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Curso Preparatório Brasil

Direito
Administrativo
Curso Preparatório para o Concurso Público
de Soldado da PMBA 2012
Apostila preparatória específica para o concurso público da PMBA 2012

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DIREITO ADMINISTRATIVO

1. Administração pública
1.1 Conceito
1.2 Princípios.
2. Poderes administrativos
2.1 Poder vinculado;
2.2 Poder discricionário;
2.3 Poder hierárquico;
2.4 Poder disciplinar;
2.5 Poder regulamentar;
2.6 Poder de polícia;
2.7 Uso e abuso do poder.
3. Atos administrativos
3.1 Conceito;
3.2 Atributos;
3.3 Requisitos;
3.4 Classificação;
3.5 Extinção;
4. Organização administrativa.
4.1 Administração Direta, Indireta e Entidades Paraestatais
4.2 Centralização, Descentralização e Desconcentração
4.3 Órgãos públicos: conceito e classificação.
4.4 Entidades administrativas: conceito e espécies.
5. Agentes públicos
5.1 Espécies
5.2 Classificação;
5.3 Poderes, Deveres e Prerrogativas;
5.4 Cargo, Emprego e Função Pública;
5.5 Regime Jurídico Único
5.6 Provimento e Vacância
5.7 Remoção, Redistribuição e Substituição.

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 Legalidade

1.1 Conceito Administrar é a atividade subalterna à lei. A Legalidade


Administrativa é voltada para Administração. Estabelece que a
O Direito Administrativo, como ramo autônomo, é de criação Administração Pública só pode fazer o que a Lei manda ou autoriza.
recente. Essa é uma tendência que se cristalizou nas Constituições Se a Lei se omite, a Administração Pública não poderá agir. Assim a
contemporâneas. No Brasil, portanto, gradativamente, a atuação administrativa deve esta pautada na lei. Obs.: Exceções ao
Administração Pública foi ganhando importância constitucional, Princípio da legalidade: medida Provisória, Estado de Sítio e Estado
tendo se consolidado com o advento da Constituição de 1988 que de Defesa.
promoveu a constitucionalização dos preceitos e princípios básicos
da Administração Pública, propiciando que se delineie o chamado  Impessoalidade (Finalidade)
Direito Constitucional da Administração Pública, balizado pelos
métodos interpretativos constitucionais e caracterizado pelo É vedada a existência de subjetivismos, quando do exercício da
aumento da presença do Poder Judiciário, em especial do STF, nos função/atividade administrativa. Trata-se de uma faceta do princípio
negócios da Administração Pública. da isonomia, pois se todos são iguais perante a Lei, não pode haver
relação pessoal. A Administração Pública, então, não pode perseguir
É um dos ramos do Direito Publico, uma vez que rege a organização inimigos ou favorecer amigos. A impessoalidade da atuação
e o exercício de atividades do Estado voltadas para a satisfação do administrativa impede, portanto, que o ato administrativo seja
interesse publico. Nas palavras do Prof. Hely, o Direito praticado visando a interesses do agente ou de terceiros, devendo
Administrativo assim é sintetizado: ater-se a vontade da lei, comando geral e abstrato por essência.
Alguns autores, como Hely Lopes, chamam esse princípio de
“Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos,
Princípio da Finalidade, ou seja, se Administração Pública perseguiu
os agentes e as atividades publicas tendentes a realizar concreta,
direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. Num sentido ou favoreceu alguém, ela desviou de sua finalidade. É a chamada
mais formal, conceitua-se como o conjunto de agentes, órgão e Teoria do Desvio de Finalidade. Assim o administrador deve
pessoas jurídicas destinadas à execução das atividades orientar-se por critérios objetivos, não devendo fazer disntições
administrativas.” [ Prof. Hely] fundamentais em critérios pessoais.

