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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

PROCESSOS DE
FABRICAÇÃO
MECÂNICA APLICADA

Celso Henrique

Henrique Gonçalves

Leonardo Fontana

Belo Horizonte

25/11/2009
1) Definir processos de fabricação por usinagem.

Os processos de fabricação por usinagem são bastante flexíveis em termos de formatos e


dimensões das peças. O custo e o tempo necessários podem variar bastante.A seleção dos processos é
feita com base na análise da capacidade do processo de executar o formato da peça com a exatidão e
acabamento superficial requeridos.
Inicialmente selecionam-se os grupos de processos compatíveis com a forma da superfície a ser
usinada (classificada em assimétrica ou prismática) e com as possíveis características como furos, roscas e
cavidades.
Grupos de acordo com o formato

Assimétrico Prismático Características Adicionais

Torneamento fresamento furação

Retificação retificação alargamento

brunimento brunimento mandrilamento

Lapidação lapidação fresamento

Polimento polimento retificação,roscamento

Limites dos processos de usinagem


Classificação dos processos de usinagem

- Usinagem com Ferramenta de Geometria Definida

Classificação dos processos de usinagem

- Usinagem com Ferramentas de Geometria não Definida

Usinagem por Processos Não Convencionais

Remoção térmica
Remoção Química
Remoção Eletroquímica
Remoção por ultra-som
Remoção por jato d'água, outros
2) Explicar os seguintes processos de fabricação:
A) Torneamento

É um processo de usinagem com remoção de cavaco onde um sólido cilíndrico bruto é transformado
retirando-se cavaco de sua periferia com a com a finalidade de se obter um objeto cilíndrico com formas
definidas e com precisão. Neste processo a peça gira em torno do eixo principal da máquina e a ferramenta
desloca se numa trajetória no mesmo plano do referido eixo.
O torneamento é normalmente executado com ferramenta mono cortante podendo também ser
executado com ferramentas com múltiplo fio de corte e até com brocas, alargadores e fresas.A figura ao lado
mostra uma ferramenta em trabalho com o sentido de rotação da peça e o deslocamento da ferramenta.

A) Fresamento

A operação de fresamento é uma das mais importantes no processo mecânico de fabricação.


A operação consiste em remover cavaco de um material com a finalidade de construir superfícies
planas retilíneas ou com uma determinada forma.
A Fresa é uma ferramenta cilíndrica provida de dentes cortantes paralelos á superfície a ser usinada.
Através do movimento combinado entre a rotação da ferramenta e o deslocamento da peça é possível
produzir uma superfície plana ou com forma determinada. Como exemplo vamos utilizar o desenho abaixo de
uma fresa cilíndrica com movimento de rotação e uma peça com o movimento de avanço para explicar o
funcionamento da operação. A ferramenta do desenho gira no sentido horário, seus dentes arrancam cavaco
da superfície da peça que se desloca no sentido do movimento do avanço. Assim conseguimos produzir uma
superfície plana com certo grau de acabamento.
B) Furação

Processo mecânico destinado à obtenção de um furo, geralmente cilíndrico, com auxílio de uma
ferramenta multicortante. Junto com fresamento e torneamento, é a operação de usinagem mais utilizada na
indústria.
Diferente do torneamento, a rotação ocorre no eixo da ferramenta, com avanço perpendicular à
superfície a ser furada. Operação de desbaste (provém fraco acabamento superficial), o processo de furação é
usado em conjunto com grande parte dos processos de fabricação a fim de prover elementos de fixação,
muitas vezes de importância secundária, ou pré-furos para acabam,então através de outros processos
(alargamento, brochamento).
Existem diversas operações de furação. Algumas das mais comuns estão representadas na
Figura abaixo:

C) Aplainamento

O processo mecânico de usinagem destinado à obtenção de superfícies regradas, geradas por


movimento retilíneo alternativo da peça ou da ferramenta. O aplainamento pode ser horizontal ou vertical.
Quanto à finalidade, as operações de aplainamento podem ser classificadas ainda em aplainamento de
desbaste e aplainamento de acabamento.
As ferramentas de aplainar são geralmente fabricadas em aço rápido, muitas vezes os gumes são
constituídos de metal duro. Existem dois tipos de básicos conforme a função que a erramenta vai
desempenhar.
Plaina Limadora (ROSSI, 1981)

D) Brochamento

O processo consiste em uma remoção progressiva do material pela ação de uma ferramenta de corte
de múltiplos dentes, denominada brocha. A brocha contém estes múltiplos dentes dispostos em série e de
alturas crescentes, que definem de antemão a penetração de avanço por dente e proporcionam uma
transformação de perfil gradativa.

