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1 - Já no primeiro século da colonização do Brasil, diversas expedições percorreram parte do território do atual

Estado de Goiás. Estas expedições eram organizadas principalmente na Bahia (então centro da colonização). Algumas
possuíam caráter oficial e eram destinadas a explorar o interior e buscar riquezas minerais. Outras pertenciam a
empresas comerciais de particulares e eram organizadas para a captura de índios. De São Paulo saíam as bandeiras
que, buscando índios (cada vez mais escassos) chegavam com freqüência até ao extremo norte de Goiás, região do
Estreito. Rememorando os fatos históricos de Goiás, podemos afirmar que “ a primeira bandeira, que partindo de
São Paulo, possivelmente chegou até os sertões de Goiás no leste do Tocantins” , foi a de:

a) Antônio Macedo e Domingos Luís Graau. (1590)


b) Domingos Rodrigues e Belchior Carneiro.
c) André Fernandes e Afonso Sardinha.
d) Antônio Paes e Sebastião Paes.

Antes da chegada do Anhanguera – Bartolomeu Bueno da Silva Filho - (1722-1725), Goiás foi percorrido foi 16
bandeiras.
A bandeira do Anhanguera era composta por 500 pessoas, sendo 150 bandeirantes, 150 índios e 200 escravos (para
carregar as canoas).
Bandeiras: Expedições particulares que visavam o lucro (captura de índios; exploração de metais preciosos –
ouro,prata e outras pedras preciosas; terras descobertas). Não respeitavam o tratado de Tordesilhas.
Entradas: Expedições oficiais financiadas pelo governo com a pretensão de reconhecimento e demarcação de
território. Inicialmente não visavam lucro. Respeitavam o Tratado de Tordesilhas.

2 - O descobridor de Goiás foi Anhangüera. Isto não significa que ele fosse o primeiro a chegar a Goiás, mas sim que
ele foi o primeiro a vir para Goiás com a intenção de se fixar aqui no período de 1690 a 1725. Anhanguera foi o
apelido dado a quem?
a) João Leite da Silva Ortiz.
b) João de Abreu.
c) Francisco Pires Ribeirão.
d) Bartolomeu Bueno da Silva FILHO.

O pai do Anhanguera foi Bartolomeu Bueno da Silva, que foi a 12ª bandeira a percorrer Goiás. Cuidado para não
confundir. A viagem do Anhanguera durou 3 anos, 2 meses e 18 dias (1722-1725). Era composta por 500 homens mas
voltou apenas com 80 homens devido a mortes por confrontos com índios, doenças tropicais, animas ferozes,
serpentes e intempéries.

3 - A história de Goiás é marcada pela descoberta do ouro. Entretanto, após 50 anos de exploração, era perceptível o
saldo negativo da atividade mineradora. O refluxo da economia goiana perdurou por mais de um século. A
modernização goiana é um processo recente e relaciona-se diretamente às mudanças ocorridas a partir de 1930
(Revolução de 30 – Getulismo, Marcha para o Oeste).
Acerca do processo de modernização em Goiás, considere as seguintes proposições:

I. A revolução de 1930 ensejou uma nova etapa na vida econômica da região. A ascensão de Pedro Ludovico e a
mudança da capital para Goiânia sinalizaram uma nova etapa do crescimento regional, sobretudo da região sudeste e
do Mato Grosso goiano.
II. A mudança da capital para Goiânia foi fruto de uma ampla negociação entre as elites locais. Somente com o apoio
inconteste das principais famílias goianas, representadas na aliança entre Ludovico e a família Caiado, a mudança
pôde efetivar-se.
III. A mudança da capital e a liderança de Pedro Ludovico alteraram substantivamente a economia goiana em direção
ao desenvolvimento industrial. A presença da nova capital atraiu um enorme contingente populacional e abriu novas
oportunidades para a indústria nas décadas de 1930 e 1940.

Obs: A partir de 1940, Goiás passa a crescer em ritmo acelerado também em virtude do
desbravamento do Mato Grosso Goiano, da campanha nacional de “Marcha para o Oeste” e da
construção de Brasília. A população do Estado se multiplicou, estimulada pela forte imigração,
oriunda principalmente dos Estados do Maranhão, Bahia e Minas Gerais. A urbanização foi
provocada essencialmente pelo êxodo rural. Contudo, a urbanização neste período não foi
acompanhada de industrialização. A economia continuava predominantemente baseada no
setor primário (agricultura e pecuária) e continuava vigente o sistema latifundiário.
Marque a alternativa CORRETA:
a) Apenas a proposição I é verdadeira.
b) Apenas a proposição II é verdadeira.
c) As proposições I e III são verdadeiras.
d) As proposições II e III são verdadeiras.

01 - (UFG GO/2009)

Observe a figura a seguir.

Disponível em:< www.olhares.aeiou.pt>. Acesso em: 20 out. 2008.

A foto ilustra um estilo arquitetônico conhecido como art déco, que foi adotado como parte de um projeto de
modernização do estado de Goiás nas décadas de 1930 e 1940. Com base na análise da imagem, identifica-se
como característica desse padrão arquitetônico a

a) utilização de temas da Antiguidade Clássica e a aplicação de princípios estéticos assimétricos.

b) tematização dos princípios de luminosidade e o emprego de movimentos da arquitetura medieval.

c) adoção de linhas e volumes futuristas e a valorização da estética decorativa.

d) superposição entre a estrutura construtiva colonial e a concepção funcionalista de uso do espaço.

e) incorporação de padrões construtivos rústicos e o uso da simplicidade das formas.

Arquitetura Art Deco: Vigorou no período entre guerras (1920 – 1946), mesmo período da construção de Goiânia
que foi na década de 30.

02 - (UEG GO/2008)
O protestantismo encontra-se em franca expansão no estado de Goiás. Suas origens remontam aos movimentos
reformistas ocorridos na Europa entre os séculos XIV e XVI.

Sobre a Reforma Protestante, é CORRETO afirmar:

a) Martinho Lutero pregou a volta dos valores clássicos greco-romanos para combater a corrupção da Igreja.

b) As teses reformistas de Lutero tiveram apoio de setores da burguesia e da nobreza do Sacro Império
Romano-Germânico, interessados em escapar da influência da Igreja.

c) A Reforma Protestante impediu o desenvolvimento do capitalismo, uma vez que condenava radicalmente a
usura.

d) Na Inglaterra, a Reforma Protestante foi suprimida através da criação da Igreja Anglicana, resultante de um
acordo entre Henrique VIII e o Papa.

