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ARQUITETURA E URBANISMO

CONFORTO AMBIENTAL NAS


EDIFICAÇÕES

VARIÁVEIS DO CLIMA
ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA
VARIÁVEIS AMBIENTAIS X CLIMA
VARIÁVEIS AMBIENTAIS
RADIAÇÃO SOLAR
No movimento de translação, a Terra percorre sua trajetória elíptica em um plano
inclinado de 23°27’ em relação ao plano do equador.

É este ângulo que define a posição dos trópicos e isto faz com que os dois hemisférios
terrestres recebam quantidades distintas de radiação solar ao longo do ano,
caracterizando as estações pelos SOLSTÍCIOS DE VERÃO E DE INVERNO (letras A e C) e
pelos EQUINÓCIOS DE PRIMAVERA E DE OUTONO (letras B e D).
VARIÁVEIS CLIMÁTICAS
RADIAÇÃO SOLAR
Trajetória solar nas estações do ano
VARIÁVEIS CLIMÁTICAS
TEMPERATURA DO AR
É a variável climática mais conhecida e de
fácil medição. A variação da temperatura na
superfície da Terra resulta das grandes
massas de ar e da diferente recepção da
radiação do sol de local para local.
VARIÁVEIS CLIMÁTICAS
VENTO
O movimento do ar também sofre grande influencia da rugosidade da superfície. Em
geral a velocidade do vento aumenta com a altitude. Devido aos obstáculos
encontrados na cidade (como edifícios, por exemplo), a velocidade média do vento é
mais baixa que em locais abertos (campo). O tamanho dos obstáculos influencia no
gradiente vertical.
VARIÁVEIS CLIMÁTICAS
VENTO
VARIÁVEIS CLIMÁTICAS
UMIDADE
A pressão de vapor é a variável climática mais estável ao longo do dia. Resulta da
evaporação da água contida nos mares, rios, lagos e na terra, bem como da
evapotranspiração dos vegetais.
CONCEITOS BÁSICOS – TEMPO X CLIMA

Os fatores climáticos atuam de forma intrínseca na natureza. Esta ação simultânea


influenciará o espaço arquitetônico construído em termos de conforto térmico e visual e,
conseqüentemente, consumo de energia. Diferenças conceituais entre tempo e clima:

TEMPO: É o estado atmosférico em certo momento, considerado em relação a todos


fenômenos meteorológicos: temperatura, vento, umidade.
CONCEITOS BÁSICOS – TEMPO X CLIMA

CLIMA: Feição permanente e característica do tempo.


BIOCLIMATOLOGIA

Nos anos 70 os irmãos OLGYAY aplicaram a bioclimatologia na arquitetura considerando o conforto


térmicos humano e criaram a expressão PROJETO BIOCLIMÁTICO. Desenvolvendo o diagrama bioclimático
que propõe estratégias de adaptação da arquitetura ao clima.
CARTA BIOCLIMÁTICA

