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4.7. DELTA DE DIRAC B CARGAS PONTUAIS 227 oe f Fo(*) av wf ff (xi + yj + 2h)Q5(a)5(y)5(2 — a) dadydz a i 5ly Ny [ated 6(z — a)dz +05] sane eee ae ile — aa ee +0k f” 4(«) ae 5(y) ay [28s ~ ade ou ainda, = Qak Exemplo 4.17. Encontre a densidade de cargas para as cargas apresentadas na figura 4.23. Figura 4.23: Duas cargas pontuais para a obtencdo da densidade de cargas em termos das deltas de Dirac. Na figura, vemos que a carga Q esté situada em 7 = ai+aj+ak, em coordenadas retangulares. Em coordenadas cilindricas, temos, através das expresses 1.30, 228 4. CAMPOS ELETRICOS, I: CONCEITOS FUNDAMENTAIS = V2? +y = Va? +0? = av2 y a 1 6 = arctg = = arctg — = arctg1 = — arctg 7 = arctg = = arctg] = 7 z=z2=0 ou seja, a carga esté situada no ponto P(aV2, 7, a). Em coordenadas esféricas, as equagées 1.36 nos dio r=VPt+yt2=Ve+e+a? ere 2 = arctg Y> © = tg t= tg 2 = tgl=— $= arctg eee arctg1 = 7 eacarga Q fica no ponto P(aV3, arctg V2, 7). A densidade de carga associada a essa carga fica 29(, 952) = Q5(x — a)5(y — a)5(z — a) erfi coordenadas retangulares, i 20(9.0,2) = Qolp — av) A — Dts — 0) em coordenadas cilindricas, e 29(F8, 8) = Qa(r — av 9) SE = seca V2) NE — 9) em coordenadas esféricas. A outra carga, —Q, esté situada em #_g = — em coordenadas retangulares, o que corresponde a uma densidade de cargas 9-a(2, 4,2) = -Q5(x)5(y + a)6(2) Em coordenadas cilindricas, ela esta situada em p= V2 4+y = Ve 0 = arctg - = arctg —00 = - a z=2z=0 4.7. DELTA DE DIRAC E CARGAS PONTUAIS 229 e portanto, 5(0+ 3) @-9(0,8,2) = -Q5(p — a) 2 4(2) E finalmente, em coordenadas esféricas, a carga —@ esté situada em raVe+yP+2=Ve=a 2 @= avotg . arctg & = arctgoo = 5 = arctg — = arctg -00 = —= = arctg 7" = arclg—oo = ~$ ca densidade de cargas torna-se (0 — 5) (6 + 5) 2-9(r,8, $) = Q8(r — a) ou, de forma equivalente, utilizando a fungio delta em cos 6, 0-078, 8) = Qatr — a) ERIE * BD A densidade de cargas total é a soma das duas densidades, ou seja, @=egte-g ou, em coordenadas retangulares, 9 = Q6(a — a)5(y — a)5(z — a) — Q4(x)4(y + a)5(z) Exemplo 4.18. Algumas distribuigdes de carga, apesar de nao serem forma- das por cargas pontuais discretas, podem ser eapressas em termos de funcées delta apropriadas. Com base nisso, eaprima as seguintes distribuigées conti- nuas de carga, utilizando fungées delta. a) Uma esfera condutora de raio R, contendo uma carga Q distributda de forma homogénea sobre ela. Neste caso, a carga esté situada a uma distancia R da origem e, para representar este fato, usamos a densidade de cargas 230 4, CAMPOS ELETRICOS, I; CONCEITOS FUNDAMENTAIS Q 0(7,8,8) = 25 5(r — R) (4.47) Podemos verificar esta expressio, integrando-a, o que deve resultar na carga total Q sobre a esfera, ou seja, jonww- [LES (r — R)r? sen Odrdbdg a —— 7 2m [ensayav = “a 76(r— Rar f vendo [ d¢ = oh con ol [62 - oh = (-1)] [24] =@, 7 [erseav ea que é a carga total, como deve ser. Aqui vocé poderia questionar por que razdo a densidade de cargas nao é 0,6) = G2z6(r— R) ao invés daquela que foi escrita, isto 6, Q 0(7, 0,0) = 2S ate ~ R) ‘A explicagdo vem do fato de que o fator Q 4nR? a densidade superficial de carga sobre a superficie da esfera, e assim, a densidade g, que é vo- lumétrica, pode ser obtida da superficial através da sua multiplicagao pela fungao delta apropriada, que “forca” a carga a estar sobre a superficie da esfera, isto 6, (7,0, 6) = (0, 6)5(r — R) 4.7, DELTA DE DIRAC E CARGAS PONTUAIS 231 b) Um anel de cargas de raio R no plano xy, com uma carga Q distribuida de forma homogénea sobre ele. Para este problema, podemos utilizar as coordenadas cilindricas ou esféricas. A carga esta distribuida sobre 0 anel de forma homogénea, a uma distancia R da origem. A densidade linear de cargas 6 o mR e, estando o anel no plano zy, z = 0, e a densidade volumétrica fica 0(p, 9, z) = 5(p — R)d(z) ou 00,0, 2) = ah ~ R)é(2) (4.48) Vamos verificar esta expresso, integrando-a sobre todo o espaco, o que deve resultar na carga total Q, ou seja, [omszrav = PE se aile - R) pdpdddz ou fe (r,6, 2) av -aie am pi(p — aye im 5(2)d. = sell” i olr,0,z) av = 2 on oo Qn e entéo, f[elnazrav =@ 7 Se quisermos usar coordenadas esféricas, devemos lembrar que o plano ay corresponde a @ = 3, e assim