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A religião enfrenta o
fundamentalismo ateu
Consciência moral: lições
de Huss e Jerônimo
Ellen White
e as terappias
de saúde mental
Pode haver separação
entre fé e ciência?
1
Vo l u m e 2 1
REPRESENTANTES REGIONAIS
DIVISÃO CENTRO-LESTE AFRICANA
P.O. Private Bag 00503 Mbagathi,
Nairobi, QUÊNIA
CONTEÚDO
Hudson Kibuuka kibuukah@ecd.adventist.org
Mulumba Tschimanga bresilien54@yahoo.com ARTIGOS
DIVISÃO DA ÁFRICA MERIDIONAL-
OCEANO ÍNDICO 5 A religião enfrenta o fundamentalismo ateu
P.O. Box 4583, Rietvalleirand 0174 A fé no Deus criador não interfere no sério engajamento de uma pessoa
ÁFRICA DO SUL no empreendimento científico.
Ellah Kamwendo kamwendoe@yahoo.com
Eugene Fransch fransche@sid.adventist.org Roy Adams
DIVISÃO DA ÁFRICA OCIDENTAL
22 Boite Postale 1764, 9 Consciência moral: lições de Huss e Jerônimo
Abidjan 22, COSTA DO MARFIM Um exame dos conflitos experimentados por Huss e Jerônimo nos
Chiemela Ikonne 110525.1700@compuserve.com convida a entender melhor os nossos próprios conflitos, nosso mundo e
Emmanuel Nlo 104474.235@compuserve.com
os propósitos de Deus.
DIVISÃO DO PACÍFICO NORTE-ASIÁTICO
P.O. Box 43, Goyang IIsan, 411-600,
Duane Covrig
REPÚBLICA DA COREIA
Chek Yat Phoon cyphoon@nsdadventist.org
Joshua Shin joshuahin@nsdadventist.org
12 Ellen White e as terapias de saúde mental
Merlin D. Burt
DIVISÃO DO PACÍFICO SUL-ASIÁTICO
P.O. Box 040, 4118 Silang,
16 Pode haver separação entre fé e ciência?
Cavite, FILIPINAS Um leigo argumenta que a ciência tem suas raízes e florescimento no solo
Mike Lekic mlekic@ssd.org
Jobbie Yabut jyabut@ssd.org do pensamento cristão, e que há muita coisa em comum entre os dois.
Gary B. Swanson
DIVISÃO DO SUL DO PACÍFICO
Locked Bag 2014, Wahroonga,
N.S.W. 2076, AUSTRÁLIA
Barry Hill bhill@adventist.org.au
Gilbert Cangy grcangy@adventist.org.au
DIVISÃO EURO-AFRICANA SEÇÕES
Schosshaldenstrasse 17,
3006 Bern, SUÍÇA EDITORIAL LOGOS
Roberto Badenas roberto.badenas@euroafrica.org
Corrado Cozzi corrado.cozzi@euroafrica.org 3 Comunique-se com a mente 29 Nossa vida, nosso trabalho: que
pós-moderna espécie de influência exercemos?
DIVISÃO EURO-ASIÁTICA Lisa M. Beardsley Halvard B. Thomsen
Krasnoyarskaya Street 3,
107589 Moscou, FEDERAÇÃO RUSSA PERFIL EM AÇÃO
Branislav Mirilov bmirilov@ead-sda.ru
Peter Sirotkin psirotkin@ead-sda.ru 19 Francisco Badilla Briones 31 Estudantes adventistas
Ruben Sanchez-Sabaté se reúnem na Argentina
DIVISÃO INTERAMERICANA Rocío Mendoza e Iván Escobar
P.O. Box 830518, Miami, 22 Cynthia Prime
Heide Ford
FL 33283-0518, EUA FÓRUM ABERTO
Moisés Velázquez velazquezmo@interamerica.org
Bernardo Rodríguez bernardo@interamerica.org LIVROS 32 O que significa desenvolver a
salvação?
