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Ernani Maria Fiori, filósofo gaúcho, esteve exilado com Paulo Freire. Esta pequena passagem é parte do prefácio
ao livro de Paulo Freire, já nosso conhecido de: Pedagogia do Oprimido. O título do prefácio de Fiori já enuncia
todo o conteúdo do livro: Aprender a dizer a sua palavra. Está na página 20 da 42ª edição do livro.
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esperemos que interminaé vel - a que alguns estudiosos do fenoê meno humano daõ o o
nome de humanizaçaõ o ou hominizaçaõ o2.
Em outros escritos estivemos aà s voltas com perguntas e buscas de respostas
bastante atuais. Questoõ es ligadas ao presente e aà construçaõ o do futuro de nossas
vidas e de nossos lugares naturais e sociais da Vida. Chegou o momento de
mergulharmos em nosso proé prio passado e na esseê ncia de nosso proé prio ser, para
procurarmos algumas respostas a respeito do misteé rio de noé s mesmos. Este e
outros escritos desta seé rie deveraõ o nos levar por alguns momentos para um pouco
longe – mas naõ o tanto - da educaçaõ o e dos dilemas mais presentes e agudamente
atuais da pessoa humana.Viajemos ateé as eras em que os primeiros seres humanos
sequer sonhavam com algo que um dia os gregos chamariam de polis e, noé s, de
cidade. Deixemos-nos levar pelo voê o de outras cieê ncias e de outras perguntas, para
depois viajarmos de volta ao ponto desde onde começamos os nossos diaé logos ao
redor da pessoa e da educaçaõ o
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Alguns livros ilustrados e de acesso mais fácil poderiam ser lembrados aqui: A origem da humanidade, de Gunther
Haaf (1982); A escalada do homem, de J. Bronowski (1983); A evolução da humanidade, de Richard E. Leakey
(1981); Origens, do mesmo autor ( 1980); O animal cultural, de Carlos París (2002). Podemos ver, ainda, de Serge
Moscovici, o intrigante e difícil Sociedade contra Natureza (1975). Recomendo especialmente o primeiro volume
de uma trilogia escrita por Marcos Arruda: Humanizar o infra-humano (2003)
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que um astrofíésico (sim, isto mesmo) tem a nos dizer a respeito de noé s proé prios e de
nossa evoluçaõ o, ao final de um de seus mais belos e conhecidos livro: Cosmos4.
Vaé ateé um espelho e veja o seu rosto com outros olhos. Voceê eé o perfeito
retrato dos seres em que noé s, os humanos, nos transformamos. Veja bem. Em voceê ...
em noé s, os olhos estaõ o situados bem na frente do rosto. E eles enxergam uma soé
imagem em foco, de muito perto ateé muito longe. Apenas noé s vemos o mundo assim.
Nossos fraé geis olhos percebem uma extrema variedade de cores e de tons, para
muito aleé m das cores do arco-íéris. Alguns antropoé logos afirmam que os esquimoé s
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Carl Sagan, Cosmos, Livraria Francisco Alves, Rio de Janeiro, 1984, ps. 282 a 284.
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Devemos observar que esta opção da escolha de Carl Sagan não é universal. Outros estudiosos do passado remoto
da vida e das origens da vida humana na Terra acreditam que quando nossos ancestrais viviam sobre árvores no
interior de grandes florestas do centro da África, houve um momento em que o choque tectônico provocado pelo
encontro do que hoje em dia é a Índia com o continente asiático provocou uma severa variação geológica, climática
e botânica no continente africano, inclusive pelo surgimento da Cordilheira do Himalaia, que impediu que ventos
unidos chegassem até lá. Em muitos milhares de anos florestas transformaram-se em savanas e a vida nas árvores
tornou-se impraticável.
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(depois, como as dos morcegos) para voar como eles. Nunca conseguiu. Muitos
outros tentaram a mesma coisa... e naõ o saíéram do chaõ o.