obtemos, para a densidade de cargas, 232 4. CAMPOS ELETRICOS, I: CONCEITOS FUNDAMENTAIS 5(cos 6 — cos $) (70,9) = A8(r — BR) ou seja, or, 4,6) = sopitr ~ R)é(cos 8) (4.49) Note que o fator R extra aparece para que a densidade tenha dimensao de carga por unidade de volume. Novamente podemos verificar se esta expressio esta correta, mediante a sua integragao em todo 0 espaco, o que resulta em [aaa = * LL Baste ~ Mtoos0) sen ddranay — Gf a Jo: 2aie ou Re a po [ eraeyav = -5o5 f r6(r— Rar [ B(cos9)a(cos6) [ db 1 ———. ii ‘ 5(cos 6)d(cos 6) [4]," -1 f “olr.8,4)dV = E assim, comprovamos que a densidade de carga esté correta. ¢) Um disco de raio R com uma carga total Q distribuida de forma homogénea sobre sua superficie, situado no plano zy. A carga Q esté distribuida sobre toda a drea do disco, ¢ assim, existe uma densidade superficial Q wR? O disco est no plano zy, e assim, a densidade fica 0(p, 8, z) = 05(z — 0) 4.7. DELTA DE DIRAC E CARGAS PONTUAIS 233 ou (0; 9,2) = —254(z) Fazendo a verificag&io por meio da integracio sobre o disco, temos fe (0,8, 2) dV = [ | i. [3 2 (2) pdpatde [ eto.aaav z -2f pin ao [ 5(z)dz - ffl or Foe Qk or hal [eo.2av =@ dV eo resultado da integral da densidade de cargas 6 a carga total, como deve ser. Em coordenadas esféricas, 0 disco esta situado em @ = % e, como ha cargas desde r = 0 até r = R, devemos dividir a funcao delta do angulo @ por r, e nao por R, como fizemos no caso do disco. Assim, 5(cos @ — cos €) | / alr, 9, d) = ou seja, alr,8,4) = —2,- (cos) Novamente fazemos a integral sobre o disco, para fazer a verificagao. = "QT [acaoa= [LL 25 Ae a [enone =< [ rar [ «cos sen eae dg (cos 0) r? sen Odrdddg 234 4. CAMPOS ELETRICOS, I: CONCEITOS FUNDAMENTAIS ae 7 [eroma = 15] f 5(cos 8)d(cos 6) [4]? 1 —_—_o R : ey |, Seos)a(oos0) Qn [eau =a Vg Obtemos como resultado que a integral da densidade de cargas fornece a carga total, como deve ser. 4) Um fio de tamanho L, com uma carga Q distributda de forma homogénea sobre ele, situado no eizo z. Vamos considerar que o fio se estende de z = 0 até z = L. Sobre ele existe uma densidade linear de carga dada por Q jo L A parte positiva do eixo z corresponde, em coordenadas esféricas, a 0 = 0, © que dé origem & funcao delta 5(cos @ — cos). Como existem cargas sobre todo o fio, e como a densidade linear definida acima tem dimensio de carga por unidade de comprimento, precisamos dividir a fungdo delta por r2, para corrigir a dimensio, e por um fator 2, para compensar a integral em ¢, isto é 5(cos @ ~ cos 0) o(r, 8, 8) = AS ou o(r, 0,4) = a 1 (cos 0 ~ 1) (4.50) Fazemos a verificacio, integrando esta expressio sobre o fio, ou seja, [ere oav = [ELE Sc: =) ,6(cos 0 — 1) 2 sen @drddde [ ere.eyav =< af a f° 4(cos 8 — 1) )eensae | a ou 48. MAOS A OBRA: LEI DE GAUSS BLINDAGEM ELETRICA 235 7 i olr,0,4)dV = ~s2ce [ 6(cos 8 — 1)d(cos )[4]2" 1 = ——. = sept [ leos0 1)d(cos 0) 20 [or.duav =@ 7 que resulta na carga total do fio, como é necessirio, Se o fio estivesse estendido de z = 0 até z = —L, no lado negativo do eixo z, o que corresponde a @ = 7, a densidade de cargas ficaria o(r,6,4) = A Alcos0- cos m) = 5(cos @ + 1) (4.51) Q L at Concluimos, das expresses acima, que nem sempre é facil perceber como escrever uma distribuicdo continua de cargas em termos de fungées delta de Dirac. E um processo muitas vezes baseado em tentativa e erro, mas é preciso ter em mente que a densidade deve ter dimensio de carga por unidade de volume e que a sua integral deve resultar na carga total contida no objeto. 4.8 Maos a Obra: Lei de Gauss e Blindagem Elétrica Nos exemplos 4.8, letra b, e 4.10, tratamos de situagdes envolvendo a lei de Gauss ¢ a blindagem elétrica provocada por um condutor metalico qualquer dentro do seu interior. De fato, mesmo que 0 condutor tenha duas superficies, uma interna ¢ outra externa, a carga ficaré localizada apenas na superficie externa, como mostra o exercicio 4.4. Isto pode ser comprovado através de duas experiéncias bastante simples, descritas a seguir. 4.8.1 Recipiente Metdlico e Lei de Gauss Na montagem desta experiéncia, vocé vai precisar do seguinte. 1. Um péndulo eletrostatico, como o montado na seco 3.4.1, ou um ele- troscépio, como aquele montado na segio 3.4.2.

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