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E
preparação para Iº teste, dia 05 de Nov. 13
Caso 1.
Armanda foi admitida como camionista ao serviço da empresa de Berto,
empresa sediada em Lisboa, e com sucursais na Mealhada e no Porto, em 2007/09/01.
A sua atividade consistia em conduzir um camião que circulava entre Lisboa e a
Mealhada.
Em 2010/04/06, Armanda recebeu uma comunicação escrita da empresa de
Berto na qual a respetiva direção a informava que, por razões de gestão, deveria
passar a prestar os seus serviços apenas na Mealhada. Armanda reside em Lisboa e
esta mudança implicará, para além de outras alterações na sua vida pessoal, uma
impossibilidade de continuar a residir na mesma cidade onde estudam os seus dois
filhos menores e onde trabalho o seu marido. Armanda pretende saber se pode
legitimamente recusar-se a cumprir a ordem do empregador, e em que termos, sendo
certo que, as partes estabeleceram um acordo onde constava a seguinte cláusula: “o
empregador pode transferir o trabalhador, em qualquer momento e em quaisquer
circunstâncias, para local de trabalho diferente do estabelecido”.
Resolução:
Antes de mais, importa referir que estamos perante um contrato de trabalho. A
noção de contrato de trabalho resulta do artº1152CC e artº11 CT (é aquele pelo qual
uma pessoa singular se obriga, mediante retribuição, a prestar a sua atividade a
outra/s pessoa/s, no âmbito de organização e sob a autoridade desta/s )). O contrato
de trabalho como um contrato quer dizer que é um negocio jurídico bilateral porque
existe duas declarações de vontades de conteúdo oposto mas convergentes. É um
contrato bilateral sinalagmático mas é imperfeito embora há prestação de trabalho e
contraprestação mas em alguns casos há retribuição sem prestação de nenhuma
atividade laboral, por exemplo o subsidio de ferias. É um negocio oneroso porque
exige vantagens e sacrifícios pelas ambas as partes, é um contrato de carater
obrigacional na medida em que não constitui um direito real uma vez que trata de um
Caso 2.
Bernardino foi admitido como “empregado de escritório” numa empresa de
pesca pertencente a Carlos por força de um contrato de trabalho, em 30/11/2006
auferindo a partir de 2010 um vencimento mensal de 800 euros. Em 15/04/2010, foi
transmitida a Bernardino uma ordem no sentido de ir, durante alguns meses, para a
faina no mar.
Bernardino recusou-se a acatá-la, declarando que aceitaria qualquer outro
serviço, desde que compreendido no âmbito das suas funções profissionais, não
obstante preferir continuar a ser “empregado de escritório” pois era aquele que
sempre tinha
exercido e pelo qual auferia retribuição superior.
O empregador ainda lhe assegurou que a retribuição seria a mesma, e alegou as más
condições económicas que a empresa estava a atravessar, mas Bernardino continuou
a recusar.
Considera legítima a recusa de Bernardino?
Resolução:
No caso em análise, estamos perante um contrato de trabalho. A noção de
contrato de trabalho resulta do artº.1152.º CC e artº.11.º CT (é aquele pelo qual uma
pessoa singular se obriga, mediante retribuição, a prestar a sua atividade a outra ou
outras pessoas, no âmbito de organização e sob a autoridade destas). Deste modo,
atendendo ao artº11 CT, o contrato de trabalho contem três elementos que são:
prestação de uma atividade (sendo esta uma atividade humana e licita desde que apta
a corresponder a um interesse do credor), retribuição (contrapartida patrimonial da
prestação da atividade prestada pelo trabalhador, nos termos do artº.258.ºno. 1 do
CT) e subordinação jurídica (que decorre do facto de a prestação da atividade ser
realizada no âmbito da organização, sobre autoridade e direção do empregador).
O problema do caso prende-se com a determinabilidade do objeto da atividade
contratada. Portanto, o que é a atividade contratada, qual é e como determiná-la. A
atividade contratada é a atividade a que o trabalhador se obriga quando celebra o
Deste modo a lei permite para a polivalência funcional nos termos do 118 que
sejam exigidas aos trabalhadores outras tarefas fora da categoria, ao dizer que a
atividade contratada compreende não só as funções correspondentes à atividade
como as funções que lhe seja afins ou funcionalmente ligadas desde que obedeça aos
requisitos do artigo, que são: ser funções afins ou funcionalmente ligadas (ou seja
exista uma proximidade quanto à natureza e características de trabalho); para as quais
o trabalhador tenha qualificação adequada; e que não impliquem a desvalorização
profissional. Quanto à mobilidade funcional no artº120.º do CT, que exige a
observância dos requisitos que constam neste artigo, nomeadamente: o interesse
objetivo da empresa o exija (estando ligado a situações ou ocorrências anómalas na
vida da empresa); tem de ser uma variação transitória ( que ano deve ultrapassar os
dois anos), não pode implicar uma modificação substancial da posição do trabalhador
nem uma diminuição da retribuição (sendo que a modificação substancial está
relacionada com a posição do trabalhador na empresa, com os conhecimentos e
qualificações do trabalhador); e a ordem tem de ser expressa e justificada pelo
empregador.
No caso em concreto, estamos perante uma situação de mobilidade funcional,
pois ir para a faina, não se enquadra no objeto contratual pelo que extravasa. Deste
modo, verificados os requisitos, até existe um interesse objetivo da empresa, o facto
de ser alguns meses pode indicar que está preenchido este requisitos, a retribuição
seria a mesma, mas porem, implica uma modificação substancial do trabalhador, pelo
que a recusa do Bernardino é legítima uma vez que o empregador viola o direito dele
assim como diz que os direitos dos trabalhadores são os deveres do empregador nos
termos do art.128.º no.1 al. e da última parte remete para art.328.º e artº.129.º al. e
do CT.