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Alexandre Dumas

Napoleão
uma biografia literária

Tradução, apresentação e notas:


André Telles

Jorge Zahar Editor


Rio de Janeiro
Sumário

Apresentação  7

I. Napoleão de Buonaparte  11
Situação na Córsega – Escola Militar de Brienne – Batalhas de neve – Paris
– Temporada em Valence – Rompimento com Paoli – Ça ira! – A tomada
de Toulon – 1793

II. O General Bonaparte  28


Doze vidas por um capricho – Conduta suspeitíssima – Cincinato
– “Um parricídio! Vamos embora, José” – O general Dumas – Josefina
– A campanha da Itália – O “pequeno caporal” – “Um mau general vale
mais que dois – “A República francesa é como o sol no horizonte” – “É
preciso rumar para o Oriente” – A campanha do Egito – “A Itália está
perdida: tenho que partir”

III. Bonaparte Primeiro-Cônsul  54


Aliança com a Rússia – Remodelando Paris – A Europa se arma – A ba-
talha de Marengo – “Espero que o povo francês esteja satisfeito com o seu
exército” – O trono da França em perspectiva – O atentado e o assédio
de Luís XVIII – A paz de Amiens – O fuzilamento do duque d’Enghien
– Plebiscito para imperador

IV. Napoleão Imperador  73


Uma nova nobreza – A coroação – A Revolução se fizera homem – A
Terceira Coalizão – Austerlitz: o relato de Napoleão – Não era um cetro
que ele tinha nas mãos: era um globo – Promulgação do Código Civil
– Novas batalhas – O bloqueio continental – Diante dos russos em Fried-
land – A paz de Tilsit: dois imperadores numa jangada – “Viva Napoleão”
em oito línguas diferentes – O casamento com Maria Luísa e o herdeiro
– A campanha da Rússia – A batalha do Moscova – Moscou: um imenso
túmulo em chamas – O retorno: relato de um sobrevivente – A batalha
de Lutzen – O império é invadido – A renúncia

V. Napoleão na Ilha de Elba  131


“Reservei-me a soberania e a propriedade da ilha de Elba” – Organização
da corte e rotina – A conspiração – Enganando Campbell – Alarme a
bordo – “Às mil maravilhas!” – França à vista

VI. Os Cem Dias  145


“Não estão me reconhecendo? Sou seu imperador” – Não era mais en-
tusiasmo, era furor, paixão – O reencontro com Ney – “É ao povo e ao
exército que devo tudo” – Toda a nação acreditava ter vivido um sonho
– É possível parar ao subir, nunca ao descer – Como prever uma derrota?
– Waterloo: atrasos fatais e generais indolentes – Não era Grouchy, era
Blücher! – “Salve-se quem puder!” – “Aqui deve cair tudo o que leva o
nome de Bonaparte” – Aborrecido por não dormir ou sofrendo por ter
perdido o mundo? – A abdicação – “Não sou prisioneiro, sou hóspede
da Inglaterra” – Rumo a Santa Helena

VII. Napoleão em Santa Helena  186


O rochedo maldito – As insônias de Napoleão – Sob vigilância estrita
– Longwood – Cerimonial e cotidiano – Hudson Lowe: o carrasco inglês
– Nem sombra, nem água – A lenta e penosa agonia – “Sei do que se trata,
e estou resignado” – Recomendações ao padre e ao médico – “Lego a
todas as famílias reinantes o horror e o opróbrio dos meus derradeiros
momentos” – Um cadáver pregado ao patíbulo – O cortejo fúnebre – Do
tempo para a eternidade

Anexo: O testamento de Napoleão  199


Notas históricas  214
Cronologia da vida e da obra de Alexandre Dumas  234
Apresentação

A História para mim é um prego
onde penduro meus romances.
ALEXANDRE DUMAS

Mestre do romance histórico, Alexandre Dumas, filho de um ge-


neral de Napoleão, não poderia deixar este personagem de fora do
grande painel romanesco que construiu sobre a história francesa.
Assim, além de a era napoleônica figurar como contexto de vários
de seus romances (a fuga da ilha de Elba é o estopim da ação de O
conde de Monte-Cristo...), o imperador teve suas recordações do
Memorial de Santa Helena retrabalhadas por Dumas. Além disso,
foi também tema de uma peça teatral e da presente biografia, até
então inédita no Brasil.