Questão 3) Definir Usinagem por Abrasão


a. Definir retificação.

A retificação é um processo de usinagem por abrasão que utiliza ferramentas de múltiplas arestas a
fim de melhorar o acabamento superficial da peça, eliminando irregularidades, fissuras, poros, óxidos e corpos
estranhos. Para executar este processo, utilizam-se principalmente rebolos em forma de disco, compostos por
abrasivos e elementos aglomerantes. Devido ao fato de possuir inúmeras arestas de corte, quando o rebolo
em rotação entra em contato com a peça, retira cavacos bem pequenos. Com isso, a retificação é um processo
que consegue obter na peça excelente precisão e, conseqüentemente, é um processo de acabamento de
superfícies que já sofreram operações de usinagem anteriores.
É também considerado um processo de corte por abrasão, na qual as partículas abrasivas atuam como
ferramenta de corte. As retificadoras são altamente especializadas em retificar e polir peças e componentes
cilíndricos ou planos.

Partes de uma Retifica.

Questão 4)Definir processos de fabricação por conformação mecânica

Os processos de conformação mecânica são processos de fabricação que empregam a deformação


plástica de um corpo metálico, mantendo sua massa e integridade. Alguns exemplos destes rocessos são
apresentados na figura abaixo mostra a representação esquemática de alguns processos de conformação
mecânica.
Todos os processos podem ser realizados a quente (acima da temperatura de recristalização) ou a frio
(abaixo da temperatura de recristalização).

Questão 5) Explicar os seguintes processos de fabricação:


a. Laminação

O processo de deformação plástica dos metais no qual o material passa entre rolos é conhecido como
laminação. Na laminação, o metal é submetido a elevadas tensões de compressão, resultantes da ação de
prensagem dos rolos, e tensões cisalhantes superficiais, resultantes da fricção entre os rolos e o material.

Arranjos típicos de rolos em laminadores.

b) Forjamento

O forjamento consiste na alteração da forma de um metal por meio de prensagem ou de martelamento. A


maioria das operações de forjamento é realizada a quente, entretanto certas ligas podem ser forjadas a frio.
Empregam-se duas classes de equipamentos para o forjamento:

 o martelo ou martelete de forjamento, que aplica golpes de impacto rápidos sobre a superfície do
metal (velocidades entre 3,0 e 20 m/s) e
 prensas hidráulicas ou mecânicas de forjamento, que submetem a liga a forças compressivas
aplicadas com velocidade lenta (velocidades entre 0,06 a 1,5 m/s).

O forjamento pode ser apresentado em duas variantes:

 forjamento livre e
 forjamento em matriz fechada.
c) Trefilação

A trefilação é uma operação em que a matéria-prima é estirada através de uma matriz em forma de
canal convergente por meio de uma força trativa aplicada do lado de saída da matriz. O escoamento plástico é
produzido principalmente pelas forças compressivas provenientes da reação da matriz sobre o material. Esta é
normalmente realizada a frio e a simetria circular é muito comum em peças trefiladas, mas não obrigatória.

As vantagens deste processo é que o material pode ser estirado e reduzido em secção transversal
mais do que com qualquer outro processo; a precisão dimensional obtenível é maior do que em qualquer
outro processo exceto a laminação a frio, que não é aplicável às bitolas comuns de arames; a superfície
produzida é uniformemente limpa e polida.

O processo influi nas propriedades mecânicas do material, permitindo, em combinação com um


tratamento térmico adequado, a obtenção de uma gama variada de propriedades com a mesma composição
química.

Trefilação de barras e tubos

E) Estampagem

Por estampagem entende-se o processo de fabricação de


peças, através do corte ou deformação de chapas em operação de
prensagem a frio. Emprega-se a estampagem de chapas para fabricar-
se peças com paredes finas feitas de chapa ou fita de diversos metais e
ligas. As operações de estampagem podem ser resumidas em três
básicas: corte, dobramento e embutimento ou repuxo.
A estampagem da chapa pode ser simples, quando se executa
uma só operação, ou combinada. Com a ajuda da estampagem de
chapas, fabricam-se peças de aço baixo carbono, aços inoxidáveis, alumínio, cobre e de diferentes ligas não
ferrosas. Devido às suas características este processo de fabricação é apropriado, preferencialmente, para as
grandes séries de peças, obtendo-se grandes vantagens, tais como:

Alta produção;
Reduzido custo por peça;
Acabamento bom, não necessitando processamento posterior;
Maior resistência das peças devido à conformação, que causa o encruamento no material
Baixo custo de controle de qualidade devido à uniformidade da produção e a facilidade para a
detecção de desvios.

