliação, o Ceará atinge boa
e 9º anos do ensino fundamental. A participação em todos os anos ava-
partir desse ano, a alfabetização, com liados. Como vocês mobilizam a rede
ênfase no 2º ano, e todo o ensino pública para tanto?
médio passaram a ser avaliados. Quais Secretário: A mobilização se faz
foram os motivos dessa ampliação? em conjunto, em equipe, para que to-
Com quase 10 anos de avaliação, é das as crianças estejam durante o ano
possível ponderar sobre o uso efetivo letivo em sala de aula, obtendo resul-
dos resultados para a melhoria sistê- tados satisfatórios em cada etapa de
mica dessas etapas? aprendizagem. Nós transformamos a
Secretário: Por se tornar censitário e comunicação em elo forte! Todos se
universal, o SPAECE conseguiu subsidiar envolvem: Seduc, Credes, municípios,
políticas públicas determinantes para o escolas e família dos alunos. Trazer o
estado do Ceará. Temos, como exem- aluno para a escola passa ser a tarefa
plo, o Programa Alfabetização na Idade central dos atores envolvidos com a
A mobilização se Certa (PAIC), o MAIS PAIC, o Prêmio Es- educação no Ceará.
faz em conjunto, cola Nota 10, o Programa Aprender pra
Valer, entre outros. Mas, o uso efetivo
em equipe, para dos resultados de cada etapa de ensino
que todas as é o que dinamiza e movimenta as dis-
crianças estejam cussões nas nossas instituições educa-
cionais. Para além disso, esses resulta-
durante o ano dos induzem uma reflexão no contexto
letivo em sala escolar, e passam a ser ponto de par-
de aula, obtendo tida para uma tomada de decisão em
relação às práticas pedagógicas. Des-
resultados sa forma, acredito que os educadores
satisfatórios em cearenses possam ter mais ferramentas

cada etapa de para criarem intervenções em prol da


melhoria dos padrões de desempenho
aprendizagem. dos nossos alunos.

10  SPAECE 2016


O que vocês esperam para os pró- Senhor secretário, deixe um reca-
ximos ciclos avaliativos? Como pre- do para os profissionais da rede pú-
tendem utilizar os dados coletados blica de ensino do Ceará, compro-
pelos instrumentos em uso: os testes missados com a garantia do direito à
de desempenho e os questionários aprendizagem.
contextuais? Secretário: Os profissionais da
Secretário: Para os próximos ciclos educação da rede pública de ensino
avaliativos, daremos continuidade ao do Ceará merecem aplausos e reve-
trabalho na busca de sempre melho- rência de toda a nossa sociedade.
rar os indicadores educacionais do es- Na trajetória da história da educação
tado do Ceará. Os dados coletados no pública cearense, esses atores são os
SPAECE fomentaram outra proposta protagonistas principais e insubstituí-
de avaliação, a avaliação diagnóstica. veis, que colaboram efetivamente e
Implantamos, nesse ano, essa avalia- incansavelmente para a mudança do
ção nas escolas estaduais. Para com- nosso quadro educacional. Se hou-
posição e formatação da prova, foram ve melhorias na linha do tempo nos
selecionados descritores de língua nossos indicadores, devemos a todos
portuguesa e matemática que apre- os que se empenham com compro-
sentaram baixos níveis de domínios. misso e esperança na educação públi- Os profissionais da
Isso nos auxiliará num diagnóstico
mais preciso, que aliado a estratégias
ca, acreditando, veementemente, na
potencialidade dos nossos alunos e
educação da rede
mais direcionadas, possibilitará a reso- alunas cearenses. Então, reforço jun- pública de ensino
lução das dificuldades de aprendiza- to a todos os atores educacionais que
gem dos nossos alunos. acreditem no valor da sua profissão
do Ceará merecem
através da qualidade do seu trabalho aplausos e
educativo! reverência de toda
a nossa sociedade.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  11


12  SPAECE 2016
o programa
O Sistema Permanente de Avaliação da
Educação Básica do Ceará – SPAECE

A qui, você encontra um pouco da história do SPAECE, das principais mu-


danças ocorridas ao longo do tempo e dos ganhos experimentados pe-
las redes de ensino no que diz respeito aos seus resultados. Uma história feita
não só de números, gráficos e dados, mas, principalmente, enredada pela vida
escolar e pelo dia a dia de milhares de crianças e jovens cearenses.

1992 Com o intuito de fornecer subsídios para a formulação, reformulação e monitoramento das
políticas educacionais do estado do Ceará, bem como oferecer um ensino equânime e de
qualidade aos alunos da rede pública do estado, em 1992, a Secretaria da Educação do
Estado do Ceará (Seduc) implementou o Sistema Permanente de Avaliação da Educação
Básica do Ceará – SPAECE. Em seu início, o sistema avaliava apenas a capital Fortaleza e a
4ª e 8ª séries do Ensino Fundamental, o que correspondia a 14.600 alunos. A partir do ano
1993 de 1993, outros municípios também foram inseridos na avaliação do SPAECE.

2001 Com o decorrer dos anos, o sistema de avaliação passou por algumas mudanças, como a
inclusão, em 2001, de todos os municípios do estado, assim como a inserção da 3ª série do
ensino médio e da avaliação da 8ª série do ensino fundamental – SPAECE NET. Este modelo
perdurou até o ano de 2004, quando a 4ª série do ensino fundamental voltou a ser avaliada
2004 pelo sistema.

Em 2007, com a implementação do Programa Alfabetização na Idade Certa (PAIC), a


2007 Secretaria da Educação ampliou a abrangência do seu sistema de avaliação, incorporando
a avaliação da alfabetização com a criação do SPAECE-Alfa e expandindo a avaliação do
ensino médio para as três séries. O objetivo do PAIC é alfabetizar todos os alunos até o
2º ano do ensino fundamental. Nesse sentido, a criação do SPAECE-Alfa permitiu ao
governo monitorar a implementação desta política por meio da avaliação de leitura entre os
estudantes dessa etapa escolar em todo o estado.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  13


Em 2008, o SPAECE aplicou questionários contextuais aos alunos, professores e
2008 diretores, com intuito de avaliar o contexto escolar bem como construir indicadores
relacionados ao perfil socioeconômico, experiência e formação profissional, práticas
pedagógicas e de gestão. A inclusão desses fatores permitiu um melhor conhecimento
da rede de ensino, bem como auxiliou a associação entre o desempenho dos estudantes
e as variáveis contextuais. Neste ano, também, houve um aumento significativo de
alunos avaliados, somando um total de 614.566, o maior número desde o seu início.

Em 2010, o estado incluiu em sua avaliação os alunos da Educação de Jovens e Adultos


– EJA do ensino fundamental e ensino médio, permitindo apresentar resultados e
indicadores próprios desta modalidade de ensino.
2010
No ano de 2012, além das disciplinas de língua portuguesa e matemática, avaliadas em
todos os anos, os testes da 3ª série do ensino médio e do 2º período da EJA ensino
2012 médio foram organizados em quatro áreas, em convergência com a proposta da Matriz
de Referência do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Nos demais anos, a avaliação
continuou a priorizar as disciplinas de língua portuguesa e matemática. Nos anos de
2013 e 2014, além das avaliações censitárias para algumas etapas, houve avaliação
amostral em outras.

Em 2015, na 3ª série do ensino médio, foram avaliados apenas os alunos das escolas
2015 do 2º ciclo do Programa Ensino Médio Inovador/Jovem de Futuro. Esse fato explica a
diminuição do número total de alunos efetivos avaliados pelo SPAECE neste ano, como
apresentado no gráfico 1. Para os anos de 2013 e 2014, foi utilizada a média ponderada
de alunos nas etapas com avaliação amostral.

Gráfico
Gráfico1: Número
1 de alunos efetivos no SPAECE e SPAECE-Alfa dos anos de 2012 a 2015.
Número de alunos efetivos no SPAECE e SPAECE-Alfa dos anos de 2012 a 2015

800.000

700.000 659.669
647.693
622.566

600.000

500.000
449.010

400.000

300.000

200.000
2012 2013* 2014* 2015

Fonte: CAEd/UFJF

14  SPAECE 2016


Tabela 1
Percentual de participação dos estudantes EJA no SPAECE

EDIÇÃO EJA Ensino Fundamental - 2º Segmento EJA Ensino Médio - 1º Período

2012 45,9% 49,4%

2013 46,3% 51,3%

2014 41,5% 49,0%

2015 43,4% 54,4%

Fonte: CAEd/UFJF.

As taxas de participação dos alunos nas etapas avaliadas pelo SPAECE estão acima de 75%, tanto
na rede estadual quanto na rede municipal de ensino, o que permite com que os resultados daquele
projeto sejam generalizáveis para o estado. A única exceção ocorre na EJA, cuja taxa de participação
dos estudantes varia de 41% a 54%, como apresentado na tabela 1. Esse é um dado crucial para a rede
estadual, uma vez que indica, ainda, certo grau de desmotivação dos alunos desta modalidade em re-
lação à avaliação.

Tabela 2
Evolução da proficiência média em língua portuguesa

2 EF 5 EF 9 EF EJA EF 1 EM EJA EM
Ano
Rede Rede Rede Rede Rede Rede Rede Rede Rede
Estadual Municipal Estadual Municipal Estadual Municipal Estadual Estadual Estadual

2012 148,9 162,1 200,4 200,4 245,8 235,4 202,2 249,9 224,9

2013 151,7 165,2 194,6 200,9 244,5 241,8 201,8 249,2 221,6

2014 157,4 174,5 202,7 207,1 241,1 239,1 200,0 252,5 225,4

2015 160,0 181,4 198,8 210,9 242,4 243,8 197,9 253,4 225,9

Fonte: CAEd/UFJF.

Tabela 3
Evolução da proficiência média em matemática

5 EF 9 EF EJA EF 1 EM EJA EM
Ano
Rede Estadual Rede Municipal Rede Estadual Rede Municipal Rede Estadual Rede Estadual Rede Estadual

2012 203,7 209,6 247,6 242,0 215,5 251,4 222,4

2013 203,5 210,6 245,1 245,5 207,1 249,9 218,1

2014 208,5 219,0 239,2 241,6 205,3 253,1 221,5

2015 210,0 227,5 240,4 247,3 202,3 255,7 225,3

Fonte: CAEd/UFJF.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  15
No que se refere ao desempenho médio dos alunos participantes do SPAECE e SPAECE-Alfa, no decorrer
da série histórica de 2012 a 2015, podemos perceber que, em língua portuguesa, no 2º EF, houve um au-
mento na proficiência média entre 2012 e 2015, o que fez com que o padrão médio de desempenho nessa
etapa, na rede estadual, passasse de padrão suficiente para padrão desejável. Nos demais anos avaliados, a
proficiência média sofreu oscilações ao longo da série histórica, chegando a diminuir, em 2015, no 5º ano
do ensino fundamental da rede estadual e nos anos finais do ensino fundamental da EJA, como demons-
trado na tabela 2.
Em matemática, apesar de algumas etapas apresentarem oscilações em sua proficiência média no
decorrer da série histórica, no ano de 2015, todas as etapas apresentaram um aumento de sua proficiência
média, quando comparadas a 2014, exceto os anos finais do ensino fundamental da EJA, como apresentado
na tabela 3

Gráfico 2
Gráfico 2: Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 2º ano do ensino fundamental -
Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 2º ano do ensino fundamental - Rede estadual
Rede Estadual.

Não Alfabetizado Alfabetização Incompleta Intermediário Suficiente Desejável

2015 2% 9% 15% 15% 59%

2014 1% 6% 16% 23% 55%

2013 2% 8% 20% 22% 49%

2012 4% 8% 20% 20% 49%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Fonte: CAEd/UFJF.

16  SPAECE 2016


Gráfico 3 Gráfico 3: Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 2º ano do ensino fundamental -
Percentual de estudantes por padrão de desempenho Redes Municipais.
no 2º ano do ensino fundamental - Rede municipal

Não Alfabetizado Alfabetização Incompleta Intermediário Suficiente Desejável

2015 0%4% 10% 15% 71%

2014 1%4% 11% 18% 67%

2013 1% 5% 12% 20% 61%

2012 2% 7% 15% 19% 58%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Fonte: CAEd/UFJF.

Um fator que merece destaque na avaliação da alfabetização – SPAECE-Alfa – é a diminuição do per-


centual de estudantes no padrão não alfabetizado e um aumento significativo de estudantes no padrão
desejável ao longo da série histórica. Esses dados se estendem tanto para a rede estadual quanto para as
rede municipal. O estado conseguiu, em sua avaliação de 2015, inserir todos os seus municípios nos pa-
drões suficiente e desejável para esta etapa de avaliação, indo de encontro com a política de alfabetização
na idade certa. Os gráficos 2 e 3 apresentam, de forma detalhada, essa informação.
Nas duas outras etapas do ensino fundamental avaliadas pelo SPAECE – 5º e 9º anos, para a disciplina
de língua portuguesa, é perceptível uma oscilação no percentual de estudantes nos padrões muito crítico e
adequado, no que se refere à rede estadual. No entanto, na rede municipal, é possível verificar um aumento
de estudantes no padrão adequado, tanto no 5º quanto no 9º ano do ensino fundamental, e uma diminui-
ção do percentual de estudantes no padrão muito crítico. Esse resultado demonstra que um número maior
de estudantes está tendo acesso ao aprendizado das habilidades de língua portuguesa previstas para a etapa
na qual estão inseridos.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  17


Gráfico 4 Gráfico 4: Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 5º ano do ensino fundamental -
Rede Estadual
Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 5º ano do ensino fundamental - Rede estadual
Muito Crítico Crítico Intermediário Adequado

2015 3% 31% 38% 28%

2014 6% 25% 36% 33%

2013 6% 33% 36% 26%

2012 4% 27% 42% 28%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Fonte: CAEd/UFJF.

Gráfico 5 Gráfico 5: Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 5º ano do ensino fundamental -
Redes Municipais.
Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 5º ano do ensino fundamental - Rede municipal
Muito Crítico Crítico Intermediário Adequado

2015 2% 22% 39% 37%

2014 4% 23% 37% 36%

2013 5% 27% 37% 31%

2012 3% 29% 39% 29%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Fonte: CAEd/UFJF.

18  SPAECE 2016


Gráfico 6 Gráfico 6: Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 9º ano do ensino fundamental -
Rede Estadual
Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 9º ano do ensino fundamental - Rede estadual
Muito Crítico Crítico Intermediário Adequado

2015 19% 38% 32% 11%

2014 18% 38% 33% 10%

2013 18% 34% 37% 11%

2012 16% 36% 37% 11%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Fonte: CAEd/UFJF.

Gráfico 7: Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 9º ano do ensino fundamental -


Gráfico 7 Redes Municipais.
Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 9º ano do ensino fundamental - Rede municipal
Muito Crítico Crítico Intermediário Adequado

2015 18% 37% 32% 12%

2014 20% 39% 31% 10%

2013 19% 38% 34% 10%

2012 23% 38% 31% 8%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Fonte: CAEd/UFJF.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  19


Além dos dados produzidos pelo SPAECE, apresentar outros indicadores do estado advindos de fontes
externas nos permite contextualizar os resultados e compreendê-los de forma mais clara. O gráfico 8, por
exemplo, nos permite verificar o número de matrículas da rede estadual durante os anos de 2010 a 2015,
nos anos iniciais e finais do ensino fundamental e no ensino médio. Como podemos perceber, existe um
número maior de estudantes matriculados no ensino médio e um número menor de estudantes matricu-
lados no ensino fundamental na rede estadual. Esse dado é resultado do processo de municipalização do
ensino fundamental e de estadualização do ensino médio, que ocorreu no início dos anos 2000. Esse é um
fator importante de contextualização, uma vez que a análise dos resultados do ensino fundamental da rede
estadual deve ser realizada tendo em vista o menor número de estudantes avaliados nessa rede.

Gráfico 8
Gráfico 8: Número de matrículas da rede estadual do Ceará.
Número de matrículas da rede estadual do Ceará
Anos Iniciais Anos Finais Ensino Médio

400.000

350.000
359.670 361.733 354.949 349.886
340.894
329.136
300.000

250.000

200.000

150.000

90.153
100.000 80.963
68.767
61.789
48.071
40.116
50.000
6.381 5.703 4.813 4.901 3.772 3.666
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015

Fonte: Inep/MEC.

A taxa de aprovação das redes de ensino é outro dado importante para as escolas, uma vez que essa taxa
é utilizada para a construção do indicador de fluxo e também para o cálculo do IDEB. A taxa de aprovação
nos anos iniciais do ensino fundamental é maior em ambas as redes de ensino, no entanto, em 2015, na rede
estadual, essa taxa sofreu uma queda de 3,9 pontos, chegando a 88,2%, como mostra o gráfico 9. Na rede
municipal, por outro lado, a taxa de aprovação dos anos iniciais e finais do ensino fundamental apresentou
uma progressão ao longo da série histórica avaliada, chegando em 2015, a 95,4% nos anos iniciais e 89,6%
nos anos finais – gráfico 10.

20  SPAECE 2016


Gráfico 9
Taxa de aprovação - Rede estadualGráfico 9: Taxa de aprovação - Rede Estadual

Anos Iniciais Anos Finais Ensino Médio

100,0

95,0
92,1
90,7
89,3
90,0 88,2
87,1
85,7
84,3 84,4
85,0 83,3 83,5
82,8 84,2
81,1 83,7
83,2
80,0 81,8
80,5 80,1

75,0

70,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015

Fonte: Inep/MEC.

