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10.

FERIMENTOS
10.1. CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE FERIMENTO
De acordo como agente causador ou com o aspecto que apresentam, os
ferimentos podem classificar-se como: incisões, perfurações, contusões e
escoriações.
De outro modo os ferimentos distinguem-se ainda em: assépticos, infectados
ou contaminados e supurados. São acéticos aqueles que sofreram contaminação de
micróbios e resultam quase sempre de uma intervenção cirúrgica.
Ferimentos infectados ou contaminados são os que entram em contato com
substancias capazes de conduzir micróbios.
Ferimentos supurados são aqueles que há formação de pus.

10.2. FERIDAS INCISAS (INCISÕES)


São aquelas determinadas por instrumentos de corte tais como facas,
canivetes navalhas e giletes. Poder ser superficiais, quando atingem unicamente a
pele, e profundas, quando atravessam os músculos, vasos e nervos subjacentes.
TRATAMENTO – Lidando-se com ferimentos incisos, a primeira preocupação
deve ser o controle da hemorragia, se a mesma estiver presente.
Em seguida, é preciso fazer a limpeza da ferida. Em se tratando de caso em
que houve a hemorragia, é necessário agir com muito cuidado, a fim de não remover
o coágulo formado, provocando nova hemorragia. Nesse caso. Limpar ligeiramente
as vizinhanças da ferida com água fervida adicionada de uma colherzinha de sal ou
outra solução anti-séptica como água boricada, água oxigenada, água fenicada etc.
Aplicando a seguir um pedaço de gaze esterilizada diretamente sobre o ferimento e
prendendo-a com ataduras ou esparadrapo.
Pequenos ferimentos sem hemorragia podem ser cuidadosamente lavados
com água e sabão, aplicando-se depois um anti-séptico leve e cobrindo-se com
gaze e esparadrapo.
Quando se trata de ferimento muito profundo ou penetrante, não é
conveniente retardar o tratamento médico que deverá ser feito o mais depressa
possível.

10.3. PERFURAÇÕES (FERIDAS)


Ferimentos desse tipo são causados por objetos pontiagudos, tais como
pregos, espinhos, lasca de madeira etc. Nas perfurações não se observa hemorragia
externa alguma.
• Retirar o objeto causador do ferimento, que muitas vezes fica alojado
no ferimento. (tratando-se de um ferimento de calibre ou
profundidade capaz de causar hemorragia perigosa é preferível
aguardar o médico para fazer essa operação).
• Espremer o ferimento de modo a provocar uma pequena sangria que
possa expulsar do ferimento qualquer matéria estranha que ali se
tenha introduzido, como agente de uma provável contaminação.
• Limpar a ferida e cobrir com um pedaço de gaze esterilizada.
• Conduzir o paciente ao médico, que aplicará soro antitetânico, quase
sempre indispensável.

O maior perigo das perfurações é a infecção devida à limpeza e tratamento


insuficiente, dada a dificuldade de penetração de substancias anti-sépticas.
10. 4. ESCORIAÇÕES
São ferimentos superficiais, mas extensos, interessando unicamente à pele
costumam ser muito dolorosos, especialmente quando envolvem grandes porções
de pele (esfoladura).
• Fazer a limpeza cuidadosa. Esta limpeza pode ser feita com água e
sabão, soro fisiológico ou água oxigenada.
• Aplicar sobre o ferimento um anti-séptico não irritante.
• Cobrir o ferimento com gaze esterilizada.

10. 5. MEDIDAS INDISPENSÁVEIS


São todas já recomendadas ao tratamento dos diversos tipos de ferimentos e
prevenção das diversas espécies de infecções que esses podem facilitar.
• Quando o ferimento for de pequena dimensão, cobri-lo, simplesmente
com gaze esterilizada.
• Encaminhar ao médico.
Outras medidas aconselháveis no tratamento e recuperação dos ferimentos
são: repouso do membro ferido, com o que se facilita a cicatrização; imobilização
completa, quando o ferimento estiver localizado em uma articulação; retirada dos
curativos, se houver infecção, denunciada por dor, inchaço, vermelhidão, inflamação
e, às vezes, febre.

10. 6. CURATIVOS (MATERIAL NECESSÁRIO, APLICAÇÃO DE ATADURAS)


É a seguinte a lista do mínimo necessário aos pequenos curativos caseiros.
• Um vidro contendo o liquido destinado a limpeza de feridas: água
oxigenada a 10 volumes, soro fisiológico, água boricada, etc.
• Um pacote de algodão.
• Um vidro contendo um anti-séptico de uso corrente, de preferência não
irritante: isodine, povidine, PVPI, álcool de formação 98 mL, 0,2 mL
de tintura de iodo.
• Gaze esterilizada.
• Atadura de gaze de larguras diversas (4, 6, 8, 12 centímetros), faixas.
• Tesoura e pinças.
• Um carretel de esparadrapo.

10. 7. ANTI-SÉPTICOS
São substâncias capazes de impedir o desenvolvimento dos micróbios, por
suas propriedades microbianas ou inibidoras de seu desenvolvimento. Devido a isso
os anti-sépticos são largamente usados na prevenção das infecções.
Os anti-sépticos são encontrados sob forma de pó, e mais comumente, em
soluções (em água, álcool ou éter). Os mais conhecidos e geralmente empregados
são:
• Ácido bórico, pouco tóxico, mas também com fraco poder germicida.
Usado nas lavagens oculares, limpeza e curativos de ferimentos e
queimaduras.
• Água oxigenada, tem fraco poder anti-séptico. Mais usada para
limpeza.
• Mercuriocromo, não ofende os tecidos, nem é tóxico, indolor.
• Merthiolate
• Tintura de iodo, álcool de farmácia.
• Isodine, povidine, PVPI.

