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Séries ou Progressões - Série Concursos Públicos

Curso Prático & Objetivo

Progressões ou Séries

01. Progressões Infinitas

Consideremos uma fita de comprimento 1. Vamos tentar recompô-la, partindo de uma


metade, cujo comprimento é 1/2, etapa 1 do processo.
1
Cortamos a metade restante ao meio, obtendo uma fita de comprimento 2 , a qual é
2
justaposta à metade inicial, etapa 2 do processo.
Assim sucessivamente, teremos:
1
..

1/2

Etapa 1 1
22
1
Etapa 2 23

Etapa 3

Na etapa 1 o comprimento da fita é S1 = 1/2.

Na etapa 2 o comprimento da fita será:


1 1 1
S2 = S1 + 2
= + 2
2 2 2

Na etapa 3 o comprimento da fita será:

Na etapa 3 o comprimento da fita será:


1 1 1 1
S3 = S2 + 3
= + 2 + 3
2 2 2 2

Na etapa n o comprimento da fita será:

1 1 1 1
Sn = Sn −1 + n
= + 2 + ... + n
2 2 2 2
1 1 1 1
...
2 3
2 2 2 24

Assim, é natural esperar que o resultado final será:

1
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1 1 1 1
+ + + ... + n + ... = 1
2 22 23 2
onde as últimas reticências pretendem indicar que a soma deve ser feita indefinidamente,
isto é, trata-se de uma soma com infinitas parcelas.
Parece natural definir tal soma como sendo lim Sn . É o que faremos.
n →∞
Usando a fórmula (que será provada posteriormente), teremos:

rn − 1
a + ar + ar 2 + ... + ar n −1 = a ;r ≠1
r −1
1 1
para o nosso caso, em que a = e r = , vem:
2 2

n
1
  −1 n
1 1 1 1 1 2 1
Sn = + 2 + 3 + ... + n = . =1− 
2 2 2 2 2 1 2
−1
2

Assim, teremos que lim Sn = 1 .


n →∞

Obtivemos, então, com a definição dada de soma infinita, o valor 1, que é o


comprimento da fita toda dada inicialmente.

Vamos às definições:

Consideremos a seqüência ( an ).

A partir da seqüência an vamos construir a seqüência Sn do seguinte modo:

S1 = a1
S2 = a1 + a2
S3 = a1 + a2 + a3
.
.
.
Sn = a1 + a2 + a3 + a 4 + ... + an

Definição: A seqüência ( Sn ) é chamada série associada à seqüência ( an ). Cada


( Sn ) é referido como soma parcial de ordem n. Os termos an são chamados os
termos da série.

Notação : ∑a
n≥1
n ou ∑a n ou ∑a
n=1
n ou a1 + a2 + ... + an + ...

2
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Definição: A série ∑a n é dita convergente se a seqüência ( Sn ) for convergente.


Caso contrário a série é dita divergente.

Se a seqüência ( Sn ) é convergente para S dizemos que a série ∑a
1
n é

convergente com soma .


Notação: ∑a
n =1
n =S

Portanto, quando escrevemos ∑a


n =1
n = S queremos dizer que adicionando um número

suficiente de termos da série podemos chegar tão próximo quanto quisermos do


número S. Note que:

∞  n 

n =1
an = lim Sn = lim 
n →∞ n → ∞
∑ ai 
 i=1 

Observação: Deve ficar claro que S é o limite de uma seqüência de somas e não é
obtido por adição simplesmente.


1
Exemplo 1: Verifique o desenvolvimento da série ∑ n(n + 1) = 1
n =1
denominada de

série telescópica:

Resolução:

1 1 1  1 1 1 1 1  1
Sn = + + ... + = 1 −  +  −  + ... +  −  =1− .
1.2 2.3 n.(n + 1)  2   2 3 n n +1 n +1

 1 
Assim: limSn = lim1 −  =1
n→∞ n→∞ n +1


1
Logo: ∑ n(n + 1) = 1
n =1

Observação: A soma é denominada telescópica por causa de todos os cancelamentos,


onde a soma colapsa (como um antigo telescópio-luneta) em apenas dois termos.