Gráfico 10
Gráfico 10: Taxa de aprovação - Redes Municipais
Taxa de aprovação - Rede municipal
Anos Iniciais Anos Finais

100,0

95,4
94,3 94,3
95,0
92,1
91,0
89,3
90,0
89,6
87,7 88,2
85,0 86,3
85,9
84,8

80,0

75,0

70,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015

Fonte: Inep/MEC.

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) é o principal indicador da qualidade do ensino


básico no Brasil e permite avaliar em que medida o estado atinge as metas projetadas por esse índice, ou o
quanto ainda precisa evoluir em termos de rendimento e fluxo. Como mostra o gráfico 11, a rede estadual do
Ceará ultrapassou a meta projetada para 2015, nos anos iniciais e finais do ensino fundamental. No entanto,
para o ensino médio, o IDEB apresentado pela rede foi 0,5 ponto abaixo do previsto para aquela etapa.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  21


Gráfico 11
Gráfico 11: Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB - da rede estadual do Ceará
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica da rede estadual do Ceará
Projeção IDEB

6 5,8

5
4,6
4,2
4,0 3,9
4
3,4

0
Anos Iniciais Anos Finais Ensino Médio

Fonte: Inep/MEC.

Por fim, conhecer o perfil dos atores que compõem a rede nos auxilia a pensar em estratégias para o
desenvolvimento da aprendizagem e do desempenho dos alunos. Nesse sentido, conhecer um pouco das
características dos professores, como sua escolaridade e experiência, pode contribuir para uma melhor inter-
pretação dos resultados. De acordo com os dados sobre o nível de escolarização dos professores, observamos
que, na rede estadual, a grande maioria dos professores disse possuir Ensino Superior – Licenciatura, sendo
47% em Língua Portuguesa e 40% em Matemática. Além disso, 10% disseram ter Ensino Superior em Licencia-
tura em outra área ou outro curso superior. Já na rede municipaL, o nível de escolarização apresentado pelos
professores é diferente. A primeira diferença é observada pelo percentual significativamente maior – 33% – de
professores com titulação de Ensino Superior – Pedagogia ou Normal Superior. Professores com Ensino Médio
– Magistério, Ensino Médio Regular e Ensino Fundamental somam 11%, enquanto que na Rede Estadual esse
valor é de 1%. Professores com Ensino Superior – Licenciatura em Língua Portuguesa e Matemática represen-
tam 22% e 12% do total, respectivamente. Por fim, 22% dos professores disseram ter Ensino Superior – Licen-
ciatura em outras áreas ou Ensino Superior – outros, como apresentado no gráfico 12.

22  SPAECE 2016


Gráfico 12
Gráfico 12: Nível de escolaridade dos professores das redes estadual e municipais.
Nível de escolaridade dos professores das redes estadual e municipal
100%
5% 7%
5%
90%
15%
Ensino Superior - outros.
80%

Ensino Superior - Licenciatura em outra


12%
70% 40% área.
Ensino Superior - Licenciatura
60% Matemática.
22% Ensino Superior - Licenciatura em
50% Língua Portuguesa.
Ensino Superior - Pedagogia ou Normal
Superior.
40%
Ensino Médio - Magistério.
30%
47% 33% Ensino Médio - Regular.

20%
Ensino Fundamental.

10% 4%
2% 6%
0% 1% 1%
Estadual Municipal

Fonte: CAEd/UFJF.

Outra característica importante dos professores diz respeito ao tempo de experiência em docência. Na
rede estadual, a maioria dos professores – 55% – disse ter entre 1 e 10 anos de atuação docente e 56% dos
professores lecionam entre 1 e 5 anos na escola avaliada. Já na rede municipal, a maioria dos professores –
45% – disse ter entre 11 e 20 anos de atuação docente e 52% dos professores lecionam na escola há menos
de 5 anos.

Gráfico 13
Gráfico 13: Tempo de experiência em docência dos professores.
Tempo de experiência em docência dos professores
100% 1%
4% 7%
10%
90% 18% 8%
10%
15%
80%
20% 13%
70% 25%
19%
60% 18% Há mais de 21 anos.
Entre 16 e 20 anos.
50% Entre 11 e 15 anos.
20%
29% Entre 6 e 10 anos.
40% 56%
Entre 1 e 5 anos.
37%
30% Há menos de 1 ano.
17%

20%
26%
15%
10%
15%
11%
1% 4%
0%
Estadual Municipal Estadual Municipal
Experiência total Experiência na escola

Fonte: CAEd/UFJF.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  23


Os dados sintetizados até aqui permitem uma
visão abrangente acerca dos principais resultados
do SPAECE e SPAECE-Alfa e auxiliam no levanta-
mento de informações importantes e necessárias
para o planejamento de ações em nível de gestão
e em nível de unidade escolar. No entanto, apesar
desses dados auxiliarem os educadores e pode-
rem se tornar uma ferramenta estratégica, eles,
por si só, não esgotam a infinidade de fatores que
estão associados ao desempenho do aluno e que
podem auxiliar na busca de uma educação equâ-
nime e de qualidade. Portanto, investir na reflexão
e compreensão acerca dos demais resultados da
avaliação contribui de forma significativa para a
construção da aprendizagem e para a melhora do
sistema educacional.

24  SPAECE 2016


resultados
Os resultados alcançados em 2016

P rofessor, os resultados alcançados pela sua esco-


la na avaliação de Língua Portuguesa do SPAECE
2016 estão disponíveis em www.spaece.caedufjf.net.
Nesta seção ,você encontra um roteiro de leitu-
ra e interpretação das informações disponíveis. Nos
Resultados por escola, são apresentados os dados
É importante que você leia, analise e compreenda as de proficiência média, a distribuição dos estudantes
informações. pelos padrões de desempenho e a participação. Nos
Entretanto, você não deve parar por aqui. É im- Resultados por Aluno, estão dispostos os percen-
prescindível que toda a escola seja envolvida na tuais de acerto em relação às habilidades avaliadas
discussão desses dados. Acreditamos que a escola nos testes. Cada tipo de resultado conta com roteiro
capaz de fazer a diferença é, também, aquela que específico.
consegue garantir a aprendizagem dos seus estu- Além disso, é disponibilizado um indicador de
dantes, interpretando, analisando e utilizando as qualidade, o IDE – Índice de Desempenho Escolar,
informações da avaliação educacional – externa e que apresenta resultados sintéticos específicos para
interna –, com vistas à melhoria permanente dos re- cada escola, permitindo traçar metas de qualidade..
sultados.

O que é o IDE?
O Índice de Desempenho Escolar (IDE) é um indicador que reúne três ele-
mentos importantes para a qualidade da educação: a proficiência obtida pela
escola no SPAECE 2016 convertida para uma escala de 0 a 10, a taxa de parti-
cipação na avaliação e o fator de ajuste para universalização do aprendizado.
Conforme consta no Anexo único do Decreto Nº 32.079, de 09 de novem-
bro de 2016, “O Índice de Desempenho Escolar (IDE) foi desenvolvido a partir
da necessidade de expressar de maneira clara o desempenho de cada escola
nas avaliações do SPAECE. Assim, para se alcançar um entendimento amplo,
optou-se por uma escala de 0 a 10, mais familiar, e de fácil compreensão. Des-
sa forma, surgem os índices, o IDE-Alfa o IDE-5 e o IDE-9.
· O IDE-Alfa busca representar o desempenho de cada escola com relação
ao seu processo de alfabetização. O seu cálculo está vinculado aos resultados
das avaliações do SPAECE-Alfa.
· O IDE-5 e o IDE-9 expressam os resultados alcançados, respectivamente,
nas avaliações de Língua Portuguesa e Matemática realizadas no 5º e 9º anos
do ensino fundamental”.

As orientações para cálculo do IDE-Alfa, IDE-5 e IDE-9 encontram-se no anexo único do Decreto Nº 32.079,
de 09 de novembro de 2016.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  25


26  SPAECE 2016
Roteiros de leitura e
análise de resultados
Com o intuito de ajudá-lo no processo de leitu-
ra e análise dos resultados, sugerimos dois roteiros
com orientações, passo a passo, de como deve ser
feita a leitura e a interpretação dos resultados do
SPAECE 2016, em cada etapa de escolaridade ava-
liada. Para isso, você deve reproduzir as atividades
para cada uma das etapas.
Para aprofundar as reflexões acerca dos resul-
tados da avaliação em larga escala, é importante,
ainda, consultar o Glossário da Avaliação em Lar-
ga Escala, disponível em www.spaece.caedufjf.net,
bem como os padrões e níveis de desempenho es-
tudantil, os quais descrevem, pedagogicamente, o
significado das médias alcançadas pelos estudan-
tes das redes estadual e municipal do Ceará que
participaram do SPAECE 2016. Essas descrições
estão disponíveis na seção Padrões e níveis de de-
sempenho deste boletim e ilustradas com itens re-
presentativos de cada nível.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  27


1
Este primeiro roteiro orienta a leitura e interpretação dos resultados gerais
da sua escola: proficiência, distribuição percentual dos estudantes pelos
padrões de desempenho e participação.

Proficiência alcançada pela escola nas três últimas edições do


SPAECE em Língua Portuguesa.

Essa é a primeira informação sobre o desem-


penho dos estudantes de sua escola: a média de
proficiência1 alcançada pela escola nas três últimas
edições do SPAECE, na disciplina Língua Portugue-
sa, em cada etapa avaliada. A observação da mé-
dia nos ajuda a verificar a melhoria da qualidade da
educação ofertada, a partir da evolução do desem-
penho da escola ao longo do tempo.

O termo proficiência refere-se ao


conhecimento ou à aptidão que os
alunos demonstram ter em relação a um
determinado conteúdo de uma disciplina
avaliada pelos testes cognitivos.

1  A média de proficiência da escola é o valor da média aritmética das


proficiências alcançadas pelos estudantes da escola, no teste.

28  SPAECE 2016


ATIVIDADE 1
Observe, na página de resultados, as proficiências alcançadas pelos estudantes nas três últimas
edições do SPAECE, em uma determinada etapa, e preencha o quadro a seguir.

EDIÇÃO PROFICIÊNCIA ANÁLISE

2014 Qual é o comportamento da média de proficiência


da sua escola, ao longo dos anos?
(  ) Está aumentando
2015
(  ) Está estável
(  ) Está diminuindo
2016 OBS.:

Com seus colegas professores e com a equipe pedagógica, levante algumas hipóteses sobre a
evolução dos resultados da sua escola ao longo do tempo. Registre o que vocês discutiram. Isso
pode ajudá-los na apropriação das informações fornecidas pelos resultados do SPAECE.

Repita o processo para todas as etapas avaliadas.

Distribuição percentual dos estudantes pelos padrões de


desempenho nas três últimas edições do SPAECE.

Depois de observar a proficiência da escola, para que haja menos estudantes nos padrões mais
vamos verificar como os estudantes estão distri- baixos, aumentando o percentual de estudantes
buídos pelos padrões de desempenho. De acordo nos padrões mais elevados, pois almejamos uma
com a proficiência alcançada no teste, o estudan- educação que seja de qualidade e para todos. Por
te demonstra um determinado perfil ou padrão de isso, essa análise é tão importante, professor. Ela
desempenho, ou seja, quanto maior a proficiência lhe dará informações fundamentais para o seu
do estudante, mais elevado é o seu padrão de de- planejamento, para a construção permanente do
sempenho. projeto político-pedagógico e para a definição de
Entretanto, em uma turma ou em uma escola, metas, estratégias e metodologias adequadas às
os estudantes apresentam diferentes padrões de necessidades dos seus alunos.
desempenho. Sendo assim, a escola deve trabalhar

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  29


ATIVIDADE 2
Observe o gráfico da página de resultados e preencha o quadro abaixo com o percentual de
estudantes que se encontra em cada um dos padrões de desempenho. Em seguida, acrescente o
número absoluto de estudantes, na edição de 2016, em cada padrão2.

EDIÇÃO MUITO CRÍTICO CRÍTICO INTERMEDIÁRIO ADEQUADO

2014

2015

% de alunos Nº alunos % de alunos Nº alunos % de alunos Nº alunos % de alunos Nº alunos


2016

CC Os percentuais de estudantes nos padrões mais baixos têm diminuído, aumentado ou man-
tiveram-se estáveis ao longo do tempo?

CC Qual é o padrão em que se encontra o maior número de estudantes?

CC Observando o percentual de estudantes em cada padrão de desempenho, é possível dizer


que os estudantes da sua escola apresentaram:

(  ) Melhora gradativa
(  ) Estabilidade no desempenho
(  ) Queda no desempenho

CC Junto com seus colegas e equipe pedagógica, levante possíveis hipóteses para esses resul-
tados.

CC Que estratégias podem ser utilizadas para aqueles estudantes que estão nos padrões mais
baixos?

Esse exercício é importante para que as ações sejam bem direcionadas e possam ajudar os
estudantes a desenvolverem as competências necessárias, a fim de que tenham seu direito
de aprendizagem garantido.

2  Para encontrar o número absoluto de alunos, em cada padrão, pode ser feito um cálculo utilizando regra de três, considerando o total de
alunos que realizou o teste.
Exemplo: Alunos avaliados: 80; percentual de alunos no Crítico: 20%; total de alunos nesse padrão: 16.

30  SPAECE 2016


Dados de participação nas avaliações do SPAECE nas três últimas
edições.

Depois de observar o desempenho alcançado Ou seja, quanto maior for a participação dos estu-
pelos estudantes da sua escola, é hora de verificar dantes nos testes, mais consistente é o resultado
como foi a participação no teste. O indicador de de desempenho alcançado. Consideramos como
participação revela o nível de adesão à avaliação e percentual mínimo para a generalização dos resul-
é uma informação muito importante para que os tados da escola uma participação acima de 75%.
resultados alcançados possam ser generalizados.

ATIVIDADE 3
Na página de resultados, localize o percentual de participação dos estudantes da sua escola,
para a etapa de escolaridade que você está analisando.

EDIÇÃO PARTICIPAÇÃO ANÁLISE

Ao longo do tempo a participação

2014 (  ) cresceu;
(  ) ficou estável;
(  ) diminuiu.
Levante hipóteses para o atual índice de participação
2015 da escola, em relação aos anos anteriores.
Caso a participação em 2016 não tenha
correspondido às expectativas, o que pode ser feito
para aumentá-la no próximo ciclo do SPAECE?

2016 Um ponto importante nessa atividade é comparar


a participação dos estudantes no dia da aplicação
do teste e a sua frequência às aulas.

Depois que você já identificou e refletiu um pouco sobre os resultados alcançados por sua
escola, é hora de transportá-los para a escala de proficiência e interpretá-los, pedagogica-
mente.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  31


Escala de Proficiência de Língua Portuguesa

DOMÍNIOS COMPETÊNCIAS DESCRITORES


9EF 3EM

Identifica letras * *

Reconhece convenções gráficas * *


Apropriação
do sistema da
escrita
Manifesta consciência fonológica * *

Lê palavras * *

Localiza informação D1 D1

Identifica tema D5 D5
Estratégias de
leitura
Realiza inferência D2, D3, D4, D19, D20, D21 e D22 D2, D3, D4, D19, D20, D21 e D22

Identifica gênero, função e destinatário de um


D9 e D10 D9 e D10
texto

Estabelece relações lógico-discursivas D7, D14 e D17 D7, D14, D17 e D18

Identifica elementos de um texto narrativo D11 D11

Processamento Estabelece relações entre textos D13 D13


do texto

Distingue posicionamentos D6 e D12 D6, D12, D15 e D16

Identifica marcas linguísticas D23 D23

PADRÕES DE DESEMPENHO - 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL


PADRÕES DE DESEMPENHO - ENSINO MÉDIO E EJA ENSINO MÉDIO

* As habilidades relativas a A gradação das cores indica a


Muito Crítico
essas competências não complexidade da tarefa.


são avaliadas nesta etapa de
Crítico
escolaridade.

Intermediário

Adequado

32  SPAECE 2016


A escala de proficiência é uma espécie de régua na qual os resultados alcançados nas avaliações
em larga escala são apresentados. Os valores obtidos nos testes são ordenados e categorizados em
intervalos ou faixas que indicam o grau de desenvolvimento das habilidades para os estudantes que
alcançaram determinado nível de desempenho.

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500














'

Como o desempenho é apresentado em ordem crescente – também nos indica o grau de complexidade e o nível de
e cumulativa, os estudantes posicionados em um nível desenvolvimento dessas habilidades. Pedagogicamente
mais alto da escala demonstram ter desenvolvido não só falando, cada nível da escala corresponde a diferentes
as habilidades do nível em que se encontram, mas também, características de aprendizagem: quanto maior o
provavelmente, aquelas habilidades dos níveis anteriores. A nível (posição) na escala, maior a probabilidade de
gradação de cores – que vai do amarelo claro ao vermelho desenvolvimento e consolidação da aprendizagem.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  33


ATIVIDADE 4
Trace uma linha correspondente à proficiência da sua escola sobre a escala, no ponto em que
está localizada a média de 2016. Depois de traçar essa linha, responda:

CC Em qual padrão de desempenho se encontra a média da sua escola nesse ano?

CC De acordo com as médias dos anos anteriores, a escola manteve-se no mesmo padrão ou
houve mudança? Caso tenha ocorrido mudança, ela avançou nos padrões ou retrocedeu?

