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€omo usar nna sala de aula ‘como usar AEs SUAS na sala do aula ‘como usar AS HISTORAS .QUADRNHOS na sala de aula ogels Raa Walon Vega orgs) como usar AUTEATUAA INFANT na sala de aula como usar Auisica na sala de aula como usar ATaEWShO na sala de aula Mares Napotine| ‘como usar 0 Joma na sala de aula ‘como usar On4D10 na sala do aula onsen ‘como usar OTEATIO na sala de aula evra mee ‘como usar OUTRAS UNGUAGENS na sala de aula Como usar o cinema na sala de aula Marcos Napolitano editoracontexto ‘O CINEMA FA ESCOLA 0 CINEMA EA ESCOL PRORLEMAS E POSSIDILIDADES. As novas inguagens no ensino ¢oeinema na sala de aula 0 cinema pode ser considerado uma “nova inguagem cente- niria, pois apesar de haver completado cem anos em 1995 a escola (0 descobria tardiamente, © que no significa que o cinema nfo fa pensad, desde o sus primérdios, como elemento edueativo, sobre- tudo em seapo as massastrabalhadoras important lembrat que este live ir se coneentrar nas pos- sibilidodes de tabalho escola com o cinema comercial ego on ‘documentro) eno nos videos educativos ou nas produsdestelevi- sais, Portato, vamos analisar ediscutir obras que no foram pro- Auras dtetamente para o uso ditico em sala de aula, mas para 1 fruigo exttca na Sala de proj. Obras que fram produzias para chamada “pelicula de filme e depois convertidas para o fr- ‘mato Vs ou mvp, © que, digas, tem permitdo o seu uso escolar ‘com maior aildade, bastando possur uma rv e um videoeassote ‘om aparelho de ovo, O filme, ness sentido, “éprvlzido dentro de lum projet artistic, eukurl de mercado ~ um objeto de cultura para ser consuinido dentro da liberdade maior ou menor do mer- feada”(aLnins, 2001; 7), Trabalhar com o cinema em sala de aula 6 ajuda escola a reencontar a cultura ao mesmo tempo cotiiana © clevada, pois o cinema & campo no qual a este, 0 laze, ideo- Toga eos valores sociais mais amples st sinteizados numa mesma ‘obra de arte. Assim, dos mais comercaise descompromtidos 20s mais sofisticados e “difices, oF filmes tém sempre alguma pos- sibilidade para o trabalho escolar. © importante & 0 professor que queicatrabalhar sistematicamente com o einema se pergotar: qual ‘uso possvel dest filme? A que faixa eta escolar ele & mais adequado? Como vou abordar 0 filme dentro da minha diseiplina ou ‘um trabalbointerdiseiplinar? Qual a cultura cinematogtica dos meus alunos? Enfim, estas e outras questdesserdo recorzentes ao sang deste livzo, na tntatva de sistematizaralgumas possibildades de uso do cinema na sala de aula ena esperanga de que professors «alunos deseubram outrastantas, Eko cinema isin hi algun temp pr eros pe ‘estes, poo motes dese fl ds ane 98,3 sh rcetomente ‘so wrgids alga propos tas setetiadeque on © Frese No camps dat emaniade xn oe nail Bg, agus ares tents apie pr ali que mo apes in “erpaeo cred, "ini de lie, slab ses semen ‘eprfrmance consi do pesoge oscil gussets ‘iomagen es ples ecomposo cen inn en a0. ‘mraeToogrfs)Esetabulhosqueesaadesalse, Acreage posi memo onrofsrsr lasso meio cnaahico lmettepeitzad,nearporar cinema sl deans en eet ‘sears de fn mt ae docs repent poe ne ‘spin dum extn oo alana dese Cnn de pagum pts emu ends aman mists pas eis pore (Sas ncesrias cada urs ote siagio pen em rence "Noda aconas an, M001 29), A utiliza do cinema na educagio 2 ¢imperante pegs ta par a ago gue a mga et ge poder anv a em slo vio Tandametl parte ‘ead ultra ko rptiders tivuigatore de conbecimenazs ms Fas, nits vers jdt, desde) (MED, 204) A utilizagdo do cinema na escola pode ser inserids, em linhas eras, num grande campo de atuagdo pedagégica chamaéo “midia ‘edueagdo” (se.0m, 200). Embora © conceito de midi-educagao ‘ja mais plicdvel & chamada “eonunicagto de masse” (elevisio, LBITURA COMPLEMENTAR 1 Material ste cinema esos deen pla Fada de Deseovimeno da Edad So Pa No comes da