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Exemplo 2: Verifique se a série ∑ (− 1)
1
n
é divergente.

Resolução:

Aqui Sn = -1 para n ímpar e Sn = 0 para n par. Portanto Sn não converge.


Exemplo 3: Verifique se a série ∑2
1
n
é divergente ou convergente.

Resolução:

Sn = 2 + 22 + ... + 2n. Logo, verificamos que Sn não é limitada, portanto não é


convergente.


1
Exemplo 4: Verifique se a série ∑n
n =1
é divergente ou convergente.

Resolução:

1 1
Sn = 1 + + ... + = ∞ , logo a série é divergente.
2 n

02. Propriedades das Séries ou Progressões

Lembrando que uma série nada mais é do que uma seqüência, aplicando as propriedades
de seqüências obtém-se:

Teorema: Se ∑a
n ≥1
n e ∑b
n ≥1
n são convergentes e c é um número real, tem-se:

P.1. ∑ (a
n ≥1
n ± bn ) = ∑ a ± ∑b
n ≥1
n
n ≥1
n

∞ ∞
P.2. ∑
n =1
c . an = c ∑a
n =1
n

Observaçõ: Um número finito de termos não altera a convergência ou divergência de


uma série.

03. Condição necessária à convergência

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Teorema: Se ∑a n é convergente, então (an ) → 0

Prova: Suponhamos lim Sn = S


n →∞

Temos:

an = (a1 + a2 + ... + an ) − (a1 + a2 + ... + an −1 ) = Sn − Sn −1

lim an = lim (Sn − Sn −1 ) = lim Sn − lim Sn −1 = S − S = 0


n →∞ n →∞ n →∞ n →∞

Portanto teremos que (an ) → 0

Observação: É importante ressaltar que a condição anterior não é suficiente para


garantir a convergência de uma série, isto é, se o termo geral an tende a zero para n
tendendo a ∞ , não há garantia de que a série converge.

∑  n  .
1
Exemplo 1: Verifique a divergência da série

1
an = , log o (an ) → 0
n
1 1
No entanto: Sn = 1 + + ... + , log o (Sn ) → ∞
2 n

n +1
Exemplo 2: Verifique a divergência da série ∑ ln
n ≥1
 é divergente e no entanto
n 
n + 1
lim ln  = ln 1 = 0
n →∞  n 

Logo, como consequência imediata do teorema anterior temos:

Critério de Divergência: Se lim an ≠ 0 então


n →∞
∑a n é divergente

Exemplos:

n
∑ (− 1) .n ∑ 2n + 1
n 2
As séries e são divergentes, pois seus termos gerais não

tendem a zero, para n tendendo a ∞ .

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1
Outro exemplo é a série ∑n
n =1
que é divergente. Vamos provar este fato de uma outra

maneira conforme segue abaixo:

1 1 n +1 dx
Sn = 1 + + ... + ≥ ∫ = ln (n + 1)
2 n 1 x

Portanto ln(n + 1) ≤ Sn

Como [(ln(n + 1)) → ∞] ⇒ [Sn → ∞]


1
Logo, teremos que ∑n
n =1
é divergente.

04. Séries ou Progressões Alternadas

Definição: Uma série do tipo b1 – b2 + b3 – b4 + ... ( -1 )n – 1bn + ... , onde bn > 0 é chamada
uma série alternada.


Teorema ( Critério de Leibiniz ): Uma série alternada ∑ (− 1)
1
n −1
bn , bn > 0 em que

( bn ) é decrescente e infinitésima é convergente com soma S, onde S − Sn ≤ bn +1 . A


idéia da prova pode ser retirada da figura a seguir:
b1

b2
b3

b4

b5

b6

0 S2 S4 S6 S S5 S3 S1

Por exemplo: S − S5 ≤ b6 .

Passemos então a prova:


6
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S2n = S2n −2 + b2n +1 − b2n ≥ S2n −2

Assim ( S2n ) é crescente. Ainda:

S2n = b1 − (b2 − b3 ) − (b4 − b5 ) − ...(b2n −2 − b2n −1 ) − b2n ≤ b1

Logo ( S2n ) é crescentee e limitada superiormente. Pelo Teorema Fundamental para as


seqüências ( S2n ) serem convergentes, teremos ( S2n ) → S.