Como principal desvantagem deste processo, podemos destacar o alto custo do ferramental, que só
pode ser amortizado se a quantidade de peças a produzir for elevada.

Questão ) Definir processos de fabricação por fundição.

Transformação dos metais e suas ligas em peças de uso industrial tendo como ponto de partida o
metal líquido ou fundido → derramamento do metal no interior de uma cavidade ou forma, chamada molde.
Molde → pode corresponder à forma final da peça desejada ou pode sofrer posteriores tratamentos
de conformação no estado sólido até chegarmos às dimensões desejadas.
Cavidade no molde → “negativo” da peça.

PROCESSOS DE FUNDIÇÃO

 Fundição por gravidade


 Fundição sob pressão
 Fundição por centrifugação
 Fundição de precisão

Etapas dos processos de fundição:

• Projeto da peça
• Projeto do modelo
• Confecção do modelo (modelagem ou modelação)
• Confecção do molde (moldagem)
• Fusão do metal
• Vazamento no molde
• Limpeza e rebarbação
• Controle de qualidade

Existem muitas variantes no processo de fundição (grau de automação, produtividade, precisão


dimensional, acabamento superficial), entretanto destaca-se a influência do tipo de molde nas propriedades
físicas do material resultante. A taxa de extração de calor através do molde determina o tamanho final de grão
e, portanto, a característica de resistência mecânica da peça. Por este motivo os processos de fundição são
muitas vezes classificados de acordo com o tipo de molde utilizado.

Os processos típicos podem ser classificados em quatro grupos básicos:

a) Areia Verde (molde é descartável)


b) Molde Permanente (molde é metálico, bipartido).
c) Injeção (molde é metálico, o metal líquido entra sob pressão)
d) Cera Perdida (molde e modelo são descartáveis)

O tipo de processo a ser usado deve ser escolhido adequadamente. Os mais


importantes fatores a considerar são: Quantidade de peças a produzir, projeto da fundição, tolerâncias
requeridas, grau de complexidade, especificação do metal, acabamento superficial desejado, custo do
ferramental, comparativo econômico entre usinagem e fundição, limites financeiros do custo de capital,
requisitos de entrega.

A comparação entre os processos pode ser vista no quadro a seguir:

Questão 7) Considere um parafuso M14x2,0. Quais processos de fabricação podem ser


usados na produção deste parafuso?

O processo de forjamento a frio empregado na fabricação de parafusos envolve, de maneira geral, as


seguintes etapas:
• Corte por cisalhamento;
• Posicionamento do material na ferramenta (conjuntos matriz-prensa-extratores de material)
• Forjamento a frio da cabeça;
• Laminação da rosca.

Seqüência de passes de recalque para obtenção de parafuso sextavado de rosca métrica. Da esquerda para a
direita: etapa 1 (tarugo), etapa 2 (recalque da cabeça), etapa 3 (recalque da cabeça) e etapa 4 (corte).
Partindo-se de um tarugo, são realizadas duas etapas seguidas (2 e 3 na Figura acima) nas quais
ocorre a deformação do material, visando atingir o formato mais adequado à formação do sextavado, última
etapa do forjamento, que é feita através do corte de material.
Durante a realização das segunda e terceira etapas, e mesmo na etapa de corte, podem surgir
defeitos nos produtos que inviabilizam sua utilização posterior. Os defeitos mais comuns são as trincas e
marcas de ferramentas.(1) Os tipos mais comuns de trincas são as trincas , que são trincas de tração
formadas na expansão livre do material, e as trincas de atrito (trincas ) formadas por lubrificação ineficiente.
As marcas de
ferramenta ocorrem quando o material é comprimido contra a borda do punção, imprimindo-lhe uma
marca. Para o uso em serviço, há fabricantes de fixadores mecânicos que adotam especificações de
profundidade máxima de defeitos toleráveis por faixa de bitola da matéria prima inicial em função das
diferentes aplicações a que destinam seus produtos.

