DPC 2013

Direito Penal
Geovane Moraes
GEOVANE MORAES - Insignificância ou criminalidade de bagatela
PRINCÍPIOS ELEMENTARES AO DIREITO
PENAL Requisitos elencados pelo STF para
reconhecimento da insignificância:
Princípio da Legalidade Penal
XXXIX do art. 5º. da CF/88 - não há crime Mínima ofensividade da conduta do agente;
sem lei anterior que o defina, nem pena sem
prévia cominação legal; Ausência de periculosidade social da ação;

A única fonte do direito para fins de

O reduzido grau
comportamento;
de reprovabilidade do

caracterização de crime é a norma jurídica.

Não existe tipificação de crimes por

Inexpressividade da lesão jurídica causada.

analogia, regras gerais, costumes, HC 114460 / RS - Rio Grande do Sul

interpretação extensiva, entre outros.
 julgamento: 18/12/2012
TEMAS CABULOSOS
1 – Norma estadual ou municipal tutelando
material penal – validade?
2 – Lei penal em vacation legis, que possa
beneficiar o agente – momento da aplicação?
3- Alterações normativas no transcurso de
crimes permanente ou continuado – aplicação
de lei nova mais gravosa?
STF Súmula nº 711 - A lei penal mais grave
aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à
cessação da continuidade ou da permanência.
Princípio da intervenção mínima
Relator(a): Min. Ricardo Lewandowski
Órgão julgador: segunda turma, STF.
Ementa: penal. habeas corpus. crime de furto.
princípio da insignificância.inaplicabilidade.
reprovabilidade e ofensividade da conduta dos
agentes. furto insignificante. furto privilegiado.
distinção. ordem denegada. I – A aplicação do
princípio da insignificância, de modo a tornar a
ação atípica, exige a satisfação, de forma
concomitante, de certos requisitos, quais
sejam,
conduta minimamente ofensiva, ausência de
periculosidade social da ação, reduzido grau de
reprovabilidade do comportamento e lesão
jurídica inexpressiva. II – Para o
reconhecimento da insignificância da ação não
se pode levar em conta apenas a expressão

 “O setor punitivo somente deve ocupar-se

das agressões mais intoleráveis aos bens
jurídicos mais transcendentes, porque é o setor
que impõe as mais traumáticas sanções” –
José Sáinz-Cantero Caparrós.
Consequências:
econômica da lesão. No caso sob exame, a
conduta dos pacientes não pode ser
considerada minimamente ofensiva, além de
apresentar elevado grau de reprovabilidade.
(...)
OLHA A DICA

- fragmentariedade; 1. NÃO SE ADMITE insignificância em crimes

praticados com violência ou grave ameaça;
- adequação social;
RHC 106360 / DF - Distrito Federal
- lesividade;
Relator(a): Min. Rosa Weber
Julgamento: 18/09/2012

- insignificância;
Órgão Julgador: Primeira Turma, STF.
Ementa recurso ordinário em habeas corpus.
Penal. Roubo qualificado. Princípio da
insignificância. Incompatibilidade.
DICAS MUITO IMPORTANTES É inviável reconhecer a aplicação do princípio
da insignificância para crimes praticados com

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violência ou grave ameaça, incluindo o roubo.
Jurisprudência consolidada do Supremo TEMAS CABULOSOS
Tribunal Federal. Recurso ordinário em habeas
corpus não provido. - Possibilidade de reconhecimento
insignificância em ato infracional?
de

