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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA REGIÃO TOCANTINA DO MARANHÃO

CCA – CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PAULO VINICIUS COSTA RIBEIRO

ACIDENTES OFÍDICOS EM EQUINOS

IMPERATRIZ – MA
2017
PAULO VINICIUS COSTA RIBEIRO

ACIDENTES OFÍDICOS EM EQUINOS

Trabalho realizado para obtenção de nota na


disciplina Clínica Médica e Terapêutica de
Equídeos do curso Medicina Veterinária.
Docente: Carolina Mura Ramos

IMPERATRIZ – MA
2017
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2. ACIDENTES OFÍDICOS ......................................................................................... 4
3. PRINCIPAIS ESPÉCIES PEÇONHENTAS ENVOLVIDAS EM ACIDENTES
OFÍDICOS NO BRASIL .............................................................................................. 4
4. AÇÃO DO VENENO DE SERPENTES NO ORGANISMO .................................... 5
5. SINAIS CLÍNICOS .................................................................................................. 6
6. TRATAMENTO ....................................................................................................... 6
7. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 9
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1. INTRODUÇÃO

Acidente ofídico é o quadro de envenenamento decorrente da inoculação


intramuscular ou subcutânea de toxinas através do aparelho inoculador de serpentes.
São frequentemente relatados em zonas rurais e levam a morte dos animais
acometidos, gerando prejuízos para o criador (SILVA & LOFEGO, 2006; SOUSA et al,
2011 apud ENDO, 2017).
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2. ACIDENTES OFÍDICOS

Acidente ofídico é o quadro de envenenamento decorrente da inoculação


intramuscular ou subcutânea de toxinas através do aparelho inoculador de serpentes.
São frequentemente relatados em zonas rurais e levam a morte dos animais
acometidos, gerando prejuízos para o criador (SILVA & LOFEGO, 2006; SOUSA et al,
2011 apud ENDO, 2017).
Os equinos são os mais susceptíveis ao veneno de cobras, porém, tendem a
ser mais resistentes devido ao seu tamanho corporal, o que requer uma quantidade
de veneno maior para causar a morte (BICUDO et al. 2012, apud GONÇALVES et al.,
sem data). São mais acometidos na região da cabeça, por conta de sua posição para
se alimentar e curiosidade, mas também podem ser afetados nos membros pélvicos
e torácicos (BICUDO et al. 2012, apud ENDO, 2017).

3. PRINCIPAIS ESPÉCIES PEÇONHENTAS ENVOLVIDAS EM ACIDENTES


OFÍDICOS NO BRASIL

No Brasil, as serpentes peçonhentas causadoras de acidentes ofídicos de


maior relevância pertencem aos gêneros Bothrops (Jararacas), Micrurus (Corais),
Crotalus (Cascavéis) e Lachesis (Surucucus).
Devido ao seu hábito noturno e pela preferência por ambientes úmidos como
matas e áreas cultivadas, as serpentes do gênero Bothrops são as que mais causam
ofidismo no homem e animais doméstico, sendo responsáveis por cerca de 90% dos
casos. Elas atacam quando se sentem ameaçadas, na maioria das vezes sem fazer
ruídos (FUNASA 2001).
As serpentes do gênero Crotalus são responsáveis por cerca de 10% dos
acidentes ofídicos. Popularmente conhecidas como cascavel, são encontradas em
campos abertos, áreas secas, arenosas e pedregosas. Só atacam quando excitadas
e podem ser diferenciadas pelo ruído característico do guizo ou chocalho (FUNASA
2001).
As corais, cobras do gênero Micrurus, são de pequeno e médio porte e
apresentam anéis vermelhos, pretos e brancos em várias combinações. Em todo o
território nacional, existem serpentes não peçonhentas parecidas com as corais
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verdadeiras, porém não possuem dentes inoculadores, chamadas de falsas-corais


(FUNASA, 2001).
As serpentes do gênero Lachesis, conhecidas popularmente como surucucu,
são as maiores peçonhentas das Américas, atingindo até 3,5m. Habitam florestas
como Amazônia, Mata Atlântica e algumas enclaves de matas úmidas do Nordeste
(FUNASA, 2001).

