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DISCURSIVA PARA O TRF 5ª REGIÃO

ANALISTA JUDICIÁRIO-JUDICIÁRIO

EXECUÇÃO DE MANDADOS

Profa. Júnia Andrade

Aula 01

Olá!

Como você já deve saber, esta é a aula que sustenta a base de sua
discursiva nos concurso da FCC.

É muito importante que você leia esta aula com cuidado e anote
tudo o que considerar estrategicamente essencial para fazer o efeito
desejado, de acordo com a característica do seu texto.

Há alunos, por exemplo, que têm mais dificuldades para levar ao


texto mais informações. Ou seja, são objetivos demais e precisam
aprender a “ganhar linhas”. Há outros que fazem justamente ao
contrário: escrevem muito e, com isso, não conseguem emitir
informações claras e objetivas.

Na aula, o norte é seguir o que sempre gerou resultados positivos


nas provas da FCC e atualizá-los sobre as cobranças dos examinadores
hoje.

Sim, as cobranças mudam de perfil ano a ano. São sutilezas que


definem os cinco pontos a mais que seu concorrente conseguiu e, talvez,
você, não.

Então, concentre-se nesta leitura, anote o que for significativo e já


vá esquematizando a estrutura dos sonhos para que a prova da FCC
possa ser feita de maneira ágil, porém segura.

É TRADIÇÃO NA DISCURSIVA DA FCC ACERTAR OS SEGUINTES


PONTOS

1º - Ser bem objetivo e apresentar soluções imediatas.

2º - Escrever com clareza: evite brincar com o vocabulário para não criar
incoerências entre a linguagem e seus argumentos. Quanto mais você
simplifica a linguagem, menos você se arrisca.

3º - letra legível: não importa se você usa letra cursiva, letra de forma,
se suas letras se misturam. O importante é deixar os sinais gráficos bem
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às claras e cuidar da aparência das letras para evitar confusões. Os


examinadores da FCC não costumam se esforçar para entender que seu
A não é um O.

4º - Montar parágrafos que organizem o conhecimento, de acordo com a


ordem de pedidos, presente no tema.

5º - Jamais escolha o meio termo quando houver uma polêmica. Adote


uma posição e a defenda com rigor e com comprovações.

6º - Título é opção. A maioria das pessoas nem o empregam nas suas


redações, muito menos nas discursivas que cobram conhecimentos
específicos.

7º - A folha definitiva costuma ser menor do que a folha de rascunho. É


quase imperceptível, mas é uma estratégia comum da banca para
desespero dos candidatos que correm contra o tempo. Assim, para uma
redação cujo máximo são trinta linhas, faça um rascunho com vinte e
sete para que o conteúdo caiba na folha definitiva.

AS COBRANÇAS ATUAIS DA FCC: O QUE 2012 RESERVA NAS


AVALIAÇÕES.

1º - Seja bem objetivo e claro, ainda nas primeiras linhas da introdução.


Quanto mais rápido você responder a questão ou oferecer alguma
solução para determinado caso, melhor será.

2º- Não faça parágrafos com menos de quatro linhas. O ideal é que eles
meçam entre 4 a 8 linhas.

3º - A estrutura da sua redação deve deixar transparecer as tarefas


enunciadas. Sendo assim, você deve tomar cuidado para seguir
essencialmente a ordem do tema.

4º - Cuidado com a redação do A maiúsculo. Seja ele cursivo ou feito em


letra de forma, use a forma maiúscula correta. Assim, não use o “a”
minúsculo grandinho, para que ele possa simbolizar o maiúsculo.

Amanhã...
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5º- não escreva menos de 26 linhas quando o máximo for 30. Nas
últimas correções, os examinadores valorizaram redações que
aproveitaram mais o papel. É lógico que, se seu conhecimento já tiver
sido esgotado e a questão estiver respondida corretamente, você não
precisará criar factoides para encher linhas.

AS ESCOLHAS DE TEMAS DA FCC HOJE

Nos concursos em que há cobrança de discursivas, as bancas


podem adotar duas posturas temáticas:

1º - questões diretas e bem objetivas: a banca propõe um tema que


resume o pedido numa frase ou propõe tema que traz o pedido subdivido
em tópicos.

Exemplos:

TRT- 20ª R/2011 – tema único com proposta objetiva:

A Prova Discursiva-Redação deverá ter extensão mínima de 20 (vinte)


linhas e máximo de 30 (trinta) linhas.

1. Responda fundamentadamente no que consiste a penhora, no Direito


Processual do Trabalho, bem como quais são os seus efeitos.

TRT -14ªR/2011 – tema seguido de tópicos ou aspectos complementares

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2º - apresenta-se uma história fictícia que servirá de base para você


demonstrar seus conhecimentos teóricos, aplicando-os ao caso fictício
proposto.

TST/2008/Cespe

Não obstante quaisquer formas propostas, o que valerá será


sempre o seguinte:

1. Resposta bem objetiva.

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2. Organizada, de acordo com a ordem dos pedidos temáticos.

3. Fundamentada – em lei, jurisprudência e outras fontes de


sustentação.