 A peça 

Depois de seu exílio em Santa Helena, em conseqüência da aliança


entre orleanistas e bonapartistas, o nome de Napoleão Bonaparte
voltou a circular livremente, sendo objeto de várias biografias, ro-
mances e peças teatrais. Mademoiselle George, diva teatral da época
e ex-amante do imperador, insistia para que o então dramaturgo
Alexandre Dumas, a princípio nada entusiasta com o projeto, desse
sua versão cênica dos fatos. Dias depois, ele viu-se “aprisionado” por
amigos num quarto na casa da atriz, recebendo como condição para
sua “liberdade” a tarefa de escrever uma peça sobre o imperador. Em
oito dias Napoleão Bonaparte estava pronta: drama histórico em seis
atos, vinte e três quadros e setenta e dois personagens. Embora tenha
tido uma estréia concorrida e uma produção caprichada, com vários
espectadores na platéia em uniforme da guarda marcial, foi um dos
poucos fracassos teatrais do escritor. 7
8  O folhetim 

Em 1839, com a voga do folhetim começando a ditar a tiragem
Napoleão, uma biografia literária

das revistas e periódicos franceses, essas publicações passaram a


competir ferozmente entre si para atrair novos leitores e assinantes.
Dumas, um dos autores mais disputados, foi contratado a peso de
ouro pelo jornal La Presse para adaptar o Memorial de Santa Helena
ao gênero folhetinesco. O crítico Sainte-Beuve, comparando o rei
do folhetim ao imperador, não perdoou: “... a pluma de Alexandre
Dumas teria sido contratada para conferir mais autenticidade às
recordações ... Que comédia! Podemos dizer que Napoleão é agora
um dos redatores-chefes de La Presse!”

 A biografia 

O livro é resultado da colagem de diversos artigos biográficos sobre


Napoleão, quatro deles publicados pela primeira vez em 1836 na
coletânea Le Plutarque français, organizada por M. Mennechet. Os
artigos, diversas vezes recompostos e ampliados quando publicados
isoladamente, foram reunidos pela primeira vez em volume único,
em 1839, pelo editor Delloye. Integram atualmente, sob o título
Napoleão, a obra completa standard de Alexandre Dumas, publicada
pela editora Calmann-Lévy, e a coleção Bibliothèque Lattès, em cujo
texto se baseou a presente tradução.

 Esta edição brasileira 

A tradução não se esquivou de adaptar passagens, corrigir erros


ortográficos, interpretar a pontuação (apenas esboçada no original),
nem tampouco de transpor o tempo verbal (narrativa no presente,
segundo a tradição francesa) para o passado (tradição brasileira).
Os poucos deslizes históricos percebidos foram apontados nas notas
deste volume — que, por sinal, ganhou um subtítulo. Deve-se levar 9
em conta que o autor, habituado ao ritmo frenético da produção 
para folhetim, “em geral desprezava a leitura das provas ... repletas

Apresentação
de cochilos ... deixando os ajustes final nas mãos dos editores”, como
afirma Claude Schopp – que estabeleceu, entre outros, o texto de Os
moicanos de Paris para a coleção Quarto da editora Gallimard.
Não obstante, vale lembrar que Alexandre Dumas foi um
dos biógrafos pioneiros de Napoleão, e que inúmeros dados e
relatos por ele coletados (grande parte, naturalmente, pinçada das
Memórias do próprio imperador, o que explica as minuciosas e
movimentadas cenas de guerra) foram reproduzidos e sanciona-
dos por biógrafos especialistas, entre os quais Max Gallo, André
Castellot e Jean Tulard.
Além de trazer em anexo "O testamento de Napoleão", foram
acrescentados a esta edição brasileira um sumário pormenorizado,
notas históricas com fatos, personagens e instituições mencionados
pelo autor (incluindo verbetes biográficos sobre os marechais de
Napoleão), mapas e uma cronologia da vida e da obra de Alexandre
Dumas. As fontes utilizadas para a elaboração desses anexos estão
citadas ao final das notas.
A.T.

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