cada de 190, a Pandas ara» Des ‘eivimento da Eeenso, ign a0 govern de So Plo, esol marie de eeate sore wo cinema em ‘aude ans pjsoreacltet, No pana dia de tira ipertinca desc aia, quc eto dic 80 6 Sia pune telah ca oe erasers ceo opr uma refcro ue js ptva pra neces de Fear ainguge Hic oust esa em ie ‘Fea deseaidsos eps terse es Quadro a quadro Aen experi, refer «debate sobre ate ecu, trtisinaets ood ce wo ep eat Ligdes com cinema (textes) +: Reine ttn que expe a cori dt chen “opto ras dws soe tons panos sbsesendo ‘sages itera Go einem em 8 Lar, istirne Geoprafe 12: Reine ets gue ample os pata sh {anor popamas aces quo da ema ds qu ‘re dogo darlene nx, come Sexe con slayer repo 1+ V-3 Rese tex ie esta infra e ees de ‘egoriado icin esevs tits aprxinand Sines as oes tans ns ges qu nts a re ‘Snomningfnoeemcom cvs vaadnsper veloc 1 V4: Rete tes sabe o enema de aningto sor lo ‘ha hintin, enn expres, pos de prose e pero. B Videos + Rerand han) Breve apahads ds oxigen do cinema, com ens ines Imports desenimenia date Senne, + Cota oor (30) receio pb paso crn tar uta ds ngage ‘Sirentogreesablsendo sar aaa expects, {ar hee compas com as malas rio © as nc ~ Teenologias de Informagio e Comunicagto, como ‘um todo, o cinema, enquanto indistra cultural, também € uma foe- ‘ma de midia moderna, volta cada vex mais para um espectador formado pelasnovas ie, a menos nas suas expresstes mais popu= Jares. A peculiaridade do cinema & que el, além de fazer parte do ‘complexo da comunieagi eda cultura de massa, também faz parte «da indstia do lazer e (ado nos esquegamos) constitu ainda obra de arte coletiva e teenicamente sofisticada. O professor nfo pode ‘esquecer destasvérias dimenstes do cinema go trabaar filmes em atvidadesescoares. E preciso levar em conta uma stwayopsicolgica muito peculiar ‘todo espectador de cinoma, que ooorre erm mice ou menor gra “0 cinems & sempre ego, epto engendrada pela verdad da me- 1 (.) 0 eapectador nunca W8 cinema, v8 sempre filme O filme & um ‘tempo presets, seu tempo ¢o tempo da projet (a.04, 2001: 4). Esta earacteristica implica uma relaedo muito empética do especta- ‘dor com o filme a que ass, A Tendéncia & que oaluno (mesmo © professor reproduza una cert stuardo psicossocal taza pola cexperiénia na sala de projego (ou na Sala cascira de video) para a sl de ala, Portant,& preciso que o professor ate como mediador entre a obra eos alunos, anda que ele poco inerfirenaquelas dus horas migicas da project. As primeirasreagdes da classe podem ser de emogio au di, de envolvimento ov dislictncia. As difere {es expoctativas ¢ exporigncias coidianas dos alunos ao asitrem aos filmes secé © primeiro passo em relapdo 4 atividads “cinema 1 sala de ula A parte desta primeira manifestago€ preciso que © professor atue como medindor,ndo apenas preparando a classe antes do filme eomo também propondo desdobramentosaticulados ‘outtas atividades, fontese temas. No capitulo “como assisira um filme na sala de aula”, iremos desenvolver melhor essas quests. [Essesaspectos so importantes pois, mesmo reconhevendo que 0 ‘so do cinema na sla de aula procure reacionar a escola & cultura cotiiana mais ampla, ese tipo de atividadendo deve se diuir nea, ‘apenas reproduzindo as expecatvas, formas ¢lturas que opera- ‘os cotidianamente, Se fos assim, a escola seria desnecesséria. E preciso que a atividade escolar com o cinema vi além da experitn- ia ctidana, porém sem negi-la. A diferenga € que esto, tendo © profesor como meditdor, deve propor leituras mais ambiciosas ‘lem do puro laze, fazendo a ponte entre emogae zo de forma ‘mais dreionada,incentivandoosluno ase tomar um espectador mais cexigente e ertico, propondo rlapdes de conteide/linguagem do ‘le com o contd escolar. Este € 0 desafo. ‘Ua das jusificatives mais comuns para 0 uso do cinema na ceducagdo escolar & a ideia de que o filme “ilustra” © “motiva” ‘hunos