ESTRUTURA E CONTEÚDO

Os temas de provas discursivas são organizados, geralmente, de


modo a facilitar a leitura dos examinadores.

Muita gente idealiza o processo de correção e tende a trabalhar


seus textos, segundo sua forma de idealização. Mas vale conhecer um
pouco mais de perto o trabalho das bancas para você compreender como
é bom ter uma estratégia estrutural de texto que atinja, em cheio, seu
examinador. Saibamos mais sobre o processo de correção!

Antigamente, e isto ainda acontece com algumas bancas, todos os


examinadores eram reunidos num só local. Ali recebiam as provas dos
alunos e naquele local, isolados de tudo, teriam de fazer todos juntos a
correção das provas discursivas de um concurso.

Hoje em concursos, as redações de boa parte de organizadoras


mais famosas são digitalizadas. Esse processo traz duas vantagens: ele
permite mais celeridade quanto à entrega de resultados e faz com que as
redações não precisem ser corrigidas num só lugar por um grande grupo
de examinadores, praticamente trancafiados para isso.

O que parece ser hoje um processo inseguro, na verdade, acabou


resultando numa quase fórmula de correção objetiva. Essa objetividade e
linearidade de leitura nos permitiu traçar um perfil de estrutura para os
textos, já que os examinadores promovem uma leitura vertical das
redações. Essa leitura é pautada por princípios textuais, tais como

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construção objetiva do texto, clareza de informações, organização de


ideias e comprovação de argumentos.

Assim, nos concursos, acerta a redação o candidato que consegue


se aproximar mais dessa leitura vertical do examinador. Nos certames,
não pesa a redação exemplar, típico modelo escolarizado de quem
compõe textos para exprimir sua inteligência sobre os fatos aventados.
Nos concursos, prevalece, sim, a atenção ao que está sendo,
definitivamente, pedido no tema e ao modo como essa estrutura deverá
ser organizada no texto.

Assim, vamos expor o que deve ser feito para que, logo na
primeira redação, você possa apresentar uma estrutura familiar à leitura
tradicional da FCC.

Reitero que o que você lê aqui é uma sugestão estrutural. Há


outros caminhos, mas considero este o mais eficaz, na medida em que
os cada vez mais testemunho alunos sendo aprovados em concursos nos
quais optaram pela “espinha dorsal do texto”, apresentada nas linhas a
seguir.

Desenvolvimento de estudos de casos

Comecemos pela temática que mais desafia os redatores em


concurso: os estudos de caso. Depois, ficará fácil conceber formas mais
objetivas de propostas temáticas.

Quando houver estudo de caso – ou seja – um caso fictício a partir


do qual será desenvolvida a redação, alguns procedimentos são
importantes:

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1º - antes de começar a responder os pedidos temáticos, faça uma


síntese do caso. Não é obrigatório fazê-la. Mas é bom para que suas
respostas encontrem coesão, ou seja, vínculo com o que foi proposto no
caso fictício.

Exemplo – tema 01- Aspectos de introdução do texto

Vinícius, aluno de uma universidade pública, atuava como “trainee”, após


ter conseguido a vaga por processo de seleção, na área de TI da própria
universidade, responsável pelo controle de matrículas de milhares de
novos ingressantes universitários. No mês passado, o coordenador geral
da área em que Vinícius atuava descobriu que quatro notebooks,
pertencentes à universidade, haviam desaparecido. No curso das
investigações que se iniciaram, descobriu-se que era Vinícius quem
subtraía os materiais e descobriu-se também, por meio de uma denúncia
feita pelo próprio Vinícius, que Paulo, supervisor dos trabalhos da equipe
de Vinícius, já sabia dos fatos e vinha constantemente exigindo-lhe
dinheiro para não denunciar o furto. Acrescenta-se que até a ocorrência
de todos os fatos Vinícius não possuía vencimentos ou qualquer outra
ajuda financeira por parte da universidade, pois constava em contrato
que os pagamentos só ocorreriam dois meses depois do período de
treinamento inicial dos bolsistas.

Considerando os fatos e à luz da Lei, disserte acerca dos crimes


praticados por funcionários públicos, analisando-se, para efeitos
penais, a posição de Vinícius e de Paulo quanto à prática dos ilícitos.

Redação – trecho 1

Vinícius, trainee da área de Tecnologia de Informação de uma


universidade pública, praticou o crime de furto de quatro notebooks de posse
da universidade onde trabalha. Pedro, supervisor dos trabalhos da equipe de

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Vinícius, sabendo do caso, exige dinheiro de seu subordinado para não


denunciá-lo pela prática do furto cometido.
Para o Direito Penal, Vinícius, embora ocupe o cargo de trainee na
universidade, ou seja, ele não possui um cargo efetivo na autarquia, é
considerado funcionário público por equiparação para fins penais. Assim,
poderá responder pelo crime de peculato-furto, uma vez que se valeu de seu
cargo para efetuar o delito.

Perceba que somente depois de retomar o caso, o candidato


procede à resposta do primeiro item – a situação de Vinícius, em face da
Lei.

