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ATRANSICAO DA COR DO QUADRO PARA O ESPACO EO SENTIDO DE. CONSTRUTIVIDADE “ou a tnt transcio co quadro para 0 espaso co rego em 1959. Havia eu ent cheyudo a0 uso Ae houses ores, ao branco princpalmente, com duas sores deere: as, omate os trababon em qu wsava uma 30 son pads emiuma ou dua dite nt, 4 meu ver, nfo sinificavaso. imenté ume depuraego extrem, rasa vmnada deconsciéns 9 expaco como elemento ‘orient ato, insinuanderse, 3, conceit de tempo. Tue @ due cra ates urdo, Ob {ainbém suporte parn o ato e a'esitatuta dd plaeane, formate cm Cemeto Integra eabsouua nessa estrutna ase Adfana,fedeedi ae gacontro dos panos cia limitagio da propria cures so quadro. Paralelamentesequese a propria ropa da for ma retangalar do quacro, Ras fnvenedes, gue 80 lates quadrades¢agerem ao muto (0 em de lago)'a cor aparece Hum 30 tom. O problema exrtural da or apresentae por superposgbcs; seria a ver caldade da Sor ne espe, & oa sstrulurapio de superpesigdo. A cor expessé agus ato Snico, a duracdo que puss as exiemidades do sero, ae Dor sia vez feha-se am si mesmo ese cura’ percenes a6 Mo ou ase anstermaremraevo, Hi enlaore aes cr mada, aque est exports vsdo, una ues dar eames das postertores, que se sucdem por bale. Agu eto das lsc, pura iim, atenica que st transforma em epee S40, Inlesracdodasdhss.o que srs importante fwurcioen te, Vem eniaoo principio: “Toda arte vecdadcien sions so antificial yi wee = mesma.” F pois a técnica também de ordem fisica, ‘GenisiveTe transcendental. A cor, que comega a agit pelas suas ropriedades Fisicas, paso campode sarncl espns esac BOSE atte, ¢ por cia do artist fe Ocamt ‘eve aqui consettalmente, mas que se expresia; sua order, ode-se dizer entao, € puramente transcendental, O que digo, ‘ou chamo de “uma grande ordem da cor”, nio € a sua for: malacio analitica em bases puramente fisicas ou sia mas a inter-elapdo dessas duas com o que quer a cor expres: sar, pois tem cla que estar ligada oua uma dialética ou a um fio'de pensamenios ¢ iceias inwitivas, para atingir 0 seu Maximo objetivo, que € a expresso, Considero esta fase da maxima importincia em relacdo a0 que se segue, e sem tua compreensio creio que se torna dificil a compreensio da dialeice da experiencia que denomino como estruturas-Cor no espaco eno tempo. ‘A cheuadaii cor inica, a0 puro espaco, ao cemne do aus- Aro, me conduziv s0 proprio esparo tridimensional, j& aq ‘oom © echado do sentido ¢o tempo. Ji ndo qucro © suporie do quadro, um campo u priori onde se desenvolva 0 “ato de pintar”, mas que a propria estrutura desse ato se dé no es ‘Bago e no tempo. A mudanca nfo é s6 dos meios mas da Dropria concepsao da pintura como tal; & uma posicdo ra al em relacao & percepeao do quadro, &atitude contempla ‘va que 0 moliva, para uma percepgao de estruturas-cor no espaco € no tempo, muito mais ativa e compleia no seu seati- do envelvente. Dessa nove posisio e atitude Foi que nasce- ram os Niileos © 0s Penetrdveis, duas concepsces diferentes mas dentro de um mesmo desenvolvimento, Anies de cheger 40 Mucieo € 40 Feneiravel, compus uma serie que se const- tuia jf dos elementos desias das concencdes, mas ainda concentrados numa pega sé, suspensa no espago. Esta série & ndo $6 a primeira no espace, mas também a primeira a mani- fesar os Tundamentos conceituals, plsticos ¢ esprituals do ‘Niacleo © do Penetravel. ‘Miicleo, que em geral consiste numa vatiedade de pla- cas de cor que se Organizam no espaco tridimensional (és ve- zes até em nimero de 26), permitea visdo da obra no expaco SI ee (clemento) eno tempo (tambem elemento), O espectador gira ‘sua volta, penetra mesmo dentro de seu campo de 2¢40. A ‘isfo estitica da obra, de um ponto s6, nao a revelard em to- talidade; 6 uma visdo elelica. 