Em 1992, Giovoni, adaptou a carta bioclimática dos irmãos Olgyay, para países em
desenvolvimento e levou em consideração fatores construtivos das edificações e foi construída
sobre o ABÁCO PSICOMÉTRICO.
CARTA BIOCLIMÁTICA
ZONA DE CONFORTO
Temperatura entre 18ºC e 29ºC, umidade relativa variando entre 20% e 80%.
Zona que configura um ambiente agradável, onde as pessoas estão em conforto
térmico.
CARTA BIOCLIMÁTICA
ZONA DE VENTILAÇÃO
Temperaturas entre 29ºC e 32ºC conjugadas com altos e baixos índices de umidade
relativo do ar. Nesta zona o ambiente deve ser ventilado para que se possa melhorar a
ambiência urbana.
CARTA BIOCLIMÁTICA
ZONA DE RESFRIAMENTO EVAPORATIVO
O ambiente apresenta altas temperaturas conjugadas com baixas umidades relativas.
Para melhorar a ambiência do espaço interior nestas condições o mesmo deverá ser
umidificado com a redução da temperatura interna.
CARTA BIOCLIMÁTICA
ZONA DE MASSA TÉRMICA PARA RESFRIAMENTO
Nestas condições o ambiente deve possuir fechamentos verticais e horizontais com maior inércia
térmica para conservar a temperatura interior (conservar o frescor da noite).
CARTA BIOCLIMÁTICA
ZONA DE UMIDIFICAÇÃO
Temperatura na zona de conforto conjugado com umidade relativa abaixo de 20%.
Para melhorar a ambiência dos espaços interiores os ambientes deverão ser
umidificados (espelhos d’água, vegetação).
CARTA BIOCLIMÁTICA
ZONA DE AQUECIMENTO SOLAR
Entre 10,5º C e 14ºC, o uso de aquecimento solar passivo com isolamento térmico é o
mais indicado. Incorporar superfícies envidraçadas orientadas ao sol, aberturas
reduzidas nas orientações desfavoráveis. Entre 14ºC e 20ºC, pode-se utilizar junto a
inércia térmica, ela pode compensar as baixas temperaturas pelo armazenamento de
calor solar, que fica retido nas paredes da edificação.
CARTA BIOCLIMÁTICA
ZONA DE CONDICIONAMENTO ARTIFICIAL (QUENTE E FRIO)
Refrigeração: temperaturas altas com baixos índices de umidade relativa ou
temperaturas médias com altos índices de umidade relativa.

Aquecimento: ambientes com temperaturas inferiores a 10ºC devem ser aquecidos com
sistema de calefação artificial (lareira, radiadores, ar condicionado).
CARTA BIOCLIMÁTICA
CARTA BIOCLIMÁTICA
CLIMAS NO MUNDO
CLIMA POLAR
CLIMA FRIO
CLIMA TEMPERADO
CLIMA QUENTE ÚMIDO
CLIMA QUENTE SECO
CLIMAS DO BRASIL
TROPICAL

Verão quente e chuvoso e o inverno, quente e seco.


Temperaturas médias acima de 20º C.
EQUATORIAL

Compreende toda a Amazônia e possui temperaturas médias entre


24ºC e 26ºC, a chuva é abundante e bem distribuída.
SEMI-ÁRIDO

A região climática mais seca do país, caracterizada por temperaturas


médias muito altas (em torno dos 27ºC) e chuvas escassas.
SUBTROPICAL

Temperaturas médias situadas ao redor de 20ºC, com


chuvas fartas e bem distribuídas. O inverno é rigoroso nas
áreas mais elevadas, onde pode ocorrer neve.
TROPICAL ATLÂNTICO

Regiões litorâneas do Brasil, com temperaturas que variam entre 18ºC


e 26ºC, chuvas abundantes.
TROPICAL DE ALTITUDE

Temperaturas médias situadas na faixa de 18ºC a 22ºC, no verão


as chuvas são mais intensas e no inverno pode gear devido as
massas frias que se originam da massa polar atlântica.
ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS

VENTILAÇÃO DE CONFORTO

Maximizar a exposição da edificação às brisas do verão orientando


corretamente o projeto e empregando alguns recursos aplicáveis à forma
do edifício. Permitir a circulação do ar entre ambientes internos e entre
os ambientes externos
ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS

VENTILAÇÃO DE CONFORTO -
PROMOVER VENTILAÇÃO VERTICAL
O ar quente tende a se acumular nas partes
mais elevadas do interior da edificação, a
retirada deste ar quente pode criar um fluxo de
ar ascendente gerado por aberturas em
diferente níveis. Isto pode ser feito através de
diversos dispositivos, como lanternins, aberturas
no telhado, exaustores eólicos ou aberturas
zenitais.
ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS

RESFRIAMENTO EVAPORATIVO E
UMIDIFICAÇÃO
Consiste na retirada de calor do ar pela
evaporação de água ou pela evapotranspiração
das plantas.