As somas parciais ímpares podem ser vistas como S2 n + 1 = S2 n + b2 n + 1 . Assim, teremos:

lim(S2n+1 ) = lim(S2n + b2n+1 ) = lim S2n + limb2n+1 = S + 0 = S


n→∞ n→∞ n→∞ n→∞

Como ambas as somas parciais pares e ímpares convergem para S, temos que
lim Sn = S .
n →∞

Para finalizar, da ilustração anterior fica claro que S − Sn ≤ bn +1 , ∀n ∈ Ν .

Exercícios:

(− 1)n+1
1. Prove que a série ∑ 2n − 1 é convergente.

Resolução:

 1 
Como (bn ) =   → 0 implica que a mesma é decrescente.
 2n − 1 

Logo, pelo critério de Leibiniz a série dada é convergente.

(− 1)n+1
2. Ainda para a série ∑ 2n − 1 determine quantos termos são necessários a fim de

se obter um erro que não exceda 0,001 em valor absoluto?

Resolução:

1 1
S − Sn ≤ bn +1 = ≤ 0,001 ⇔ 2n + 1 ≥ = 1000 ⇔ n ≥ 500
2(n + 1) − 1 0,001

Portanto são necessários no mínimo 500 termos.

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3. Seja a série alternada:

2 1 2 1 2 1 2 1 2 1
− + − + − + − + − + ...
1 2 2 2 3 3 4 4 5 5

Observe que (bn ) → 0 e que a série é divergente. Falha o Critério de Leibiniz?

Resolução:

1 1 1
S2 = 1, S4 = 1 + , S6 = 1 + + , ...
2 2 3
Temos: (Sn ) → ∞ e assim a série divergente. Não temos falha do Critério de
Leibiniz. O que acontece é que uma das hipóteses do critério não está satisfeita.
Neste caso, ( bn ) não é decrescente.


1
4. Prove que a série ∑ (− 1)
1
n −1
(2n − 1)! é convergente.
Resolução:

 1 
Como (bn ) =   → 0 , implica que a mesma é decrescente.
 (2n − 1)! 

Logo, pelo critério de Leibiniz a série dada é convergente.



1
5. Ainda para a série ∑ (− 1)
1
n −1
(2n − 1)! determine quantos termos são necessários
a fim de se obter um erro que não exceda 0,001 em valor absoluto?

Resolução:

1
S − Sn ≤ bn +1 = ≤ 0,001 ⇔ (2n + 1)! ≥ 1000 ⇔ n ≥ 3
(2(n + 1) − 1)!

Portanto são necessários no mínimo 3 termos.


(− 1)n
6. Estude a convergência da série ∑ n(ln n )
2
2 .

Resolução:

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 1 
(bn ) =  →0
 n(ln n )
Temos uma série alternada onde 2  é decrescente. Pelo

Critério de Leibiniz é convergente.

Analisando convergência absoluta e o Critério da Integral, teremos:

1
f(x ) = , continua, decrescente para x ≥ 2
x(ln x )
2

∞ ∞ dx b dx 1
∫ f(x)dx = ∫ = lim ∫ x(ln x) =−
x(ln x)
2 2 2 b→∞ 2 2 ln x

∞ dx  1 1  1
Assim: ∫
2 x(ln x)
2
= lim
b→∞



 ln 2 ln b  = ln 2

Portanto, a série converge absolutamente.

7. Seja a série alternada:

1 1 1 1 1 1 1 1
− + − + − + − + ...
3 2 5 2 2 7 23 9 2 4

Mostre que série dada é divergente e que (bn ) → 0 . A seqüência ( bn ) pode ser
decrescente?

Resolução:


1
Neste caso temos diferença de duas séries, a saber: ∑ 2n + 1
1
que é divergente


1
com ∑2
n −1
n
que é convergente. Assim a série dada é divergente.

Observamos que (bn ) → 0 , logo bn não pode ser decrescente, pois se o fosse
estaríamos nas condoções do Critério de Leibiniz e a série séria convergente.


ln n
8. Verifique se a série ∑(− 1)
n=2
n
n +1
é convergente ou divergente.