CC Observe as competências relacionadas à esquerda da escala de proficiência. De acordo


com a média da sua escola, registre sobre o desenvolvimento de cada uma das competên-
cias avaliadas – é importante observar o que já foi consolidado, o que ainda não foi e o que
está em processo de desenvolvimento. Para isso, observe a explicação sobre as caracterís-
ticas da escala de proficiência, em destaque.

Você encontra a escala de proficiência interativa no endereço www.spaece.caedufjf.net.


Nela você pode fazer vários exercícios com diferentes resultados e verificar os padrões de
desempenho, de acordo com cada resultado. Além disso, estão disponíveis também exem-
plos de itens de acordo com cada nível.

ATIVIDADE 5
Outra interpretação pedagógica dos resultados é identificar as habilidades desenvolvidas, ou
não, pelos grupos de estudantes, de acordo com o padrão de desempenho em que se encontram.
Para isso, volte à Atividade 2 e copie o número de alunos encontrados. Em seguida, vá à seção Pa-
drões e Níveis de Desempenho e registre, em cada padrão, as habilidades desenvolvidas por cada
grupo de estudantes.

MUITO CRÍTICO CRÍTICO INTERMEDIÁRIO ADEQUADO


Nº de
estudantes

Habilidades
desenvolvidas

CC Quais são as diferenças significativas no desenvolvimento das habilidades entre os estudantes


desta etapa de escolaridade? Para responder a essa pergunta, você precisa comparar o que
os estudantes de padrões mais avançados desenvolveram em relação aos estudantes aloca-
dos nos padrões mais baixos. Registre e discuta com seus colegas sobre suas constatações.

34  SPAECE 2016


ALGUMAS DICAS SOBRE O USO DOS RESULTADOS

O QUE FAZER O QUE NÃO FAZER


COM OS DADOS COM OS DADOS

MÉDIAS DE PROFICIÊNCIA

Comparar os resultados da sua escola


ao longo dos anos, para a mesma
etapa de escolaridade. Interpretar os resultados como dados
longitudinais.

Comparar os resultados das diferentes


etapas de escolaridade, com a mesma
escala de proficiência, para uma
mesma disciplina avaliada. Comparar os resultados das diferentes
disciplinas.

Analisar os resultados a partir da


leitura da escala de proficiência,
observando o significado pedagógico
Tomar a média de proficiência de
da média, tendo em vista o
maneira isolada, sem analisá-la com a
desenvolvimento de habilidades e
ajuda da escala.
competências.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  35


PADRÕES DE DESEMPENHO

Entender que, quando os estudantes


melhoram sua proficiência, eles
necessariamente avançam nos
padrões de desempenho.

Identificar, em cada disciplina e etapa,


Entender que os alunos que se
os alunos que têm apresentado
encontram em um padrão de
maiores dificuldades de aprendizagem.
desempenho em uma disciplina se
encontram no mesmo padrão em
outra.

Reconhecer que a cada padrão


Entender que os padrões de
correspondem níveis diferentes de
desempenho são os mesmos para
aprendizagem e usar essa informação
todas as etapas e disciplinas avaliadas.
para o planejamento pedagógico.

Entender que os alunos que se


encontram no padrão mais baixo não
são capazes de aprender.
Acompanhar, ao longo do tempo,
se a escola tem tido resultados
semelhantes para cada etapa e
disciplina.

Entender que os alunos que se


encontram no padrão mais avançado
não necessitam de atenção por parte
do professor e da escola.

36  SPAECE 2016


PARTICIPAÇÃO

Acompanhar a participação dos


estudantes nos testes, de modo a
buscar a maior participação possível. Acreditar que, uma vez que a
participação já esteja elevada, não é
preciso realizar nenhuma ação para
que o percentual aumente ainda mais.

Entender que a participação nos


testes mensura a garantia do aluno de
ser avaliado, decorrência de seu direito
de aprender.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  37


DADOS CONTEXTUAIS

ISE

Compreender que as condições


socioeconômicas dos estudantes afetam
seu desempenho escolar.
Atribuir apenas às condições
socioeconômicas o resultado da
aprendizagem dos alunos.

Reconhecer que as escolas desempenham


importante papel na aprendizagem dos
estudantes, a despeito de suas origens sociais.

METAS

Atribuir a dificuldade na melhoria dos resultados


Monitorar os resultados da escola ao longo do
apenas à ação de professores e diretores.
tempo a partir do alcance de metas.

Comparar os resultados com os de outras


Planejar ações pedagógicas e de gestão escolas, sem observar dados de contexto.
na escola com base nos resultados.

38  SPAECE 2016


2
Este é o segundo roteiro que completa as orientações para leitura e interpretação dos resultados da
sua escola. Além dos resultados gerais vistos até agora, você tem acesso também aos resultados
de cada turma da escola no endereço www.spaece.caedufjf.net.

Para cada turma, são apresentados o percentuais de acerto por habilidade com base na Teoria Clássi-
ca dos Testes (TCT). É importante conhecer e refletir sobre esses dados.

Percentual de acerto nas habilidades avaliadas pelo SPAECE 2016

ATIVIDADE
Depois de conhecer e refletir sobre a proficiência, o padrão de desempenho e a participação
de sua escola, é hora de analisar as habilidades avaliadas no SPAECE 2016 e verificar quais apre-
sentaram maiores dificuldades para os alunos. Analise o desempenho de cada turma: há grandes
diferenças entre elas?

CC Identifique, em cada turma, os descritores que tiveram menos de 50% de acerto e registre
nos quadros das páginas seguintes.

CC Relacione a habilidade descrita e escreva, na frente de cada turma, o percentual de acerto


referente a ela3 .

CC No portal da avaliação, observe quantos itens cada estudante acertou em relação a cada
descritor/habilidade. Observe em quais habilidades o estudante não obteve nenhum acerto.

3  Caso seja necessário, reproduza os quadros e faça a atividade contemplando todos as habilidades que tiveram menos de 50% de acerto.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  39


TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

40  SPAECE 2016


TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  41


Padrões e níveis de desempenho
P ara caracterizar o desenvolvimento de habilida-
des e competências, são definidos padrões de
desempenho estudantil. A partir deles, você, profes-
Esses níveis fornecem mais detalhamento sobre
a aprendizagem. Além disso, apresentamos tam-
bém um item exemplar para cada nível. Esse item
sor, pode enriquecer sua prática docente e organi- corresponde à avaliação de uma das habilidades
zar melhor as intervenções pedagógicas, seja de re- compreendidas nesse intervalo. As descrições das
cuperação, reforço ou aprofundamento, de acordo habilidades relativas aos níveis de desempenho de
com o perfil cognitivo dos estudantes identificado Língua Portuguesa estão de acordo com a descri-
pela avaliação. ção pedagógica apresentada pelo Inep, nas Devo-
Esta seção contém informações sobre os níveis lutivas Pedagógicas da Prova Brasil, e pelo CAEd, na
de proficiência e as habilidades e competências alo- análise dos resultados do SPAECE 2016.
cadas em intervalos menores da escala. Um conjun-
to de níveis constitui um padrão de desempenho.

/// Adequado
/// Crítico Padrão de desempenho desejável para a
Padrão de desempenho considerado básico etapa e área de conhecimento avaliadas.
para a etapa e área de conhecimento Os alunos que se encontram neste
avaliadas. Os alunos que se encontram padrão demonstram desempenho além do
neste padrão caracterizam-se por um esperado para a etapa de escolaridade em
processo inicial de desenvolvimento que se encontram.
das competências e habilidades
correspondentes à etapa de escolaridade
em que estão situados.

/// Muito Crítico


Padrão de desempenho muito abaixo /// Intermediário
do mínimo esperado para a etapa de Padrão de desempenho considerado
escolaridade e área do conhecimento adequado para a etapa e área do
avaliadas. Para os alunos que se conhecimento avaliadas. Os alunos que
encontram neste padrão, deve ser se encontram neste padrão demonstram
dada atenção especial, exigindo uma ter desenvolvido as habilidades essenciais
ação pedagógica intensiva por parte da referentes à etapa de escolaridade em que
instituição escolar. se encontram.

42  SPAECE 2016


9º ano do Ensino Fundamental
Muito Crítico
ATÉ 200 PONTOS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

NÍVEL 1   ///  ATÉ 175 PONTOS

CC Localizar informação explícita em contos, fábulas e reportagens.

CC Inferir a causa do comportamento de um personagem em fragmentos de diário e em cartuns e rea-


lizar inferência em textos não verbais.

CC Reconhecer a finalidade de receitas.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  43


Leia o texto abaixo.

A chata ou as baratas

Esta noite tive um sonho. Sonhei que todos os seres deste mundo, incluindo os cachorros,
gatos, peixes, pássaros, galinhas, moscas, baratas, todos, sem exceção, tinham a voz
esganiçada da minha irmã mais nova, a Andréa, também chamada por mim de Andréa
QNASADOMP.*
5 No sonho, todos os bichos começaram a se manifestar ao mesmo tempo: o cachorro
latia, o gato miava, as moscas zumbiam, as baratas corriam e os peixes silenciavam. Eu
queria fugir, mas as pernas não me obedeciam. Foi quando baratas descontroladas e cegas
começaram a subir em meus pés descalços... Ai!
Abri a boca para gritar, apavorado, mas a voz não saía, e quando saiu tinha o mesmo
10 tom e timbre da chata da minha irmã, que de repente entrou no meu sonho e falou:
– ACORDA, VAMOS BRINCAR!
Pulei da cama e, quando a vi acordada em cima do meu pé no lugar das baratas,
confesso: até gostei.
Pensando bem, minha irmã não é assim tão ruim como parece.

*Que Não Sai Do Meu Pé


FRATE, Dilea. A chata ou as baratas. In: Fábulas tortas. São Paulo: Companhia das letrinhas, 2007. p. 54. (P070001C2_SUP)

(P070003C2) De acordo com esse texto, o narrador, em seu sonho, ficou apavorado com
A) as baratas.
B) as galinhas.
C) os cachorros.
D) os pássaros.

Esse item avalia a habilidade de os estudantes locali-


zarem uma informação que está presente na superfície
textual, a qual pode ser encontrada no início, no meio ou
no fim do texto.
Como suporte para a tarefa, foi utilizado um texto
narrativo de curta extensão, narrado em primeira pessoa,
cuja linguagem é acessível e condizente com a etapa de
escolarização dos discentes avaliados.
Para satisfazer a proposta do item, os respondentes
deveriam localizar, no segundo parágrafo do texto, a in-
formação que completa a sentença proposta pelo co-
mando: identificar qual dos animais deixou o narrador
assustado em seu sonho.
Nesse sentido, aqueles que marcaram a alternativa A –
o gabarito – demonstraram ser capazes de localizar a in-
formação explícita no texto, que se encontra nos trechos
“Foi quando baratas descontroladas e cegas começaram
a subir em meus pés descalços... Ai!” (ℓ. 7-8) e “Abri a boca
para gritar, apavorado,...” (ℓ. 9).

44  SPAECE 2016


NÍVEL 2   ///  DE 175 A 200 PONTOS

CC Localizar informação explícita em propagandas com ou sem apoio de recursos gráficos e em instru-
ções de jogo.

CC Identificar o assunto principal em reportagens, cartas, contos, tirinhas e histórias em quadrinhos.

CC Inferir informações e características do personagem e do narrador e a personagem principal em fá-


bulas e piadas, elementos do cenário em fragmentos de romance, o desfecho de uma lenda.

CC Realizar inferência em textos que conjugam linguagem verbal e não verbal, como tirinhas e charges.

CC Reconhecer a finalidade de manuais, regulamentos e textos de orientação.

CC Inferir o sentido de palavra e o sentido de expressão em letras de música, cartas, contos, tirinhas e
histórias em quadrinhos com o apoio de linguagem verbal e não verbal.

CC Inferir a causa do comportamento de um personagem em fragmentos de diário.

CC Reconhecer relação de causa e consequência em poemas, contos e tirinhas.

CC Depreender o efeito de sentido sugerido pelo ponto de exclamação em contos.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  45


Leia o texto abaixo.

Disponível em: <http://zip.net/bkttDg>. Acesso em: 2 abr. 2014. (P090385H6_SUP)

(P090385H6) Esse texto aborda


A) a importância da madeira para o artesanato.
B) a utilidade dos códigos de emergência.
C) o acúmulo de lixo nas ruas da cidade.
D) o problema do desmatamento.

Esse item avalia a habilidade de os estudantes inter-


pretarem um texto que conjuga linguagem verbal e não
verbal.
Para a realização da tarefa, foi utilizada uma charge
que apresenta o elemento verbal expresso pela palavra
SOS construída a partir dos galhos e do tronco da árvore,
os quais são elementos não verbais, cuja finalidade é re-
tratar, com humor e crítica, uma realidade atual.
É solicitado no comando desse item que os estudan-
tes identifiquem o assunto abordado na charge. Desse
modo, os estudantes deveriam perceber que, na ima-
gem, além da presença de um tronco cortado de árvo-
re e de folhas caídas ao chão, concomitantemente, dois
galhos formam a sigla SOS, sugerindo um pedido de so-
corro realizado pela natureza, que vem sendo devastada.
Logo, os estudantes que compreenderam o assunto
dessa charge, o problema do desmatamento, marcaram
a alternativa D como gabarito, demonstrando ter desen-
volvido a habilidade avaliada.

46  SPAECE 2016


9º ano do Ensino Fundamental
Crítico
DE 200 A 250 PONTOS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

NÍVEL 3   ///  DE 200 A 225 PONTOS

CC Localizar informação explícita em sinopses e CC Identificar assunto comum a duas reporta-


receitas culinárias. gens, a duas notícias e a um poema e uma
crônica e a semelhança entre cartas do leitor
CC Identificar o assunto principal em reporta- e cartuns.
gens e a personagem principal em fábulas,
contos e letras de música. CC Reconhecer relação de causa e consequên-
cia e relação entre pronomes e seus referen-
CC Inferir ação do personagem em crônicas e tes em fábulas, poemas, contos, tirinhas e
em sinopses. reportagens.

CC Inferir informação a respeito do eu lírico em CC Reconhecer expressões características da


letras de música e do personagem em tiri- linguagem (científica, jornalística, etc.) e a
nhas. relação entre expressão e seu referente em
reportagens e artigos de opinião.

CC Reconhecer sentido de expressão, elemen-


tos da narrativa e opinião em reportagens, CC Inferir o efeito de sentido de expressão e opi-
contos, fábulas e poemas. nião em crônicas e reportagens.

CC Inferir efeito de humor em piadas, tirinhas e CC Inferir o efeito de sugestão pelo uso da for-
histórias em quadrinhos. ma verbal imperativa em cartas do leitor e de
orientação em manuais de instrução e o efei-
to do uso de diminutivo em contos.
CC Inferir sentido decorrente da utilização de si-
nais de pontuação e sentido de expressões
em poemas, fábulas e contos.

CC Identificar formas de representação de medi-


da de tempo em reportagens.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  47


Leia o texto abaixo.

A chata ou as baratas

Esta noite tive um sonho. Sonhei que todos os seres deste mundo, incluindo os cachorros,
gatos, peixes, pássaros, galinhas, moscas, baratas, todos, sem exceção, tinham a voz
esganiçada da minha irmã mais nova, a Andréa, também chamada por mim de Andréa
QNASADOMP.*
5 No sonho, todos os bichos começaram a se manifestar ao mesmo tempo: o cachorro
latia, o gato miava, as moscas zumbiam, as baratas corriam e os peixes silenciavam. Eu
queria fugir, mas as pernas não me obedeciam. Foi quando baratas descontroladas e cegas
começaram a subir em meus pés descalços... Ai!
Abri a boca para gritar, apavorado, mas a voz não saía, e quando saiu tinha o mesmo
10 tom e timbre da chata da minha irmã, que de repente entrou no meu sonho e falou:
– ACORDA, VAMOS BRINCAR!
Pulei da cama e, quando a vi acordada em cima do meu pé no lugar das baratas,
confesso: até gostei.
Pensando bem, minha irmã não é assim tão ruim como parece.

*Que Não Sai Do Meu Pé


FRATE, Dilea. A chata ou as baratas. In: Fábulas tortas. São Paulo: Companhia das letrinhas, 2007. p. 54. (P070001C2_SUP)

(P070004C2) Nesse texto, em relação à irmã, há uma opinião em:


A) “... descontroladas e cegas...”. (ℓ. 7)
B) “Abri a boca para gritar, apavorado,...”. (ℓ. 9)
C) “... a vi acordada em cima do meu pé...”. (ℓ. 12)
D) “... não é assim tão ruim como parece.”. (ℓ. 14)

Esse item avalia a habilidade de os estudantes distingui-


rem um fato de uma opinião. Por meio desse descritor, ava-
lia-se a capacidade de o estudante identificar fatos em um
texto e de diferenciá-los da opinião do autor, do narrador ou
de um personagem.
O suporte utilizado é uma narrativa na qual o narra-
dor-personagem é acometido por um sonho ruim e sen-
te-se aliviado ao ser acordado por Andréa, sua irmã mais
nova.
É solicitado no comando desse item que os respon-
dentes identifiquem, entre outros fragmentos retirados
da narrativa, o trecho que contém uma opinião do narra-
dor com relação à sua irmã.
Os estudantes que marcaram a alternativa D, o gaba-
rito, retomaram a última sentença do texto e percebe-
ram que o narrador apresenta marcas de avaliação como
“não”, “ruim” e até mesmo a relação de comparação mar-
cada pela locução “como parece”.