desnteressados ¢ preguigotos para o mundo da leitura. Particularmente, acho que esta ideia dove ser problematizada. Em primeira lugar, 0 desintresse escolar & um fatorcomplexo,envol- ‘endo axpectos instituconas,culturaise socias muito amplos © ‘ose reds insuticiéncias da escola edo profesor, stricto sensu Claro que as insuficigncas e os problemas desses dos elementos so relevanes, apenas nfo explicam, por si 0 dosntresse ea crise da escola nas ultima décadas.Fatres educacionnis mais amps, ‘como a desvalorizagdo da insituigio escolar por parte do Estado © ‘do conhecimnto escolar por parte da sociedad fem que pesem todos ‘06 disurses contririos), a crise de autoridade como um todo © 0s problemas de formagdae valorizagio dos profssionais da educagdo ‘to fitores que no podem ser neligenciados e fogem dos limites est vo, Apenas eteramos nossa posigdo:o uso do cinema (ede ‘outtos recursos didticos “ggradiveis”) dentro da sala de aula no itd resolver cise do ensino escolar (sobre no aspecto motiva- ‘¢), nem tampouco substiuir © desnteresse pel palavra esrita [As competineias e habilades om tomo desta, na minha opin, ainda dever sero eixo do trabalho escola, mesmo perpassadas por ‘uta linguagensfundamentas do munde moderno, como a audio- Visual, iconogrificae sonora ‘Quanto mais elementos da relaedo ensino-aprendizagem esti ‘mularem o interese do aluno quanto mas a alfabetizagzo, 20 sentia tradicional da expresso, estivor avangada, tanto mais 0 tuso do cinema na sala de aula sera otimizado. Esta & uma pre- Imissa importante, pois nfo eoncord com ceria propostas de uso de recursos e fones de aprendizagem inovadoras como férmalas smdgicas de salvado da escola. Além disso, devemos ter euidado ‘om modelos prontos de uso de novasTinguagens a sala de aula, (importante & qu, valendo-se de sstematizapio bisica ede toes conslante de experigncas, todo professor e toda escola eriem seus prépries mecanismos e procedimentos e, mais importante ainda, refit coletivameate sobre eles. (© CINEMA NA EDUCACAO ESCOLA\ ‘© PROBLEMA DA ADEQUAGAO E ABORDAGEM DO FILME NA ESCOLA ‘Ao escolhor um ou outro filme para incluir nas suas atvidades escolares, a professor deve leva em conta.o problema da adequaco © da abordagem por meio de reflex prévia sobre os seus objelivos eras espesficos. Os fatres que costumam influir no desenvol- ‘Yimnto-ena adequaga das atividades so: possibilidades téenicas «© organizativas na exibiglo de um filme para a classe; atieulagio ‘om o curricula cio contedo discutdo, com as habilidades desja- dase com os conceitosdiseutids; adoquacto faa erin etapa ‘specifica da classe na relagho ensino-aprendizagem, Possibilidades tgenicas eorganizativas [Evidenemente, ato se tata de condisionar 0 uso do cinoma na escola a existénci de condigdes ideais de reprodupio daexperigncia dentrode uma salad cinema adequada, com tela projetor, polronas confortives, pipoca, arcondicionado e som estérea. Hoje, 0 pro- blema da fala de recursos téenioos para 0 uso dito do cinema ‘as escola piblics brasiliras jt est paticamenteresolvide, ao ‘menos nos grandes centos. Nas eseolas partculares,obyiamente, esse problema é menor tnda, Pratcamente todas as escola tm 20 ‘menos umn aparetho de televisto acoplado a um videocasset. Isto basta para viabilizarmos nossasatvidades com filmes? A rine sim, Mas alguns problemas podem surg. (0 mas corriquito é descobrit, em cima da hora, que o video, 0 aparetho de r ov ames, esto quebrados. Para evita este pruble= ‘ma, que pode ocasionar una pequona ebcido entre os alunos, basta ‘verficar as condigdes des aparethos de reprodusio anes de planejar as atividads, ‘Outro problems comam &planear 0 uso de um flme que voce, professor, assistiv ha dez anos, achou maravilbso e adequad para 2 sua mun ima da bora, que ele esta fra de calogo oun existe em nenhuma locador em um raio de com