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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
CURSO DE MESTRADO EM ENGENHARIA MECÂNICA

Cap Otávio da Costa Fernandes

ANÁLISE DA TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO FORÇADA EM


CANAIS COM SUPERFÍCIES EXTERNAS ALETADAS.

Rio de Janeiro
2016
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

CAP OTÁVIO DA COSTA FERNANDES

ANÁLISE DA TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO


FORÇADA EM CANAIS COM SUPERFÍCIES EXTERNAS ALETADAS

Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado


em Engenharia Mecânica do Instituto Militar de Engenharia,
como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em
Ciências em Engenharia Mecânica.

Orientadores:
Prof. Rodrigo Otávio de Castro Guedes, Ph. D.
André Luiz Tenório Rezende – Ten. Cel, D. Sc.
Prof. Francesco Scofano Neto, D. Sc.

Rio de Janeiro
2016
c2016

INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

Praça General Tibúrcio, 80 – Praia Vermelha

Rio de Janeiro - RJ CEP: 22290-270

Este exemplar é de propriedade do Instituto Militar de Engenharia, que poderá incluí-lo em


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arquivamento.

É permitida a menção, reprodução parcial ou integral e a transmissão entre bibliotecas


deste trabalho, sem modificação de seu texto, em qualquer meio que esteja ou venha a ser
fixado, para pesquisa acadêmica, comentários e citações, desde que sem finalidade comercial e
que seja feita a referência bibliográfica completa.

Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do(s) autor(es) e do(s)


orientador(es).

XXX.XX Otávio da Costa Fernandes – Cap QOEA SVE


CXXXe Análise da transferência de calor por convecção forçada em canais com superfícies
externas aletadas / Otávio da Costa Fernandes; orientado por Rodrigo Otávio de
Castro Guedes; André Luiz Tenório Rezende; Francesco Scofano - Rio de Janeiro:
Instituto Militar de Engenharia, 2016.
159f. : il., Graf., tab, : 30 cm.
Dissertação (Mestrado) - Instituto Militar de Engenharia – Rio de Janeiro, 2016.
1. Condução. 2. Convecção. 3. Fluidodinâmica

2
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

CAP OTÁVIO DA COSTA FERNANDES

ANÁLISE DA TRANSFERÊNCIA DE CALOR POR CONVECÇÃO


FORÇADA EM CANAIS COM SUPERFÍCIES EXTERNAS ALETADAS

Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Mestrado em Engenharia


Mecânica do Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do
título de Mestre em Ciências em Engenharia Mecânica.
Orientadores: Prof. Rodrigo Otávio de Castro Guedes, PH. D.
André Luiz Tenório Rezende – Ten. Cel, D. Sc,
Prof. Francesco Scofano Neto, D. Sc.

Aprovada em 17 de junho de 2016 pela seguinte Banca Examinadora:

_______________________________________________________________
André Tenório Rezende – Ten. Cel. D. Sc. do IME - Presidente

_______________________________________________________________
Prof. Rodrigo Otávio de Castro Guedes – Ph. D. do IME

_______________________________________________________________
Prof. Francesco Scofano Neto – D. Sc. do IME

_______________________________________________________________
Prof. Albino José Kalab Leiroz – Ph. D. da UFRJ

Rio de Janeiro
2016

3
A Deus e à família, por fortalecerem o espírito diante de
todos os obstáculos na busca de um sonho.

4
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus pelo dom da vida, por sua misericórdia em permitir essa
oportunidade de aprendizado, me amparar nos dias difíceis, e fortalecer-me nos momentos em
meus passos tornavam-se lentos. Agradeço ao Mestre Jesus, por seus ensinamentos que
permitem colher conhecimento em todos os acontecimentos da vida, na busca da evolução.
Agradeço também à minha família, por ter compartilhado comigo todo este caminho
trilhado, tanto no lado acadêmico como no profissional, compreendendo os momentos em que
tive de me fazer ausente, como as alegrias das conquistas. Em especial ao meu pai, Arthur
Fernandes, e minha mãe, Glória da Costa Fernandes, pela criação de me deram, pautada na
moral, no respeito, na perseverança, na coragem e no carinho, pilares que hoje me esforço para
exemplificar, e sem os quais eu nada seria. Que mesmo não estando mais presentes,
fisicamente, ao meu lado, estarão para sempre em minhas memórias e em meu coração.
Agradeço à minha esposa, Elizete Monteiro Fernandes, por todo o seu amor e carinho, que
ao longo desses 20 anos de união tornou-se meu porto seguro. Estando sempre ao meu lado em
todos os momentos de alegria e de adversidades, com sua calma, força, paciência e incentivo,
sem os quais o caminho seria muito mais duro. Agradeço a Deus por permitir que caminhe ao
meu lado.
Também agradeço aos amigos feitos no IME durante esta jornada, que me auxiliaram e
socorreram das mais diversas formas. Em especial aos companheiros de curso, com os quais
compartilhei as horas de esforço, alegrias das pequenas vitórias, da boa vontade e cooperação,
Nicolis, Ítalo, Thaynã, Michelle, Yuri, Felipe, Cap Armas e ao grande amigo Cap Iran. Além de
muitos outros que não estão mencionados, mas que tenho profunda gratidão, por terem de
alguma forma colaborado para esta realização.
Aproveito a oportunidade para agradecer também ao Comando da Aeronáutica, nas
pessoas do Exmo Sr Comandante da Aeronáutica, do Exmo Sr Chefe do Departamento de
Ensino da Aeronáutica, do Exmo Sr Comandante Geral de Apoio, dos Exmo Sr Diretor e Exmo
Sr Subdiretor de Estudos e Projetos da Diretoria de Engenharia da Aeronáutica, por terem
acreditado na capacidade de seu militar para a execução desta missão.
Uma enorme gratidão ao Comando do Exército, em especial ao Instituto Militar de
Engenharia, que me acolheu com grande respeito e profissionalismo, digno de uma Instituição
que faz jus a todos os elogios dos meios militares e acadêmicos, tanto nacionais como
internacionais.

5
Agradeço ao Exmo Sr Diretor do IME, por permitir que as portas de sua Instituição
estivessem abertas para que pudesse realizar esta conquista. Neste momento, gostaria de
agradecer a todo o departamento de mecânica do IME, aos Senhores Cel Arnaldo, Ten Cel
Audrin, Maj Ricardo, Maj Gruzman, Maj Aldélio, aos militares da secretaria Sgt Rezende e Sgt
André, ao Sgt Cristiano por todo apoio. Em especial, gostaria de agradecer aos meus
orientadores Prof. Rodrigo Otávio de Castro Guedes, Ten Cel André Luiz Tenório Rezende e
Prof. Francesco Scofano Neto por colaboração ímpar e imprescindível, sem os quais esta
vitória não seria alcançada. Obrigado pelo conhecimento, pelo incentivo e pela orientação dos
passos no caminho correto. Sempre vos serei grato.

6
“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a
vitória é o desejo de vencer”.
MAHATMA GANDHI

7
SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................ 15


LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS ........................................................................ 16
LISTA DE SIGLAS ................................................................................................................ 18

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 21
1.1 Motivação ................................................................................................................... 22
1.2 Objetivos ..................................................................................................................... 23
1.3 Organização do trabalho ............................................................................................. 23

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 25

3 ESTUDO DE COMPORTAMENTO TÉRMICO DE SISTEMAS COM


CONDIÇÕES DE CONTORNO VARIÁVEIS ................................................................... 30
3.1 Análise de escoamento interno em duto cilíndrico com coeficiente de transferência
térmica variável axialmente, num tubo aletado externamente. ................................................. 30
3.1.1 Perfil de velocidade uniforme [U (R)=1] .................................................................... 35
3.1.2 Perfil de velocidade parabólico .................................................................................... 46

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS ........................................ 50


4.1 Perfil de velocidade uniforme (plug flow).................................................................... 51
4.1.1 Função exponencial ..................................................................................................... 51
4.1.2 Função tangente hiperbólica ........................................................................................ 65
4.2 Perfil de velocidade parabólico .................................................................................... 79
4.2.1 Função exponencial ..................................................................................................... 79
4.2.2 Função tangente hiperbólica ........................................................................................ 88

5 ANÁLISE NUMÉRICA ............................................................................................ 96


5.1 Equações de governo ................................................................................................... 97
5.2 Método dos volumes finitos ......................................................................................... 98
5.3 Esquemas das funções de interpolação....................................................................... 100

8
5.3.1 Upwind ..................................................................................................................... 100
5.4 Método para solução do sistema algébrico (multigrid) ............................................... 100
5.5 Desenvolvimento....................................................................................................... 101
5.5.1 Geometria ................................................................................................................. 102
5.5.2 Geração da malha ...................................................................................................... 104
5.5.3 Condições de contorno .............................................................................................. 109
5.5.4 Resultados ................................................................................................................. 109
5.6 Apresentação de resultados das simulações ............................................................... 110
5.6.1 Convecção forçada (laminar) ..................................................................................... 110
5.7 Equação de ajuste ...................................................................................................... 118
5.7.1 Dados de entrada ....................................................................................................... 119
5.7.2 Convecção forçada (laminar) ..................................................................................... 120
5.8 Equação de ajuste ...................................................................................................... 132
5.8.1 Dados de entrada ....................................................................................................... 132
5.8.2 Convecção forçada (laminar) ..................................................................................... 133
5.9 Equação de ajuste ...................................................................................................... 145
5.9.1 Dados de entrada ....................................................................................................... 146
5.9.2 Convecção forçada (laminar) ..................................................................................... 146

6 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 153


6.1 Sugestões para trabalhos futuros ................................................................................ 155

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 157

9
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIG. 3.1 Perfis de velocidades plenamente desenvolvidos aplicados na solução


híbrida......................................................................................................................... 31
FIG. 3.2 Escoamento em duto aletado externamente (SANTOS, 1990). ................... 32
FIG. 4.1 Solução refinada completa para Biot=0,1 ..................................................... 51
FIG. 4.2 Solução refinada (inversa direta) para Biot=0,1 ............................................ 52
FIG. 4.3 Solução aproximada completa para Biot=0,1. .............................................. 53
FIG. 4.4 Solução aproximada (inversa direta) para Biot=0,1 ...................................... 54
FIG. 4.5 Soluções refinada e aproximada da temperatura média para Biot=1 com
parâmetro β= 0,1 e função exponencial. .................................................................... 55
FIG. 4.6 Soluções refinada e aproximada da temperatura de parede para Biot=1 com
parâmetro β= 0,1 e função exponencial. .................................................................... 56
FIG. 4.7 Soluções refinada e aproximada da temperatura média para Biot=1 com
parâmetro β= 1,0 e função exponencial. .................................................................... 57
FIG. 4.8 Soluções refinada e aproximada da temperatura de parede para Biot=1 com
parâmetro β= 1,0 e função exponencial. .................................................................... 57
FIG. 4.9 Soluções refinada e aproximada da temperatura média para Biot=1 com
parâmetro β= 5,0 e função exponencial. .................................................................... 58
FIG. 4.10 Soluções refinada e aproximada da temperatura de parede para Biot=1 com
parâmetro β= 5,0 e função exponencial. .................................................................... 59
FIG. 4.11 Fluxo acumulado para Biot=1 e função exponencial para solução refinada
completa. .................................................................................................................... 60
FIG. 4.12 Fluxo acumulado para Biot=1 e função exponencial para solução refinada
com aplicação direta da inversa da temperatura. ....................................................... 61
FIG. 4.13 Fluxo acumulado para Biot=1 e função exponencial para solução
aproximada completa. ................................................................................................ 61
FIG. 4.14 Fluxo local para Biot=1 e função exponencial para solução aproximada com
aplicação direta da inversa da temperatura. ............................................................... 62
FIG. 4.15 Fluxo local para Biot=1 e função exponencial para solução refinada
completa. .................................................................................................................... 63
FIG. 4.16 Fluxo local para Biot=1 e função exponencial para solução refinada com
aplicação direta da inversa da temperatura. ............................................................... 63

10
FIG. 4.17 Fluxo local para Biot=1 e função exponencial para solução aproximada
completa. .................................................................................................................... 64
FIG. 4.18 Fluxo local para Biot=1 e função exponencial para solução aproximada com
aplicação direta da inversa da temperatura. ............................................................... 65
FIG. 4.19 Comportamento da função tanh(β*Z), quanto aos valores de β ................ 66
FIG. 4.20 Soluções refinada e aproximada da temperatura média para Biot=1 com
parâmetro β= 0,1 e função tangente hiperbólica. ....................................................... 67
FIG. 4.21 Soluções refinada e aproximada da temperatura de parede para Biot=1
com parâmetro β= 0,1 e função tangente hiperbólica. ................................................ 68
FIG. 4.22 Soluções refinada e aproximada da temperatura média para Biot=1 com
parâmetro β= 1,0 e função tangente hiperbólica. ....................................................... 69
FIG. 4.23 Soluções refinada e aproximada da temperatura de parede para Biot=1
com parâmetro β= 1,0 e função tangente hiperbólica. ................................................ 70
FIG. 4.24 Soluções refinada e aproximada da temperatura média para Biot=1 com
parâmetro β= 5,0 e função tangente hiperbólica. ....................................................... 70
FIG. 4.25 Soluções refinada e aproximada da temperatura de parede para Biot=1
com parâmetro β= 5,0 e função tangente hiperbólica. ................................................ 71
FIG. 4.26 Soluções refinada e aproximada da temperatura de parede para Biot=1
com parâmetro β= 10,0 e função tangente hiperbólica. ............................................. 72
FIG. 4.27 Fluxo acumulado para Biot=1 e função tangente hiperbólica para solução
refinada completa. ...................................................................................................... 73
FIG. 4.28 Fluxo acumulado para Biot=1 e função tangente hiperbólica para solução
refinada com aplicação direta da inversa da temperatura. ......................................... 74
FIG. 4.29 Fluxo acumulado para Biot=1 e função tangente hiperbólica para solução
aproximada completa. ................................................................................................ 74
FIG. 4.30 Fluxo acumulado para Biot=1 e função tangente hiperbólica para solução
aproximada com aplicação direta da inversa da temperatura. ................................... 75
FIG. 4.31 Rendimento térmico para Biot=1 com vários parâmetros β e função
tangente hiperbólica, para solução refinada completa................................................ 76
FIG. 4.32 Rendimento térmico para Biot=1 com vários parâmetros β e função
tangente hiperbólica, para solução refinada com aplicação direta da inversa da
temperatura. ............................................................................................................... 77

11
FIG. 4.33 Rendimento térmico para Biot=1 com vários parâmetros β e função
tangente hiperbólica, para solução aproximada completa. ......................................... 77
FIG. 4.34 Rendimento térmico para Biot=1 com vários parâmetros β e função
tangente hiperbólica, para solução aproximada com aplicação direta da inversa da
temperatura. ............................................................................................................... 78
FIG. 4.35 Soluções refinadas da temperatura média para Biot=1 com parâmetro β=
0,1 e função exponencial. ........................................................................................... 80
FIG. 4.36 Soluções refinadas da temperatura média para Biot=1 com parâmetro β=
1,0 e função exponencial. ........................................................................................... 81
FIG. 4.37 Soluções refinadas da temperatura média para Biot=1 com parâmetro β=
5,0 e função exponencial. ........................................................................................... 81
FIG. 4.38 Soluções refinadas da temperatura de parede para Biot=1 com parâmetro
β= 0,1 e função exponencial. ...................................................................................... 82
FIG. 4.39 Soluções refinadas da temperatura de parede para Biot=1 com parâmetro
β= 1.0 e função exponencial. ...................................................................................... 83
FIG. 4.40 Soluções refinadas da temperatura de parede para Biot=1 com parâmetro
β= 5.0 e função exponencial. ...................................................................................... 84
FIG. 4.41 Fluxo acumulado para Biot=1, função exponencial e solução refinada com
aplicação direta da inversa da temperatura. ............................................................... 85
FIG. 4.42 Fluxo acumulado para Biot=1 e função exponencial. ................................. 86
FIG. 4.43 Rendimento térmico para Biot=1 e solução refinada com aplicação direta da
inversa da temperatura. .............................................................................................. 86
FIG. 4.44 Rendimento térmico para Biot=1 e solução refinada completa ................... 87
FIG. 4.45 Soluções refinadas da temperatura média para Biot=1 com parâmetro β=
0.1 e função tangente hiperbólica. .............................................................................. 88
FIG. 4.46 Soluções refinadas da temperatura média para Biot=1 com parâmetro β=
1.0 e função tangente hiperbólica. .............................................................................. 89
FIG. 4.47 Soluções refinadas da temperatura média para Biot=1 com parâmetro β=
5.0 e função tangente hiperbólica. .............................................................................. 90
FIG. 4.48 Soluções refinadas da temperatura de parede para Biot=1 com parâmetro
β= 0.1 e função tangente hiperbólica.......................................................................... 91
FIG. 4.49 Soluções refinadas da temperatura de parede para Biot=1 com parâmetro
β= 1.0 e função tangente hiperbólica.......................................................................... 92

12
FIG. 4.50 Soluções refinadas da temperatura de parede para Biot=1 com parâmetro
β= 5.0 e função tangente hiperbólica.......................................................................... 92
FIG. 4.51 Fluxo acumulado para Biot=1 e função tangente hiperbólica para solução
refinada com aplicação direta da inversa da temperatura .......................................... 93
FIG. 4.52 Fluxo acumulado para Biot=1 e função tangente hiperbólica para solução
refinada com aplicação direta da inversa da temperatura .......................................... 93
FIG. 4.53 Rendimento térmico para Biot=1 e função tangente hiperbólica para solução
refinada com aplicação direta da inversa da temperatura. ......................................... 94
FIG. 4.54 Rendimento térmico para Biot=1 e função tangente hiperbólica para solução
refinada completa. ...................................................................................................... 95
FIG. 5.1 Malha de Pontos para Problema Unidimensional (PATANKAR, 1980)......... 98
FIG. 5.2 Exemplo de malha com volume de controle (FERZIGER E PERIC, 2002). . 99
FIG. 5.3 Notação típica para malha cartesiana 2D (FERZIGER E PERIC, 2002). .... 99
FIG. 5.4 Comprimento do sistema em estudo (duto + encapsulamento) ...................102
FIG. 5.5 Dimensões do encapsulamento ...................................................................103
FIG. 5.6 Distância e espessuras das aletas ..............................................................103
FIG. 5.7 Diâmetro das aletas .....................................................................................104
FIG. 5.8 Teste comparativo entre malhas .................................................................105
FIG. 5.9 Aplicação de camadas de hexaedros junto à parede do duto .....................106
FIG. 5.10 Aplicação de células tetraédricas na parte externa do duto/aletas ............107
FIG. 5.11 Células hexaédricas na interface do corpo sólido em contato com o corpo
fluídico .......................................................................................................................107
FIG. 5.12 Células do tipo hexagonal para discretização do corpo fluídico ................108
FIG. 5.13 Malha mais refinada nas proximidades das interfaces ..............................108
FIG. 5.14 Distribuição de temperatura na seção de entrada do duto ........................111
FIG. 5.15 Distribuição de temperatura próxima à seção de entrada do duto .............111
FIG. 5.16 Distribuição de temperatura próxima à seção de saída do duto ................112
FIG. 5.17 Distribuição de temperatura na aleta próxima à seção de entrada do duto
...................................................................................................................................113
FIG. 5.18 Distribuição de temperatura na aleta próxima à seção de saída do duto ..114
FIG. 5.19 Distribuição de temperatura do fluido junto à parede interna do duto .......115
FIG. 5.20 Distribuição de temperatura no duto aletado ao longo do eixo ..................115
FIG. 5.21 Perfil térmico do fluido escoando no interior do duto, junto à parede. .......116

13
FIG. 5.22 Distribuição dos pontos de controle ao longo do duto para a coleta dos
dados de temperatura de parede e fluxo local para determinação da função de ajuste
...................................................................................................................................119
FIG. 5.23 Comportamento do fluxo ao longo do escoamento ..................................120
FIG. 5.24 Comparativo de temperatura de parede entre as soluções numérica e
híbrida para fluxo cruzado (Plug Flow). .....................................................................125
FIG. 5.25 Comparativo de fluxo local entre as soluções numérica e híbrida para fluxo
cruzado (Plug Flow). ..................................................................................................125
FIG. 5.26 Distribuição de temperatura na seção de entrada do duto ........................126
FIG. 5.27 Distribuição de temperatura próxima à seção de entrada do duto .............127
FIG. 5.28 Distribuição de temperatura próxima à seção de saída do duto ................128
FIG. 5.29 Distribuição de temperatura do fluido junto à parede interna do duto .......129
FIG. 5.30 Distribuição de temperatura no duto aletado ao longo do eixo ..................129
FIG. 5.31 Perfil térmico do fluido escoando no interior do duto, junto à parede. .......130
FIG. 5.32 Comportamento do fluxo ao longo do escoamento ..................................133
FIG. 5.33 Comparativo de temperatura de parede entre as soluções numérica e
híbrida para fluxo paralelo (Plug Flow). .....................................................................137
FIG. 5.34 Comparativo de fluxo local entre as soluções numérica e híbrida para fluxo
paralelo (Plug Flow). ..................................................................................................138
FIG. 5.35 Distribuição de temperatura na seção de entrada do duto ........................139
FIG. 5.36 Distribuição de temperatura próxima à seção de entrada do duto .............140
FIG. 5.37 Distribuição de temperatura próxima à seção de saída do duto ................141
FIG. 5.38 Distribuição de temperatura do fluido junto à parede interna do duto .......142
FIG. 5.39 Distribuição de temperatura no duto aletado ao longo do eixo ..................142
FIG. 5.40 Perfil térmico do fluido escoando no interior do duto, junto à parede. .......143
FIG. 5.41 Comportamento do fluxo ao longo do escoamento ..................................146
FIG. 5.42 Comparativo de temperatura de parede entre as soluções numérica e
híbrida para fluxo em contra corrente (Plug Flow). ....................................................151
FIG. 5.43 Comparativo de fluxo local entre as soluções numérica e híbrida para fluxo
em contra corrente (Plug Flow)..................................................................................151

14
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Teste de geração de malha .....................................................................105


Tabela 2 - Valores de temperatura junto à parede em escoamento laminar com
presença de convecção forçada ................................................................................116
Tabela 3 – Valores de controle (solução numérica) para função de ajuste da solução
híbrida........................................................................................................................121
Tabela 4 – Comparativo entre as soluções numérica e híbrida após ajuste ..............123
Tabela 5 - Valores de temperatura junto à parede em escoamento laminar com
presença de convecção forçada ................................................................................130
Tabela 6 – Valores de controle (solução numérica) para função de ajuste da solução
híbrida........................................................................................................................134
Tabela 7 – Comparativo entre as soluções numérica e híbrida após ajuste ..............135
Tabela 8 - Valores de temperatura junto à parede em escoamento laminar com
presença de convecção forçada ................................................................................143
Tabela 9 – Valores de controle (solução numérica) para função de ajuste da solução
híbrida........................................................................................................................147
Tabela 10 – Comparativo entre as soluções numérica e híbrida após ajuste ............149

15
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

ABREVIATURAS

- temperatura
- raio do duto
- velocidade
- diâmetro do duto
- velocidade média do escoamento
- coeficiente convectivo
- difusividade térmica
- condutividade térmica
- posição em relação ao eixo do escoamento
- temperatura do ambiente externo
- temperatura inicial
- temperatura adimensional
- raio adimensional do duto
- perfil de velocidade do escoamento
- número de Biot
- posição adimensional em relação ao eixo do escoamento
- temperatura inicial adimensional
- função de variação do coeficiente convectivo
- parâmetro multiplicador
- função baseada na distância (Z)
- autofunção
- autovalores (raízes)
- norma
- transformada da temperatura
- vetor contendo equacionamento envolvendo a f(z)
- matrizes de coeficientes para perfil de velocidade uniforme
- delta de Kronecker

16
- derivada da transformada da temperatura
- valor da transformada da temperatura na condição inicial
- relação entre autofunção, norma, Biot e autovalor na solução que .
contempla o conceito de diagonal dominante
- matriz de coeficientes para perfil de velocidade parabólico
- temperatura média adimensional
- taxa de transferência térmica
- coeficiente
- rendimento
- massa específica
- propriedade em análise
- coeficiente de difusão
- vetor unitário normal a superfície
- termo de geração
- vetor velocidade
- tempo
- energia
- tensor das tensões referente as forças de superfície
- forças de corpo
- fluxo líquido de calor

17
LISTA DE SIGLAS

TTIG Técnica da Transformada Integral Generalizada


TTIC Técnica da Transformada Integral Clássica
IME Instituto Militar de Engenharia
EDO Equações Diferenciais Ordinárias
EDP Equações Diferenciais Parciais
ODE15S Integrador para Sistema de Equações Diferenciais Ordinárias do ...................
software Matlab
ANSYS Fabricante de softwares de fluidodinâmica computacional
CFX Software de fluidodinâmica computacional
MATLAB MATrix LABoratory (software voltado para cálculo numérico)
CPU Central Processing Unit

18
RESUMO

A análise do comportamento térmico de um escoamento laminar num duto cilíndrico,


correspondente ao problema de Graetz, vem sofrendo muitas variações ao longo dos anos
objetivando contemplar as diversas possibilidades de condições que este escoamento pode
ocorrer. Contudo, técnicas analíticas convencionais possuem dificuldades de lidar com a
situação de variação axial do coeficiente de transferência de calor convectivo.
Desse modo, a Técnica da Transformada Integral Generalizada (TTIG) é utilizada para
obter uma solução híbrida numérico-analítica que determinará o perfil térmico de um
escoamento em regime laminar no interior de dutos cilíndricos com aletas externas, onde haja
variação das condições de contorno ao longo do eixo. Para isso, será elaborado um sistema de
equações diferenciais ordinárias acopladas para definição da transformada da temperatura.
Assim, funções dependentes da posição ao longo do eixo serão aplicadas o coeficiente
convectivo, de modo a permitir a análise desse comportamento térmico, e a melhora da
eficiência da troca térmica quando aplicados estes dispositivos.
Este estudo ainda contará com uma solução numérica que permitirá uma covalidação da
solução híbrida, fornecendo uma função de ajuste que permitirá uma aproximação de uma
situação mais próxima da realidade.