DIVISÃO NORTE-AMERICANA 24 Armageddon at the Door
Jon Paulien John M. Fowler
12501 Old Columbia Pike,
Silver Spring, MD 20904-6600, EUA Resenha de Ikechukwu Oluikpe SEÇÃO ESPECIAL
Larry Blackmer larry.blackmer@nad.adventist.org
James Black james.black@nad.adventist.org 25 The Life You’ve Always Wanted 33 Fé a aceitação
Ellen G. White
Martin Feldbush martin.feldbush@nad.adventist.org John Ortberg
DIVISÃO SUL-AMERICANA
Resenha de Adelina Alexe INSERÇÃO
A arte de
Caixa Postal 02-2600,
70279-970 Brasília, DF, BRASIL 25 Amerika: Mit Gewalt
Francisco Badilla Briones
Carlos Mesa carlos.mesa@dsa.org.br
in den Gottesstaat
Otimar Gonçalves otimar.goncalves@dsa.org.br (America: Theocracy by Force)
Gerhard Padderatz
DIVISÃO SUL-ASIÁTICA Resenha de Ekkehardt Mueller
Post Box 2, HCF Hosur,
635110 Tamil Nadu, ÍNDIA PRIMEIRA PESSOA
Nageshwara Rao gnageshwarrao@sud-adventist.org
Lionel Lyngdoh lyngdoh@sud-adventist.org 27 O meu ribeiro de Carite:
quando a vida seca
DIVISÃO TRANSEUROPEIA Sally Lam-Phoon
119 St. Peter’s Street, St. Albans,
Herts., AL1 3EY, INGLATERRA
Daniel Duda dduda@ted-adventist.org
Paul Tompkins ptompkins@ted-adventist.org
Continua na p. 4
Enquanto estava pregando em alguém estremecer um pouco. De que As pessoas inteligentes não se inte-
Alberta, Canadá, fiz uma referência de material quebradiço é a fé que tenho? Mas ressam por religião – e especialmente
passagem sobre o ateu britânico Richard então, como se ele próprio se apoiasse os cientistas! “Grandes cientistas que
Dawkins. Não esperava que o nome para um completo nocaute em menor professam religião”, diz Dawkins, “se
fosse registrado por alguém na plateia. grau, Dawkins joga uma irrisória adver- destacam por sua raridade e são obje-
Fiquei surpreso quando uma jovem tência na mistura: “É claro”, ele diz, “que to de uma perplexidade divertida por
mulher me abordou sobre minhas obser- fiéis radicais são imunes a qualquer argu- parte de seus pares da comunidade
vações no final da pregação. mentação, com a resistência erguida por acadêmica” .3 Dawkins diz que certa vez
“Há uma pessoa no escritório onde anos de doutrinação” (Dawkins, p. 23). perguntou a Jim Watson, “gênio funda-
trabalho, um amigo meu. Ele está lendo Aprofundando-se mais no tema no dor do projeto Genoma Humano”, “se
Dawkins e está muito impressionado. capítulo 2, este professor de ciências ele conhecia muitos cientistas religiosos
Você sabe de alguém que responda para de Oxford se transporta rapidamente a naquela época”. Watson respondeu:
ele – qualquer livro que eu possa reco- seu alvo principal: “O Deus do Antigo “Virtualmente, nenhum” (Dawkins,
mendar?” Testamento é talvez o personagem mais p. 112).