10. 8. ANTIBIÓTICOS
Medicamentos dotados de forte poder germicida aliado à sua fraca toxidez,
usados no combate a uma enorme quantidade de infecções dos mais diversos tipos.
Seu emprego exagerado, nem sempre orientado pelo médico, fez ultimamente surgir
variedades de germes extraordinariamente resistentes e, ao mesmo tempo, que
certas pessoas adquirissem sensibilidade a essas substancias. Isso lhes diminui a
eficiência e torna perigoso o seu uso indiscriminado.
Os mais conhecidos são: a penicilina, a estreptomicina, a terramicina e a
cloromicetina.

10. 9. TÉTANO E SORO ANTITETÂNICO


Qualquer solução de continuidade da pele, pode ser a via de introdução de
micróbio to tétano.
O tétano é uma doença infecciosa, cujo responsável é uma bactéria
anaeróbica. Os sintomas alarmantes aparecem depois de um período de incubação,
de 2 a 20 dias após o ferimento, em especial nos ferimentos causados por
perfuração de pregos enferrujados, espinhos e fragmentos de madeira que tenham
permanecido em contato com o solo.
A toxina tetânica fixa-se sobre os nervos periféricos e centrais provocando os
seguintes sintomas: convulsões extremamente dolorosas, contrações espasmódicas
de músculos de várias regiões, determinando o trismo da mandíbula, endurecimento
dos músculos dos membros e do tronco, fazendo o paciente assumir a posição
característica do corpo em arco. O paciente torna-se extremamente sensível à luz e
a qualquer movimento ou ruído sob cuja influência volta a sofrer aterradoras
convulsões, sua temperatura sobe até atingir um grau máximo e a infecção, após
haver se iniciado segue geralmente seu curso, zombando de todo o tratamento e
conduzindo sua vítima à morte entre sofrimentos indescritíveis.
TRATAMENTO – Deve ser sobretudo profilático, usando-se a vacinação precoce
das crianças e aplicando aos adultos o toxóide tetânico, capaz de fazê-lo adquirir
sua própria imunidade.
Em casos de ferimento em pessoas destituídas de imunidade, que em nosso
país são maioria, além dos cuidados próprios dos curativos em geral é aconselhável
consultar-se um médico a respeito da aplicação do soro antitetânico.
A doença declarada é de fácil tratamento. Consiste na aplicação de grandes
doses de soro antitetânico, por via endovenosa, acompalhando medicação própria.
Exige sempre a presença, constante e dedicada, de um médico.

10. 10. CICATRIZAÇÃO


O processo de cicatrização, dos ferimentos em geral, é acelerado e facilitado
por diversas medidas: repouso e imobilização, quando necessário prevenção das
infecções ou curativos bem feitos, espacejamento adequado dos curativos, diários,
alimentação cuidada, rica em substancias protéicas.
As feridas cuja cicatrização difícil as tornam crônicas, tomam o nome de
úlceras.
Processo de cicatrização começa só após 72 horas.
11. BANDAGENS E IMOBILIZAÇÃO
11.1. ATADURA
É um pedaço de fazenda aplicado de tal maneira que se ajuste a uma parte
do corpo. As ataduras são disponíveis em rolos de várias larguras.

11.2. BANDAGENS
É um tipo de atadura. A maioria dos autores costuma usar atadura e
bandagem como sendo a mesma coisa.

11.3. FINALIDADES
• Limitar movimentos
• Aplicar calor ou frio
• Firmar um curativo
• Manter talas em posição
• Fornecer apoio
• Aplicar pressão para controlar sangramentos

11. 4. MATERIAL USADO


• Tala de madeira ou cabo de vassoura
• Bengala, galho de arvore.
• Papelão, toalhas grossas, etc
• Fazenda ou algodão para envolver a tala: Atadura de gaze, pano,
gravata, lenço, tiras de lenços, etc...

11. 5. DIRETRIZES BÁSICAS NA IMOBILIZAÇÃO


• Sempre que passar uma atadura faça-o no sentido da circulação
venosa.
• Não fixe as talas sobre os ferimentos, ou sobre o foco da fratura.
• Aplique a atadura de maneira firme e uniforme com pressão igual do
inicio ao fim.
• Nunca cubra ferimentos sujos.
• Verifique a bandagem e fique atento a qualquer sinal de circulação
comprometida como: dor, extremidades frias e azuladas, o que
significa que a imobilização está apertada.
• Deixe sempre que possível as extremidades expostas para
visualização.
• No caso de colocação de ataduras para firmar curativos, sempre se
inicia e se termina a mais ou menos 5 cm, abaixo e acima da ferida.
• O corpo deve ser mantido em posição anatômica natural.
12. CONTUSÕES
12.1. CONCEITO
É uma lesão dos tecidos moles, produzida por objetos, tombo, soco, pontapé,
batida em ferramentas, máquinas, quedas, etc.

12.2. MANIFESTAÇÕES
• Local pode apresentar-se arroxeado (equimose), que é decorrente de
hemorragia pela ruptura de pequenos vasos sanguíneos.
• Dor e edema.
• Mudança de coloração de pele.

12.3. PROCEDIMENTO
• Elevar a parte atingida.
• Manter em repouso a parte contundida.
• Aplicar compressas frias ou saco de gelo, até que a dor e o inchaço
tenham diminuído.
• Aplicar uma bandagem compressiva para reduzir o inchaço (edema).
• Aplicar o calor da região acometida, após +/- 48 horas, para auxiliar a
absorção.
• Se a contusão for grave, encaminhe a vítima ao médico.
13. ENTORSE
13. 1. CONCEITO
É uma lesão das estruturas ligamentares que circundam a articulação, na
maioria das vezes causadas por pressão ou puxão violento ou trocedura. Não há
deslocamento do osso.