4. AÇÃO DO VENENO DE SERPENTES NO ORGANISMO

O veneno do gênero Bothrops contém uma complexa combinação de proteínas,


carboidratos, lipídios, metais e aminoácidos, que possuem ações proteolítica,
coagulante e hemorrágica, resultando em um quadro de inflamação local, necrose e
dano ao epitélio vascular. Há a ação das hemorraginas sobre o endotélio vascular e
da ação pró-coagulante do veneno. Desta forma, há destruição tecidual no local da
picada acompanhada de processo inflamatório local ou regional acentuado, seguido
por formação de vesículas e necrose tecidual. Além disso, pode ocorrer choque,
coagulação intravascular disseminada (CID) e insuficiência renal secundária à CID e
ao choque. A necrose pode ficar restrita ao tecido cutâneo, podendo se estender para
tendões, musculatura e ossos. A ação coagulante ocorre por meio da ativação da
cascata de coagulação, mediante a conversão do fibrinogênio em fibrina, levando à
incoagulabilidade sanguínea.
O gênero Crotalus possui veneno com ação neurotóxica, mais precisamente,
em função da crotoxina, que causa efeitos nos sistemas nervosos central e periférico.
A crotoxina induz à paralisia motora e respiratória decorrente do bloqueio da liberação
de acetilcolina para as transmissões nervosas. Há também a ação miotóxica do
veneno crotálico, que causa lesões no tecido muscular esquelético de forma
sistêmica. A ação coagulante do veneno crotálico é devido ao consumo dos fatores
de coagulação, levando à diminuição dos níveis sanguíneos de fibrinogênio, mas sem
redução no número de plaquetas. Observam-se hemorragias discretas e alterações
nos testes de coagulação. O veneno crotálico possui também ação nefrotóxica,
levando a lesão tubular direta e lesões indiretas em decorrência da mioglobinúria,
podendo ocasionar choque e insuficiência renal aguda.
O veneno dos ofídios do gênero Lachesis possui ações necrosante e
coagulante; admite-se ainda uma ação neurotóxica. As serpentes do gênero Micrurus
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produzem veneno que têm, principalmente, ação neurotóxica (PEREIRA, 2006;


TOKARNIA e PEIXOTO, 2006 apud ENDO, 2017).

5. SINAIS CLÍNICOS

Os efeitos da picada de serpente dependem do seu tamanho e espécie, do


tamanho do animal picado, da localização e da dose de veneno inoculada. O local da
picada também possui variação de acordo com o comportamento do animal, espécie
e idade (BICUDO et al. 2012, apud GONÇALVES et al., sem data).
Segundo Souza et al (2011) apud ENDO (2017), os sintomas causados pelo
veneno de serpentes do gênero Bothrops incluem apatia, aumento de volume no local
da picada seguido também nas regiões torácica, abdominal, próxima ao prepúcio e
úbere; secreção hemorrágica nas narinas, no local da inoculação e na cavidade oral;
mucosas tornam-se pálidas, devido ao quadro de choque, no qual ocorre
vasoconstrição periférica; os animais apresentam vasos episclerais ingurgitados e
motilidade intestinal diminuída, porém, não há alteração nas frequências cardíaca e
respiratória. Há a diminuição do tônus lingual, diminuição dos reflexos auricular, do
lábio superior, palpebral e de deglutição, seguido de decúbito e morte.
Em casos de envenenamento por serpentes do gênero Crotalus, sinais
neurotóxicos decorridos da crotoxina são observados. Os principais sintomas são
dificuldade de locomoção e de ficar em estação, a ptose palpebral e paralisia
respiratória. Além de outros sinais clínicos, como apatia, dor, edema local em pequena
proporção e mioglobinúria (GOMES, 2008; TOKARNIA & PEIXOTO, 2006 apud
ENDO, 2017) O gênero Micrurus causam sintomas parecidos com os do gênero
Crotalus, com a diferença de também atacar o aparelho respiratório, causando a
parada do diafragma, levando à morte por asfixia (ETTINGER & FELDMAN, 1997
apud ENDO, 2017).
O veneno das serpentes do gênero Lachesis possuem sinais clínicos similares
ao do veneno botrópico. Provoca, no local da mordida, dor, edema firme, equimose,
rubor e podem ocasionar bolhas hemorrágicas. Há também a hemoglobinúria devido
à ação hemolítica do veneno, epistaxe e hemorragia na mucosa oral (FUNASA, 2001;
TOKARNIA & PEIXOTO, 2006 apud ENDO, 2017).