19
ABSTRACT

The analysis of the thermal behavior of a laminar flow in a cylindrical duct corresponding
to the Graetz problem has undergone many changes over the years aimed contemplate the
various possibilities of this flow conditions can occur. However, conventional analytical
techniques have difficulties with the situation axial variation of the convective heat transfer
coefficient.
Thus, the Generalized Integral Transform Technique (GITT) is used to obtain an analytical
solution that will determine the thermal profile of a laminar flow inside cylindrical ducts with
external fins, where there is variation of the boundary conditions along the axis. For this, a
system of coupled ordinary differential equations to define the transformed of temperature will
be prepared. Thus, functions dependent on position along the axis will applied to the convective
coefficient to allow the analysis of this thermal behavior and the improvement of heat exchange
effectiveness when applied to these devices.
This study will have a numerical solution that supply an assessment of the analytical
solution, providing an adjustment function that will allow an approximation of a situation
closer to reality.

20
1 INTRODUÇÃO

A busca por desenvolvimento tecnológico tem sido um constante desafio para a sociedade,
tanto no que diz respeito a conforto, indústria, medicina e geração de energia. Em todos esses
meios, os trocadores de calor possuem forte presença.
Um trocador de calor é um dispositivo de transferência de calor, que troca calor entre dois
ou mais fluidos a serem processados (KUPPAN, 2000). O aumento da importância dos
trocadores de calor tem sido evidente, principalmente no ponto de vista da economia,
cogeração e conservação de energia, a conversão, a recuperação, e com sucesso na
implementação de novas fontes de energia. Ainda são utilizados em processo como transporte,
ar-condicionado e refrigeração, criogênico, recuperação de calor, combustível alternativo e
indústrias de manufatura. Contudo, os trocadores de calor também estão intimamente ligados a
assuntos de alta relevância nos tempos atuais, quando relacionados a poluições do tipo: ar,
térmica, água e eliminação de resíduos (SHAH e SEKULLIC, 2003).
A busca desse aumento de rendimento dos trocadores de calor levou a aplicação de novos
materiais, novas geometrias de dutos, utilização de dispositivos para aumento de área de troca
de calor (aletas) ou para geração de turbilhonamento nas proximidades dos dutos (winglets).
Estes últimos, a fim de retardar o descolamento do escoamento da superfície dos dutos.
Diversos estudos têm sido aplicados no campo de transferência de calor tomando como
base o problema original de GRAETZ (1885), principalmente na área de permutadores de
calor, tanto para escoamentos laminares quanto para turbulentos, assim como a utilização de
dispositivos que permitam a presença desta turbulência externa ou interna dos dutos.
Normalmente nos problemas referentes à transferência de calor por convecção em
escoamentos internos em dutos cilíndricos com aletas externas, o comportamento do
coeficiente convectivo é considerado uniforme após a região de entrada do duto, onde já há a
presença de um perfil térmico plenamente desenvolvido.
Contudo, o efeito dessas extensões de superfície (aletas) ao longo do escoamento
influencia diretamente o comportamento do coeficiente convectivo, pois pode ser percebida a
presença de uma variação axial desse parâmetro de forma periódica (VICK e WELLS, 1986).
Esta visão traz uma dificuldade à utilização dos métodos convencionais de solução analítica, já
que agora existe um sistema que possui uma variação no que diz respeito às condições de
contorno.

21
Estudos já foram realizados que permitiram analisar um processo de transferência de calor
em sistemas que possuam condições de contorno variáveis, inicialmente foram aplicados à
análise de condução térmica em sólidos. Porém, para a apreciação desses efeitos que
contemplam a variação do coeficiente convectivo em função do tempo foi utilizada a Técnica
da Transforma Integral Generalizada (TTIG). Um dos primeiros trabalhos, onde se pode
verificar o uso dessa técnica, foi direcionado ao estudo do campo de temperatura em sólidos
com coeficiente de transferência de calor variável, realizado por IVANOV e SALOMATOV
(1965). Nessa oportunidade foi obtido um método numérico para a análise, neste mesmo
contexto de coeficiente de transferência térmica em sólidos em situação de condições de
contorno variáveis, estendendo sua solução para as três geometrias básicas (placas planas,
cilindros e esferas).
A dificuldade das técnicas clássicas de matemática em solucionar problemas que possuam
a variação do coeficiente de transmissão térmica dependente de espaço e tempo também foi
ratificada por ÖZISIK e MURRAY (1974), que defendiam a utilização da TTIG. Essa
metodologia permitia a obtenção de uma solução numérica do problema, por meio da resolução
de um sistema de equações diferenciais ordinárias.
Desse modo, o desenvolvimento de uma solução analítico-numérica encontraria na TTIG
os recursos necessários para analisar sistemas que possuam condições de contorno variáveis,
tanto no tempo (condução) como ao longo do eixo de escoamento (convecção). Podendo obter
uma solução mais precisa, quando comparada a solução explícita obtida por IVANOV e
SALOMATOV (1965).
Essa análise torna-se mais importante, pois busca uma solução que contempla os efeitos da
variação das condições de contorno ao longo do eixo do escoamento sobre a temperatura de
parede, especialmente na região correspondente ao comprimento de entrada térmica.

1.1 MOTIVAÇÃO

Este estudo vem a colaborar com uma análise mais profunda do real comportamento do
número de Biot na presença de convecção forçada, para um escoamento dentro de um duto
aletado externamente. Permitindo assim, uma determinação mais fidedigna da influência de um
coeficiente convectivo variável ao longo do eixo do tubo, sem esgotar todo o assunto, pois que

22
outros fatores podem a vir influenciar o perfil térmico de um escoamento interno de dutos
aletados.
Assim, este conhecimento permitirá uma busca mais precisa na melhora do rendimento
térmico de trocadores de calor, já que existe um vasto campo de aplicação desses dispositivos,
tanto para climatização residencial, assim como na atividade industrial que se utiliza de
permutadores de calor para aquecimento ou resfriamento de fluidos viscosos
processados/transportados na indústria petrolífera, química, de alimentos e até mesmo na área
da medicina, quando técnicas de resfriamento e aquecimento são aplicadas em cirurgias.
Um conhecimento mais aprofundado da transmissão de calor fornece subsídios importantes
para a elaboração de dispositivos mais compactos e leves, como os permutadores de calor,
permitindo sua utilização em atividades extremamente precisas e específicas, como por
exemplo na medicina.
Desse modo, este trabalho pretende desenvolver uma metodologia para obtenção de
resultados numéricos, com a aplicação da TTIG na geração de um sistema de equações
diferenciais ordinárias acopladas, obtendo assim uma solução mais abrangente, em relação aos
efeitos presentes no escoamento que influenciem na variação das condições de contorno.

1.2 OBJETIVOS

O presente trabalho objetiva fornecer uma análise sobre o comportamento térmico de um


escoamento em duto de seção circular externamente aletado, com perfil de velocidade
plenamente desenvolvido (uniforme/parabólico). A solução híbrida desse problema será obtida
por meio da aplicação da Técnica da Transforma Integral Generalizada. Além disso, uma
covalidação dos resultados analíticos será realizada por meio de uma solução numérica.

1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Esta seção descreve a organização do trabalho e fornece uma síntese do desenvolvimento


presente nas mesmas.
O Capítulo 1 apresenta uma introdução, onde é mostrada uma visão geral sobre o tema do
trabalho, sua motivação, objetivos e sua organização.

23
O Capítulo 2 apresenta um breve resumo de algumas literaturas técnicas sobre os
fenômenos em estudo, como artigos, teses e dissertações referentes à aplicação da TTIG em
sistemas que sofram variação das condições de contorno. Principalmente escoamentos
confinados em dutos que sofram essa mesma variação ao longo do eixo do duto.
O Capítulo 3 mostrará o desenvolvimento de um problema de escoamento em duto de
seção circular externamente aletado com condições de contorno variáveis. Para isso, será
elaborada a formulação para uma solução híbrida do referido problema, contemplando a
existência de um número de Biot variável sob efeito de uma função dependente da distância
percorrida ao longo do eixo do escoamento. Serão desenvolvidas formulações para ambos os
perfis de velocidade
O Capítulo 4 apresentará os resultados de simulações aplicadas a ambos os perfis de
velocidade, onde será verificado o comportamento térmico do sistema para alguns números de
Biot. Serão arbitradas algumas funções dependentes da distância ao longo do eixo que
permitirão avaliar esse mesmo comportamento térmico por meio de gráficos referentes às
temperaturas de parede e média, além dos fluxos local e acumulado. Os resultados obtidos pelo
uso da formulação desenvolvida para um sistema aletado serão comparados com outro sistema
sem aletas.
O Capítulo 5 apresentará uma solução numérica do problema em estudo, neste mesmo
capítulo serão apresentados alguns conceitos de parâmetros utilizados no desenvolvimento da
mesma, e que são determinados no aplicativo Ansys CFX. Ainda serão apresentados gráficos
que representem os efeitos das superfícies estendidas sobre a temperatura de parede do
escoamento. Com a obtenção dos valores referentes à temperatura de parede e fluxo local será
obtida uma função de ajuste, dependente da distância percorrida ao longo do eixo do
escoamento, que permitirá covalidar a metodologia desenvolvida para obtenção a formulação
da solução híbrida.
No Capítulo 6 serão apresentadas as conclusões do trabalho, assim como algumas
propostas para trabalhos futuros.
O Capítulo 7 apresenta as referências bibliográficas consultadas para o embasamento
teórico deste trabalho.

24
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Estudos sobre escoamentos que envolvam variações do problema original de GRAETZ


(1885) vem sendo trabalhados por meio de diversos métodos matemáticos clássicos. Contudo,
situações onde haja a presença de condições de contorno variáveis tornam a aplicação de
técnicas clássicas muito dificultada, principalmente no que tange a presença de problemas que
possuam a dependência tempo/espaço para condições de contorno, pois impede a utilização do
método da separação de variáveis na equação diferencial (SANTOS, 1990).
Em 1974, um dos primeiros estudos dedicados a contemplar sistemas com condições de
contorno variáveis realizou uma tentativa de simplificação da condição de contorno, mudando a
variável dependente. Contudo, esse processo introduziu um termo não linear na equação
diferencial, dependente do espaço e do tempo, o que levou ao surgimento de uma solução
aproximada de baixa ordem (IVANOV e SALOMATOV, 1965).
ÖZISIK e MURRAY (1974) verificaram a necessidade de introduzir um termo referente a
uma autofunção normalizada (Kernel) na fórmula da inversa da temperatura. Isso permitiu
obter soluções analíticas de ordem zero ou primeira ordem por meio de sistema de equações
diferenciais ordinárias acopladas.
SPARROW e CHARMCHI (1980) elaboraram um estudo direcionado para um
escoamento com perfil de velocidade plenamente desenvolvido, no interior de duto aletado
externamente, cujas aletas possuíam espaçamento fixo entre as mesmas. Esse sistema
considerou a hipótese da existência de um coeficiente convectivo variável axialmente, de modo
periódico semelhante a uma função degrau. Esse estudo fez uso do método das diferenças
finitas para resolver 6 casos de escoamento, mas o custo computacional foi considerado bem
elevado. Entre eles, encontravam-se situações que contemplavam razões entre o espaçamento
das aletas e suas espessuras.
A primeira publicação envolvendo problemas de difusão tratados pelo chamado até então
Técnica de Transformada Integral Generalizada foi realizada por ÖZISIK e MURRAY (1974).
A TTIG mostrou possuir vantagens em relação às demais metodologias matemáticas clássicas,
principalmente na redução de tempo de processamento, além de permitir uma redução de tempo
nas convergências numéricas. A Técnica da Transformada Integral Generalizada consiste em
aplicar um problema de autovalor, e em seguida transformar a equação diferencial parcial que
modela a situação problema que se pretende resolver num sistema infinito de equações

25
diferenciais acopladas que deve ser truncado com uma ordem suficientemente grande para
depois ser resolvido numericamente. (SOUZA, 2009).
A utilização da TTIG possibilita que problemas de autovalores descritos por equações
diferenciais parciais também sejam transformados em problemas de autovalores algébricos, os
quais podem ser resolvidos utilizando códigos computacionais.
SANTO, COTTA e ÖZISIK (1988) realizaram um estudo que aplicava a TTIG para
solução de problemas referentes à região de entrada em dutos, cujo coeficiente de transferência
de calor variava axialmente. O mesmo trabalho também considerou em seus resultados a
influência de arranjos diferentes de aletas externas, suas espessuras e a quantidade das mesmas.
COTTA (1993) apresenta alguns passos básicos para aplicação da TTIG, assim como
engloba algumas categorias de problemas que sejam contemplados pela aplicação da referida
técnica.
Objetivando fugir da grande exigência computacional encontrada por SPARROW e
CHARMCHI (1980), uma nova metodologia para aquisição de uma solução analítica
aproximada foi publicada por VICK E WELLS (1986). Foi feito uso da Técnica da
Transformada Integral Finita para determinação da temperatura de parede. Aplicou-se ao
coeficiente convectivo um comportamento tipo degrau, composto de saltos definidos, tendo
como base o posicionamento do escoamento imediatamente antes e depois do salto. A análise
apresenta seus resultados por meio de gráficos de calor total transferido
SANTOS (1990) elaborou uma solução analítica explícita para a situação de um
escoamento em dutos com aletas externas igualmente espaçadas ao longo do duto. O
comportamento do coeficiente convectivo foi determinado como sendo periodicamente variável
do tipo degrau, a fim de simular a presença das aletas. Este trabalho também contemplou a
espessura do tubo e o espaçamento entre as aletas. Neste mesmo trabalho são obtidas duas
soluções: uma mais refinada, pelo uso de um sistema de equações diferenciais ordinárias
acopladas; outra aproximada, com a aplicação do conceito de diagonal dominante, o que resulta
num sistema de equações de diferenciais desacopladas.
Contudo, no estudo de SANTOS (1990), o campo de temperatura na parede é determinado
pela aplicação direta da fórmula da inversa no contorno. Essa visão não trabalha a ideia de
explicitar a temperatura de parede por meio da condição de contorno, o que contemplaria o
coeficiente variável ao longo do eixo. Desse modo, existe a possibilidade de que os resultados
obtidos sejam imprecisos.

26
Outro ponto trabalhado por Santos é a elaboração de uma solução de baixa ordem que
aplique o conceito de diagonal dominante, desprezando os efeitos dos elementos fora da
diagonal principal de uma matriz de coeficientes aplicada a um sistema de equações
diferenciais ordinárias. Esse procedimento pode ser de grande valia para a aquisição de uma
solução explícita de um sistema desacoplado, contudo o conceito de diagonal dominante deve
estar compatível com o problema analisado. A não aplicabilidade deste conceito pode gerar
resultados com grande margem de erro, se a matriz de coeficientes do sistema de equações
diferenciais ordinárias não possuir essa característica.
Um outro ponto da solução analítica proposta por Santos está na fixação de distâncias
iguais entre as aletas, não permitindo a possibilidade de uma variação das mesmas. Desse
modo, o sistema torna-se muito rígido no que diz respeito à possibilidade de alternativas para
sua geometria.
Nesta dissertação, o problema de Santos (1990) é retomado com o objetivo de explorar a
aplicação da TTIG para determinação dos campos de temperatura, principalmente a de parede,
explicitando esta por meio da condição de contorno, a fim de torná-la mais precisa. Desse
modo, ambas as soluções (refinada e aproximada) serão confrontadas com a aplicação do
mesmo critério aplicado. Para isso, será aplicada uma correção em cima do número de Biot
baseada em funções exponenciais ou trigonométricas, no lugar de um número de Biot
modificado através de uma média ponderada, como existente no trabalha de Santos (1990). A
possibilidade de aplicação de funções que representem geometrias mais complexas também
poderão ser contempladas, pois que o sistema desenvolvido permitirá a utilização de resultados
de uma solução numérica para determinação de uma nova função de correção para o número de
Biot, aproximando-se de uma solução próxima da realidade.
A TTIG mostrou-se uma ferramenta de grande importância para estudos envolvendo a
presença de condições de contorno variável, como também verificado em estudos mais
recentes, como WORTMANN (2003) onde a TTIG foi usada para a soluciona problemas
relacionados a concentração de poluentes na atmosfera e convecção forçada com escoamento
laminar entre placas planas, com desenvolvimento de perfis térmicos e hidrodinâmicos. Nos
quais o primeiro e totalmente solucionado de forma analítica, já o segundo estudo destina-se a
solução da equação da energia de forma analítica e iterativa.
O primeiro modelo abordado pelo estudo é direcionado à dispersão de poluentes passivos,
e correspondente a um sistema transiente, unidimensional em coordenadas cartesianas. Para o
seu desenvolvimento foi utilizado um problema auxiliar com objetivo de diminuir o custo

27
computacional para solução do sistema de equações diferenciais ordinárias. Já o segundo ponto
em estudo é um problema difusivo-advectivo que envolve um canal de placas paralelas sob
efeito de um escoamento em regime permanente, laminar, de um fuido incompressível, com
propriedades físicas constantes, dissipação viscosa desprezível, sem condução axial,
escoamento bidimensional.
Para facilitar será introduzido um componente X e Y, além de uma componente
dependente somente de Y.
Para essa última fase, o sistema é truncado em uma ordem suficiente para garantir a
precisão, neste caso o sistema que solucionará a equação do Momentum e de Energia. Os
resultados obtidos foram comparados com os demonstrados pelo estudo de COTTA (1993).
Obteve-se assim, um quantitativo de 76 raízes para uma convergência de 2*10 -7 para o campo
velocidade e de 5*10-7 para a temperatura.
Contudo, por se tratar de uma expansão em cossenos esse número de autovalores deverá
ser maior, na região de entrada. Mesmo assim, o processo utilizado na solução manteve o erro
controlado, o tempo de processamento menor. Considerando o problema não linear possui duas
aproximações: truncamento do somatório e linearização do procedimento iterativo.
Ainda no campo de utilização da TTIG, LOPES (2012) realizou um estudo no campo da
troca térmica por meio de convecção forçada, onde se encontra presente um escoamento
laminar dentro de um duto de seção circular, sem a contemplação de aletas externas, como se
propôs SANTOS (1990). Por meio do uso da TTIG produziu uma solução híbrida analítico-
numérica nos campos de velocidade, pressão e temperatura. Foram utilizadas variáveis
primitivas na formulação das equações de continuidade, Navier-Stokes, Poisson e da energia.
Durante o desenvolvimento do trabalho utilizou-se a biblioteca IMSL (DBVPFD), do Fortan,
que permitiu a solução de um sistema de equações em termo de suas autofunções (Bessel).
Sendo seus resultados apresentados em função no número de Nusselt e fator de atrito, além da
apresentação dos perfis de velocidade, velocidade média, temperatura, temperatura média,
pressão e pressão média.
Neste desenvolvimento foram utilizados filtros matemáticos para situações de condições de
contorno não homogêneas nos campos de velocidade e pressão. Assim, para uso da TTIG
apresentou-se problemas auxiliares para velocidade, pressão e temperatura, obtendo o par
transformada-inversa desses mesmos campos.

28
Desse modo, foram mostrados por meio dos perfis de velocidade média, comportamento da
pressão média, perfil da temperatura média e número de Nusselt ao longo do eixo do
escoamento.

29
3 ESTUDO DE COMPORTAMENTO TÉRMICO DE SISTEMAS COM
CONDIÇÕES DE CONTORNO VARIÁVEIS

3.1 ANÁLISE DE ESCOAMENTO INTERNO EM DUTO CILÍNDRICO COM


COEFICIENTE DE TRANSFERÊNCIA TÉRMICA VARIÁVEL AXIALMENTE,
NUM TUBO ALETADO EXTERNAMENTE.

O estudo em desenvolvimento trata de uma extensão do problema de Graetz, onde é


analisado um escoamento interno em duto cilíndrico externamente aletado, cujo coeficiente de
transferência térmica varia axialmente. Para isso será utilizada a TTIG, que permitirá a
determinação dos campos de temperatura (na parede e média) por meio de um sistema de
equações diferenciais ordinárias acopladas.
Objetiva-se a elaboração de uma solução híbrida que permita, por meio do uso da TTIG
numa formulação matemática, representar o perfil térmico do escoamento com condições de
contorno variáveis ao longo do eixo. Desse modo, com os resultados obtidos, será apresentado
o comportamento térmico do sistema com número de Biot variável comparado-o ao problema
original de Graetz (Biot fixo), por meio de gráficos envolvendo as temperaturas (parede e
média) e os fluxos de calor presentes (local e acumulado).
Para o desenvolvimento deste capítulo, a fim de contemplar os efeitos no comportamento
do coeficiente convectivo, foram consideradas as seguintes hipóteses:
- escoamento laminar em regime permanente;
- perfis de velocidade uniforme e parabólico plenamente desenvolvido;
- perfil térmico em desenvolvimento na região de entrada;
- fluido Newtoniano;
- dutos de seção circular com paredes finas;
- não conjugado (sem efeitos de parede);
- sistema de dutos com aletas externas;
- ausência de fonte de calor;
- dissipação viscosa desprezível;
- ausência de forças de corpo.