13. 2. SINTOMAS
• Edema rápido, decorrente do extravasamento de sangue para dentro
dos tecidos.
• Dor durante a movimentação articular.
• Equimose.

13. 3. AÇÃO
• Elevar o local afetado
• Aplicar compressas frias (ou bolsa de gelo), intermitentemente durante
+/- 48 horas. Os efeitos vasoconstritores do frio retardam o
extravasamento de sangue e linfa e reduzem a dor
• Imobilização da articulação
• Aplicar calor moderado após 48 horas
• Leve a vítima ao médico para que haja uma avaliação mais precisa.

Obs.: Observe o momento em que poderá usar compressas quentes sobre a parte
afetada. Não aplique nada quente durante 48 horas no mínimo. O calor aumenta a
dor e o edema (inchaço).
14. LUXAÇÃO

14. 1. CONCEITO
É uma lesão na qual as superfícies articulares dos ossos que formam a
articulação perdem seu contato anatômico (os ossos estão fora da articulação).

14. 2. SINTOMAS
• Dor intensa
• Edema
• Equimose
• Alteração no contorno articular
• Alterações no comprimento da extremidade
• Perda da movimentação normal

14. 3. AÇÃO
• Nunca reduzir a luxação
• Imobilizar o membro deformado
• Transportar a vítima com a articulação imobilizada sem permitir que
force o local luxado

Obs.: O correto tratamento de uma luxação ou de uma entorse exige o atendimento


médico.
15. FRATURA
15. CONCEITO
É a ruptura de um osso.

15. 2. TIPOS
15. 2. 1. coberta ou fechada
Quando a pele da região atingida se mantém integra, a fratura não se
comunica com o exterior.

15. 2. 2. EXPOSTA OU ABERTA


Quando há rompimento da pele, exteriorizando parte do osso.

Local das figuras

15. 3. SINAIS OU SINTOMAS


• Dor intensa no local
• Impossibilidade de movimentar o membro atingido
• Deformação do osso
• Edema equimose tardia
• Aparecimento do osso na fratura exposta

15. 4. AÇÃO
• Dê atenção imediata ao estado geral do paciente:
a) Pode ocorrer estado de choque nas grandes fraturas, pois o osso é
muito vascularizado, após o traumatismo, grandes quantidades de
sangue saem da circulação para dentro dos tecidos moles ou através
das feridas, ocasionando grande perda de líquidos orgânicos.
b) Observe hemorragias e procure contê-las
c) Observar aparecimento de sintomas como: taquicardia (aumento das
pulsações), febre, aumento da freqüência respiratória.
d) Alterações da personalidade, inquietude, irritabilidade ou confusão.
Num paciente com fratura, são sinais de problemas neurológicos
exigindo conduta e avaliação médica imediata.

• Imobilização provisória do membro atingido


• Se a fratura for exposta, limpe o local antes de imobiliza-lo e coloque
gaze ou pano limpo sobre o ferimento, firme o mesmo mantendo a
vítima deitada
• Observe todo o corpo, da cabeça aos pés, de maneira metódica,
verificando a presença de lacerações, abaulamento e deformidades.
• Manipule a área delicadamente e o menos possível
• Transporte a vítima com cautela e cuidadosamente.

15. 5. CONDUTA ESPECÍFICA NOS SEGUINTES CASOS DE FRATURA


Antes dos cuidados específicos que serão abaixo relacionados, não esqueça
que as medidas de socorro citadas acima são importantes e constituem a primeira
ação do socorrista.

15. 5. 1. FRATURA DE CLAVÍCULA


a) Sintomas:
a. Dor intensa no local
b. Dificuldade para movimentar o braço do lado afetado
b) Ação:
a. Coloque uma proteção entre o braço do lado afetado e do tórax
(chumaço de algodão ou toalha)
b. Coloque a mão do lado afetado sobre a parte superior ao tórax,
usando faixas ou tipóia.

Figuras A e B

15. 5. 2. FRATURA DO BRAÇO


a) Sintomas:
a. Dor intensa no braço afetado e que aumenta durante
movimentação
b) Ação:
a. Coloque um pano ou chumaço de algodão na axila do lado
afetado.
b. Coloque uma tala na face externa do lado do braço lesado
c. Envolva o braço do lado lesado com tipóia

Figuras A, b, c, d

15. 5. 3 FRATURA DE PUNHO E MÃO


a) Sintomas:
a. Dor intensa no antebraço lesado, aumentando com a
movimentação.
b) Ação:
a. Dobre o braço lesado, mantendo o polegar voltado para cima.
b. Aplique duas talas, uma na face interna e outra na face externa.
c. Fixe-as com tiras de pano ou esparadrapo.
d. Coloque o antebraço em uma tipóia

Figuras A, b, c

15. 5. 4 FRATURA DO FÊMUR


a) Sintomas:
a. Dor intensa no local atingido
b. Dificuldades ou impossibilidade de andar
b) Ação:
a. Deixe a vítima em repouso, não a movimente, e coloque-a
deitada de costas (decúbito ventral)
b. Proteja todo o membro lesado com algodão ou pano
c. Aplique talas nos dois lados do membro e fixe-as com tiras
de pano ou esparadrapo, ou amarrar a perna quebrada na
outra, tendo o cuidado de colocar uma proteção entre as
pernas.

Figuras A, b, c, d
16. CÂIMBRA
16. 1. CONCEITO
Contração repentina, involuntária, rápida e dolorosa de um músculo ou grupo
de músculos.