2. ADMITE-SE insignificância em crimes

funcionais – crimes de funcionários públicos - Possibilidade de reconhecimento de
contra a administração; insignificância em crimes propriamente
militares?
HC 112388 / SP - São Paulo
Relator(a): Min. Ricardo Lewandowski HC 203540 / RS
Relator(a) p/ Acórdão: Min. Cezar Peluso Relator(a) -Ministra MARIA THEREZA DE
Julgamento: 21/08/2012 ASSIS MOURA
Órgão Julgador: Segunda Turma. STF. Órgão Julgador - T6 - SEXTA TURMA
Data do Julgamento: 23/10/2012
Ementa: Ação Penal. Delito de peculato-furto.
Apropriação, por carcereiro, de farol de milha ESTATUTO DA CRIANÇA E DO
que guarnecia motocicleta apreendida. Coisa ADOLESCENTE. HABEAS CORPUS. ATO
estimada em treze reais. Res furtiva de valor INFRACIONAL ANÁLOGO A FURTO.
insignificante. Periculosidade não considerável CADERNOS. BENS RECUPERADOS.
do agente. Circunstâncias relevantes. Crime de VALOR: R$ 35,00.
bagatela. Caracterização. Dano à probidade da PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.
administração. ATIPICIDADE MATERIAL.
Irrelevância no caso. Aplicação do princípio da CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
insignificância. Atipicidade reconhecida. RECONHECIMENTO.
Absolvição decretada. HC concedido para esse
fim. Voto vencido. Verificada a objetiva 1. Consoante entendimento jurisprudencial, o
insignificância jurídica do ato tido por delituoso, "princípio da insignificância - que deve ser
à luz das suas circunstâncias, deve o réu, em analisado em conexão com os postulados da
recurso ou habeas corpus, ser absolvido por fragmentaridade e da intervenção mínima do
atipicidade do comportamento. Estado em matéria penal - tem o sentido de
excluir ou de afastar a própria tipicidade penal,
3. ADMITE-SE insignificância em crimes de examinada na perspectiva de seu caráter
particulares contra a administração; material. (...) Tal postulado - que considera
necessária, na aferição do relevo material da
HC 112772 / PR - Paraná tipicidade penal, a presença de certos vetores,
Relator(a): Min. Ricardo Lewandowski tais como (a) a mínima ofensividade da
Julgamento: 11/09/2012 conduta do agente, (b) a nenhuma
Órgão Julgador: Segunda Turma, STF. periculosidade social da ação, (c) o
Ementa: penal. Habeas Corpus. Crime de reduzidíssimo grau de reprovabilidade do
descaminho. Valor sonegado inferior ao fixado comportamento e (d) a inexpressividade da
no art. 20 da lei 10.522/2002, com a redação lesão jurídica provocada - apoiou-se, em seu
dada pela lei 11.033/2004. Princípio da processo de formulação teórica, no
insignificância. Aplicabilidade. Precedentes. reconhecimento de que o caráter subsidiário do
Ordem concedida. I - Nos termos da sistema penal reclama e impõe, em função dos
jurisprudência deste Tribunal, o princípio da próprios objetivos por ele visados, a
insignificância deve ser aplicado ao delito de intervenção mínima do Poder Público." (HC nº
descaminho quando o valor sonegado for 84.412-0/SP, STF, Min. Celso de Mello, DJU
inferior ao estabelecido no art. 20 da Lei 19.11.2004) apoiou-se, em seu processo de
10.522/2002, com a redação dada pela Lei formulação teórica, no reconhecimento de que
11.033/2004. II – Ordem concedida para, o caráter subsidiário do sistema penal reclama
reconhecendo-se a atipicidade da conduta, e impõe, em função dos próprios objetivos por
determinar o trancamento da ação penal.