Embora as atividades administrativas seja função típica do Poder


 Moralidade
Executivo, os outros Poderes (Legislativo e Judiciário) também
praticam atos que, pela natureza, são tidos como objeto do Direito A Administração Pública deve, além de observar a Lei, observar os
Administrativo. Nessa concepção, a expressão Administração bons costumes, a boa fé, a ética, a probidade, etc. A moralidade
Publica engloba todos os órgãos e agentes que, em qualquer dos integra o patrimônio público (gênero em que são espécies os
poderes do estado (Legislativo, Executivo ou Judiciário), em patrimônios econômicos se todos os outros bens da Administração
qualquer das esferas politicas (União, Estados, Distrito Federal ou Pública). A moralidade enquanto princípio é igual à Probidade.
Municípios), estejam exercendo função administrativa. Agora, enquanto ato ilícito, a imoralidade é diferente de
improbidade, pois a expressão improbidade tem um conceito
É importante saber que a administração não pode recorrer ao Poder técnico um alcance mais amplo do que imoralidade. (Lei 8.429/92 –
Judiciário contra uma decisão administrativa que ela mesma haja Lei de Improbidade Administrativa regulamenta o art. 37,§4°,CFB). A
proferido no exercício de seu poder-dever de autotutela. referida lei qualifica três condutas como sendo improbidade:

1.2 Princípios I. São atos que causam enriquecimento ilícito;


II. Que causam dano ao erário;
Os princípios são postulados fundamentais que informam todo o III. Que atentam contra os princípios da Administração Pública;
modo de agir da Administração Pública. A CF/88 foi à primeira
constituição a consagrar um capítulo para a Administração Pública.
 Publicidade
Os princípios da Administração Pública podem ser explícitos ou
implícitos. Decorre do princípio da indisponibilidade do interesse público, deve
se agir com transparência. Os atos da Administração Pública devem
Princípios Explícitos ou Constitucionais ser divulgados oficialmente e amplamente, para que possam
produzir efeitos externos. Não é sinônimo de Diário Oficial, pode ser
Dentre esses princípios, avultam em importância aqueles expressos publicado num site, ou jornais de grande circulação, ou até mesmo
no caput do art. 37 da CF/1988, que são os princípios explícitos. na própria repartição. Mas para o ato ter efeito precisa ser
Após a promulgação da Emenda Constitucional nº 19/1988, cinco publicado. Esse princípio serve para que a Administração Pública
passaram a serem estes princípios, a saber: seja controlada e fiscalizada por todos nós. Mas esse princípio não é
absoluto. Existem atos da Administração Pública que não são
LIMPE (Art. 37, CR/88)
públicos, como por exemplos os atos confidenciais. Obs.: A exceção
ao princípio da publicidade esta no art.5º, XXXIII, CF.
‒ Legalidade;
‒ Impessoalidade;
‒ Moralidade;  Eficiência
‒ Publicidade; e
‒ Eficiência. É a busca de qualidade total, no âmbito interno e externo da
Administração Pública. Impõe a todo agente público a obrigação de
realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento
funcional. A ideia de eficiência aproxima-se da de economicidade.