16. 2. CAUSAS
• Má circulação e cansaço.
• Pouca água e sais minerais por perda na transpiração excessiva.
• Frio e calor intenso, exercícios intensos.
• Uso prolongado e ou grandes quantidades de diuréticos.

16. 3. TRATAMENTO
• Massagem local de relaxamento.
• Dar para beber água com sal.
• Deixar o membro em posição anatômica.
• Compressas quentes sobre a região durante mais ou menos 20
minutos.
• Cobrir o local com cobertor, após a colocação das compressas.
• Se a câimbra persistir, transporte o acidentado até o hospital.
• Não se faz hiperextensão do local atingido.
17. TRANSPORTE DE ACIDENTADOS
A movimentação ou transporte de um acidentado ou doente deve ser feita
com cuidado, a fim de não complicar as lesões existentes.
O transporte de forma errada pode acabar causando lesões mais sérias que o
próprio acidente.

17. 1. ANTES DE PROVIDENCIAR A REMOÇÃO DA VÍTIMA


• Restaurar ou manter a função respiratória e cardíaca
• Verificar a existência e extensão das lesões
• Controle de hemorragia
• Prevenção ou controle do estado de choque
• Imobilização das fraturas, luxações ou entorses.

17.2. CUIDADOS
• O corpo deve ser mantido em linha reta.
• Se tiver que levantar a vítima antes de ser feito o exame, cada parte do
seu corpo deve ser apoiada.
• Se precisar puxar o ferido para outro local, puxe a vítima pela direção
da cabeça ou pelos pés ou próximo a cabeça, protegendo-a.
• Não puxe os feridos pelo lado.
• Nos casos de suspeita de lesões cerebrais, o transporte deve ser feito
com auxilio de 3 pessoas ou maca, leve-o em um carro onde a
pessoa fique deitada em ângulo reto, nunca sentada.
• Tranqüilize-a e tente permanecer calmo
• Demonstre serenidade para que ela sinta que a situação está sob
controle. Sua calma diminuirá o temos e o pânico.

17.3. MEIOS EMPREGADOS PARA O TRANSPORTE


• Maca.
• Ambulância.
• Helicóptero, avião.
• Recursos improvisados como: auxílio de pessoas, padiola, cadeira,
tábua, porta, cobertor, lona ou outro material semelhante.
• Caminhão, kombi, barcos, e outros.

17. 3. 1. MACA
Para improvisar uma maca, use 2 varas de madeira e um lençol ou colcha.
Dependendo da gravidade, dois ou três socorristas deverão remover a vítima
até a maca.
Pode também ser usada uma tábua larga, desde que nesta seja colocado
todo o corpo da vítima. Não se deve deixar pés e cabeça pendendo, principalmente
nos casos de lesões do sistema nervoso central.

17. 3. 2. AVIÃO
É usado para as vítimas que não estão inconscientes e com ferimentos
pequenos
• Pegue a vítima pelas costas, passe o braço da vítima pelo seu,
segurando-lhe o punho.

Figura

17. 3. 3. TRANSPORTE EM BRAÇOS


• Usado para as vítimas conscientes.
• Carregue a vítima em seus braços. Passe um dos braços da vítima ao
redor do seu pescoço.

17. 3. 4. TRANSPORTE NAS COSTAS


• Para acidentados que estão em pé.
• Fique de costas para a vítima.
• Passe os braços do acidentado em volta do seu pescoço.
• Incline o corpo para frente e levante a vítima do chão.

Figura

17. 3. 5. TRANSPORTE EM “CADEIRINHA”


• Usado para vítimas que estejam conscientes.
• Duas pessoas seguram os braços uma da outra.
• A vítima coloca os braços nos ombros de cada socorrista.

Figura

17. 3. 6. TRANSPORTE DE BOMBEIRO


É usado em casos de incêndio, mesmo estando inconsciente.
• Coloque a vítima de bruços.
• Ajoelhe-se junto à cabeça da vítima.
• Levante-a, segurando-a pelas axilas e colocando-a de pé.
• Passe uma das mãos pela cintura do acidentado e com a outra segure
o punho para colocar-lhe o braço em volta do seu pescoço.
• Dobre seus joelhos e levante o acidentado, colocando-o em suas
costas.
• Volte à sua posição normal e transporte o acidentado.
• Para descer o acidentado, abaixe-se e faça-o lentamente, por partes.
Coloque no chão, primeiro suas pernas e vá deitando-o aos poucos.

Figuras A e B

17. 3. 7. TRANSPORTE EM CADEIRA


Feito por duas pessoas, com a vítima sentada em uma cadeira.

Figura
17. 3. 8. TRANSPORTE EM PADIOLA
O transporte sempre que possível deve ser feito em padiola. Há várias maneiras de
se improvisar uma padiola.
• Tábua • Escada de carpinteiro
• Porta • Duas varas de madeira, um pedaço de lona,
• Janela cobertor duas jaquetas, vestidos, etc

17. 3. 8. 1. PADIOLAS IMPROVISADAS


• Quando não se pode conseguir uma padiola, com um pouco de
engenho pode improvisar-se uma. Algumas das coisas que podem
ser usadas são:
• Uma tábua, porta, veneziana, escada, catre. São mais fáceis de
transportar as descritas a seguir.
• Com o cobertor. Arranjar duas varas compridas e redondas, e nelas
enrolar as extremidades do cobertor até que fique da largura de 60
cm. Fixar a parte enrolada com alfinetes de segurança ou com cordas
que passarão por orifícios feitos no cobertor. Muito bom resultado dá
o método que mostra a figura abaixo. Caso haja a impossibilidade de
se conseguir varas, dobrar o cobertor várias vezes. Neste caso a
vítima deve ser levada por três pessoas de cada lado, para impedir
que afunde na parte média.
• Saco. Dois sacos fortes se atravessam por seus lados em duas varas.
• Casaco e colete. Por os casacos com as mangas viradas pra dentro e
abotoados. Passar as varas pelas mangas. A parte que corresponde
às costas será a que formará a face superior da padiola. Pode fazer-
ser também a padiola com um casaco e um colete, usando a parte
correspondente a este para os membros inferiores.
• Duas cadeiras. Colocar as cadeiras com os encostos superpostos e
uni-las fortemente com uma corda. Esta espécie de padiola
improvisada tem a vantagem de poder apoiar-se sobre um terreno
úmido ou molhado sem incomodar o paciente.

