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43(b) Hesiquio, s.v. bios (a 127, 1.7 Latte) [B. 43 DK/ B.43 U/ F43(b) P] dbios: rico, como [diz] Antifonte no Acerca da verdade. 44(a) Oxyrhynchus Papyri XI n. 1364 ed. Hunt [99 B/ 118 S/ B.44A DK/ B.44 I-A U/ F44(a) P/ frag. B BDC] [Coluna 1 = 1-33 H(unt)] (das cinco primeiras linhas resta ape- nas a ultima silaba ou letra) Justia, com efeito, é nao transgredir as prescricdes das leis da cidade da qual se é cidadao. De fato, um ho- mem utilizaria convenientemente a justi¢a para si mesmo, se, diante de testemunhas, exaltasse as leis, mas sozinho e sem testemunhas exal- tasse as prescrigGes da natureza. Pois as prescri¢6es das leis sio impos- tas de fora, as da natureza, necessdrias. E as prescri¢6es das leis séo pactuadas e nao geradas naturalmente, enquanto as da natureza sao geradas naturalmente e nao pactuadas. [Coluna 2 = 34-66 H]. Trans- gredindo as prescri¢ées das leis, com efeito, se encoberto diante dos que compactuam, aparta-se de vergonha e castigo; se nao se encobre, porém, nao. Se alguma das coisas que nascem com a natureza é vio- lentada para além do possivel, mesmo que isso ficasse encoberto a todos os homens, em nada o mal seria menor, e, se todos vissem, em nada maior, pois nao é prejudicado pela opiniao, mas pela verdade. O exame dessas coisas € totalmente justificado pelas seguintes raz6es: porque muitas das coisas justas segundo a lei estio em pé de guerra com a natureza, pois sao dispostas por lei aos olhos as coisas que de- vem [Coluna 3 = 67-99 H] ver e as que nao devem; e aos ouvidos, as que eles devem ouvir e as que nao devem; e a lingua, as que ela deve dizer e as que nao deve; e as mos, as que elas devem fazer e as que nao devem, e aos pés para onde devem ir e para onde nao devem, e ao espirito, as coisas que deve desejar e as que nao deve. Com efeito, nao sdo para a natureza em nada mais afins nem mais préprias as coisas das quais as leis dissuadem os homens do que aquelas das quais per- suadem. Por outro lado, o viver e o morrer sao da natureza e, para eles, o viver é uma das coisas convenientes e 0 morrer uma das nao- Fragmentos convenientes. [Coluna 4 = 100-131 H] As coisas convenientes fixadas pelas leis, por seu turno, sao grilhdes da natureza, as fixadas pela na- tureza, livres. De fato, as coisas que produzem sofrimento, por uma correta razdo, nao sao proveitosas 4 natureza mais do que as agradé- veis; ndo seriam portanto em nada mais convenientes as coisas dolo- rosas do que as prazerosas. Pois as coisas convenientes segundo a ver- dade nao devem prejudicar, mas beneficiar. Agora, entao, as coisas convenientes por natureza (faltam as linhas 25 e 26; da 27 431 restam pequenas partes irreconstituiveis) E aqueles que [Coluna 5 = 132-164 H], tendo padecido um dano, se defendem, mas nao comegam eles mesmos a agir; e aqueles que fazem o bem a seus pais, ainda que esses Ihes sejam maus; ¢ os que concedem prestar juramento a outros sem que esses tenham jurado; e do que ficou dito poderia alguém encon- trar muitos outros casos de guerra contra a natureza, entre eles sofrer mais, sendo possivel sofrer menos; comprazer-se menos, sendo pos- sivel comprazer-se mais; e padecer o mal, sendo possivel nao padecer. Se, por um lado, algum socorro da parte das leis viesse aqueles que se submetem a tais coisas, ou algum enfraquecimento aqueles que nao se submetem ¢ se lhes opdem, [Coluna 6 = 165-197 H] nao seria inutil [DK: “sem proveito”/BDC e P: “que recusam auxilio”] o [DK e BDC: liame/P: obedecer] as leis. Por outro lado, parece, agora, nao ser suficiente para socorrer os que se submetem a tais coisas 0 justo que vem da lei, o qual, primeiramente, permite ao paciente padecer e ao agente, agir. E nem impedia entao 0 paciente de padecer nem o agen- te de agir. E, remetendo ao castigo, em nada é mais propicio ao que padeceu do que ao que agiu, pois deve persuadir os que vao castigar de que padeceu [DK: reclama para poder ganhar a causa/BDC: obter justiga por meio de iluséo]. As mesmas coisas, porém, se deixa ao agente negar. [Coluna 7 = 198-231 H] [Trecho muito danificado] [versao emendada por DK para as linhas 5 a 15:] [semelhante a UeP:] (faltam as linhas 1-4, na 5 aparece uma tnica letra) é mais (...) (...) tanto quanto ao que acusa a persuasao da acusagao, punir em favor do que padeceu bem como do que agiu. Da-se, pois, vitdria, Fragmentos 75 tanto por discursos quanto (...) (das linhas 16 a 20 restam apenas partes de palavras) [versao emendada por BDC para as linhas 5 a 13:] (faltam as li- nhas 1-3), a defesa é para o que defende aquilo que a acusa¢ao é para © que acusa; a persuasdo veio a ser antagonista ao que padeceu e ao que agiu, pois (...) 