30
O procedimento desenvolvido para se alcançar o perfil de temperatura trabalhará,
inicialmente, quatro opções de formulação, tendo por objetivo a mensuração do custo
computacional. Serão baseadas em duas soluções refinadas e duas soluções aproximadas.

FIG. 3.1 Perfis de velocidades plenamente desenvolvidos aplicados na solução híbrida

Nesse momento, inicia-se o desenvolvimento matemático de uma extensão do problema


original de Graetz, cujos efeitos das aletas são considerados por meio de uma função que
contempla a variação do coeficiente convectivo ao logo do eixo do escoamento (figura 2), para
ambos os perfis de velocidades plenamente desenvolvidos (figura 1). Assim, pode-se imaginar
que a consequência das superfícies estendidas sobre o coeficiente de transferência térmica ao
longo do eixo realiza um efeito de majoração cíclica sobre os valores desse coeficiente.

31
FIG. 3.2 Escoamento em duto aletado externamente (SANTOS, 1990).

O problema de valor de contorno geral pode ser escrito como:

Onde serão aplicadas as condições de contorno descritas abaixo:

O problema agora é apresentado na sua forma adimensionalizada:

Onde:

32
Considerando:

Para perfil de velocidade plenamente desenvolvido parabólico em duto cilíndricos

Para perfil de velocidade uniforme

Hipótese adicional
- O número de Biot variável em função da distância percorrida ao longo do eixo do
escoamento.

Considerando uma solução do tipo:

33
O problema de autovalor auxiliar para a determinação das autofunções é escolhido
como sendo:

Onde a autofunção aplicada será Bessel de primeiro tipo e ordem zero.

Devido à dependência em relação à posição axial, existente no modelo, será utilizada a


técnica da transformada integral generalizada permite trabalhar esse parâmetro variável (Biot),
por meio de um sistema de equações diferenciais ordinárias acopladas.

Objetivando a aquisição das fórmulas da transformada e da inversa da temperatura, utiliza-

se o operador na fórmula para a solução do campo da temperatura (Eq. 3.17):

Tanto o problema geral, como as condições de contorno definem um problema especial do


tipo Stur-Liouville, cuja dependência axial pode utilizar a propriedade da ortogonalidade
entre as autofunções para sua determinação (ÖZISIK, 1993).

Onde se tem:
0, se i ≠ j
Ni, se i = j

34
Desse modo, a Norma (Ni) fica definida por:

Assim, substituindo a Eq. (3.24) na (3.22), determina-se o termo dependente da distância


axial para a fórmula da temperatura (Eq. 3.17).

Definindo assim o par transformada-inversa:.

A seguir serão apresentadas as análises para escoamentos com perfis de velocidade


uniforme e parabólico respectivamente.

3.1.1 PERFIL DE VELOCIDADE UNIFORME [U (R)=1]

Operando com na formulação do problema geral (Eq. 3.5), obtém-se

uma primeira relação para a fórmula da transformada da temperatura.

Pode-se destacar a presença da Eq. (3.26).

35
Fornecendo a formulação da derivada da transformada da temperatura.

Operando com sobre o problema de autovalor (Eq. 3.18), obtém-se uma

segunda relação para a fórmula as transformada da temperatura:

Somando-se as Eq. (3.30) e (3.32) tem-se:

Avaliando a integral do lado direito da Eq. (3.33) por partes obtém-se:

O lado direito da Eq. (3.16) é avaliado por meio de manipulações matemáticas sobre as
condições de contorno do problema original (Eq. 3.5) e de autovalor (Eq. 3.18). Neste caso, as
Eq. (3.6) e (3.7) são multiplicadas por , em R=0 e R=1 respectivamente, enquanto as Eq.
(3.19) e (3.20) são multiplicadas por em R=0 e R=1 respectivamente. Em seguida,
subtrai-se os resultados desse processo obtendo:

36
Substituindo a Eq. (3.35) na (3.34) obtém-se a seguinte relação:

De forma a completar a transformação integral, o termo da Eq. (3.36) referente à


temperatura de parede deve ser avaliado. Para tanto, serão verificadas duas alternativas:
1) Utilizar a condição de contorno do problema de autovalor, para R=1 (Eq. 20), a fim de
obter uma equação para a partir da Eq. 3.(35).
Com a substituição da Eq. (3.20) na (3.35) e realizadas as respectivas simplificações
obtém-se:

Resultando em:

2) Considerar a inversa da transformada (Eq. 3.27) para R=1:

O desenvolvimento da solução híbrida analítico-numérica pode ser feito seguindo quatro


meios distintos, apresentados a seguir:

1) Uma solução completa refinada, que contempla a fórmula da temperatura na


parede, explicitada pela condição de contorno (Eq. 3.38), no sistema de equações
diferenciais ordinárias (Eq. 3.36);
2) Uma solução refinada que aplica diretamente a fórmula da inversa da
temperatura (Eq. 3.39) no sistema de equações diferenciais (Eq. 3.36);

37
3) Uma solução completa aproximada que contempla a fórmula da temperatura na
parede, explicitada pela condição de contorno (Eq. 3.38), no sistema de equações
diferenciais ordinárias (Eq. 3.36);
4) Uma solução aproximada que aplica diretamente a fórmula da inversa da
temperatura (Eq. 3.39) no sistema de equações diferenciais ordinárias (Eq. 3.36);

A seguir serão apresentados os detalhamentos das opções mencionadas.

1ª Opção: corresponde à solução completa refinada, que contempla os efeitos do


coeficiente variável na fórmula da temperatura na parede (Eq. 3.38), aplicando essa na Eq.
(3.36), de modo a gerar um sistema de equações diferenciais ordinárias acopladas, para a
determinação do perfil de temperatura na parede do duto. Para isso substitui-se o termo
referente à temperatura de parede existente na (Eq. 3.35) pela Eq. (3.38), para determinação de
um conjunto de termos que substitua os existentes nos colchetes do lado direito da Eq. (3.34).
Considerando:

Para obtenção do valor da derivada da temperatura localizada na parede do duto (R=1),


integra-se o problema original (Eq. 3.12) na direção radial, aplicando a definição da inversa da
transformada (Eq. 3.27)

Utilizando a relação obtida na Eq. (3.41), e aplicando-a na Eq. (3.40) obtém-se:

38
Com o objetivo de eliminar a integral presente na Eq. (3.42), realiza-se a integração do
problema de autovalor (Eq. 3.18) na direção radial, aplicando seu resultado na Eq. (3.20),
obtendo:

Substitui-se então a Eq. (3.43) na (3.42), resultando em:

Considerando:

Desse modo realizando a substituição das Eqs. (3.45) e (3.46) na Eq. (3.44), obtém-se a
formulação final para um sistema implícito infinito de equações diferenciais ordinárias, para
obtenção do termo referente à transformada da temperatura:

Utilizando a notação do Delta de Kronecker, a Eq. (3.47) é reescrita da seguinte forma.

39
O sistema implícito de equações diferenciais ordinárias (Eq. 3.48) é utilizado para
determinação da temperatura transformada.
Definindo:

Obtém-se:

Este mesmo sistema pode ser apresentado na forma matricial:

Considerando que o sistema acima (Eq. 3.50) necessita do conhecimento da condição


existente na região de entrada do duto (Z=0), aplica-se a transformação integral à condição de
entrada (Eq. 3.8), obtendo:

Fazendo uso da Eq. (3.43) e aplicando-a na (3.52) tem-se:

2ª Opção: solução refinada com aplicação direta da fórmula da inversa da temperatura (Eq.
3.27) na Eq. (3.36). Desse modo, a solução não utiliza a fórmula da temperatura de parede
explicitada pela condição de contorno (Eq. 3.38).

Substitui-se então a Eq. (3.43) na (3.42), resultando em:

40
Considerando:

Desse modo realizando a substituição da Eq. (3.56) na (3.55), obtém-se a formulação final
para um sistema implícito infinito de equações diferenciais ordinárias, para obtenção do termo
referente à temperatura transformada:

Utilizando a notação do Delta de Kronecker, a Eq. (3.57) é reescrita da seguinte forma.

Utilizando a seguinte expressão:

Obtém-se por fim:

Este mesmo sistema pode ser apresentado na forma matricial:

3ª Opção: solução aproximada completa


Esta opção utiliza o sistema implícito de equações diferenciais ordinárias acopladas da Eq.
(3.50) e aplica o conceito de diagonal dominante. Neste caso, a temperatura de parede é
explicitada pela condição de contorno (Eq. 3.38). Este processo permite a obtenção de um
sistema desacoplado:

41
Assim, realizando as devidas substituições previstas na Eq. (3.38) e (3.37)
respectivamente, é obtido por meio de integração dos termos uma fórmula para a temperatura
transformada:
Definindo:

Onde:

Considerando-se apenas a diagonal principal da Eq. (3.50), obtém-se:

Integrando a Eq. (3.65) de 0 a Z,

Fornecendo:

De posse dessa formulação para a transformada da temperatura (Eq. 3.67), aplica-se a


mesma na equação da inversa da temperatura (Eq. 3.27), que representa a fórmula geral da
temperatura:

Onde:

42
A integral presente na Eq. (3.68) pode ser analisada após a substituição da Eq. (3.46), o
que resulta em:

Ou

Onde:

Pode-se a partir deste momento realizar as devidas substituições dos termos da Eq. (3.71)
pela Eq. (3.72) e seu resultado ser transportado para a Eq. (3.67), definindo a formulação para a
transformada da temperatura:

Realizando a substituição das Eq. (3.53) e (3.73) na fórmula da inversa da temperatura (Eq.
3.27), obtém-se:

4ª Opção: solução aproximada com aplicação do conceito de diagonal dominante sobre a


Eq. (3.58).
Considerando apenas a diagonal principal da matriz do sistema da Eq. (3.58):

Utilizando:

43
Reposicionando os termos da Eq. (3.77) e integrando os mesmos, tém-se:

Assim:

A integral presente na Eq. (3.79) pode ser analisada após a substituição da Eq. (3.69), o
que resulta em:

Substituindo a Eq. (3.80), referente à transformada, na Eq. (3.27) definindo assim a


equação aproximada da temperatura com aplicação direta da inversa:

Substituindo a Eq. (3.53) na (3.81) tem-se:

Para obter uma ideia do comportamento térmico do escoamento nas proximidades das
superfícies estendidas, foram utilizadas algumas funções em relação à posição Z no eixo
(exponencial e tangente hiperbólica). Desse modo, é possível realizar uma análise dos efeitos
dessas aletas sobre o número de Biot. Vale salientar que nas soluções consideradas refinadas
(1ª e 2ª opções), que utilizam um sistema de equações diferenciais ordinárias, altera-se apenas a
própria f(Z) nas Eq. (3.46) e (3.58).

44
Assim, foram elaboradas análises do perfil térmico do escoamento em relação a seguintes
funções de “Z”:

EXPONENCIAL

Solução aproximada completa (3ª opção):

Solução aproximada com aplicação imediata na formula da inversa (4ª opção):

TANGENTE HIPERBÓLICA

Solução aproximada completa (3ª opção):

Solução aproximada com aplicação imediata na formula da inversa (4ª opção):

45
TEMPERATURA MÉDIA DO ESCOAMENTO

A solução para obtenção do valor da temperatura média trabalhada durante o


desenvolvimento desse estudo possui a mesma forma, diferenciando no que se refere às funções
f(Z) aplicadas ao número de Biot durante o processo que envolve o sistema de equações
diferenciais ordinárias, para a determinação do valor das transformadas.

Aplicando a fórmula inversa da temperatura (Eq. 3.27) na Eq. (3.89), além de considerar a
Eq. (44) obtém-se:

Os valores da temperatura média para cada opção diferenciam-se pelo uso das fórmulas
das transformadas a serem utilizadas, já que estas são específicas para cada opção: refinada
completa (Eq. 3.50), refinada com aplicação direta da fórmula da inversa (Eq. 3.60),
aproximada completa (Eq. 3.74) e aproximada com aplicação direta da fórmula da inversa (Eq.
3.82).

3.1.2 PERFIL DE VELOCIDADE PARABÓLICO

A obtenção da formulação da temperatura para um escoamento com perfil de velocidade


parabólico segue os mesmos passos trabalhados para obtenção do sistema de equações
diferenciais ordinárias, previsto no perfil de velocidade uniforme (plug flow). Contudo, no

passo em que o problema original (Eq. 3.5) é operado com , o perfil de

velocidade se mantém e não permite uma substituição imediata pela formula da transformada,
permanecendo com o operador de integração em sua estrutura.

46
Desse modo, quando aplicada a formula da inversa da temperatura (Eq. 3.27) surge uma
nova relação, agora com a presença da transformada da temperatura (Eq. 3.26).

Podendo reapresentar a Eq. (3.92) na seguinte forma.

1ª OPÇÃO: Completa refinada


De modo análogo ao desenvolvimento para o perfil de velocidade uniforme, a solução
refinada completa para perfil de velocidade parabólico, obtém uma formulação para o sistema
implícito infinito de equações diferenciais ordinárias com a seguinte forma:

Verifica-se neste caso a substituição do delta de Kronecker, presente na Eq. (3.48), por um
termo que contemple o perfil de velocidade. Contudo, realizando os devidos arranjos
matemáticos, as formulações dos dois perfis tornam-se bem semelhantes, como visto a seguir.
Definindo-se:

47
Tem-se:

Retornando assim a forma da Eq. (3.94), porém com termos mais abrangentes.

2ª OPÇÃO: Solução refinada com aplicação direta da formula da inversa da temperatura


Esse desenvolvimento segue o mesmo procedimento aplicado para aquisição da Eq. (3.60),
considerando a substituição do Delta de Kronecker pela Eq. (3.95)

Utilizando a definição da Eq. (3.59) e aplicando-a na Eq. (100) tem-se:

Este mesmo sistema pode ser apresentado na forma matricial:

48
TEMPERATURA MÉDIA

A solução para aquisição do valor da temperatura média para escoamento com perfil de
velocidade parabólico, agora deve contemplar U(R)=2(1-R2) (Eq. 3.14), durante seu
desenvolvimento. Contudo, as temperaturas médias para as soluções refinadas continuam sendo
diferenciadas pela obtenção dos valores referentes às transformadas.

Aplicando a fórmula inversa da temperatura (Eq. 3.27) na Eq. (3.103), além de considerar
a Eq. (3.43) obtém-se:

49
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

Como já dito anteriormente, quanto mais alto o valor aplicado para Biot, mais será
facilitada a transferência de calor na interface entre a parede do tubo e o meio exterior,
resultando numa queda mais rápida de temperatura. Deste modo, a presença de uma função
f(Z) atuante sobre o valor de Biot (Eq. 83 e 86), permitirá a avaliação do comportamento do
perfil de temperatura (parede e média) quando esta função tender a zero (problema de Graetz)
ou majorar o valor de Biot, facilitando assim a troca térmica. O comportamento térmico do
escoamento pode ser observado nos gráficos seguintes, que incluirão todas as soluções
trabalhadas anteriormente.
Para a elaboração das rotinas trabalhadas nas simulações foi utilizado o software Matlab
R2010, com aplicação da rotina ODE15s, que se trata de um solver de ordem variável,
multipasso e que utiliza o método Gear, operando com sistemas rígidos (stiff) e implícitos de
equações diferenciais ordinárias acopladas.
Os parâmetros utilizados para a elaboração dos gráficos e tabelas foram obtidos por meio
de testes de convergência, que permitiram uma precisão de 10-4 nos valores da temperatura de
parede, quando aplicados um quantitativo mínimo de 150 raízes (autovalores), ao longo de todo
o eixo do escoamento, são eles:

Números de Biot 0,1 – 0,5 – 1,0 – 5,0 – 10,0


Parâmetro multiplicador ( ) 0,1 – 0,5 – 1,0 – 5,0 – 10,0
Número de autovalores 150
Comprimento de duto (adimensional) 6
Temperatura inicial (adimensional) 1
Tolerância de convergência 10-5

As curvas a seguir mostram o comportamento da temperatura média e da temperatura de


parede ao longo do tubo em função do parâmetro multiplicador beta para as funções definidas
pelas Eq.(83) e (86). Nesse caso, a medida que o valor de beta aumenta ou diminui, o valor da
função tende ao limite zero ou inverso do número de Biot, conforme o caso. Em consequência,
de acordo com a Eq. (16), as curvas de temperatura passam a representar as situações Bi(Z) =

50
Bi e Bi(Z) = Bi+1, respectivamente. Com isso, as curvas ficam limitadas, acima e abaixo, pela
solução correspondente ao problema de Graetz clássico com condição de contorno convectiva.

4.1 PERFIL DE VELOCIDADE UNIFORME (PLUG FLOW)

4.1.1 FUNÇÃO EXPONENCIAL

A seguir serão apresentados gráficos que mostrarão as curvas do perfil de temperatura de


parede para as quatro soluções desenvolvidas. As curvas serão baseadas nos seguintes
parâmetros:
- número de Biot = 0.1;
- demais parâmetros são os mesmos apresentados no início do capítulo.

FIG. 4.1 Solução refinada completa para Biot=0,1

Na figura 4.1, é apresentada a distribuição axial do perfil de temperatura na parede, quando


aplicada à 1ª opção de desenvolvimento da solução híbrida (Eq. 3.50). As curvas em que são
aplicados os parâmetros estão distribuídas dentro de um envelopamento feito pelas curvas
que representam a solução do problema de Graetz com condição de contorno convectiva para
números de Biot iguais a 0,1 e 1,1 respectivamente. Pode-se observar também que devido à
função exponencial (Eq. 3.83) aplicada na variação do número de Biot (Eq. 3.16), quanto
menor o valor do parâmetro , mais facilitada fica a troca térmica, permitindo assim uma queda

51
mais acentuada na temperatura, pois que se aproxima do valor Bi(Z)=Bi+1, que corresponde a
curva inferior (Biot=1,1).

FIG. 4.2 Solução refinada (inversa direta) para Biot=0,1

Na figura 4.2, é apresentada a distribuição axial do perfil de temperatura na parede, através


da 2ª opção de desenvolvimento da solução híbrida (Eq. 60). Semelhante envelopamento ao
apresentado na figura 4.1 serve com limite às curvas que apresentam o perfil de temperatura
com o uso de valores diferentes do parâmetro . Pode-se avaliar um comportamento bem
semelhante aos resultados obtidos na solução refinada completa (1ª opção). Contudo, a queda
de temperatura neste caso é menos acentuada, o que pode ser verificado quanto a aproximação
entre a curva com o menor parâmetro e a limítrofe inferior (Biot=1,1 fixo), desde a região de
entrada. Pode-se verificar na figura 4.1 que a 1ª solução está sobreposta à linha limítrofe
inferior nessa região.

52
FIG. 4.3 Solução aproximada completa para Biot=0,1.

Na figura 4.3, é apresentada a distribuição axial do perfil de temperatura na parede, quando


utilizada a solução aproximada completa (Eq. 3.76), referente à 3ª opção de desenvolvimento
da solução híbrida. O envelopamento foi mantido, mas o comportamento das curvas de
temperatura é bem diferente dos obtidos pelas 1ª e 2ª soluções. Desde o seu início, que parte
das proximidades da curva referente ao problema de Graetz de menor valor de Biot (0,1), nas
proximidades da região de entrada. Ao contrário do comportamento das soluções refinadas que
partem das proximidades da curva referente ao problema de Graetz de maior valor de Biot
(1,1), para a mesma região. Contudo, para esta opção, a queda da temperatura de parede é mais
acentuada, quando aplicados os menores valores para o parâmetro , que majora o número de
Biot permitindo que seu número de Biot tenda ao utilizado na linha limítrofe inferior(
Biot=1,1).

53
FIG. 4.4 Solução aproximada (inversa direta) para Biot=0,1

É apresentada, na figura 4.4, a distribuição axial do perfil de temperatura na parede, através


da solução aproximada com aplicação direta da fórmula da inversa da temperatura (Eq. 3.85),
referente à 4ª opção de desenvolvimento da solução híbrida. Neste caso, não é possível manter
a curva, que possui o menor valor do parâmetro , confinada ao envelopamento, representado
pelas curvas que representam o problema de Graetz (Biot= 0,1 e 1,1 respectivamente). Pela
função que foi utilizada sobre o número de Biot (Eq. 3.83), este teria seu valor aumentado de
uma unidade, no máximo. Contudo, a curva referente à 4ª opção ultrapassou levemente o
envelopamento, que é representado pela curva que representava um escoamento com número
de Biot=1,1 (fixo).

A seguir serão apresentados gráficos comparativos entre as duas soluções refinadas e as


duas aproximadas, cujo valor do coeficiente convectivo adimensional foi escolhido, de modo
aleatório, como sendo igual a 1 (um). Para uma melhor visualização das variações obtidas dos
resultados serão aplicados os seguintes parâmetros:

Parâmetro multiplicador ( ) 0,1 – 0,5 – 1,0 – 5,0 – 10,0


Número de autovalores 150
Comprimento de duto (adimensional) 6
Temperatura inicial (adimensional) 1
Tolerância de convergência 10-5

54
FIG. 4.5 Soluções refinada e aproximada da temperatura média para Biot=1 com parâmetro
= 0,1 e função exponencial.

Na figura 4.5, pode ser observada o perfil da distribuição axial da temperatura média. As
curvas recebem a aplicação do parâmetro =0,1 e estão distribuídas dentro de um
envelopamento feito pelas curvas que representam a solução do problema de Graetz (Biot fixo)
com condição de contorno convectiva para números de Biot iguais a 1,0 e 2,0 respectivamente.
Devido ao baixo valor do parâmetro utilizado na função exponencial (Eq. 3.83) que majora o
valor do número de Biot (Eq. 3.16). A solução referente à 1ª opção de desenvolvimento da
solução híbrida demonstra uma melhor queda da temperatura média que as demais soluções,
representando assim um sistema mais eficiente no resfriamento do fluido interno ao duto.
Quando a proposta de SANTOS (1990), que faz referência a aplicação direta da fórmula da
inversa num sistema de perfil de velocidade parabólico, é utilizada para um sistema de perfil de
velocidade uniforme pode-se observar uma menor queda de temperatura média em relação as
demais opções.
A curva referente à solução aproximada com aplicação direta da fórmula da inversa da
temperatura (4ª opção) demonstrou um comportamento que extrapola o limite inferior, que
representa um sistema com número de Biot=2,0, que pela Eq. (3.16) seria o valor máximo
obtido devido ao uso da função exponencial (Eq. 3.83). Tal comportamento já havia surgido na
figura 4.4, inclusive para o mesmo valor do parâmetro =0,1, mas para número de Biot igual a
0,1, quando foi analisado o perfil de temperatura de parede para o uso da referida solução
aproximada.

55
Importante lembrar que todos os valores de temperaturas médias são obtidos por meio da
Eq. (Eq. 3.90), sendo o termo referente a transformada obtido pelas respectivas equações: 1ª
opção (Eq. 3.50), 2ª opção (Eq. 3.60), 3ª opção (Eq. 3.73) e 4ª opção (Eq. 3.80).

FIG. 4.6 Soluções refinada e aproximada da temperatura de parede para Biot=1 com
parâmetro = 0,1 e função exponencial.