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Visa-se atingir objetivos traduzidos por boa prestação de serviços, ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei,
de modo mais simples, mais rápido, e mais econômico, melhorando confirmando que o interesse público é irrenunciável pela autoridade
a relação custo/beneficio do trabalho administrativo. É a idéia de administrativa”.
maximizar resultados com o menor recurso possível. Passou de uma
Administração burocrática (lenta, onerosa, insuficiente – foco na  Razoabilidade
forma) para Administração Gerencial (focada no resultado), a forma
ainda é importante, mas deixa de ser um fim em si mesmo. É Tal principio conduz às idéias de adequação e de necessidade.
importante saber que o princípio da eficiência deve estar em Assim, não basta que o ato da administração tenha uma finalidade
consonância com os outros princípios. O Poder judiciário não pode legitima. É necessário que os meios empregados pela Administração
anular ato administrativo por considera-lo ineficiente. sejam adequados à consecução do fim almejado e que sua
utilização, especialmente quando de trata de medidas restritivas ou
Como foi dito os princípios explícitos são aqueles expressamente punitivas, seja realmente necessária. Tal tem por objetivo impor
declarados no texto constitucional, como os princípios básicos do limites ao exercício do poder discricionário, que é aquele que traduz
Direito Administrativo, referidos no artigo 37. Mais além deles, a uma possibilidade legal de apreciação subjetiva por parte do
Constituição Federal estabelece também outros princípios explícitos administrador público, antes de tomar uma decisão. Deste modo, o
do Direito Administrativo, dentre os quais, destacamos: que se pretende é considerar se determinada decisão de aplicar
discricionariamente uma norma, vale dizer: de acordo com a
 Contraditório e Ampla Defesa (art. 5º-LV); apreciação subjetiva de quem vai aplicá-la, apreciação subjetiva que
 Devido processo legal (art. 5º-LIV); e diz respeito ao seu senso de oportunidade e de conveniência,
 Economicidade e legitimidade (art. 70). contribuirá efetivamente para um satisfatório atendimento dos
interesses públicos. Portanto, a decisão discricionária do
Princípios Implícitos ou Informativos administrador será ilegítima, mesmo que sem transgressão da lei em
que se fundamenta, quando não for razoável.
Os princípios implícitos são aqueles que não estão expressamente
previstos, mas que decorrem do texto constitucional. Os principais  Proporcionalidade
são:
Tem o objetivo de coibir excessos, por meio da aferição da
 Finalidade; compatibilidade entre os meios e os fins da atuação administrativa,
 Indisponibilidade do Interesse e de Bens Público; para evitar restrições desnecessárias ou abusivas. Por força deste
 Razoabilidade; princípio, não é lícito à Administração Pública valer-se de medidas
 Proporcionalidade; restritivas ou formular exigências aos particulares além daquilo que
 Executoriedade ou Autoexecutoriedade; for estritamente necessário para a realização da finalidade pública
 Autotutela; almejada. Visa-se, com isso, que haja adequação, proporcionalidade
 Motivação; e entre os meios e os fins, vedando-se a imposição de obrigações,
 Continuidade dos Serviços Públicos. restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente
necessárias ao atendimento do interesse público. Assim, se a
 Finalidade decisão administrativa for manifestamente inadequada para
alcançar os fins que a lei determina, a Administração Pública terá
Consiste no atendimento do interesse público, sendo, por este exorbitado dos limites da discricionariedade e o Poder Judiciário
motivo, também chamado de “princípio da supremacia do interesse poderá corrigir a ilegalidade.
público”. O afastamento da Administração Pública da busca do
interesse público acarreta o desvio de finalidade, uma das formas de Os princípios implícitos da razoabilidade e da proporcionalidade são
abuso de poder. A finalidade ultima é o benéfico da coletividade; apontados pela doutrina, sem exceção, como as maiores limitações
toda sua atuação deve esta voltada para o interesse público, sob impostas ao poder discricionário da Administração.
pena de restar maculada pelo vicio do desvio de finalidade. Em fim,
não é o individuo em si o destinatário da atividade da AP, mais sim a  Executoriedade ou Autoexecutoriedade
coletividade, o grupo social como um todo. Quando houver conflito
entre interesse publico e interesse particular, deverá prevalecer o Consiste na aptidão jurídica, reconhecida à Administração Pública,
interesse público, tutelado pelo Estado, respeitados, entretanto, os de deflagrar a aplicação executiva, direta, imediata e concreta da
direitos e garantias individuais expressos na CF. vontade contida na lei, empregando seus próprios meios executivos,
até mesmo a coerção, quando se faça necessária e com a devida
 Indisponibilidade do Interesse e Bens Públicos proporcionalidade.