CONSTRUIR ÁREAS GRAMADAS OU


ARBORIZADAS
A grama exposta ao sol consome uma parte do
calor na fotossíntese. Outra parte é absorvida
para evaporar água (evapotranspiração).
Cria-se então um microclima mais ameno que
refresca os espaços interiores da edificação.
ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS

RESFRIAMENTO EVAPORATIVO

Projeto:João Filgueiras Lima, o Lelé, Memorial Darcy Ribeiro, campus principal da UnB.
ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS

RESFRIAMENTO EVAPORATIVO DAS


SUPERFÍCIES EDIFICADAS
ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS

RESFRIAMENTO EVAPORATIVO DAS


SUPERFÍCIES EDIFICADAS

Da mesma forma como nas superfícies


gramadas, pode-se forrar as paredes externas
da edificação com vegetais (normalmente
trepadeiras).

A temperatura da parede é reduzida pela


evapotranspiração do vegetal e pelo
sombreamento da radiação solar.

Se as folhas forem caducas, pode-se aproveitar


o calor solar no inverno, efeito desejável em
climas com estações bem diferenciadas.
ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS

RESFRIAMENTO EVAPORATIVO
INDIRETO
Esta técnica consiste em soluções
arquitetônicas como a instalação de um
tanque de água sobre o telhado ou mesmo de
um jardim.

Com a incidência do sol, a evaporação da água


ou a evapotranspiração do vegetal retiram
calor da cobertura, resfriando a superfície do
teto. Assim, haverá a diminuição da
temperatura radiante média do ambiente
interior.
ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS

UMIDIFICAÇÃO
Quando a umidade relativa do ar é muito baixa (inferior a 20%), a
secura extrema do ar pode causar desconforto (mucosas ressecadas,
princípios de desidratação etc.).

Umidificar o ar através da evaporação da água de fontes ou espelhos


d’água próximos à edificação, de forma a tirar partido do microclima
que se criará em suas imediações.
ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS

RESFRIAMENTO ARTIFICIAL
Refrigeração dos ambientes:
climatização artificial de ambientes que apresentando
temperaturas elevadas.
ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS

MASSA TÉRMICA PARA


RESFRIAMENTO E AQUECIMENTO
Construir fechamentos opacos mais espessos e
diminuir a área de aberturas, orientando-as para
o sol.

A massa térmica pode acumular o calor recebido


pela parede durante o dia e devolvê-lo ao interior
somente à noite, quando as temperaturas tendem
a ser mais amenas (inércia térmica).

Em locais muito frios, isto pode ser fundamental.


Embora o ar externo esteja a uma temperatura
muito baixa, a isolação direta pode aquecer
substancialmente as paredes e a cobertura da
edificação.
ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS

MASSA TÉRMICA
ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS

MASSA TÉRMICA à AQUECIMENTO SOLAR


Parede trombe ou parede de acumulação
ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS

AQUECIMENTO SOLAR PASSIVO

Superfícies envidraçadas orientadas para o sol.


Aberturas reduzidas em orientações
desfavoráveis.
Aproveitamento máximo do sol no inverno.
ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS

GANHO SOLAR DIRETO


ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS

GANHO SOLAR INDIRETO


ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS

AQUECIMENTO ARTIFICIAL
Aquecimento de ambientes através de fontes de energia como
aquecedores, pisos aquecidos, lareiras e radiadores.
ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS

BRISES
REFERÊNCIAS

Eficiência Energética em Edificações. R. Lamberts, L. Dutra, F.O.R. Pereira. PW


Editores. São Paulo, 1997. Arquitetura e Clima.

Manual de Conforto Térmico. Anesia Frota e Sueli Ramos Schifer. Livraria Nobel
S.A. São Paulo, 2000.

Desempenho Térmico de Edificações (apostila). Lamberts , R.; Ghisi , E.; Papst,


A.L.; Carlo, J.C.; Batista, J. O.; Marinoski, D. L. ; Naranjo, A. 6ª edição, 2011.
Disponível em www.labeee.ufsc.br.

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