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CAPITULO 20 56 Biossintese dos Carboidratos No estudo do metabolismo celular chegamos agora 20 que po- sdemos chamar de um pento de retorno, Nes capitulos prece- dentes da Porte III deserevernos como as principais substincias| alimentares — carboidratos,dcidos graxos e aminoécidos — 589 egradadas, por meio de vias catabolicas convergentes, para en trar no ciclo do Acido citrico e ceder seus elétrons para a cadeia respiratoria, O fluxo exergonico de elétrons até o oxigenio esti acoplado A sintese enderginica do ATP. Vamos estudar agora a8 vias anabeicas que usann a energia quimica na forma de ATP ou NADH ou NADPH para sintetizar os componentes celulates a partir de moléculas precursoras simples, As vias enabelicas sto, era geral,redutoras antes que oxidativas. O catabolism e o ana- bolismo ocorrer simultancamente em um estado estacionsrio, indmico, de tal forma que a liberasio de energia por meio da egradagao de componentes celulares & contrabalencada pelos processos biossintéticos que recriam € mantém o ordenamento, intrincado das calulas vivas. Varios principios de organizaczo da biossintese merecem set enfatizados de inicio, O primeira princtpio €o de que a via me- tabslica para asintese de uma biomolécula € usualmente dife- rente da via empregada paraa sua degradago. Embora esas duas vias opostas (anabélica ¢ catabslica) possam compartilhar mui- tas reagdes reversiveis, sempre hi, a menos, um posso enzi tico que exclusive de cada uma, Seas reagaes do catabolisme & do anabolismo fesse catalisadas pelo mesmo conjunto de en- zimas atuando reversivelmente flaso de carbone por meio des- ‘5 via sera ditado exclusivamente pelas leis de acao das massas (pags. 384, 386), n2o pelas sempre cambiantes necessidades cel lives por energia, precursores metabsiicos e macromoléculss, Segundo principio, as vias anablicas e catabdlieas correla- cionadas sic controladas pela regulagio de uma ou mais das rea- «bes diferentes ¢ exclusivas de cada me das vis. Assim as vias ‘oponentes sio reguladas de maneira coordenada c reciproca, de tal forma que a estimulagio de uma via biossintética & acompa rnhada pela inibicGo da via degradativa correspondente e vice versa, Como todas as vias complexas as biossintetica sto usual- mente reguladas nos sevs passos iniciais, assim a cétula evita o desperdicio de precursores na confeccto de i trios que io sto necessérins em um dado momento; a economia intein- seca prevalece na kigica molecular das eélulas vivas, ‘Terceiro, 08 processos biossintéticas que consomem ener- sia estdo acoplados & quebra do ATP, de tal forma que, global- mente, cles sdo essencialmente irreversiveis itt vivo, Assim, a 4quantidade total de eneraia do ATP (e do NAD(P)H) emprega- da.em uma dada via biossintética sempre excede a quantidade minima de energia livre necessiria para converter © precursor ‘em seu prodio biossintético, A variacao de energia live gran- dee negativa esultante para o processo global assegura que esse ocorrerd, mesmo quando as concenteagbes de precursores sto. relativamente baixas. ‘A cana-de-acicarrealzn a forosinese, naa a tla fornese cenergia pare a reugdo do CO, em carboidzata que slo arma Zena como scare. A predict de carboiratos por foto. ‘intese formece substrates reduzidos para outs orarismos que (wim como combusts ste capitulo fornece muitas oportunidad para a compro- aco dos és principios resumidos anteriormented medida que eserevermos as vias biossiniéticas dos carboidratos. Ele esta oto’ ATP ava -107 *46°€ vanacdo do eneria ire pad:éo, como defride no Ceptulo 14 (aja i. 388). Fn pH 7.0, AG € a varagao Ga ener hee caleulada a pare ds cancertiaces tes cos itetrecltos Uhotcbs pesentes am condlgoos fsologcas Nes eniacton. As reagees ghcol ies que sbo cotornades na glecreagenese ats0 mostradas em verrelho. ( Figure 20-3 Sintese do fostoenolpiruvato a partir do pituvato (a) Na miteconetia,o plata¢ canvartigo em oxaloacseato em uma ra9 ‘que preasa de biotina e & cotalsada pela pruvato carbonizse.(b) Ho itso, © cxeoacetato & convertdo er fosfcerclonvato pee fostoe- rnolpiveto carboxiqunase; 0 CO, que fi fre na reag80 C2 pista carponiase & percido aqu. A descaboxlecéoleve a urn rearano des ‘ésions que fcita © alaque do cnigeo carbon da porgae pinst oo fosfato do GIP SOk!mol sob condigdes elulares. Em contraste, quando 0 fos: foenolpicuvato € convertido em picuvato curante a glicélise, apenas um ATP é gerado de ADP. Embora a variagio de energia livre padrio (AG") da ceagio liquida que condu. ao fosfoenel Piruvato seja 09k)/mol, a variagio real de enrgia livre (AG), «alculada a partir des medidas das concentragGes intcacelulanes de intermediarios, € muito negativa (-25kjmol)s sso & conse- {quéncia do consumo rapido de fosfoenolpiruvato em outas ea- oes, de tal forma que sua concentragao permanece sempre rel tivamente peguena. Dessa forme, no interior celular a reagao & inveversivel Observe que e CO: perdida na reas da fosioenolpiravato serboriquinase € 4 mesma molécula que ¢ adicionad a0 piu ‘vate no passo catalisado pela piruvato catboxilese (Fig. 20-3) see seqiéncia de carboxilagio-descarboxilagao representa ama forma de ativar”o piruvato, ume vez que a descarbonilagio do ‘oxaloacetato facili a formacao do fosfoenolpiruvato, No Capi- ‘tulo 21 veremos que, durante a biossintese dos dcidos graxos, € utilizado um passo de carboxilagao similar pore ativar © acct CoA (Fig. 21-1), Existe uma Iogica na ocorréncia dessas reagoes no interior da ‘mitocbndria. A relaglo [NADH] NAD"] no citosol ¢ 8» 104, perto de 10° vezes menor que nz mitoctndria. Como 0 consu- mo citosélico de NADH € obrigatério na gliconeogenese (na conversio de 1,-bifosfoglicerao em gliceralde(do-3-fosfeto Fig 20-2}, biossintese da glicose ndo pode ocorrer atéque o NADH ja colocado em disponibilidade. O transporte do malato da mitocéndrie para o citosol e sua conversio para oxaloacetato tém 0 efeito de remover equivalentes redutores na forma de [NADH para citoiol, onde elesso escassos, Portanto, essa trans formagao do piruvato para o osfoenalpiravato fornece um im- Portante equilibrio entre a produgao e o consumo de NADH no Gitosol durante a gliconeogénese. ‘Um segundo contorno piruvato > fosfoenolpiruvato, etam: ‘hém mais curto, predomina quando o lactato é 0 precursor gi ‘concogénico (Fig. 20-4), Bssa via faz uso do lactato produzido pela gcse nos eritrécitos ou nos maisculos, por exemplo, €¢ particularmente importante nos grandes vertebrados depeis de tum exercicio vigoroso (veja Adendo 15-1). A conversio co lace {ato em piruvato no citosol do hepatécito libera NADH e ni é ‘mais necesséria a exportacio do melato da mitocéndria para o Dicose + #ADP + 2GDP + 67,4 2NAD" +2H" (20.6)

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