Figuras

17. 3. 9. TRANSPORTE EM 3 PESSOAS


• Normalmente usa-se em casos de pessoas inconscientes e com
suspeita de lesões no sistema nervoso central.
• A pessoa mais alta coloca os braços entre a cabeça e as costas da
vitima.
• A segunda pessoa passa um dos braços sob o braço do primeiro
socorrista entre as costas da vítima e o outro braço na região das
nádegas da vítima e o outro braço segura as pernas da vítima. Desta
forma o peso é distribuído proporcionalmente.
• Os três devem suspender a vitima simultaneamente.

Figura

17. 3. 10. TRANSPORTE DE UM FRATURADO DE COLUNA


• O acidentado deve ser transportado de bruços (decúbito ventral) sobre
uma tábua ou equivalente (porta, janela, etc.)
• Caso o transporte não possa ser feito em decúbito ventral, o
acidentado é colocado em decúbito dorsal sobre uma tábua, com
roupas ou travesseiros sob as curvas naturais do corpo (sob as
curvas da região lombar, sob os joelhos e calcanhares), para evitar a
movimentação e desequilíbrio do corpo.
• O acidentado deve ser amarrado à padiola e transportado com
cuidado.

Figura
18. HEMORRAGIAS
18. 1. CONCEITO
É a perda de sangue devido o rompimento de um vaso sanguíneo, veia ou
artéria. Toda hemorragia deve ser controlada imediatamente. A hemorragia
abundante e não controlada pode causar a morte em 3 a 5 minutos.

18. 2. TIPOS
18. 2. 1. ARTERIAL
Sangue de cor vermelho-vivo e sai em jato ou esguicha.

18. 2. 2. VENOSA
Sangue escuro e escorre lentamente.

18. 2. 3. CAPILAR
A perda de sangue se dá por gotejamento. Exemplo: Nasal, Arranhões.

18. 3. CLASSIFICAÇÃO
18. 3. 1. EXTERNAS
Se exteriorizam logo após a ocorrência, através das cavidades naturais do
corpo ou pela lesão produzida pelo trauma.

18. 3. 2. INTERNAS
Não se exteriorizam, o sangue fica nas cavidades do organismo e só é percebido
através de sinais indiretos como: queda de pressão, sudorese, palidez, pulso
filiforme. Se persistir poderá haver perda de consciência, choque e morte.

18. 4. SINTOMAS GERAIS


• Falta de ar.
• Sudorese.
• Sede.
• Queda de pressão.
• Pele fria.
• Pupilas dilatadas.
• Perda de consciência.
• Respiração rápida e profunda.
• Tonturas.
• Palidez intensa
• Lábios e unhas azuladas
• Queda de temperatura

18. 5. TRATAMENTO DE URGÊNCIA


• Se o ferimento estiver coberto, descobri-lo e faça um exame físico
rápido.
• Deitar a vitima e mantenha-a com a cabeça mais baixa que os pés
• Deixar em repouso o local do ferimento para ajudar na formação de
coágulo.
• Evite qualquer compressão do corpo, afrouxando o colarinho, cinta,
etc.
• Mantenha a vítima aquecida com cobertores, mantas, casacos, etc.
• Mantenha o local da hemorragia sempre limpo.
• Esteja atento a sinais que indiquem agravamento do estado geral da
vítima
• Tente conter a hemorragia através de um dos métodos abaixo.

Figuras a e b.

18. 6. MÉTODOS PARA CONTER UMA HEMORRAGIA


18. 6. 1. COMPRESSÃO
• Limpe o local do ferimento;
• Use uma compressa limpa de gaze, lenço, pano de camisa, lençol,
etc.;
• Coloque a compressa sobre o ferimento e faça pressão;
• Amarre-a com atadura, tira de pano, gravata, etc.;

Se não houver fratura lembre-se que se deve:


• Se a hemorragia for nos braços ou pernas, mantenha o mais levantada
possível.
• Flexione o joelho, se o ferimento for na perna, coloque pó dentro da
perna dobrada um pouco de algodão;
• Evite colocar substancias não medicamentosas nas hemorragias como:
pó de café, teia de arranha, etc.

1 - Levante a parte do corpo que está ferida.


2 – Com um pano limpo (ou sua mão limpa, caso não tiver pano) aperte diretamente
o ferimento. Continue apertando até que o sangramento pare. Isso pode demorar de
15 min a 1 hora ou mais.

18. 7. PONTOS DE PRESSÃO


Envolva a mão em um pano ou lenço limpo e calque fortemente com o dedo
ou com a mão de encontro ao osso nos pontos onde a veia ou a artéria são mais
fáceis de encontrar.