quildmetos. Para evita a substtugfo improvisada do filme, basta mapear com anteceéncin su existéncia no seu bairo ou na cidade (on em acerves de videotcaspiblicas cu privadas). ses das tipos de problema so bisicose simples, ese dlluem quando o professor planeja suas atividades e assume o us do cine- ‘ma como atvidade sistema, ‘Mas cxistem algunas dificuldades tnicas mais complicadas. Por exemplo, famosa incompatiilidade entre aula de cingueata minutos e filme de duas outs horas. Mais adiante vamos desen- volver melhor algumas sugestdes de procedimento com relaga0 sso, Dias slugées bisiew: ou se consegue negociar a aula de Dutra professor (quem sabe empregando um filme de manera ine terdisciplina) oxo professoreinét uiliza sua “auladebracinha” Detalharemos mais adante como & possivel lidar de ouras formas ‘com este problema, conforme os recurses ¢ as posiblidades do trupo de alanosenvolvidos (Outro absticulo sempre complicado & a inadequagio da sal de aula para a exibigo de filmes. Seja porgue a tlevsto & muito PPequena para o tamanho da sala, se porque a luminosidade fens 7 strapalha a visualizasdo da tela do aparctho de 1 sa porque 0 barulho externa difcuta a concentagao, Mesmo em algumas ‘scolsparticalres, com mais recursos e que reservam um espa- ‘0 especiice pars a sal de video, esse tipo de problema ocorre, Pos elas nto prestam a devidestengto na adequagdo deste ambiente A exibigio de flmes. ‘importante é conhecer os limites ¢ as possibiidade tenicas antes mesmo de planeae suas atividades diditice-pedagogicas com ‘cinema. A displieéncia do professor em relagio a esses pontos, parentemente banais, pode invabilzar au prejudicar © uso do ‘inca na sla do al, Articulagio com o curriculolconteido, habilidades © ‘concetos Existe outro nivel de problemas e possibilidades do uso do cine- ‘ma na sala de aula © em projetos escolaes, que & a atiulagio com eds eatogorias isieas da relago ensino-aprendizagem escolat cerriclatonteid, hbilidades ¢ conceit. 1) Contd curricula 0s filmes podem ser abonlados confor. meostemasconietidescuricularesdas diversas dis ‘que formam as grades do ensino fundamental e ml, tan- to piblico como particular. Mais adiant vamos detalhar as. possibiidades de abordagem por dsciplina,além de propor flguns temas gue podem ter um enfoque interdisiplinar, ‘em falar nos temas transversnis defnidos pelos ross, que fneontram material abundaate no aryumento, no rtsiro & nas situnpbes representadas nos filmes. +b) Hibiidades ecompettncas otrabalho sistemiticoearticulado com les em sala de alae projetosesclaresrelacionados) sud a desenvolvercompeténciasehablidades diversas, ais ‘como leitura ¢elaborago de textos; aprimoram acapacidade rarrativaedescriiva; decodifcam signosecésigosnioverbais, sperigoamacritividade artista eintlectualdesenvolvem. ‘ copscidade de critica sociocultural e politico-deolgiea, sobretudo em torn dos tpions mide indie ultra, Mais ‘speiimente, lune pode exercitar a abldade de prienorat ‘so olha sobre uns das atviddes culuras mais inportattes ‘do mundo contemporinco, 0 cinema, e, cansequontements, tomarse um consumidor de cultura mais erico exigent, 6) Conecitos: es eonceitos presentes nos argumentos, nos 0 teiros © nas stuapdes drei ou indiretamente relacionadas. ‘om 0$ filmes selocionados polo professor so inumeriveis, ppodlendo ser retrados ou inferidos diretamente do conteido filmico em questio ou sugeridos polos problemas e debates susctados pols atividades com cinoma em sala de aula & projetosescolares. _Abordagem conforme a faixa ctiria etapa de aprendizagem (© professor deve se lembray, sempre, qu ele no est reprodu- indo o filme para si mesmo, para seu proprio delete intelectual ‘1 emocional. Portanto,& preciso reli sobre o piblico-alvo da ividade plansjada, conhecendo seus limites e suns posibilidades sera (Tusa etri, etapa de aprendizager), mas também mapean- 4o, ainda que incuitivament,o repertério cultural mais ample e a cultura visuallcincmatogratica dos alunos. Algumas pergunts bisi- ‘es ajudam a orientarw escola ea abordagem dos ilies: 8) Qua o objetivo diditico-pedagipico gerald ativade? 