14 nos Nucleos malt reoentes © espectador movimenta essas placas (penduradas no seu (10) ‘modificando a posigao das mesmas. A visio da cor, "vis20" ‘aqui no seu seatido compkto: fisico, psiquico e espiritual se desearola como um complexo fio (desenvolvimento nuclear ‘dacor), cheio de virtualidades. A primeira vistao que chamo de desenvolvimento nuclear da cor pode parecer, co € em. certo sentido, uma tentativa de wabalhar somente no sentido. da.cor tonal, mas na verdade situa-se em outro plano muito diferente do problema da cor, Pelo Fate de partir esse desen- volvimento de um determinado tom de cor e evoluir até ou- tro, sem pulos, a passagem de um tom para o outro se dé de mancira muito sutil, em nuansas. A pintura tonal, em todas as €pocas, tralava de reduzir a plastlcidade da cor para un. tom com pequenas variacdes; seria assim uma amenizario dos contrastes para integrar toda a estrutura num clima de ‘serenidade; nto se tratava propriamente dito de “*harmoni- zacdo da cor”, se bem que ndo.a exclulsse, & claro. O desen volvimento nuclear que procuro nao éa tentativa de “ameni- 2at’" 6s conirastes, se bem que 0 faca em certo sentido, mas de movimentar virtualmente a cor, em sua estrutura mesma, JH que para mim a dinamizapio da cor pelos contrastes se fachi esgotada no momento, como a jusiaposigdo de disso- Mantes Ou a justaposigao de complemeatares. © desenvolvi- mento nuclear, antes de ser “dinamizardo da cor”, & a sua duracao no espaco ¢ no tempo. E a volta a0 mulled de eor, ‘que comeya nx procura da sua luminosidade intrinseca, vir tual, interior, alé o seu movimento mais estitico para a di ragao; como se ele pulsasse de dentro do seu nicleo e se de- senvoivesse. Ngo se trata, pois, de problema de cor tonal Dropriamente dito, mas, por seu carater de indeterminaclo (que também preside muitas vezes 0 problema de cor tonal), de uma busca dessa ‘‘dimensio infinita’” da cor, em inter” relajdo com @ estrutura, 0 espaco ¢ o tempo. O problema, além de nove no sentido plistico, procura também e princl= palmente se firmar no sentido puramente transcendental de simesmo, No Peneiravel, decicidamente, a relagto entre 0 espec- ador ¢ a estrutura-cor se dé numa intcgragdo completa, pois 2 oe ve virtualmente é ele colocado no centro da mes. Aaui a ‘iid ei do adcleo pote ser considerada come wna visgo [lbol Su ever, poo aus a cor se Gecnvolve cm panes Sertcals e horizontals, nd chao © no telo. O teoy due TO nicl ainda funciong como fal. apesig da cor tambern o tn, aul Eabsorvido pela esrutra,O flo dedesenvalv tment etuturalsor se desnrola au acreseida de novas Viaualidades, cto ms completo, en o sentido de enval- iment ating b seu augee a sua ustiieacdo, © semido de een oval queseinsmuou nas inveny@ee segs S°yon plenitude da valoriayao-de todos os Tecantos do Pe ‘etravel, inclusive o que € pisado pelo espectador, que’por sua vez ja s transformou no “eescobrigordu—obra”, ‘desvendando-a paric por paric, A mobilidade Gas placas de Ser smatore mas complea do que np nvleo move! ‘Aeriagao