Figura
18. 6. 3. COMPRESSAS
Aplique compressas de gelo no local do ferimento até cessar a hemorragia.
• Se não tiver a bolsa, coloque gelo picado em um saco plástico e
envolva-o com uma toalha, depois coloque diretamente sob o
ferimento, por mais ou menos 30 minutos, retire-o por 5 minutos e
recoloque-o novamente;
• As compressas frias são mais indicadas quando se suspeita de
hemorragia interna;
• Se a hemorragia for externa, prefere-se a compressão do local
utilizando a compressa de gelo somente nos casos em que esta for
de menor intensidade;
• Proteja sempre a pele com uma toalha, pois a longa permanência do
gelo diretamente sob a pele pode causar queimaduras.

Obs.: nunca use compressa quente em hemorragias, pois estas aumentam a


hemorragia. Nos casos de formação de hematomas ou equimoses a compressa
quente só é indicada após 48 horas depois do traumatismo.

Explicar porque não se faz mais


19. MORDIDAS E PICADAS DE INSETOS
19. 1. ABELHAS, VESPAS E FORMIGAS
19. 1. 1. CONCEITO
Uma vespa ou uma formiga pode usar seus ferroes separadamente, porem a
abelha produtora de mel deixa o ferrão e saco de veneno ligado a pele.

19. 1. 2. SINTOMAS
• Dor eritema, coceira, e tumefação sob forma de pápula.
• Apreensão e medo
• Reações alérgicas: prurido (coceira), pápulas, fraquezas, cefaléia,
dificuldade para respirar e ansiedade e cólicas abdominais.
• A vítima pode a partir daí entrar em choque e morrer. A morte pode
ocorrer 6 minutos após a ferrada.

19. 1. 3. AÇÃO
• Deixe a vítima em posição confortável se possível, o membro afetado
mais baixo que a cabeça.
• Observe a vítima cuidadosamente e verifique a causa, observe
atentamente sintomas de reação alérgica, nesses casos, o transporte
deverá ser imediato e o socorro prestado durante o mesmo;
• Retire os ferroes de inseto com o seu saco de veneno e pressione o
local para sair o veneno;
• Coloque gelo ou água fria no local da picada;
• Procure socorro médico imediato.

19. 2. ESCORPIÕES
Os escorpiões não atacam a menos que muito provocados. A toxina é
injetada através de um ferrão localizado na extremidade da cauda do animal. A
maioria dos escorpiões produz ferroada inócua.

19. 2. 1. AÇÃO
• Colocar compressas de gelo no local da picada;
• Lavar o local com água e sabão;
• Aplicar solução de amônia sobre a área.
OBS.: Existe uma espécie de escorpião venenoso, mas esse tipo é encontrado
somente no Sudoeste dos Estados Unidos. No entanto, devido ao processo de
mutação, hoje já existe escorpiões venenosos no Brasil e em nossa região.

19. 3. LAGARTA
As lagartas possuem feixes de espinhos venenosos misturados com pelos finos em
seu dorso. Normalmente não causam danos graves, pois a toxidade de seu veneno
é muito pequena. Exceto a taturana.

19. 3. 1. SINTOMAS
• Sensação de queimação;
• Dor no local;
• Eritema e edema.
19. 3. 2. AÇÃO
• O tratamento é basicamente dirigido para alívio da dor;
• Lave bem o local com água e sabão;
• Aplique compressas de gelo;
• O edema e a dor normalmente cessam após 24 horas.

19. 4. ARANHAS (VIÚVA NEGRA)


19. 4. 1. CONCEITO
Nos casos de picadas por aranhas, a vítima pode mesmo não sentir a
picada e não haver nenhum sinal no local. o seu veneno é altamente tóxico.

19. 4. 2. SINTOMAS
• Dor que pode estar ausente;
• Às vezes podem-se encontrar pontos vermelhos no local da picada;
• Dor abdominal com espasmos musculares;
• Os músculos podem assumir um aspecto de rigidez em tábua;
• Dificuldade para respirar
• Náuseas;
• Vômitos
• Sudorese
• Calafrios
• Nos casos da aranha eremita, a área da picada apresenta-se
eritematosa intumescida e dolorosa, pode surgir uma bolha mais
tarde e desenvolver uma úlcera.

19. 4. 3. AÇÃO
• É importante a identificação da aranha
• Deixar a vítima em local arejado e de preferência com o local afetado
mais baixo que a cabeça.
• Lave bem o local da picada com água e sabão, sem esfregá-lo.
• Coloque compressas frias no local da picada.
• Transporte a vítima para o hospital para que possa ser usado o soro
específico para a picada deste inseto. Não movimente muito o
acidentado.
20. CORPOS ESTRANHOS

20. 1. CONCEITO
Pequenas partículas de poeira, areia ou limalha, grãos diversos, sementes ou
pequenos insetos e etc. podem penetrar nos olhos, nariz, ouvidos ou pele.

20. 2. OLHOS
20. 2. 1. SINTOMAS
• Lacrimejamento abundante

20. 2. 2. AÇÃO
• Não esfregar os olhos
• Faça a vítima fechar os olhos para permitir que as lágrimas lavem e
removam o corpo estranho

Se este processo falhar, lave as mãos e adote as seguintes medidas:


• Pegue a pálpebra superior e puxe para baixo sobre a pálpebra inferior
para deslocar a partícula.
• Irrigue os olhos ou o olho afetado com água limpa de preferência
esterelizada.
• Peça à vítima para pestanejar

Se ainda assim não resolver passe a seguinte ação:


• Puxe para baixo a pálpebra inferior, revirando para cima a pálpebra
superior. Descoberto o corpo estranho tente retirá-lo com cuidado,
tocando-o de leve com a ponta úmida de um lenço úmido ou
cotonete.
• Se o cisco estiver sobre o globo ocular ou se tratar de corpo estranho
encravado no olho não tente retirá-lo. Coloque uma compressa ou
pano limpo e leve a vítima ao médico.