Os parágrafos seguintes, após a introdução, deverão abordar na


ordem dada pelo tema o desenvolvimento de cada assunto. Sem esse
ordenamento, o examinador encontra dificuldades para localizar
rapidamente as respostas e tende, por isso, a retirar pontos do quesito
estrutura, visto que esse prevê clareza de exposições.

Exemplo – tema 02 – clareza, organização e precisão vocabular

TRT 20ª R – FCC/2011. Responda fundamentadamente, no que concerne ao Direito


Processual do Trabalho, em que consistem os efeitos translativo, regressivo,
substitutivo, devolutivo e suspensivo dos recursos.

Redação – trecho 2

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EXECUÇÃO DE MANDADOS Abordagem visível do


primeiro aspecto.
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Abordag
em
visível do
segundo
aspecto.

Veja que cada parágrafo do trecho da redação acima sustenta um


efeito (no tema), abordando-o na ordem dada no tema.

Assim, o correto é o seguinte:

- abordar cada parte do tema, na ordem dada, e com bastante clareza.


Para tal, evita-se a substituição por sinônimos, logo na primeira
abordagem. Tal fato só pode ser feito, depois dessa abordagem do
aspecto ainda nas primeiras linhas.

Haverá perda de pontos se fizer o seguinte:

- responder os termos do tema fora da ordem prevista no tema.

- Não usar precisão vocabular, empregando no lugar dos termos do


tema sinônimos.

- “Esconder” do examinador o assunto abordado. Sempre o deixe à


mostra.

Exemplo – tema 03 – consistência argumentativa


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Observe as seguintes passagens, extraídas de redações de ex-


alunos:

Trecho 03

De acordo com Paulo Viceconti e Silvério das neves, são três os instrumentos clássicos da
política monetária: o depósito compulsório, a taxa e a condição de redesconto e a
operação de compra e venda de títulos no mercado aberto (open-market). Dependendo
da situação, o governo necessita expandir ou contrair a base monetária (quantidade de
moeda que circula na economia) utilizando esses instrumentos.

Trecho 04

Tanto o trecho 03 quanto o trecho 04 possuem algo em comum: a


presença de elementos típicos de comprovação. Ambos os textos
remontam suas explicações a teóricos importantes. Isso traz sustentação
aos textos e na FCC isso é algo imprescindível.
Textos sem sustentação podem gerar a perda de até 30% da nota,
o que significa perda séria para uma banca que exige redações
impecáveis.
Assim, vale anotar as seguintes recomendações:
- no desenvolvimento, comprove tudo o que explicar.
- Essa comprovação deve ocorrer parágrafo a parágrafo, sem deixar
explicações sem sustentação.

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A consistência hoje

Leis, doutrinas, jurisprudências, regimentos, leis específicas,


autores, professores (de renome na área na qual lecionam, mesmo que
não sejam autores), textos de sitos oficiais e Códigos são instrumentos
essenciais para a comprovação de informações.

O candidato não precisa, no caso de citar leis, detalhar artigos,


incisos etc. Basta aludir à lei. Naturalmente, o detalhamento da prova
dependerá da habilidade dos demais concorrentes. Mas até hoje o
simples fato de aventar a prova tem sido motivo de aprovação, já que
muitos candidatos nem sequer fazem menção a uma fonte de
comprovações.

Hoje o ideal não é fazer como o fez o candidato que redigiu a prova
do texto 03. O correto é paráfrase, ou seja, escrever com nossas
palavras o que compreendemos da fonte à qual recorremos. Assim, ficam
dispensadas as aspas.

Citar números e exemplos fatuais também é uma boa estratégia.


Mas as correções da banca têm revelado a preferência pelas fontes de
autoridade, ou seja, as primeiras que enumeramos no início deste
assunto.

Pode-se, então, repetir a fonte de comprovação, expandindo-a para


outros parágrafos e assuntos?

Sim! Podemos repetir a prova.

Sempre precisaremos fazer uma introdução para a redação?

Não! Nos concursos, nem sempre. Tudo depende de como o tema


está organizado. Há propostas temáticas, típicas das questões

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discursivas, que são muito longas, porque são seguidas de “aspectos”


complementares. Normalmente esses aspectos, por si sós, já
movimentam o texto para que este se desenvolva quase que, por
completo, sobre eles. Assim, no lugar de uma introdução geral, caberá a
resposta imediata ao primeiro “aspecto” do tema.

Se houver estudo de caso, como dissemos, o primeiro parágrafo


terá a função de resumir o caso.

Mas a resposta à problemática deverá ser imediata ao resumo.

Exemplo - Tema 04

TRT 24ªR/2011 - Discorra sobre os Embargos de Terceiro no


Processo Trabalhista mencionando:

− conceito;

− hipóteses de cabimento;

− legitimidade para interposição;

− procedimento.

Introdução eficaz:

De acordo com o Código de Processo Civil, Embargos de Terceiro é


remédio processual, posto à disposição de quem, por estar fora das partes do
processo, tem seus bens apreendidos por ação judicial. Isso acorre nos casos
de penhora, depósito, arresto, sequestro, alienação, inventário etc.

As frases

As frases devem ser curtas e confeccionadas na ordem direta,


preferencialmente – evitam-se frases com mais de três linhas.