'b) Qual o objetivo didatco-pedagdgicnespecitic do fie? ©) Ofilme éadequado i faixa etiriae escolar do pilico-aio? 140 filme pode e deve ser exibido na integrs ou atividade se ‘desenvolver em torn de slgumas conas? ©) O pablioo-alvo jt assistnaalgum fle semethante? Além dessa preocupagdo, 0 professor, ao escalher os filmes para a sla de aul, deve ter o cuidado de respeitar os valores cul- tuna, religiosos e morais dos alunos e de suas fails, mesmo Aiscordando dees, NUo se trata de parecer simpstic econeilitGrio Peranteo grupo, e sim ndo blaquear a assimitago de um filme em extava devidamente preparada para aquele tipo de stra © cont do, sja por limites cultrais, moras ou religiosos. Em sntese, dois tipos de culls previo so necessrios pars a slegdo eabord ‘gem dos filmes no ambiente escolar 8) Adequagao faa etiria a censuraclassificatria dos filmes, ‘pode ajudar neste sentido) e etapa de aprendizagem escolar (Giles, anos, nies). 'b) Adequagio ao repertrio © aos valores sosioclturais mais amplos cultura audiovisual especifia do grupo dealunos envolvido na atividade, “Mesino partindo do principio que a escola no deve necessaria- mente repradiziros valores eas habidades prexisentes os alunos «sim ampli-lose problematizi-les, o inicio de toda 9 processo {de ensino-aprendizagem deve partir de um dilogo com esses valores evitando 0 fendmeno do Blaqueio pedasdgico ecasenado pelo cho- ‘que sociocultural mal encamintado pelo professor. O recurso chogue no € de todo problemitice, mas o miomento eo grau devem se per sados com euiddoe deve fazer parte de ura estatégia pdugica ‘mais ampla. Este pent € importants, na medida em que 0 conto dos filmes poe agredios valores ou simplesmente no zero menor ‘sentido para os alunos, Ex ambos os eaios pede ocerero Bloqucio edagéico causado pelo choque sociocultural, sem que 0 professor teahatido a inten de provec-o. Nao se trata apenas de evitar file mes “picamtes” para. os mas novos ou filmes ifiees” eens” osaolescente, até porque o conceito de filme “pieant “lento” varia conforme o grupo social, a regio, a faa sociowcond mica ¢ 8 valores familiares Tata se pends de refer ser cidadoso rho mapeamento do grupo de shins assim, esclher 0 fle 08 filmes que irdo compor as atividades com cinema em sala de aula, ‘este sentido, existem filmes “pcantes” que podem ser trabalhados pelo profeseor sem grandes sobressaios,exstom Himes difceis” que podem ser surprecndentementeasinilades pols alunos mas ovens, 20 "ssim como existem filmes “Ients” que podem emocionar 0 adoles- cente mais ansiosoe irrequieta, Alguns procedimentos basics podem contonat esses prablemas: 4) Selecionealgumas cena, para o caso de filmes deassimila- ‘lo mais dificil 02 que contenham cenasimproprias para 3 faixactria qual se dostna a atividade. 1 Informe os alunos sobre os filmes &estimule disswsso e a pesquisa prévi sobre o fle a serexbido (especialmente i no caso de filmes com narrativa mais ena, a medida em gue rovoeam a empata eo eavolvimento com a histria) ©) Minimize o impacto das cenas“picantes” cenas de violén- cia, simulago de to sexual, linguager mais grosseira) pela lbondagem da discussto geral que filme prope ‘As chaves de letura abordagem de cada filme, construidas ‘conjuntamente pelo professor eorientadares, com base nis suges- ts de especialstas das proprits descobertaspriieas na sala de aula, € que vao determinar o sucesso das atvidades e a acequa ‘eo dos filmes a0 segment especitic de alunos que coastituern @ piiblico-alvo das atvidades. Nio hi firmula magica nem reecita twérica que substituam a refleo e perspiccia do professor em relagdo