Resolução:
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ln n
A série dada é alternada, onde bn = .
n +1

A condição (bn ) → 0 pode ser verificada sem maiores problemas.

A condição ( bn ) decrescente já não é imediata.

ln x
Consideremos a função correspondente f(x ) = cuja derivada é
x+1
1
1+ − ln x
f , (x ) = x
(x + 1)2
1
A derivada é negativa, e a função é decrescente, se ln x ≥ 1 + .
x

1
Observemos que 1 + ≤ 2 para x = 1, 2, 3, ...
x

Assim a seqüência ( bn ) decresce quando ln n > 2 ou seja n ≥ 8 .


ln n
Logo, pelo Critério de Leibiniz, a série ∑(− 1)
n=2
n
n +1
converge.

Portanto a série original também converge.


n
9. Verifique se a série ∑ (− 1)
n =1
n
2n − 1 é divergente ou convergente.

Resolução:

n
Podemos verificar que a série é alternada e que bn = é decrescente mas
2n − 1
1
lim bn = ≠ 0 e assim o Critério de Leibiniz não se aplica.
n →∞ 2

ln n
Observamos que lim (− 1)n não existe, e assim pelo Critério para
n →∞ 2n − 1
Divergência, a série dada é divergente.

1 1 1
10. Verifique se a seqüência 1 − + + + ... é convergente ou divergente.
2 3 4

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Resolução:

1
Concluímos que (bn ) =   → 0 é decrescente.
n 

Pelo Critério de Laibiniz, a série é convergente.

Ainda: Não é absolutamente convergente.

Assim: É uma série condicionalmenmte convergente.

2 2 2 2
1 1 1 1
11. Verifique se a série 2 −   +   +   +   − ... é convergente ou
2 3 4 5
divergente.

Resolução:

1
Concluímos que (bn ) = → 0 , logo ( bn ) é decrescente.
n2

Pelo Critério de Leininiz, a série é convergente.

 ∞
1 
Na realidade a série é absolutamente convergente e do tipo 


∑n
1
2 

.

Observação: As Série Alternadas podem ser verificadas em divergentes ou


divergentes através do Teste das Séries Alternadas.

Se aK ≥ aK +1 > 0 para todo inteiro positivo K e se lim an = 0 , então a série


n →∞
alternada ∑ (− 1)
n −1
an é convergente.


2n
12. Determine se a série alternada ∑(− 1)
n=1
n−1
4n2 − 3
é divergente ou divergente.

Resolução:

Devemos provar que aK ≥ aK +1 para todo inteiro positivo de K. Podemos então


2x
mostrar que f(x ) = é decrescente para x ≥ 1 . Pela Regra do Quociente
(4x 3
−3 )
teremos:

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f , (x ) =
(4x 2
)
− 3 (2) − (2x )(8x )
=
− 8x 2 − 6
<0
(4x 2
−3 )
2
(4x 2
−3 )
2

Logo, verificamos que f é decrescente e, portanto, aK ≥ aK +1 para todo inteiro


positivo K.

Podemos verificar também que lim an = 0 , ou seja, lim an = lim


2n
= 0.
n →∞ n →∞ n →∞ 4n 2 − 3

Assim, a série alternada é convergente.


2n
13. Verifique se a série alternada ∑(− 1)
n=1
n−1
4n − 3
é convergente ou divergente.

Resolução:

2n 1
Podemos de início verificar que lim = ≠ 0 , logo podemos verificar que
4n − 3 2
n →∞

aK ≥ aK +1 não é verificada, logo a série é divergente.

1 1 1
14. Dada a série 1 − + − ... + (− 1)n −1 + ... obtenha uma aproximação de sua
3! 5! (2n − 1)!
soma S com cinco decimais.

Resolução:

Para determinarmos a soma utilizaremos S4 para aproximar a soma, visto que a série
alternada é convergente.

1 1 1 1 1 1
S =1− + − =1− + − ≈ 0,84147
3! 5! 7! 6 120 5040

De acordo com o teorema que afirma que a soma numa série alternada apresenta
erro numericamente inferior a a n + 1 seno de soma parcial de ordem nSn.