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• Cada parágrafo deve ser uma “célula” a conter determinado


assunto.
• Enumerações exaustivas devem ser evitadas. Logicamente, a
banca os envolverá nisso para induzi-los a estender a frase. Assim,
se vamos enumerar elementos, devemos fazê-lo e promover, a
cada parágrafo, quebras importantes, seguidas de um conector
aditivo: Além disso, há também etc.

• A linguagem deve permanecer formal e o uso de siglas deve ser


contido. Assim, só se empregarão siglas oficiais e estas deverão
ser usadas quando realmente for necessário.

Mas, antes de rascunhar a redação, o candidato deve programar os


parágrafos do desenvolvimento. Se a redação possui tema único, caberá
ao redator eleger argumentos para sustentar a introdução do texto.
Nesse caso, o que se recomenda é sempre o bom senso. Trabalhar com
dois argumentos (duas explicações, dois fatores) hoje é considerado
pouco. A maioria das bancas, por exemplo, não costuma dar boa nota
para redações com apenas dois parágrafos no desenvolvimento.

Assim, nas questões discursivas, pelo fato de a redação ter de ser


mais objetiva, bastará seguir o propósito do tema.

Se qualquer de nossas propostas vier com tema dividido por aspectos,


como tem ocorrido ultimamente na maioria das provas discursivas,
teremos de ver tais aspectos como mais um tema a ser
trabalhado em cada parágrafo.

Nesse caso, o redator não criará outros argumentos, mas irá


desenvolver estes tópicos. A redação desses tópicos deve ser objetiva e

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deve ser linear, ou seja, os tópicos serão abordados na ordem em que


aparecem na composição temática. Além disso, o candidato não deverá
misturá-los. Cada tópico será envolvido por um parágrafo e poderá até
ocupar outros parágrafos, se o assunto a ser discutido estender-se em
demasia.

O importante é que a organização do texto esteja visível na boa


equiparação da extensão dos parágrafos da redação. Eles não precisam
ter o mesmo número de linhas, mas devem se aproximar nesse sentido.
Parágrafos com mais de dez linhas já sinalizam extensão longa e
com menos de quatro, extensão curta.

A CONCLUSÃO

Vale saber que a conclusão é o espaço textual que funciona como


resumo das informações do texto. Ela deve ser formal. Não deve tender
a aspectos subjetivos ou mesmo terminar em forma de pergunta
retórica.

Nem sempre a conclusão e a introdução serão necessárias a um


texto de conhecimento específico. O mais importante em provas
discursivas é cumprir tudo o que tema pede. A prioridade é essa.

Por outro lado, respostas curtas na FCC têm sido motivo de


prejuízos na nota. As correções relevam que quem escreveu menos de
25 linhas em redações cujo máximo era trinta perdeu pontos
importantes.

Nesse caso, recorrer a uma conclusão para se fazer um balanço, ou


seja, uma síntese, dos assuntos do texto é necessário.

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Obs: - jamais deixe cinco linhas sobrando na FCC. Três, quatro ou


duas está de bom tamanho.

- Também não faça parágrafos com menos de quatro linhas.

- As frases não podem exceder três linhas.

Resumindo:

1º - sejam muito objetivos – abordem, sem mudar as palavras, cada


aspecto em parágrafos separados e na ordem em que foram propostos.

2º - Não há problemas em utilizar mais de um parágrafo para estender a


abordagem de um aspecto. O que não se deve fazer é misturá-los.

3º - Fundamentem, com base em leis, Regimento da Casa e em


jurisprudência, ou por meio de exemplos, ou por meio de alusão a
autoridades, todos os aspectos!

4º - Em dissertações com aspectos, o aluno não precisará fazer uma


introdução ou uma conclusão, mas deve aproveitar o máximo de linhas
que puder para totalizar a redação.

5º - Organizem seus parágrafos. Tamanho ideal: acima de quatro linhas,


abaixo de oito linhas.

6º - título é opcional. Mas, sinceramente, não o recomendo.

7º - linguagem sempre formal, mesmo diante de temas polêmicos.


Lembre-se de não ficar politizando certos assuntos. Prefira, sempre, a
impessoalidade diante dos fatos.

8º - Em redações de conhecimentos específicos, deixem os jargões de


lado. Priorizem a clareza.

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RESUMO MACROESTRUTURAL

Antes de rascunhar sua introdução, releia os aspectos


macroestruturais.

A BOA INTRODUÇÃO

1. Retomar resumidamente o caso ou responder o primeiro aspecto


ou tópico.
2. Recuperar pontualmente termos do tema – não precisa ser tudo
“igual” ao que está lá, mas aproveite palavras-chave. Tente fazer
isso logo na abertura de cada parágrafo, correspondente ao tópico
a ser desenvolvido.
3. Não fazer introdução curta, se optar por ela. Cada parágrafo deve
ter pelo menos umas quatro linhas.

