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Ie ne fay rien
sans
Gayeté
(Montaigne, Des livres)
Ex Libris
José M i n d l i n
GUERRA DOS MASCATES.
(O P R Ó L O G O . ;
Typographia — PERSEVERANÇA —, rua do Hospício n. 91.
SENIVIO.
(O PRÓLOGO)
VOLUME PRIMEIRO.
RIO DE JANEIRO.
Edictor — B. L. GARNIER — rua do Ouvidor n. 69.
1871.
ADVERTÊNCIA
Tijuca—Dezembro de 1870.
S.
"*>0"
GUERRA DOS MASCATES.
C A P I T U L O I.
— Mas..
— Olhe ! Eu não sou versista como você...
Não tenho veia para a cousa; mas cada um
se arranja como pôde. Já fiz um mote para
mim; ha de ser minha divisa n'esta guerra !
Vejam!..
Agarrando os dous cada um pelo braço,
levou-os o caixeiro ao muro onde riscara o
Lizardo duas rimas. Enchera as linhas o Nuno,
tendo cuidado para lhes dar igual comprimento
de graduar a letra. Sahiu a seguinte com-
posição, que se remette aos modernos fabri-
cadores de poemas em todos os metros:
— Está bom !
Dizendo isto com um tomsinho de arrufada,
Leonor se absorveu completamente no trabalho
apezar de estar quasi escuro. A matrona con-
tinuou :
— Agora, porque nega você não sei, não é
tão natural que seu marido, vencido de sau-
dades, quebre os protestos de esquivança, e
espie as occasiões de ver sua esposa e se-
nhora ? Assim praticava-se antigamente. As
damas encerradas em seu castello viam ás vezes
passar um cavalleiro mysterioso, de viseira ca-
bida ; ou então á noiie callada, pelo claro da
lua, ouviam alguma serenata embaixo da sua
torre. Batia o coração á castellã : « Quem será ? »
perguntava baixinho para a aia. E ficava n'a-
quelle sobresalto da duvida, si por ventura
seria o esposo que tornava, ou algum outro
cavalleiro enamorado de sua belleza, quen'este
vae e vem da esperança, é que estava o maior
gosto. Qual era n'aquelle tempo o marido que
depois de u m a ausência entrava em casa,
como hoje, tão sem graça, que a gente já
sabe o dia e hora em que chegam e a cara que
trazem ?
— Mas, então, n'esse tempo as esposas viviam
sempre ausentes, ou ainda peior, desquitadas
de seus maridos?
122
PA.WS.
Advertência V.
CAP. I. — A janellinha rebuçada na casa nova do
Perereca 1
CA.P. II. — A lebre na toca e o veado na moita 12
CAP. III. — Entram em scena a ronha e a bilis do
governo da capitania 21
CAP. IV. — Do perigo de tirar ninhos dos telhados
no tempo de El-rei nosso senhor 31
CAP. v. — Três candidatos a gloria, um rabisca
papel, um fere-folha e um roedor de
unhas 43
CAP. VI. — Como em todos os tempos se formam os
partidos 55
CAP. VIL — Encantos que tinha para o nosso poeta
uma saia remendada e duas canellas
côr de azeviche 67
C.VF. viu.— A dextra e a senestra do HOMEM em
maiúsculo 79
CAP. IX. — Como a conspiração por mais rodeios que
faça, vai sempre dar na rotula dos olhos
negros 95
188
PAGS"
CAP. x. — Tem o leitor a inesperada fortuna de se
avistar com uma nympha olindense . . . 108
CAP. XI. — O primeiro sangue derramado na famosa
guerra dos mascates 119
CAP. xn. — Onde se encontra noticia do sofá que ti-
rava o somno ao governador 134
CAP. XIII.— Um rascunho do secretario da capitania
com presumpção á estampa 151
CAP. XIV.— Onde D. Severa achou tão á ponto o pa-
gem de que precisava, para estrear-se
na cavallaria andante 167
Notas 179
Errata 185
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