Questão8) Considere o metal duro (widia) usado em brocas de perfuratrizes. Qual


processo de fabricação é usado na produção de metal duro (Widia)?
Metal duro é o nome dado a uma liga de carboneto de tungstênio, produzido por metalurgia do pó. O
produto é obtido pela prensagem e sinterização de uma mistura de pós de carboneto e outros materias de
menor ponto de fusão, chamados aglomerantes (cobalto, cromo, níquel ou uma combinação deles).
Após a prensagem, o composto já tem consistência suficiente para ser usinado na forma desejada, ou
bem próximo dela. Ocorre a seguir o processo de sinterização, aquecimento a uma temperatura suficiente
para fundir o aglomerante, que preenche os vazios entre os grãos dos carbonetos. O resultado é um material
de dureza elevada, entre 75 e 90 HRa, dependendo do teor de aglomerante e do tamanho de grão do
carboneto. A maiores durezas são conseguidas com baixos teores de aglomerante e tamanho de grão
reduzido. Por outro lado maior tenacidade é obtida aumentando o teor de aglomerante e/ou aumentando o
tamanho de grão.
As ferramentas de corte, onde a propriedade desejada é elevada dureza, tem teores baixos de
aglomerante, menos de 5%. Já em discos de laminação, onde a resistência ao impacto passa a ser vital, é
necessário perder um pouco da dureza para conseguir um mínimo de tenacidade. Nesse caso, dependendo da
aplicação, o teor de aglomerante pode chegar a 30 ou 35%.

A furação profunda usa metal duro na sua composição e é um dos mais complicados e difíceis
processos de usinagem, pois para além de trabalhar a uma certa profundidade ainda tem de partir e retirar o
cavaco que está a ser produzido pela furação, devido a evitar entupimentos, aquecimentos em demasia e para
não danificar as paredes do furo bem como a ferramenta que está a ser utilizada na furação. Tem também de
fazer
chegar à zona de corte o liquido refrigerante bem como fazê-lo sair juntamente com o cavaco.
Devem-se usar processos específicos de modo a garantir que a furação é realizada, obtendo-se o
resultado esperado. Para isso acontecer usam-se vários tipos de brocas como as que vão aqui ser
representadas.

Este tipo de usinagem é hoje usada em tudo o que é industria de metal, sendo que com a evolução
passou cada vez mais a ter fatores limitantes da sua atuação.

Principais processos de furação profunda


-Broca de canal reto.
-Broca de canhão ou gume único.
-Broca BTA.
-Broca ejetora

Broca de canal reto

Esta broca caracteriza-se pela elevada resistência a torção. Geralmente são utilizadas para furação
profunda em ferro fundido do tipo GG e GGG e para ligas de alumínio do tipo AISi, sendo a sua atuação
limitada a quinze vezes o diâmetro do furo.
Geometria da broca de canal reto

Broca canhão

Nesta ferramenta geralmente dotada de pastilhas de metal duro a sua vantagem principal é a
alimentação do seu fluido de corte ser feita através da sua haste oca e o cavaco e transportado pelo canal em
V na periferia da ferramenta. O diâmetro destas brocas está situado entre 1 e 32 mm, sendo que para brocas
de 1 mm deixa de haver espaço para a sua alimentação.
Esta broca é utilizada para furação em cheio, furação escalonada, trepanação alargamento e furação
profunda de materiais com dureza até 50 HRC.
]
Ação da broca canhão

O fluido de corte é injetado pelo canal da ferramenta, que inicia em sua base e se estende até a
cabeça da broca. O fluido de corte resfria e lubrifica o gume da ferramenta e retira o cavaco da região crítica
de corte.

Brocas BTA

Este sistema proporciona a execução de um tipo muito elevado de gamas de materiais a ser utilizados em
fabricação de peças em todo o segmento da indústria.É na maioria parte das vezes a mais vantajosa na furação
em cheio e continua. Dos acabamentos e tolerâncias excelentes e proporciona uniformidade ao longo de furos
em peças extremamente longas.
Broca ejetora

A broca ejetora cuja sua patente é da empresa SANDVIK, foi criada para permitir a furação profunda em
maquina não criada para esse mesmo efeito. É praticamente idêntica à broca BTA excetuando a retirada do
fluido de refrigeração e do cavaco. A condução do fluido de corte sob pressão é feita por dois tubos
concêntricos. O tubo interno possui alguns furos que permite que parte do óleo que está a caminho da cabeça
da broca pelo tubo externo retorne pelo interno gerando uma pressão negativa que ajuda a retirada do
cavaco.
A divisão do gume promove a redução de atritos, de esforços laterais, do calor desenvolvido e do desgaste das
guias.

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