do penstrave permtigeme w invensao dos projons ee tio corgisioy de panei etrenencon rare chris tachindo ao de serido veel (poemes) Unde Bo puscey pion siete Ears process totes En’maguela Tara setem consiricos ao al livre © 3t0 Stes: a0 publico, emt forma de ards. No primeio frail Clside Cove) ak been sspecapars i cae sce ashie peuainiedic comnts onan eigenen Gisdeatmecinae cacpords opriee ara mim a lovengaodo Peneirdvelalem Ge gerar @ Gos pro: Jats. abre compe para ua ogi compleamenteiexplo- oie tre dace uriesnngal emearimer clea este Can yee aly ks datocs cause. 4 Hévein no setidg de remsfoumar 9 que hi de imediato na ‘Yylncia couldlane-em nao-imediato; em el tolls relagto ‘de representardo e conceituarlo que porventura haja carre- ‘gadoem sia arie.O sentido de arte puraatinge aqui sua jus- tifleagdo ldgica, Pelo fato de ndo admit 4 arte, no ponto a ‘que chegou seu desenvolvimento neste século, quaisquer gagbes extrasitticas 20 seu contedlo, chega-se ao sentido {de pureza, “Pureza"’ significa que ja no € possivel o concsi- to de arte pela arte", ou tampouco querer submeté-la a fins de ordem politica ou eligiosa. Como diria Kandinsky no Bs- Biritual na Arte, taisligaydes e conceitos 36 predominam em fase de decadéncia cultural ¢ espiritual, A arte € um dos Pindculos da realizaco espiritual do homem e # como tal que deve ser abordada, pois de outro modo os equivocas sto ite: 3 viliveis, Trata-se pois da tomada de conscigncia da pro- blemétiza essencil da arte endo de um enclausuramente em qualquer trama de concelios ov dogmas, icompativels que Sto com aprépriactieao. Enguanto para mim o> primeicos aécleos s8o a culal- nnincia da fase anterior das primeiras estruturas no espago, © Denetravel abre novas possiblidades ainda ndo exploradas Aeniro desse desenvolvimento, a que se pode ciamar cons tnutivo, da arte contemporines. Um exclarecimento se fa? Recessdrio aqui, sabre'o que considero como “‘construtivo™. Marie Pedrosa foto primeire a sugerc de que se tata ect experiéacia de um navo.construtirimo, ecitio sx esta urna enominay2o mals ideal ¢ importante ‘para 2 consideragao Atos problemas universais que desembocam aqui através dos Iitiplose sucessivos desenvclyimentos da rte contempora- tendéncia, porem. € a de abominar os tnecs"™ 0. is pederiam retomar como indicaglo 2 relaglo com cerics Wises” do passado imediato da arte moderna GCabenesse caso reconsiderar aqui que see consiruivismo, {que foi esse termo usado para a experience dos russos de ‘vanguarda em geral (Tatlin, Lissstky e mesmo Malevitch) ¢ para Pevsner e Gabo em particular. que publicaram inclusive © Manifesto do Construtiismo. Ore, apesar das ‘histtiam entre o que se far hoje eo Constr ‘lo ereio que ce jutificaria +6 por feo 0 tem" ivigmo". O fato real, porém, & que se toina Inadidvel ¢ ma reeomsidévaggo do Lermo "‘eonsuulvismo" ‘on “arte constrativa”™ dentro das novas pesquisas em todo 0 mundo. Seria pretensioso querer considerar, como o fazem tebticos eerticos puramente formslistas, come comsirutiva somente 2s obras que descendem dos Movimentos Constrit vista, Suprematisia e Neoplasicista, ou seja, a chamada ar te geoméurica™, Lermo horrivel« deploravel (al a superficial formulagio que o gerou, que indica claramente 0 seu sentido formalista, 4 of mais claros procuram substituir “arte asométrica” por ‘are construtiva”, que, creio eu, poderd abranger uma tendéncia mais ampls