De acordo com o programa dos humanistas, os reformadores buscaram nas fontes da antiguidade cristã as bases
para uma renovação religiosa. O protestantismo se disseminou principalmente nos meios urbanos e por meio da
nobreza.

03 - (UEG GO/2008)

Claros Clarins no ar rabiscam

o canto da vitória!

Aliança Liberal.

Getúlio Vargas, Pedro Ludovico!

De novo se abre a boca do cenário

e no palco aparece

Goiânia.

ROCHA, B. Metrópole do Oeste In: OLIVEIRA,

E.C. “As imagens de Goiânia na literatura

mudancista”. In: CHAUL. N. F.; DUARTE, L. S.

(Org.). As cidades dos sonhos:

desenvolvimento urbano em Goiás. Goiânia:

Editora da UFG, 2004. p. 177.

No poema citado, aparece uma visão personalista da construção de Goiânia. Identifique dois outros elementos
históricos que se relacionam à construção da nova capital.

A concepção de que Goiânia foi fruto da vontade férrea de Pedro Ludovico é apenas uma das interpretações
possíveis sobre a construção da nova capital. Outros elementos históricos estão também relacionados a este
evento, tais como:
a) Marcha para Oeste: essa explicação concebe a construção de Goiânia como parte do movimento de
interiorização ocorrido no Governo Vargas que visava à integração econômica do interior brasileiro às
regiões mais dinâmicas do País.

b) O papel dos trabalhadores: dentro da perspectiva de que a história não é feita apenas pelos “grandes
homens”, a atuação dos trabalhadores não pode ser subestimada. Vivendo em condições precárias nos
bairros operários, foram os verdadeiros construtores da cidade, embora, nem sempre, sejam reconhecidos
por isso.

c) Revolução de 1930: Ao romper com o longo período de dominação caiadista, estabelecido, principalmente
na cidade de Goiás, a mudança política provocada pela Revolução de 1930 fez com que os grupos políticos
ligados ao Sul e Sudoeste promovessem a construção de uma nova capital, mais bem situada
geograficamente e que estimulasse a dinamização econômica regional.

04 - (UEG GO/2008)

A história de Goiás não começa em 1722, com a Bandeira do Anhanguera, como quer a versão tradicional, pois,
há milênios, a região já era habitada por indígenas. Sobre esses grupos indígenas, é INCORRETO afirmar:

a) Os grupos indígenas que habitavam a região onde atualmente é Goiás pertenciam ao tronco Gê, que povoou
a região do Cerrado há cerca de 10.000 anos.

b) Os grupos indígenas que os europeus encontraram na época do contato praticavam a agricultura (cultivavam:
milho, mandioca, inhame, cará, pequi, batata doce) complementando sua base alimentar com a caça, a pesca
e a coleta.

c) O grupo indígena mais importante e numeroso do atual território goiano foi o dos Goyá, responsável pelas
principais influências culturais e étnicas que os indígenas legaram ao povo goiano. ( Os índios goyazes foram
os primeiros a serem dizimados; o legado goiano foi deixado pelos europeus e não pelos índios e negros, que
foram sufocados pela Igreja Católica)

d) Dentre os grupos indígenas que habitavam onde hoje é o estado de Goiás, os que mais resistiram à
colonização branca, inclusive através da guerra, foram os Caiapó do sul e os Avá-Canoeiro.

Índios mais bravios: Xavantes, Caiapós, Avá-canoeiros, Krahôs

Goiás é um dos Estados com menor população indígena do Brasil.

05 - (UFG GO/2007)

A Constituinte de 1988 abrigou diversas propostas para a formação de novas unidades federativas, cujas
proposições foram discutidas em meio à forte disputa política.

O projeto de criação do Estado do Triângulo, em Minas Gerais, foi vetado. A singularidade do caso goiano, com a
criação do Estado do Tocantins, vincula-se

a) ao desenvolvimento econômico da região norte de Goiás que motivou a proposta separatista.

b) ao aumento das tensões sociais advindas da campanha pela separação do norte goiano. (essas tensões
separatistas foram antes da promulgação da CF)

c) ao investimento na modernização da região com base na atração de capital estrangeiro.


d) à adequação das elites goianas às perspectivas políticas advindas da divisão do território.

e) à emergência de uma cultura nortista, avessa aos valores culturais do povo goiano.

06 - (UFG GO/2007)

Ficou mais, assentado e prometido em palavra de rei testemunhado,

que o crioulinho

que viesse ao mundo

com o primogênito do casal

seria forro sem tardança na pia batismal.

CORALINA, Cora. Estória do aparelho azul-pombinho. Melhores poemas. Seleção de Darcy F.

Denófrio. São Paulo: Global, 2004. p. 45.

A partir dos casos contados pela sua bisavó, Cora Coralina rememora as experiências vividas em Goiás por volta
de 1860, entre as quais encontra-se a escravidão. Relacione a conjuntura econômica goiana, em meados do
século XIX, à alforria como prática abolicionista.

07 - (UEG GO/2007)

Goiás, minha cidade...

Eu sou aquela amorosa

de tuas ruas estreitas,

curtas,

indecisas,

entrando,

saindo

uma das outras

Eu sou aquela menina feia da Ponte da Lapa,

Eu sou Aninha.

CORALINA, Cora. Minha cidade. In: TELES, José Mendonça. No santuário

de Cora Coralina. Goiânia: Kelps, 2003. p. 41.