Entretanto ele via os paé ssaros que laé do alto talvez o vissem tambeé m. E
enquanto os paé ssaros viam e percebiam um homem, o homem que os via percebeu
os seus voê os, pensou sobre “aquilo”, imaginou-se voando, sentiu o desejo de voar,
pensou a maé quina voadora, desenhou-a no papel e a construiu. Ele fez o que voceê e
todos os seres humanos, cada um a seu modo, cada um de acordo com seus dons e a
sua vocaçaõ o, saberiam sentir, pensar e fazer. E um dia o homem construiu as
maé quinas com as quais, sem asas no corpo, mas fabricante de asas, ele começou a
voar.
Pois um paé ssaro voa com um par de asas. Noé s, com as asas de nossas
ideé ias e os voê os de nossa imaginaçaõ o. No momento exato de sua morte a pequenina
ave fecha os olhos, sente o coraçaõ o parar de bater, cai do galho, cessa de viver e volta
aà terra. Noé s, os seres humanos, diante da mesma morte nos cercamos de palavras, de
gestos, de ritos e de síémbolos. Lembramos uma vez ainda a vida vivida, falamos a
noé s mesmos, aos nossos familiares queridos e a um deus. Entre preces e prantos
dizemos despedidas e palavras de dor e de esperança. E ao cerrar os olhos, o quem
ou o queê de noé s deixa o corpo dado tambeé m aà terra e vai para onde? Porque? Em
nome de quem?
Livres, porque somos uma conscieê ncia que pensa e se pensa, somos a
aventura, a gloé ria e o terror de termos de viver dentro de treê s tempos: o passado, o
presente e o futuro. Vivemos o presente entre outros tempos, enquanto tudo o que
vive aà nossa volta contenta-se em viver um soé e instantaê neo presente. Por isso as
vacas comem capim, enquanto noé s nos alimentamos de folhas de alface, chocolates
(aà s vezes quando queremos nos compensar por uma frustraçaõ o), hoé stias
consagradas, panetones na Paé scoa e antidepressivos. Um animal vive cada momento
do presente momentaê neo e fugaz, vivido como se ele fosse sem fim. Suprema
felicidade! Em noé s, quantas vezes uma lembrança ruim de um passado distante nos
rouba o sono do presente! Mas em quantas outras vezes, em nome de um sonho de
um futuro velamos outras noites e noites lendo, pensando e estudando!
Uma outra diferença importante. Dentre toda a imensa variedade de seres
da teia da vida, somos a ué nica espeé cie que ao inveé s de transformar-se fisicamente
para adaptar-se ao mundo natural, começou a transformaé -lo de maneira motivada e
intencional, para adaptaé -lo a noé s. Castores fazem diques na aé gua. Formigas
constroem cidades debaixo da terra e abelhas realizam haé muitos milhoõ es de anos
colmeé ias que saõ o verdadeiros modelos de arquitetura. Mas em todos estes e outros
animais construtores, o fazer naõ o eé um criar. Ele eé uma extensaõ o instintiva das leis
de comportamento da espeé cie, impressas no corpo de cada indivíéduo que a ela
pertence.
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mundo intencional e inteligentemente criado pela açaõ o humana. Trabalho, cieê ncias,
tecnologias - das mais arcaicas aà s mais atuais, das que praticam as nossas
sociedades indíégenas ateé as criadas mais recentemente pela empresa capitalista “de
ponta - eis aqui eixos e elos de processos e produtos da cultura humana em
continua interaçaõ o. A casa construíéda em qualquer lugar eé um produto do saber, do
labor e do trabalho humano atraveé s de um momento do socializar a natureza e criar
mundos de cultura10. E realizar isto atraveé s de processos culturais que envolvem as
mais diferentes tecnologias de relaçoõ es com forças, energias e mateé rias da natureza,
fundadas em princíépios de conhecimentos de diferentes saberes entre as artes e as
cieê ncias.