20. 2. NARIZ
20. 2. 1. SINTOMAS
• Hemorragia nasal
• Dificuldade para respirar

20. 2. 2. AÇÃO
• Expulsar o ar pela narina em que se encontra o corpo estranho com a
boca fechada e comprimindo a narina não obstruída com o dedo;
• Se não remover o corpo estranho tende assistência médica;
• Não permita que a vítima assue o nariz com violência;
• Não introduza na narina arames, palitos, pinças, etc. Eles podem
causar complicações.

20. 4. OUVIDO
20. 4. 1. AÇÃO
• Não introduza no ouvido nenhum, seja qual for a natureza do corpo
estranho;
• Conserve a vítima deitada de lado, com o ouvido afetado para cima;
• Coloque algumas gotas de óleo ou azeite no ouvido e deixe por alguns
minutos;
• Depois mude a cabeça de posição para escorrer o azeite. Geralmente
desta forma o corpo estranho deverá sair.
• Se o corpo estranho não puder ser retirado com facilidade o ideal é
procurar assistência médica.

20. 5. PELE
20. 5. 1. CAUSAS
Espinhos, lascas de madeira, agulhas, alfinetes, etc.

20. 5. 2. AÇÃO
• Limpe a pele com água e sabão;
• Pegue uma pinça e desinfete-a;
• Tente retirar o corpo estranho de maneira delicada;
• Após retirar o objeto, limpe o local com água e sabão, água oxigenada
ou mercúrio.

OBS.: Esta ação é dirigida somente para casos de corpos estranhos encravados na
pele, quando forem mais profundos é necessário socorros médicos.
21. ENVENENAMENTO
21. 1. CONCEITO
Veneno é qualquer substancia que quando ingerida, inalada, absorvida,
aplicada na pele ou produzida pelo organismo, em quantidade relativamente
elevada, provoca lesão no organismo devido a sua ação química.

21. 2. VIAS RESPIRATÓRIAS


As vias penetração são:
• Oral
• Respiratória
• Venosa

21. 3. COMO SE MANIFESTA


As manifestações dependem da dose e o tempo de permanência no
organismo humano.
• Alterações no hálito (cheiro da substancia ingerida)
• Dor abdominal e diarréia
• Salivação abundante
• Náuseas e vômitos
• Tosse e dificuldade respiratória
• Dor de cabeça
• Convulsão
• Sonolência e inconsciência
• Sinais de estado de choque
• Parada respiratória e cardíaca.

21. 3. 1. NOS CASOS DE VENENOS CORROSIVOS


• Além dos sintomas acima a vítima pode apresentar:
• Dor intensa, sensação de queimação na boca e garganta
• Deglutição dolorosa ou incapacidade de engolir
• Lesões na mucosa oral.

21. 4. CASOS EM QUE SE DEVE SUSPEITAR DE ENVENENAMENTO


• Cheiro de veneno no hálito
• Mudança de cor nos lábios e na boca
• Dor ou sensação de queimação na boca e garganta
• Vidros ou embrulhos de drogas ou de produtos químicos em poder da
vítima.
• Se a vítima comeu frutas ou folhas venenosas pode haver evidências
na boca.
• Estado de inconsciência, de confusão ou mal súbito quando for
possível acesso ou contato da vítima com venenos.

21. 5. COMO PROCEDER


21. 5. 1. VENENOS INGERIDOS
Provocar vômito:
• Fazer a vítima beber 2 a 3 copos de água morna, ou com sal, ou com
água e sabão.
• Passe o dedo indicador, um cabo de colher ou pena de galinha na
garganta da vítima.
• Repita a manobra várias vezes até que o líquido vomitado esteja
límpido.

A seguir, faça ingerir:


• Leite;
• Claras de ovos batidas
• 4 colheres de farinha de trigo ou maisena para 1 litro de água
• Batatas amassadas com água

A seguir faça:
• Procure transporte para a vítima
• Mantenha a vítima agasalhada
• Guarde o recipiente com o rótulo e os restos do veneno para entregar
ao médico.
• Esteja atento aos sinais de choque e parada cardiorrespiratoria

21. 5. 2. O QUE NÃO SE DEVE FAZER


• Não de álcool de qualquer espécie ao envenenado;
• Não provoque vômito se a vítima estiver em coma, inconsciente ou em
crise convulsiva;
• Não deixe o envenenado andar;
• Não o deixe esfriar: use cobertores para diminuir um possível estado
de choque;
• Não provoque vômito caso a vítima tenha ingerido ácido forte, uma
base ou outro solvente corrosivo ou hidrocarbonetos (soda caustica,
querosene, gasolina, água de cal, amônia, alvejantes de uso
doméstico, desodorante de banheiro, etc.).

21. 6. VENENOS ASPIRADOS


21. 6. 1. COMO PROCEDER
• Carregue ou arraste a vítima imediatamente para um local arejado e
não contaminado. Não deixe a vítima andar.
• Mantenha a vítima agasalhada, procure transporte imediatamente
• Observe as precauções do item 21. 5. 2.
• Tome medidas de precauções para não se tornar outra vítima
o Ao retirar a vítima do ambiente, se não tiver máscara, cubra o rosto
com um lenço e evite respirar até que saia do ambiente contaminado.
o Cuide par não ficar muito próximo do rosto da vítima para não inalar o
veneno.
o Após o socorro, o socorrista deve ingerir 2 a 3 copos de leite.

21. 7. ENVENENAMENTO ATRAVÉS DA PELE


21. 7. 1. COMO PROCEDER
• Dependendo do local atingido e dos recursos que dispor lave a pele
com água abundante: banho de chuveiro, de mangueira, de torneira,
etc.
• Continue aplicando jatos de água sobre a pele enquanto retira as
roupas da vítima
• A rapidez em lavar a pele é de máxima importância, pois reduz a
tensão da lesão ou da absorção do veneno.
• Após a limpeza, não passe nada no local da lesão, deixe apenas um
pano limpo e úmido no local.
• Leve a vítima imediatamente para o hospital.