A Cidade de Goiás, nos seus quase trezentos anos de existência, foi objeto de avaliações ambivalentes, sendo
considerada, às vezes, motivo de orgulho, outras vezes, de vergonha. Acerca das representações construídas
sobre a cidade, é INCORRETO afirmar:

a) Em 1739, foi transformada em vila, recebendo o nome de “Vila Boa de Goiás”, toponímia resultante do
aportuguesamento de “Bueno”, sobrenome do descobridor oficial das minas de Goiás. (Bartolomeu Bueno
da Silva Filho)

b) Em 1819, foi elevada à condição de cidade, recebendo o nome de “Cidade de Goiás”, quando, em virtude da
intensa exploração do ouro e do rápido crescimento demográfico, experimentou fortes alterações
urbanísticas, com a construção de novas igrejas e prédios públicos. (Neste período o ouro já havia acabado e
dado lugar a pobreza, miséria e abandono. As cidades ficaram vazias pois a população migrou para as
fazendas, ocasionando uma ruralização.)

c) Em 1937 (Transferência oficial da Capital), depois de perder o posto de capital, passa a ser conhecida como
“Goiás Velho”, expressão que representava o atraso e a decadência do estado, que se pretendiam eliminar
com a transferência da capital para Goiânia. (Criação de Goiânia: 24/10/1933, mas a transferência da capital
se deu em 1937. Goiânia foi construída no estilo art’decò, de origem francesa, em uma visão futurista,
contrapondo com a arquitetura barroca de Goiás Velho.)

d) Em 2001, a cidade de Goiás é reconhecida pela UNESCO como “Patrimônio da Humanidade”, em virtude dos
seus monumentos arquitetônicos, representativos da arquitetura colonial brasileira.

Quando Goiás Velho foi fundado era chamado de Arraial de Sant’anna (1727-1738).

Arraial: Conjunto de famílias com mais de 100 casas.

A partir de 1739: a atual cidade de Goiás passa a ser chamada de Vila Boa de Goiás.

Vila: Arraial com importância política

A partir de 1819: passou a ser chamada de cidade de Goiás

Ciclo do Ouro em Goiás: 3 fases ou etapas:

INÍCIO (1727-1734)

AUGE (1734-1749)

DECADÊNCIA (1750-1830)

08 - (UEG GO/2007)
BRAGA, J. Retrato falido. Goiânia, O Popular, 1994, p. 27.

Charges e caricaturas são fontes preciosas para o estudo do passado. Na ilustração ao lado, o cartunista Jorge
Braga ironiza um evento ocorrido no estado de Goiás e o ambiente político que o envolvia. Identifique esse
evento e as circunstâncias de sua ocorrência.

Resposta: Trata-se do acidente radiológico com o Césio 137, em Goiânia. O contexto político que
circundava o acidente era extremamente problemático, já que o presidente José Sarney não
conseguia controlar a inflação e suas mazelas sociais no Brasil.

09 - (UFG GO/2006)

Observe a imagem a seguir:

Foto do banquete oferecido ao presidente da República, no Palácio das Esmeraldas de Goiânia, em 7 de agosto de 1940. Acervo: Museu
Pedro Ludovico Teixeira. In: PALACÍN, Luís; MORAES, Maria Augusta de Sant´Anna. História de Goiás (1722-1972). 5.ed. Goiânia: Editora. da
UCG, 1989. p. 105.

A associação da fotografia ao contexto histórico do Estado Novo, em Goiás, sinaliza:

a) a adoção de uma política de reforma agrária, voltada para os migrantes pioneiros da colonização agrícola em Goiás.

b) o estímulo do governo central brasileiro ao processo de redistribuição populacional na região Centro-Oeste.

c) a articulação com o governo federal, visando à modernização de Goiás, com a criação de colônias agrícolas.

d) as políticas de combate às endemias que assolavam as populações interioranas, iniciando a campanha sanitarista em Goiás.

e) a difusão do projeto estadonovista de ocupação do Centro-Oeste, baseado na urbanização e na industrialização da região.

10 - (UFG GO/2006)

A paisagem urbana abaixo mostra um dos edifícios coloniais da cidade de Goiás que, em 2001, obteve o título de Patrimônio Mundial
concedido pela Unesco. Explique a função desse edifício no século XVIII e sua relação atual com a preservação do patrimônio cultural da
cidade.
Casa de Câmara e Cadeia, construída em 1761, atual Museu das Bandeiras.

Patrimônio mundial no Brasil. 3.ed. Brasília: Caixa Econômica Federal, 2004. p. 235.

11 - (UEG GO/2006)

Você voltou para a civilização, né? Você tinha ido para Goiás.

Ana Maria Braga, apresentadora de TV, entrevistando a atriz Glória Pires.

In: O Popular, Goiânia, 1o maio 2005.

Até 1930, o estado de Goiás continuava fora da corrente de progresso que, nos últimos 80 anos, vinha
transformando São Paulo e outros estados a partir da modernização da agricultura e de um começo da
industrialização.

PALACÍN, Luís; MORAES, Maria Augusta S. de. História de Goiás. Goiânia: Editora da UCG, 1994, p. 90.

Conceitos como “progresso” e “civilização” são recorrentes na análise dos fenômenos econômicos e culturais.
Acerca do uso desses conceitos para a compreensão da história de Goiás, julgue os seguintes itens:

I. A construção da estrada de ferro provocou uma profunda transformação econômica, pois o Estado passou a
exportar produtos agropecuários para o Sudeste (principalmente MG e SP) do país. (CERTO)

A Construção da Estrada de Ferro representou o 1º dinamismo em Goiás.

A estrada de ferro surgiu como uma alternativa para romper o estrangulamento da economia goiana, quanto à
sua demanda por um meio de transporte que viesse atender às necessidades de escoamento de sua produção. Era
de chamada de ‘A Mogiana’ pois vinha de Mogi das Cruzes (Interior de São Paulo). As oliguarquias dominantes em
Goiás não queriam a chegada da Estrada de Ferro, pois o seu poder era baseado no atraso e isolamento da
população goiana. Representou um importante papel na intensificação do povoamento goiano pois facilitou o
acesso dos produtos goianos aos mercados do litoral (Sul e Sudeste) e possibilitou a ocupação de vastas áreas da
região meridional (sul) de Goiás. Atualmente, o território goiano é servido por 685 quilômetros de trilhos,
pertencentes à Ferrovia Centro-Atlântica, subsidiária da Companhia Vale do Rio Doce e sucessora da antiga
Estrada de Ferro Goiás e da Rede Ferroviária Federal. Essa empresa ferroviária percorre com seus trilhos a região
sudeste do Estado, passando por Catalão, Ipameri, Leopoldo de Bulhões, chegando até Anápolis, Senador Canedo
e indo até a capital federal. A Centro-Atlântica promove o escoamento de boa parte da produção econômica
goiana, embora tenha sua capacidade de transporte limitada à sua pouca extensão. De acordo com a Seplan-GO
(2004), em Goiás o transporte rodoviário é o responsável pelo volume mais expressivo de cargas, contando com
uma malha de 89,3 mil quilômetros onde, aproximadamente, 11.323 quilômetros são pavimentados. Desse total,
os trilhos representam menos de 1% , o que demonstra a pouca expressão que as ferrovias têm em Goiás, embora
seja reconhecida a sua importância para o crescimento e o escoamento da produção da economia local.