INTRODUÇÃO – o que não é permitido fazer

1. Fazer históricos sobre o assunto para, somente, mais tarde abordá-


lo.
2. Fazer pergunta retórica, ou seja, retomar o questionamento
temático ou mesmo criar um questionamento. Parta logo para
respostas.
3. Começar a redação em primeira pessoa. Assim, dispense
expressões como “Acredito”, “Concordo”, “Penso” etc.

O BOM DESENVOLVIMENTO

1. Mapeie o trabalho a ser feito em cada parágrafo.

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2. Não misture tópicos num só parágrafo, caso você tenha diversas


tarefas para cumprir no desenvolvimento do tema.
3. Logo nas primeiras linhas de cada parágrafo, começar com os
termos dos tópicos ou aspectos e comprovar suas explicações.
4. Fazer frases curtas e claras.
5. Priorizar a clareza e a simplicidade. Escolha palavras simples e faça
frases mais curtas (estas não devem ultrapassar três linhas).
6. Elaborar parágrafos mais ou menos do mesmo tamanho – entre
quatro a sete linhas.
7. Inserir no início dos parágrafos nexos de coesão: primeiramente, a
princípio, em primeiro lugar, em segundo lugar, quanto a, no que
diz respeito a, além de, soma(m)-se a isso, por outro lado, enfim
etc.
8. Tais nexos também podem ser dispensados.
9. A qualidade das defesas: hoje o ideal é buscar argumentos oficiais
– citar leis, organismos públicos, números relativos a pesquisas
oficiais. Lembre-se de que está concorrendo com outras pessoas e
qualidade da defesa delas pode ser superior à sua.
10. Caso venha amparar sua defesa em lei, não será preciso
detalhar artigos ou incisos.
DESENVOLVIMENTO – o que não fazer

1. Fazer longas enumerações. Use “por exemplo” e cite duas ou três.


O “por exemplo” já delimita seu trabalho.
2. Fazer digressões – ou seja – reflexões de cunho pessoal. Na
redação use formalidade sempre.
3. Fazer discursos “furiosos” ou “românticos”. Seja formal, frio,
impassível. Dê ao seu trabalho um tom monográfico.
4. Deixar perguntas em aberto.

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5. Fazer parágrafos longos ou muito pequenos. Nada de ideia


cansativa ou de ideia sem desenvolvimento.
6. Fazer frases longas, pois estas podem gerar erros gramaticais
diversos.
7. Trabalhar com linguagem empolada ou hermética,
8. Dizer o que deve ser feito, sem comprovar a eficácia do que
recomenda. Exemplo: o governo deve investir em educação; é
preciso aparelhar melhor as polícias... (se fizer isso, comprove com
um exemplo importante e notável para provar que investir em
educação e aparelhar a segurança é importante).

A BOA CONCLUSÃO

Se for desenvolvê-la!

1. Resumir pontualmente o que há de importante em seu texto.


2. Confirmar o que escreveu na introdução, caso tenha optado por
desenvolvê-la.
3. Fazer umas cinco linhas.
4. Começar com conjunção conclusiva (esqueça os mitos dos fóruns e
de algumas aulas e matérias de redação): portanto, por
conseguinte, logo, assim, por isso etc.

CONCLUSÃO – o que não fazer

1. Deixar perguntas em aberto.


2. Inserir comprovação nova. Lembre-se de que está fechando o
texto.

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3. Fazer apontamentos românticos – o futuro da nação ou coisa


parecida.
4. Repetir letra a letra a introdução. Use sinônimos!
5. Concluir em parágrafo com menos de quatro linhas.

Vou provar a você como uma estrutura clara e objetiva é importante


para que o examinador localize com eficácia suas respostas.

Para tal, usarei um exemplo de outra seara: lá da Receita Federal.


Não reparem a “foto da redação”, porque os textos nem sempre nos
chegam retilíneos.

Não quero que se preocupem com o conteúdo, mas quero que


prestem atenção ao modo como a redação se estrutura para levar o
leitor seus conhecimentos.

Vocês irão verificar que, mesmo não tendo conhecimento das


informações acerca de Direito Tributário, é possível notar que a redação
cumpre efetivamente o desenvolvimento estrutural previsto.

Exemplo- redação comentada.

Tema 02 Auditor-Fiscal/Receita Federal/2010

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Novamente, estamos diante de um excessivo número de tarefas.


Mas vejam como uma organização simples e objetiva consegue
desenrolar o texto em busca da nota de excelência.

Valor do conteúdo: 30 pontos

Valor do uso do idioma: 30 pontos

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O que deu certo?

1º - o redator notou que o tópico A poderia tomar várias linhas, por ter
um assunto longo, e tratou, por essa razão, de dividi-lo em outros
parágrafos.

2º - As respostas são objetivas e precisas. Vejam que o redator retoma


palavra-chave original. Dessa vez, eu as circulei no texto para vocês
notarem.

3º - Há uso de mecanismo de comprovação argumentativa: o Código


Tributário Nacional.

Vamos ao tópico b:

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O que deu certo?

“Explicar e exemplificar” modalidades de lançamento. A tarefa é simples,


mas, sem organização, o texto pode seguir para a explanação confusa,
extensa e meramente técnica.

1º - o redator optou por, primeiramente, enumerar as modalidades


de lançamento.