na arte contemporsnen, indicando no uma relacHo formalde idias e soligbes, ras uma iéenica estrutural dentro desse panorama. Consirutivo Seria uma aspiregdo visivel em toda a arte moderna, que apa- Tece onde nao esperam os formalisias, incapazes que s40 de fugir ds simples consideragSes formals. O seatdo de cons: st trugto esta estritamente ligado & nossa tpoca. E logico que 0 spirit de consrueo frutificou em todas as épocas, mas na fossa este espiito tem um carater especial; alo a sspeciali- ddade formalista que considera como "construtivo'’# forma Beomtirica nas ates, mas © espirito getal que desde © apare- Cimento do Cubismo e da arte abstrata (via Kandinsky) ani- mma 0s criaderes do nosso stculo. Do Cubismo sairam Male- vitch, Mondrian, Pevsner, Gabo etc: j& Kandinsky lancou. bases definitivas para a arte abstrata, bases estas puramenie construtivas. Houve o ponto de encontro entre’os que deriva- ram do Cubismo e as trorias Kandinskianas da arte abst tornando-se quase impossivel saber onde ym influenciou o ‘outro, tal a reciprocidade das influéncias. B esta sem davida 4 epoca da construeso do mundo do homem, tarefa a que se eniregam, por maxima contingéncia, os artistas. Considero, pois, construtives os artistas que fundam novas reiacdes es” {ruturais, na pintura (or) ¢ na escultura, e abrem novos sen- tidos de expago e tempo. Sto os consirutores, construtores da estrutura, da cor, do espago edo tempo, os que acreseen- tam aovas visdes emodificam a mancira de ver e sentir, por tanto os que abrem novos rumos na sensibilidade contempo- rnea, os que aspiram a uma hierarauia espritual da cons- trutividade da arte, A erte aqui nao sintoma de crise, ou da 4poca, mas funda o préprio sentido da thus acrcs copii baseando st nos diaisligados ao mando flsico, psiquico ¢ esp dda qual se compoea propria arte, Dentro dessa vis8o podem- se considerar como consirutivos artistas tao diversos no seu ‘modo formal, e:na maneira como concebemn a génest de sua obra, mas ligados por um liame de aspiracSes tho gerale uni- versal e por isso mesmo mais perene e vilido, como: Kan- dinsky ¢ Mondrian (os arquiconstrutores da arte moderna), Klee, Arp, Tauber-Arp, Schwitters, Malevitch, Calder, Kup- ka, Magnell, Jacobsen, David Smith, Brancusi, Picasso ¢ Braque (no Cubismo, que aparece como um dos movimentos mais importantes como forca construtiva, que getou movi- mentos como Supremafismo, Neoplasticismo etc.) tambem Juan Gris, Gabo e Pevsner, Boccioni (principslmente 1a es- cultura revelase hoje como’0 antecessor dos construtivistas € Max Bill), Max Bill, Baumelster, Dorazio, o escultor Etienne Martin; pode-se dizer que Woks fo\ “‘construtor do indeterminado" Pollock, o construtor da “hipera¢io”, ha 8s 98 artistas que usam os elementos do mundo mineral para senstruir (nfo os do “novo realismo”, pols estes, coms fez vet Matio Pedrosa, nio se revelam pela “coassragso mis pelo “deslocamento transposto” dos objetos do mundo fisico pare o campo da expressao, enquanto que os comstcy, lores transformam esses elementos (peda, metal) em cle. ‘menios plasticos segundo a sua vontade de ordem construc a), ¢ entre ns, mesmo, hi o caso de Jackson Ribcico; ha os {gue constroem a cor-movimento como Tinguely, ou tae, formam aescultura numa estrutura dindmico-espacial, como Schoffer: Lygia Clark, caja experiencia pietérica contribul ccisivamente para a transtormacio do