Por se tratar de um meio de transporte com um custo de operação inferior ao transporte rodoviário, a ferrovia
proporciona um significativo ganho comercial para os produtos de Goiás, tornando-os mais competitivos tanto no
mercado interno como no externo.

II. A mudança da capital na década de 1930 provocou o aumento da população e a intensificação da


urbanização, eliminando os traços rurais da cultura goiana. (ERRADO)

III. Os conceitos de “progresso” e “civilização” são insuficientes como instrumentos de análise cultural, pois é
impossível afirmar que os valores culturais goianos são superiores ou inferiores aos de outros estados.
(CERTO)

IV. A necessidade de construir uma nova capital, segundo Pedro Ludovico, se justificava pela defesa do
patrimônio histórico da cidade de Goiás, ameaçada pelo crescimento demográfico. (ERRADO)

São CORRETAS as seguintes assertivas:

a) I e II

b) I e III

c) II e IV

d) III e IV

12 - (UEG GO/2006)

“Não conheci, todo mundo comenta... que ele era como vou te dizer... não levava desaforo pra casa. A fazenda
em Santa Bárbara é uma das primeiras fazenda-empresa. Ia buscar mão-de-obra, dava roupa, comida, tudo. A
pessoa fugia e ele trazia de volta para trabalhar e pagar o que devia. Daí eles exageram fala que é Caiado,
prendeu, torturou.”

(Entrevista de Bruno Caiado, comentando sobre Ubirajara Caiado.) RIBEIRO, Miriam Bianca Amaral.

“Memória, família e poder. História de uma permanência política – os Caiado em Goiás”.

In: CHAUL, Nasr Fayad (Org.) Coronelismo em Goiás: estudos de casos e famílias. Goiânia: Kelps, 1998. p. 281.

A citação é um exemplo das relações de trabalho no regime político, econômico e social que foi dominante em
Goiás durante a chamada República Velha, o coronelismo.

Apresente duas características definidoras dessas relações de trabalho em Goiás, no referido período.

Clientelismo e Coronelismo.

13 - (UEG GO/2006)
O CineTeatro Goiânia, inaugurado em 1942, é um monumento representativo da história de Goiânia. Sobre essa
edificação, é INCORRETO afirmar:

Disponível em: <http://www.faquini.com.br/goiás250/9030056.jpg>

Acesso em: 5 jun. 2006.

a) Foi construído para servir de palco do chamado Batismo Cultural de Goiânia, quando a cidade foi
oficialmente inaugurada.

(1933 – Lançamento da Pedra Fundamental de Goiânia; 1937 – Transferência Oficial da Capital; 1942 – Batismo
Cultural de Goiânia)

b) Mesmo sendo uma construção moderna, incorporou as tradições históricas goianas, sendo, por isso, o seu
formato similar ao das igrejas coloniais de Goiás.

c) Incorporou o imaginário marcial da época, o que explica o seu formato de navio de guerra.

d) É representativo da art déco, estilo arquitetônico que prioriza fachadas com rigor geométrico e estilo linear,
produzindo um efeito de monumentalidade nas edificações.

Foi o art déco que inspirou os primeiros prédios de Goiânia (Teatro Goiânia, Estação Ferroviária, Coreto da Praça
Cívica) , nova capital de Goiás, projetada em 1933 por Atílio Correa Lima, cujo acervo arquitetônico é
considerado um dos mais significativos do país. No Brasil, Goiânia reúne grande número de exemplares de
edifícios art déco, a começar pelo traçado da cidade, realizado pelo arquiteto Attílio Correa Lima. . Ainda no
estado de Goiás, no interior, Ipameri tem o maior patrimônio da arquitetura art déco preservado, todos
localizados no centro da cidade. Alguns exemplares que mais se destacam são o antigo prédio do Cine Teatro
Estrela, prédio da antiga sede do Banco do Brasil, prédio-sede da Câmara Municipal, prédio das antigas
Chevrolet e Ford (Edifícios Firmo Ribeiro e Miguel David Cosac respectivamente), para citar alguns . A
arquitetura art déco está espalhada por todo o país, mas os principais acervos art déco brasileiro
concentram-se em São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia. O art déco é marcado pelo rigor geométrico e
predominância de linhas verticais, havendo a tendência de tornar, através da percepção, o edifício mais alto.
Os volumes arquitetônicos são também marcados pelo escalonamento, pela transposição da ideia
do zigurate, aproximação de formas aerodinâmicas.

14 - (UFG GO/2005)
Leia o trecho a seguir:

A impraticabilidade de se povoar a dita capitania [Goiás] nem outra qualquer parte da América Portuguesa senão
com os nacionais da mesma América. E que achando-se todo o sertão daquele vasto continente coberto de
índios, estes deviam ser principalmente os que povoassem os lugares, as vilas e as cidades que se fossem
formando.

Carta régia de D. José I a D. José Vasconcelos, governador da Capitania de Goiás.


1758. In: PALACIN, Luís. O século do ouro em Goiás. Goiânia: Ed. da UCG, 1994. p. 87.

O documento aponta a preocupação da Coroa Portuguesa com o povoamento da Capitania de Goiás, Cujo
desdobramento foi a política de:

a) Ocupação das terras indígenas.

b) Guerra justa contra as tribos indígenas.

c) Mestiçagem de brancos, índios e negros.

d) Embates intermitentes com as tribos indígenas.

e) Implantação de aldeamento indígenas.

15 - (UFG GO/2005)

[…] pois que sendo menor o número das fábricas de mineirar que ficam ao sul de São Felix, elas renderam ao
quinto na Casa Real de Fundição, em 1777, 216 marcos de ouro, e as do norte, 38 marcos. Isso demonstra que,
apesar da maior extensão do terreno e o maior número de escravos ocupado no exercício de mineirar, há muito
extravio do ouro e a necessidade de empregar a maior vigilância para evitar esse roubo no norte.

Relatório do governador José de Vasconcelos. In: PALACIN, Luis et al.