2º - Depois de enumerá-las, em cada período (espaço entre pontos


finais), explicou cada uma.

3º - Mais tarde, noutro parágrafo, como veremos a seguir, ele


exemplificou uma a uma. O ato de exemplificação, por si, já é
mecanismo de comprovação de ideias.

Vejam a continuidade:

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A partir disso, ele seguirá para a dissertação, não menos objetiva, do


tópico C:

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Quero que observem bem que o candidato praticamente “copia” os


termos do tópico em todas as entradas que promoveu dos tópicos nos
parágrafos do texto. Também observem a preocupação em comprovar
tópico a tópico as explicações (alusão novamente ao CTN –l.30)

Por fim, ele irá dissertar sobre o tópico D:

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Na linha 42, o redator retoma palavra-chave para falar da


possibilidade de “revisão”. Novamente os mesmos procedimentos são
adotados: retomada objetiva do tópico, seguida de comprovação.

No parágrafo final, com o intuito único de ganhar mais linhas, o


redator segue para o que podemos chamar de “pequena conclusão”.

Lição final desta aula: introdução e conclusão são peças opcionais nas
discursivas. Hoje, recomenda-se nem fazer introdução, pois as bancas
vêm privilegiando redações mais objetivas. Já a conclusão pesaria
menos, desde que fosse uma mera reafirmação do que já dito no texto.
Sendo assim, a conclusão, se for feita, não deve trazer assunto novo, ter
linguagem pendente para o emocional ou mesmo deixar perguntas em
aberto.

Apesar de o texto que analisamos ser de correção da Esaf, conter


mais linhas, a ideia de objetividade, de ordem e de fundamentação cai

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muito bem para nós aqui na FCC, que precisaremos ser claros na
exposição dos nossos conhecimentos.

Em outras aulas, voltaremos com mais exemplos estruturais para


que vocês possam sedimentar bem o conhecimento desta montagem
linear do texto.

Agora, vamos aos conhecimentos gramaticais substancialmente


importantes para as provas da FCC, já que dois erros na dissertação
podem significar menos 5 pontos em 100 pontos, por exemplo.

GRAMATICALIDADE TEXTUAL

Aqui, minha meta não é lecionar gramática como faço nos cursos
em que trabalho com português para a prova objetiva.
A gramática aqui tem a função precípua de ter suas regras
contextualizadas e adaptadas para a exigência de cada banca
examinadora.
Não quero com isso dizer que existe uma gramática para A ou B.
Mas é fato que examinadores da FCC, por exemplo, têm suas manias,
enxergam mais determinados erros cometidos numa área do português.
Já examinadores do Cespe são versados, por exemplo, em verificar a
coesão entre as partes textuais, por isso valorizam tanto o uso de
conectores e outros nexos frasais.
Assim, o que vamos estudar aqui são aquelas falhas comuns, que
alunos da seara dos tribunais sempre cometem e que, por essa razão,
tornam suas falhas presas comuns para o olhar hábil dos examinadores
da FCC.

Os Aspectos Formais

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1º - Letra: precisa ser legível. Não importa se é cursiva, se é


escrita em forma ou se vocês misturam letras. Elas precisam ser legíveis.

2º - acentos e demais sinais gráficos: também devem ser todos


muito claros. Assim, desenhe a vírgula com correção e os acentos
também. Não deixe dúvidas quanto ao emprego dos sinais gráficos.
3º- rasura: basta riscar a palavra incorreta e redigir em seguida sua
grafia correta.
4º - divisão silábica: se for dividir sílabas, use hífen. A gente não
usa “underline” (traço abaixo da sílaba) no português.
É muito importante evitar a cacofonia: aquela divisão silábica que
gera uma leitura desagradável ou que induz o leitor a compreender um
significado prévio, diferente do que se quer escrever ao final.
Exemplo:
Cu-

riosidade.
a. Também não deixe sobrar apenas uma vogal na divisão.
a-
manhece.

5º letra maiúscula: não usamos letra maiúscula após dois pontos ou


após ponto e vírgula, ressalvados os casos em que o nome for próprio.
• Cargos e órgãos especificados são grafados com maiúsculas:
Tribunal Superior do Trabalho, Tribunal de Contas da União,
Presidente Dilma Rousself etc.
• Siglas são grafadas com todas as letras maiúsculas e sem
pontinhos entre elas: TRT, TRE, ONU etc.
• Acrônimos (siglas que viraram palavras) são grafados apenas com
inicial maiúscula: Petrobras, Mdic, Ibama, Cemig etc.
Já que falamos em siglas, evite usá-las sem, num primeiro uso,
acompanhá-las do nome extensivo. A melhor forma de empregar siglas é
a seguinte: Tribunal Superior do Trabalho (TST)
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Depois desse acompanhamento, usa-se normalmente a sigla, ao


longo do texto.

Os Aspectos Gramaticais

Aqui está o maior número de erros gramaticais facilmente


cometidos em prova:
Concordância Verbal
• SUJEITO DISTANTE DO VERBO
Prefira fazer frases curtas, que ocupem no máximo apenas três
linhas. Isso ajudará você a perder a relação sujeito e verbo.
Exemplo:
a) O desfrute dos amigos e da família, na sociedade
contemporânea, é coisa rara hoje.