aos seus alunos, Assim, passamos a discutiralgumas peculiaridades das tres ‘grandes fskas etiriasctapas de aprendizagem que envolvem o en sino fundamental eo meio 2 (© CINEMA NA ADOLESCENCIA E NO ENSINO MEDIO (14 AOS 18 ANOS): INTERPRETACAO F SENSO CRITICO [Nest fina eri 0 cinema normalmente ji se torna mais pre- sentena vida do alo, na mea em que bos pate das preugdes ‘inetatogrificas mais comerciais 6 voltada para est perfl de con- Sumidr. E possvel pereeber até mesmo uma certa segmentago estetipo de cinema, buscando ating os varios eonsumidores des- ta isa, com toda uma gama de subgéneros vltadn para atender cosas demandas © interesses: filmes romAnticos, rast movies, ‘comédias sobre ambiente escolar colbnias de ferias, aventuras juvenis, dramas familiares envolvendo pais e files, parOdias de filmes famosos ete, Neste tipo de produgio & possivel encontrar desde comédia grosseirase pouco pertinentes a trabalho escolar a filmes densoseprofundos, tais come o cissico Howe uma vez tim verdoVerdo de 42, sabre a descaberts do amor e do sexo, € 0 aigdnico Kids, sobre as drops ea aids ‘Um dos subgéneros mais interessanes do cinena comer irciamente oltago ao pblico infato-juvenil ejovem, mas pas velde ser trabalhado em sala de aula, sto os dramas escolares, tnvolvende professor eluinos. Este tipo de filme pode ser mito itil Sbretudo quandoutilizada em cursos médios de formapio depeofes Sores (migistics), pois mormalmente ropesentam sihagBes-Liite 26 cnvolvendo © trabalho pedagégico © as relagdes humanas em Sala de aula, Desde o clssico do mestre com carinho, passan- do pelo interessante Conrack até o recente Professor: profissdo ‘perigo, 08 filmes sobre professes e alunos sio especialmente {nteressantes como elementos de discussioe reflexdo sobre pri- ticas pedagosicas. (0 professor deve Ievar em conta alzumas caractersicas dessa Iaixa etriaeeacoler: aumento da intenlependéneia grupal, maior ineresse pelo sexo oposto,redsfnigdes identitérias, question ‘mento do sentido existenciale social da vida e do more, primei- ras exigéneias de vida civil @lementos que varia de intensidade conform o grupo sovioeconmico em questo). Estas earacterls- tieas geais,aliadas a maior capacidade de abstragio,culminado ‘nt rasoeinio operatério formal, podem peemitrao professor uma bordagem mais aprofundada ¢ um maior adensamento das dis- ‘ussbes possbiitads pelos filmes, Além disso, a propria selegdo dos filmes pode ser feta com maior ousadia. Certos temas e pro blemas de ordem existencal, psicoldgica, sovioldgica © ética posdem e devem ser abordados, pois os alunos desta fase geral- ‘mente oscilam entre o tédio mortal perante a vida e a busea de texcitagéo © posicionamento radicals perante as coisas © pessoas {do mundo, Normalmente, 0 cinema mais dirccsonado ao piblico adult tom maior eapacidade de pectarbur oespectadoradolesente, fn 6 exagero airmar que, em alguns casos, 6 particlarmente responsive! por um processo de formacdo de personalidade e va- lores moraise ideologicos. Mais um motivo paraa escola trabalhar soriamente com ess tipo de font, Em linhas gers, quadeo de sugestdes formas de abord ‘gem de un filme permanece o mesmo. O que se torn diferente & © apfofundamente de diseuss6es temstces, « maior complexidade {do conteido escolar extraido eo tipo de obra cinematogritia es- ‘alhida, Outros dois elementos podem ser explorados com maior pofundade, sobretudo no ensino meédio: @ propria linguagem ‘inematogrfic, ou sia, os recursos ¢ dspositivs que o deter, 0 toler, os ators uilizam para se expressar ea rtculago mais ptofundads entre me econtexto scio-histric, 0 USO DIDATICO-PEDAGOGICO DO CINEMA: POSSIBILIDADES F ARMADILHAS [Na nossa perspectiva, cinema na sala de aula pode ser abord 4o pelo contetido, pela linguagem ou pela técnice, ers elementos aque esto presentes nos files, © uso pelo conteido se