Hoje em dia tendemos cada vez mais a considerar a cultura naõ o tanto
como os produtos materiais da açaõ o dos homens sobre a natureza, mas como os
processos sociais, mentais e simboé licos atraveé s dos quais noé s estamos
continuamente criando, desconstruindo (para usar uma palavra da moda) e
recriando redes, teias e tramas de palavras e de ideé ias, de síémbolos e significados
com que construíémos os nossos diferentes mundos humanos. A cultura naõ o eé uma
coisa e nem um sistema de coisas. Naõ o eé um poder e nem uma forma de controle. Ela
eé , antes, um contexto, um acontecer da vida humana transformada naquilo que a
torna compreensíével e comunicaé vel para noé s mesmos e entre noé s mesmos.
pararam ateé mesmo os macacos mais semelhantes a noé s. Que passagem? Qual salto?
O de havermos aprendido a criar um mundo de relacionamentos entre pessoas e de
interaçoõ es entre grupos de pessoas fundado, tambeé m, em regras sociais.
Ateé os pequeninos animais de vida social mais complexa e elaborada,
como as abelhas e os cupins, e mesmo entre os animais que associam uma vida
social complexa a uma plasticidade de inteligeê ncia e de comportamento interativo
muito expressiva, todos eles vivem a experieê ncia do coletivo seguindo gramaé ticas
inteiramente naturais de controle de impulsos e de condutas.
Mas noé s fomos um pouco aleé m. Somos uma espeé cie ué nica de criadores de
diferentes estilos de vida, de padroõ es de conduta, de sistemas de valores, preceitos e
princíépios, de regras de comportamento, de coé digos de conduta, de gramaé ticas de
relacionamentos e de categorias diferenciais de identidades.
E, assim sendo, somos, os humanos, universais criadores de contos,
cantos, mitos, poemas, ideé ias, ideologias, eé ticas e religioõ es. Sistemas de saber,
sentimento e sentido, com o que continuamente estamos nos dizemos e declarando:
quem somos e quem naõ o somos; quem saõ o os outros que naõ o saõ o ”noé s”; como se
deve ser e comportar diante de cada outro de nossos cíérculos de vida; como cada
categoria de indivíéduo natural (como o “macho” e a “feê mea”), transformados
culturalmente em categorias de sujeitos sociais (como “homem” e “mulher”,
“marido” e “esposa”, “maõ e” e “filha”, “jovem” e “anciaõ o”, “nativo” e “estrangeiro”)
devem se reconhecer e se relacionar.
A passagem cultural da lei para a regra representa o traê nsito do domíénio
animal da natureza para a cultura. Os animais se acasalam segundo os seus desejos,
regidos pela “lei da espeé cie”. Homens e mulheres se buscam, se encontram, se amam,
casam, transam e geram filhos, vendo e vivendo os seus desejos transformados em
síémbolos e em significados de suas culturas. Em experieê ncias pessoais pensadas e
vividas como iniciativas e rotinas culturais de acordo com os seus sistemas de
valores e submetidos a princíépios e coé digos de relaçoõ es pelos quais os indivíéduos se
transformam em pessoas. Quando a mulher amada se transforma em esposa; o fruto
do amor em filho e a cumplicidade estabelecida de “tudo isto” em uma famíélia. Em
algo aleé m: em uma rede de parentes, em uma fraçaõ o de aldeia, em uma “metade” de
uma tribo, em um momento de uma naçaõ o, no sentido de uma identidade, o culto de
uma feé , a partilha de uma visaõ o do mundo.
Enfim, seja como uma resposta coletiva aà s necessidades biopsicoloé gicas
do indivíéduo e da espeé cie, tal como se alimentar, sobreviver ao frio e aà noite, dar
sentido ao temor da morte e aà alma, amar, parir e criar filhos; seja como uma
exigeê ncia interposta aos homens pela proé pria vida social, que de algum modo os
antecede e os faz serem humanos, o fato eé que inevitavelmente a dimensaõ o humana
da existeê ncia inaugura no mundo uma constante e crescente tensaõ o. E qual eé ela? EÁ a
tensaõ o entre o dado e o criado, entre o cru e o cozido, entre a lei natural que rege a
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vida coletiva de um bando de orangotangos e a regra social que, ao lado das forças
da natureza, regulou pela primeira vez a vida social de um grupo de hominíédeos de
quem herdamos a vida e o dilema de termos de pensar infinitamente a vida que
construíémos e que vivemos.