História de Goiás em documentos. Goiânia: Ed. da UFG, 2001. p. 97–98. [Adaptado]

O documento acima ressalta as dificuldades da coleta do tributo régio do quinto. No que se refere à mineração
na capitania de Goiás colonial e ao controle da extração aurífera,

a) Explique a razão da diferença de arrecadação do quinto entre as regiões mineradoras do norte e do sul;

R: Na parte sul a fiscalização era maior devido a um maior aparato do Estado. Na região Norte devido a distância
a fiscalização era menor

2 casas de fundição em Goiás: Uma em São Félix, mais tarde transferida para Cavalcante e a outra em Vila Boa de
Goiás (mais tarde, em 1819, passou a ser chamada de cidade de Goiás)

b) Analise a função desempenhada pelas duas Casas Reais de Fundição (Vila Boa e São Felix).

R: O ouro encontrado nas regiões mineradoras não podia circular na forma de pó ou pepita, devendo ser
transformado em barras. As casas de fundição eram responsáveis por fundir esse ouro e transformá-lo em barra
com a gravação do brasão da Coroa Portuguesa. Além disso, incidia sobre o ouro produzido a cobrança de um
imposto chamado de Quinto, em que 20% de toda produção aurífera ficaria para a Coroa Portuguesa.

16 - (UEG GO/2005)

O processo de ocupação e desbravamento do interior brasileiro talvez seja uma das etapas mais interessantes da
formação social do Brasil no período colonial. As entradas e bandeiras que desbravaram o sertão estão na origem
da formação dos primeiros núcleos urbanos no interior do país, como no caso da região de Goiás.

Sobre o processo de ocupação e povoamento de Goiás, é CORRETO afirmar:

a) Até o início do século XVIII (1701-1800), a região do atual Estado de Goiás era desabitada e considerada
território desconhecido tanto por portugueses quanto por indígenas, que ocupavam preferencialmente o
litoral brasileiro.

b) A bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva foi a primeira expedição de exploração do atual território goiano,
que lançou as bases para outros descobertos, como o das minas de Cuiabá. (Foi encontrado ouro no MT e
em MG antes de se encontrar ouro em Goiás)

c) Por causa da grande distância a ser percorrida entre a região das minas dos Goyases e o Estado de São Paulo,
foi pequena a utilização da mão-de-obra africana na região, ficando a extração aurífera sob o encargo de
indígenas escravizados. (A ESCRAVIDÃO EM GOIÁS FOI PREDOMINANTEMENTE NEGRA. À época do ciclo do
ouro a população em Goiás era de 85% de negros, pardos e mulatos e somente 15% de brancos)

d) O curto período de exploração aurífera em Goiás deve-se ao rápido esgotamento dos veios auríferos
localizados nos leitos dos rios (ouro de aluvião) e à técnica rudimentar utilizada na extração do ouro.

e) O declínio da produção aurífera trouxe poucos abalos à dinâmica social goiana, visto que já havia se
estabelecido na região uma intensa atividade comercial e agrícola que sustentava o crescimento.

17 - (UEG GO/2004)

A integração de Goiás nos quadros da economia nacional encontrou na construção de Brasília um momento de
inflexão: Goiânia transformou-se em ponto de apoio fundamental para a construção da nova capital.

Acerca da integração econômica de Goiás entre as décadas de 1950 e 1970, marque a alternativa CORRETA:

a) Houve uma enorme resistência da elite política goiana em ceder imensa quantidade de terras para a
formação do Distrito Federal, uma vez que a atividade pecuarista era desenvolvida intensivamente nas terras
onde a nova capital seria construída.

b) A construção de Brasília recebeu apoio inconteste de todos os partidos políticos, pois a interiorização da
capital já estava prevista na primeira constituição republicana. O sonho de se construir uma nova capital
ultrapassou as divisões ideológicas.

c) O golpe de 1964 paralisou os investimentos na modernização da agricultura brasileira. O modelo econômico


adotado reservava à agricultura papel secundário, concentrando os investimentos no desenvolvimento
industrial.
d) A modernização da agricultura goiana foi uma decorrência da transferência da capital, pois o estado de Goiás
tornou-se responsável pelo abastecimento de Brasília, o que permitiu uma profunda alteração na agricultura
goiana, com o crescimento da pequena propriedade.

e) A integração da economia goiana nos fluxos de investimentos nacionais iniciou-se no final da década de 1920
com a chegada dos trilhos, mas só ganhou impulso decisivo com o desenvolvimento da agricultura moderna,
com o cultivo da soja. (Chegada da Estrada de Ferro em Goiás: 1º Dinamismo de Integração Nacional)

18 - (UFG GO/2003)

Na segunda metade do século XIX (1850-1900), surgiram no Brasil as ferrovias no processo de modernização dos
meios de transportes com o apoio de capitais estrangeiros, em sua maioria ingleses. Assim, construíram-se
troncos ferroviários na região Sudeste para atender aos interesses dos produtores de café no escoamento da
produção para os portos do Rio de Janeiro e Santos. Já no início do século XX (1901-2000), implantou-se a
Companhia de Estradas de Ferro de Goiás com investimentos de capitais franceses.

Sobre a construção das ferrovias, julgue os itens abaixo:

01. Para a instalação da rede ferroviária na região Sudeste foi necessário reunir um capital considerável, pois a
concessão de privilégios (garantia de juros baixos entre outros) por parte do governo não era suficiente.
Assim, os capitais ingleses, na forma de empréstimos e de investimentos, foram aplicados na construção de
vários troncos. (CERTO)

02. A construção da estrada de ferro em Goiás visava à inserção da economia do estado nos mercados
capitalistas das regiões Norte e Nordeste, muito interessados na compra do milho e das carnes bovina e
suína. (ERRADO. Regiões Sul e Sudeste)

03. A Estrada de Ferro de Goiás e a implantação das charqueadas nas cidades ao longo dos trilhos possibilitaram
um crescimento substancial da pecuária, pois a carne, em parte industrializada e em parte como gado gordo
para o abate, era exportada para os mercados paulistas com custos mais baixos. (CERTO)

04. A implantação pioneira do transporte ferroviário em Goiás explica-se pela dinamicidade das relações
comerciais inter-regionais e internacionais e pelo fato de a ferrovia ter-se tornado a principal via de
comunicação com a região Sul. (ERRADO.)

19 - (UFG GO/2003)

“Conheci ali o doutor Xavier de Almeida, figura respeitável, um coronel formado em direito, ex-Presidente do
Estado, vivendo da saudade do passado, e sob o impacto, que o tempo amainou mas não destruiu, da rasteira
que o Senador Totó Caiado lhe havia dado na política.”