A figura 4.6 apresenta o perfil da distribuição axial da temperatura de parede, quando


aplicados os mesmos parâmetros de estudo da figura 4.5. É possível observar os
comportamentos bem diferentes entre as temperaturas médias apresentadas na figura 4.5 e as de
parede da figura 4.6, com relação aos seus envelopamentos. Neste caso, existe uma grande
diferença em relação à zona de entrada, onde as curvas referentes à 1ª opção de
desenvolvimento da solução híbrida se aproximam mais do limite inferior, que representa uma
curva com valor fixo do número de Biot igual a 2,0, que as curvas refrentes às soluções
aproximadas. Outro ponto a ser verificado é a proximidade das curvas, já que as temperaturas
médias possuem um comportamento semelhante entre às soluções e as temperaturas de parede
já o têm bem diferente. Isso pode ser explicado pelo uso da mesma equação para a temperatura
média (Eq. 3.90), mesmo que a fonte para o termo da transformada seja obtido de modo
diferente para cada solução. Contudo, para a temperatura de parede são utilizadas formulações
completamente distintas, que submetem diretamente a mesma a ação do número de Biot
variável e o fluxo local.

56
FIG. 4.7 Soluções refinada e aproximada da temperatura média para Biot=1 com
parâmetro = 1,0 e função exponencial.

FIG. 4.8 Soluções refinada e aproximada da temperatura de parede para Biot=1 com
parâmetro = 1,0 e função exponencial.

Podem ser verificadas nas figuras 4.7 e 4.8 o perfil da distribuição axial da temperatura
média e de temperatura de parede respectivamente, para um parâmetro =1,0. Com relação as
curvas da temperatura média, a proximidade entre as mesmas se manteve semelhante e com
pouca variação em relação, mesmo com um aumento de 10 vezes no valor do parâmetro .
Contudo, neste caso a curva referente á solução aproximada com aplicação direta da inversa da
temperatura não extrapola o limite inferior, como ocorrido na presença de um parâmetro

57
pequeno (0,1), mostrado na figura 4.5. No que diz respeito às curvas referentes às temperaturas
de parede, houve uma maior aproximação entre as mesmas em relação a curva superior do
envelopamento, que corresponde ao problema de Graetz com valor de Biot=1,0. Assim, a
influência da posição em relação ao eixo se faz mais perceptível, o que aumenta o expoente da
Eq. (3.83), diminuindo assim o efeito desta quando aplicada ao número de Biot variável (Eq.
3.16). Comportamento este já verificado quando feita a análise das figuras 4.1, 4.2, 4.3 e 4.4.

FIG. 4.9 Soluções refinada e aproximada da temperatura média para Biot=1 com parâmetro
= 5,0 e função exponencial.

A figura 4.9 apresenta o perfil da distribuição axial da temperatura média, numa situação
em que se aplica um parâmetro =5,0. Com um aumento de 50 vezes em relação ao valor
aplicado na figura 4.5, é possível observar uma aproximação bem mais acentuada das curvas
em relação à linha superior do envelopamento, que corresponde ao problema de Graetz com
valor de Biot=1,0, além de uma maior proximidade entre as mesmas. A aplicação de um valor
maior para o parâmetro potencializa os efeitos da posição ao longo do eixo na Eq. (3.83),
tendendo esta a zero, diminuindo assim sua influência sobre o número de Biot variável (Eq.
3.16).

58
FIG. 4.10 Soluções refinada e aproximada da temperatura de parede para Biot=1 com
parâmetro = 5,0 e função exponencial.

A figura 4.10 apresenta o perfil da distribuição axial da temperatura parede, numa situação
em que se aplica um parâmetro =5,0. É possível observar uma aproximação maior das duas
curvas em relação à linha superior do envelopamento e entre as mesmas de forma mais
acentuada. Isso está ligado ao mesmo efeito comentado no final da análise da figura 4.9,
atribuído à função exponencial (Eq. 3.83) aplicada ao número de Biot variável (Eq. 3.16).
Importante observar a melhora na troca térmica, quando da aplicação de uma função sobre
o número de Biot, que contemple a influência da distância percorrida pelo fluido, o que pode
ser verificado nas figuras 4.5, 4.6, 4.7, 4.8, 4.9 e 4.10. Isso é possível devido a majoração do
número de Biot, que permite uma facilitação das trocas térmicas.
Dependendo do fator multiplicador ( ) aplicado, a influência da distância percorrida ao
longo do eixo poderá ser anulada (altos) ou potencializada (baixos). Contudo, foi percebida
uma troca térmica mais eficiente presente no sistema de número de Biot variável em relação ao
sistema que possui o mesmo fixo. Esta eficiência diminui para os casos em que a influência da
posição ao longo eixo se torna mais efetiva.
Outro importante dado de referência para compreensão do comportamento térmico do
escoamento está vinculado à taxa de transferência de calor acumulada, desde a entrada no duto
até a sua posição ao longo eixo. Nas figuras 4.11, 4.12, 4.13 e 4.14 estão representadas as
variações do fluxo acumulado ao longo do eixo do escoamento para as opções de solução.

59
A taxa de transferência térmica adimensional acumulada pode ser calculada pela seguinte
equação:

onde:

Substituindo a Eq. (3.43) na Eq. (3.41) é possível substituir o termo da derivada da


temperatura da Eq. (4.1). Operando a integração, obtém-se a seguinte equação:

FIG. 4.11 Fluxo acumulado para Biot=1 e função exponencial para solução refinada
completa.

60
FIG. 4.12 Fluxo acumulado para Biot=1 e função exponencial para solução refinada com
aplicação direta da inversa da temperatura.

FIG. 4.13 Fluxo acumulado para Biot=1 e função exponencial para solução aproximada
completa.

61
FIG. 4.14 Fluxo local para Biot=1 e função exponencial para solução aproximada com
aplicação direta da inversa da temperatura.

Pode ser observado nas figuras 4.11, 4.12, 4.13 e 4.14 acima o comportamento do fluxo
acumulado ao longo do percurso do fluido. Existe uma melhor eficiência na troca térmica das
curvas que representam os escoamentos com número de Biot variável em relação ao de
referência (Biot=1,0), já que esses possuem um coeficiente convectivo adimensional maior nas
proximidades da região de entrada, o que facilita nas trocas térmicas, permitindo possuírem um
fluxo acumulado maior. Verifica-se a proximidade de taxa de transferência térmica acumulada
entre as curvas sob efeito dos parâmetros de menor valor e a curva limítrofe superior
(Biot=2,0).
Outro ponto importante é o comportamento das curvas referentes à solução aproximada
com aplicação direta da inversa da temperatura (4ª opção), que extrapolou o limite do
envelopamento em relação a curva com maior número de Biot fixo (Biot=2.0) para a
temperatura média, mostrando na figura 4.14 um rendimento superior a esta, o que não é
aceitável, visto que pela Eq. (3.83) o valor máximo a ser adicionado ao número de Biot variável
é 1 (um), podendo assim equiparar a curva limítrofe do envelopamento, e não superá-la
Para fornecer uma noção sobre a melhora do rendimento do sistema aletado (condição de
contorno variável) e o não aletado (Graetz), serão apresentados a seguir gráficos que mostrarão

62
uma comparação entre a taxa de transferência térmica de um sistema aletado (número de Biot
variável) e um não aletado (número de Biot=1,0 fixo), com base na Eq. (4.4) descrita abaixo.

FIG. 4.15 Fluxo local para Biot=1 e função exponencial para solução refinada completa.

FIG. 4.16 Fluxo local para Biot=1 e função exponencial para solução refinada com
aplicação direta da inversa da temperatura.

63
Em relação as figuras 4.15 e 4.16, são apresentados os rendimento para as soluções mais
refinadas (1ª e 2ª opções). É possível verificar que a utilização da fórmula da temperatura
explicitada pela condição de contorno (eq. 3.38) para determinação da transformada (Eq. 3.50),
fornece num termo que utilizado na Eq. (3.90) promove um melhor rendimento ao sistema,
devido a uma redução mais rápida da temperatura média no escoamento ao longo do eixo.

FIG. 4.17 Fluxo local para Biot=1 e função exponencial para solução aproximada
completa.

64
FIG. 4.18 Fluxo local para Biot=1 e função exponencial para solução aproximada com
aplicação direta da inversa da temperatura.

As figuras 4.17 e 4.18 apresentam o comparativo dos rendimentos entre as curvas que
representam as soluções aproximadas (3ª e 4ª opções). Essas soluções mostraram-se instáveis
na região de entrada, onde a aplicação da equações determinantes das transformadas (Eq. 3.73 e
3.80) fornecem soluções que possuem o parâmetro em posição de denominador, podendo
gerar instabilidade quando seus valores forem muito próximo de zero.

4.1.2 FUNÇÃO TANGENTE HIPERBÓLICA

Como realizado para a função exponencial (item 4.1.1), a seguir serão apresentados apenas
gráficos comparativos entre as duas soluções refinadas e as duas aproximadas, cujo valor do
coeficiente convectivo adimensional foi escolhido, de modo aleatório, como sendo igual a 1
(um). Contudo a função a ser aplicada neste item será a tangente hiperbólica (Eq. 3.86).
Para obter uma visualização mais significativa das variações obtidas dos resultados, serão
aplicados os seguintes parâmetros:

65
Parâmetro multiplicador ( ) 0,1 – 1,0 – 5,0 – 10,0
Número de autovalores 150
Comprimento de duto (adimensional) 6
Temperatura inicial (adimensional) 1
Tolerância de convergência 10-5

Neste caso da função tangente hiperbólica (Eq. 3.86), o parâmetro atuará de modo
inverso ao visto na função exponencial (Eq. 3.83), pois agora quanto maior o seu valor, mais
alto será o ângulo de inclinação da função como mostrado na figura 4.19. Assim, a função
obterá seu valor máximo mais rápido, o que quer dizer que o valor do número de Biot chegará
ao seu valor máximo mais perto da entrada do duto. Para esse item, o número de Biot poderá
chegar até B(Z)=Bi+1. Desse modo o envelopamento a ser proposto será uma unidade acima do
valor de referência (Graetz). Analogamente, quanto menor o valor do parâmetro , menor será
o valor do número de Biot, sendo seu valor, mínimo igual ao de referência.

FIG. 4.19 Comportamento da função tanh( *Z), quanto aos valores de

É um bom caso de estudo, pois se aproxima da situação em que o coeficiente de


transmissão térmica pode variar num espaço muito reduzido, quando o ângulo de inclinação for
alto, aproximando-se do comportamento de uma função degrau conforme estudo de VICK E
WELLS (1986)

66
FIG. 4.20 Soluções refinada e aproximada da temperatura média para Biot=1 com
parâmetro = 0,1 e função tangente hiperbólica.

A figura 4.20 apresenta o perfil da distribuição axial da temperatura média, para as quatro
opções de solução. As curvas recebem a aplicação do parâmetro =0,1, que reduz a influência
da função tangente hiperbólica (Eq. 3.86) sobre o número de Biot variável (Eq. 3.16),
tendendo-o ao de referência que é representado pela linha limítrofe superior. Elas se
mantiveram dentro do envelopamento feito pelas curvas que representam a solução do
problema de Graetz (Biot fixo) com condição de contorno convectiva para números de Biot
iguais a 1,0 e 2,0 respectivamente. Como já informado, a equação utilizada para obtenção da
temperatura média é a mesma para todas as soluções, o que as diferencia é o termo referente à
transformada, que é obtido de modo específico para cada solução (Eq. 50 - 1ª opção; Eq. 3.60 -
2ª opção; Eq. 3.73 - 3ª opção e Eq. 3.80 - 4ª opção). Desse modo, como o baixo valor do
parâmetro aproxima todas as temperaturas da curva do Biot de referência, os valores das
transformadas também possuem grande proximidade, o que justifica a semelhança de valores
para a temperatura média em todas as soluções.

67
FIG. 4.21 Soluções refinada e aproximada da temperatura de parede para Biot=1 com
parâmetro = 0,1 e função tangente hiperbólica.

A figura 4.21 apresenta o perfil da distribuição axial da temperatura de parede, que como
mostrado no gráfico de temperatura média (figura 4.20), também apresenta uma aproximação
muito grande entre as curvas das soluções.
No caso da função tangente hiperbólica, ao contrário da função exponencial, quanto maior
o parâmetro , mais as temperaturas se afastam do Biot fixo de referência. Isso é mais
observado na temperatura de parede (Eq. 3.38), onde pode-se verificar a presença do número de
Biot variável (Eq, 3.16), que sofre influência da função descrita pela Eq. (3.86), onde o
parâmetro está presente, podendo zerar esta função ( baixos) ou elevá-la até o valor de uma
unidade ( altos). Nesta última, facilitando a troca térmica em relação ao de número de Biot de
referência.
Outro ponto de destaque é o comportamento das curvas na região de entrada, onde todas
partem das proximidades da curva que possui o número de Biot de referência, o que durante a
aplicação da função exponencial (item 4.1.1) havia um ponto de partida distinto entre as
soluções refinadas e aproximadas.

68
FIG. 4.22 Soluções refinada e aproximada da temperatura média para Biot=1 com
parâmetro = 1,0 e função tangente hiperbólica.

A figura 4.22 apresenta o perfil da distribuição axial da temperatura média, agora com a
aplicação do parâmetro =1,0, distribuídas dentro do mesmo envelopamento. Os
comportamentos das curvas apresentam uma aproximação. Contudo, devido à presença de um
parâmetro maior, já é possível distingui-las e avaliar um resfriamento maior do sistema com
número de Biot variável em relação ao que possui o de referência (Biot=1). Isso reflete que a
influência da função representada pela Eq. (3.86) sobre o número de Biot variável,
aumentando-o, permite uma troca térmica mais facilitada, ocorrendo num resfriamento mais
rápido.

69
FIG. 4.23 Soluções refinada e aproximada da temperatura de parede para Biot=1 com
parâmetro = 1,0 e função tangente hiperbólica.

A figura 4.23 apresenta o perfil da distribuição axial da temperatura de parede, num caso
em que o valor do parâmetro é igual a 1 (um). Onde mesmo sem gerar um afastamento
significativo da curva do Biot de referência, já começa a ser percebido um maior afastamento
entre as curvas referentes às soluções híbridas (refinada e aproximada) e esta. Pode-se dar um
maior destaque para a 1ª opção de solução, que contempla a influência da Eq. (3.16) em sua
formulação (Eq. 3.38).

FIG. 4.24 Soluções refinada e aproximada da temperatura média para Biot=1 com
parâmetro = 5,0 e função tangente hiperbólica.

70
Com o aumento do valor do parâmetro para 5,0, o afastamento das curvas que
representam as soluções para o número de Biot variável em relação ao de referência torna-se
apreciável, já permitindo que as curvas referentes às soluções completas (refinada e
aproximada) consigam assumir em determinado momento o comportamento térmico da linha
limítrofe que representa um sistema com coeficiente convectivo (Biot) fixo igual a 2. A
influência do parâmetro se torna mais evidente quando ao assumir um valor maior permite
que as curvas que representam as soluções híbridas possam majorar seu coeficiente convectivo
mais próximo da entrada do duto. Facilitando assim as trocas térmicas, resfriando o sistema de
modo mais rápido, como mostrado na figura 4.24.
Contudo, a solução aproximada com aplicação direta da inversa da temperatura (4ª opção)
não se manteve dentro do envelopamento, como já ocorrido durante a utilização da função
exponencial (Eq. 3.83) e mostrado na figura 4.5. O que sugere que esta solução atinga uma
eficiência maior que a curva referente a um sistema que possui o número de Biot igual ao
máximo alcançado pela solução híbrida, quando aplicada a função da tangente hiperbólica (Eq.
3.86). Verifica-se que para a situação em que o sistema é levado a utilizar valores de muito
altos, a 4ª opção perde precisão.

FIG. 4.25 Soluções refinada e aproximada da temperatura de parede para Biot=1 com
parâmetro = 5,0 e função tangente hiperbólica.

71
A figura 4.25 apresenta o perfil da distribuição axial da temperatura de parede, num caso
em que o valor do parâmetro =5,0. Este caso apresenta um afastamento das curvas com Biot
variável em relação à curva de Biot fixo (problema de Graetz) ocorrido em região mais
próxima da entrada do duto, pois que as curvas das soluções híbridas possuem agora um
número de Biot semelhante ao da linha limítrofe inferior. Um destaque para as soluções
refinadas que demonstram um melhor resfriamento que as aproximadas, pois que contemplam
uma matriz de coeficientes cheia ao invés de uma diagonal dominante, como a existente nas
soluções aproximadas. Sendo a 1ª opção, que explicita a temperatura de parede por meio da
condição de contorno, o que permite a esta considerar melhor os efeitos da distância percorrida
pelo escoamento e do fluxo local sobre o número de Biot, possui uma curva que mostra melhor
transferência térmica.

FIG. 4.26 Soluções refinada e aproximada da temperatura de parede para Biot=1 com
parâmetro = 10,0 e função tangente hiperbólica.

A figura 4.26 apresenta a distribuição axial do perfil de temperatura de parede, num caso
em que o valor do parâmetro =10,0. Além de confirmar o efeito deste parâmetro sobre o
comportamento das soluções híbridas, onde é observado um afastamento significativo entre as
curvas referentes às soluções híbridas, e estas em relação a que representa o número de Biot de
referência numa posição bem mais próxima da entrada. Além de disso, mostra uma troca
térmica mais eficiente dos sistemas que utilizam as soluções refinadas, com destaque para à 1ª

72
opção de desenvolvimento da solução (Eq. 3.50), que contempla a condição de contorno em
sua fórmula da temperatura de parede (Eq. 3.38).

FIG. 4.27 Fluxo acumulado para Biot=1 e função tangente hiperbólica para solução
refinada completa.

Pode ser observado na figura 4.27 o comparativo do fluxo térmico acumulado (Eq. 4.1)
entre um sistema de duto aletado referente à 1ª opção de desenvolvimento da solução híbrida,
que explicita a temperatura de parede por meio da condição de contorno e um sistema não
aletado com número de Biot fixo (Graetz). São aplicados alguns valores para o parâmetro , a
fim de verificar o comportamento da solução refinada em relação a um escoamento com
número de Biot de referência (Biot=1,0) e outro com uma unidade acima da referência
(Biot=2,0). Pode ser visto que na solução numérica refinada completa a troca térmica evolui ao
partir das proximidades do sistema de referência e se aproximando da sistema adicionado de
uma unidade. Para as curvas que tem a presença dos maiores valores do parâmetro estas
curvas quase se sobrepoem ao sistema fixo com número de Biot=2,0, já para os valores de
muito baixos estas curvas pouco se afastam do sistema fixo de referência (Biot=1,0), pois
praticamente anulam o efeito da função (Eq. 3.86) que atua sobre o coeficiente convectivo
variável (Eq.3.16). Contudo, em todos os casos os sistema com condições de contorno variáveis
são mais eficientes em sua troca térmica que o de referência, pois que possuem um número de
Biot maior que o de referência.

73
FIG. 4.28 Fluxo acumulado para Biot=1 e função tangente hiperbólica para solução
refinada com aplicação direta da inversa da temperatura.

De modo análogo ao observado na figura 4.27, pode-se verificar na figura 4.28 o


comportamento das curvas representativas da 2ª opção de solução híbrida de um sistema de
duto externamente aletado, cuja solução refinada reaaplica diretamente a fórmula da inversa da
temperatura (Eq. 3.60). Este comparativo utiliza o mesmo envelopamento, e permite observar
que esta proposta de solução troca calor de modo menos eficiente que a 1ª opção (Eq. 50), mas
ainda mantém uma vantagem em relação as trocas térmicas em relação ao sistema de
referência.

FIG. 4.29 Fluxo acumulado para Biot=1 e função tangente hiperbólica para solução
aproximada completa.

74
A figura 4.29 mostra o comprativo das taxas de transmissão térmica entre um sistema
aletado, cuja representação se faz por meio das curvas obtidas por uma solução aproximada
completa (3ª opção), que contempla a temperatura de parede explicitada pela condição de
contorno (Eq. 87), mas que usa o conceito de diagonal dominante para sua matriz de
coeficientes (Eq. 3.63).
Nesse caso, verifica-se a mesma vantagem nas trocas térmicas em relação ao sistema de
refrência (Biot=1,0), contudo essa eficiência é menor que a presente na 1ª opção e maior que a
verificada na 2ª opção. Assim, observa-se a influência que existe na inclusão dos efeitos do
fluxo local e da distância percorrida ao longo do eixo, nas soluções híbridas.

FIG. 4.30 Fluxo acumulado para Biot=1 e função tangente hiperbólica para solução
aproximada com aplicação direta da inversa da temperatura.

A figura 4.30 apresenta o comprativo das taxas de transmissão térmica entre um sistema
aletado, cuja representação se faz por meio das curvas obtidas por uma solução aproximada
com aplicação direta da inversa da temperatura (Eq. 3.88), onde é aplicado o conceito de
diagonal dominante para sua matriz de coeficientes (Eq. 3.63).
As curva representativas do sistema com coeficiente convectivo variável (aletado) possuem
boa vantagem nas trocas térmicas em relação ao de referência (Biot=1,0), contudo as que
possuem os maiores valores do parâmetro extrapolam o envelopamento proposto, cuja linha
limítrofe (Biot=2,0) representa o valor máximo alcançável pelo número de Biot variável sob

75
efeito da Eq. (3.86). Assim, como visto na figura 4.24, para a situação em que o sistema é
levado a utilizar valores de muito altos, a 4ª opção perde precisão.
Seguindo a mesma idéia utilizada no item 4.1.1 (função exponencial), a aplicação da Eq.
(4.4) permite realizar um comparativo entre os sistemas de coeficiente convectivo variável
(aletado) e fixo (não aletado), por meio de uma rezão entre suas taxas de transmissão térmica.
No caso da função tangente hiperbólica, esta melhora acontece em função da distância
percorrida (Z), sendo esta melhor eficiência localizada nas proximidades da região onde o
coeficinete convectivo alcança seu valor máximo, como visto na figura 4.31. Contudo, os
gráficos a seguir incluirão o sistema de coeficiente convectivo fixo aumentado de uma unidade
(Biot=2,0), que representa o maior valor possível a ser alcançado pelo número de Biot variável
(Eq. 3.16) sob influência da Eq. (3.86). Pois objetiva-se verificar o comportamento das
soluções híbridas, objetivando observar se o envelopamento de controle será obedecido ou se o
mesmo foi extrapoaldo como ocorrido nas análises que estão diretamente ligadas às
temperaturas média, como o fluxo acumulado (Eq. 4.1) e consequentemente o rendimento (Eq.
4.2)

FIG. 4.31 Rendimento térmico para Biot=1 com vários parâmetros e função tangente
hiperbólica, para solução refinada completa.

A figura 4.31 apresenta o comparativo dos rendimentos entre as curvas que representam os
sistemas com número de Biot variáveis ao longo do eixo em relação ao problema de Graetz
com um número de Biot fixo de referência (Biot=1,0). A presença do sistema com número de

76
Biot igual a 2 (fixo) permite verificar o quanto o sistema aletado se aproxima quando utilizados
os maiores valores do parâmetro , chegando a igualá-lo ao longo do eixo do escoamento.
Pode-se observar que o sistema aletado é sempre mais eficiente em relação ao de referência,
podendo ser essa eficiência maior que 35%.

FIG. 4.32 Rendimento térmico para Biot=1 com vários parâmetros e função tangente
hiperbólica, para solução refinada com aplicação direta da inversa da temperatura.

FIG. 4.33 Rendimento térmico para Biot=1 com vários parâmetros e função tangente
hiperbólica, para solução aproximada completa.