Presume-se nesse principio que a atuação do Estado sempre tenha  Autotutela


por finalidade a tutela do interesse publico. Significa que, sendo
indisponíveis os interesses públicos, não se encontram à disposição Exprime o duplo dever da Administração Pública de controlar os
de quem quer que seja. São inapropriáveis, de modo que, nem o seus próprios atos quanto à juridicidade (ocasiona a anulação) e a
próprio órgão administrativo que os representa tem disponibilidade adequação ao interesse público (revogação). O poder-dever
sobre eles, desde que confiados à sua guarda e realização. Logo, os administrativo de autotutela possibilita à administração controlar
bens e interesses públicos são indisponíveis, vale dizer, não seus próprios atos, apreciando-os quanto ao mérito e quanto à
pertencem a AP, tampouco a seus agentes públicos. A eles cabe, legalidade. A Administração Pública, no desempenho de suas
apenas a sua gestão, em prol da coletividade, verdadeira titular dos múltiplas atividades, esta sujeita a erros; nessas hipóteses, ela
direitos e interesse públicos. A lei que regula estabelece que o mesma pode (e deve) tomar iniciativa de repará-los, a fim de
“atendimento esta a fim de interesse geral, vedada a renúncia total restaurar a situação de regularidade e zelar pelo interesse publico.

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poder vinculado apenas possibilita à AP executar o ato vinculado nas
estritas hipóteses legais e observando o conteúdo rigidamente
 Motivação estabelecido na lei. Ex.: aposentadoria compulsória de servidor
público aos 70 anos de idade; concessão de licença para construir
Significa a necessidade de fundamentação dos atos administrativos, imóvel.
pelos administradores que venham a editá-los. É a exposição ou a
indicação por escrito dos fatos e fundamentos jurídicos que É importante saber que todos os atos administrativos são vinculados
ensejaram a pratica do ato. quanto aos requisitos de competência, finalidade e forma. Os atos
ditos vinculados também o são quanto aos requisitos motivo e
 Continuidade dos Serviços Públicos objeto.