“Alister McGrath”, disse, enquanto desagradável da ficção [as palavras são Em resposta a essa reinvindicação, no
ela escrevia: “O nome de seu livro é O carregadas]: ciumento e com orgulho; entanto, McGrath destacou que naquele
Delírio de Dawkins.” O subtítulo do controlador mesquinho, injusto e intran- mesmo ano em que Deus, um Delírio foi
livro é: “Uma resposta ao fundamen- sigente; genocida étnico e vingativo, publicado (2006), “Owen Gingerich,
talismo ateísta de Richard Dawkins.”1 sedento de sangue; perseguidor misó- um notável astrônomo de Harvard,
McGrath, um ateu que se tornou cristão, gino, homofóbico, racista, infanticida, produziu um livro intitulado God’s
fez doutorado em biofísica molecular filicida, pestilento, megalomaníaco, Universe, declarando que ‘o universo foi
em Oxford. Ele apresenta, em seu livro, sadomasoquista, malévolo” (Dawkins, criado com intenção e finalidade e que
uma resposta magistral a Dawkins. p. 43). esta crença não interfere na iniciativa
Este artigo está centrado na resposta Tal como Dawkins vê, muitos dos científica.’ Francis Collins publicou seu
de McGrath a Dawkins, com minha problemas do mundo vêm por seguir- Language of God, no qual argumenta
própria posição crítica. A ideia inicial mos cegamente a esse ou a outros que a maravilha e a ordem da natureza
para este artigo surgiu quando ouvi caprichosos deuses – ficções da mente apontam para um Deus Criador, muito
McGrath dar uma poderosa resposta a humana. Semelhantemente ao famoso mais na linha da tradicional concepção
Dawkins durante uma conferência em Beatles John Lennon, ele ousa sonhar cristã. [...] E o cosmólogo Paul Davies
Cambridge, Inglaterra, em abril com “um mundo sem religião”. Seria publicou seu Goldilocks Enigma, discu-
de 2007. um lugar “sem ataques suicidas, sem o tindo a existência de ‘delicados ajustes’
Assim, do que trata Dawkins? 11/9, [...] sem as Cruzadas, sem caça às no universo” (McGrath, p. 33).
bruxas, [...] sem as guerras entre israelen- “A base do itinerário de Deus, Um
Vomitando veneno ses e palestinos, sem massacres sérvios/ Delírio”, diz McGrath, é que “o ateísmo
O título do livro de Dawkins, Deus, croatas/muçulmanos, sem a perseguição é a única opção para as pessoas sérias,
um Delírio,2 diz tudo – não necessita de a judeus como ‘assassinos de Cristo’, [...] avançadas e pensantes”.4 A experiência
subtítulo. Já no prefácio, ele coloca as sem evangélicos televisivos de terno bri- religiosa está “associada com a atividade
cartas na mesa: “Se este livro funcionar lhante e cabelo bufante tirando dinheiro patológica do cérebro” (McGrath, p.
do modo como espero”, diz ele, “os dos ingênuos” (Dawkins, p. 18, 19). 33, 66). O evangelho, diz Dawkins, é
leitores religiosos que o abrirem serão Convenientemente, Dawkins ignora os ficção, é como se apelar para a geração
ateus quando o terminarem” (Dawkins, massacres de incalculáveis milhões por vindoura. Dawkins oferece algo pareci-
p. 23). ateus tais como Adolf Hitler e do a uma garantia espiritual: “É possí-
A arrogante previsão pode fazer Joseph Stalin. vel ser um ateu feliz, equilibrado, ético,
Ellen White não era alheia aos Ellen White foi contra a moderna apli- White teve pouco ou nada a dizer
assuntos de saúde mental. Ainda cação dessas modalidades no tratamento sobre os medicamentos de tratamento
jovem, lutou contra a depressão em seu de doenças mentais. Essa posição está de doenças mentais. Sua base filosófi-
processo de conversão. Com a família, longe de ser exata. A fim de compre- ca para a cura e tratamento de saúde
enfrentou alguns desafios. Seu marido ender corretamente os pontos de vista mental foi mais holística, enfatizando
teve derrames cerebrais durante a meia- de Ellen White, sobre uma abordagem o espiritual, o hidroterápico e remédios
idade que pareciam ter alterado sua terapêutica para a cura mental, é preciso naturais. Ela escreveu: “Ar puro, luz
personalidade. Alguns dos seus irmãos compreender o contexto do século 19. solar, abstinência, repouso, exercício,
sofriam de enfermidades mentais, e Antes de tratarmos sobre isso, regime conveniente, uso de água e