48  SPAECE 2016


NÍVEL 4   ///  DE 225 A 250 PONTOS

CC Identificar assunto e opinião em reportagens e contos.

CC Identificar tema e assunto em poemas, tirinhas e charges, relacionando elementos verbais e não
verbais, e textos informativos.

CC Identificar assunto comum a cartas e poemas.

CC Identificar informação explícita em letras de música, contos, fragmentos de romances, crônicas e


textos didáticos.

CC Reconhecer sentido de conjunções e de locuções adverbiais em verbetes, lendas e contos.

CC Reconhecer o sentido estabelecido pelo uso de expressões, de pontuação e de conjunções em poe-


mas, charges e fragmentos de romance.

CC Reconhecer finalidade de reportagens e cartazes.

CC Reconhecer o gênero biografia, mesmo quando apresentado em uma comparação de dois textos.

CC Reconhecer o gênero artigo.

CC Reconhecer relação de causa e consequência e relação entre pronome e seu referente em tirinhas,
contos e reportagens.

CC Reconhecer relações de causa e consequência e características de personagens em lendas e fábulas.

CC Inferir elementos da narrativa em fábulas, contos e cartas.

CC Inferir finalidade e efeito de sentido decorrente do uso de pontuação e assunto em fábulas.

CC Inferir informação em poemas, reportagens e cartas.

CC Diferenciar opinião de fato em reportagens.

CC Reconhecer recurso argumentativo em artigos de opinião.

CC Interpretar efeito de humor e sentido de palavra em piadas e tirinhas.

CC Inferir efeito de sentido da repetição de expressões em crônicas.

CC Inferir o efeito de sentido provocado pela escolha de expressão em guias de viagem e o efeito de
sentido provocado pelo uso de recursos ortográficos em fábulas.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  49


Leia o texto abaixo.

A chata ou as baratas

Esta noite tive um sonho. Sonhei que todos os seres deste mundo, incluindo os cachorros,
gatos, peixes, pássaros, galinhas, moscas, baratas, todos, sem exceção, tinham a voz
esganiçada da minha irmã mais nova, a Andréa, também chamada por mim de Andréa
QNASADOMP.*
5 No sonho, todos os bichos começaram a se manifestar ao mesmo tempo: o cachorro
latia, o gato miava, as moscas zumbiam, as baratas corriam e os peixes silenciavam. Eu
queria fugir, mas as pernas não me obedeciam. Foi quando baratas descontroladas e cegas
começaram a subir em meus pés descalços... Ai!
Abri a boca para gritar, apavorado, mas a voz não saía, e quando saiu tinha o mesmo
10 tom e timbre da chata da minha irmã, que de repente entrou no meu sonho e falou:
– ACORDA, VAMOS BRINCAR!
Pulei da cama e, quando a vi acordada em cima do meu pé no lugar das baratas,
confesso: até gostei.
Pensando bem, minha irmã não é assim tão ruim como parece.

*Que Não Sai Do Meu Pé


FRATE, Dilea. A chata ou as baratas. In: Fábulas tortas. São Paulo: Companhia das letrinhas, 2007. p. 54. (P070001C2_SUP)

(P070001C2) Nesse texto, a abreviação “QNASADOMP” (ℓ. 4) intensifica a


A) amizade pela irmã.
B) comunicação com a irmã.
C) implicância com a irmã.
D) coragem da irmã.

A habilidade avaliada por esse item é a de reconhecer


o efeito de sentido decorrente do uso de recursos orto-
gráficos tais como, abreviação, sigla, caixa alta, separa-
ção silábica, repetição de letra, entre outros.
É solicitado no comando desse item que o estudan-
te identifique qual é a informação intensificada pelo uso
da abreviação. O estudante deveria perceber a relação
conflituosa do narrador com a irmã descrita no início do
texto, além de associar a abreviação presente no coman-
do do item ao seu significado no rodapé da página “Que
não sai do meu pé”, concluindo, dessa forma, que o uso
de recurso reforça a implicância do narrador com a irmã
mais nova, escolhendo a alternativa C, o gabarito.

50  SPAECE 2016


9º ano do Ensino Fundamental
Intermediário
DE 250 A 300 PONTOS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

NÍVEL 5   ///  DE 250 A 275 PONTOS

CC Localizar informações explícitas em crônicas CC Inferir assunto principal e sentido de expres-


e fábulas. são em poemas, fábulas, contos, crônicas,
reportagens e tirinhas.
CC Identificar opinião e informação explícita em
fábulas, contos, crônicas e reportagens. CC Inferir informação em contos e reportagens.

CC Identificar informação explícita em reporta- CC Inferir tema e ideia principal em notícias, crô-
gens com ou sem o auxílio de recursos grá- nicas e poemas.
ficos.
CC Inferir o sentido de palavra ou expressão em
CC Reconhecer a finalidade de verbetes, fábulas, história em quadrinhos, poemas e fragmentos
charges, reportagens, abaixo-assinados e o gê- de romance.
nero sinopse.
CC Inferir efeito de humor em piadas e moral em
CC Reconhecer relação de causa e consequên- fábulas.
cia e relação entre pronomes e seus referen-
tes em poemas, fábulas e contos. CC Inferir o efeito de sentido do uso de expres-
são popular em artigos de opinião.
CC Reconhecer relação entre pronomes e seus
referentes e relações de causa e consequên- CC Identificar os elementos da narrativa em le-
cia em fragmentos de romance, diários, crô- tras de música e fábulas.
nicas, reportagens e máximas (provérbios).
CC Comparar textos de gêneros diferentes que
CC Interpretar sentido de conjunções e de ad- abordem o mesmo tema.
vérbios e relações entre elementos verbais
e não verbais em tirinhas, fragmentos de ro- CC Reconhecer o assunto comum entre textos
mance, reportagens e crônicas. informativos.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  51


Leia os textos abaixo.

Texto 1
Emagrecer melhora saúde, mas não melhora humor, indica estudo

[...] A pesquisa observou 1,9 mil pacientes britânicos acima do peso com mais de 50 anos,
aconselhados a perder peso por questões de saúde. O estudo [...] afirma que pessoas que perderam
mais de 5% de peso ficaram mais saudáveis, porém mais propensas a sentir mau humor.
A equipe da Universidade College London (UCL) afirmou que quem estiver tentando perder
5 peso deve procurar o apoio de amigos e profissionais de saúde, caso sinta necessidade. [...] As
278 pessoas que emagreceram também registraram queda na pressão e no nível de lipídios.
Mas também tiveram uma probabilidade 50% maior de se sentir tristes, em comparação com
aqueles que mantiveram o mesmo peso.
Para os cientistas, isso poderia ser explicado pelas dificuldades de se manter uma
10 dieta, como, por exemplo, resistir a beliscar e evitar encontros com amigos que envolvam
refeições. “Não queremos desestimular as pessoas a tentar perder peso, porque isso
traz enormes benefícios de saúde. Mas as pessoas não devem ter a expectativa de que
emagrecer vai imediatamente melhorar todos os aspectos de suas vidas”, afirmou a doutora
Sarah Jackson, que coordenou a pesquisa. [...]

Disponível em: <http://migre.me/kZQMG>. Acesso em: 12 ago. 2014. Fragmento.

Texto 2
Emagrecer faz bem para a saúde e também contribui para uma melhor noite de sono.
Adultos obesos que emagreceram 5% do peso corporal total depois de seis meses relataram
que dormem melhor e por mais tempo. É o que revela um novo estudo apresentado numa
reunião da Sociedade Internacional de Endocrinologia e da Sociedade de Endocrinologia,
5 em Chicago, nos Estados Unidos.
Além disso, o estudo também mostrou que a perda de peso neste período melhorou
a qualidade do sono e o humor, independentemente da maneira como os indivíduos
emagreceram. “Este estudo confirma vários outros que relatam que a perda de peso está
associada com o aumento da duração do sono”, afirmou a principal pesquisadora do estudo,
10 Nasreen Alfaris, da Universidade da Pensilvânia, Filadélfia.
O estudo examinou 390 homens e mulheres obesos por dois anos. [...] Os participantes
que emagreceram ainda mais que 5% do peso corporal relataram ainda mais melhorias na
qualidade do sono e do humor. “Mais estudos são necessários para analisar os efeitos de
ganhar peso novamente sobre a duração e a qualidade do sono”, finaliza Alfaris.

Disponível em: <http://migre.me/kZQyh>. Acesso em: 12 ago. 2014. Fragmento.


(P090402H6_SUP)

(P090406H6) No Texto 1, no trecho “... isso traz enormes benefícios de saúde...” (ℓ. 11-12), o termo em
destaque refere-se a
A) perder peso.
B) manter uma dieta.
C) evitar encontros com amigos.
D) desestimular as pessoas.

O objetivo desse item é avaliar a habilidade de os É solicitado no comando desse item que os estu-
estudantes realizarem operações de retomada pro- dantes, a partir da leitura de um trecho selecionado,
nominal ou lexical, identificando repetições ou subs- busquem no texto, mais especificamente no tercei-
tituições que contribuem para a progressão textual. ro parágrafo, o referente do pronome demonstrativo
Essa tarefa consiste em relacionar um pronome ou “isso”, que, neste caso, é a expressão “perder peso”,
um termo ao seu referente, a partir de um recurso de expressão anterior mais próxima ao pronome. Nes-
retomada anafórica ou catafórica. se sentido, aqueles que marcaram a alternativa A, o
Para a realização dessa tarefa, utilizou-se como su- gabarito, desenvolveram a habilidade de retomada
porte um fragmento de reportagem cujo tema é o mau pronominal anafórica avaliada, pois estabeleceram a
humor causado pelo processo de emagrecimento. relação proposta.

52  SPAECE 2016


NÍVEL 6   ///  DE 275 A 300 PONTOS

CC Identificar assunto principal e informações explícitas em poemas, fábulas e letras de música.

CC Localizar informações explícitas em artigos de opinião e crônicas.

CC Identificar opinião em poemas e crônicas e o trecho que apresenta uma opinião em sinopse em
reportagens.

CC Reconhecer o gênero textual a partir da comparação entre textos e assunto comum a duas reporta-
gens.

CC Reconhecer elementos da narrativa em fábulas.

CC Identificar finalidade e elementos da narrativa em fábulas e contos.

CC Reconhecer relação de causa e consequência e relação entre pronomes e seus referentes em fábu-
las, contos, crônicas, fragmentos de romance, artigos de opinião e reportagens.

CC Inferir informação e efeito de sentido decorrente do uso de sinais gráficos em reportagens e em


letras de música.

CC Inferir informações em fragmentos de romance.

CC Interpretar efeito de humor em piadas, contos e crônicas.

CC Inferir o efeito de sentido da pontuação, da polissemia como recurso para estabelecer humor e da
ironia em tirinhas, anedotas e contos.

CC Interpretar linguagem verbal e não verbal em histórias em quadrinhos.

CC Inferir o efeito de sentido de linguagem verbal e não verbal em charges e história em quadrinhos.

CC Inferir o sentido de expressão em letras de música, tirinhas, poemas, fragmentos de romance e o


sentido de palavra em cartas do leitor.

CC Inferir o sentido de expressão característica da área da informática em textos jornalísticos.

CC Reconhecer o uso de variantes linguísticas em letras de música, tirinhas, poemas e fragmentos de


romance.

CC Inferir tema, tese e ideia principal em contos, letras de música, editoriais, reportagens, crônicas e
artigos.

CC Reconhecer opiniões distintas sobre o mesmo assunto em reportagens, contos e enquetes.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  53


Leia o texto abaixo.

Mercado do tempo

Natal já tá aí. O ano passou voando. É a vida, cada vez mais corrida. Vinte e quatro
horas é pouco – precisava um dia maior para pôr tudo em dia.
Contra esses lugares-comuns, boa parte dos manuais prescreve doses regulares de
priorização, planejamento, marketing, lembretes, listas e agendas, analógicos e digitais.
5 Mas a ciência tem uma receita diferente: você não vai aprender a controlar seu tempo
encarando um calendário. Antes, é necessário olhar para outros lugares. [...] É no dia a dia
que se revela nossa habilidade de cumprir planos.
Não é algo que você nasce sabendo. A forma como você gasta e às vezes ganha tempo é
influenciada por fatores culturais, geográficos e econômicos. Tudo isso resulta na sua orientação
10 temporal, uma fórmula pessoal de encarar passado, presente e futuro. Mas uma coisa vale para
todos nós: o tempo passa. Melhor aprender seu ritmo, antes que ele acabe ultrapassando você.
URBIM, Emiliano. Superinteressante. Dez. 2010. p. 64-65. Fragmento. (P070209C2_SUP)

(P070209C2) Esse texto trata principalmente da necessidade de


A) administrar um calendário.
B) aprender o ritmo do tempo.
C) encontrar uma receita diferente.
D) observar a corrida do tempo.

Esse item possui como objetivo avaliar a habilidade


de os estudantes inferirem o sentido global de um texto.
Para a realização da tarefa, foi utilizado como suporte o
fragmento de uma crônica intitulada “Mercado do tem-
po”, que versa sobre a percepção do ritmo do tempo.
É solicitado no comando desse item que os respon-
dentes demarquem a alternativa que apresenta a temá-
tica abordada pela crônica. Para tanto, seria necessário
que eles observassem o título, além de realizar uma leitu-
ra atenta de todo o texto.
Desse modo, os estudantes que marcaram a alterna-
tiva B, o gabarito, desenvolveram a habilidade avaliada,
pois perceberam que o texto trata sobre a adaptação das
pessoas em relação ao tempo e ao seu ritmo, como está
no trecho “Mas uma coisa vale para todos nós: o tempo
passa. Melhor aprender seu ritmo, antes que ele acabe
ultrapassando você.” (ℓ. 10-11).

54  SPAECE 2016


9º ano do Ensino Fundamental
Adequado
ACIMA DE 300 PONTOS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

NÍVEL 7   ///  DE 300 A 325 PONTOS

CC Localizar a informação principal em reporta- CC Reconhecer assunto comum entre textos de


gens. gêneros diferentes.

CC Identificar ideia principal e finalidade em notí- CC Inferir aspecto comum na comparação de


cias, reportagens e resenhas. cartas do leitor.

CC Identificar assunto principal em notícia e opi- CC Diferenciar abordagem do mesmo tema em


nião em contos e cartas do leitor. textos de gêneros distintos.

CC Reconhecer sentido de locução adverbial e CC Inferir informação em contos, crônicas, notí-


elementos da narrativa em fábulas e contos. cias e charges.

CC Reconhecer relação de causa e consequência, CC Inferir sentido de palavras, da repetição de


entre pronomes e seus referentes e entre ad- palavras, de expressões, de linguagem ver-
vérbio de lugar e o seu referente em fábulas e bal e não verbal e de pontuação em charges,
reportagens e o sentido de conjunção propor- tirinhas, contos, crônicas, fragmentos de ro-
cional em textos expositivos. mance e reportagens.

CC Reconhecer características da linguagem CC Inferir informações e efeito de sentido de-


(científica, jornalística, padrão) em reporta- corrente do uso de pontuação em fábulas e
gens e crônicas. piadas.

CC Reconhecer elementos da narrativa em crô- CC Inferir o efeito de sentido decorrente do uso


nicas. de diminutivo em crônicas.

CC Reconhecer argumentos e opiniões em no-


tícias, artigos de opinião e fragmentos de ro-
mance.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  55


Leia os textos abaixo.

Texto 1
Emagrecer melhora saúde, mas não melhora humor, indica estudo

[...] A pesquisa observou 1,9 mil pacientes britânicos acima do peso com mais de 50 anos,
aconselhados a perder peso por questões de saúde. O estudo [...] afirma que pessoas que perderam
mais de 5% de peso ficaram mais saudáveis, porém mais propensas a sentir mau humor.
A equipe da Universidade College London (UCL) afirmou que quem estiver tentando perder
5 peso deve procurar o apoio de amigos e profissionais de saúde, caso sinta necessidade. [...] As
278 pessoas que emagreceram também registraram queda na pressão e no nível de lipídios.
Mas também tiveram uma probabilidade 50% maior de se sentir tristes, em comparação com
aqueles que mantiveram o mesmo peso.
Para os cientistas, isso poderia ser explicado pelas dificuldades de se manter uma
10 dieta, como, por exemplo, resistir a beliscar e evitar encontros com amigos que envolvam
refeições. “Não queremos desestimular as pessoas a tentar perder peso, porque isso
traz enormes benefícios de saúde. Mas as pessoas não devem ter a expectativa de que
emagrecer vai imediatamente melhorar todos os aspectos de suas vidas”, afirmou a doutora
Sarah Jackson, que coordenou a pesquisa. [...]

Disponível em: <http://migre.me/kZQMG>. Acesso em: 12 ago. 2014. Fragmento.

Texto 2
Emagrecer faz bem para a saúde e também contribui para uma melhor noite de sono.
Adultos obesos que emagreceram 5% do peso corporal total depois de seis meses relataram
que dormem melhor e por mais tempo. É o que revela um novo estudo apresentado numa
reunião da Sociedade Internacional de Endocrinologia e da Sociedade de Endocrinologia,
5 em Chicago, nos Estados Unidos.
Além disso, o estudo também mostrou que a perda de peso neste período melhorou
a qualidade do sono e o humor, independentemente da maneira como os indivíduos
emagreceram. “Este estudo confirma vários outros que relatam que a perda de peso está
associada com o aumento da duração do sono”, afirmou a principal pesquisadora do estudo,
10 Nasreen Alfaris, da Universidade da Pensilvânia, Filadélfia.
O estudo examinou 390 homens e mulheres obesos por dois anos. [...] Os participantes
que emagreceram ainda mais que 5% do peso corporal relataram ainda mais melhorias na
qualidade do sono e do humor. “Mais estudos são necessários para analisar os efeitos de
ganhar peso novamente sobre a duração e a qualidade do sono”, finaliza Alfaris.