A prestação dos serviços públicos deve ser adequada, não podendo Caso a ato se desvie dos requisitos impostos pela Lei ele será nulo e
sofrer interrupções, pois caso ocorra prejudicará toda coletividade. caberá a Administração Pública ou ao Poder Judiciário declarar sua
A lei restringe a possibilidade de um particular prestador de serviço nulidade.
publico por delegação interromper sua prestação, mesmo que a AP
descumpra os termos do contrato celebrado com ele; tal restrição é 2.2 Poder Discricionário
denominada inoponibilidade da exceção do contrato não
cumprido. Em tal caso o particular prejudicado só poderá reincidir o Aquele concedido à Administração Pública para a prática de atos
contrato e ter ressarcido seus prejuízos mediante sentença judicial administrativos que exijam uma apreciação subjetiva por parte do
transitada em julgado. administrador público. Esta apreciação subjetiva diz respeito à
oportunidade e à conveniência da prática do ato administrativo, o
que significa dizer “quando” e “se”, respectivamente, o ato deve ser
praticado. Assim, a Administração Pública tem, neste caso,
liberdade de decisão conferida pela lei que não pode ser
O Prof. Jose dos Santos Carvalho Filho conceitua poderes
extrapolada, o que significaria a prática de uma arbitrariedade.
administrativos como “o conjunto de prerrogativas de direito público
Há, portanto, evidente diferença entre arbitrariedade, que é ação
que a ordem jurídica confere aos agentes administrativos para o fim
contrária à lei, e discricionariedade, que é liberdade de ação
de permitir que o Estado alcance seus fins”. administrativa segundo os limites da lei. Ex.: Promoção por escolha.
No desempenho de suas atribuições o administrador público passa a
contar com poderes, denominados poderes administrativos, que lhe 2.3 Poder Hierárquico
são atribuídos para que possa remover os interesses particulares
É aquele de que dispõe a Administração Pública para distribuir e
que se oponham aos interesses públicos. Assim, o uso desses
escalonar as funções de seus órgãos, estabelecendo uma relação de
poderes administrativos pelo administrador público, só é razoável
subordinação, denominada hierarquia, entre os servidores do seu
quando objetive atender aos interesses da coletividade. Cada
quadro de pessoal. O Poder Hierárquico tem por objetivos: Ordenar
agente público é investido da necessária parcela de poder público
as atividades da Administração Pública. Coordenar as funções, para
para o desempenho de suas atribuições. Esse poder deve ser usado
que haja funcionamento harmônico. Controlar a atuação dos
normalmente, como atributo do cargo, do emprego ou da função
agentes públicos, para que haja cumprimento das leis e para que se
que exerce, e não como privilégio pessoal. É esse poder que
tenha um perfil profissional de cada agente e Corrigir erros
empresta autoridade ao agente público. Fora do exercício do cargo,
administrativos pela ação revisora do superior hierárquico sobre os
do emprego ou da função, o agente público não pode usar de
atos dos seus subordinados.
autoridade pública sob pena de cometer abuso de poder ou de
autoridade. Assim, o uso de autoridade só é lícito quando vise a Por outro lado, tem as seguintes faculdades implícitas: Dar ordens,
impedir que um indivíduo prejudique direitos alheios, tendo em da qual decorre o dever de obediência. Note-se, no entanto, que o
vista que, em um Estado de Direito democrático, como o nosso, só subordinado não pode ser compelido à prática de ato ilegal, por
são admitidas prerrogativas em razão da função. força do art. 5º-ii da constituição federal. Fiscalizar, que significa
vigiar os atos de seus subordinados. Delegar, ou seja, conferir a
Desta forma, os poderes administrativos são conferidos ao agente
outrem atribuições que originariamente lhe competem. a delegação
público para remover os interesses particulares que se oponham ao
não pode ser recusada pelo subordinado. Avocar, que é chamar a si
interesse público. Assim, se no direito privado o poder de agir é uma
funções que originariamente competem ao seu subordinado e Rever
faculdade, no direito público, especialmente no direito
os atos dos subordinados para mantê-los ou invalidá-los, de ofício
administrativo, é uma imposição, um dever para o agente que o
ou mediante provocação do interessado.
detém, pois não se admite omissão diante de situações que exigem
a atuação do agente público. Conclui-se daí que, sendo os poderes
administrativos também um dever para o agente que os detém, em 2.4 Poder Disciplinar
realidade, são verdadeiros poderes-deveres.
Corresponde à faculdade de punir internamente as infrações de
todos aqueles sujeitos à disciplina dos órgãos e serviços da
Os poderes administrativos são os seguintes:
Administração Pública. Não se confunde com o poder punitivo do
Estado, realizado através da Justiça Penal. Só abrange, portanto,
2.1 Poder Vinculado
infrações relacionadas com o serviço administrativo. A aplicação da
pena disciplinar tem o caráter de DEVER, uma vez que a
Também denominado regrado, é aquele conferido à Administração
condescendência é considerada crime contra a Administração
Pública para a prática de atos em que não possa interferir com a sua
Pública (art. 320 do Código Penal - CP). A sua apuração regular da
apreciação subjetiva. Nesta espécie de atos a liberdade de atuação
falta disciplinar é indispensável para a legalidade da punição
do administrador é mínima ou inexistente, porque tem que seguir a
administrativa (princípio do devido processo legal – CF-5º, LIX), bem
minuciosa enumeração da lei em todas as suas especificações. O
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como a motivação (exposição dos motivos da pena) é imprescindível Da mesma forma que o poder de polícia de manutenção da
para a validade da pena. ordem pública, o poder de polícia repressivo exerce-se sobre as
pessoas, ao passo que o Poder de Polícia Administrativo pode
2.5 Poder Regulamentar atuar também sobre os bens ou atividades das pessoas. Cabe
ressaltar que a doutrina em sua maioria, não admite a delegação
É a faculdade de que dispõem os chefes de Poder Executivo para do poder de policia a pessoas da iniciativa privada, ainda que
explicitar a lei, visando a sua correta execução. Ele a exerce através prestadores de serviço de titularidade do Estado, porque o
de Decretos, denominados decretos regulamentares, em razão de, poder de império é próprio e privativo do Poder Público.
em nosso sistema jurídico os Regulamentos não terem autonomia,
isto é, dependerem de um ato normativo que os coloque em vigor. Atributos [do poder de polícia]