1
Assim , o erro envolvido na aproximação é inferior a a5 = < 0,000003 , logo a
9!
aproximação 0,84147 tem precisão de cinco decimais.

1 1 1 1
15. Mostre que a série alternada 1 − + − + ... + (− 1)n −1 + ... é condicionalmente
2 3 4 n
convergente.

Resolução:

12
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Sabendo-se que a série é convergente e tratasse de uma série harmônica podemos


concluir que a série é condicionalmente convergente, pois numa série infinita an ∑
é condicionalmente convergente se é convergente, mas ∑a n é divergente.

05. Série ou Progressões de Potências

1
Vimos que: 1 + x + x 2 + ... + x n + ... = , x < 1.
1−x

1
Fazendo f(x ) = , então f(x ) = 1 + x + ... + x n + ...
1−x

Dizemos: f é representada por esta série de potências. Por exemplo:

n
1 1 1 1
f  = 1 + + ... +   + ... = =2
 
2 2  
2 1
1−
3


Definição: Uma série da forma ∑a
n=0
n (x − c )n , x ∈ ℜ é dita uma série de potência

centrada em c (c é dito centro da série ) e a0, a1, ... são ditos coeficientes da série.

Por comodidade iremos trabalhar com séries de potência centradas em 0, mas os


resultados que obteremos serão gerais. Temos então ∑a x0


n
n
.

Teorema: Se ∑a x
0
n
n
converge em x1 , x1 ≠ 0 , então ela é absolutamente

convergente em todo x tal que x < x1 .

Corolário: Se ∑a x
0
n
n
diverge em x1 então ela diverge para todo x tal que x > x1 .

Exercícios:

1. Achar o raio de convergência da série ∑4 x


0
n 2n
.

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Resolução:

Seja x fixo arbitrariamente.

4 n +1 x 2(n +1 )
Temos uma série numérica de termos ≥ 0, n 2n
= 4x 2 .
4 x

Pelo critério da Razão:

4x2 < 1 – série absolutamente convergente.

4x2 > 1 – série divergente.

∞ 2n ∞
1  1
Logo, R =
1
2
. Em x = ± , onde
2 ∑
0
4n  ± 
 2
= ∑ 1 − divergente .
0

 1 1
Portanto, intervalo de convergência:  − ,  .
 2 2


1
2. Determine o intervalo de convergência da série ∑ (− 1)
1
n
n5 n
(2x + 1)n .

Resolução:

Façamos a mudança 2x + 1 = y


yn
Então: ∑ (− 1)n
1 n5n

Seja y ∈ ℜ , fixado.

n +1
y
(n + 1) . 5n +1 n y y
= . → , com n → ∞
y
n
n +1 5 5
n . 5n

Pelo Critério da Razão Geral temos:

y
Série absolutamente convergente se <1,
5

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y
Série divergente se > 1,
5

Mas y = 2x + 1 e assim teremos:

2x + 1 < 5 ⇔ −5 < 2x + 1 < 5 ⇔ −6 < 2x < 4 ⇔ −3 < x < 2.

Logo:

-3 < x < 2 e temos uma série absolutamente convergente.

x < -3 ou x > 2 e temos uma série divergente.

n (− 1)
n
1
Em x = -3 temos a série ∑ (− 1 ) = ∑n sendo divergente.
n

(− 1)n
Em x = 2 temos a série ∑ n
sendo convergente.

Portanto, intervalo de convergência sendo igual a ]−3,2] .


A soma de uma série de potências é uma função f(x ) = ∑a
0
n (x − c)n , cujo domínio é o

intervalo de convergência da série.

Podemos perguntar: f é difereciável? f é integrável?

O Teorema a seguir fornece as respostas. Ele é conhecido como Teorema de


Diferenciação e Integração Termo a Termo.