Disponível em: <http://migre.me/kZQyh>. Acesso em: 12 ago. 2014. Fragmento.


(P090402H6_SUP)

(P090402H6) Em relação à melhoria do humor das pessoas que emagreceram 5% do peso corporal, esses
textos apresentam posições
A) complementares.
B) contrárias.
C) inconsistentes.
D) semelhantes.

Esse item avalia a habilidade de reconhecer posi- Os estudantes que assinalaram a alternativa B, o ga-
ções distintas entre duas opiniões relativas ao mes- barito, demonstraram que são proficientes na habilida-
mo tema. Ambos os textos utilizados como suporte de proposta, pois compreenderam corretamente que
nesse item abordam a mudança do humor em pes- as opiniões expressas nos textos são contrárias, uma
soas que emagreceram. vez que, de acordo com o Texto 1, ainda que o ema-
É solicitado no comando desse item que os res- grecimento traga benefícios para a saúde, é possível
pondentes identifiquem o posicionamento dos au- que as pessoas que emagrecem 5% do peso corporal
tores com relação à melhoria do humor das pessoas se sintam tristes (informação presente no primeiro pa-
que perderam 5% de seu peso corporal. rágrafo). Em contrapartida, o Texto 2 argumenta que
a mesma redução da gordura corporal melhora o hu-
mor (informação presente no último parágrafo).
56  SPAECE 2016
NÍVEL 8   ///  DE 325 A 350 PONTOS

CC Identificar ideia principal e elementos da narrativa em reportagens e crônicas.

CC Identificar argumento em reportagens e crônicas.

CC Reconhecer o efeito de sentido da repetição de expressões e palavras, do uso de pontuação, de va-


riantes linguísticas e de figuras de linguagem em poemas, contos e fragmentos de romance.

CC Reconhecer a relação de causa e consequência em contos.

CC Reconhecer diferentes opiniões entre cartas do leitor que abordam o mesmo tema e entre artigos
de opinião.

CC Reconhecer a relação de sentido estabelecida por conjunções em crônicas, contos e cordéis.

CC Reconhecer o tema comum entre textos de gêneros distintos.

CC Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso de figuras de linguagem e de recursos gráficos


em poemas e fragmentos de romances.

CC Diferenciar fato de opinião em artigos, reportagens, crônica e artigos.

CC Identificar opinião em fábulas e reconhecer sentido de advérbios em cartas do leitor.

CC Inferir o efeito de sentido de linguagem verbal e não verbal em tirinhas.

CC Reconhecer a finalidade de texto informativo com linguagem científica.

CC Reconhecer a ideia defendida em artigos de opinião.

CC Reconhecer o trecho retomado por pronome demonstrativo em textos de orientação.

CC Inferir informação em crônicas.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  57


Leia o texto abaixo.

Mercado do tempo

Natal já tá aí. O ano passou voando. É a vida, cada vez mais corrida. Vinte e quatro
horas é pouco – precisava um dia maior para pôr tudo em dia.
Contra esses lugares-comuns, boa parte dos manuais prescreve doses regulares de
priorização, planejamento, marketing, lembretes, listas e agendas, analógicos e digitais.
5 Mas a ciência tem uma receita diferente: você não vai aprender a controlar seu tempo
encarando um calendário. Antes, é necessário olhar para outros lugares. [...] É no dia a dia
que se revela nossa habilidade de cumprir planos.
Não é algo que você nasce sabendo. A forma como você gasta e às vezes ganha tempo é
influenciada por fatores culturais, geográficos e econômicos. Tudo isso resulta na sua orientação
10 temporal, uma fórmula pessoal de encarar passado, presente e futuro. Mas uma coisa vale para
todos nós: o tempo passa. Melhor aprender seu ritmo, antes que ele acabe ultrapassando você.
URBIM, Emiliano. Superinteressante. Dez. 2010. p. 64-65. Fragmento. (P070209C2_SUP)

(P070209C2) Nesse
texto, no trecho “Mas a ciência tem uma receita diferente:...” (ℓ. 5), a palavra destacada
estabelece relação de
A) oposição.
B) conclusão.
C) explicação.
D) adição.

Nesse item, foi aferida a habilidade de estabelecer manuais para administração do tempo. O segundo
uma relação lógico-discursiva presente no texto, de- período é introduzido pela conjunção “mas”, a fim
marcada por um conectivo. de contrapor as ideias previstas nos manuais pelas
O suporte utilizado é o fragmento de uma crôni- indicações da ciência.
ca de curta extensão, na qual o autor discorre acerca Os respondentes que marcaram a alternativa
do tempo e as formas de aproveitá-lo melhor. A, o gabarito, compreenderam a relação estabe-
Para identificar a ideia expressa pela conjunção lecida pelo conectivo “mas” destacado no coman-
“mas” no trecho em análise, o estudante deveria re- do, qual seja, a ideia de oposição em uma oração
tomar o segundo parágrafo do texto, no qual o au- coordenada, demonstrando a divergência entre os
tor apresenta, no primeiro período, propostas dos manuais e a ciência.

58  SPAECE 2016


NÍVEL 9   ///  DE 350 A 375 PONTOS

CC Localizar informações explícitas, ideia principal e expressão que causa humor em contos, crônicas e
artigos de opinião.

CC Distinguir o trecho que apresenta a informação principal em reportagens.

CC Identificar variantes linguísticas em letras de música e marcas da linguagem informal em trecho de


reportagens, contos e crônicas.

CC Reconhecer a finalidade, o gênero e a relação de sentido estabelecida por conjunções em lendas,


crônicas, poemas e reportagens.

CC Inferir o sentido de palavra em reportagens e inferir informação em poemas.

CC Reconhecer a ideia defendida pelo autor em artigo de opinião.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  59


Leia o texto abaixo.

Pensamor

Como pesa pensamor Como é leve pensamor


Moeda de ouro em minha palma ao peito que se abre em palma
Sem que perceba o doador para a seta que acertou.
LISBOA, Henriqueta. Melhores poemas de Henriqueta Lisboa. Seleção de Fábio Lucas. São Paulo, Global, 2001. P. 162. (P090426ES_SUP)

(P090429ES) Nesse texto, o amor é tratado como um


A) controle do sentimento alheio.
B) desespero para quem o perde.
C) peso quando se guarda para si.
D) sentimento despertado no doador.

Esse item avalia a habilidade de os estudantes inferi-


rem informação. Essa habilidade consiste em depreender
informações que podem ser concluídas a partir da com-
preensão das entrelinhas textuais por parte do leitor.
Para a realização de tal habilidade, utilizou-se como
suporte um poema que aborda o peso proporcionado
pelo sentimento do amor se alguém o guarda para si e
não o transparece.
É solicitado no comando que os estudantes infiram,
a partir do poema, como o amor é tratado. Aqueles que
marcaram a alternativa C, o gabarito, conseguiram reali-
zar corretamente a inferência de que o amor é um sen-
timento pesado quando é guardado para si, pois atenta-
ram para os três primeiros versos, que exemplificam esse
peso a partir da “moeda de ouro”, um objeto sólido, ma-
ciço e compacto, portanto, pesado, além da contraposi-
ção existente nos três últimos versos, que demonstram a
leveza para aqueles se abrem para o amor.

60  SPAECE 2016


NÍVEL 10   ///  ACIMA DE 375 PONTOS

CC Reconhecer a ideia principal em manuais, reportagens, artigos e teses.

CC Identificar os elementos da narrativa em contos e crônicas.

CC Diferenciar fatos de opiniões e opiniões diferentes em artigos e notícias.

CC Inferir o sentido de palavras em poemas e contos.

CC Inferir o efeito de sentido provocado pela repetição de formas verbais em fábulas.

CC Reconhecer o tema comum entre textos do gênero poema.

CC Reconhecer a relação de sentido estabelecida por conjunção adversativa em sinopses.

CC Inferir o efeito de sentido causado pelo uso do recurso estilístico da rima e por escolha de expressão
em poemas.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  61


Leia o texto abaixo.

Cartas do meu avô

A tarde cai, por demais


Erma, úmida e silente...
A chuva, em gotas glaciais,
Chora monotonamente.

5 E enquanto anoitece, vou


Lendo sossegado e só,
As cartas que meu avô
Escrevia a minha avó.

Enternecido sorrio
10 Do fervor desses carinhos:
É que os conheci velhinhos,
Quando o fogo era já frio. [...]
BANDEIRA, Manuel. Seleta em Prosa e Verso. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1971, p. 107-108. *Adaptado: Reforma Ortográfica.
Fragmento. (P090009E4_SUP)

Nos versos “A chuva, em gotas glaciais,/ Chora monotonamente.” (v. 3-4), a expressão em
(P090009E4)
destaque sugere
A) arrependimento.
B) continuidade.
C) mistério.
D) solidão.

Esse item avalia a habilidade de reconhecer o efeito


de sentido decorrente da escolha de uma determinada
palavra ou expressão. Essa tarefa consiste em identificar
efeitos atribuídos pelo autor a uma expressão, efeitos
estes muito recorrentes em textos literários, como é o
caso desse suporte, que apresenta um poema de Manuel
Bandeira.
Para responder a esse item, era necessário que os
estudantes inferissem o tom de saudade expresso pelo
texto para, então, compreender que o fato de a chuva
“chorar” remete a essa melancolia e que “monotonamen-
te” indica que a chuva era persistente, contínua. Os estu-
dantes que conseguiram compreender esses efeitos de
sentido assinalaram a letra B – continuidade.

62  SPAECE 2016


Ensino Médio e EJA Ensino Médio
Muito Crítico
ATÉ 225 PONTOS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

NÍVEL 1   ///  ATÉ 200 PONTOS

CC Localizar informação explícita a respeito da ação do personagem em crônicas e em fragmentos de


romance.

CC Localizar informação explícita em propagandas com ou sem apoio de recursos gráficos, em instru-
ção de jogo e em notícias.

CC Inferir efeito do uso da exclamação em textos de orientação.

CC Realizar inferência em textos que conjugam linguagem verbal e não verbal.

CC Reconhecer a finalidade de cartaz.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  63


Leia o texto abaixo.

Disponível em: <http://www2.uol.com.br/niquel/seletas.shtml>. Acesso em: 4 mar. 2014. (P090348G5_SUP)

(P090348G5) Nesse texto, os animais correram porque


A) achavam que era hora de comer.
B) foram chamados pelo menino.
C) ouviram o alerta de perigo.
D) queriam ficar perto do menino.

Esse item avalia a habilidade de os estudantes inter-


pretarem textos que conjugam linguagem verbal e não
verbal. Nesse caso, como suporte para a tarefa, foi uti-
lizada uma tirinha de cunho humorístico, gênero muito
comum no ambiente escolar. Portanto, espera-se que os
estudantes sejam capazes de articular as falas dos balões
com os elementos visuais das cenas, percebendo o de-
senvolvimento da história.
Para identificar o gabarito, os respondentes deveriam
seguir a sequência narrativa apresentada e compreender
que as galinhas correram por pensarem que era o mo-
mento de comer milho, isso porque escutaram o barulho
do menino cortando as unhas que, provavelmente, se as-
semelha ao som que é feito quando o milho está sendo
distribuído. Desse modo, os estudantes que marcaram a
alternativa A, o gabarito, demonstraram ter desenvolvido
a habilidade em questão.

64  SPAECE 2016


NÍVEL 2   ///  DE 200 A 225 PONTOS

CC Reconhecer a causa de ação do personagem em fragmentos de romance.

CC Inferir características do personagem em fábulas e ação do personagem em crônica.

CC Inferir informação a respeito do eu lírico em letras de música.

CC Inferir o sentido de palavra, o sentido de expressão em letras de música.

CC Identificar o assunto principal em reportagens.

CC Reconhecer expressões características da linguagem (científica, jornalística etc.) e a relação entre


expressão e seu referente em reportagens e artigos de opinião.

CC Estabelecer relação lógico-discursiva marcada por locução adverbial de lugar em textos didáticos e
em contos e por advérbio de modo em poemas.

CC Inferir o efeito de sentido de expressão e opinião em crônicas e reportagens.

CC Inferir o efeito do uso de notação e do uso da exclamação na fala do personagem em tirinha.

CC Inferir o trecho que provoca efeito de humor em piadas e o fato que gera humor em histórias em
quadrinhos.

CC Identificar o público-alvo de um cartaz.

CC Inferir a crítica apresentada em cartuns.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  65


Leia o texto abaixo.

O futebol evocado na Europa

A bola não é a inimiga


como o touro, numa corrida;
e embora seja um utensílio
caseiro e que se usa sem risco,
5 não é o utensílio impessoal,
sempre manso, de gesto usual:
é um utensílio semivivo,
de reações próprias como bicho,
e que, como bicho, é mister [...]
10 usar com malícia e atenção
dando aos pés astúcias de mão.
MELO NETO, João Cabral de; MACHADO, Luiz Raul (Org.). Novas seletas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira: 2002. p. 36. Adaptado: Reforma
Ortográfica. Fragmento. (P100187A9_SUP)

(P100187A9) No trecho “A bola não é a inimiga/ como o touro, numa corrida;” (v. 1-2), o termo destacado dá
a ideia de
A) causa.
B) comparação.
C) concessão.
D) conclusão.
E) conformidade.

Nesse item, foi aferida a habilidade de estabele- Para satisfazer a proposta do item, os responden-
cer relação lógico-discursiva presente no texto, mar- tes deveriam atentar para o trecho selecionado no
cada por um conectivo. Como diversos conectivos comando e para o termo nele destacado, a fim de
possuem múltiplos sentidos, é necessária bastante compreender que o conectivo “como” estabelece
atenção, por parte do discente, no contexto em que uma relação de comparação entre a bola e o touro
a conjunção está presente. no trecho “A bola não é a inimiga/ como o touro,
Como suporte, foi utilizado um poema de João numa corrida;” (v. 1-2).
Cabral de Melo Neto, importante autor brasileiro da Sendo assim, aqueles que compreenderam essa
geração de 45. O poema possui linguagem acessível relação de conexão textual escolheram a alternativa
à etapa de escolarização avaliada e tem, como te- B, o gabarito, demonstrando ter desenvolvido a ha-
mática, o futebol. bilidade avaliada.

66  SPAECE 2016


Ensino Médio e EJA Ensino Médio
Crítico
DE 225 A 275 PONTOS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

NÍVEL 3   ///  DE 225 A 250 PONTOS

CC Localizar informações explícitas em frag- CC Inferir características de personagens em len-


mentos de romance, crônicas, textos didáti- das e fábulas e inferir sentimento expresso
cos e artigos. pelo narrador em contos.

CC Identificar tema e assunto em poemas e CC Reconhecer recurso argumentativo em arti-


charges, relacionando elementos verbais e gos de opinião.
não verbais.
CC Inferir efeito de sentido da repetição de ex-
CC Identificar elementos da narrativa em história pressões em crônicas.
em quadrinhos.
CC Inferir causa da ação de um personagem e
CC Reconhecer a finalidade de recurso gráfico interpretar expressão do personagem em ti-
em artigos. rinhas.

CC Reconhecer o sentido estabelecido pelo uso CC Reconhecer o objetivo comunicativo de re-


de expressões, de pontuação, de conjunções portagens.
em poemas, charges, fragmentos de roman-
ce, anedotas e contos. CC Reconhecer aspecto comum na compara-
ção de letras de música e poemas e entre
CC Inferir o sentido de palavra em letras de mú- textos jornalísticos e charges.
sica, reportagens e artigos.
CC Identificar a tese defendida pelo autor em ar-
CC Reconhecer relações de causa e consequên- tigos.
cia em lendas e fábulas.

CC Reconhecer relação entre pronome e seu re-


ferente em manuais de instrução.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  67


Leia o texto abaixo.

O eco e a vida: um conto de paz

Certo dia os inimigos se encontraram em uma esquina da vida. Eram dois e viviam
batendo de frente. Raiva, impasse e intriga.
O primeiro dobrou uma rua. O outro, curvou na que estava, deu uns poucos passos e pensou:
– Não é possível que isso vá ficar assim... Não, não vou deixar barato. Deu meia volta
5 e começou a seguir o outro, até que este saiu fora da cidade, que ficava entre árvores e
montes, ladeada por serras. Queria pegá-lo só para que não houvesse testemunhas.
E o outro gritou enraivecido:
– Ei, rapaz!
E o eco ecoou:
10 – Paz... Paz... Paz...
O primeiro olhou para traz com um sorriso nos lábios e outro no coração. Avistou, ao
longe, aquele que lhe interveio e, querendo confirmar o que seus ouvidos ouviram, perguntou
em tom ameno, coisa que há muito tempo não existia entre os dois.
– Tá falando comigo?
15 E o eco ecoou:
– Amigo... migo... migo...
E o outro, perdido naquilo que seria o seu elemento surpresa, respondeu brandamente
e com certa comoção:
– Não, é que eu te vi agora há pouco e queria te perguntar...
20 E começaram a dialogar, como há muito tempo não faziam.
MOREIRA, Maria Aparecida Antunes. Disponível em: <http://www.mundojovem.com.br/datas-comemorativas/amizade/artigo-amizade-o-
eco-e-a-vida-um-conto-de-paz.php>. Acesso em: 13 mar. 2011. (P121079ES_SUP)

(P121082ES) No trecho “– Paz... Paz... Paz...” (ℓ. 10), as reticências foram usadas para
A) demonstrar monotonia.
B) destacar o uso de uma expressão.
C) indicar o prolongamento do som do eco.
D) marcar a continuidade de uma ação.
E) sugerir surpresa.