44(b) Oxyrhynchus Papyri. 1364 fr.2 + 3647 [B.44B DK/ B.44 I-B U/ F44(b) P/ frag. A BDC] [Coluna I = 232-266 H] (linhas 1-4: apenas algumas termi- nacées; linhas 5-17: apenas algumas silabas ou letras; linhas 18-30: vazias; linhas 31-34: apenas algumas termina¢6es). [Coluna II = 266-299 H] (...) [versio DK e U:] , nds os honramos e os veneramos; os que nao sao de uma casa nobre, nem os honramos nem os veneramos. Com isso, porém, [versio BDC e P:] (...) conhecemos e veneramos, as dos que moram longe nem conhecemos nem veneramos. Nisso, com efeito, [versdo comum:] agimos como barbaros uns em relagao aos ou- tros, enquanto por natureza todos em tudo nascemos igualmente dis- postos para ser tanto barbaros quanto gregos. E 0 caso de observar as coisas que por natureza sao necessarias a todos os homens: a todos sao acessiveis pelas mesmas capacidades, e em todas essas coisas nenhum de nés é determinado nem como barbaro nem como grego. Pois todos respiramos o ar pela boca e pelas narinas [versao DK e U:] e comemos todos com as maos. Fragmentos 77 [versio BDC e P:] e rimos quando nos alegramos [Coluna III] no espirito ou choramos quando sentimos dor; e pela audigao acolhe- mos os sons; e pela luz do sol com a vista vemos; e com as mios tra- balhamos; e com os pés caminhamos (...) [Coluna IV] (...) [verséo BDC:] segundo a medida do que agrada, cada um dos homens e eles em conjunto se reuniram e estabeleceram as leis (...) 44(c) Oxyrhynchus Papyri 1797 [B.44 cont. B DK/ B.44 I U/ F44(c) P/ frag. A BDC] [Coluna I] (...) do justo (...) 0 testemunhar a verdade uns aos outros é considerado justo e em nada menos titil para as ocupagées dos homens. Agora, porém, quem fizesse isso nao seria justo, enquan- to for justo nao ser injusto com ninguém, quando nao se padeceu injustiga. Pois é necessario que aquele que testemunha, ainda que tes- temunhe coisas verdadeiras, de algum modo seja injusto igualmente com 0 outro [versio DK e U:] e, a0 mesmo tempo, que ele venha a padecer injustica depois pelas coisas que disse [versio BDC:], ¢ padece em seguida injustica, pois est implicado em édio; ~ [versio comum:] é com isso, por causa das declaragées desta testemunha, é preso 0 acusado pelo testemunho e perde seus bens ou a propria vida, por causa de alguém com quem nao ¢ injusto. De fato, com isso é injusto, por um lado, com o acusado pelo testemunho, porque é injusto com alguém que nao ¢ injusto consigo; por outro lado, padece ele mesmo injustica da parte do acusado pelo testemunho, porque é odiado por ele, [Coluna II] ainda que tenha testemunhado coisas verdadeiras. E nao apenas pelo édio, mas porque deve guardar-se, todo o tempo, daquele contra o qual testemunhou, ja que subsiste nele um inimigo tal que hé de falar ¢ fazer 0 que puder trazer-Ihe algum mal. E parece que essas injusticas nao sdo pequenas, Fragmentos nem as do que padece injusti¢a, nem as do que é injusto. Pois nao é possfvel que essas coisas sejam justas e também o nao ser injusto nem padecer injustiga. Mas é necessario que ou apenas uma dessas possibi- lidades seja justa ou que ambas sejam injustas. E parece também que © processar, o julgar, o arbitrar, como quer que se os leve a cabo, nao sao coisas justas, pois a uns beneficia e a outros prejudica. Com isso os beneficiados nao padecem injustica, ao passo que os prejudicados pa- decem. (As duas tiltimas linhas nao sao reconstituiveis). [frag. B versio BDC:] (...) as leis (...) 