Perceba que o núcleo é “desfrute”, mas, sem querer, envolvidos


pela conjunção aditiva E, poderemos no distrair e levar o verbo
para o plural.

• VERBOS TER E VIR


O plural desses verbos sempre confunde os redatores. Sua forma
de expressão correta é
Eles têm/eles vêm

• VERBOS IMPESSOAIS
Se forem usar o verbo HAVER ou FAZER, indicando tempo
decorrido ou fenômeno natural, usem-nos no singular.
Exemplos:

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Faz anos que o país deixou de investir com seriedade em


educação.
A reforma do Estado começou há alguns anos.
Vale uma observação: se empregarem o verbo HAVER no sentido
acima, vocês devem tomar o devido cuidado para não empregarem
a forma redundante “atrás”. Esse advérbio só pode ser empregado,
quando não há o verbo haver.
O verbo TRATAR-SE é outro impessoal que deve ser empregado
apenas no singular. Mas, como se trata de um verbo que induz vocês a
erro, recomendo usar sinônimos dele. Assim, usem CONSISTE,
SIGNIFICA, É etc. Mas não usem “trata-se”.

• Verbos pronominais
São aqueles verbos que possuem partícula SE. Numa dissertação, a
gente usa muito tais formas verbais. Sendo assim, é preciso ter
cuidado com a concordância.
Portanto, um teste simples ajudará a perceber se a aplicação do verbo
foi correta: vale tentar reescrever a frase. Se for possível,
estabeleceremos a concordância. Se não o for, o verbo deverá
obrigatoriamente ficar no singular.
Exemplos:
Constroem-se prédios de luxo na capital

=
Prédios de luxo são construídos (apareceu o plural!)
Portanto, a frase original estava correta (constroem-se)

Vive-se bem nas urbes pequenas.

Nesse caso, a gente não consegue reescrever a frase. O verbo,


então, ficará no singular.
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Concordância nominal
Alguns casos de concordância nominal, situação em que,
geralmente, o adjetivo concorda com o substantivo da frase, geram
dúvidas. Vamos a eles:

• é bom, é necessário, é proibido, etc.


Tais expressões estabelecerão concordância, se o substantivo vier
precedido de artigo. Do contrário, permanecerão invariáveis.
Exemplos:
a. É necessário crase neste a.
b. É necessária a crase neste a.

Caso 2 – alerta
Alerta é advérbio; por isso, deverá ser empregado sempre no
singular.
Exemplo: os candidatos devem estar alerta para a mudança da
data da prova.

Caso 3 – milhar
Milhar e milhão são expressões masculinas.
Assim, dizemos “alguns milhares de mulheres protestaram”.

Regência verbal
Vez ou outra ocorre de o candidato ter dúvidas quanto ao emprego
da preposição para alguns verbos.
Nas redações para concursos, os verbos que geram tal dúvida são
praticamente estes: assistir, visar, lembrar, implicar, acarretar.
Assistir

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• Quando tal verbo traz o sentido de ver, presenciar, ele deverá ser
empregado com preposição “a”.
Ex.: assiste-se hoje a manifestações contra o governo.
Visar
• Com o sentido de desejar, almejar, o verbo visar solicita
preposição:
A Polícia visa à contratação de novos agentes.
• Mas, se for seguido de outro verbo, o verbo “visar” poderá
dispensar a preposição:
A Polícia visa contratar novos agentes.

Lembrar/esquecer
• sem o pronome, tais verbos não recebem preposição. Exemplo:
lembramos a regra durante a prova.
• Com o pronome, tais verbos exigirão preposição. Exemplo:
lembramo-nos da regra durante a prova.

Implicar/acarretar
• o verbo acarretar nunca deverá ser seguido de preposição. E
o verbo implicar, quando indica o mesmo sentido de
acarretar, também não poderá vir preposicionado. Exemplo:
as leis acarretam segurança social./as leis implicam
segurança social.
• Numa boa, recomendo usar um sinônimo no lugar de implicar
e acarretar. Se sentirem insegurança quanto à regência
desses verbos, use o verbo GERAR ou RESULTAR, pois a
regência é sempre mais simples e mais popular do que a dos
demais verbos.

Emprego da Crase

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Aqui vamos fazer uma pequena revisão sobre o uso da crase, o que é
comum tanto para provas objetivas quanto para provas discursivas:
casos de ocorrência da crase
Como a crase é, na maioria dos casos, fruto de uma relação de
regência. O primeiro que devemos fazer é observar se há algum nome,
exigindo a preposição A. Em seguida, devemos observar a possibilidade
de existir outro A, ao qual a preposição A irá se fundir, para formar o que
chamamos “crase”.
Exemplos:
a. No combate à prática de crimes... (o combate A + A (artigo def.
feminino)
b. ...destinado àquele mesmo padrão. (destinado A + A do pronome
AQUELE)
Casos em que não deve haver crase
Vale lembrar que não se usa crase nos seguintes casos:
a. Antes de verbo: a partir de hoje,...
b. Antes de masculino: a prazo, a despeito de, ...
c. Entre palavras repetidas: dia a dia, cara a cara, ponta a ponta,...
d. Antes de artigo indefinido: refere-se a uma lei...
e. Antes de pronomes indefinidos: cada, toda, nenhuma, alguma,
certas, qualquer etc.
f. Antes de pronomes em geral: esta, essa, ela, V. Exa., etc.