A cultura eé e estaé , assim, presente tanto nos atos e nos fatos atraveé s dos
quais noé s nos apropriamos do mundo natural e o transformamos em um mundo
humano, quanto estaé viva e presente nos gestos e nos feitos com que nos criamos a
noé s proé prios, ao transitarmos de organismos bioloé gicos a sujeitos sociais. E ao
realizarmos “isto”, criando socialmente os nossos proé prios mundos. E construíé-los
atraveé s tanto do trabalho das maõ os que transformam o fruto de uma planta na
farinha e no paõ o, quanto dos padroõ es de conduta que prescrevem quem, em que
situaçoõ es, a que horas do dia, atraveé s de que gestos e na companhia de quem, pode
ou deve comer... o paõ o.
Isto eé o mesmo que dizer que ao mesmo tempo em que produzimos
materialmente as condiçoõ es naturais de nossa sobreviveê ncia como pessoas,
comunidade e espeé cie, recriamos a cada momento as condiçoõ es sociais e simboé licas
do exercíécio da experieê ncia interativa do tornar a sobreviveê ncia uma viveê ncia. E
tornar a viveê ncia uma conviveê ncia dotada de valores, de síémbolos, de saberes,
sentidos e de significados. Eis porque, em termos bastante atuais, falamos que a
cultura estaé mais no queê e no como noé s nos dizemos palavras, ideé ias, síémbolos e
mensagens entre noé s, para noé s e a nosso respeito, do que no que noé s fazemos em
nosso mundo, ao nos organizarmos socialmente para viver nele e transformaé -lo.
E agora chegamos ao ponto em que nos defrontamos com um belo e
original sentido da ideé ia de nossa liberdade. Ao levarmos a vida do reflexo aà reflexaõ o
e do conhecimento aà conscieê ncia, noé s acrescentamos ao mundo o dom gratuito do
espíérito. Com ele, noé s nos tornamos senhores do sentido e criadores de uma vida
regida naõ o pelo sinal e pelo instinto, como entre nossos irmaõ os animais, mas pelo
síémbolo e pelo sentimento.
Somos uma espeé cie ué nica que ao longo de toda a histoé ria da humanidade
- e tambeé m em cada pequenino momento da vida cotidiana - estamos a todo o
tempo criando e recriando as teias e as tramas de síémbolos e de significados atraveé s
dos quais, para muito aleé m dos simples atos dos trabalhos da sobreviveê ncia
bioloé gica, noé s buscamos sem cessar respostas aà s nossas perguntas. E estabelecemos
sentidos ora mais efeê meros, ora mais duradouros para as nossas vidas. E
consagramos valores e princíépios para a nossa mué ltipla conviveê ncia em cada escala
de nossa vida do dia-a-dia. E tambeé m para a longa, sinuosa e aà s vezes terríével
trajetoé ria da histoé ria de uma cidade, de uma naçaõ o, de toda a humanidade. E nos
impomos coé digos e gramaé ticas de preceitos e regras para podermos viver no ué nico
mundo que nos eé possíével: uma sociedade humana e as suas vaé rias culturas.
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Observem bem que ateé aqui Paulo Freire parece estar afirmando o oposto
do que afirmei acima. Tanto o pequenino cachorro quando a criancinha vivem e
viveraõ o destinos regidos pelo inacabamento. Pelo imprevisíével mesmo, pois isto faz
parte da proé pria natureza mais íéntima da vida. Sim, em boa medida isto eé
verdadeiro. A aé rvore que voceê tem em seu quintal, ou na sua calada, nunca eé a
mesma em duas manhaõ s seguidas. Nem mesmo em dois momentos seguintes. Ao
longo dos instantes e no variar das estaçoõ es do ano, ela eé sempre a mesma e outra.
Haé um tempo dos galhos secos, um tempo da reposiçaõ o das folhas, um tempo do
surgimento das flores, um tempo da maturaçaõ o dos frutos. E este ciclo vital iraé se
repetir ao longo dos aos. Ateé mesmo depois de “morta”, ela continua “viva”. Sua
mateé ria vegetal e mineral retornaraé aà terra. Ela que de terra se nutriu, morta
transforma-se na terra de onde veio. D algum modo revive nas aé rvores que
nasceram de suas sementes. Mas mesmo que isto naõ o aconteça, reviveraé no unir-se aà
mateé ria e aà energia da Terra e da Vida que tornaraõ o possíével a existeê ncia de outras
vidas: de outras aé rvores, de outros animais, de outras pessoas, como voceê .
