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INSTABILIDADE ARTICULAR ANTERIOR DO OMBRO: UM ESTUDO

COMPARATIVO ENTRE AS POSSIBILIDADES CIRÚRGICAS

INTRODUÇÃO: A instabilidade anterior traumática do ombro é uma lesão muito


prevalente, correspondendo a 45% das luxações no corpo humano. Ocorre em
torno de 1,5 a 2,0 % da população em geral, principalmente em adultos jovens
do sexo masculino, desencadeando uma série de limitações no membro superior
(CARRAZZONE et al., 2011). A proposta desse estudo decorre da grande
prevalência e potencial morbidade trazida pela lesão. OBJETIVO: Revisar
características clínicas e anatômicas da lesão e comparar o índice de recidiva
após tratamento artroscópico, cirurgia aberta e tratamento conservador.
METODOLOGIA: Selecionou-se os artigos a partir dos descritores "Instabilidade
articular" e "artroscopia", colhendo dados de artigos mais recentes nas
plataformas SCIELO, PubMed e BVS. DISCUSSÃO: A instabilidade anterior
traumática do ombro é comum em atletas que praticam esporte de contato como
handebol e rugbi. Isso acontece devido a ação instintiva de elevar o braço em
abdução e rotação externa no momento da queda, o que predispõe à ocorrência
da lesão. A desinserção do lábio antero-inferior da glenóide, a denominada lesão
de Bankart, é a principal causa de instabilidade do ombro. O tratamento
conservador possui uma taxa de insucesso elevado, sendo preconizado o
tratamento cirúrgico em grande parte dos casos. Dentre as opções cirúrgicas
existem as técnicas artroscópica e aberta. Atualmente a técnica mais realizada
é a estabilização por artroscopia, com as vantagens de possibilitar a identifição
de lesões associadas, menor dor pós-operatória, menor rigidez pós-cirúrgica e
reabilitação mais rápida. Em contrapartida, possui um custo elevado e o
seguimento longitudinal evidencia maior número de recidivas, 10,6% (GUERRA
et al., 2010). Ainda assim, o tratamento cirúrgico artroscopico e aberto
apresentam desfecho satisfatório na correção da instabilidade. CONCLUSÃO:
A instabilidade antero-inferior do ombro, decorrente de lesão do lábio glenóide
(lesão de Bankart) é uma patologia ortopédica com alta prevalência entre adultos
jovens, e grande potencial de morbidade. Embora o diagnóstico seja
relativamente simples, a maioria dos casos requer abordagem terapêutica
cirúrgica. Há possibilidade de tratamento conservador e tratamento cirúrgico
aberto, porém o procedimento artroscópico tem sido a primeira escolha de
abordagem, dada a evidência de reabilitação precoce, menor morbidade
cirúrgica e os resultados satisfatório.

REFERÊNCIAS

Bozzo, Anthony et al. “Humeral Avulsion of the Glenohumeral Ligament:


Indications for Surgical Treatment and Outcomes—A Systematic Review.”
Orthopaedic Journal of Sports Medicine 5.8 (2017): 2325967117723329. PMC.
Web. 20 Feb. 2018.

CARRAZZONE, Oreste Lemos et al . Prevalência das lesões associadas na


luxação recidivante traumática do ombro. Rev. bras. ortop., São Paulo , v. 46,
n. 3, p. 281-287, 2011 . Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
36162011000300009&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 19 fev. 2018.

GUERRA, Maria Isabel Pozzi et al. Correção da lesão de Bankart por cirurgia
artroscópica comparada com a cirurgia aberta: uma revisão sistemática. Revista
da AMRIGS, Porto Alegre, 54 (2): 174-181, abr.-jun. 2010. Disponível em
<http://www.amrigs.org.br/revista/54-02/11-493_correcao_da_lesao.pdf>.
acessos em 19 fev. 2018.

Robinson, Elisabeth C. et al. “Arthroscopic Findings After Traumatic Shoulder


Instability in Patients Older Than 35 Years.” Orthopaedic Journal of Sports
Medicine 3.5 (2015): 2325967115584318. PMC. Web. 20 Feb. 2018.

VASCONCELOS, Ubiratan Maia Rodrigues et al . Instabilidade ântero-inferior


traumática do ombro: procedimento de Bankart em atletas não profissionais.
Acta ortop. bras., São Paulo , v. 11, n. 3, p. 150-157, ago. 2003 . Disponível
em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
78522003000300003&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 19 fev. 2018.

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