21. 8. O USO DO CARVÃO ATIVADO COMO ABSORVENTE DE SUBSTÂNCIAS TÓXICAS


O carvão ativado é um absorvente eficaz para várias substancias tóxicas. O
socorrista deve procurar orientação médica ou com um centro de controle de
envenenamento para saber se seu uso está indicado para o saco em particular.
• Ele inibe o vômito induzido por Ipeca (arbusto encontrado no Brasil e
em outras partes da América do Sul, que pode causar vômito);
• É administrado por via oral, logo após a vítima ter vomitado.
• Deve-se ministrar uma ou duas colheres das de sopa em um copo de
água imediatamente.
• Não pode ser guardado preparado;
• A dose média para adulto é de 50 a 100 gramas em 75mL de água
destilada.

21. 9. MEDIDAS PREVENTIVAS


Muitas crianças morrem por engolir coisas que são venenosas. Para proteger
seus filhos siga as instruções abaixo:
• Mantenha produtos venenosos fora do alcance das crianças.
• Nunca use garrafas de refrigerante para colocar querosene, gasolina
ou outro tipo de substancia tóxica.

21. 10. VENENOS MAIS COMUNS


• Raticidas (venenos contra ratos);
• DDT, lindano e outros inseticidas;
• Remédios (de qualquer tipo, quando ingeridos em grande quantidade).
Cuidado especial com drágeas de ferro;
• Tintura de iodo;
• Alvejantes (água sanitária), detergentes, soda caustica, acido
muriático, etc;
• Cigarros;
• Álcool;
• Sementes, folhas, grãos ou frutos de plantas venenosas;
• Carrapateira (mamona)
• Fósforo
• Querosene, gasolina;
• Lixívia (barrela, decoada).

21.11 EMBRIAGUEZ ALCOÓLICA


O termo médico “alcoolismo”, que caracteriza uma condição de dependência
ao álcool (constante das bebidas), não se refere as bebedeiras ocasionais e
fortuitas, mas sim ao hábito de beber diariamente uma determinada dose e , sofrer
os sintomas de abstinência se houver uma parada brusca do hábito.
O indivíduo dependente do álcool se denomina “alcoólatra”, e não
necessariamente ele se embriaga. No entanto, não se pode passar um dia sem a
sua habitual dose, pois começa a sentir forte angústia, boca seca, tremores das
mãos evoluindo para todo o corpo, alucinações visuais ou auditivas, se persistir a
abstinência (supressão do hábito). Esses sintomas surgem tão mais rápido quando
mais velho for o hábito.
Pacientes neste estado de abstinência forçada devem ser encaminhados a
um hospital para o tratamento de emergência, pois com o decorrer da crise, se tratar
de paciente alcoólatra de longa data, provavelmente estará em péssimas condições
de saúde e emagrecimento, o que levará geralmente a uma desidratação, tremores
mais acentuados e deliris.
A embriaguez eventual geralmente alivia o individuo, tão lodo ele vomitar
alguma quantidade de álcool que não foi absorvido. Deve ser evitado qualquer
sedativo ou anestésico, pois estes potencializam o efeito do álcool.

21. 12. ESTADO GERAL DA VÍTIMA DE ENVENENAMENTO


O estado geral da vítima de envenenamento deve merecer cuidados
constantes por parte das pessoas que a atendem. Não só enquanto a intoxicação é
combatida, mais ainda quando cessados todos os sintomas (período de
recuperação).
Durante o período agudo da intoxicação é preciso dar-se atenção aos
sintomas concomitantes e secundários, combatendo-os na emergência. Assim
atende-se ao colapso, denunciado por palidez excessiva e abundantes suores frios,
com o emprego de estimular meios externos (cobertores, bolsas de água quente,
etc.) bebidas quentes.
Mesmo o paciente considerado a salvo da intoxicação deve ser mantido em
observações por dois dias prevendo-se a recorrência dos sintomas mais graves, ou
qualquer outra complicação conseguinte.

21. 13 EMERGÊNCIA IMEDIATA (RESUMO DAS MEDIDAS ACONSELHÁVEIS)


Visando melhor compreensão, as medidas de emergência serão repetidas em
resumo sucinto:
• Proceder ao reconhecimento rápido do tipo de veneno ingerido: pelo
cheiro, pelo aspecto da mucosa da boca, por informação da vítima ou
de seus familiares.
• Fazer o paciente ingerir bastante água com sal, sabão ou mostarda,
fazendo-o vomitar (exceto no caso de ácidos e álcalis)
• Tratando-se de álcalis ou ácidos proceder antes à neutralização do
veneno usando soluções ácidas (vinagre ou limão) para álcalis e
soluções alcalinas (bicarbonato de sódio, magnésia calcinada) para
os envenenamentos por ácidos.
• Depois da vítima houver vomitado aplicar uma boa dose do antídoto
universal (2 partes de carvão pulverizado; 1 parte de ácido lático ou
chá bem forte; 1 parte de óxido de magnésio ou leite de magnésia),
fazendo-a vomitar novamente e voltando a dar-lhe outra dose do
antídoto.
• Fazer depois o paciente ingerir um copo de leite com 4 a 5 claras de
ovo.
• Em casos graves procurar um médico.
• Estar atento ao estado geral da vítima, enquanto o médico não chega,
prevenindo-o de um choque ou colapso respiratório, e aplicando as
medidas adequadas a cada caso.

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