Logo a seguir, na mesma entrevista, Paulo prossegue o seu pensamento e
chega ao momento de uma distinçaõ o importante para noé s. Prossigamos.
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Paulo Freire Pedagogia da tolerância, livro de artigos depoimento e entrevistas organizado por Ana Maria Araújo
Freire. Foi publicado pela Editora da UNESP, de São Paulo, em 2004. Está na página 324.
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Lembrei linhas acima que noé s somos quem somos porque somos seres
aprendentes. Somos seres vivos dependentes de estarmos a todo o tempo de nossas
vidas – e naõ o apenas durante algumas “fases” dela – aprendendo e reaprendendo.
Somos pessoas humanas porque dependemos inteiramente dos outros e de nossas
interaçoõ es afetivas e significativas com eles para aprendermos. Para aprendermos a
saber naõ o apenas algumas habilidades da espeé cie, como os animais. Somos humanos
porque precisamos estar continuamente em relaçaõ o com os outros –desde o ué tero
materno – para passarmos de indivíduos naturais a pessoas sociais.
Amebas sequer precisam de genitores para se multiplicarem. Partem-se
ao meio e de uma velha nascem duas jovens. Tartarugas precisam de um par de
macho e feê mea para serem um dia os ovos de que nasceraõ o tartaruguinhas. Mas elas
de modo algum naõ o precisam da presença de suas maõ es para saíérem dos ovos e da
areia prontas para a vida. Paé ssaros necessitam, antes e depois do ovo, da presença
acalentadora e protetora da maõ e, ou do par de pais, para completarem por algum
tempo e por sobre a biologia do corpo, aquilo que eé o saber da espeé cie e se
individualiza em cada um deles. Lobos naõ o dispensam o conviver durante um tempo
bastante alongado com os pais e, depois, com a comunidade da alcateé ia, para se
socializarem completamente. Macacos, bem mais ainda. Eles aprendem com os pais
e com outros de seus bandos, por um tempo bastante maior. E entre eles posiçoõ es do
corpo, como o amamentar e o olhar de frente a cria, gestos interativos, jogos
expressivos, pequenos ritos e cuidados afetivos que os aproximam muito de noé s
mesmo.
E noé s, os estranhos seres humanos?
Noé s somos o extremo da experieê ncia em que a vida de um indivíéduo
precisa aprender, interativa, social e culturalmente, para tornar-se um ser pessoal,
uma pessoa. E, para aleé m de sua peculiar e ué nica individualidade, uma pessoa eé
tambeé m a cultura de uma gente, de um povo, de uma famíélia, realizada na vida e na
experieê ncia ué nica de um algueé m como... voceê .
Somos porque aprendemos. E aprendemos de muitas maneiras, em
muitas situaçoõ es e em diferences formas de interaçoõ es. E a educaçaõ o possui na
criaçaõ o e recriaçaõ o da vida humana, um lugar bastante mais essencial do que em
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Paulo Feire, op. Cit. Página 325. A fala de Paulo Freire respondendo à pergunta prossegue, mas a interrompi
justamente no momento em eu ele fala sobre a educação.
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A FLAUTA DE PRATA
Arruda, Marcos
Humanizar o infra-humano – a formação do ser humano integral
2003, Editora VOZES, Petroé polis
Betto, Frei
Sinfonia pastoral – a cosmovisão de Teilhard de Chardin
1997, Editora AÁ tica, Saõ o Paulo
Betto, Frei
Obra do artista – uma visão holística do universo
2003, Editora AÁ tica, Saõ o Paulo
Moscovici, Serge
Sociedade contra natureza
1975, Editora Vozes, Petroé polis
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Frei Betto, A arte de semear estrelas, Editora Rocco, do Rio de Janeiro, em 2007. Está na página 91.