77
As figuras 4.32 e 4.33 apresentam o comparativo entre o rendimento entre o sistema com
condição de contorno variável ao longo do eixo (aletado) e o problema de Graetz (fixo), para as
soluções refinadas com aplicação direta da inversa da temperatura e a aproximada completa
respectivamente. Todas as curvas de ambas soluções obedecem o envelopamento determinado,
com um rendimento ligeiramente melhor para as curvas que representam a solução aproximada
completa (acima dos 30%), que contempla a temperatura de parede explicitada pela condição
de contorno, já que a solução refinada com aplicação direta da fórmula da inversa obteve um
rendimento menor que 30%. Esta facilidade maior de resfriamento do sistema já vem sendo
verificada nos gráficos anteriores que representam principalmente o comportamento dessas
soluções em relação às suas temperaturas médias. A inclusão das informações sobre a distância
ao longo do eixo (número de Biot variável), assim como o fluxo local, aplicadas às soluções
completas mostram sistemas com maior facilidade na troca térmica com o ambiente.

FIG. 4.34 Rendimento térmico para Biot=1 com vários parâmetros e função tangente
hiperbólica, para solução aproximada com aplicação direta da inversa da temperatura.

Os problemas encontrados nos gráficos relativos às temperaturas médias são novamente


verificados na figura 4.32, em relação ao rendimento térmico entre um sistema com número de
Biot variável ao longo do eixo (aletado), calculado por uma solução aproximada com aplicação
direta da inversa da temperatura (4ª opção) com utilização de altos valores de , e um não
aletado (fixo). Mais uma vez o sistema variável extrapola o envelopamento, ultrapassando a

78
linha que representa um sistema não aletado (fixo) que possui o número de Biot igual ao
máximo obtido pela Eq. (3.16) sob efeito da função representada pela tangente hiperbólica (Eq.
3.86). Assim, como visto na figura 4.34, para a situação em que o sistema é levado a utilizar
valores de muito altos, a 4ª opção perde precisão.
Desse modo, verificou-se que as soluções mais refinadas (1ª e 2ª opções), assim como a
aproximada completa (3ª opção) apresentaram um comportamento estável, mantendo-se dentro
de um envelopamento de controle, com um melhor rendimento das soluções completas. Em
contra partida, a solução aproximada com aplicação direta da inversa da temperatura mostrou-
se instável quando sujeita a utilização de altos valores de , quando verificados seus resultados
envolvendo temperatura média, onde apresentou valores que extrapolaram as linhas de
controle, demonstrando um comportamento mais eficiente que um sistema de coeficiente
convectivo fixo (não aletado) cujo número de Biot corresponde ao máximo possível ao
coeficiente variável ao longo do eixo (aletado) determinado pela Eq. (3.16).
Assim, o conceito de diagonal dominante aplicado a matriz de coeficientes (Eq. 3.63)
mostrou-se não aplicável a esse tipo de análise, visto que a matriz triangular inferior (cheia)
utilizada nas soluçes refinadas (Eq. 3.45) forneceu estabilidade aos resultados de ambas.

4.1.3 PERFIL DE VELOCIDADE PARABÓLICO

4.1.4 FUNÇÃO EXPONENCIAL

Como já foi exposto, existe uma incompatibilidade na análise do sistema proposto e o


conceito de diagonal dominante, pois que a matriz de coeficientes (Eq. 45) caracteriza-se como
sendo triangular inferior, com módulos maiores nas primeiras colunas e decrescendo em
direção das últimas.
Desse modo, os gráficos a seguir serão apresentados contendo somente as soluções
refinadas (1ª e 2ª opções), cujo valor do coeficiente convectivo adimensional foi escolhido, de
modo aleatório, como sendo igual a 1 (um). Esse tipo de solução além de trabalhar com um
sistema de equações diferenciais ordinárias acopladas, também utiliza a referida matriz de
coeficientes (Eq. 3.96) em sua forma original.
Considerando que neste item será a aplicada a função exponencial (Eq. 3.83).

79
Para obter uma visualização mais significativa das variações obtidas dos resultados, serão
aplicados os seguintes parâmetros:

Parâmetro multiplicador ( ) 0,1 – 1,0 – 5,0


Número de autovalores 150
Comprimento de duto (adimensional) 6
Temperatura inicial (adimensional) 1
Tolerância de convergência 10-5

FIG. 4.35 Soluções refinadas da temperatura média para Biot=1 com parâmetro = 0,1 e
função exponencial.

80
FIG. 4.36 Soluções refinadas da temperatura média para Biot=1 com parâmetro = 1,0 e
função exponencial.

FIG. 4.37 Soluções refinadas da temperatura média para Biot=1 com parâmetro = 5,0 e
função exponencial.

As figuras 4.35, 4.36 e 4.37 apresentam o perfil da distribuição axial da temperatura média,
para o caso de Biot=1, onde foram aplicados os valores 0,1, 1,0 e 5,0 respectivamente para o
parâmetro . Pode-se observar que para os valores de mais baixos, as curvas que representam
as soluções extrapolam o limite inferior do envelopamento, correspondente a um sistema não
aletado com número de Biot fixo igual ao valor máximo obtido pela Eq. (3.16), equação que
representa o coeficiente convectivo variável ao longo do eixo. Em especial, a solução refinada

81
completa (Eq. 3.99), que obtém as melhores quedas de temperatura entre as soluções híbridas,
não se encaixa dentro dos limites de controle, em nenhum momento. Como demonstrando uma
capacidade de resfriamento além do permitido pela sua formulação, não conseguindo manter-se
no interior do envelopamento.
Em relação à solução 2ª opção da solução (Eq. 3.101), esta também ultrapassa a linha
limítrofe inferior, na presença de um parâmetro baixo, que no caso da função exponencial
(Eq. 3.83) majora o valor do número de Biot, retornando ao envelopamento quando sob efeito
dos valores mais altos de , que o aproximam do valor de referência (Biot=1,0).

FIG. 4.38 Soluções refinadas da temperatura de parede para Biot=1 com parâmetro = 0,1
e função exponencial.

A figura 4.38 apresenta o perfil da distribuição axial da temperatura de parede, para o caso
de Biot=1,0, onde foi aplicado o valor 0,1 para o parâmetro . Ambas as curvas referente às
soluções (1ª e 2ª) extrapolaram o limite do envelopamento de controle, apresentando uma
capacidade de resfriamento acima do permitido pela Eq. (3.16), representado por um sistema
não aletado com número fixo de Biot igual a 2,0 (dois). Nesse caso, as soluções apresentam
resultados pouco precisos, quando utilizados valores de baixos, pois que esses majoram o
valor do número de Biot.

82
FIG. 4.39 Soluções refinadas da temperatura de parede para Biot=1 com parâmetro = 1.0
e função exponencial.

A figura 4.39 apresenta o perfil da distribuição axial da temperatura de parede, para o caso
de Biot=1, porém para um valor do parâmetro =1,0. A curva referente à solução com
aplicação direta da inversa da temperatura (2ª opção) permaneceu no envelopamento a todo o
momento, obedecendo aos limites determinados pela Eq. (3.16) sob efeito da função
exponencial (Eq. 83). Contudo, a curva referente à solução completa extrapolou o mesmo em
regiões mais distantes da região de entrada do duto, quando o valor do número de Biot sofre
uma diminuição dos efeitos da função exponencial. Desse modo, possuindo um comportamento
incompatível com o permitido pela Eq. (3.16) e considerando as curvas de controle,
representadas pelas soluções do problema de Graetz (Biot fixo) com condição de contorno
convectiva para números de Biot iguais a 1,0 e 2,0 respectivamente.

83
FIG. 4.40 Soluções refinadas da temperatura de parede para Biot=1 com parâmetro = 5.0
e função exponencial.

A figura 4.40 apresenta o perfil da distribuição axial da temperatura de parede, para o caso
de Biot=1, onde foi aplicado o parâmetro com valor igual a 5,0. As curvas mantiveram-se
dentro do envelopamento, porém com o uso de valores altos para o parâmetro , isso significa
minimizar os efeitos aletas sobre o sistema, pois leva os valores da função definida na Eq.
(3.83) tenderem a zero, devolvendo assim o número de Biot ao valor existente num sistema
sem aletas, usado como referência (Bi=1,0).

84
FIG. 4.41 Fluxo acumulado para Biot=1, função exponencial e solução refinada com
aplicação direta da inversa da temperatura.

A figura 4.41 apresenta o comportamento do fluxo acumulado ao longo escoamento com o


uso da 2ª opção da solução híbrida. O comportamento é incompatível com a formulação
aplicada (Eq. 3.16), pois sugere que o sistema aletado troque calor com mais facilidade que um
sistema sem aletas com coeficiente convectivo igual ao máximo a ser alcançado pela referida
formulação. As curvas da solução deveriam, no máximo, sobrepor a curva com número fixo de
Biot igual a 2,0, quando essas estivessem utilizando os menores valores do parâmetro , que
majoram o número de Biot variável ao longo do eixo.
Este comportamento está ligado a situação em que as temperaturas médias das soluções
refinadas resfriavam mais rapidamente que o sistema não aletado com número de Biot igual a
2,0, melhor observados para valores de mais baixos (figuras 4.35 e 4.36), como determinado
pela Eq. (4.3).

85
FIG. 4.42 Fluxo acumulado para Biot=1 e função exponencial.

A figura 4.42 apresenta o comportamento do fluxo acumulado ao longo escoamento com o


uso da 1ª opção da solução híbrida (refinada completa). O comportamento das curvas
demonstra que o sistema aletado é mais eficiente em suas trocas térmicas que o sistema não
aletado com o número de Biot de referência (Biot=1). Por outro lado, sugere que o sistema é
mais eficiente que um sistema não aletado cujo valor do número de Biot representa o máximo a
ser alcançado pela Eq. (3.86), principalmente para os menores valores de .

FIG. 4.43 Rendimento térmico para Biot=1 e solução refinada com aplicação direta da
inversa da temperatura.

86
A figura 4.43 apresenta o comparativo dos rendimentos calculados pela Eq. (4.4), entre as
curvas que representam a 2ª opção das soluções híbridas para um sistema aletado com número
de Biot variável ao longo do eixo em relação ao problema de Graetz (não aletado). É
apresentado que um sistema aletado pode render até 60% a mais que um sistema não aletado.
Contudo, deve-se levar em conta que esta comparação obtida pela formulação referenciada,
considera o fluxo acumulado, que é apresentado na figura 4.41, onde observa-se uma falta de
precisão nos resultados mostrados, principalmente na presença de baixos valores do parâmetro
, que majoram o valor do número de Biot variável ao longo do eixo.

FIG. 4.44 Rendimento térmico para Biot=1 e solução refinada completa

A figura 4.44 apresenta o comparativo dos rendimentos calculados pela Eq. (4.4), entre as
curvas que representam a solução refinada completa para um sistema aletado com número de
Biot variável ao longo do eixo em relação ao problema de Graetz (não aletado). É demonstrado
um comportamento verificado na figura 4.43, apresentando um rendimento de até cem por
cento maior, próximo da região de entrada. Contudo, existem imprecisões verificadas na figura
4.42, onde o sistema aletado o sistema aletado apresentava um resfriamento mais eficiente que
o máximo permitido pelas Eq. (3.16 e 3.83).

87
4.1.5 FUNÇÃO TANGENTE HIPERBÓLICA

Como realizados no item anterior, a seguir serão apresentados contendo somente as


soluções refinadas (1ª e 2ª opções), cujo valor do coeficiente convectivo adimensional foi
escolhido, de modo aleatório, como sendo igual a 1 (um). Esse tipo de solução além de
trabalhar com um sistema de equações diferenciais ordinárias acopladas, também utiliza a
referida matriz de coeficientes (Eq. 3.96) em sua forma original.
Para obter uma visualização mais significativa das variações obtidas dos resultados, serão
aplicados os seguintes parâmetros:

Parâmetro multiplicador ( ) 0,1 – 1,0 – 5,0 – 10,0


Número de autovalores 150
Comprimento de duto (adimensional) 6
Temperatura inicial (adimensional) 1
Tolerância de convergência 10-5

FIG. 4.45 Soluções refinadas da temperatura média para Biot=1 com parâmetro = 0.1 e
função tangente hiperbólica.

88
A figura 4.45 apresenta o perfil da distribuição axial da temperatura média, para o caso de
Biot=1, com parâmetro =0,1. Pode-se verificar que as curvas que representam as soluções
híbridas permanecem dentro do envelopamento de controle em todas as posições ao longo do
eixo, mantendo um comportamento consistente e um desempenho compatível com a
formulação desenvolvida (Eq. 3.16 e 3.86), quando compradas com o problema de Graetz (não
aletado). Porém seu comportamento sugere que o sistema aletado possui trocas térmicas muito
semelhantes a um sistema com o número de Biot igual ao de referência (Bi=1,0), já que a
presença de um valor tão baixo para o parâmetro praticamente retira os efeitos de variação do
número de Biot ao longo do eixo (aletas).

FIG. 4.46 Soluções refinadas da temperatura média para Biot=1 com parâmetro = 1.0 e
função tangente hiperbólica.

89
FIG. 4.47 Soluções refinadas da temperatura média para Biot=1 com parâmetro = 5.0 e
função tangente hiperbólica.

As figuras 4.46 e 4.47 apresentam o perfil da distribuição axial da temperatura média, para
o caso de Biot=1,0, onde foram aplicados os valores 1,0 e 5,0 respectivamente para o parâmetro
. Ambas as curvas que representam 1ª e 2ª soluções extrapolam o envelopamento na parte
inferior, sugerindo um sistema aletado que diminui a temperatura média mais rapidamente que
um sistema sem aletas cujo número de Biot é igual ao máximo possível a ser fornecido pela Eq.
(3.16). Tornando seus resultados imprecisos nas situações onde são aplicados valores mais altos
para , quando o número de Biot variável é majorado ao seu valor máximo.

90
FIG. 4.48 Soluções refinadas da temperatura de parede para Biot=1 com parâmetro = 0.1
e função tangente hiperbólica.

A figura 4.48 apresenta o perfil da distribuição axial da temperatura de parede, para o caso
de Biot=1,0, com parâmetro =0,1, mantendo um comportamento semelhante ao visto na figura
4.45 (temperatura média). As curvas que representam as 1ª e 2ª soluções permanecem entre as
linhas de controle, porém seu comportamento sugere que o sistema aletado possui trocas
térmicas muito semelhantes a um sistema não aletado com o número de Biot de referência, já
que a presença de um valor tão baixo para o parâmetro praticamente não há variação do
número de Biot ao longo do eixo, conforme determinado pelas Eq. (3.16) e (3.86).

91
FIG. 4.49 Soluções refinadas da temperatura de parede para Biot=1 com parâmetro = 1.0
e função tangente hiperbólica.

FIG. 4.50 Soluções refinadas da temperatura de parede para Biot=1 com parâmetro = 5.0
e função tangente hiperbólica.

As figuras 4.49 e 4.50 apresentam a o perfil da distribuição axial da temperatura de parede,


para o caso de Biot=1,0, onde foram aplicados os valores 1,0 e 5,0 respectivamente para o
parâmetro . As curvas referentes à 1ª e 2ª opções de soluções híbridas continuam extrapolando
o envelopamento na presença de valores altos para , sugerindo que as temperaturas de parede
desses sistemas são resfriadas muito mais rapidamente que o sistema não aletado com o número

92
fixo do Biot igual ao máximo alcançado pela Eq. (3.16) sob efeito da função dependente da
distância ao longo do eixo (Eq. 3.86).

FIG. 4.51 Fluxo acumulado para Biot=1 e função tangente hiperbólica para solução
refinada com aplicação direta da inversa da temperatura

FIG. 4.52 Fluxo acumulado para Biot=1 e função tangente hiperbólica para solução
refinada com aplicação direta da inversa da temperatura

93
As soluções aplicadas a um sistema aletado já vêm mostrando que um comportamento
incompatível com a formulação aplicada ao número de Biot variável ao longo do eixo (Eq.
3.16). As curvas do fluxo acumulado ao longo do percurso do escoamento apresentado nas
figuras 4.51 e 4.52 repetem o verificado durante a análise feita para aplicação da função
exponencial (item 4.2.1 – Eq. 3.83). Ambas as soluções demonstram trocar calor com mais
facilidade que um sistema com número de Biot igual ao máximo permitido pela Eq. (3.16) com
aplicação da função tangente hiperbólica (Eq. 3.86).
Ambos os resultados sugerem problemas nas 1ª e 2ª soluções híbridas para operações com
perfil de velocidade parabólico, diante de valores do parâmetro mais altos, onde obtém-se os
maiores valores para o número de Biot do sistema aletado.

FIG. 4.53 Rendimento térmico para Biot=1 e função tangente hiperbólica para solução
refinada com aplicação direta da inversa da temperatura.

A figura 3.53 mostra que a 2ª opção de solução (comm aplicação direta da fórmula da
inversa) sugere que um sistema aletado pode ter um rendimento maior que 40% em relação a
um sistema sem aletas e com coeficiente convectivo de referência (Biot=1,0). Porém, deve-se
considerar que este resultado contempla as imprecisões avaliadas em relação às temperaturas
médias e fluxo acumulado, na presença de altos valores do parâmetro , que mostravam uma
diminuição de temperatura mais rápida que um sistema não aletado correspondente ao máximo
previsto pela Eq. (3.16).

94
FIG. 4.54 Rendimento térmico para Biot=1 e função tangente hiperbólica para solução
refinada completa.

A figura 4.54 apresenta as curvas da solução referentes à 1ª opção de desenvolvimento da


solução híbrida que representam o rendimento de um sistema aletado, cujo coeficiente
convectivo varia ao longo do eixo, comparando-o a um sistema com número fixo de Biot igual
a 1,0. Pode-se observar que sistema com aletas possui um rendimento maior que 60% em
relação a um sistema que representa o problema de Graetz (sem aletas). Contudo, estão
presentes neste comportamento as imprecisões observadas nas análises referentes às
temperaturas média e de parede, quando aplicados altos valores para o parâmetro . Isso levou
esse sistema aletado, em determinado pontos, a ser melhor que um sistema que possui um
número de Biot igual ao máximo possível pela formulação aplicada (Eq. 3.16 e 3.86).
Os comportamentos verificados pelas soluções refinadas demonstram a dificuldade da
metodologia desenvolvida em reproduzir um sistema aletado com perfil de velocidade
plenamente desenvolvido parabólico, principalmente nas situações em que haja a presença de
um parâmetro que majore o valor do número de Biot. Nas situações em que os valores de
são menores, o que diminui a influência da função tangente hiperbólica sobre o número de
Biot, as soluções refinadas permitem uma análise mais confiável, pois se mantém dentro dos
limites de controle.

95
5 SOLUÇÃO NUMÉRICA

A fluidodinâmica computacional é uma ferramenta na solução de problemas relacionados à


aerodinâmica, termodinâmica e hidráulica. Têm colaborado no desenvolvimento de novas
tecnologias, já que fornece conhecimento prévio de possibilidade de ocorrência de falha, assim
como uma parametrização dos sistemas em desenvolvimento próxima do ideal. Desse modo,
fornece uma redução de custo, tanto material como humano, incluindo os próprios riscos das
simulações reais.
Dinâmica dos Fluidos Computacional pode ser definida como sendo um conjunto de
metodologias que permitem que o computador forneça uma simulação numérica de
escoamentos de fluidos. Simulações essas que disponibilizam um meio de solucionar as leis
que governam o movimento dos fluidos, em que tanto sua geometria como parâmetros de
análise física podem ser trabalhados num ambiente virtual (HIRSCH, 2007).
O escoamento turbulento está presente em muitas situações de engenharia, que devido ao
grande número de graus de liberdade não permite uma solução híbrida dos problemas. Entre os
exemplos da presença desse tipo de regime, um muito conhecido é a situação de trocadores de
calor que possuam escoamento turbulento na parte externa aos dutos. Este tipo de situação será
aplicado ao estudo em desenvolvimento.
Contudo, soluções numéricas possuem, geralmente, um custo computacional significativo,
que deve ser considerado antes de serem aceitos como melhor solução. Isso porque
escoamentos laminares mais simples podem possuir soluções de baixo custo computacional e
atingir critérios de convergência desejados com apenas aplicação de soluções híbridas. Já que
muitas vezes dependem simplesmente da solução das equações de Navier-Stokes de
conservação de massa, movimento linear e energia, não necessitando assim de todas as etapas
envolvidas numa solução numérica e seus respectivos tempos de execução.
Neste trabalho, será elaborada uma solução numérica que permitirá covalidar os resultados
obtidos na solução híbrida. Para isso, serão realizadas simulações que envolvam situações que
possuam a presença de convecção forçada em relação ao um duto cilíndrico externamente
aletados, nas situações de escoamentos: cruzados, paralelos e contracorrente. De posse de seus
resultados será possível analisar a precisão dos resultados da solução híbrida para as mesmas
situações simuladas. A solução numérica utilizará o software ANSYS CFX, versão 14, que faz
uso do método multigrid. Além isso, nas simulações será usado de esquema upwind de primeira
ordem para os valores de face nos volumes de controle da malha. Assim, será realizada uma

96
modelagem numérica através do método de volumes finitos com o objetivo de verificar os
resultados encontrados no método analítico.

5.1 EQUAÇÕES DE CONSERVAÇÃO

As simulações computacionais de escoamentos tem como base a resolução das equações de


governo dos fluidos. A divisão do domínio em vários pequenos volumes é uma técnica
aplicada, onde por meio de integração da forma diferencial dessas equações obtém-se a
equação de discretização da propriedade em estudo dentro de cada volume que compõe o
domínio.
Neste estudo será utilizadas as seguintes equações de governo:
Conservação de massa

Conservação da quantidade de movimento linear

Conservação de energia

97
5.2 MÉTODO DOS VOLUMES FINITOS

O método de volumes finitos é uma técnica muito indicada para aplicação nos processos de
discretização, pois divide o domínio em volumes de controle, cujos centroides possuem as
variáveis em estudo (figura 5.1). Obtendo assim uma equação de discretização da variável
desejada, que se encontra no centroide do seu respectivo volume de controle.

FIG. 5.1 Malha de Pontos para Problema Unidimensional (PATANKAR, 1980).

O método dos volumes finitos aplica o conceito de volume de controle nas equações de
governo, por exemplo:
A equação geral de transporte é dada por:

O método dos volumes finitos, por exemplo, usa a forma integral da equação de transporte
(eq. 117) como seu ponto de partida. Após a divisão do domínio em volumes de controle, as
equações são aplicadas a cada um desses volumes, cujo centroide comporta um nó
computacional que possui os valores a serem calculados da variável (propriedade) em análise.
Essa metodologia de aplicação de volumes de controle permite converter a equação geral
de transporte (eq. 117) numa equação algébrica, considerando a integração desta em cada
célula. Assim, se expressa os valores obtidos na superfícies em termos dos nodais existentes.
Para obtenção dos resultados são feitas aproximações das integrais de superfície e de volume,
que fornecem uma equação para cada volume de controle contendo o número de valores nodais
vizinhos, como visto nas figuras 5.2 e 5.3.
A equação de governo quando discretizada fornece uma nova forma, agora como uma
integral para um volume de controle arbitrário (eq. 118), considerando a área ( ) do elemento,
o seu vetor unitário normal a superfície ( , a propriedade em análise ( , é o coeficiente

98
de difusão associado à øe seu termo de geração de ø por unidade de volume (REZENDE,

2009).
.

FIG. 5.2 Exemplo de malha com volume de controle (FERZIGER E PERIC, 2002).