Casos em que a crase possui emprego facultativo


Antes de possessivos femininos no singular: refere-se a sua ideia =
refere-se à sua ideia.
• Se a palavra feminina estiver no plural, haverá crase
somente se antes dela vier o artigo definido também no
plural. Exemplo: refere-se a leis federais/refere-se às leis
federais.
• Reiterando: cuidado com UMA, TODA, CADA, ESTA, ESSA.
Tais formas não recebem crase!

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Emprego de pronomes

a. O pronome ONDE é empregado apenas para referência a lugar.


Sendo assim, como seu uso é restrito, recomendo um sinônimo
seguro: EM QUE.
b. MESMO: não use “o mesmo”, “a mesma”. É jargão!!! Usem ELE,
ELA, ESTE, ESTA.

Colocação de pronomes oblíquos átonos

a. Quando antes do verbo houver outro pronome, advérbio ou


conjunção subordinativa, antecipe o oblíquo para que ele possa
estar em posição de próclise. Exemplos:
• Estes se dividem em dois grupos.
• Não se deixou abater pelas denúncias.
• Certamente se comprometeria...
• Embora se opusesse ao grupo,...
b. Não use pronome oblíquo átono após qualquer futuro ou no início
de frases. Exemplos:
• Conquistaria-se o poder...(errado)
• Assim, se manifestando....(errado)

Correto: conquistar-se-ia o poder... / Assim, manifestando-se...

Pontuação
Faça frases curtas. Isso ajuda você a não gastar vírgula em vão.
Sempre que aplicar a vírgula, ressalvados os casos a seguir, faça o
seguinte teste: leia frase e pare na vírgula. Se o que leu possuir sentido,
a vírgula está correta. Se interromper o sentido, vírgula errada.

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Agora, é legal empregar vírgula depois de expressões adverbiais,


tais como as seguintes: Além disso, ...; Portanto (e outras
conclusivas),...; No entanto,...Sendo assim,...
Se empregar a expressão POR EXEMPLO, use uma vírgula antes e
depois dessa expressão.
Jamais use o sinal de dois pontos, sem antes empregar um
pronome catafórico, ou seja, um pronome que anuncie a enumeração ou
explicação. Exemplos: ...como o seguinte:... ou ...como estas:...
Agora, jamais use ponto final antes de POIS e de GERÚNDIO,
principalmente quando o gerúndio estiver continuando a frase.

Os Aspectos Textuais

Agora vamos abordar um conjunto de erros gramaticais que podem


até alterar o sentido do que o candidato previa para o texto. Para este
último aspecto, vale manter o gás e centrar-se nos estudos:

As conjunções

Causais: na medida em que e porquanto são conjunções com o valor


de PORQUE. O problema é que muita gente se equivoca com a grafia
delas. Assim, recomendamos que você use os bons e velhos “porque,
pois, já que”.
a. Concessivas: posto que é concessiva. Jamais use posto que para
dar sentido de porque!!!
b. Finais: para e a fim de (que) são as duas, praticamente, únicas
conjunções finais. O cuidado está no uso da final “a fim de que”,
cuja grafia correta é essa, em que o “a” fica separado do “fim”.
c. Adversativas (mas, porém, no entanto, entretanto, contudo,
todavia): não há problemas sérios com o uso de adversativas. No
entanto, é bom usar vírgula depois delas!

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d. Usem conjunções conclusivas para finalizar a redação! Essas


conjunções deixam bem claro para o examinador que seu texto
entrou na reta final.
São conclusivas as seguintes conjunções: portanto, por
conseguinte, logo, por isso etc. Usem vírgula depois delas, ok.
• ”Diante do exposto” é típico de texto narrativo. Essa
expressão deve ser evitada nas dissertações!

Pronomes anafóricos

Assunto de extrema importância! Sempre que forem se remeter à


frase (ideia anterior), usem as formas pronominais esse, essa, isso,
fazendo-se a devida concordância.
Exemplo: houve críticas ao programa social. Isso gerou sua
interrupção.
Por outro lado, se forem fazer referência a nome isolado, usem este,
esta.
Exemplo: houver críticas ao programa social. Este não atendia
efetivamente as camadas mais pobres.

Vocabulário
Pessoal, evitem usar estes termos, porque vocês podem cometer
erros, por desconhecimento ou por desatenção: onde, o mesmo,
tratar-se, carta magna, dentre, posto que, diante do exposto,
acima, abaixo, mister, hodiernamente.
Se forem usar termos latinos ou estrangeiros, usem aspas.

Bom, com isso, vimos os aspectos principais da microestrutura.


Nosso trabalho agora será aplicar os conhecimentos na redação.
Abraço a todos e até mais!
Júnia Andrade

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