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Mestre em Direito das Relações Sociais, sub-área Direito Empresarial, pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, Coordenadora e Professora do Curso de Pós-Graduação da Faculdade de
Direito de Itu e Professora de Direito Empresarial, Direito do Consumidor e Mediação e Arbitragem da
Faculdade de Administração e Ciências Contábeis de São Roque. Advogada.
1. Introdução
A presente pesquisa tem por objetivo apresentar a teoria geral dos contratos
iniciando-se com a origem etimológica e conceito de contrato, seguindo-se para os
princípios gerais dos contratos, sua função social e boa-fé objetiva. Posteriormente
apresenta-se a classificação dos contratos, sua formação e lugar, defeitos na
formação e extinção dos contratos. Em um próximo tópico faz-se referência ao
contrato preliminar, as arras, aos vícios redibitórios e a evicção seguindo-se para as
conclusões.
A metodologia de apresentação está dividida em tópicos, sendo que no
primeiro, apresenta-se a origem etimológica e conceito de contrato, seguindo-se para
os princípios gerais dos contratos, sua função social e boa-fé objetiva.
Posteriormente apresenta-se a classificação dos contratos, sua formação e lugar,
defeitos na formação e extinção dos contratos. Em um próximo tópico faz-se
referência ao contrato preliminar, as arras, aos vícios redibitórios e a evicção
seguindo-se para as conclusões.
O conteúdo descrito a seguir foi desenvolvido de forma a propiciar um fácil
entendimento dos conceitos apresentados.
para um fim qualquer. É o trato em que duas ou mais pessoas assumem certos
compromissos ou obrigações, ou asseguram entre si algum direito. 1
Contrato é o acordo de vontade entre duas ou mais pessoas com a finalidade
de adquirir, resguardar, modificar, transferir ou extinguir direitos.
Na definição de Ulpiano contrato “est pactio duorum pluriumve in idem
placitum consensus”, que em vernáculo significa “o mútuo consenso de duas ou mais
pessoas sobre o mesmo objeto”.
Clóvis Beviláqua entende por contrato “o acordo de vontade de duas ou mais
pessoas com a finalidade de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direito”. 2
Para Maria Helena Diniz, “contrato é o acordo de duas ou mais vontades, na
conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de
interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações
jurídicas de natureza patrimonial”. 3
Nos ensinamentos de Orlando Gomes “contrato é, assim, o negócio jurídico
bilateral, ou plurilateral, que sujeita as partes à observância de conduta idônea à
satisfação dos interesses que regularam”. 4
Na concepção moderna contrato é negócio jurídico bilateral que gera
obrigações para ambas as partes, que convencionam, por consentimento recíproco,
a dar, fazer ou não fazer alguma coisa, verificando, assim, a constituição,
modificação ou extinção do vínculo patrimonial.
1
LARROUSE. Grande Enciclopédia Larousse Cultura, Nova Cultural, vol. 7, 2004. p.1598.
2
BEVILÁQUA, Clóvis. Código civil anotado, vol. 4, Rio de Janeiro: Francisco Alves,1916. p. 245.
3
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. vol. 3. São Paulo: Saraiva, 2008. p. 30.
4
GOMES,Orlando. Contratos. Rio de Janeiro: Forense, 2007, p. 10.
5. Boa-Fé Objetiva
O Código Civil brasileiro também consagrou como princípio básico regente da
matéria contratual, a boa-fé objetiva.
É o que se extrai do novel artigo 422, que preceitua: "Os contratantes são
obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os
princípios de probidade e boa-fé."
A boa-fé que se procura preservar, prestigiando-se no texto legal, é a objetiva,
entendida essa como a exigível do homem mediano, numa aplicação específica do
critério do "reazonable man", do sistema norte-americano.
Não se trata, portanto, da boa-fé subjetiva, tão cara aos Direitos Reais, na
forma do artigo 1.201 do CC-02.
Destaque-se que, nesse aspecto, o Código Civil pode ser considerado mais
explícito, no prestígio à boa-fé, que o próprio Código de Defesa do Consumidor, UMA
DAS LEIS MAIS AVANÇADAS DO PAÍS, que consagra, indubitavelmente, o instituto,
mas não dessa forma tão expressa e genérica.
Esse “pedido” tem a natureza jurídica de aceitação à proposta feita por meio do
anúncio e como tal deve ser tratada.
Assim, se forem preenchidos os requisitos essenciais ao contrato, isto é, caso
alguém manifeste sua vontade no sentido de contratar antes da proposta feita ao
público ser retirada, o proponente ficará vinculado juridicamente aos termos da sua
proposta. Portanto, se o contrato for consensual, ele estará perfeito no momento em
que ocorrer a remessa da aceitação. Uma vez formulada a oferta ao público, o
anunciante fica vinculado à sua proposta.
Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar onde foi proposto.
11. Arras
Arras ou sinal são garantia do contrato preliminar, gerando presunção de
acordo final e tornando obrigatório o contrato.
Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de
arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser
restituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da principal.
Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por
desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as
deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e
honorários de advogado.
A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior
prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir
a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da
indenização.
Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das
partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as
deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais
o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar.
13. Evicção
A evicção é a perda total, ou parcial, da coisa pelo adquirente, por força de
decisão judicial baseada em causa preexistente a contrato.
A jurisprudência tem reconhecido a evicção mesmo quando a perda da coisa
não foi ocasionada por decisão judicial, mas por outro motivo, como apreensão
judicial, alfandegária ou administrativa.
Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta
garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a
responsabilidade pela evicção.
Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der,
tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do
risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição
integral do preço ou das quantias que pagou: a) à indenização dos frutos que tiver
sido obrigado a restituir; b) à indenização pelas despesas dos contratos e pelos
prejuízos que diretamente resultarem da evicção; c) às custas judiciais e aos
honorários do advogado por ele constituído.
Referências Bibliográficas
DINIZ, Maria Helena – Curso de direito civil brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2008.
COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de direito civil. São Paulo: Saraiva, 2007.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2007.
LISBOA, Roberto Senise. Manual elementar de direito civil. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2005.
VENOSA, Silvio Salvo Venosa. Direito civil. São Paulo: Atlas, 2008.