FIG. 5.3 Notação típica para malha cartesiana 2D (FERZIGER E PERIC, 2002).

99
O método dos volumes finitos pode acomodar muitos tipos de malha, sendo assim
apropriado para geometrias complexas, já que as malhas definem as fronteiras dos volumes de
controle e não um sistema de coordenadas, além de permitir que as integrais de superfície
sejam compartilhadas pelos volumes vizinhos (FERZIGER E PERIC, 2002).

5.3 ESQUEMAS DAS FUNÇÕES DE INTERPOLAÇÃO

5.3.1 UPWIND

Este esquema, desenvolvido por PATANKAR (1980), é baseado no fato de que as


variáveis transportadas deslocam-se no sentido do escoamento, ou seja, o valor da face é
obtido através da quantidade da célula que está a montante, relativo ao sentido da
velocidade principal do escoamento, ou seja:

Este esquema caracterizado pela eq.(119) é denominado de Upwind de Primeira Ordem.


Possui grande estabilidade na presença de altos números de Reynolds, contudo permite o
acúmulo de difusão numérica (VERSTEEG E MALALASEKERA, 1995).
Em relação a sua precisão, SAMPAIO (2012) apresentou novas estratégias de avaliação de
erro na utilização desse tipo de esquema (primeira ordem), permitindo avaliar de forma
satisfatória a precisão obtida com o uso dos mesmos.

5.4 MÉTODO PARA SOLUÇÃO DO SISTEMA ALGÉBRICO (MULTIGRID)

Trata-se de um método iterativo originalmente proposto por FEDORENKO (1964), que


utiliza um conjunto de malhas e executa alternativamente iterações em cada nível de malha e
soluções aproximadas desta equação em malhas mais grossas (BRIGGS et al, 2000). São
usados operadores para transferir informações da malha fina para a imediatamente mais grossa
(processo chamado de restrição) e da malha grossa para a imediatamente mais fina (processo de
prolongação).
Este método utiliza-se de uma razão de engrossamento em torno de 2, contrariando
metodologias que utilizam valores menores, justificando a falta de eficiência dos demais. Cada
malha trabalha o sistema de equações de modo que se possa reduzir os erros oscilatórios o

100
mais rápido possível (smooth). Estudos constataram que a taxa de convergência da técnica
multigrid é bem superior a dos métodos iterativos puros (FEDORENKO, 1964).
Este método pode ser aplicado tanto a malhas estruturadas, chamado geométrico
(WESSELING e OOSTERLEE, 2001), como em malhas não estruturadas, chamado algébrico
(STÜBEN, 2001). O modelo geométrico possui, na dinâmica dos fluidos, grande área de ação
no que diz respeito a: a solução das equações de Navier-Stokes, problemas com perturbações
singulares, problemas de camada limite onde aparecem as malhas fortemente alongadas, ou
mesmo a paralelização de algoritmos.
Este procedimento permite reduzir o erro de discretização sem o uso de malhas muito
refinadas, reduzindo o custo computacional.
Para este estudo, será utilizado o modelo multigrid geométrico, pois as simulações
trabalharão com malhas estruturadas.
Para fins de suavização das oscilações, utiliza-se um método iterativo conhecido por
relaxação. Este é aplicado quando das primeiras iterações, onde ocorre uma rápida
convergência, caracterizando a presença de modos oscilatórios. Contudo, após algumas
iterações o processo torna-se lento, sinalizando a predominância de modos suaves (BRANDT,
1977). Este é exatamente o momento onde é recomendável transferir o problema de relaxação
para uma malha mais grossa, pois os modos de erros suaves na malha fina tornam-se erros
oscilatórios na malha grossa (WESSELING, 1992).
Teoricamente, a taxa de convergência ideal do multigrid é independente do tamanho da
malha, isto é, independe do número de pontos da malha (HIRSCH, 2007; FERZIGER E
PERIC, 2002). Contudo, recomenda-se a utilização de vários níveis de malha, sendo em alguns
casos, todos (PINTO et al., 2005).

5.5 DESENVOLVIMENTO

Esta parte é destinada a descrever o procedimento utilizado para a execução da solução


numérica, que com os resultados obtidos de uma simulação aplicará os mesmos para a
determinação de uma função que represente as curvas de temperatura na parede e a da
distribuição do fluxo local ao longo do eixo. Assim, essas funções serão utilizadas como
gabaritos para a determinação de uma nova função f(Z) (função de ajuste) que será aplicada na

101
solução híbrida para atuar sobre Biot. Desse modo, será permitida a covalidação da mesma para
um exemplo mais próximo de uma situação real.
Para a execução das simulações numéricas será utilizado o software ANSYS CFX, versão
14, que utiliza o método multigrid, descrito no item 5.4 deste capítulo. A simulação será
dividida em quatro etapas principais, descritas a seguir.

5.5.1 GEOMETRIA

Esta etapa corresponde a implementação dimensional dos elementos gráficos que


representarão o sistema em estudo: corpos sólidos (aletas e duto) e volumes fluídicos (ambiente
externo e escoamento interno). Durante este processo são elaboradas interfaces entre os corpos
(sólido e fluído) que estão em contato. Também é possível a importação de modelos
desenvolvidos em outros softwares da CAD. Lembrando que havendo escoamento externo, se
faz necessária a definição de um ambiente envolvente do sistema em estudo, como visto nas
figuras 5.4, 5.5, 5.6 e 5.7.

FIG. 5.4 Comprimento do sistema em estudo (duto + encapsulamento)

102
FIG. 5.5 Dimensões do encapsulamento

FIG. 5.6 Distância e espessuras das aletas

103
FIG. 5.7 Diâmetro das aletas

5.5.2 GERAÇÃO DA MALHA

Esta etapa será responsável pela subdivisão do sistema em volumes de controle. O tipo de
volume aplicado (hexaedro, prismático ou piramidal) pode introduzir imprecisão na transição
entre os tipos de células. Neste estudo foram priorizados hexaedros e prismas.
Os parâmetros determinados para a confecção desta malha foram os seguintes:
- menor dimensão de aresta: 1,0mm;
- número de células: 15827564;
- número de nós: 3671884;
- refinamento: curvatura e aproximação de acoplamento.

Foram realizados testes de convergência para malhas, onde foram comparados os valores
referentes às temperaturas de parede. O parâmetro utilizado para ajuste dos testes foi a
dimensões de células (menor aresta), como demonstrado na figura 5.8.

104
FIG. 5.8 Teste comparativo entre malhas

Para realização dos testes, foi utilizada a seguinte arquitetura de hardware:


- Processador: quadcore 2,3Ghz;
- Memória RAM: 8Mb;
- Placa de vídeo: 1Gb;
- Hard Disk: 500 Gb 7200 rpm.

Os testes foram realizados considerando a diferença entre as malhas somente no quesito


dimensão mínima de aresta da célula. Desse modo, foram obtidos os seguintes resultados
dispostos na tabela abaixo:

Tabela 1 – Teste de geração de malha


Aresta Tempo de
Malha Nº de células Nº de nós
mínima (mm) Processamento
1 5,0 4082688 774325 25 min
2 2,5 5157390 972035 1h 15min
3 1,0 15827564 3671884 4h 10min

Um ponto importante na geração da malha foi considerar a pequena espessura estipulada


ao duto cilíndrico (0,5mm), cuja pequena dimensão teve o objetivo de tornar os efeitos ligados
à espessura de parede desprezíveis. A escolha pela malha nº 3, que possui aresta mínima de 1,0
mm, contempla a construção do domínio referente ao escoamento interno, desenvolvido com o

105
uso de células do tipo hexaédricas, o que gera uma pequena camada de pirâmides no entorno
desse domínio, correspondente a transição entre células hexaédrica e tetragonais. Assim, como
o objetivo de manter uma razão de aspecto bem baixa, essa dimensão de aresta da célula foi
determinante para o dimensionamento da malha.
Com o objetivo de minimizar os efeitos da parede do duto, esta foi gerada com dimensões
bem pequenas, durante a etapa da geometria. Contudo, um ponto delicado na geração de malha
está ligado à razão de aspecto, que não pode ser muito alta, pois permitirá uma queda na
precisão das interações numéricas. Neste estudo foi encontrada em alguns setores uma razão de
aspecto média de 3.
Para uma análise mais precisa dos resultados nas faces do escoamento interno ao duto
aletado, foi aplicado uma camada de 05 (cinco) níveis de hexaedros, no limite próximo a
parede do duto, como visto na figura 5.9.

FIG. 5.9 Aplicação de camadas de hexaedros junto à parede do duto

Um fator importante a ser mencionado é a busca de aplicar células do mesmo tipo nas
interfaces entre os volumes a serem discretizados, evitando uma propagação de erro. Isso pode
ser observado nas figuras 5.10, 5.11 e 5.12.

106
FIG. 5.10 Aplicação de células tetraédricas na parte externa do duto/aletas

FIG. 5.11 Células hexaédricas na interface do corpo sólido em contato com o corpo
fluídico

107
FIG. 5.12 Células do tipo hexagonal para discretização do corpo fluídico

Para um maior detalhamento das regiões próximas as fronteiras dos volumes, aplica-se um
refinamento por meio do tipo de malha que contemple curvatura dos corpos e proximidade
entre os mesmos, como demonstrado na figura 5.13. Para isso foi utilizada uma malha com
dimensão mínima de aresta de célula igual a 1,0 mm.

FIG. 5.13 Malha mais refinada nas proximidades das interfaces

108
5.5.3 CONDIÇÕES DE CONTORNO

Nessa etapa serão determinados os parâmetros físicos aplicados às condições de contorno


do sistema, além dos métodos e esquemas utilizados nas iterações numéricas.
A parametrização geral do sistema é baseada na separação em domínios (escoamentos
externo/interno e sólido), para cada domínio é especificado sua estrutura (sólido ou fluido),
material que o compõe e o regime (laminar ou turbulento para fluidos). Cada domínio é
subdividido em componentes de entrada, saída, faces isoladas (adiabáticas) e interfaces, estas
últimas são responsável pelo acoplamento entre os domínios, podendo ser: solido/solido,
fluido/solido, fluido/fluido e solido imerso. Assim, cada componente do domínio recebe sua
parametrização física (condição de contorno), que pode ser a velocidade de entrada do fluido,
temperatura, fluxo, parâmetros convectivos (inclusive o coeficiente convectivo).
No caso do estudo em desenvolvimento, as faces de entrada receberão um valor de
velocidade de escoamento do tipo absoluto, por se tratar de um perfil de velocidade uniforme.
Neste mesmo âmbito, para a discretização espacial utilizar-se-á um esquema do tipo
Upwind (primeira ordem), descrito no item 5.3.1. Este esquema é considerado mais estável que
o de segunda ordem, na presença de um alto número de Reynolds, além de permitir uma
convergência mais fácil (VERSTEEG E MALALASEKERA, 1995). Apesar de
questionamentos em relação à sua precisão (acúmulo de difusão numérica), SAMPAIO (2012)
considera que esquemas de primeira ordem podem fornecer boa precisão, se forem aplicadas
novas estratégias de avaliação de erro.
Também serão determinados nessa etapa parâmetros que objetivarão o
monitoramento/controle da precisão da convergência da solução numérica e número de
iterações também são determinados nessa etapa.

5.5.4 RESULTADOS

Nesta etapa são apresentados os meios de representação gráfica dos resultados obtido,
assim como tabelas. Foram obtidas as curvas de temperatura de parede e fluxo local do
escoamento ao longo do eixo. Além disso, tabelas foram elaboradas com os valores
dimensionais e adimensionais para determinação da função de ajuste a ser aplicada à solução
híbrida.

109
5.6 APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES

As análises numéricas ocorreram no ambiente ANSYS CFX V14, simulando um trocador


de calor composto de um duto cilíndrico aletado, com um número de Biot de referência igual
01(um), numa situação com presença de convecção forçada, conforme a figura 5.14. Para isso,
foram aplicados os seguintes parâmetros:
- Duto com 995 milímetros de comprimento;
- Coeficiente convectivo =1 W/mm2 ºC;
- Diâmetro interno igual a 25,4mm, com 0,3mm de espessura;
- Foram utilizadas 49 aletas com 5,0mm de espessura e 15,0mm de espaço entra as
mesmas;
- As aletas e o duto são confeccionados em cobre (401 W/m2 K);
- Os fluidos utilizados foram água para a região interna do duto, e ar para a área externa;
- Temperatura do fluido externo (ar) foi de 293K, já a interna (água) de 363K.

5.6.1 CONVECÇÃO FORÇADA (laminar)

Simulação 1:
Esta simulação abrange um escoamento no interior de um duto externamente aletado, em
regime laminar, com perfil de velocidade uniforme com a presença de convecção forçada por
meio de um escoamento externo cruzado. Os parâmetros geométricos seguiram o determinado
no item anterior, considerando um número de Reynolds aplicado ao escoamento interno igual a
2200, já para o externo foi igual a 7300. Sendo assim, a velocidade do fluido interno foi de
0,0178m/s e do externo foi de 0,4 m/s, como visto na figura 5.14. Será utilizado o mesmo
critério de convergência (10-4) visto na solução híbrida.

110
FIG. 5.14 Distribuição de temperatura na seção de entrada do duto

As características de elaboração da solução numérica foram as seguintes:


- tempo: 1 hora e 53 minutos;
- número de iterações: 554 iterações;
- Equipamento: CPU quadcore 2,3Ghz com 8Mb de memória;
- Softwares: ANSYS CFX V14 e Matlab V2010;

A simulação permitiu uma análise do comportamento térmico das seções próximas da


entrada e saída do fluido dentro do duto, como observado nas figuras 5.15 e 5.16 abaixo:

FIG. 5.15 Distribuição de temperatura próxima à seção de entrada do duto

111
A figura 5.15 apresenta a distribuição de temperatura na seção próxima a entrada de um
duto aletado externamente (z=7,5mm), sob na presença de uma convecção forçada, cuja
tempratura de entrada é de 363K e do ambiente externo de 293K. Este gráfico permite perceber
que na proximidade da região de entrada existe uma influencia mínima sobre a temperautra de
parede do escoamento (362,7 K), o que mantém a temperatura média praticamente inalterada.
Esse gradiente de temperatura pode estar ligado a espessura de parede, pois mesmo sendo
muito pequena (0,3mm), a fim de tornar seus efeitos o mais desprezíveis possíveis, ela está
presente e influencia nos resultados.

FIG. 5.16 Distribuição de temperatura próxima à seção de saída do duto

A figura 5.16 apresenta a distribuição de temperatura na seção próxima da saída do mesmo


sistema. Nesse caso, é possível verificar um efeito bem maior sobre a temperatura de parede do
escoamento dentro do duto. Contudo, mesmo na região central onde a temperatura ainda se
mantém a mesma da região de entrada, é possível perceber que a variação da temperatura em
regiões mais próxima ao centro do duto influenciará no valor da temperatura média do
escoamento, informação esta de grande importância para a engenharia. Demonstrando a

112
necessidade de aplicação de um número de Reynolds alto ou de utilização de materiais que
sejam bons condutores térmicos na confecção do duto, a fim de obter um resfriamento mais
eficiente.
Também foi permitida a observação do comportamento térmico das aletas, as figuras 5.17
e 5.18 representam o comportamento térmico das aletas mais próximas da entrada e saída do
duto respectivamente. Assim, é possível verificar os efeitos das propriedades do material das
aletas, e sua resposta sob efeito do gradiente térmico causado pelo fluido no interior do duto e
seu resfriamento ao longo do eixo, como a difusão se comporta de modo radial na aleta e
simétrico.

FIG. 5.17 Distribuição de temperatura na aleta próxima à seção de entrada do duto

113
FIG. 5.18 Distribuição de temperatura na aleta próxima à seção de saída do duto

O comportamento térmico do fluido junto à parede do duto e do próprio duto, ao longo do


eixo podem ser verificados nas figuras 5.19 e 5.20 respectivamente, e possível verificar que
mesmo na presença de um escoamento cruzado, ainda permanece um gradiente de temperatura
ao seu final. È observado também que a queda de temperatura é mais significativa nos dois
primeiros terços do duto, onde o gradiente de temperatura é maior.

114
FIG. 5.19 Distribuição de temperatura do fluido junto à parede interna do duto

FIG. 5.20 Distribuição de temperatura no duto aletado ao longo do eixo

A simulação forneceu o perfil térmico, junto a parede interna do duto, do fluido escoando
dentro do duto, com apresentado na figura 5.21.

115
FIG. 5.21 Perfil térmico do fluido escoando no interior do duto, junto à parede.

Tabela 2 - Valores de temperatura junto à parede em escoamento laminar com presença de


convecção forçada
Posição Temperatura Posição sobre Temperatura
sobre o eixo (K) o eixo (K)
0.001 362,952 0.002 362,801
0.003 362,302 0.004 361,987
0.005 361,652 0.006 361,314
0.007 360,982 0.008 360,660
0.009 360,351 0.010 360,056
0.011 359,774 0.012 359,501
0.013 359,235 0.014 358,975
0.015 358,721 0.016 358,485
0.017 358,273 0.018 358,086
0.019 357,923 0.020 357,778
0.021 357,646 0.022 357,522
0.023 357,402 0.024 357,283
0.025 357,164 0.026 357,043

116
0.027 3565,917 0.028 356,786
0.029 3565,650 0.030 356,507
0.031 356,356 0.032 356,198
0.033 356,030 0.034 355,854
0.035 355,675 0.036 355,506
0.037 355,358 0.038 355,230
0.039 355,120 0.040 355,025
0.041 354,940 0.042 354,860
0.043 354,783 0.044 354,704
0.045 354,623 0.046 354,537
0.047 354,446 0.048 354,349
0.049 354,244 0.050 354,132
0.051 354,012 0.052 353,883
0.053 353,744 0.054 353,597
0.055 353,446 0.056 353,306
0.057 353,184 0.058 353,081
0.059 352,994 0.060 352,920
0.061 352,857 0.062 352,800
0.063 352,745 0.064 352,689
0.065 352,629 0.066 352,565
0.067 352,496 0.068 352,419
0.069 352,336 0.070 352,245
0.071 352,145 0.072 352,036
0.073 351,918 0.074 351,793
0.075 351,665 0.076 351,545
0.077 351,441 0.078 351,354
0.079 351,283 0.080 351,224
0.081 351,176 0.082 351,134
0.083 351,093 0.084 351,052
0.085 351,007 0.086 350,957
0.087 350,902 0.088 350,840
0.089 350,771 0.090 350,694
0.091 350,608 0.092 350,514
0.093 350,411 0.094 350,299
0.095 350,185 0.096 350,079

117
0.097 349,989 0.098 349,914
0.099 349,853 0.100 349,804
0.200 344,880 0.300 341,784
0.400 339,665 0.500 338,048
0.600 336,786 0.700 335,698
0.800 334,791 0.900 334,028
0.950 333,966

A tabela 2 acima mostra valores referentes a 1000 pontos de temperatura de parede que são
submetidos a um interpolador do Matlab, que utiliza uma interpolação cubica (pchip –
Piecewise Cubic Hermite Interpolating Polynomial), permitindo assim a determinação de uma
função que representa a curva da mesma para o escoamento no interior do duto. A partir desta
determinação, serão retirados valores de pontos de controle para serem aplicados na Eq. (3.38)
do capítulo 3, com o objetivo de determinação da equação de ajuste aplicada ao coeficiente
convectivo (Biot). A curva de temperatura de parede da solução numérica é definida por:

5.7 EQUAÇÃO DE AJUSTE

Como informado no item 1.3 da introdução, para fins de covalidação da solução híbrida,
será determinada uma função representativa do efeito das aletas no escoamento em estudo, que
em substituição às funções utilizadas primeiramente (exponencial e tangente hiperbólica) será

118
aplicada ao sistema de equações diferenciais ordinárias acopladas desenvolvido no capítulo 3,
permitindo assim que sejam reproduzidos os resultados obtidos na solução numérica.
5.7.1 DADOS DE ENTRADA

Para obtenção da função de ajuste, serão utilizados os valores de temperatura de parede e


fluxo local dos pontos situados na metade do espaço entre as aletas. Estes valores
correspondem a uma simulação de um sistema com perfil de velocidade uniforme na presença
de convecção forçada, e escoamento de fluido em regime laminar dentro do duto cilíndrico. A
distribuição dos pontos de controle é mostrada na figura 5.22, um total de 50 pontos que
encontram-se dispostos na tabela 3 abaixo, além dos respectivos gráficos da temperatura de
parede e do fluxo local ao longo do eixo.

FIG. 5.22 Distribuição dos pontos de controle ao longo do duto para a coleta dos dados de
temperatura de parede e fluxo local para determinação da função de ajuste

119
5.7.2 CONVECÇÃO FORÇADA (laminar)

De posse dos valores obtidos da curva de temperatura de parede (figura 5.21), pela Eq.
(5.9), é aplicado o mesmo processo para determinação dos pontos referentes ao fluxo local
(figura 5.23), sendo esses submetidos ao mesmo interpolador para obtenção de uma função que
represente sua curva. Esses são submetidos a uma rotina de determinação da respectiva função
de ajuste que será plicada a solução híbrida, a fim de comparar seus resultados com a solução
numérica.

FIG. 5.23 Comportamento do fluxo ao longo do escoamento

Pode-se verificar uma troca térmica bem significativa nas proximidades da região de
entrada, seguindo-se uma evolução para um comportamento assintótico. Após submetida ao

120
interpolador para determinação da função para a curva do fluxo local, esta ficou definida como
sendo:

Em seguida, para obtenção da função de ajuste, realizou-se uma reorganização dos termos
da Eq. (3.38):

Tabela 3 – Valores de controle (solução numérica) para função de ajuste da solução híbrida
Distância Temperatura Distância Temperatura
Fluxo Local Fluxo Local
(mm) de parede (K) (mm) de parede (K)

7,50 357,934 -0,35098 27,50 354,449 -0,14033


47,50 351,997 -0,10508 67,50 350,060 -0,08407
87,50 348,497 -0,06826 107,50 347,175 -0,05819
127,50 346,042 -0,04806 147,50 345,059 -0,04272
167,50 344,155 -0,03819 187,50 343,332 -0,03399
207,50 342,577 -0,03025 227,50 341,898 -0,02621
247,50 341,283 -0,02345 267,50 340,724 -0,02071
287,50 340,189 -0,02094 307,50 339,686 -0,01688
327,50 339,236 -0,01444 347,50 338,824 -0,01334
367,50 338,430 -0,01279 387,50 338,054 -0,01120
407,50 337,701 -0,01062 427,50 337,363 -0,00937
447,50 337,051 -0,00857 467,50 336,750 -0,00829
487,50 336,456 -0,00826 507,50 336,174 -0,00609
527,50 335,911 -0,00535 547,50 335,657 -0,00580

121
567,50 335,413 -0,00450 587,50 335,194 -0,00363
607,50 334,98 -0,00393 627,50 334,768 -0,00285
647,50 334,558 -0,00418 667,50 334,34 -0,00374
687,50 334,132 -0,00318 707,50 333,945 -0,00155
727,50 333,765 -0,00179 747,50 333,591 -0,00212
767,50 333,413 -0,00174 787,50 333,243 -0,00139
807,50 333,085 -0,00054 827,50 332,934 -0,00082
847,50 332,786 -0,00024 867,50 332,635 -0,00104
887,50 332,49 -0,00101 907,50 332,37 -0,00119
927,50 332,27 -0,00362 947,50 332,26 -0,00098

5.7.2.1 DETERMINAÇÃO DA FUNÇÃO DE AJUSTE

Utilizando-se os valores da tabela 3, oriundos da solução numérica, os mesmos foram


aplicados na Eq. (5.11), a fim de se obter uma curva que representa a função f(z) que deve ser
aplicada ao número de Biot da solução híbrida. Desse modo, a função de ajuste encontrada foi:

Quando aplicada ao sistema de equações diferenciais ordinárias acopladas da solução


híbrida, são obtidos os novos valores de fluxo local e de temperatura de parede que deverão
apresentar valores próximos resultados da simulação numérica.