mesmo seu filho Edson pode ter tido temos de observar dois pontos vitais. confiança no poder divino – eis os
um transtorno de falta de atenção. Em Primeiro, Ellen White frequentemen- verdadeiros remédios. Toda pessoa deve
seu trabalho de assistência espiritual, te enfatizava a importância da saúde possuir conhecimentos dos meios tera-
Ellen White abordou com frequência mental. “A mente rege o homem todo. pêuticos naturais, e da maneira de apli-
questões sobre a mente. Como visto na Todas as nossas ações, quer sejam boas cá-los. É essencial tanto compreender
última edição de Diálogo, ela frequen- ou más, originam-se na mente. É a os princípios envolvidos no tratamento
temente escreveu e falou aos indivídu- mente que adora a Deus e nos põe em do doente quanto ter um preparo
os que foram afetados por dificuldades contato com os seres celestiais.”1 Em prático que habilite a empregar devida-
emocionais e mentais. Ela sempre segundo lugar, ela reconheceu o efeito mente esse conhecimento.”3
levou esperança e apontou para um da saúde física sobre a mente. “Todos O século 19 foi uma época de con-
amoroso Pai Celestial e Salvador que os órgãos físicos são servos da mente; e fusas e falaciosas filosofias de cura. A
pode curar e livrar aqueles que estão os nervos, os mensageiros que transmi- modalidade foi o tratamento padrão
feridos e quebrados pelo pecado e pelas tem suas ordens a cada parte do corpo, “tradicional”, “terapia heróica” preconi-
adversidades da vida. dirigindo os movimentos do mecanis- zada por Benjamin Rush. Ele advogou
Ao lidar com a doença mental e os mo vivo.”2 a sangria, empolamento, bem como
problemas de saúde, no entanto, Ellen a utilização de eméticos para aliviar a
White escreveu fortemente contra o Uso de drogas na terapia “febre” ou “hipertensões” que ele acre-
uso de drogas e contra a “psicologia”. Devido ao confuso e problemático ditava que causavam as doenças. Isso
A partir daí, alguns concluíram que estado da terapia com drogas, Ellen incluiu o uso interno de drogas, tais
como o calomelano e o uso tópico de
químicos cáusticos. O calomelano era
um composto de mercúrio utilizado
como um laxante.
Este artigo é o segundo de uma série de duas partes sobre Ellen White e A alternativa para os “tradicionais”
a saúde mental. A primeira parte, na última edição, discutiu como ela com- médicos era a abordagem thompsonia-
preendia a saúde mental. Essa compreensão veio de sua visão bíblica do ser na. Samuel Thompson disse que todas
as doenças eram causadas pelo frio.
humano, como ser criado por Deus, e de sua compreensão do pecado e Assim, ele procurou aumentar o calor
dos seus efeitos. Sua visão cresceu devido a sua estreita relação com Deus, natural do corpo. Ele usou lobélia,
por experiência pessoal, por desafios da saúde mental dentro de círculos uma planta americana que tinha carac-
próximos, e por seu papel como uma conselheira espiritual. Nesta segunda terísticas sedativas e eméticas. Outras
parte, o autor aborda a razão pela qual Ellen White se opôs a certos méto- filosofias de cura incluiam a homeo-
dos terapêuticos usados em seu tempo para curar enfermidades mentais.
patia, o qual supunham que pequenas
doses de drogas, que produziam sinto-
– Lisa Beardsley mas de uma doença, poderiam curar
da mesma doença. À época da Guerra
REFERÊNCIAS
1. Ellen G. White. Mente, Caráter e Personalidade.
2. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira,
1990. v. 2. p. 396.
2. ________. Fundamentos da Educação Cristã.
Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1996.
p. 426.
3. ________. A Ciência do Bom Viver. 10. ed.
Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004.
p. 127.
4. ________. Mensagens Escolhidas. 1. ed. Tatuí,
SP: Casa Publicadora Brasileira, 1967 .v. 2
p. 452.
5. Selected Messages, (Washington DC: Publicadora
Review and Herald, 1958), vol. 2 p. 282 (nota
de rodapé); S. P. S. Edwards to F. D. Nichol,
24 de Novembro de 1957, Arquivo Pergunta e
Resposta 34-B-2, EGWE.
6. ________. Testemunhos para a Igreja. 1. ed.
Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000.
v. 1. p. 290.