divide, basicaments, em das formas de abordagem ‘+ Fore; um fle pode ser usado como fonte quando o professor Uiecionaraandlise eo debate ds alunos para os problemas © a questOessurgidas com base no angumento, no rote, nos personagens, ns valores moras ideogicos que cons- item a naratva da obra, Neste ets, mesmo quando esti articuladoa um conte curricular ou um tema especifico, 0 filme que vai delimitaraabordagom eleva &outras ques es. Este tipo de abordagem, partindo das representages do fm escolhid, também permite o exericn de aprimo- mento do olhar do aluno ¢0 desenvelvimento do seu senso «rtce em relagdo ao consume de bens culturas, ‘Texto-gerador: 0 uso do filme como texto-geradorseyve os ‘mesmos prinepios da abordagem anterior, com a dferenga {que o professor tem menos eompromisso com a filme em sua Tinguagem, sua estruturae suas representagdes, e mais ‘com as questdes€ vs temas (politicos, moras, ideolgicos, sxislenvais,historcos ete) que suscita. Fsta abordagem pode se particularmente ii em anos nica, fina etaias ‘enor e classes mais resstentes ao trabalho sstemstico coma linguagem cinematogrifia. O importante é nao eae apenas no filme como “ilustrago", mas usar eriticamente 4 nartativa © as representagdesfilmicas como elementos propulsores de pesquisase debates temticos, Osopelafinguagem ocorre quando oprofessorno trabala com 1s questdes de conteidoe representagdo aarrtiva do filme em si (@histiria”),mas quando se utliza do filme como mote para ativida- ‘des de execicio do olhar(einematogritio), formasio de espectader, 2% labora eaprimoramento de otras li ‘das poo fle em quest (mas nose preocupando em analisé-lo ‘de forma estrtural eabrangente).Também contém duas abordagens: juagens expresivas, moti- + Educando o olhar do espectador: um filme ou conjunto de filmes pode serescolhio independentement do seu contci- do; © professor ado precisa contrar sua sbordagem no tema ‘ conteto do argument, roti e representa. Para al- ‘gumas discplinas, sobretude Educagio Artiste, Educagao Fisica ePortugu&s, as atvidades com filmes em sala de ala podem, em sie por si, desenvlverhabilidades e competén- cas diversas, menos igada & problemsticae discuss sobre conte do filme e mais is formas nareativas e205 ree s0sexpressivos que o cinema, como linguagem, possi ‘+ Ihteragindo com outraslinuagens (vera, gests, visu) como abordagem ¢ aividade complementat 4 anieror, 08 filmes, independentemente da andlise e problematizasa0 4o seu contetde especfico, podem servir para desenvolver ‘outras habilidades, conradas na manipilagio © decedifi= capo de linguagens diversas (verbais, gestusis, visuals Novaments, em dicipinas como Linguas © Literature, Edueagdo Antstica, Teatro e Educasto Fisica, com base em atividaes com filmes otras atvidadese interagdes podem, fer desenvolvdas, envolvendo desenvolvimento de textos valendo-se do riciro original do film, cragio de outias situagdes e desenlaes, expresso corporal por meio does tudo des personagens ¢ das cenas, reprodugio (em forma de desenhos, esculturas e gravuras) de condriosefigurinos © dramatizagio de algumas passagens pelos alunos. [No erceiro aso, 0 uso pel ena do cinema, o mais importante 0 estudo das éonias eteenaogias que tornam o cinema possivel (Gesde a filmagem até a exbigio, em midias variadas),Trata-se de ‘uma abordagem alternativa ao ented erepresenays ds mes Sclecionados pelo professor mais especificaeaproprada as dreas de ‘nelas natures (biologie, sca e quimies). Isto no quer dizer que » 6 professor destasdreas ndo possa utilizar os argummenlos, os did- logos cas sequéncias para dscutir 0 conteido de sua disciplna. Tratase de um eampo de aividades a mais para profesor, que Pode debater sobre diversas processos, tapas, tratamentos tenia «© tecnoldpicos dos materiise efits presentes nos filmes, indepen

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