5.7.2.2 RESULTADOS OBTIDOS

Com a aplicação da metodologia anteriormente descrita para a situação de um escoamento


laminar com perfil de velocidade plenamente desenvolvido uniforme, num duto de seção

122
circular externamente aletado, com a presença de convecção forçada, utilizando um número de
Biot de referência igual 01 (um), foram obtidos os seguintes valores da tabela abaixo:

Tabela 4 – Comparativo entre as soluções numérica e híbrida após ajuste


Solução numérica Solução híbrida
Desvio (%)
Z (mm) Temperatura de Temperatura de
Fluxo local Fluxo local
parede parede temperatura fluxo
7,50 357,934 -0,35098 362,9995 -0,3559490 1,4152 1,4151723

27,50 354,449 -0,14033 354,0135 -0,1401530 0,1229 0,1225726

47,50 351,997 -0,10508 349,3814 -0,1043000 0,7431 0,7432362

67,50 350,060 -0,08407 345,6212 -0,0830050 1,2680 1,2679759

87,50 348,497 -0,06826 342,6543 -0,0671200 1,6765 1,6771430

107,50 347,175 -0,05819 340,1787 -0,0570190 2,0152 2,0143939

127,50 346,042 -0,04806 338,1095 -0,0469590 2,2924 2,2933260

147,50 345,059 -0,04272 336,3509 -0,0416420 2,5237 2,5229519

167,50 344,155 -0,03819 334,7756 -0,0371440 2,7253 2,7262014

187,50 343,332 -0,03399 333,3761 -0,0330040 2,8998 2,9011389

207,50 342,577 -0,03025 332,1296 -0,0293290 3,0497 3,0494356

227,50 341,898 -0,02621 331,0389 -0,0253780 3,1761 3,1773162

247,50 341,283 -0,02345 330,0790 -0,0226770 3,2829 3,2844147

267,50 340,724 -0,02071 329,2340 -0,0200080 3,3722 3,3710036

287,50 340,189 -0,02094 328,4262 -0,0202140 3,4577 3,4559835

307,50 339,686 -0,01688 327,6895 -0,0162880 3,5316 3,5339686

327,50 339,236 -0,01444 327,0942 -0,0139210 3,5792 3,5808284

347,50 338,824 -0,01334 326,5619 -0,0128560 3,6190 3,6187934

367,50 338,430 -0,01279 326,0565 -0,0123240 3,6561 3,6525111

387,50 338,054 -0,01120 325,5948 -0,0107900 3,6856 3,6899513

407,50 337,701 -0,01062 325,1756 -0,0102280 3,7090 3,7047498

427,50 337,363 -0,00937 324,7897 -0,0090200 3,7269 3,7307021

447,50 337,051 -0,00857 324,4465 -0,0082500 3,7396 3,7423796

467,50 336,750 -0,00829 324,1244 -0,0079800 3,7492 3,7533771

487,50 336,456 -0,00826 323,8013 -0,0079470 3,7612 3,7566048

123
507,50 336,174 -0,00609 323,5234 -0,0058580 3,7631 3,7663846

527,50 335,911 -0,00535 323,3108 -0,0051500 3,7510 3,7557676

547,50 335,657 -0,00580 323,0939 -0,0055800 3,7428 3,7411569

567,50 335,413 -0,00450 322,8920 -0,0043340 3,7330 3,7269702

587,50 335,194 -0,00363 322,7411 -0,0034950 3,7151 3,7137032

607,50 334,980 -0,00393 322,5929 -0,0037850 3,6979 3,7103934

627,50 334,768 -0,00285 322,4650 -0,0027480 3,6751 3,6911387

647,50 334,558 -0,00418 322,3312 -0,0040280 3,6546 3,6575682

667,50 334,340 -0,00374 322,1741 -0,0036060 3,6388 3,6490967

687,50 334,132 -0,00318 322,0387 -0,0030690 3,6193 3,6187713

707,50 333,945 -0,00155 321,9490 -0,0014950 3,5922 3,6180308

727,50 333,765 -0,00179 321,8894 -0,0017310 3,5581 3,5590123

747,50 333,591 -0,00212 321,8113 -0,0020420 3,5312 3,5514054

767,50 333,413 -0,00174 321,7364 -0,0016790 3,5022 3,4868882

787,50 333,243 -0,00139 321,6745 -0,0013460 3,4715 3,4731037

807,50 333,085 -0,00054 321,6392 -0,0005210 3,4363 3,4929620

827,50 332,934 -0,00082 321,6130 -0,0007880 3,4004 3,3727568

847,50 332,786 -0,00024 321,5934 -0,0002310 3,3633 3,5252943

867,50 332,635 -0,00104 321,5708 -0,0010020 3,3262 3,3322400

887,50 332,490 -0,00101 321,5271 -0,0009720 3,2972 3,3057111

907,50 332,370 -0,00119 321,4933 -0,0011520 3,2725 3,2323097

927,50 332,270 -0,00362 321,3926 -0,0034990 3,2737 3,2634419

947,50 332,260 -0,00098 321,2969 -0,0009500 3,2996 3,2685063

124
FIG. 5.24 Comparativo de temperatura de parede entre as soluções numérica e híbrida
para fluxo cruzado (Plug Flow).

FIG. 5.25 Comparativo de fluxo local entre as soluções numérica e híbrida para fluxo
cruzado (Plug Flow).

Com a aplicação da nova função representativa do efeito das aletas sobre o número de Biot
no sistema de equações diferenciais ordinárias da solução híbrida, foram determinados valores
para temperatura de parede e de fluxo local, agora ajustados à solução numérica, presentes na
tabela 4, com os respectivos desvios. Desse modo, pode ser observado que a solução híbrida
conseguiu se aproximar dos resultados referentes à temperatura na parede com um desvio

125
máximo de 3.76%. Contudo, quando ao fluxo local foi encontrado um erro máximo de 3,75%,
obtendo assim um desvio bem baixo, permitindo assim verificar que a solução híbrida consegue
aproximar muito bem seus resultados de uma solução numérica, que tenta representar uma
situação mais próxima da realidade, conforme o apresentado nas figuras 5.24 e 5.25.

Simulação 2:
Esta simulação abrange um escoamento no interior de um duto externamente aletado, em
regime laminar, com perfil de velocidade uniforme com a presença de convecção forçada por
meio de um escoamento externo paralelo no mesmo sentido que o interno. Os parâmetros
geométricos sofreram alterações no que se refere às aletas, que passaram a circulares. Contudo,
o número de Reynolds aplicado ao escoamento interno igual a 2200, já para o externo foi igual
a 7300, como mostrado na figura 5.26. Sendo assim, a velocidade do fluido interno foi de
0,0178m/s e do externo foi de 0,6 m/s. Sendo mantido o mesmo critério de convergência (10-4).

FIG. 5.26 Distribuição de temperatura na seção de entrada do duto

As características de elaboração da solução numérica foram as seguintes:


- tempo: 5 horas e 59 minutos;
- número de iterações: 737 iterações.

A simulação permitiu uma análise do comportamento térmico de seções próximas a


entrada e saída respectivamente do fluido dentro do duto, como observado nas figuras 5.27 e
5.28 abaixo:

126
FIG. 5.27 Distribuição de temperatura próxima à seção de entrada do duto

A figura 5.27 apresenta a distribuição de temperatura na seção próxima a entrada de um


duto aletado externamente (z=7,5mm), sob na presença de uma convecção forçada, cuja
tempratura de entrada é de 363K e do ambiente externo de 293K. Verifica-se que na
proximidade da região de entrada a temperautra de parede do escoamento fica em 358,6 K.
Contudo, a temperatura do centro do escoamento interno mantém praticamente inalterada
(362,8K), efetuando uma redução da tempertura média muito pequena.

127
FIG. 5.28 Distribuição de temperatura próxima à seção de saída do duto

A figura 5.28 apresenta a distribuição de temperatura próxima da seção de saída do


sistema. Nesse caso, a temperatura de parede reduz num patamar bem inferior em relação a
presença do fluxo cruzado, além da manutenção de uma alta temperatura no centro do
escoamento (362,5K) praticamente inalterada em relação a entrada (363K), o que gera uma
pequena redução da temperatura média.
Com relação ao comportamento térmico do fluido junto à parede do duto e do próprio duto,
ao longo do eixo pode ser verificado, e permite identificar um resfriamento superficial ao longo
de todo o comprimento do duto, que permite observar efeitos das superfícies extendidas ao
longo do eixo, e a influência dessas sobre o coeficiente convectivo, não sendo possível
verificar o comportamento assintótico da temperatura de parede, conforme nas figuras 5.29 e
5.30.

128
FIG. 5.29 Distribuição de temperatura do fluido junto à parede interna do duto

FIG. 5.30 Distribuição de temperatura no duto aletado ao longo do eixo

A simulação forneceu o perfil térmico, junto a parede interna do duto, do fluido escoando
dentro do duto, com apresentado na figura 5.31.

129
FIG. 5.31 Perfil térmico do fluido escoando no interior do duto, junto à parede.

Tabela 5 - Valores de temperatura junto à parede em escoamento laminar com presença de


convecção forçada
Distância Temperatura Distância Temperatura
adimensional (K) adimensional (K)
0.001 362,386 0.002 361,869
0.003 361,262 0.004 360,618
0.005 360,020 0.006 359,528
0.007 359,151 0.008 358,863
0.009 358,632 0.010 358,432
0.011 358,245 0.012 358,062
0.013 357,876 0.014 357,684
0.015 357,498 0.016 357,347
0.017 357,245 0.018 357,179
0.019 357,142 0.020 357,135
0.021 357,133 0.022 357,128
0.023 357,124 0.024 357,120
0.025 357,116 0.026 357,094
0.027 357,062 0.028 357,020
0.029 356,971 0.030 356,912

130
0.031 356,840 0.032 356,760
0.033 356,672 0.034 356,575
0.035 356,487 0.036 356,401
0.037 356,350 0.038 356,319
0.039 356,302 0.040 356,294
0.041 356,290 0.042 356,284
0.043 356,272 0.044 356,253
0.045 356,226 0.046 356,190
0.047 356,146 0.048 356,094
0.049 356,034 0.050 355,965
0.051 355,887 0.052 355,798
0.053 355,700 0.054 355,594
0.055 355,493 0.056 355,415
0.057 355,365 0.058 355,337
0.059 355,325 0.060 355,325
0.061 355,323 0.062 355,322
0.063 355,320 0.064 355,320
0.065 355,318 0.066 355,314
0.067 355,287 0.068 355,252
0.069 355,208 0.070 355,157
0.071 355,097 0.072 355,029
0.073 354,951 0.074 354,867
0.075 354,786 0.076 354,723
0.077 354,683 0.078 354,661
0.079 354,653 0.080 354,652
0.081 354,650 0.082 354,650
0.083 354,648 0.084 354,647
0.085 354,642 0.086 354,640
0.087 354,635 0.088 354,605
0.089 354,563 0.090 354,516
0.091 354,461 0.092 354,397
0.093 354,325 0.094 354,246
0.095 354,170 0.096 354,112
0.097 354,076 0.098 354,057
0.099 354,052 0.100 354,050
0.200 352,228 0.300 351,416
0.400 350,932 0.500 350,439
0.600 349,940 0.700 349,364
0.800 348,806 0.900 348,178
995 347,757

131
A tabela 5 acima mostra valores referentes a 995 pontos de temperatura que permitiram a
determinação de uma função que representa a curva da temperatura de parede do escoamento
no interior do duto. A partir desta determinação, serão retirados valores de pontos de controle
para serem aplicados na Eq. (3.38) do capítulo 3, com o objetivo de determinação da equação
de ajuste aplicada ao coeficiente convectivo (Biot). A curva de temperatura de parede da
solução numérica é definida por:

5.8 EQUAÇÃO DE AJUSTE

Como informado no item 1.3 da introdução, para fins de covalidação da solução híbrida,
será determinada uma função representativa do efeito das aletas no escoamento em estudo, que
em substituição às funções primárias utilizadas (exponencial e tangente hiperbólica) será
aplicada ao sistema de equações diferenciais ordinárias acopladas desenvolvido no capítulo 3,
permitindo assim que sejam reproduzidos os resultados obtidos na solução numérica.

5.8.1 DADOS DE ENTRADA

Para isso, serão utilizados os valores de temperatura de parede e fluxo local dos pontos
situados na metade do espaço entre as aletas. Estes valores correspondem a uma simulação de
um sistema com perfil de velocidade uniforme na presença de convecção forçada, e escoamento
de fluido em regime laminar dentro do duto cilíndrico. É obedecida a mesma distribuição dos
pontos de controle mostrada na figura 5.22, com um total de 50 pontos, que encontram-se
dispostos na tabela 6 abaixo, além dos respectivos gráficos da temperatura de parede e do fluxo
local ao longo do eixo.

132
5.8.2 CONVECÇÃO FORÇADA (laminar)

De posse dos valores obtidos da curva de temperatura de parede (figura 5.31), pela Eq.
(5.13), e os valores referentes ao fluxo local (figura 5.32) , sendo esses submetidos ao mesmo
interpolador para obtenção de uma função que represente sua curva, seguindo o mesmo
procedimento realizado para fluxo cruzado. Em seguida são submetidos a uma rotina de
determinação da respectiva função de ajuste que será plicada a solução híbrida, a fim de
comparar seus resultados com a solução numérica.

FIG. 5.32 Comportamento do fluxo ao longo do escoamento

Neste caso a figura 5.32 representa o fluxo local obtido pela solução numérica, onde
verifica-se uma troca térmica bem acentuada próximo a região de entrada seguida de uma
redução desse fluxo local, evoluindo para um comportamento assintótico.

Após submetida a uma rotina de determinação da função para a curva do fluxo local, esta
ficou definida como sendo:

133
Tabela 6 – Valores de controle (solução numérica) para função de ajuste da solução híbrida
Distância Temperatura Distância Temperatura
Fluxo Local Fluxo Local
(mm) de parede (K) (mm) de parede (K)

7,50 359,008 -0,2690370 27,50 357,042 -0,0472121


47,50 356,123 -0,0477435 67,50 355,273 -0,0324150
87,50 354,623 -0,0280191 107,50 354,053 -0,0233863
127,50 353,582 -0,0171635 147,50 353,195 -0,0153873
167,50 352,855 -0,0117991 187,50 352,568 -0,0096886
207,50 352,318 -0,0075423 227,50 352,105 -0,0055815
247,50 351,928 -0,0041547 267,50 351,784 -0,0025749
287,50 351,654 -0,0025886 307,50 351,534 -0,0013937
327,50 351,431 -0,0002766 347,50 351,333 -0,0010236
367,50 351,229 -0,0015369 387,50 351,132 -0,0002901
407,50 351,039 -0,0011900 427,50 350,938 -0,0008571
447,50 350,845 -0,0011878 467,50 350,745 -0,0017596
487,50 350,642 -0,0015050 507,50 350,542 -0,0009992
527,50 350,447 -0,0009312 547,50 350,343 -0,0021602
567,50 350,232 -0,0020532 587,50 350,131 -0,0015129
607,50 350,024 -0,0025670 627,50 349,908 -0,0020876
647,50 349,796 -0,0026008 667,50 349,676 -0,0030329
687,50 349,557 -0,0024950 707,50 349,446 -0,0022456
727,50 349,330 -0,0025942 747,50 349,213 -0,0027040
767,50 349,097 -0,0026943 787,50 348,989 -0,0022073
807,50 348,881 -0,0023842 827,50 348,765 -0,0030193
847,50 348,648 -0,0027785 867,50 348,518 -0,0042666
887,50 348,379 -0,0038507 907,50 348,231 -0,0049970
927,50 348,069 -0,0052231 947,50 347,897 -0,0059906

134
5.8.2.1 DETERMINAÇÃO DA FUNÇÃO DE AJUSTE

Utilizando-se os valores da tabela 6, oriundos da solução numérica, os mesmos foram


aplicados na Eq. (5.11), a fim de se obter uma curva que representa a função f(z) que deve ser
aplicada ao número de Biot da solução híbrida. Desse modo, a função de ajuste encontrada foi:

Quando aplicada ao sistema de equações diferenciais ordinárias acopladas da solução


híbrida, são obtidos os novos valores de fluxo local e de temperatura de parede que deverão
apresentar valores próximos resultados da simulação numérica.

5.8.2.2 RESULTADOS OBTIDOS

Com a aplicação da metodologia anteriormente descrita para a situação de um escoamento


laminar com perfil de velocidade plenamente desenvolvido uniforme, num duto de seção
circular externamente aletado, com a presença de convecção forçada, utilizando um número de
Biot de referência igual 01 (um), foram obtidos os seguintes valores da tabela abaixo:

Tabela 7 – Comparativo entre as soluções numérica e híbrida após ajuste


Solução numérica Solução híbrida
Desvio (%)
Z (mm) Temperatura de Temperatura de
Fluxo local Fluxo local
parede parede temperatura fluxo
7,50 359,008 -0,2690370 362,9996 -0,2720280 1,11185 1,111743

27,50 357,042 -0,0472121 357,8993 -0,0473250 0,240101 0,239134

47,50 356,123 -0,0477435 356,2167 -0,0477560 0,026316 0,026182

135
67,50 355,273 -0,0324150 354,5393 -0,0323480 0,206528 0,206694

87,50 354,623 -0,0280191 353,3865 -0,0279210 0,348671 0,350118

107,50 354,053 -0,0233863 352,3437 -0,0232730 0,482775 0,484472

127,50 353,582 -0,0171635 351,5496 -0,0170650 0,574811 0,573892

147,50 353,195 -0,0153873 350,9076 -0,0152880 0,647645 0,645337

167,50 352,855 -0,0117991 350,3653 -0,0117160 0,705599 0,704291

187,50 352,568 -0,0096886 349,9438 -0,0096170 0,744297 0,73932

207,50 352,318 -0,0075423 349,6010 -0,0074840 0,771175 0,772974

227,50 352,105 -0,0055815 349,3433 -0,0055380 0,784337 0,778472

247,50 351,928 -0,0041547 349,1500 -0,0041220 0,789364 0,78706

267,50 351,784 -0,0025749 349,0203 -0,0025550 0,785634 0,774387

287,50 351,654 -0,0025886 348,9190 -0,0025680 0,77776 0,795797

307,50 351,534 -0,0013937 348,8360 -0,0013830 0,767508 0,769165

327,50 351,431 -0,0002766 348,8078 -0,0002740 0,746421 0,923509

347,50 351,333 -0,0010236 348,7863 -0,0010160 0,724856 0,738599

367,50 351,229 -0,0015369 348,7288 -0,0015260 0,711842 0,70599

387,50 351,132 -0,0002901 348,6948 -0,0002880 0,694094 0,708829

407,50 351,039 -0,0011900 348,6677 -0,0011820 0,675513 0,6706

427,50 350,938 -0,0008571 348,6242 -0,0008510 0,659315 0,714598

447,50 350,845 -0,0011878 348,5869 -0,0011800 0,643616 0,659185

467,50 350,745 -0,0017596 348,5264 -0,0017480 0,632528 0,658112

487,50 350,642 -0,0015050 348,4594 -0,0014960 0,62246 0,598667

507,50 350,542 -0,0009992 348,4097 -0,0009930 0,608287 0,624674

527,50 350,447 -0,0009312 348,3756 -0,0009260 0,591072 0,556604

547,50 350,343 -0,0021602 348,3141 -0,0021480 0,579131 0,562921

567,50 350,232 -0,0020532 348,2248 -0,0020410 0,573119 0,592258

587,50 350,131 -0,0015129 348,1584 -0,0015040 0,563403 0,586303

607,50 350,024 -0,0025670 348,0765 -0,0025530 0,55638 0,545771

627,50 349,908 -0,0020876 347,9819 -0,0020760 0,550447 0,556138

647,50 349,796 -0,0026008 347,8921 -0,0025870 0,544277 0,530988

667,50 349,676 -0,0030329 347,7768 -0,0030160 0,543119 0,556567

687,50 349,557 -0,0024950 347,6655 -0,0024810 0,541117 0,561122

136
707,50 349,446 -0,0022456 347,5737 -0,0022340 0,535783 0,515237

727,50 349,330 -0,0025942 347,4778 -0,0025800 0,530214 0,547758

747,50 349,213 -0,0027040 347,3717 -0,0026900 0,527273 0,51628

767,50 349,097 -0,0026943 347,2630 -0,0026800 0,525354 0,532227

787,50 348,989 -0,0022073 347,1655 -0,0021960 0,522502 0,509684

807,50 348,881 -0,0023842 347,0776 -0,0023720 0,516908 0,512537

827,50 348,765 -0,0030193 346,9673 -0,0030040 0,515455 0,507399

847,50 348,648 -0,0027785 346,8550 -0,0027640 0,514278 0,521864

867,50 348,518 -0,0042666 346,7136 -0,0042450 0,517742 0,506724

887,50 348,379 -0,0038507 346,5509 -0,0038310 0,524758 0,51237

907,50 348,231 -0,0049970 346,3773 -0,0049700 0,532314 0,539528

927,50 348,069 -0,0052231 346,1706 -0,0051950 0,545412 0,538185

947,50 347,897 -0,0059906 345,9543 -0,0059570 0,558406 0,560381

FIG. 5.33 Comparativo de temperatura de parede entre as soluções numérica e híbrida


para fluxo paralelo (Plug Flow).

137
FIG. 5.34 Comparativo de fluxo local entre as soluções numérica e híbrida para fluxo
paralelo (Plug Flow).

Com a aplicação da nova função representativa do efeito das aletas sobre o número de Biot
no sistema de equações diferenciais ordinárias da solução híbrida, foram determinados valores
para temperatura de parede e de fluxo local, agora ajustados à solução numérica, presentes na
tabela 7, com os respectivos desvios. Desse modo, pode ser observado que a solução híbrida
conseguiu muito bons resultados em relação às temperaturas de parede com um desvio máximo
de 1,11%. O mesmo bom resultado pode ser observado em relação ao cálculo do fluxo local
que obteve um desvio máximo de 1,11%. Desse modo, a solução híbrida apresentou-se muito
confiável ao fornecer os resultados em relação a uma simulação numérica, que tenta representar
uma situação mais próxima da realidade, conforme o apresentado nas figuras 5.33 e 5.34.

Simulação 3:
Esta simulação abrange um escoamento no interior de um duto externamente aletado, em
regime laminar, com perfil de velocidade uniforme com a presença de convecção forçada por
meio de um escoamento externo paralelo no mesmo sentido que o interno. Os parâmetros
geométricos sofreram alterações no que se refere às aletas, que passaram a circulares. Contudo,
o número de Reynolds aplicado ao escoamento interno igual a 2200, já para o externo foi igual

138
a 7300, como mostrado na figura 5.35. Sendo assim, a velocidade do fluido interno foi de
0,0178m/s e do externo foi de 0,6 m/s. Sendo mantido o mesmo critério de convergência
(0,0001).