7. Irving Kirsch, Steven Jay Lynn, e Judith W.
Rhue. “Introduction to Clinical Hypnosis”. In APRENDA INGLÊS
Handbook of Clinical Hypnosis. Washington,
DC: American Psychological Association, 1993, NA INGLATERRA
5; John C. Burnham. “Franz Anton Mesmer”,
International Encyclopedia of Psychiatry, Cursos Gerais Cursos de verão em Cursos de
Psychology, Psychoanalysis, and Neurology, ed. em Língua Inglesa Inglês Desenvolvimento
Benjamin B. Wolman. New York: Aesculapius 19 jan.-15 maio 2009 12 - 27 julho 2009 para Professores de
Publishers, 1977. v. 7, p. 213. 01 set. - 15 dez. 2009 Venha para o curso completo Língua Inglesa
8. Henry Alan Skinner. The Origin of Medical 25 jan. - 14 maio 2010 ou para um de seus módulos 24 julho-02 agosto
Terms. Baltimore, MD: Williams & Wilkins, • Módulo Um: 02 - 13 julho 2009
1949. p. 186. • Módulo Dois: 10 - 20 julho
9. Ellen G. White. Manuscrito. 131, 1906. • Módulo Três: 17- 27 julho
10. ________. Conselhos Sobre Saúde. 2. ed. Tatuí,
SP: Casa Publicadora Brasileira, 1991. p. 345.
Newbold College, Binfield, Bracknell, Berkshire, RG 42 4AN
11. Ellen G. White para Artur e Emma Sanderson, Inglaterra, Reino Unido. Telefone: 44 1344 407421
16 de Fev. 1902 (datilografada), Carta 20, 1902, Fax: 44 1344 407405 Website: www. newbold.ac.uk
EGWE. Endereço Eletrônico: england@newbold.ac.uk
12. Ellen G. White para A. Sanderson, 12 de
No primeiro episódio de O How Religion Poisons Everything. Sam A Escritura, naturalmente, pressu-
Triângulo, uma minissérie de três par- Harris nivela a crítica de todas as cren- põe a existência de Deus. Sem a crença
tes feita para a TV, sobre o Triângulo ças – cristãos, muçulmanos, judeus em Deus, o estudo da Bíblia não é
das Bermudas, um personagem per- ou mórmons – e afirma: “É tempo de mais do que um exercício intelectual
gunta a um engenheiro com quatro expormos as religiões deste mundo de sabedoria literária.
pós-graduações: “Por que é que quase como enganadoras que são e seus fun- Mas a Bíblia afirma a pré-existência
sempre quanto mais educação uma dadores como mentirosos e oportunis- temporal de Deus: “No princípio era o
pessoa tem, mais está disposta a acei- tas que foram.”2 Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o
tar novas ideias?” Mas a ciência, no entanto, como Verbo era Deus. Ele estava no princí-
Apesar de não dominar a gramáti- está representada hoje, nem sempre pio com Deus. Todas as coisas foram
ca formal – e correndo o risco de ser esteve em contradição com a religião. feitas por intermédio dEle, e, sem ele,
julgado como anti-intelectual – esse De fato, na tradição ocidental, a ciên- nada do que foi feito se fez.” (João
personagem tem um ponto de vista. cia teve seu início a partir da procura 1:1-3 – ARA).
Em um diálogo posterior, após uma cristã para uma maior compreensão de Deve existir umo artista antes que
discussão que houve sobre as causas Deus. o pincel toque a tela. Deve existir um
de fenômenos inexplicáveis, o mesmo “A ciência teve raízes e floresceu no músico antes que a cantata seja com-
personagem observa: “Todos usam a solo do pensamento cristão”, diz Alvin posta. Para criar o mundo, tinha que
palavra sobrenatural como se ela fosse Plantinga. “Foi alimentada pela ideia existir Deus, antes de Sua criação.
suja!” cristã de que nós e o mundo fomos E a humanidade deve aprender mais
Ele está se referindo ao conflito que criados pelo mesmo Deus, o mesmo sobre Deus por meio de Sua criação.