44(d) Oxyrhynchus Papyri 111 414 [B.44 III U] [Coluna I]... do homem ou se deve considerd-la (a musica?) danosa. Um jovem deveria ocupar-se 0 minimo com algo que tal. Acerca dos poetas, a opiniao que tenho vou dizer, pois de muitos ouvi como é util conviver com os poemas que os antigos legaram. Dai, pois, ser também uma utilidade... [Coluna II] [Homero fala] acerca das coisas belas e das coisas feias, das justas e das injustas, acerca das coisas divinas e das que se passam no Hades, acerca da estirpe dos homens e dos lamentos fiine- bres. Parece conveniente, (pois, a todos os homens imitar exatamente isso]... [Coluna III] Nao conhecendo previamente algo acerca dos homens de outrora, convém escutar 0 poeta e me parece que um poe- ta pode tornar-se melhor por causa de outro poeta. Um varao... ACERCA DO CONSENSO 44(e) Fildstrato, Vitae sophistarum 1.15, 4 (2.17 Kayser = 500 Olearius) [B44a/ T2(b) P] Muitos sao seus discursos forenses, nos quais reside a terrivel elogiiéncia e tudo que deriva da arte, outros, porém, sao sofisticos e 0 Fragmentos 81 mais sofistico é 0 Acerca do consenso, no qual ha brilhantes ¢ filésofas sentengas sapienciais, solene narra¢ao, adornada com nomes poéticos e prolixas exposi¢des semelhantes as lisas planicies. As edigdes de Diels-Kranz e Untersteiner trazem ainda, a guisa de comparacao como titulo: Xenofonte, Memorabilia IV 4, 16 Mas lhe parece que o consenso é o maior bem para as cidades ¢ que nelas, muito freqiientemente, as assembléias dos anciaos ¢ os me- lhores vardes exortam os cidadaos a compartilhar do mesmo senso; e por toda parte na Hélade vigora uma lei que impele os cidadaos a ju- rar em sermao compartilhar do mesmo senso, e por toda parte proferem um tal juramento; eu, porém, julgo que isso acontece nao como se os cidadaos decidissem pelos mesmos coros, nem como se louvassem as mesmas flautas, nem como se fossem to- mados pelos mesmos poetas, nao a fim de se comprazerem, mas a fim de serem persuadidos a obedecer as leis, pois as cidades dos cidadaos que nelas perseveram tornam-se as mais fortes e as mais felizes; sem consenso, nem a cidade se cidadaniza bem, nem a casa se da belamen- te naquilo que é préprio da casa. Jamblico, Exhortatio philosophiam (Estobeu II 33,15) Acerca do consenso. O consenso, como 0 proprio nome quer de- monstrar, compreende em si convergéncia, comunidade e unificagao do mesmo senso; a partir dai, estende-se a cidades, casas comuns, todas as coletividades, bem como as casas particulares, e Pperpassa todas as nature- zas e consangitinidades, tanto as comuns como as particulares; e também compreende © acordo de cada um em relacao a si mesmo quanto ao Pensamento; pois aquele que é conduzido por um s6 senso e um s6 pensamento compartilha do mesmo senso consigo; divergindo de si quanto ao pensamento, porém, entrega-se a raciocinios desiguais e por Fragmentos 83 lec isso cai na dissensao interna; e, por um lado, aquele que persevera sempre no mesmo pensamento (durante o transitar do senso) é pleno de concér- dia; por outro lado, o errante, que com cambiantes raciocinios é arrasta- do por opiniao diferente, é instavel e inimigo de si mesmo. 45 Harpocracion, s.v. Skidpodes (s 28, 237-38 Keaney) [117 B/ 95 S/ B.45 DK/ B.45 U/ F45 P] “Pés de sombra” (habitantes fabulosos da Libia que tinham pés enormes e abrigavam-se do sol erguendo uma das pernas): Antifonte no Acerca do consenso. E um povo libio. 46 Harpocracion, s.v. Makroképhaloi (m 2, 169 Keaney) [116 B/ 94 S/ B.46 DK/ B.46 U/ F46 P} “Cabegas-grandes”: Antifonte no Acerca do consenso. Ha um povo que é assim chamado, do qual Hesiodo se lembra no terceiro li- vro do Catdlogo de mulheres. 47 Harpocricion, s.vv. hypo gén oikointes (y 8, 256 Keaney) [118 B/ 96 S/ B.47 DK/ B.47 U/ F47 P] “Os que habitam sob a terra” ( chamaria os que sao no- meados “Trogloditas (habitantes de cavernas)” por Cilax, no Périplo,e Catudeus (“subterraneos”) por Hesiodo, no livro Il do Catdlogo): Antifonte no Acerca do consenso. 48 Fécio, Lexicon s.v. theeidéstaton (th 48, 2.286 Theodoridis) [108 B/ 86 S/ B.48 DK/ B.48 U/ F48 P} O de semblante mais divino: tendo aspecto de deus. Pois An- tifonte no Acerca do consenso disse assim: “homem, que diz vir a ser, de todos os animais, o que tem semblante mais divino...” Fragmentos 85

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