Teorema: Se a série de potências ∑ a (x − c)
0
n
n
tem raio de convergência R > 0, então

a função f definida por


f(x ) = a 0 + a1 (x − c) + a2 (x − c) 2 + ... = ∑a
0
n (x − c)n

é diferenciável ( e assim contínua ) sobre o intervalo ( C – R, C + R ) e

(a)
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f (x) = a1 + 2a2 (x − c) + 3a3 (x − c) + ... =
, 2
∑ na (x − c)
n =1
n
n −1
,

(b)

(x − c)2 (x − c) 3

(x − c)n +1
∫ f(x)dx = c + a 0 (x − c) + a1
2
+ a2
3
+ ... = c + ∑ 0
an
n+1

Os raios de convergência das séries de potências em ( a ) e ( b ) são ambos R.

Observação 1: Podemos escrever ( a ) e ( b ) como

(c)

 ∞  ∞
d d
dx



0
an (x − c)  =
n


∑ dx (a
0
n (x − c)n ) ,

(d)

 ∞  ∞

∫∑
 0
an ( x − c) n dx =

∑∫a 0
n (x − c )n dx .

Observação 2: Já tinhamos visto que para somas finitas a derivada ( integral ) da


soma é a soma das derivadas ( integrais ). ( c ) e ( d ) afirmam que isto é verdade para
somas infinitas, desde que sejam séries de potências. Para outros tipo de séries de
funções a situação não é tão simples.

Observação 3: O Teorema anterior afirma que o raio de convergência permanece o


mesmo. Isto não significa que o intervalo de convergência permaneça o mesmo.

Observação 4: Expressar uma função como soma de uma série de potências é um


método útil para resolver Equações Diferenciais.

06. Representação de funções como séries ou progressões de potências

Vamos agora verificar a possibilidade de representar uma função através de uma série
de potências.

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Definição: f : I ⊂ ℜ → ℜ , I intervalo aberto. f se diz analítica num ponto C ∈ I quando


f é a soma de uma série de potências de centro c, em algum intervalo (c − δ, c + δ) ,
δ>0.

Se f é analítica em todo ponto de I diremos que f é analítica em I.

Assim:


f é analítica em c ⇔ f(x) = ∑a n (x − c)n , ∀x ∈ (c − δ, c + δ ) .
0

Observação 1: Pelo Teorema da secção anterior, se f é analítica em c então:


(x − c) n , x ∈ (c − δ, c + δ ) .
f(n)(c)
f( x) = ∑
0
n!

Ainda: f tem derivadas de todas as ordens em (c − δ, c + δ) - ( Teorema da pag. 14 ).

Observação 2: A recíproca não é verdadeira, isto é, existem funções que possuem


derivadas de todas as ordens em certo intervalo (c − δ, c + δ) e que, no entanto, não são
analíticas.

Definição: f : I ⊂ ℜ → ℜ com derivadas de todas as ordens num ponto C ∈ I . A série


(n )

f ( 0)
de potências ∑
0
n!
(x − c) n é chamada Série de Taylor de f no ponto c. Quando

c = 0, a série anterior é também dita Série de Mac Laurin.

Observação 3: Se f é analítica em c, então f(x) é a soma de sua série de Taylor no


ponto c.

Observação 4: Não é necessariamente verdadeiro que a soma da série de Taylor seja


o valor da função.

Teorema: f : I ⊂ ℜ → ℜ , I em intervalo, f com derivadas de todas as ordens em algum


f (n +1) (ε)
intervalo (c − δ, c + δ) ⊂ I . Seja Rn (x) = ( x − c) n +1 , o resto de Lagrange do
(n + 1)!
desenvolvimento de Taylor de f(x). Então:


f(n) (c)
f(x) = ∑ (x − c)n , x ∈ (c − δ, c + δ) ⇔ [Rn (x) → 0, ∀x ∈ (c − δ, c + δ)]
0
n!

17
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Curso Prático & Objetivo

Na prática fazemos caso de outro resultado que facilita a obtenção do nosso objetivo,
o qual passamos a enunciar:

Teorema: f : I ⊂ ℜ → ℜ , I intervalo, f com derivadas de todas as ordens em algum


intervalo (c − δ, c + δ) ⊂ I . Se existe M > 0 tal que

f (n) (x) < M, ∀n ∈ N, ∀x ∈ (c − δ, c + δ ) , então:



f (n ) (c)
f( x) = ∑ ( x − c) n , x ∈ (c − δ, c + δ )
0
n!