quadro, principal. ente quando descobre o que chamou *azio ples”, cra a estrutura transformavel (*Bichos”) pelo movimento gerade ‘elo prOpric espectador,sendo a pioncira de uma nova ett. {tara ligada ao sentido de tempo, que ndo so abre um novo, ‘ampo na escultura como que funda uma nova forma de ex Pressio, ou seia, aquela que se di na transformagio estrute- tal ena dialogacao temporal do espectador « da obra, numa Fara unido, qué a coloca no nivel dos grandes erisdore Louise Nevelson € a coasirutora dos espdeos muds dos sitesi Yves Klein, 0 construtor da cor-luz, que 10 se despojar a Policromia. milenar ca pintura chegou as “Monsco. las", obras fundamentsis na experiéncia da cor e com a5, ‘quais Restany observou relagdes com a minha experiencia {lige € previso considcrar que o despojamento do quadro até ‘hegar d um COr, OU quase@ 880. verifica-se em VArios ati ‘as, de varias maneiras: em Lygia Clark (Unidades) e nas mi has UnvencBes com um cardter estrutural, que Lente a0 ¢s- em Klein ha um meio-termo entre a avo tridimensional Yontade monosrdmica do espayo tridimensional. ¢€ presse potar que chiegou as famosas esponias de car dem arstas como Martin Barré ¢ Hércules Barsoti predomina a endén. sia que preside a transformaydo do "espaso brance”” que co. mesou com Makvitch, ¢ se ransformiou no campo de sel formal com 0s concrcios, ¢ pura apo plena, 1a chezade 20 braaeo-lua purificador, propondo eaminhox tentadores para 4 Sua evolusio: a posicgo de Aluieio Carvdo se assemelha d de Klein no que se refered alternncia entre o quade ¢a ce Pressio no espago, mus diferindo profundamente como ait fede ética tedrica — amen ver ‘ende a uma lactlidade da ‘cor quando s¢ lanca na fascinante déia de pintarUjolos ecie 36 peo ‘Vos, chegando intutivamente ao sentido de “compo da cor”, livrando'se da implicdncia da estrutura do quadro e chegan’ do a cor pura a que aspirava; em Dorazio hi a procura de ‘microestrutura-cor através da luminosidade cromaticaligade 4 fragmeniagdo micrométrica do plano do quadro em texlu- ‘a; € preciso notar que a luminosidade, ou melhor, o sentido de cor-luz é geral nessas experitncias, inclusive em Lygle Clark, quando usa o preio, que al no & “negasto da Iue"" ‘mas uma ‘luz eicura” em contraponto as lishas-liz em branco que regem 0 plano estruturalmente): ha certos artis. {as que constrocm esculturas que se relacionam de tal modo & iegrarem nela, como André Bloc i Willys de Castro, que propde um novo sentido de policromia nos seus “objet0s ativos”, dentro de problemas de refracao da luz que ataca de outro miodo em te- lagdo ao que ja fo feito, nex., por Victor Pasenore; enfim, ‘ilo quero caialogar historisamente nem dizer que eal ciel todos os construtores, pois falarei somente sobre os que inte Fessam ce uma maneira ou outra A transigao do quadro para ‘© cspavo ou a uma nova concepedo de estruturas no espace ¢ ‘HO tempo, OU Que conseguem sintetizar certos problemas que surgiram ‘na evolucdo da arte moderna; hé ainds, p.cr., Amilcar de Castro, que integra polaridades: estruturas rieo- osas @ uma matéria indeterminada, ou mals recentemente usa a cor no sentido esculidrico — forma com Lygia Clark ¢ Jackson Ribeiro o trio dos grandes escultores brasileicos de Vanguarda, tal o sentido altamente plistico das suas obras Gonsidero-o.0 metaescultor brasileiro, pois situa-se na fron: ‘onde se encontram escultura e Gor, rigor ¢ indetermi ‘havdo); que