(ROSA, Joaquim. Por esse Goiás afora. Goiânia: Cultura Goiana, 1974. p. 61.)

O trecho acima do memorialista Joaquim Rosa relata tanto sua passagem pela cidade de Morrinhos, em 1925,
quanto os conflitos políticos em Goiás na época da revolução de 1909. Assim, o coronelismo na Primeira
República (1889–1930) foi um fenômeno político brasileiro que envolveu proprietários rurais cujo poder local
apoiava-se no clientelismo.

Com base no exposto, julgue os itens abaixo:


01. Um exemplo típico do poder local dos “coronéis do sertão” localizou-se no interior da região Nordeste, em
torno do rio São Francisco, onde eles exerceram seu poder por intermédio de bandos armados – os jagunços.
(CORRETO)

02. José Leopoldo de Bulhões Jardim, chefe político goiano, ministro da Fazenda por duas vezes e senador
federal até 1918, foi acusado pelos grupos de oposição de impedir o progresso de Goiás na questão da via
férrea. (CORRETO) Os coronéis não queriam a chegada da linha férrea em Goiás, pois eles mantinham seu
poder devido ao isolamento e pobreza da população goiana.

03. O governador Xavier de Almeida (1901–1905) implantou um sistema de arrecadação de rendas que
beneficiou os pecuaristas exportadores de gado, o que resultou num apoio político a seu governo por parte
dos coronéis interioranos ligados a essa atividade econômica. (ERRADO)

04. Em Goiás, a oligarquia sediada na capital controlou a política e a administração estaduais, representou o
Estado no plano nacional, reconheceu e garantiu o poder das chefias locais, como foi o caso dos coronéis de
Morrinhos e Porto Nacional. (CORRETO)

20 - (UFG GO/2002)

Já afirmamos, e o repetimos sem receio de contradita, que o que representa o presidente Getúlio Vargas, para o
Brasil, representa Pedro Ludovico para Goiás.

Revista Oeste, ano II, novembro de 1943, p.369, Goiânia: Ed. UCG, 1983. Ed. Fac-similar.

A comparação entre Pedro Ludovico e Getúlio Vargas abre uma perspectiva de análise política que permite o
debate entre os acontecimentos regionais e sua repercussão nacional.

Acerca das relações entre região e nação nessa conjuntura (1937-45), pode-se afirmar que:

01. o regionalismo era uma força política incontestável. As lideranças locais dominavam o processo de decisões e
se impunham ao poder central, pois controlavam os votos e cargos políticos da região. (ERRADO)

02. no governo Vargas, a excessiva descentralização política foi substituída por um tipo de controle fundado nas
idéias liberais: o respeito à constituição e às liberdades democráticas definiram um novo sentido para a
atividade política. (ERRADO)

03. entre Vargas e Ludovico, há um horizonte de aproximação que se fundamenta no projeto de centralização do
poder, na estratégia de ocupação das regiões interioranas e no personalismo como forma de dominação
política. (CORRETO)

04. a aproximação entre Vargas e Ludovico vincula-se ao estabelecimento de políticas sociais que permitiram a
livre organização dos trabalhadores como forma de combater o poder das antigas oligarquias regionais.
(ERRADO)

21 - (UFG GO/2002)

A casa pobre.

Mandrião de saias velhas

da minha bisavó.
Recortadas, costuradas para mim.

Timão de restos de baeta.

Vida sedentária.

Orgulho e pobreza do passado.

CORALINA, Cora. O cântico de Aninha. In: ______Vintém de cobre.

Meias confissões de Aninha. São Paulo: Global, 1995. p.45.

Cora Coralina (1889-1985) transforma o passado vivido em poesia. A dureza das antigas regras de educação, as
moedas de cobre, roupas velhas (mandrião) costuradas, remendadas. Nas imagens da poetisa goiana, há o
registro de expressões de um mundo ainda ligado à época em que os escravos usavam casacos (timão) de um
tipo de pano empregado para reter o ouro (baeta). A poesia de Cora Coralina registra, embora em um tempo
posterior, as marcas do empobrecimento da região no final do século XVIII. Goiás e Minas Gerais enfrentaram, de
forma diversa, a dura tarefa de adaptar-se ao mundo longe da sombra do rico minério.

Explique como a economia goiana e a mineira reagiram à crise da mineração.

23 - (UFG GO/2001)

Em setembro de 1987, ocorreu o que ficou conhecido como “acidente radioativo de Goiânia”. Wagner Mota,
desempregado, dirigiu-se aos escombros do Instituto Goiano de Radioterapia (IGR), apoderando-se de uma
quantidade considerável de chumbo (98kg) que protegia, sem que ele soubesse, uma cápsula de césio de um
aparelho de raio X. Vendido para o ferro-velho de Devair Ferreira, o material passou a ser tratado como objeto
de diversão (o azul da Prússia, brilhante no escuro). Quatro pessoas morreram na época e quatro outras, mais
tarde. Cerca de 700 pessoas foram contaminadas.

Sobre esse episódio recente da história de Goiânia, pode-se afirmar que:

01. Goiânia passou a ser chamada de a “Chernobil do Brasil” e ficou conhecida no mundo todo: o povo e os
produtos goianos passaram a ser estigmatizados. (CORRETO)

02. o Comitê de Defesa de Goiânia reuniu pessoas interessadas em apurar responsabilidades, exigindo um
programa de ações para o amparo das vítimas e da cidade. A Fundação Leide das Neves foi criada para dar
assistência às vítimas. (CORRETO)

03. na época, Goiânia sediou uma competição internacional (GP Internacional de Motovelocidade) que desviou a
atenção da população e atrasou o diagnóstico e tratamento do problema. (CORRETO)

04. a Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), a União e os médicos do IGR saíram ilesos do episódio: a
prontidão na localização e solução do problema provou o preparo do sistema brasileiro de gestão de
materiais radioativos. (ERRADO)

24 - (UFG GO/1999)
O Goiás que Bernardo Élis romanceia, em “Chegou o Governador”, é repleto de lirismo, pleno de amor. Amor de
mulher goiana, em um ambiente centrado no poder administrativo, impregnado da impetuosidade de um jovem
governador, de sua febre de realizações, de seus delírios e frustrações, sensatez e prostração. É a descrição de
um Goiás em transição econômica, social e cultural, nos primórdios do século XIX, retratado pela Vila Boa de
Santana de Goiás, antigo pólo minerador, a Vila Boa de memórias, tradições e revelações luso-brasileiras.