Esse item avalia a habilidade de os estudantes re-


conhecerem o efeito de sentido decorrente do uso de
pontuação. Essa tarefa consiste em identificar o uso de
diferentes sinais de pontuação em um texto, nesse caso,
o das reticências.
Para realizar essa tarefa, utilizou-se como suporte um
conto cuja temática aborda a trégua que o eco propor-
cionou a dois inimigos.
O comando desse item solicitou ao respondente que re-
conhecesse no trecho destacado a função das reticências.
Desse modo, o estudante que marcou a alternativa C, o ga-
barito, identificou que o efeito de sentido dessa pontuação
demonstra o prolongamento do eco mencionado no texto,
quando apenas os sons finais são repetidos.

68  SPAECE 2016


NÍVEL 4   ///  DE 250 A 275 PONTOS

CC Localizar informações explícitas em crônicas, fábulas e em reportagens.

CC Identificar os elementos da narrativa em letras de música, fábulas e contos e o narrador em primeira


pessoa em fragmentos de romance.

CC Reconhecer a finalidade de abaixo-assinados e verbetes.

CC Reconhecer relação entre pronomes e seus referentes e relações de causa e consequência em frag-
mentos de romance, contos, diários, crônicas, reportagens, máximas (provérbios) e artigos.

CC Inferir tema e ideia principal em notícias, crônicas e poemas.

CC Inferir o sentido de palavra ou expressão em história em quadrinhos, poemas e fragmentos de ro-


mance.

CC Comparar textos de gêneros diferentes para reconhecer a ideia comum entre eles.

CC Interpretar o sentido de conjunções, de advérbios e as relações entre elementos verbais e não verbais
em tirinhas, fragmentos de romance, reportagens e crônicas.

CC Reconhecer relações de sentido estabelecidas por conjunções ou locuções conjuntivas em letras de


música e crônicas.

CC Reconhecer o uso de expressões características da linguagem (científica, profissional etc.), marcas


linguísticas que evidenciam o locutor em reportagens e a relação entre pronome e seu referente em
artigos e reportagens.

CC Inferir o efeito de sentido da linguagem verbal e não verbal em notícias e charges.

CC Reconhecer o trecho que caracteriza uma opinião em entrevistas e em reportagens.

CC Inferir efeito de humor e de ironia em tirinhas.

CC Inferir efeito do uso de letras maiúsculas em artigos.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  69


Leia o texto abaixo.

Os ipês-amarelos

Uma professora me contou esta coisa deliciosa. Um inspetor visitava uma escola. Numa
sala ele viu, colados nas paredes, trabalhos dos alunos acerca de alguns dos meus livros
infantis. Como que num desafio, ele perguntou à criançada: “E quem é Rubem Alves?”.
Um menininho respondeu: “O Rubem Alves é um homem que gosta de ipês-amarelos...”.
5 A resposta do menininho me deu grande felicidade. Ele sabia das coisas. As pessoas são
aquilo que elas amam.
Mas o menininho não sabia que sou um homem de muitos amores... Amo os ipês,
mas amo também caminhar sozinho. Muitas pessoas levam seus cães a passear. Eu levo
meus olhos a passear. E como eles gostam! Encantam-se com tudo. Para eles o mundo é
10 assombroso. Gosto também de banho de cachoeira (no verão...), da sensação do vento na
cara, do barulho das folhas dos eucaliptos, do cheiro das magnólias, de música clássica, de
canto gregoriano, do som metálico da viola, de poesia, de olhar as estrelas, de cachorro,
das pinturas de Vermeer (o pintor do filme “Moça com Brinco de Pérola”), de Monet... [...]
Diz Alberto Caeiro que o mundo é para ser visto, e não para pensarmos nele. Nos
15 poemas bíblicos da criação, está relatado que Deus, ao fim de cada dia de trabalho, sorria
ao contemplar o mundo que estava criando: tudo era muito bonito. Os olhos são a porta
pela qual a beleza entra na alma. Meus olhos se espantam com tudo que veem. [...]
Vejo e quero que os outros vejam comigo. Por isso escrevo. Faço fotografias com palavras.
ALVES, Rubem. Disponível em: <http://www.stellabortoni.com.br/index>. Acesso em: 23 maio 2011. Fragmento. (P120234RJ_SUP)

(P120341RJ) Quem é o narrador desse texto?


A) Professora.
B) Inspetor.
C) Menininho.
D) Rubem Alves.
E) Alberto Caeiro.

Esse item avalia a habilidade de identificar o narrador


de um texto, elemento constituinte de uma narrativa.
Essa tarefa consiste em reconhecer elementos linguísti-
cos, como pronomes pessoais e desinências verbais, que
contribuem para o reconhecimento do narrador.
O texto utilizado como suporte para este item é uma
crônica de autoria do escritor brasileiro Rubem Alves, nar-
rada em primeira pessoa, como comprovam os trechos
“A resposta do menininho me deu grande felicidade”, “Eu
levo meus olhos a passear” e “Gosto também de banho
de cachoeira”, nos quais são utilizados verbos na primeira
pessoa do singular e os pronomes oblíquos de primeira
pessoa do singular “eu” e “me”. Além disso, os estudantes
poderiam perceber a pista deixada no trecho “O Rubem
Alves é um homem que gosta de ipês-amarelos...”, no
qual o autor fala de si mesmo em terceira pessoa.
Os estudantes que identificaram esses aspectos assi-
nalaram a alternativa D, o gabarito.

70  SPAECE 2016


Ensino Médio e EJA Ensino Médio
Intermediário
DE 275 A 325 PONTOS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

NÍVEL 5   ///  DE 275 A 300 PONTOS

CC Localizar informações explícitas em artigos CC Inferir tema, tese e ideia principal em contos,
de opinião e crônicas. letras de música, editoriais, reportagens, crô-
nicas, artigos, resenhas e em entrevistas.
CC Identificar finalidade e elementos da narrativa
em fábulas e contos. CC Reconhecer o tema de uma crônica e assun-
to em reportagem.
CC Identificar a finalidade de relatórios científi-
cos e reportagens. CC Inferir o efeito de sentido de linguagem ver-
bal e não verbal em charges e histórias em
CC Determinar informação comum entre um ar- quadrinhos.
tigo de opinião e uma tirinha.
CC Inferir informações em fragmentos de ro-
CC Reconhecer opiniões distintas sobre o mes- mance e em poemas e ação do personagem
mo assunto em reportagens, contos e en- em histórias em quadrinhos e em tirinhas.
quetes.
CC Inferir o efeito de sentido da pontuação e
CC Reconhecer opiniões divergentes sobre o da polissemia como recurso para estabele-
mesmo tema em diferentes textos. cer humor ou ironia em tirinhas, anedotas e
contos.
CC Distinguir o trecho que apresenta opinião do
narrador em crônicas. CC Reconhecer o efeito de sentido produzido
pelo uso de recursos morfossintáticos em
CC Reconhecer relações de sentido marcadas contos, artigos, crônicas e em romances.
por conjunções, a relação de causa e con-
sequência entre pronomes e seus referentes CC Inferir informação e o efeito de sentido pro-
em fragmentos de romance, fábulas, crôni- duzido por expressão em reportagens e tiri-
cas, contos, artigos de opinião, reportagens nhas.
e entrevistas.
CC Reconhecer variantes linguísticas em artigos.
CC Reconhecer o sentido de expressão e de va-
riantes linguísticas em letras de música, tiri-
nhas, poemas e fragmentos de romance.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  71


Leia o texto abaixo.

Poema

Oh! Aquele menininho que dizia


“Fessora, eu posso ir lá fora?”
Mas apenas ficava um momento
Bebendo o vento azul...
Agora não preciso pedir licença a ninguém.
Mesmo porque não existe paisagem lá fora:
Somente cimento.
O vento não mais me fareja a face como um cão amigo...
Mas o azul irreversível persiste em meus olhos.
QUINTANA, Mário. Prosa & Verso. 9. ed. São Paulo: Globo, 2005. (P120061EX_SUP)

(P120061EX) Nesse texto, conclui-se que o eu lírico


A) disfarça a emoção.
B) despreza a paisagem.
C) ignora o cão amigo.
D) lamenta ter crescido.
E) relembra a infância.

Esse item avalia a habilidade de inferir uma informação


em um texto verbal. Essa tarefa demanda que o estudan-
te consiga ir além das informações oferecidas pelo texto
e busque sentidos mais profundos para a leitura realizada.
Em relação ao item, o suporte apresenta um poema
escrito por Mário Quintana que recorda seus momen-
tos de menino. Os estudantes deveriam atentar para os
versos “Oh! Aquele menininho que dizia” e “O vento não
mais me fareja a face como um cão amigo.../ Mas o azul
irreversível persiste em meus olhos.” para compreender
que o eu lírico repassa os momentos vividos na própria
infância e os contrapõe com a realidade.
Aqueles que conseguiram realizar essa inferência
marcaram a alternativa E, o gabarito, demonstrando ter
desenvolvido essa habilidade.

72  SPAECE 2016


NÍVEL 6   ///  DE 300 A 325 PONTOS

CC Localizar informações explícitas em infográfi- CC Inferir o sentido decorrente do uso de recur-


cos, reportagens, crônicas e artigos. sos gráficos em poemas.

CC Localizar a informação principal em reporta- CC Inferir o efeito de sentido da linguagem ver-


gens. bal e não verbal e o efeito de humor em ti-
rinhas.
CC Identificar ideia principal e finalidade em notí-
cias, reportagens e resenhas. CC Inferir informação a respeito de personagem
em tirinhas e em manuais de instrução com
CC Identificar a finalidade e a informação princi- apoio de recursos visuais.
pal em notícias.
CC Reconhecer a relação entre os pronomes e
CC Reconhecer características da linguagem seus referentes em contos e o referente de
(científica, jornalística, coloquial) em reporta- pronome relativo em artigos de opinião.
gens, marcas da oralidade em entrevistas e
da linguagem coloquial em contos. CC Reconhecer elementos da narrativa em con-
tos.
CC Reconhecer variantes linguísticas em contos,
notícias, reportagens e crônicas. CC Reconhecer o efeito de sentido produzido
pelo uso de recursos morfossintáticos e pelo
CC Reconhecer elementos da narrativa em crô- uso de recurso estilístico da antítese em poe-
nicas e em resenhas. mas.

CC Reconhecer argumentos e opiniões em no- CC Reconhecer ideia comum e opiniões diver-


tícias, artigos de opinião e fragmentos de ro- gentes sobre o mesmo tema na comparação
mance. entre diferentes textos.

CC Identificar o argumento em contos. CC Reconhecer ironia e efeito de humor em crô-


nicas, entrevistas e tirinhas.
CC Diferenciar abordagem do mesmo tema em
textos de gêneros distintos. CC Reconhecer a relação de causa e consequên-
cia em piadas e fragmentos de romance.
CC Inferir informação em contos, crônicas, notí-
cias e charges. CC Comparar poemas que abordem o mesmo
tema.
CC Inferir sentido de palavras, da repetição de
palavras, de expressões, de linguagem ver- CC Diferenciar fato de opinião em contos, arti-
bal e não verbal e de pontuação em charges, gos, reportagens e em crônicas.
tirinhas, contos, crônicas, fragmentos de ro-
mance e em artigos de opinião. CC Diferenciar tese de argumentos em artigos,
entrevistas e crônicas e reconhecer um argu-
CC Inferir informação, sentido de expressão e o mento utilizado para defender uma ideia em
efeito de sentido decorrente da escolha de entrevistas.
expressão e do uso de recursos morfossintá-
ticos em crônicas.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  73


Leia o texto abaixo.

Idioma ajuda a criar marcas de identidade

A língua é patrimônio de uma coletividade, seja ela a língua oficial de um Estado


constituído, seja ela a língua materna de uma comunidade minoritária de imigrantes em
um país estrangeiro, [...] e assim por diante. De qualquer modo, a língua constitui marca
identitária da comunidade que a usa [...].
5 Entretanto, nenhuma língua compõe um bloco de formas e construções cristalizadas,
usadas sempre do mesmo modo por todos os falantes, isto é, nenhuma língua é cristalizada,
sem variações, imutável. Aliás, imaginar uma língua que assim fosse é imaginar algo
completamente impossível.
Uma língua cumpre suas funções em uma comunidade exatamente porque: ela é moldável,
10 para satisfação dos propósitos da fala; ela é variável, para oferta às escolhas dos falantes;
ela é dinâmica, para servir às necessidades de expressão nas diferentes situações, nos
diferentes lugares, nos diferentes momentos. Só assim ela revela as identidades individuais
que se constroem no espaço simbólico que ela própria identifica e marca, no conjunto. [...]
Significa isso que se esteja negando a existência de padrões? Não, pelo contrário. Nessa
15 variabilidade e nesse dinamismo naturalmente se formam “padrões” de uso, que, por sua
vez, identificam grupos, e, numa apuração mais fina, identificam os próprios indivíduos.
NEVES, Maria Helena de Moura. Língua Portuguesa. Set. 2010. Fragmento. (P120091F5_SUP)

(P120092F5) No trecho “... que se constroem no espaço simbólico...” (ℓ. 13), a palavra destacada retoma o
termo
A) diferentes situações.
B) escolhas.
C) identidades individuais.
D) necessidades.
E) propósitos da fala.

O objetivo desse item é avaliar a habilidade de os es-


tudantes realizarem operações de retomada pronominal
ou lexical, identificando repetições ou substituições que
contribuem para a continuidade do texto.
Nesse caso, utilizou-se como suporte um artigo cujo
assunto são as marcas de identidade construídas a partir
do idioma característico de uma comunidade.
Os estudantes que marcaram a alternativa C, o ga-
barito, retomaram o texto e localizaram, na 13ª linha do
terceiro parágrafo, que o referente do pronome em des-
taque “que” é o termo “identidades individuais”, expressão
que se encontra imediatamente anterior ao pronome,
realizando, assim, a operação de retomada pronominal
anafórica.

74  SPAECE 2016


Ensino Médio e EJA Ensino Médio
Adequado
ACIMA DE 325 PONTOS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

NÍVEL 7   ///  DE 325 A 350 PONTOS

CC Localizar informação explícita em resenhas. CC Reconhecer o efeito de sentido decorrente


do uso de figuras de linguagem e de recursos
CC Identificar ideia principal e elementos da nar- gráficos em poemas e fragmentos de roman-
rativa em reportagens e crônicas.
ce.
CC Identificar a informação principal em repor- CC Diferenciar fato de opinião em artigos, repor-
tagens.
tagens e resenhas.
CC Identificar argumento em reportagens e crô- CC Inferir o efeito de sentido de linguagem verbal
nicas e o trecho que comprova a tese defen-
e não verbal e o efeito da escolha de palavra
dida em artigos de opinião.
em tirinhas.
CC Reconhecer o efeito de sentido da repetição CC Identificar elementos da narrativa e a relação
de expressões e palavras, do uso de pontua-
entre argumento e ideia central em crônicas
ção, de variantes linguísticas e de figuras de
e em fragmentos de romance.
linguagem em poemas, contos, fragmentos
de romance e artigos. CC Reconhecer o gênero reportagem e a finali-
dade de propagandas e de entrevistas.
CC Reconhecer variantes linguísticas e o efeito
de sentido de recursos gráficos em crônicas, CC Reconhecer o tema em poemas e em repor-
artigos, letras de música e fábulas. tagens.

CC Inferir o efeito do uso das aspas em crônicas. CC Inferir o sentido de palavras e expressões em
piadas e letras de música.
CC Reconhecer a relação de causa e conse-
quência em contos. CC Inferir informação em artigos.
CC Reconhecer a relação de causa e conse- CC Inferir o sentido de expressão em fragmentos
quência e relações de sentido marcadas por de romance.
conjunções em reportagens, artigos, ensaios,
crônicas, contos, cordéis e em poemas.
CC Recuperar o referente do pronome demons-
trativo “lá” em reportagem e o trecho retoma-
CC Reconhecer diferentes opiniões entre cartas do por pronome demonstrativo em crônicas.
do leitor que abordam o mesmo tema.

CC Reconhecer o tema comum entre textos de


gêneros distintos.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  75


Leia o texto abaixo.