surgiu entre aqueles que têm fé e aque- Deus vivo, o mesmo ser consciente O salmista cantou: “Os céus decla-
les que se elegeram como porta-vozes com intelecto, entendimento e razão. ram a glória de Deus; o firmamento
da ciência. E não somente fomos criados por proclama a obra das Suas mãos. Um
Atualmente, alguns defensores con- Deus, fomos criados à Sua imagem. E dia fala disso a outro dia; uma noite
vincentes da evolução, por exemplo, a parte mais importante da imagem o revela a outra noite. Sem discurso
tornaram-se cada vez mais agressi- divina em nós é a habilidade de nos nem palavras, não se ouve a Sua voz.
vos em sua denúncia da religião. Os assemelharmos a Deus ao termos o Mas a Sua voz ressoa por toda a terra,
descarados argumentos de muitos conhecimento do mundo que nos e as Suas palavras, até os confins do
pensadores e escritores que procuram rodeia, de nós mesmos, inclusive do mundo” (Salmos 19:1-4 – NVI).
representar a ciência têm, por vezes, próprio Deus.”3 Ao que o apóstolo Paulo acrescen-
tomado todas as características de um A partir desse tipo de pensamen- tou: “Pois desde a criação do mundo
insulto intelectual. to surgiu, no Ocidente, o embrião os atributos invisíveis de Deus – Seu
Richard Dawkins com desdém – e do que chamamos hoje de ciência. eterno poder e Sua natureza divina
publicamente – refere-se à religião Originalmente, era um instrumento – têm sido vistos claramente, sendo
como “os fiéis radicais imunes a qual- que tinha como objetivo nos aproxi- compreendidos por meio das coisas
quer argumentação”.1 Christopher mar do Criador ao se concentrar em criadas, de forma que tais homens
Hitchens dá o seguinte título a um um aprendizado maior de nós mesmos sejam indesculpáveis” (Romanos 1:20
dos seus livros: God Is Not Great: e do mundo em que vivemos. – NVI). Deus criou a humanidade
Pontius Puddle
Não vejo como Como você Bem, primeiro houve uma grande Oh, como a história da
alguém pode pensa que explosão. Ninguém sabe o que a criação continua?
acreditar em algo as pessoas causou, mas de alguma maneira
tão anticientífico vieram à partículas de matéria ganharam vida
como a história existência? e se tornaram pequenos organismos
da criação na como rabiscos. Então eles começaram
Bíblia! a criar pernas...
Ele fala sem palavras. Ele acaricia Atualmente, Badilla ensina pintura
sem mãos. Ele indaga sem perguntas. na Escola de Artes Armando Dufey
Ele é um pintor. Suas pinturas têm Blanc, em Temuco, trabalhando tam-
o poder de estimular no espectador bém em diferentes pinturas sob enco-
uma combinação de ideias, sentimen- menda, e está envolvido na ilustração
tos e emoções. Em resumo, ele toca de um livro de poesias. Ele está, além
nosso espírito. Ele é Francisco Badilla disso, se preparando para pintar um
Briones, pintor chileno cuja arte mural de 12 m para a principal igreja
materializa a mensagem do Evangelho adventista do sétimo dia de sua cidade
numa linguagem estética contempo- natal. Recentemente, criou um site
rânea. (http://www.franciscobadilla.com), no
Nascido em 1974, no sul do Chile, qual é possível conhecer melhor seu
Badilla começou a usar o pincel quan- trabalho.
do era ainda menino. Mais tarde,
como estudante universitário, comple- ■ Por que você escolheu a pintura,
tou o curso básico bianual em Artes quando a tradição protestante e a
na Universidade Católica de Temuco, cultura adventista do sétimo dia geral-
Chile, e depois obteve a licenciatura mente preferem a música, e dificilmente
plena em artes visuais. Depois, com- promovem a pintura como linguagem
pletou sua licenciatura em Belas Artes estética através da qual alguém pode se
com especialização em pintura. Sua relacionar com Deus?