dizer de Auguste Herbin, 0 grande primitive da ‘consirugio, cujas teorias de cor revelam-se hoje importantes Dara os que querem desenvolver a policromia; ¢ Delaunay, ‘um dos mais puros srtisia: do século, campeao da cor, 4 ‘quem reverencio comovidamente — como ndo 0 considevar lum consirutor, no sentido mais rigoroso do terma? (foi, na Verdade, um grande construtor da cor, ou melhor, o grande arquiteto da cor no nosso século); Fontana, criador do Espa- ialismo, cujas teorias sdo importantes na dalética da trans Formagao do quadro, actescidas de uma rica e multiforme experitncia; Albers, que desenvolveu 0 espaco smibivalente do quatro na fase de homenagens a0 quadrado, pela super. osicio de planos de cor que possuem relagdo fundamental 7 como proprio quadrado do quadro,¢ nas gravuras em peto lanes (Cossinlordey tens wanepe pate corpo ba ‘xp dlemeton big aticio eeics daee txperéncian ra Bauhavs Ke for opera asa esis ce ‘mentos em certa face de (036° da qual o quadro mais inpar- tte oe pos lo Bn Sigg ain va ble tir ecpaca-eirutral, saneeacesenetote quadro t- apt ituamse at mas nova experince do Pte, term ‘ic wsado para uma divesficagaa de obra, tis como ae 4 Agten Glove cinttice: Tomi, Kebachi (Colbmi de Reever, Latders, Jacobsen, Toads, Lyi Clark. (Cont elevcr¢ Catulos), Di Teara; Vasarely eietimo petri), Vancongerbe sto noms imporantes ur me osorrems nos EUA cartor pintorercomagem realizar sites importa {es llc de Yalag ces peor de oor os out ‘rita Tas SIE pcclada diet contr cetrtare tore espero. No diet ds Dore Ashion © copaye honingls ‘ho prolongs vituniments para rds Ga cl tal a tendensie {oc poama a cxraviaris. As grandes pincladasconsroet™ pabelaefes tomes ea pepecn ceiaepeceres, igvande enta sltccar atruers'e sor epago ¢ esto Go lat — Magh Raibko, 20 comtrio de De Rooning, ato Tende o pte Oat co cero curio, mas 5 un Imgbibdade comemplatva, onde” semstidade a nudism equillrsrae comm pertarbedora snvualidade da or, Enguano Yves Kicin, pk, redus oquadre a moro mils amundando-te fm, Rotiko quasechega & monoco- Tai, ais pio oes es cn prc eeado Go cae troy A poo de Cavvao assemehase 4 de Rothko, spear di experiencia ds ilo; mas a reveréncia ao quadro © 0 Seniidodetartidade a cr os aproximam bastante. Rocko feng, no enanto, # monuenaldade da cor, ¢ 0 que 0 co: Ioce rum plano realmente nual €o sentido que da cor de “Socpo™, decor-cor'ayinde cana sa maxima lumino- sidade, asm ns babos tons. O-quadro € enzo também “Sornd dor Expagoeesruura sao subsiiios davon” tade Ge cor, de saa necesndade de incorporago. Mark To- tey ransforma em extra pisia tod a apt do pio. (Cor etruturasespago se concatename se expres aves Sec una verdndsraesrtura, que oa se spresnta Sb forma immeten,subgrwcingo ata em fragmenta ors cre ese ansionma em signo de epayo. Supera empreo que 58 sin nd pnt ei, sunt [Eewmo se fora sina planta, faz a perfeita unit de todas as et pela ep heme Sehr iaomemnnc mente, Speen te cee sa frerectee teen ieee gece Grace ote a epee rere ey Bade neccentus irs dager SPSnetmar vvnsas,atraves de impulsos quate resp an eee pa epg po Eley berms ot eee ieee eecereea cee ee oan eg Saat t mettre eee an teen eet Eo tae pears eeeer ag ncenamearasspoctcsagea = cen oremeatnen moderna. Se De ahd — ee de a a eee anraaae eee adeiro abalo sismico na propria estratura do quadro. & fa- pipet peg Sarwan aaice eae hima: Tastee trom ge Bicester i cons Seti ated