Idioma ajuda a criar marcas de identidade

A língua é patrimônio de uma coletividade, seja ela a língua oficial de um Estado


constituído, seja ela a língua materna de uma comunidade minoritária de imigrantes em
um país estrangeiro, [...] e assim por diante. De qualquer modo, a língua constitui marca
identitária da comunidade que a usa [...].
5 Entretanto, nenhuma língua compõe um bloco de formas e construções cristalizadas,
usadas sempre do mesmo modo por todos os falantes, isto é, nenhuma língua é cristalizada,
sem variações, imutável. Aliás, imaginar uma língua que assim fosse é imaginar algo
completamente impossível.
Uma língua cumpre suas funções em uma comunidade exatamente porque: ela é moldável,
10 para satisfação dos propósitos da fala; ela é variável, para oferta às escolhas dos falantes;
ela é dinâmica, para servir às necessidades de expressão nas diferentes situações, nos
diferentes lugares, nos diferentes momentos. Só assim ela revela as identidades individuais
que se constroem no espaço simbólico que ela própria identifica e marca, no conjunto. [...]
Significa isso que se esteja negando a existência de padrões? Não, pelo contrário. Nessa
15 variabilidade e nesse dinamismo naturalmente se formam “padrões” de uso, que, por sua
vez, identificam grupos, e, numa apuração mais fina, identificam os próprios indivíduos.
NEVES, Maria Helena de Moura. Língua Portuguesa. Set. 2010. Fragmento. (P120091F5_SUP)

(P120091F5) A ideia defendida nesse texto está no trecho:


A) “A língua é patrimônio de uma coletividade,...”. (ℓ. 1)
B) “... a língua constitui marca identitária da comunidade que a usa.”. (ℓ. 3-4)
C) “... nenhuma língua é cristalizada, sem variações, imutável.”. (ℓ. 6-7)
D) “Uma língua cumpre suas funções em uma comunidade...”. (ℓ. 9)
E) “... ela é moldável, para satisfação dos propósitos da fala;...”. (ℓ. 9-10)

Esse item avalia a habilidade de os estudantes identifi-


carem a tese ou a ideia defendida pelo autor de um texto
argumentativo.
Para tal, utilizou-se como suporte um artigo que dis-
corre a respeito das marcas de identidade construídas a
partir do idioma característico de uma comunidade.
O comando desse item solicita aos estudantes que
identifiquem o trecho do texto em que a tese se encon-
tra, nesse caso, a primeira linha, a partir da qual é exposta
a reflexão da autora sobre a temática abordada. Portanto,
aqueles que marcaram a alternativa A, o gabarito, conse-
guiram perceber que a autora defende a tese de que a
língua é o patrimônio de uma coletividade.

76  SPAECE 2016


NÍVEL 8   ///  DE 350 A 375 PONTOS

CC Localizar informações explícitas, ideia principal e trecho que causa humor em contos, crônicas e
artigos de opinião.

CC Identificar variantes linguísticas em letras de música e em reportagens.

CC Reconhecer efeitos estilísticos em poemas.

CC Reconhecer ironia e efeitos de sentido decorrentes da repetição de palavras em sinopses e em poe-


mas.

CC Reconhecer opiniões distintas sobre o mesmo tema, na comparação entre diferentes textos.

CC Reconhecer o gênero carta do leitor a partir da comparação entre dois textos.

CC Reconhecer a finalidade e a relação de sentido estabelecida por conjunções em lendas e crônicas.

CC Reconhecer finalidade e traços de humor em reportagens.

CC Reconhecer o efeito de sentido do humor em tirinhas.

CC Reconhecer o tema em contos e fragmentos de romance.

CC Reconhecer relação de sentido marcada por conjunção em crônicas e circunstância de lugar marca-
da por adjunto adverbial de lugar em resenhas.

CC Inferir informação e tema em reportagens, poemas, histórias em quadrinhos e tirinhas.

CC Inferir o sentido e o efeito de sentido de palavras ou de expressão em poemas, crônicas e fragmentos


de romance.

CC Reconhecer a ideia defendida pelo autor em artigos de opinião.

CC Inferir característica do eu lírico em letras de música.

CC Inferir o efeito do uso das aspas em resenhas.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  77


Leia os textos abaixo.

Texto 1
O futuro traz diversas novidades na indústria automobilística. O que me anima é pensar em
ônibus e táxi sem motorista. O risco de acidentes seria bem menor. Mas não é possível esquecer
os empregos que perderíamos. É a velha história da máquina substituir o homem, não há mais
como fugir disso.
Isabela Menezes, Rio de Janeiro, RJ
Texto 2
Infelizmente, muita gente usa o carro como se participasse de uma prova automobilística. Para
a maioria, no entanto, é um meio de transporte. Pelo visto, demorará muito para que os usuários
dos veículos não tenham mais o trabalho de dirigir. A tecnologia tirará esse prazer. Pelo menos
resta a importância dos reflexos no meio ambiente.
Uriel Villas Boas, Santos, SP
Época, São Paulo, nº 840, p. 16, 7 de julho de 2014. (P120191F5_SUP)

(P120192F5) Esses textos são


A) artigos de opinião.
B) cartas de leitor.
C) crônicas jornalísticas.
D) resenhas de filme.
E) textos científicos.

Esse item apresenta como objetivo avaliar a ha- formal, os estudantes deveriam observar as referên-
bilidade de os estudantes identificarem o gênero de cias dos textos, percebendo que foram publicados
um texto com base em sua estrutura e em seu con- na revista Época; a curta extensão dos textos e a
teúdo. apresentação de assinatura, remetente, cidade e es-
Para a realização dessa tarefa, foram utilizadas tado. No que diz respeito ao conteúdo, os estudan-
como suporte duas cartas de leitor, que tratam das tes deveriam observar que ambos os textos tratam
inovações tecnológicas no âmbito da indústria auto- de temas atuais; demonstram a subjetividade dos au-
mobilística. tores; possuem linguagem simples, clara e objetiva e
Para a realização da tarefa, cujo comando solicita têm a tipologia argumentativa predominante.
aos estudantes que identifiquem o gênero dos dois Assim, aqueles que marcaram a alternativa B, o
textos, eles precisaram observar tanto a forma do gabarito, desenvolveram a habilidade avaliada.
texto quanto seu conteúdo. Com relação à estrutura

78  SPAECE 2016


NÍVEL 9   ///  DE 375 A 400 PONTOS

CC Diferenciar fatos de opiniões e opiniões diferentes em artigos e notícias.

CC Inferir o sentido de palavras em poemas.

CC Localizar ideia principal em manuais, reportagens, artigos e teses.

CC Identificar a ideia central e o argumento em apresentações de livros, reportagens, editoriais, crônicas


e artigos de opinião.

CC Inferir o assunto tratado em artigos de opinião.

CC Identificar elementos da narrativa em crônicas, contos e fragmentos de romance.

CC Identificar ironia e tema em poemas e artigos.

CC Inferir efeito de humor e ironia em tirinhas e charges.

CC Reconhecer relações de sentido marcadas por conjunção em artigos, reportagens e fragmentos de


romance.

CC Reconhecer a relação de causa e consequência em reportagens e fragmentos de romance.

CC Reconhecer o efeito de sentido de recursos gráficos em artigos e do uso de expressão metafórica


caracterizadora do personagem em fragmentos de romance.

CC Inferir recurso estilístico utilizado em crônicas.

CC Reconhecer variantes linguísticas em letras de música e piadas.

CC Reconhecer o gênero resenha e a finalidade de reportagens, resenhas e artigos.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  79


Leia o texto abaixo.

1 141 575 de amigos

Um milhão, cento e quarenta e um mil, quinhentos e setenta e cinco pessoas passaram


pelo site da SUPER no mês de março. É um baita número e um novo recorde de audiência
que comemoramos bastante aqui: ultrapassamos a marca do milhão pela primeira vez. Foi
nessa mesma época que estreamos a versão da revista para iPad. Mais um sucesso: quando
5 escrevi este texto, o aplicativo completava 11 dias na liderança dos mais baixados no Brasil.
Enquanto isso, nosso perfil no Twitter, o @revistasuper, batia nos 370 mil seguidores (você
já é um deles?). E a nossa página no Facebook mais que dobrava de tamanho em relação
ao início do ano (você já nos curtiu?).
Dá para ver que a gente anda crescendo nos meios digitais. Mas março também foi
10 um mês em que a SUPER impressa, esta que você tem em mãos, alcançou uma das
melhores vendagens dos últimos meses. Ou seja: ficamos maiores no digital e no impresso
ao mesmo tempo. Isso me faz acreditar que estamos certos ao apostar em que internet e
papel não se excluem. Pelo contrário: esta é uma conta de adição. Você não escolhe entre
um e outro, mas usa ambos em diferentes momentos da vida. E é por isso que trabalhamos
15 para que você leia a SUPER quando, onde e como preferir.
Por trás desse trabalho está uma equipe que tem muita competência e garra. Não existe
tempo ruim no time digital, liderado por Fred di Giacomo. Os jornalistas Kleyson Barbosa
e Ana Carolina Prado, os designers Fabiane Zambon e Daniel Apolinario e os webmasters
Bruno Xavier e Lucas Otsuka sabem o que você gosta de ler e como fazer para entregar. E
20 é por isso que o Sol anda brilhando tanto por aqui.
Um grande abraço.
GWERCMAN, S.
Disponível em: <http://super.abril.com.br/tecnologia/1141575-de-amigos>. Acesso em: 30 nov. 2015. (P110097H6_SUP)

(P110098H6) Nesse texto, para defender a ideia de que a edição digital da revista não substituiu a impressa,
o autor faz referência ao fato de
A) a edição impressa de março ter obtido uma das melhores vendagens dos últimos meses.
B) a revista possuir uma equipe comprometida.
C) o acesso ao site da revista ter ultrapassado um milhão.
D) o aplicativo da revista ter ficado na lista dos mais baixados no Brasil por onze dias.
E) o acesso à página no Facebook ter mais que dobrado.

O objetivo desse item é avaliar a habilidade de do parágrafo, principalmente no trecho das linhas 11,
estabelecer relação entre a tese e os argumentos 12 e 13 “Mas março também foi um mês em que
oferecidos para sustentá-la. Essa tarefa exige que os a SUPER impressa [...] alcançou uma das melhores
estudantes reconheçam, em textos com caracterís- vendagens...”, o que colabora para a ideia do autor
ticas argumentativas, o posicionamento do autor e, de que “... estamos certos ao apostar em que inter-
especialmente, os dados oferecidos para sustentá- net e papel não se excluem.”.
-lo. Os estudantes que compreenderam que esse
Nesse item, o suporte apresenta o editorial de argumento foi utilizado como base para sustentar a
uma revista em versão eletrônica, que comemora os ideia principal do texto assinalaram a alternativa A,
acessos aos meios digitais sem deixar de valorizar a o gabarito, demonstrando a compreensão da tarefa
publicação impressa. Os estudantes deveriam pro- executada.
ceder à leitura do texto e fixar sua atenção ao segun-

80  SPAECE 2016


NÍVEL 10   ///  ACIMA DE 400 PONTOS

CC Reconhecer o efeito de sentido resultante do uso de recursos morfossintáticos e ortográficos em


artigos e letras de música.

CC Inferir efeito de ironia na fala do narrador em fragmentos de romance.

CC Inferir informação sobre o entrevistado em entrevistas.

CC Inferir o sentido de uma expressão popular em resenhas e o sentido de expressão em crônicas.

CC Reconhecer o conflito gerador do enredo em fábulas.

CC Reconhecer a finalidade de cartas do leitor.

CC Reconhecer o gênero crônica.

CC Reconhecer a relação de sentido estabelecida por conjunção adversativa em artigos.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  81


Leia o texto abaixo.

Rio Científico: inovação e memória

Por trás do Corcovado, do Pão de Açúcar e das outras muitas belezas naturais do Rio
de Janeiro, há muito estudo e história. Desde o século 16, a cidade é palco de importantes
desenvolvimentos científicos, cujos legados existem até hoje, na forma de quatro
universidades federais, dois observatórios astronômicos e também de muitos símbolos da
5 cidade, como a Floresta da Tijuca, a ponte Rio-Niterói e o Maracanã. Como uma espécie
de guia turístico, o livro, comemorativo dos 30 anos da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado do Rio de Janeiro (Faperj), mostra esse lado da cidade que os turistas – e mesmo os
cariocas – pouco veem. Afinal, não é de conhecimento geral, por exemplo, a existência de
um imenso hangar no bairro de Santa Cruz que serviu para pouso de zepelins, transporte
10 de ligação entre o Brasil e a Europa na década de 1930.
Ciência Hoje. Rio de Janeiro: SBPC, n 275, out. 2010, p. 77. (P100102E4_SUP)

(P100103E4) A
informação principal desse texto é
A) a beleza natural da Floresta da Tijuca.
B) a importância das Universidades.
C) o descobrimento de um hangar no bairro Santa Cruz.
D) o desconhecimento dos turistas sobre a cidade carioca.
E) o lançamento de um livro sobre a cidade do Rio de Janeiro.

A habilidade avaliada nesse item é a de diferenciar a


ideia principal das secundárias em um texto. Essa habi-
lidade demanda que os estudantes identifiquem a infor-
mação configurada como a central, em torno da qual os
dados acessórios se organizam.
Nesse caso, foi utilizada como suporte uma reporta-
gem que aborda o lançamento de um livro sobre as rea-
lizações científicas do Rio de Janeiro desde o século 16.
Os estudantes deveriam ter se atentado para o trecho
“Como uma espécie de guia turístico, o livro, comemo-
rativo dos 30 anos da Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), mostra esse lado
da cidade...”, compreendendo que esse é o eixo principal
e norteador do texto. Assim, aqueles que assinalaram a
alternativa E, o gabarito, demonstraram ter desenvolvido
a habilidade proposta nesse item.

82  SPAECE 2016


Sugestões para a prática pedagógica
Depois de conhecer e analisar os resultados Antes de iniciar um planejamento escolar, inde-
da sua escola e de suas turmas, é hora de pensar pendente da fase em que estamos, devemos estar
em metas e estratégias que visem à melhoria dos sempre atentos a uma perspectiva formativa, cujo
resultados alcançados, tendo como referência o foco é o processo e a aprendizagem dos estudan-
projeto político-pedagógico da escola. tes. Além disso, temos que considerar a flexibilida-
Esta seção apresenta algumas sugestões pe- de do projeto político-pedagógico e a possibilida-
dagógicas que podem contribuir para aprimorar a de de mudanças no planejamento escolar sempre
qualidade do trabalho docente. que for necessário.

1 Coletar e conhecer os materiais de orientação para sala de aula.

2 Comparar descritores/habilidades avaliadas nos testes do SPAECE 2016


com os conteúdos abordados e avaliados em sala de aula.

3 Elaborar o Plano de curso, com os conteúdos que devem ser trabalhados


durante o ano.

4 Comparar os resultados das avaliações internas com os resultados das


avaliações externas.

5 Relacionar os dados das avaliações com os conteúdos indicados no Plano


de curso.

84  SPAECE 2016


1 Coletar e conhecer os materiais de orientação para sala de aula.

Vamos reunir os materiais de orientação do trabalho escolar:

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

D1 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

D2 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

D3 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

D4 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

D5 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

D6 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

D7 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

D8 xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Orientações Livros e outros Matriz(es) de


curriculares materiais didáticos referência
da avaliação

É preciso conhecer, estudar e esmiuçar as orientações curriculares, que fundamentam o trabalho pe-
dagógico na escola, bem como a(s) matriz(es) de referência, que fundamenta(m) a elaboração dos testes
da avaliação em larga escala. Os livros didáticos e outros materiais são importantes no apoio ao trabalho
em sala de aula.

Comparar descritores/ habilidades avaliadas nos testes do SPAECE 2016 com os conteúdos
2 abordados e avaliados em sala de aula.

Vamos partir de um exemplo hipotético. Mas você deve seguir o que está previsto nas orientações
curriculares de seu estado:

ORIENTAÇÕES CURRICULARES MATRIZ DE REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO

1. Advérbios e expressões adverbiais / Reconhecer relações lógico-discursivas


conectores: presentes no texto.
MM Reconhecer os recursos linguísticos que
Identificar a tese de um texto.
contribuem para a progressão temática e
as relações de sentido em um texto. Estabelecer relação entre a tese e os
2. Coesão textual: argumentos que a sustentam.
MM Analisar recursos de coesão referencial
...
e lexical na construção de um texto:
sinônimos, repetições etc.
3. Argumentação:
MM Reconhecer os conectores que
contribuem para a construção do texto
argumentativo.
MM Reconhecer estratégias de
posicionamento do autor de um texto.
...

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  85


Elaborar o Plano de curso, com os conteúdos que devem ser trabalhados durante o ano. Essa
3 organização deve seguir o planejamento (p. ex.: bimestral, trimestral...)

Antes de partir para o planejamento de cada aula, você deve organizar os conteúdos que serão abor-
dados em sala de aula, durante todo o ano letivo. Para isso, vamos seguir o exemplo e destacar conteú-
dos considerados importantes para o desenvolvimento das habilidades destacadas:

PLANO DE CURSO
1º Bimestre: 2º Bimestre:

1. Advérbios e expressões adverbiais / 3. Argumentação


conectores:
• Reconhecer os conectores que
• Reconhecer os recursos linguísticos contribuem para a construção do
que contribuem para a progressão texto argumentativo.
temática e as relações de sentido
• Reconhecer estratégias de
em um texto.
posicionamento do autor de um
2. Coesão textual texto.

• Analisar recursos de coesão • ...


referencial e lexical na construção
de um texto: sinônimos, repetições
etc.

Comparar os resultados das avaliações internas (dados como frequência às aulas, nota de
provas, parecer, relatório e trabalho individual e em grupo) com os resultados das avaliações
4 externas (dados como participação, proficiência, padrão de desempenho, percentual de acerto
por habilidade).

CC Como os estudantes da(s) sua(s) turma(s) vêm desenvolvendo os conteúdos previstos em sala de
aula?

CC Você sente necessidade de modificar as estratégias de ação e planos de aula para um melhor
desenvolvimento dos estudantes em relação a esses conteúdos?