Em particular: f á analítica em c.

Exercícios:

1sen
03. Calcular ∫0 x
dx

Resolução:

 sen x
 ,x≠0
Consideremos f( x) =  x
 1 ,x=0


x2n+1
Sabemos que senx = ∑(− 1)n
0
(2n + 1)!
, ∀x ∈ ℜ

Assim, teremos:

−1
x 2n
f(x) = ∑ (− 1)
0
n
(2n + 1)!
, onde representa uma série de potências com intervalo de

convergência em relação a todo intervalo da reta.

Podemos Integrar Termo a Termo, obtendo:

sen
1 ∞
(− 1)n 1 ∞
(− 1)n 1
∫0 x
dx = ∑ (2n + 1)! ∫
0
0
x dx =
2n
∑ (2n + 1)! . (2n + 1) .
0


1 ( −1) n
∫ ∑ 1 1
2
04. Mostre que e −x dx
= e que 1 − + dá uma aproximação da
0
0
n! (2n + 1) 3 5 . 2!
integral com erro em valor absoluto menor que 0,025.

18
Séries ou Progressões - Série Concursos Públicos
Curso Prático & Objetivo

Resolução:


yn
Sabemos que e = y
∑ n! , ∀y ∈ ℜ.
0

∞ ∞
( −x 2 ) n x 2n
∑ ∑ (− 1)n
2
−x
Logo, teremos: e = = , ∀x ∈ ℜ .
0
n! 0
n!

Pelo Teorema de Integração Termo a Termo teremos:


∞ ∞
1 (−1)n 1 (−1)n 1 1 1 1
∫0
e −x2
dx = ∑ 0
n! ∫
0
x dx =
2n

0
.
n! 2n + 1
=1− + −
1!3 2!5 3!7
+ ...

 1 
Temos uma série alternada nas condições do Critério de Leibiniz bn+1 = 
 n! (2n + 1) 

Assim, obteremos:

1 1 1
S − s3 ≤ b4 = = < = 0,025
3!7 42 40

1 1
Logo S = 1 − + dá uma aproximação da ontegral com erro menor que 0,025
1!3 2!5
23
em valor absoluto correspondenta a s3 = ≅ 0,7666 .
30


xn
05. Qual é o raio e o intervalo de convergência da série ∑n1
2
3n
?

Resolução:

x n +1
(n + 1)2 3n +1 n 2 3n x
lim = lim .x =
n →∞ xn n →∞ (n + 1) 2
3n +1 3
n 2 3n

Pelo Critério da Razão Geral temos:

x
< 1 é uma série absolutamente convergente.
3

19
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Curso Prático & Objetivo

x
> 1 é uma série absolutamente divergente.
3


( x + 1) n
06. Dar o intervalo de convergência da série ∑ 1 n
.

Resolução:

(x + 1)n +1
n +1
lim = x + 1 = distância de x à − 1.
n →∞ (x + 1) n
n
Pelo Critério da Razão Geral temos:

x + 1 < 1 a série é absolutamente convergente.

x + 1 > 1 a série é divergente.

Logo o raio de cinvergência é R = 1.


(− 1)n
Para x = -2 temos uma série ∑
1 n
é convergente.


1
Para x = 0 temos a série ∑1 n
é divergente.

Portanto o intervalo de convergência é [− 2, 0[ .



( x − 2)n
07. Dar o intervalo de convergência da série ∑ 1
n
.

Resolução:

(x − 2) n +1
n +1
lim = x − 2 = distância de x à 2 .
n →∞ (x − 2) n
n

Pelo Critério da Razão Geral temos:

20
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Curso Prático & Objetivo

x − 1 < 1 a série é absolutamente convergente.

x − 2 > 1 a série é absolutamente divergente.

Logo o raio de convergência é R = 1.


(− 1)n
Para x = 1 temos a série ∑ 1
n
sendo convergente.


1
Para x = 3 temos a série ∑n 1
sendo divergente.

Portanto o intervalo de convergência é [1, 3[ .