serpasaia a Beate ancensoecresnios ies as end nha pada Sener incur moden Rpts See iriearmisaen amen iereciu arene sacea mee tee cai fame Soe serdar tera octe Seca etre te Rensianriteis nan lns mechepemst Seerian wave saeera re ira sore oe eee irene races fe sanntesieese ccna 9 inteiro. Reduz 0 quadro 20 “campo éa hiperagao”, primeira condicio para que ja seia uma arte do espaco, da estrutura, dda cor. sendo que 0 tempo nasce ai da dissonandia entre a ‘ago 2. sev campo de exprestAo (extensa do quadro). preciso accntuar que 0 clemenio de sintese, impor- taniissiio no momento presente, aparece em alguns desses artistas, mas em outros, mesmo que construtivos, apenas se insinua’ Hé os artistas que realizam uma sintese geral de cer~ {os movimentas conterspordneos da expressao plastica; ou ‘0; abrem novos caminhos, mas por iso mesmo ainda nao Fealizam ume sintese, nem das suas experigncias individuals, ‘nem dos caminhos da arte. O que criam, porém, é fermento ‘da arte fulura, que nada deve 20 passao imediato na sua {unia anticaltural. Ha outros, ainda, que nfo so procuram ‘uma nova maneira de se exprimir, mas que também as- iram a uma grande siatese que englobe 0s pensamentos, oF Conceltos e a6 aspitacdes mais getais da arte de hoje, Essa ‘grande siniese pode ser apenas ealrevsta em c2rios artistas € fm cetios movimentos, € serdo sempre os constritores que melhor a reaizardo, pois cue a época da destri dos de espaco, estrutura e tempo, relacionados & pereencd0 haturalista nas artes, ja passou. De poste de um manancial riquissimo de elementes plistico-criatives, que se renovam ¢ surpreendem cia a dia, os artistas que enirevéem um futuro desintese na arte de agora rejubilamse na sua fatra constru- tora, dando a esses elementos esparscs ¢ multformes 0 seu sent de forma. © conceito de forma, aqui, #4 possui outro Cardter, pois que os elementos que a constiiem 920 $40 05 Iradicionais, Tigados a uma concepeao analitica do espaco, do tempo c da estrutura, A coniradigdo sujcito-odjcto assu- me Outta posigdo nas relacoes entre © homem € a obra. Esse relagdo tends a superar 0 dialogo contemplativo entre espec- tador e obra, dialogo em que ela se consitula numa dualida- de: 0 espectador buscava ra “forma ideal”, fora desi, © que the emprestesse cocréncia interior, pela sua propria “‘ideali- dade", A forma cra entao buscada ¢ burlada numa dasia de encontrar 9 eterno, infinito ¢ imovel, no mundo dos fenome- ‘os, finite e camblante, © espectador situava-se entdo num ponto estatico de receptividade, para poder iniciar 0 estabe- Iecimento de um didloge, pela contemplagio das formas ex- pressivas ideais, om @ obra de arte, cujo universe sintéti osrente Ihe provia & tao Duscada asia de infinite. O “quay 60 BS ro seta, pos, o suporte de expressto contemplaiva onde Stxpectador,o homem,realiza asa vontade desintese ent 8 gue inelerminad © mutivel ( mundo dos objet) © Sd pirate de nfirto,alrvde da transpose tmagtica isscstuctinos ebjetos para. pace das formas eats Seria hide o quadro, eva concepydo ea sua englobecdo do mun- Foe clad sii, 40 se anspor park 9 c poardade em rlae40.20 s0, escten da caprenao através de inabens, ligne aa formas GEE? inaldes pelo. proprio exjeto, logrando assim, pelt sremtaarao de dualidndesujato-sbjco, & a resolu (ale iernancla), Neste seculoarevolued que se vetlicou o-cam- po ds art est inumamente lida As tansformapbes que Scontecen sess