CC Para isso, recorra aos resultados das avaliações.

86  SPAECE 2016


AVALIAÇÃO INTERNA
Frequência, provas, testes, observação
Por etapa e turma

Língua Portuguesa – 9º ano EF Turma A4

Nota/Avaliação/Parecer sobre os estudantes:

• Estudante 1: 8,5

• Estudante 2: 6,0

• ...

Relatório geral da turma:

• Os estudantes, em sua maioria,


identificam a tese de um texto, mas têm
dificuldade em localizar os argumentos
que a sustentam.

• ...

Relatório por estudante:

• Estudante 1: dificuldade com


argumentação / identificação de
retomadas com pronomes oblíquos.

• Estudante 2: ...

DADOS DA DADOS DA
AVALIAÇÃO QUAIS RESULTADOS? AVALIAÇÃO
INTERNA EXTERNA
QUAIS AVALIAÇÕES?
ESCOLA SPAECE

AVALIAÇÃO EXTERNA

RESULTADOS DA ESCOLA NO SPAECE 2016

Retome a coleta e a análise que você fez sobre os resultados da sua


escola e de cada turma na seção Resultados alcançados em 2016.
Consulte também os resultados dos seus estudantes no portal da
avaliação.
A seguir, faça o que se propõe na Etapa 5.

4  Trata-se de um exemplo hipotético. Você deve utilizar os dados da(s) sua(s) turma(s) para realizar essa atividade.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  87


5 Relacionar os dados das avaliações com os conteúdos indicados no Plano de curso.

/// PARTE A  C  Resultados da Escola


Observe as competências e as habilidades desenvolvidas e em desenvolvimento pelos estudantes,
com base na proficiência média da escola, percentual de acerto das habilidades (da escola) e diagnóstico
interno (escola e turmas).

UM OLHAR PARA OS DIAGNÓSTICO DA PROJETO POLÍTICO-


DIFERENTES DADOS ESCOLA PEDAGÓGICO

Parecer da Escola Relacione as informações coletadas Plano de ação da Escola


. Escola e Turmas . nas duas avaliações:
Os conteúdos podem ser relacionados
MM São resultados similares? às habilidades não desenvolvidas?
Com base nos resultados das avalia-
MM As dificuldades apresentadas em
ções internas, identifique, junto com SIM!
sala de aula são as mesmas que
seus pares, as principais dificuldades Então vamos pensar em planos de
aquelas apresentadas na avaliação
apresentadas pelos estudantes em ação para o desenvolvimento conjunto
do SPAECE 2016?
relação aos conteúdos desenvolvidos desses conteúdos, competências e
MM Junto com os seus colegas,
durante o ano letivo. Para isso, utilize habilidades.
levante hipóteses para o que
as notas e relatórios.
vocês identificaram. NÃO!
Os planos de ação devem ser elaborados
para cada conteúdo. Vamos ficar atentos
De acordo com a proficência média para não desenvolver planos de ação
Retome o Plano de curso e relacione
da escola e o percentual de acerto para uma única habilidade, mas para
conteúdos e habilidades que não foram
por descritor/habilidade das turmas, um conjunto delas, relacionadas a um
desenvolvidos de modo apropriado:
identifique em quais habilidades os determinado conteúdo proposto nas
- Conteúdo 1
estudantes demonstraram maiores orientações curriculares.
Habilidade A - resultados
dificuldades.
Habilidade B - resultados Lembre-se de que todo o planejamento
... da escola é coletivo e tem como refe-
- Conteúdo 2 rência o projeto político-pedagógico!
...
É importante compreender a rela-
ção entre as orientações curricula-
res e as habilidades avaliadas pelo
SPAECE. As hipóteses levantadas no
diagnóstico poderão ajudá-lo nessa
tarefa.

88  SPAECE 2016


Esses dados já estão
prontos. Basta você
consultar as atividades
propostas nos roteiros de leitura
e interpretação dos resultados
alcançados.

/// PARTE B  C  Resultados dos estudantes


Observe as habilidades e as competências desenvolvidas e em desenvolvimento pelos estudantes da
escola, com base na distribuição desses estudantes por padrão de desempenho, no percentual de acerto
dos itens de cada estudante e no diagnóstico interno dos estudantes.

DIAGNÓSTICO DOS PLANO DE AÇÃO DO


EXEMPLO
ESTUDANTES PROFESSOR

O próximo passo será elaborar um De acordo com o padrão de desem- Agora é possível elaborar um planeja-
plano de ação de acordo com o de- penho em que se encontram, os es- mento pedagógico com base no Plano
sempenho dos estudantes. Para isso, tudantes apresentam dificuldades que de Ação da Escola e no PPP, obser-
utilize o diagnóstico já realizado por requerem intervenções de Recupera- vando as competências e habilidades
você na Atividade dos resultados das ção, Reforço ou Aprofundamento. ainda não desenvolvidas pelos estu-
turmas. dantes.
Ao pensar na sua sala de aula, você
deve propor um plano de ação que Apresentaremos, a seguir, alguns
contemple intervenções orientadas exemplos de habilidades, relacionadas
para estudantes com diferentes níveis às respectivas competências, acom-
de desenvolvimento de habilidades e panhadas por atividades pedagógicas
competências. e itens de avaliações em larga escala
que abordam essas habilidades. É im-
portante ressaltar que o trabalho com
os conteúdos curriculares pode ser
reformulado durante o ano letivo, com
vistas ao desenvolvimento pleno das
habilidades esperadas para cada eta-
pa de escolaridade.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  89


EXEMPLO 1
Competência:

CC Estabelecer relações lógico-discursivas.

Habilidade(s) não desenvolvida(s):

CC Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições


que contribuem para a continuidade desse texto.

CC Estabelecer relações lógico-discursivas marcadas por conjunções, advérbios etc.

Para auxiliar os estudantes a desenvolverem


a primeira habilidade indicada, é preciso refor-
çar o trabalho com textos que apresentem ele-
mentos de retomada, como sinônimos, prono-
mes retos, oblíquos, demonstrativos etc.
De maneira análoga, é necessário oportu-
nizar aos estudantes a percepção das circuns-
tâncias presentes em um texto, como causa,
consequência, tempo, lugar, dentre várias, por
meio da compreensão do valor de expressões
conjuntivas, adverbiais etc.

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I. ATIVIDADE EM SALA DE AULA

ASSEMBLEIA NA CARPINTARIA

Contam que na carpintaria houve uma vez uma estranha assembleia. Foi uma reunião das ferra-
mentas para acertar suas diferenças.
O martelo exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria que renunciar.
A causa? Fazia demasiado barulho e, além do mais, passava todo o tempo golpeando. O martelo
aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que ele dava muitas
voltas para conseguir algo. Diante do ataque, o parafuso concordou, mas por sua vez, pediu a ex-
pulsão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em
atritos. A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse o metro, que sempre media os outros
segundo a sua medida, como se fora o único perfeito.
Nesse momento entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou o seu trabalho. Utilizou o
martelo, a lixa, o metro e o parafuso. Finalmente, a rústica madeira se converteu num fino móvel.
Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembleia reativou a discussão. Foi então que o ser-
rote tomou a palavra e disse:
“Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com nossas quali-
dades, com nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos em nossos pontos fracos, e concentre-
mo-nos em nossos pontos fortes.”
A assembleia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial
para limar e afinar asperezas, e o metro era preciso e exato.
Sentiram-se então como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram alegria
pela oportunidade de trabalhar juntos.
Ocorre o mesmo com os seres humanos. Basta observar e comprovar. Quando uma pessoa
busca defeitos em outra, a situação torna-se tensa e negativa. Ao contrário, quando se busca com
sinceridade os pontos fortes dos outros, florescem as melhores conquistas humanas.
É fácil encontrar defeitos. Qualquer um pode fazê-lo. Mas encontrar qualidades, isto é para os
sábios!
(Fonte: http://metaforas.com.br/assembleia-na-carpintaria)

Professor, além do trabalho com a leitura e a interpretação desse texto, é importante abordar
elementos pertinentes às relações lógico-discursivas. Sugerimos atividades como as seguintes:

a) Na frase: “O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso,
dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo.”, o pronome destacado refere-se a qual
termo?
b) “Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembleia reativou a discussão.”
Qual é a circunstância expressa na primeira oração deste período? Como você a percebeu?

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  91


II. ITENS RELACIONADOS ÀS HABILIDADES

Leia o texto abaixo.

Backup de lembranças

O americano Gordon Bell, pioneiro da comunicação na década de 60, fez um experimento


consigo mesmo para mostrar como finalmente podemos escapar do esquecimento
biológico. Tudo começou em 1998, quando Bell decidiu digitalizar todos os documentos
de papel que guardava desde os anos 50: fotos, anotações de trabalho e até imagens
5 de suas roupas. No “ápice” do experimento, retratado em O Futuro da Memória (2009,
Editora Campus), ele chegou a gravar quase tudo o que acontecia na sua vida. Para isso,
usava uma microcâmera em seu peito que tirava fotos a cada 5 segundos, e carregava um
gravador para captar todos os sons que ouvia. Tudo o que Gordon lê num computador é
automaticamente repassado para um sistema que funciona como um Google pessoal. Lá,
10 ele consegue checar instantaneamente quando e com quem estava em dado momento,
e até encontrar o que aquela pessoa disse. “É ótimo ter um backup de memória”, diz o
pesquisador da Microsoft de 76 anos, que critica as técnicas de memorização.
Na verdade, há quem argumente que a cabeça é um dos piores lugares para se guardar
uma memória – ao menos se você quiser ser uma versão mais próxima do que realmente
15 aconteceu. Imagine que nosso armazenamento de informação é semelhante a uma trupe
de atores (os neurônios) interpretando uma peça. Cada um sabe somente suas falas,
que devem ser ditas após a deixa dos outros. Se um dos atores ficar doente, atrapalha a
peça, forçando os companheiros a improvisar. A metáfora serve para explicar por que, ao
recuperarmos algumas de nossas memórias, nós as fortalecemos, mas enfraquecemos e
20 esquecemos outras que não estão relacionadas. E (desculpe, Gordon Bell) não há arquivo
que combata isso.
Galileu. n. 241. Ago. 2011. p. 45. (P100037E4_SUP)

Nesse texto, no trecho “Lá, ele consegue checar instantaneamente...” (ℓ. 9-10), a palavra
(P100040E4)
destacada está no lugar de
A) microcâmera.
B) gravador.
C) computador.
D) sistema.
E) memória.

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Leia o texto abaixo.

Nada contra a gíria, bródi

O professor de Português é sempre o primeiro que se pergunta se a gíria é maléfica,


benéfica ou indiferente. “A língua corre risco com a abundância e a difusão da gíria?”,
perguntam os mais preocupados.
Não, a língua não corre riscos. Corre risco quem não sabe o lugar que a gíria deve ocupar.
5 Muitas vezes, a gíria é o oxigênio da língua, o fruto mais rápido e imediato da criatividade
linguística de um povo.
Frequentemente baseada em metáforas (relações de semelhança), a gíria tem forte
poder de síntese. Usar a palavra “bagaço” para manifestar o estado em que se encontra
uma pessoa ou um objeto dá bem a dimensão do poder de síntese e do caráter metafórico
10 dessa linguagem.
Então tudo bem com o uso da gíria? Vale em qualquer situação? Não, não e não. Ela tem
uso limitado. Certamente você não imagina que um determinado grupo social possa usar
sua gíria em qualquer situação ou lugar.
Em outras palavras, muitas vezes a gíria não é coletiva. Não abrange toda a sociedade.
15 Não há linguagem científica baseada em gíria. Não há linguagem jurídica baseada em gíria.
Não se escreve contrato em gíria. E não há dicionário universal de gíria.
E é aí que mora o perigo: se você limitar sua linguagem à gíria, pode ficar viciado e
acabar perdendo de vista a necessária referência que o padrão formal da língua impõe.
Em uma dissertação de vestibular, o uso de gíria é impensável. Nada contra a gíria,
20 bródi, mas tudo tem seu tempo e seu lugar.
NETO, Pasquale Cipro. Folha de S. Paulo. 18 jan. 1999. Folhateen, p. 5. *Adaptado: Reforma Ortográfica. (P090264C2_SUP)

(P090267C2) No trecho “... se você limitar sua linguagem à gíria,...” (ℓ. 17), o termo destacado estabelece
relação de
A) causa.
B) concessão.
C) condição.
D) consequência.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  93


EXEMPLO 2
Competência:

CC Distinguir posicionamentos.

Habilidade(s) não desenvolvida(s):

CC Identificar a tese de um texto.

CC Estabelecer relação entre a tese e os argumentos que a sustentam.

A competência “Distinguir posicionamentos”


é uma das que, de modo geral, alcançam per-
centuais de acerto mais baixos, nos testes das
avaliações em larga escala.
Há atividades bastante produtivas para o de-
senvolvimento das duas habilidades relaciona-
das – Identificar a tese de um texto e Estabe-
lecer relação entre a tese e os argumentos que
a sustentam –, como a indicada no quadro a
seguir. Cabe destacar a importância de perce-
ber a relação entre as atividades desenvolvidas
em sala de aula, de acordo com o planejamento
anual, e as habilidades verificadas nas avaliações
externas: os itens que se seguem à atividade
proposta ilustram essas habilidades.

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I. ATIVIDADE EM SALA DE AULA

SINAIS DA TERRA

O aquecimento global pode parecer demasiado remoto para nos causar preocupação, ou até
mesmo incerto – talvez apenas uma projeção feita pelas mesmas técnicas computacionais que
muitas vezes não acertam nem a previsão do tempo da semana que vem. Num dia gelado de inver-
no, poderíamos achar que alguns graus a mais na temperatura não seria tão mau assim. E os alertas
sobre as mudanças climáticas súbitas podem parecer uma tática radical dos ambientalistas para nos
obrigar a abandonar nosso carro e o conforto do nosso estilo de vida.
Talvez essas ideias nos consolem. Contudo, a Terra de fato tem notícias perturbadoras para
nos dar. Do Alasca aos picos elevados dos Andes, o mundo está se aquecendo – agora mesmo,
e depressa. Em termos globais, a temperatura subiu 0,6° C no último século, mas os lugares mais
frios e remotos se aqueceram mais. O gelo está derretendo; os rios, secando; e os litorais, sofrendo
erosão, ameaçando a vida de muitas comunidades. A flora e a fauna também estão sob pressão.
Não se trata de projeções, mas de fatos concretos. [...]
Há séculos derrubamos florestas e queimamos carvão, petróleo e gás, e despejamos na atmos-
fera dióxido de carbono (gás carbônico) e outros gases que aprisionam o calor mais rápido do que
as plantas e os oceanos conseguem absorvê-lo.
[...] Na verdade, o que estamos fazendo é pôr mais cobertores em cima do nosso planeta.
(Fonte: APPENSELLER, Tim. Sinais da Terra. National Geographic Brasil, setembro de 2004.)

Como no Exemplo 1, além da leitura e interpretação desse texto, é possível abordar aspectos
relacionados à competência “Distinguir posicionamentos”:

a) Indique qual é a tese que o autor desse texto defende.

b) Relacione dois argumentos utilizados pelo autor para defender sua opinião.

Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio  95


II. ITENS RELACIONADOS ÀS HABILIDADES

Leia o texto abaixo.

Integral ou desnatado?

A nutricionista Ana Beatriz Barrella [...] explica que a diferença entre leite integral, desnatado
e semidesnatado está na redução da gordura. Adolescentes devem optar por integral, já que a
gordura é um nutriente fundamental para o bom funcionamento do corpo e, se consumida dentro
das quantidades recomendadas, desempenha diversas funções, que vão de dar energia a manter a
temperatura corporal constante, além de proteger os órgãos vitais do corpo, entre outros benefícios.
Todateen. jan. 2011. Ano 16. n 182, p. 36. Fragmento. (P090700EX_SUP)

(P090700EX) A ideia defendida nesse texto é que


A) a gordura deve ser consumida em medidas recomendadas para trazer benefícios à saúde.
B) a gordura do leite integral é bastante reduzida em relação ao desnatado e ao semidesnatado.
C) os adolescentes devem consumir leite integral para o bom funcionamento do corpo.
D) os órgãos vitais necessitam de leite integral para que possam funcionar adequadamente.

Leia os textos abaixo.


Testes em animais
Texto 1
“Acho que não tem cabimento [fazer experimentos em animais], não importa o bicho! Isso é
um absurdo de qualquer jeito! Um animal também sente. E se fosse com você? Minhas amigas
compram vários cosméticos, eu também ficava louca para comprar quando ia à farmácia, mas
agora vou pesquisar e só vou comprar marcas que não fazem experimentos em animais. Temos
que lembrar que eles não são animais de pelúcia”.
Amália Garcez
Texto 2
“Eles maltratam muito esses animais. Se pelo menos tomassem mais cuidado, tudo bem, por
exemplo: evitar usar agulhas, dar remédios mais fracos etc. Cuidem bem dos bichos, eles sentem
dor na minha opinião”.
Ralph Assis
Disponível em: <http://migre.me/rOGo2>. Acesso em: 14 mar. 2014. (P090326F5_SUP)

(P090327F5) No Texto 1, qual trecho apresenta um argumento utilizado pela autora para defender sua opinião?
A) “Isso é um absurdo de qualquer jeito!”.
B) “E se fosse com você?”.
C) “... eu também ficava louca para comprar...”.
D) “... mas agora vou pesquisar...”.

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