( x − 1) n
08. Encontre a soma da série ∑ 0
(n + 1)!
.

Resolução:


(x − 1)n
Seja f( x) = ∑0
(n + 1)!


(x − 1) n +1
Assim: ( x − 1)f( x) = ∑
0
(n + 1)!
= e x −1 − 1 .

 e x −1 − 1
 ,x ≠1
Logo f(x) =  x − 1
 1 , x =1


x 2n +1
09. Sabemos que arctg x = ∑ (− 1)n
0
2n + 1
, x < 1.

Use esta série para calcular a terceira derivada de arctg x em x = 0.

Resolução:

f (3) (0) 1 1
Temos que = a3 = (− 1)1 . =− .
3! 2.1 + 1 3

21
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Curso Prático & Objetivo

 d3   1
Assim:  3 arctgx = 3!  −  = −2
dx  x=0  3


10. Suponha que a série de potências ∑a x
0
n
n
converge em x = -4 e diverge em x = 8.

O que podemos dizer sobre a convergência ou divergência das seguintes série:

∞ ∞

∑0
an 2n e ∑ (− 1) a 9
0
n
n
n
.

∞ ∞
Resolução: Se ∑a x
0
n
n
converge em x = -4 então ∑a x
0
n
n
é absolutamente

∞ ∞
convergente em x tal que x < 4 . Se ∑a x
0
n
n
diverge em x = 8 então ∑a x0
n
n
é

divergente em x tal que x > 8 .


∞ ∞
Assim ∑a 2
0
n
n
é absolutamente convergente e ∑ (− 1)n an 9n = ∑ a (− 9) n
n
é
0 0

divergente.

e x − e −x
11. Encontre a série de Mac Laurin de f(x ) = , x ∈ ℜ.
2

Resolução:


yn
Sabemos que e =
y
∑0
n!
, ∀y ∈ ℜ .

Então teremos:


xn

(−1)n xn
∑ n!
− ∑ n! (1 − (−1) ) x = 2x = x , ∀x ∈ℜ
∞ n ∞ 2n+1 ∞ 2n+1
f(x) = 0 0
=∑ ∑2(2n + 1)! ∑(2n + 1)!
n
2 2n!
0 0 0


1
12. Usando a questão anterior encontre a soma da série numérica ∑ (2n )! .
0

22
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Curso Prático & Objetivo

Resolução:

∞ ∞
(2n + 1) 2n x 2n
f , ( x) = ∑
0
(2n + 1)!
.x = ∑ 0
(2n)!


e 1 + e −1 1
Assim:
2
= f , (1) = ∑ (2n)!
0

e x − e −x
13. Ainda em relação a série de Mac Laurin f(x ) = , x ∈ ℜ. encontre
2
f (21) (0) e f (12) (0).

Resolução:

1
f (21) (0) = a21 .(21)! = (21)! = 1
(21)!
f(12) (0) = a12 .(12)! = 0

2
14. Seja f(x) = xe−x , x ∈ ℜ. . Encontre uma sperie de potência em x que represente
f.

Resolução:


yn
Sabemos que e =
y
∑ n! , ∀y ∈ ℜ
0


(− x ) 2 n ∞
x 2n
Então: e − x2
= ∑
0
n!
= ∑
0
n
( −1)
n!
, ∀x ∈ ℜ


x2n+1
Assim: f(x) = x . e −x2
= ∑0
(−1) n
n!
, ∀x ∈ ℜ

x2
15. Considere f( x) = , x < 1. determine uma série de potência em x que
1 − x2
represente f e dê seu intervalo de convergência.

Resolução:

23
Séries ou Progressões - Série Concursos Públicos
Curso Prático & Objetivo


1
Lembremos que
1−r
= ∑r ,
0
n
r <1


1
1−x 2
= ∑ (x
0
2 n
) , x <1

Assim: 2 ∞
x
1−x 2
= ∑x
0
2n +2
, x <1

Intervalo de convergência igual a ]− 1, 1[ .


07. Bobliografia

LEITHOLD, “Cálculo com Geometria Analítica “. Vol II


SWOKOWSKI, Earl. “Cálculo com Geometria Analítica “. Vol II

24

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