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Objetivo(s)

Compreender o processo de nascimento, vida e morte das estrelas

Ano(s)



Material necessário

Reportagem da Veja:

 Ninho no céu

Desenvolvimento
1ª etapa

Introdução

Os modelos acerca do desenvolvimento das estrelas estão em permanente mudança. Isso


ocorre graças aos dados recolhidos por observatórios em Terra e pelo Hubble. Esta
semana, VEJA traz uma das imagens obtidas por esse observatório orbital que mostra
estrelas em diferentes estágios. Aproveite a reportagem para uma aula sobre os diversos
estágios do Sol, do nascimento à morte. Afinal, como estrela mais próxima, o Sol é o
melhor exemplo para se explicar o modelo geral da evolução estelar.

Passado nebuloso
O que os astrônomos têm por certo a respeito do nascimento das estrelas é que ele
ocorre em extensas regiões formadas por gases e poeira, as nebulosas. Em tais regiões,
predomina o gás hidrogênio, o elemento mais simples que conhecemos, formado apenas
por um próton e um elétron. Algumas nebulosas são milhões de vezes maiores que o
Sistema Solar. Para se ter uma idéia, a luz leva cinco horas e meia para ir do Sol até o
planeta Plutão. Já para atravessar a Grande Nebulosa de Órion são necessários cerca de
16 anos. Talvez em nebulosas como essa se forme, um dia, um sistema planetário como
o nosso. Caso isso aconteça, essa transformação começaria com a agregação de poeira e
gases pela ação gravitacional formando uma gigantesca bolha de matéria. Graças à
pressão da parte externa, o núcleo dessa bolha, à medida que fosse contraindo, se
aqueceria. A crescente pressão e temperatura fariam surgir uma ou várias protoestrelas.
No interior da nebulosa, a protoestrela continuaria se contraindo detonando o processo
da nucleossíntese reações em cadeia que geram uma região muito quente e densa dentro
da protoestrela. O núcleo então se "acenderia" e a estrela nasceria. Esse processo fez
surgir o nosso Sistema Solar.

A nucleossíntese produz uma boa quantidade de partículas e muita energia. Aparecem,


então, pressões do interior para o exterior da estrela que equilibram as pressões
provocadas pelas regiões externas ao núcleo. As partículas e a radiação produzidas no
núcleo "varrem" para longe o hidrogênio que continua a ser atraído para a estrela. A isso
dá-se o nome de vento estelar, que no caso do Sol é chamado vento solar.

Na maior parte de sua existência, a estrela transforma hidrogênio em hélio. Quanto


maior sua massa, mais rápida será essa transformação. Ocorrem também outros
processos de nucleossíntese, em que entram elementos mais pesados que o hélio, como
o nitrogênio, o cálcio, o carbono e até o ferro. Elementos mais pesados do que o ferro
são gerados apenas em situações de grande instabilidade que podem provocar a
explosão da estrela. Em tais situações, a estrela sofre uma destruição em seu próprio
núcleo, um fenômeno chamado supernova, tão espetacular que quando ocorre pode
iluminar uma galáxia inteira. Acredita-se que uma supernova tenha explodido muito
antes do surgimento do Sistema Solar. O material resultante da explosão causou grande
perturbação numa nebulosa e os elementos pesados decorrentes acrescentaram-se aos
que já existiam. A perturbação gerou ou, no mínimo, acelerou o surgimento do Sol e de
sua família, incluindo a própria Terra e nós mesmos. Em outras palavras, somos filhos
das estrelas, já que os elementos que temos em nossos corpos, como o carbono e o
cálcio, foram gerados no interior dessa estrela que explodiu.

Peça aos alunos que obtenham em sites da internet, como o da NASA, informações
sobre uma estrela nova, a V382 Vel, descoberta na Constelação da Vela no final de
maio. Como essa estrela pode ser observada do Brasil, os pesquisadores vêm
registrando suas variações de brilho todos os dias. Explique à turma que nas "estrelas
novas" as explosões ocorrem na sua atmosfera, enquanto nas supernovas isso se dá no
núcleo. Os alunos podem, então, fazer maquetes comparando os tamanhos do Sol e de
outras estrelas.

2ª etapa

Compare com os alunos os processos de fusão nuclear do interior estelar com o de


fissão nuclear. Na fissão, os núcleos pesados como o do urânio, por exemplo, são
cindidos em núcleos mais leves. A energia decorrente dessa cisão é usada para
conversão em energia elétrica. Por que usamos energia da fissão nuclear em vez da
fusão nuclear, pode ser um bom detonador para discutir questões associadas às
transformações de energia.

Uma usina nuclear


A reação de nucleosíntese também é conhecida como reação termonuclear já que o calor
produzido é apreciável. É esse o calor que nos chega do Sol. Nas reações
termonucleares, o hidrogênio é convertido em um elemento mais pesado, o hélio. Toda
a evolução estelar depende dessa transformação, embora outras reações também
ocorram, produzindo elementos mais pesados. Mostre aos seus alunos que não se trata
de uma reação química. Isto porque nas reações químicas os elementos não
transformam os seus núcleos quando se associam. Na água, por exemplo, continuam
existindo dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio. É possível separá-los novamente
pelo processo de eletrólise. Nas reações nucleares como as que ocorrem no interior de
uma estrela, a transformação é irreversível.

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