Com base no romance de Bernardo Élis, “Chegou o Governador”, e no processo histórico que lhe serve de
inspiração, julgue os itens:

01. Nos primórdios do século XIX, Vila Boa vivia o apogeu das produção aurífera, inaugurando sua Casa de
Fundição, remetendo aos cofres da Coroa Portuguesa o maior rendimento do quinto já produzido em Goiás.

02. O pano de fundo do romance é o próprio processo histórico da Capitania de Goiás, após a crise mineratória,
aproveitando o envolvimento do General D. Francisco de Assis Mascarenhas, governador da capitania de
Goiás, com Ângela Ludouvico, uma plebéia, o que serve para atestar que o concubinato era uma das formas
mais comuns em Goiás.

03. O concubinato, retratado por Bernardo, tornou-se comum em Goiás, não só pelos exemplos, dados pelo
próprio Governo, mas também pelo alto preço do casamento, causando perplexidade aos viajantes europeus
que passaram por Goiás, no século XIX.

04. Bernardo absorve no romance a idéia de decadência social e econômica de Vila Boa, repassando para o leitor
a decadência do ouro e a decadência da sociedade, idéia marcante na historiografia da região, questionada
por estudos recentes.

25 - (UFG GO/1999)

“O que se evidencia é a total impossibilidade de atribuir aos Caiado o sinônimo de atraso. Ao contrário, a
capacidade de atualizar-se é uma exigência da permanência política. Isso não quer dizer que em algum momento
o grupo familiar que estudamos deixou de ser assumida e ostensivamente conservador. O que se consta é a não
oposição entre o conservador e o moderno. A sua permanência política está diretamente vinculada a sua
articulação e rearticulação nas diversas composições de classes dominantes ao longo da história regional e
nacional, perpassando uma experiência política que se estabelece através do vínculo com os Bulhões, no século
passado e chega aos nossos dias atuando ao lado da ação neoliberal de Fernando Henrique Cardoso.”

RIBEIRO, M. B. do Amaral. Memória, Família e Poder: História de uma permanência política –

Os Caiado em Goiás. In: CHAUL, Nasr Fayad (Coord). Coronelismo em Goiás: estudos de Casos e Famílias.

Goiânia: Kelps/Mestrado de História, 1998. p. 269.

O texto anterior discute o entrelaçamento das famílias que dominaram a cena política em Goiás desde a
proclamação da República, sem que se possa definir claramente quem de fato pode ser chamado de conservador
ou moderno. Com base no exposto, analise o texto acima à luz das últimas eleições para o Estado de Goiás.

GABARITO:

1) Gab: C
2) Gab: B

3) Gab:

A concepção de que Goiânia foi fruto da vontade férrea de Pedro Ludovico é apenas uma das interpretações
possíveis sobre a construção da nova capital. Outros elementos históricos estão também relacionados a este
evento, tais como:

a) Marcha para Oeste: essa explicação concebe a construção de Goiânia como parte do movimento de
interiorização ocorrido no Governo Vargas que visava à integração econômica do interior brasileiro às regiões
mais dinâmicas do País.

b) O papel dos trabalhadores: dentro da perspectiva de que a história não é feita apenas pelos “grandes
homens”, a atuação dos trabalhadores não pode ser subestimada. Vivendo em condições precárias nos
bairros operários, foram os verdadeiros construtores da cidade, embora, nem sempre, sejam reconhecidos
por isso.

c) Revolução de 1930: Ao romper com o longo período de dominação caiadista, estabelecido, principalmente
na cidade de Goiás, a mudança política provocada pela Revolução de 1930 fez com que os grupos políticos
ligados ao Sul e Sudoeste promovessem a construção de uma nova capital, mais bem situada
geograficamente e que estimulasse a dinamização econômica regional.

4) Gab: C

5) Gab: D

6) Gab:

Em fins do século XVIII, ocorre uma alteração na economia goiana com a crise do ouro, provocando o decréscimo
sensível da população escrava. Em meados do século XIX, o abolicionismo se torna um movimento popular e a
prática de alforriar escravos é incentivada como valor social indicativo de benevolência.

7) Gab: B

8) Gab:

Trata-se do acidente radiológico com o Césio 137, em Goiânia. O contexto político que circundava o acidente era
extremamente problemático, já que o presidente José Sarney não conseguia controlar a inflação e suas mazelas
sociais no Brasil.

9) Gab: C
10) Gab:

– No século XVIII, o edifício era a Câmara dos Vereadores, que definia as principais regras de convivência, ocupação do solo,
abastecimento, higiene e controle de epidemias. No andar de baixo do edifício funcionava a cadeia.

– Na atualidade: como museu, tem a função de preservação do acervo documental, bem como, a conservação da cultura material da
cidade.

11) Gab: B

12) Gab: Clientelismo e Coronelismo

13) Gab: B

14) Gab: E

15) Gab:

a) A diferença está no fato de o contrabando do ouro ser maior no norte devido às dificuldades de controle
para impedir esse extravio. O ouro bruto era mais facilmente contrabandeado.

b) A função era fundir o ouro extraído na capitania, retirar a quinta parte para o tributo régio da Metrópole,
transformá-lo em barras com o selo da Coroa portuguesa, ampliar o controle da produção e a arrecadação do
quinto.

16) Gab: D

17) Gab: E

18) Gab: CECE

19) Gab: CCEC

20) Gab: EECE

21) Gab:
Tanto a economia goiana, quanto a mineira tenderam à pecuária bovina, sobretudo a partir do século XIX, como
via de sobrevivência e de relativo acúmulo de capital _ que antes visava apenas o auto-abastecimento _ já que
escoavam rebanho pelas ferrovias para São Paulo.

22) Gab: D

23) Gab: CCCE

24) Gab: ECCC

25) Gab:

A ambigüidade de termos como moderno e conservador deve ser lembrada, principalmente quando enfocamos
processos históricos, marcados pelo cruzamento de elementos e referências. Na realidade, influências modernas
e tradicionais estão misturadas. O aluno deveria referir-se à frente partidária que apoiou a candidatura de Perillo.
Correntes, as mais diversas, apoiaram a sua candidatura. O contraponto entre moderno e tradicional deve ser
explicado muito mais como recuso de propaganda.