feagao fundamental daexienea humana. Sina quer osalsto(espectador) resolver sa contradicao gm relaito a0 objeto pela pura contemplacto, Os eampot dt Senaibiidadee daintaigdo se alargaram, sua visho domundo Se aeagou, tanto. dreqao de uma conceprao mictocesmica Somos de outta macrocosmuca, Ciencia Pslcologie evo- iniram vertiinosamentesuperasdo posed de alternancia Que caracetizava-o homem clic frente ao monde. Que & hide o mundo para o artista ciador? Com estabelece’re- {avdes comele? Duns poses bem dfinidasaparesem na - SOluqdo dese problema: aquela ha qual o artista pare crit mereulht no munco, fa sua microestrutura, ea sua reallda- | Hee determinads pelo movimento divinaterio microcesmico unui dent dese mundo; noutra a qual ais Mo desea dilirse ¢ entrar em copula com o mundo, mas uct car ese mundo, ca sua residade soria‘uma super fealdade baseada no conceito de absolto, que ndo exclu tambem um movimen’odivinatorio, que agu J poss ut Carder macrocovmico, Tanto numa quanto noiira haa ten- dtnda em superar a “alterranca’” entre aparéncia © Ea, fluc sc colocam aqui como nivels de um mesmo proceso den- tio da ealdade, Seria ino a rardo profunda que ext por | tris du formulagao de Herbert Read, de que enquante arte | antenor se consutuia nama representoao, « moderne terde \ a ser uma apresentagdo. Forma entdo uma sintese de ele- ‘enios tas como espayoe tempo, ctrutra cor, que serzo- bizam rexiprocamente, Quando ama ecallora come 1 Clark, pox’ aricula wiaegalos, culos, webs dence do uadtado, sua preocupagio, co que faz, ¢busar une ue 6 tura que se desenvalva no espaco ¢ no tempo, sendo que @ Jonna ¢ apreendida na medida em que esses clementos en tram em a6, ligados nesse caso & partcipaydo do especta do. Triangulos, clreulos e quadrades nao sto 0 “im for. mal” dessa escuitura, mas elementos que sriam a estrutura, gue ao se desetivalver no espago eno tempo se realiza Como forma. Jé umn pintor como Wels, pick cujos eementos S20 totalmente diferentes dos de Clark, aoplra tambem a criagao de uma estrutura; es uma declaragao sua: “Quantidade ¢ tatida JA nfo s8o a preocupagao central da maicmatica eda ncia..aestrutura emerge como a chave da nosta sabsdo tia e 0 controle do nosso mundo — esirutura mais do que medida quartitativa ¢ mais do que a relagdo entre causa ¢ éfeito."” A sua seria uma microestruturs em cua apreensd0 formal entram os elementos espaco-tempo e cor num didlozo élemamente moval éentro do quadro, © coneetto de forma, PO}s, (oma um sentido totalmente novo nas ctiasbts contem: yordbeas, seudo arealizagao formal conrequénca da criagdo de uma csirutura que se desenvelve no espayo € no tempo. Ese problema requer estudo mals longo e detalhado, que Bo pode ser feito aqui, principaimente sobre a evolugso do auadto, a sua transformagdo agora pars ume arte do es aco edo tempo. AS reconsideragdes sobre 0 “sentido de constrativida- e” et visto de uma nova sintese nos levam a achar perfeita- Mente aceidvel a proposta de Mario Pedrosa quanto's deno- minagio de ‘nova construtivismo" para essas erperéncas ¢ se “construtores” para os artistas nels empenhados. Pedro si € © grande critico, ¢ entre nds © mais autorzado em e- Jacto as criapdes de vanguarda, sendo sua posigio a mais ideal para julgi-las, pelo fato de ser esta nlorsestiria nio- dogmitica, fugindo 20 mesmo tempo do ecletismo pelo seu

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