tese foi sobre a simbologia da cruz Comecei a desenhar ainda criança,
através da história da arte. com cerca de 4 anos. Tive interesse
Os esforços de Badilla para cap- por diversos temas na infância, tais
turar a espiritualidade em seu tra- como soldados e exércitos, animais,
balho proporcionaram-lhe amplo músicos, esportes etc. Assim, gastava a
reconhecimento e muitos prêmios. maior parte do dia desenhando e pin-
Também pôde pintar dois murais em tando. Naquele tempo, não era adven-
estabelecimentos de ensino no Chile, tista do sétimo dia. Quando conheci o
conseguindo ampla cobertura da adventismo, já adolescente, desenvolvi
mídia por suas exposições. Um deles, o gosto artístico pela pintura e pelo
chamado Permanence, abriu espaço desenho. É verdade que a tradição
para um longo artigo na revista cul- adventista considera a música como
tural Kimelchen, que descreveu Badilla realmente importante no culto, mas
como um artista capaz de criar tanto penso que Deus pode usar os diferen-
pinturas figurativas quanto abstratas, tes talentos quando os dedicamos a
e cuja obra inspirada em Jesus Cristo Ele, e decidimos pô-los sob Sua dire-
expressa suas reflexões espirituais. ção. Em minha visão, a pintura pode
Estudantes adventistas
se reúnem na Argentina
Rocío Mendoza e Iván Escobar
“Procurando fazer Sua vontade” foi cuidado do corpo, o vazio existencial O congresso atingiu seu objetivo não
o tema que trouxe cerca de 100 estu- e outros aspectos que questionam o apenas porque serviu para testemunhar
dantes universitários e amigos ao 7º significado da fé. O segundo seminá- da fé aos diretores da universidade que
Congresso Universitário da Associação rio foi apresentado por Carlos Steger, sediou o evento, mas também porque
Argentina do Norte, de 9 a 21 de que passou aos estudantes adventistas foi uma bênção para os estudantes, que
setembro, na cidade de Jardín América. importantes ferramentas para lidar tiveram a oportunidade de desenvolver
Proporcionando retiro espiritual, refle- com o contínuo desafio “Criação versus a amizade, compartilhar experiências
xão intelectual e integração social, o Evolução”. Steger compartilhou seu em diferentes ambientes e, acima de
evento foi organizado pela Adventist conhecimento e especialidades e tam- tudo, viver uma experiência pessoal de
University Center of Posadas e contou bém deu significativos exemplos que paz com Deus.
com o apoio da Associação Argentina provam a existência de Deus, o Criador.
do Norte. O seminário final abordou a verda-
O tema, com exposição escriturística deira razão de ser um adventista num
do pastor Darío Caviglione, desafiou campus universitário: “Evangelismo Rocío Mendoza é vice-presidente
os estudantes a experimentar pessoal- nas universidades.” O pastor Oscar de Centro Universitário Adventista
mente o poder da oração constante e Tapia motivou, esquematizou e desa- de Posadas (CUAP). Ela estuda
do estudo diário da Palavra de Deus. fiou os estudantes a ser testemunhas tradução e interpretação em inglês.
“Sabemos que não há outro caminho”, de Cristo, não apenas no âmbito E-mail: rociomendoza_1@hotmail.
afirmou. adventista, mas também com profes- com
O sábado foi um dia especial, com sores e demais pessoas do círculo de
três importantes seminários. Edgar convivência. Os estudantes tiveram a Iván Escobar faz parte do CUAP. Ele
Beskow, psicólogo credenciado, falou oportunidade de criar suas próprias estuda Engenharia Química. E-mail:
sobre vários problemas que os jovens estruturas evangelísticas para aplicar ivanesc86@hotmail.com
estão enfrentando, tais como o excessivo em seu ambiente estudantil.
maneira moderna e
ilustrada e estudada por
jovens de todo o mundo.
Veja o que alguns deles têm
a Bíblia?
“ Gosto muito de fazer parte
desse ministério inovador que
ganha pessoas para Cristo.
A lição é fundamentada
nas Escrituras, com uma
linguagem inovadora.
”
A Lição dos Jovens Mundial (Collegiate Quarterly, CQ) oferece opções digitais, em três
idiomas (inglês, francês e espanhol). Acesse a CQ em http://www.cqbiblestudy.org.