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ele visados, a intervenção mínima do Poder
Público." (HC nº 84.412-0/SP, STF, Min. Celso
de Mello, DJU 19.11.2004)
2. No caso, foram furtados sete cadernos
espirais, pertencentes a uma livraria, tendo
sido as coisas recuperadas, sem prejuízo
material para a vítima. Reconhece-se, então, o
caráter bagatelar do comportamento imputado,
não havendo falar em afetação do bem jurídico
(patrimônio).
3.Ordem concedida para, reconhecendo a
atipicidade material, cassar a medida
socioeducativa imposta ao paciente.
HC 100223 / SP - SÃO PAULO
HABEAS CORPUS
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO
Julgamento: 20/11/2012 Órgão
Julgador: Primeira Turma
ENTORPECENTES – CRIME MILITAR –
REGÊNCIA ESPECIAL – TEORIA DA
INSIGNIFICÂNCIA – IMPROPRIEDADE. Ante
o bem protegido – a disciplina e a hierarquia
militares –, descabe acolher o princípio da
insignificância, decorrente de construção
doutrinária e jurisprudencial.
AGORA É QUE VEM A BRONCA...
... E O BIZÚ.
E se na hora de tipificar o crime, com base na
legalidade penal, o operador do direito deparar-
se com um “CONFLITO APARENTE DE
NORMAS PENAIS”, qual o procedimento a
ser adotado?
CONFLITO APARENTE DE NORMAS
-Métodos para solução de conflitos
• PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE - A regra
diz que sempre deve aplicar lei específica em
detrimento de lei genérica.
EXEMPLO
Tráfico de Influência - Art. 332 - Solicitar,
exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem,
vantagem ou promessa de vantagem, a
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pretexto de influir em ato praticado por
funcionário público no exercício da função:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,
e multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada da
metade, se o agente alega ou insinua que a
vantagem é também destinada ao funcionário.
Exploração de prestígio - Art. 357 - Solicitar
ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade,
a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do
Ministério Público, funcionário de justiça, perito,
tradutor, intérprete ou testemunha:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e
multa.
Parágrafo único - As penas aumentam-se
de um terço, se o agente alega ou insinua que
o dinheiro ou utilidade também se destina a
qualquer das pessoas referidas neste artigo.
PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO - O crime fim irá
absolver o crime meio quando o crime meio se
exaurir no crime fim.
STJ Súmula nº 17 - Quando o falso se exaure
no estelionato, sem mais potencialidade lesiva,
é por este absorvido.
HC 104455 / ES
Ministro: Og Fernandes
Órgão Julgador: 6ª Turma
Data de Julgamento: 21/06/2010.
Ementa: Direito Penal. Habeas Corpus.
Homicídio qualificado e porte de arma.
Princípio da consunção. Aplicabilidade.
Contexto fático único.
1. A aplicação do princípio da consunção
pressupõe, necessariamente, a análise de
existência de um nexo de dependência das
condutas ilícitas, para que se verifique a
possibilidade de absorção daquela menos
grave pela mais danosa, sendo, por isso
mesmo, inviável a sua aplicação automática,
em desconsideração às circunstâncias fáticas
do caso concreto 2. Havendo um contexto
fático único e incontroverso de que a arma de
fogo foi o meio para a consumação do crime de
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homicídio, aplica-se o princípio da consunção. Com as penas do art. 125, no caso da letra d;
3. Ordem concedida. Com as penas do art. 148, no caso da letra e

NORMAL PENAL EM BRANCO E COMO ESTES TEMAS SÃO COBRADOS

Lei de drogas (Lei 11.343/06)
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar,
produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
venda, oferecer, ter em depósito, transportar,
trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda
que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos
e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil
e quinhentos) dias-multa.
PELAS BANCAS?
01. ( ) Um dos princípios basilares do Direito
Penal moderno – e fundamental no Estado
Democrático de Direito – é o princípio da
legalidade ou da reserva legal, previsto no art.
5º , XXXIX, da Constituição da República.
Como consequência da adoção desse
princípio, pode-se dizer que está vedado ao
legislador criar tipos penais cujo conteúdo seja
complementado por outras leis ou atos
normativos.

Portaria 344/98 (Anexo I) 02.( ) Surgindo como uma consequência lógica

LISTA – F do princípio da individualização das penas, a
LISTA DAS SUBSTÂNCIAS DE USO insignificância penal não aceita a
PROSCRITO NO BRASIL periculosidade social da ação como parâmetro,
de acordo com o posicionamento atual do STF,
Exemplos: em razão da elevada abstração desse
11. COCAÍNA conceito, mas apresenta como requisitos: a
24. HEROÍNA (DIACETILMORFINA) mínima ofensividade da conduta do agente; o
reduzidíssimo grau de reprovabilidade do
NORMA PENAL INCOMPLETA OU comportamento; e a inexpressividade da lesão
IMPERFEITA jurídica provocada.