PROVA FGV – TJ DE GOIÁS 2014

16) “Em novembro de 1930, o líder civil de um movimento armado de oposição, Getúlio Vargas,
tornou-se presidente do Brasil em caráter provisório”. (SKIDMORE, Thomas. Brasil: de Getúlio a
Castelo. Ed. Paz e Terra. RJ, p. 21) A Revolução de 1930 mudou inteiramente o processo
histórico brasileiro, fazendo ruir as estruturas da chamada “República Velha” ou “Primeira
República” no país e deu início a uma nova etapa histórica para o estado de Goiás, na medida
em que:

(A) novas classes políticas assumiram o comando do estado, com novas prioridades, como a
higienização e o progresso, alinhadas com a política desenvolvimentista nacional;

(B) a oligarquia goiana se manteve no poder estadual, porém implementou um modelo


desenvolvimentista com o objetivo de inserir o estado de Goiás no mercado internacional;

(C) após a Revolução de 30, a economia goiana sofreu importantes mudanças, sendo a base agrária
gradativamente substituída pelo processo de industrialização;

(D) a nova elite política goiana, na perspectiva de modernizar o estado a partir de 1930, realizou
investimentos prioritários nos municípios menores;

(E) a aliança entre a burguesia e a elite rural goiana foi refletida na priorização dos investimentos em
educação para qualificação de mão de obra no pós-1930.

Gabarito: A

Em Goiás quem assume é Pedro Ludovico Teixeira, interventor federal nomeado por Getúlio Vargas.
Há início da “Marcha para o Oeste”, uma política nacional que visava levar o progresso e
desenvolvimento para regiões menos desenvolvidas.
17) O cerrado contém extensas áreas em condições geoambientais favoráveis à agricultura
intensiva e à pecuária, sendo esta historicamente extensiva e dominante espacialmente. Nos
anos 60 e 70 do século passado, por essa e outras razões de natureza geopolítica, o cerrado foi
alvo de expansão da nova fronteira agrícola, baseada na modernização da agricultura (...)
(GOMES, H. e TEIXEIRA NETO, A. Geografia Goiás-Tocantins. Goiânia: UFG, 1993.)
Entre as condições geoambientais do cerrado que favoreceram a expansão da fronteira
agrícola, destaca-se:

(A) a presença do solo de terra roxa, cuja baixa aptidão agrícola foi superada pelo uso de corretivos,
que viabilizaram o plantio de grãos;

(B) o clima tropical estacional quente e semiárido que predomina na região, no qual a baixa
precipitação favorece o cultivo de cana;

(C) a extensa presença de solos hidromórficos que, ao facilitarem o manejo e a mecanização,


favoreceram a expansão da agricultura moderna;

(D) a vegetação característica, de floresta latifoliada densa, que é responsável pela fertilidade do solo
através da formação da serapilheira;

(E) a predominância de latossolos que, apesar da baixa fertilidade, com a aplicação de


corretivos e fertilizantes, apresentam boa capacidade de produção.

Gabarito: E

18) “O Estado de Goiás apresentou elevadas taxas de urbanização e a população urbana, que
correspondia a 68% da população total em 1980, passou para 81% em 1991, atingindo 86% em
1996, taxa bastante superior à brasileira para o mesmo ano, que era de 78%. Segundo dados
relativos aos períodos compreendidos entre 1980 e 1991 e 1991 e 1996, o crescimento
populacional em Goiás também foi superior ao do país, com taxas de 2,33% e 2,40% ao ano,
respectivamente, embora haja grandes diferenças entre suas cinco mesorregiões.” (Fonte:
http://portal.mec.gov.br/)
O processo de urbanização em Goiás nas últimas décadas foi caracterizado por:

(A) alterar a hierarquia e a estrutura urbana, ao originar muitos centros regionais, espalhados por todo
o estado de Goiás;

(B) diferenciar-se das décadas anteriores, ao estar desvinculado da dinâmica das atividades
agropecuárias modernas;

(C) originar municípios de grande porte, sendo Goiânia, Anápolis e Luziânia exemplos com mais de 1
milhão de habitantes;

(D) apresentar as mais baixas taxas na mesorregião Leste Goiano, em função da ausência de
importantes centros urbanos na região;

(E) promover o crescimento dos problemas sociais de Goiânia, muitos gerados nos municípios
vizinhos, dada a polarização exercida pela capital.

Gabarito: E

19) O Regime Militar brasileiro (1964/1985) produziu em Goiás uma modernização conservadora
que se evidencia na:

(A) formação de diversos polos industriais em todo o Estado, através de investimentos do governo de
Irapuan Costa Jr., entre 1975 e 1978;
(B) expansão do sistema agrícola moderno na região, favorecido com a criação da EMGOPA
(Empresa Goiana de Pesquisa Agropecuária);

(C) modernização dos sindicatos rurais, estimulados pelo governo na administração de Meira Matos,
entre 1964 e 1965;

(D) realização de uma reforma agrária com vistas à expansão das pequenas propriedades durante a
administração de Otávio Lage (1966/1970);

(E) predominância da base agrária de subsistência voltada para o mercado interno, sem investimentos
do governo de Irapuan Costa Jr. (1975/1978).

Gabarito: B

20) O Projeto Plataforma Logística Multimodal de Goiás constitui uma rede de facilidades com o
objetivo de promover, com maior agilidade, eficiência e menor custo, a movimentação de materiais,
produtos e a prestação de serviços relacionados com seus objetivos. Com relação ao projeto, analise
as afirmativas a seguir:

I – A Plataforma Logística Multimodal de Goiás está localizada em uma das principais cidades
industriais e importante centro logístico do Centro-Oeste brasileiro.

II – A interligação dos modais aeroviário, rodoviário e ferroviário vai permitir um sistema de distribuição
tanto rápido quanto eficiente de mercadorias para os mais diversos centros.

III – A localização da plataforma na cidade de Anápolis é favorecida pela presença de mão de obra
qualificada, em função de ser o maior centro universitário do estado de Goiás. (Goiânia)

Assinale se:

(A) somente I estiver correta;

(B) somente II estiver correta;

(C) somente III estiver correta;

(D) somente I e II estiverem corretas;

(E) I, II e III estiverem corretas.

Gabarito: D

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