6. TRATAMENTO
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O diagnóstico diferencial deve ser realizado, com raiva, clostridioses,


intoxicação por plantas, organofosforados, picadas por abelhas e condições alérgicas
quando há edema local (GRAÇA et al., 2008 apud GONÇALVES et al., sem data).
A eficiência do tratamento após a picada consiste na aplicação precoce, em
dose adequada de soro antiofídico por via endovenosa. No Brasil, existem
antivenenos específicos e polivalentes que neutralizam os venenos botrópico e
crotálico, sendo mais utilizado soro polivalente, em medicina veterinária. Fluidoterapia
também é necessária, a fim de garantir hidratação adequada, melhorar a perfusão
renal, e fornecer suporte cardiovascular. Alguns animais podem desenvolver anemia
devido à coagulopatia e diátese hemorrágica, sendo preciso realizar transfusão de
sanguínea (CHIACCHIO et al., 2011 apud GONÇALVES et al., sem data).
O local da picada é ambiente propício para desenvolvimento de
microrganismos infecciosos, o que requer tratamento com antibióticos de amplo
espectro de ação. Diuréticos também podem ser usados para a rápida redução do
edema, que pode levar à morte, dependendo da parte do corpo afetada. No entanto,
não há nenhuma ação sobre o efeito coagulante do veneno de Bothrops, que é
neutralizada somente pelo antiveneno específico (TOKARNIA e PEIXOTO, 2006 apud
GONÇALVES, sem data).
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7. CONCLUSÃO

Acidente ofídico é o quadro de envenenamento decorrente da inoculação


intramuscular ou subcutânea de toxinas através do aparelho inoculador de serpentes
(SILVA & LOFEGO, 2006; SOUSA et al, 2011 apud ENDO, 2017).
Os equinos são os mais susceptíveis ao veneno de cobras, porém, tendem a
ser mais resistentes devido ao seu tamanho corporal, o que requer uma quantidade
de veneno maior para causar a morte.
Os efeitos da picada de serpente dependem do seu tamanho e espécie, do
tamanho do animal picado, da localização e da dose de veneno inoculada. O local da
picada também possui variação de acordo com o comportamento do animal, espécie
e idade (BICUDO et al. 2012, apud GONÇALVES et al., sem data).
A eficiência do tratamento após a picada consiste na aplicação precoce, em
dose adequada de soro antiofídico por via endovenosa (CHIACCHIO et al., 2011 apud
GONÇALVES et al., sem data).
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REFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FUNASA (Ministério da Saúde – Fundação Nacional de Saúde). Manual de


Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos. 2 ed.
Brasília. p.120, 2001. Disponível em
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/manu_peconhentos.pdf> Acesso
em 24 de setembro de 2017.

ENDO, V. Y. Acidentes Ofídicos em Equinos. Informativo Equestre. 2017.


Disponível em <http://informativoequestre.com.br/acidentes-ofidicos-em-equinos/>
Acesso em 24 de setembro de 2017.

GONÇALVES et al. DADOS EPIDEMIOLÓGICOS DE ACIDENTES OFÍDICOS EM


EQUINOS E BOVINOS ATENDIDOS NA CLÍNICA DE GRANDES ANIMAIS FMVZ-
UNESP/BOTUCATU – ESTUDO RETROSPECTIVO DE 1991-2011. Sem data.
Disponível em <http://www.sovergs.com.br/site/38conbravet/resumos/862.pdf>
Acesso em 24 de setembro de 2017.

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