FIG. 5.35 Distribuição de temperatura na seção de entrada do duto

As características de elaboração da solução numérica foram as seguintes:


- tempo: 16 horas e 38 minutos;
- número de iterações: 559 iterações.

A simulação permitiu uma análise do comportamento térmico de seções próximas a


entrada e saída respectivamente do fluido dentro do duto, como observado nas figuras 5.36 e
5.37 abaixo:

139
FIG. 5.36 Distribuição de temperatura próxima à seção de entrada do duto

A figura 5.36 apresenta a distribuição de temperatura na seção próxima a entrada de um


duto aletado externamente (z=7,5mm), sob na presença de uma convecção forçada, cuja
tempratura de entrada é de 363K e do ambiente externo de 293K. Verifica-se que na
proximidade da região de entrada a temperautra de parede do escoamento fica em 360,5 K.
Contudo, a temperatura do centro do escoamento interno mantém praticamente inalterada
(362,9K), efetuando uma redução da tempertura média muito pequena.

140
FIG. 5.37 Distribuição de temperatura próxima à seção de saída do duto

A figura 5.37 apresenta a distribuição de temperatura próxima da seção de saída do


sistema. Nesse caso, a temperatura de parede reduz num patamar bem inferior em relação a
presença do fluxo cruzado, além da manutenção de uma alta temperatura no centro do
escoamento (362,3K) praticamente inalterada em relação a entrada (363K), o que gera uma
pequena redução da temperatura média.
Com relação ao comportamento térmico do fluido junto à parede do duto e do próprio duto,
ao longo do eixo pode ser verificado, e permite identificar um resfriamento superficial ao longo
de todo o comprimento do duto, que permite observar efeitos das superfícies extendidas ao
longo do eixo, e a influência dessas sobre o coeficiente convectivo, não sendo possível
verificar o comportamento assintótico da temperatura de parede, conforme nas figuras 5.38 e
5.39.

141
FIG. 5.38 Distribuição de temperatura do fluido junto à parede interna do duto

FIG. 5.39 Distribuição de temperatura no duto aletado ao longo do eixo

A simulação forneceu o perfil térmico, junto a parede interna do duto, do fluido escoando
dentro do duto, com apresentado na figura 5.40.

142
FIG. 5.40 Perfil térmico do fluido escoando no interior do duto, junto à parede.

Tabela 8 - Valores de temperatura junto à parede em escoamento laminar com presença de


convecção forçada
Distância Temperatura Distância Temperatura
adimensional (K) adimensional (K)
0.001 362,659 0.002 362,371
0.003 362,032 0.004 361,671
0.005 361,333 0.006 361,052
0.007 360,834 0.008 360,663
0.009 360,524 0.010 360,400
0.011 360,283 0.012 360,167
0.013 360,048 0.014 359,924
0.015 359,803 0.016 359,706
0.017 359,638 0.018 359,594
0.019 359,565 0.020 359,546
0.021 359,530 0.022 359,514
0.023 359,492 0.024 359,463
0.025 359,429 0.026 359,389

143
0.027 359,343 0.028 359,291
0.029 359,234 0.030 359,169
0.031 359,095 0.032 359,015
0.033 358,930 0.034 358,839
0.035 358,751 0.036 358,681
0.037 358,635 0.038 358,607
0.039 358,590 0.040 358,580
0.041 358,573 0.042 358,563
0.043 358,549 0.044 358,530
0.045 358,504 0.046 358,473
0.047 358,435 0.048 358,392
0.049 358,343 0.050 358,287
0.051 358,225 0.052 358,156
0.053 358,079 0.054 357,997
0.055 357,918 0.056 357,858
0.057 357,820 0.058 357,797
0.059 357,784 0.060 357,779
0.061 357,777 0.062 357,773
0.063 357,765 0.064 357,751
0.065 357,732 0.066 357,707
0.067 357,676 0.068 357,639
0.069 357,595 0.070 357,546
0.071 357,490 0.072 357,427
0.073 357,358 0.074 357,284
0.075 357,214 0.076 357,159
0.077 357,125 0.078 357,105
0.079 357,095 0.080 357,094
0.081 357,093 0.082 357,093
0.083 357,091 0.084 357,087
0.085 357,073 0.086 357,054
0.087 357,028 0.088 356,996
0.089 356,958 0.090 356,915
0.091 356,864 0.092 356,808
0.093 356,745 0.094 356,678
0.095 356,613 0.096 356,564

144
0.097 356,533 0.098 356,516
0.099 356,509 0.100 356,509
0.200 354,271 0.300 352,619
0.400 351,283 0.500 350,060
0.600 348,938 0.700 347,795
0.800 346,487 0.900 344,487
0.995 343,079

A tabela 8 acima mostra valores referentes a 995 pontos de temperatura que permitiram a
determinação de uma função que representa a curva da temperatura de parede do escoamento
no interior do duto. A partir desta determinação, serão retirados valores de pontos de controle
para serem aplicados na Eq. (3.38) do capítulo 3, com o objetivo de determinação da equação
de ajuste aplicada ao coeficiente convectivo (Biot). A curva de temperatura de parede da
solução numérica é definida por:

5.9 EQUAÇÃO DE AJUSTE

Como informado no item 1.3 da introdução, para fins de covalidação da solução híbrida,
será determinada uma função representativa do efeito das aletas no escoamento em estudo, que
em substituição às funções primárias utilizadas (exponencial e tangente hiperbólica) será
aplicada ao sistema de equações diferenciais ordinárias acopladas desenvolvido no capítulo 3,
permitindo assim que sejam reproduzidos os resultados obtidos na solução numérica.

145
5.9.1 DADOS DE ENTRADA

Para isso, serão utilizados os valores de temperatura de parede e fluxo local dos pontos
situados na metade do espaço entre as aletas. Estes valores correspondem a uma simulação de
um sistema com perfil de velocidade uniforme na presença de convecção forçada, e escoamento
de fluido em regime laminar dentro do duto cilíndrico. É obedecida a mesma distribuição dos
pontos de controle mostrada na figura 5.22, com um total de 50 pontos, que encontram-se
dispostos na tabela 8 abaixo, além dos respectivos gráficos da temperatura de parede e do fluxo
local ao longo do eixo.

5.9.2 CONVECÇÃO FORÇADA (laminar)

De posse dos valores obtidos da curva de temperatura de parede (figura 5.40), pela Eq.
(5.16), e os valores referentes ao fluxo local (figura 5.41) , obtidos pela Eq. (128) abaixo, nos
mesmos pontos (Z). Esses são submetidos a uma rotina de determinação da respectiva função
de ajuste, por meio de um equacionamento entre as Eq. (127 e 128), previsto pela Eq. (5.11)
definida em seguida.

FIG. 5.41 Comportamento do fluxo ao longo do escoamento

146
Neste caso a figura 5.41 representa o fluxo local obtido pela solução numérica, onde
verifica-se uma troca térmica bem acentuada próximo a região de entrada, seguindo-se uma
rápida estabilização no fluxo evoluindo, em seguida, para um comportamento assintótico, mas
ainda com certa variação.
Após submetida a uma rotina de determinação da função para a curva do fluxo local, esta
ficou definida como sendo:

Tabela 9 – Valores de controle (solução numérica) para função de ajuste da solução híbrida
Distância Temperatura Distância Temperatura
adimensional de parede Fluxo Local adimensional de parede Fluxo Local
(K) (K)
7,5 360,749 -0,156315 27,5 359,318 -0,0499912
47,5 358,416 -0,0394419 67,5 357,661 -0,0334254
87,5 357,016 -0,0280181 107,5 356,454 -0,0248082
127,5 355,954 -0,0207953 147,5 355,5 -0,020689
167,5 355,062 -0,0183617 187,5 354,661 -0,0167825
207,5 354,28 -0,015865 227,5 353,915 -0,0147459
247,5 353,575 -0,0137148 267,5 353,263 -0,012003
287,5 352,961 -0,0125826 307,5 352,658 -0,0116712
327,5 352,373 -0,0099278 347,5 352,105 -0,0100343
367,5 351,838 -0,0104594 387,5 351,582 -0,0087614
407,5 351,335 -0,009439 427,5 351,083 -0,0087655
447,5 350,848 -0,0083924 467,5 350,611 -0,0092707
487,5 350,364 -0,0090112 507,5 350,122 -0,0082014
527,5 349,892 -0,0073639 547,5 349,664 -0,0082157
567,5 349,434 -0,0079173 587,5 349,218 -0,006759
607,5 349,005 -0,0075165 627,5 348,786 -0,0065596
647,5 348,573 -0,0074325 667,5 348,344 -0,0084669
687,5 348,101 -0,0085176 707,5 347,857 -0,0083135
727,5 347,608 -0,0086326 747,5 347,351 -0,0092776

147
767,5 347,085 -0,0094825 787,5 346,819 -0,0095933
807,5 346,547 -0,009694 827,5 346,258 -0,0110827
847,5 345,959 -0,0107799 867,5 345,641 -0,0129269
887,5 345,306 -0,0120696 907,5 344,961 -0,0137396
927,5 344,555 -0,0187885 947,5 344,102 -0,0163961

5.9.2.1 DETERMINAÇÃO DA FUNÇÃO DE AJUSTE

Utilizando-se os valores da tabela 9, oriundos da solução numérica, os mesmos foram


aplicados na Eq. (5.11), a fim de se obter uma curva que representa a função f(z) que deve ser
aplicada ao número de Biot da solução híbrida. Desse modo, a função de ajuste encontrada foi:

Quando aplicada ao sistema de equações diferenciais ordinárias acopladas da solução


híbrida, são obtidos os novos valores de fluxo local e de temperatura de parede que deverão
apresentar valores próximos resultados da simulação numérica.

5.9.2.2 RESULTADOS OBTIDOS

Com a aplicação da metodologia anteriormente descrita para a situação de um escoamento


laminar com perfil de velocidade plenamente desenvolvido uniforme, num duto de seção

148
circular externamente aletado, com a presença de convecção forçada, utilizando um número de
Biot de referência igual 01 (um), foram obtidos os seguintes valores da tabela abaixo:

Tabela 10 – Comparativo entre as soluções numérica e híbrida após ajuste


Solução numérica Solução híbrida
Desvio (%)
Z (mm) Temperatura de Temperatura de
Fluxo local Fluxo local
parede parede temperatura fluxo
7,50 360,7490 -0,1563150 362,9998 -0,1572900 0,623921 0,623741
27,50 359,3180 -0,0499912 359,3619 -0,0499970 0,012230 0,011602
47,50 358,4160 -0,0394419 357,7060 -0,0393640 0,198105 0,197506
67,50 357,6610 -0,0334254 356,2321 -0,0332920 0,399516 0,399098
87,50 357,0160 -0,0280181 355,0234 -0,0278620 0,558119 0,557140
107,50 356,4540 -0,0248082 353,9728 -0,0246360 0,696088 0,694125
127,50 355,9540 -0,0207953 353,0757 -0,0206270 0,808614 0,809317
147,50 355,5000 -0,0206890 352,2570 -0,0205000 0,912227 0,913529
167,50 355,0620 -0,0183617 351,4783 -0,0181760 1,009329 1,011344
187,50 354,6610 -0,0167825 350,7882 -0,0165990 1,091985 1,093401
207,50 354,2800 -0,0158650 350,1426 -0,0156800 1,167834 1,166089
227,50 353,9150 -0,0147459 349,5384 -0,0145640 1,236616 1,233563
247,50 353,5750 -0,0137148 348,9741 -0,0135360 1,301238 1,303701
267,50 353,2630 -0,0120030 348,4710 -0,0118400 1,356503 1,357994
287,50 352,9610 -0,0125826 347,9887 -0,0124050 1,408744 1,411473
307,50 352,6580 -0,0116712 347,5037 -0,0115010 1,461557 1,458290
327,50 352,3730 -0,0099278 347,0813 -0,0097790 1,501740 1,499119
347,50 352,1050 -0,0100343 346,6943 -0,0098800 1,536667 1,537726
367,50 351,8380 -0,0104594 346,2844 -0,0102940 1,578461 1,581353
387,50 351,5820 -0,0087614 345,9079 -0,0086200 1,613878 1,613448
407,50 351,3350 -0,0094390 345,5530 -0,0092840 1,645726 1,641915
427,50 351,0830 -0,0087655 345,1905 -0,0086180 1,678391 1,683070
447,50 350,8480 -0,0083924 344,8582 -0,0082490 1,707239 1,708103
467,50 350,6110 -0,0092707 344,5108 -0,0091090 1,739885 1,744311
487,50 350,3640 -0,0090112 344,1479 -0,0088510 1,774197 1,777897
507,50 350,1220 -0,0082014 343,8085 -0,0080540 1,803231 1,797374

149
527,50 349,8920 -0,0073639 343,5070 -0,0072300 1,824850 1,818597
547,50 349,6640 -0,0082157 343,2029 -0,0080640 1,847811 1,846704
567,50 349,4340 -0,0079173 342,8798 -0,0077690 1,875662 1,872494
587,50 349,2180 -0,0067590 342,5964 -0,0066310 1,896126 1,894352
607,50 349,0050 -0,0075165 342,3158 -0,0073720 1,916642 1,922959
627,50 348,7860 -0,0065596 342,0389 -0,0064330 1,934465 1,929248
647,50 348,5730 -0,0074325 341,7701 -0,0072870 1,951641 1,957355
667,50 348,3440 -0,0084669 341,4553 -0,0082990 1,977568 1,983248
687,50 348,1010 -0,0085176 341,1198 -0,0083470 2,005508 2,003257
707,50 347,8570 -0,0083135 340,7908 -0,0081450 2,031349 2,027060
727,50 347,6080 -0,0086326 340,4608 -0,0084550 2,056120 2,056750
747,50 347,3510 -0,0092776 340,1093 -0,0090840 2,084848 2,086430
767,50 347,0850 -0,0094825 339,7410 -0,0092820 2,115913 2,114318
787,50 346,8190 -0,0095933 339,3665 -0,0093870 2,148807 2,150561
807,50 346,5470 -0,0096940 338,9932 -0,0094830 2,179742 2,176604
827,50 346,2580 -0,0110827 338,5837 -0,0108370 2,216342 2,216969
847,50 345,9590 -0,0107799 338,1591 -0,0105370 2,254583 2,253268
867,50 345,6410 -0,0129269 337,6944 -0,0126300 2,299086 2,296761
887,50 345,3060 -0,0120696 337,2013 -0,0117860 2,347115 2,349705
907,50 344,9610 -0,0137396 336,7132 -0,0134110 2,390931 2,391627
927,50 344,5550 -0,0187885 336,0747 -0,0183260 2,461240 2,461612
947,50 344,1020 -0,0163961 335,3434 -0,0159790 2,545354 2,543898

150
FIG. 5.42 Comparativo de temperatura de parede entre as soluções numérica e híbrida
para fluxo em contra corrente (Plug Flow).

FIG. 5.43 Comparativo de fluxo local entre as soluções numérica e híbrida para fluxo em
contra corrente (Plug Flow).

Com a aplicação da nova função representativa do efeito das aletas sobre o número de Biot
no sistema de equações diferenciais ordinárias acopladas da solução híbrida, foram obtidos
valores para temperatura de parede e de fluxo local, agora ajustados à solução numérica,
presentes na tabela 10, com os respectivos desvios. Desse modo, pode ser observado que a
solução híbrida conseguiu se aproximar muito dos resultados referentes à temperatura na

151
parede com um desvio máximo de 2,54%, e 2,54% para o fluxo local. Isso demonstra que a
solução híbrida é capaz de representar com boa precisão os resultados de uma solução numérica
para perfil de velocidade uniforme, com escoamento em contra corrente, conforme o
apresentado nas figuras 5.42 e 5.43.
.

152
6 CONCLUSÃO

No presente estudo foi possível elaborar uma metodologia, por meio da utilização da
TTIG, que permitisse a análise do comportamento térmico de um escoamento dentro de duto
cilíndrico aletado externamente.
Foram trabalhadas quatro situações de soluções para o problema:
1ª Opção: Solução refinada completa, que explicitava a temperatura de parede pela
condição de contorno, pois contemplava os efeitos do número de Biot variável e do fluxo local;
2ª Opção: Solução refinada, com aplicação direta da formula da inversa da temperatura;
3ª Opção: Solução aproximada completa, com aplicação do conceito de diagonal
dominante, seguindo o mesmo critério aplicado na 1ª opção, no que se refere a determinação da
temperatura de parede;
4ª Opção: Solução aproximada completa, com aplicação do conceito de diagonal
dominante, com aplicação direta da fórmula da inversa da temperatura.

As duas primeiras opções fizeram uso de um sistema de equações diferenciais ordinárias


acopladas para obtenção dos valores referentes às temperaturas transformadas. Valores esses,
obtidos pelo uso da rotina ODE15s, que se trata de um solver de ordem variável, multipasso e
que utiliza o método Gear, operando com sistemas rígidos (stiff) e implícitos de equações
diferenciais ordinárias acopladas, pertencente ao software Matlab.
Essas soluções foram utilizadas inicialmente num escoamento com perfil de velocidade
uniforme plenamente desenvolvido com o objetivo de verificar sua confiabilidade em relação à
precisão e seu custo computacional. Foi observado que as soluções que utilizavam um sistema
de equações diferenciais ordinárias acopladas (refinadas) atendiam plenamente a todos os
requisitos, pois as soluções aproximadas possuíam uma sensível diferença nos resultados em
relação às mais refinadas. Após realização de testes para verificar a compatibilidade de
aplicação do conceito de diagonal dominante em relação à matriz de coeficientes do sistema de
equações diferenciais ordinárias, verificou-se que esta se tratava de uma matriz triangular
inferior. Desse modo, as soluções aproximadas até apresentaram resultados bem aceitáveis,
contudo em alguns casos de que o sistema majorava o número de Biot, os valores referentes às
temperaturas médias mostraram-se imprecisos.
Para análise do perfil térmico do escoamento em situações de majoração do valor do
coeficiente convectivo, esses receberam a influência de uma função que dependia da distância

153
percorrida pelo escoamento (inicialmente exponencial e tangente hiperbólica), além de se
utilizar um parâmetro multiplicador que atuava sobre as funções.
Foram simuladas situações para valores de Biot=0,1 e 1,0
O desenvolvimento do estudo seguiu muito próximo do executado por SANTOS (1990),
com exceção do não equacionamento da espessura e distanciamento das aletas. Do mesmo
modo, a variação do coeficiente convectivo não foi considerada do tipo degrau.
Ponto importante a ser levantado é a utilização da rotina ODE15s, do Matlab, para a
solução do sistema implícito de equações diferenciais ordinárias, de modo direto, sem o uso de
problemas auxiliares.
As simulações em relação a um escoamento com perfil de velocidade plenamente
desenvolvido parabólico, utilizaram somente as soluções mais refinadas. Nesse caso, foi
observado um comportamento térmico estranho do escoamento, quando esse não obedeceu a
um envelopamento aplicado por linhas que possuíam os números de Biot=1,0 e 2,0
respectivamente, no que diz respeito a sua temperatura média, principalmente na presença de
com valores que majoravam Biot. O que leva a necessidade de aprofundamento de testes para
compatibilizar a metodologia apresentada para esse tipo de perfil de velocidade.
Impossibilitando assim a obtenção de informações sobre a compatibilidade da metodologia
desenvolvida com escoamento que possuam esse tipo de perfil de velocidade.
Para covalidar o desenvolvimento da solução híbrida para perfil de velocidade uniforme
foram realizadas soluções numéricas no Software Ansys CFX para números de Reynolds igual a
2200 para o escoamento interno, e 7300 para escoamento externo. Com o uso do método de
volumes finitos e esquema do tipo Upwind de primeira ordem, além do método Multigrid na
preparação da malha. Esse processo permitiu a obtenção das funções que regem a temperatura
de parede e o fluxo local em função do eixo do duto. Desse modo, obteve-se a função de ajuste
que atua sobre o número de Biot, por meio de rotinas de interpolação do Matlab que
permitiram ajuste de funções do tipo spline para a curva de temperatura de parede. Assim, essa
função de ajuste aplicada a solução híbrida permitiu a determinação dos valores de temperatura
de parede de um sistema ajustado à solução numérica.
No que tange ao comparativo entre as soluções numérica e híbrida, os resultados
encontrados foram muito bons, ocorrendo desvios que variaram de 1,11% a 3,76%, dependendo
do direcionamento do fluxo externo em relação ao interno (cruzado, paralelo e contra-corrente).
Pelo desenvolvido neste estudo, observou-se que a aplicação da técnica da transformada
integral generalizada consegue contemplar os efeitos que aplicam variação ao coeficiente

154
convectivo ao longo do escoamento, para os casos de perfil de velocidade uniforme. Podendo-
se verificar uma queda de temperatura mais acentuada com o uso de uma solução que utilize
um sistema de equações diferenciais ordinárias acopladas, e que contemple a temperatura de
parede explicitada pela condição de contorno. Ao mesmo tempo, o sistema de equações
diferenciais ordinárias acopladas permite a análise destes efeitos durante a determinação da
transformada da temperatura. Contudo, esse procedimento necessita de uma verificação em
relação às análises feitas com perfil de velocidade parabólico, visto que existe a presença de
problemas nos resultados obtidos quando aplicados valor do parâmetro que majorem o valor
do número de Bio. Já que os mesmos mostram, algumas vezes, um comportamento superior a
um sistema não aletado (número de Biot fixo) igual ao máximo possível com a formulação
utilizada.
Sendo sanadas essas inconsistências, é possível elaborar uma biblioteca de funções que
permitam a análise dos comportamentos de escoamentos em diversas situações. Gerando
rotinas que executem estas análises com baixo custo computacional e de investimento reduzido
em softwares. Um exemplo de aplicação desse tipo de solução, é permitir o estudo de
escoamentos em laboratórios de instituições públicas de ensino com maior facilidade e baixo
custo.

6.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

O aperfeiçoamento desse estudo envolverá diversas áreas de estudo, ainda necessitadas de


desenvolvimento.
Na área que se aplica a solução híbrida, existe a busca de rotinas de cálculo de sistemas de
equações diferenciais ordinárias do tipo implícito que possuam alta precisão e já consagradas
em diversos outros trabalhos científicos, como por exemplo, as existentes em bibliotecas no
Fortran. Ocorre também a necessidade de aplicação de conhecimento dos outros fenômenos
que atuam sobre o comportamento térmico dos escoamentos, em complementos às análises
agora realizadas. Outros fatores podem influenciar no sistema, como por exemplo, o estudo de
problemas conjugados e a possível presença de fonte.
No que diz respeito à solução numérica, poderão ser aplicados outros softwares como
Ansys Fluent, aplicativos específicos para geração de malha, como Pointwise. Além disso,
novos procedimentos podem ser aplicados à geração de malha, além da aplicação de esquemas
mais precisos como o Upwind de ordem superior, por exemplo, e até diferenças centrais a fim

155
de verificar a melhor solução. Além disso, a utilização de linguagem UFD permitiria explorar
outras configurações de sistemas, como por exemplo, outro perfil de velocidade (parabólico).
Desse modo, será possível elaborar uma biblioteca de funções que poderão contemplar diversas
situações de escoamentos, e realizar a análise dos mesmos de modo mais preciso.
Esse conhecimento poderá assim compor uma aplicação a ser utilizada em centros
tecnológicos, sem a necessidade de aquisição de softwares tão específicos e de alto custo. As
representações térmicas e hidrodinâmicas estarão bem próximas de situações reais, fornecendo
informações mais fiéis sobre o comportamento de um fluido, permitindo meios para um estudo
de desenvolvimento/dimensionamento de trocadores de calor.

156
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160

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