Lei 2.889/56 – Define e pune o crime de 03. ( ) O princípio da insignificância ou

genocídio.
Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no
todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial
ou religioso, como tal:
a) matar membros do grupo;
b) causar lesão grave à integridade física ou
mental de membros do grupo;
c) submeter intencionalmente o grupo a
condições de existência capazes de ocasionar-
lhe a destruição física total ou parcial;
criminalidade de bagatela é mitigado no âmbito
do direito da infância e da juventude, dada a
inimputabilidade absoluta do menor de 18 anos
de idade.
04. ( ) Um dos objetivos do Direito Penal é
promover uma nítida conversão entre os
valores morais e normativos, devendo os
primeiros serem tidos como mais relevantes
em relação aos segundos.

05. ( ) Conflitos aparentes de normas penais

d) adotar medidas destinadas a impedir os
nascimentos no seio do grupo;
e) efetuar a transferência forçada de crianças
do grupo para outro grupo;
Será punido:
Com as penas do art. 121, § 2º, do Código
Penal, no caso da letra a;
Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da
letra b;
Com as penas do art. 270, no caso da letra c;
podem ser solucionados com base no princípio
da consunção, ou absorção. De acordo com
esse princípio, quando um crime constitui meio
necessário ou fase normal de preparação ou
execução de outro crime, aplica-se a norma
mais abrangente. Por exemplo, no caso de
cometimento do crime de falsificação de
documento para a prática do crime de
estelionato, sem mais potencialidade lesiva,
este absorve aquele.

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CONTINUANDO... entregarem as mercadorias da empresa, quem
seria o sujeito passivo material?
SUJEITO ATIVO DE CRIME 3- O que devemos entender por crime vago?
4- Quem é o sujeito passivo material no crime
REGRA GERAL de calúnia contra os mortos?
Qualquer pessoa natural maior de 18 anos; 5- Quem o sujeito passivo material no crime de
aborto?
EXCEÇÃO À REGRA 6- Quem é o sujeito passivo material em crimes
Pessoas jurídicas, em se tratando de crimes ambientais?
ambientais; 7- Quem é o sujeito passivo material nos
crimes funcionais?
TEMAS CABULOSOS
1 – Doentes mentais praticam crimes? E COMO ESTES TEMAS SÃO COBRADOS
2 – Como deverá ser procedida a PELAS BANCAS?
responsabilidade da pessoa jurídica em face
das pessoas físicas que atuaram em seu 01. ( ) No estelionato com fraude para
nome? recebimento de seguro, em que o agente se
3- E o inverso? auto lesiona no afã de receber prêmio, é
4- A responsabilidade penal da pessoa jurídica possível se concluir que se reúnem, na mesma
seria uma exceção a Teoria da pessoa, as sujeições ativa e passiva da
Responsabilidade Pessoal norteadora do infração.
Direito Penal? 02. ( ) É possível que os mortos figurem como
5- É correto afirmar que pessoa jurídica pratica sujeito passivo em determinados crimes, como,
crime ou o certo seria dizer que ela será por exemplo, no delito de vilipêndio a cadáver.
responsabilizada de forma suis generis no
âmbito penal? 03. ( ) Admite-se a responsabilização penal de
pessoas jurídicas, em sede de crimes
ambientais, ainda que de forma apartada da
SUJEITO PASSIVO DE CRIME responsabilização das pessoas naturais, que
REGRA GERAL agiram em nome desta pessoa jurídica, que
serão desconsideradas.
- Qualquer pessoa natural; 04. ( ) O crime vago não possui autoria certa,
apenas sujeito passivo material definido e
EXCEÇÃO À REGRA delimitado.

- Pessoas Jurídicas, em certas situações

possíveis de serem aplicadas a sua natureza
específica;

DICAS MUITO IMPORTANTE

 Sujeito passivo material;

 Sujeito passivo constante ou formal;

TEMAS CABULOSOS
1 – A mesma pessoa pode ser sujeito ativo e
passivo do mesmo delito?
2- No caso de roubo contra uma loja de
departamentos, onde os vendedores sejam
abordados com arma de fogo e obrigados a

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