2.6 Poder de Polícia Discricionariedade: que já tivemos oportunidade de abordar ao


estudarmos o poder discricionário;
É a faculdade de que dispõe a Administração Pública para
condicionar ou restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos Autoexecutoriedade: é faculdade de decidir e fazer cumprir a
individuais e liberdades, em benefício do interesse da coletividade sua decisão, sem a interferência do Poder Judiciário, podendo,
ou do próprio Estado. O Código Tributário Nacional (CTN) conceitua desta forma aplicar sanções tais como: multa, interdição de
o poder de polícia, em seu art. 78, da seguinte forma: atividade, fechamento de estabelecimento, demolição de
construção, etc.
“Considera-se poder de polícia a atividade da Administração Pública
que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula Coercibilidade: possibilidade de impor coativamente as decisões
a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público da Administração Pública. Justifica a força física, mas não
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina legaliza a violência desnecessária ou desproporcional à
da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas resistência.
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos”. 2.7 Uso e Abuso de Poder

Desta forma, o Poder de Polícia pode ser: Abusar do poder administrativo é empregá-lo em desacordo com a
lei. Ocorre quando o administrador público, embora competente
a) Preventivo ou Administrativo: quando exercido pelos órgãos para praticar um ato administrativo, ultrapassa o limite legal das
de fiscalização da Administração Pública, especialmente no que suas atribuições, exorbita no uso dos seus poderes administrativos,
diz respeito à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à praticando um excesso de poder, ou se desvia da finalidade
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades administrativa, que é o interesse público, ocasionando um desvio de
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder finalidade. Desta forma, o abuso de poder, também denominado
Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e abuso de autoridade, será em razão de:
aos direitos individuais ou coletivos. Que por sua pode ser:
Excesso de Poder: se caracteriza tanto pelo descumprimento
- Genérico ou fiscalizatório: quando atua visando prevenir frontal da lei, quando o agente público age claramente além da
ou reprimir os atos contrários ao interesse público, sua competência invadindo competência de outros agentes ou
exercendo-se sobre os bens ou atividades das pessoas. EX.: praticando atividades que a lei não lhe conferiu, como, também,
Corpos de Bombeiros, Polícia Sanitária, Polícia de Costumes quando ela contorna dissimuladamente as limitações da lei, para
(censura, interdição de locais, etc.), Polícia de Viação investir-se de poderes que não lhe são atribuídos legalmente.
(Trânsito), Polícia de Profissões (Conselhos Nacionais e Ex.: Ministro de Estado editando um decreto, que é ato privativo
Regionais, OAB), etc. dos chefes de Poder Executivo.

- Específico, de segurança ou de manutenção da ordem Desvio de Finalidade: verifica-se quando, embora atuando nos
pública: quando atua de modo a prevenir as infrações legais, limites da sua competência, o agente público, pratica o ato por
exercendo-se em relação às pessoas. É desempenhado pelas finalidade diversa da exigida pelo interesse público. Ex.:
Polícias Militares. O poder de polícia administrativo tende a Desapropriação alegando utilidade pública quando o fim real é o
ser preventivo porque procura atuar antes do cometimento interesse pessoal do administrador; remoção de servidor como
do delito. meio de vingança.

Fazendo, por exemplo, um contraponto entre a atuação das Diversamente do excesso de poder, que decorre de violação ao
Polícias Militares e das Polícias Civis, esta característica fica bem requisito competência, o desvio de poder deriva de ofensa ao
clara, porquanto vemos que estas deveriam agir requisito finalidade.
repressivamente, isto é, após a prática do delito, enquanto
aquelas deveriam atuar preventivamente, daí o motivo porque O abuso de poder pode ser omissivo ou comissivo.
podem ser identificadas pelo uso de uniforme ou fardamento.
Uma forma omissiva é a que ocorre quando a Administração Pública
b) Repressivo ou de polícia judiciária: quando exercido após a procrastina, sem motivo, uma decisão relativa a uma pretensão do
prática do delito. Cabe, portanto, às Polícias Civis, que são a administrado. Se não houver prazo legal para a decisão, deve-se
polícia judiciária porque atuam como auxiliares do Poder aguardar um tempo razoável, que, ultrapassado com a AP em
Judiciário, apurando os delitos cometidos, razão por que são silêncio, caracterizará o abuso, corrigível judicialmente.
também chamadas de polícia repressiva.
Nesta hipótese, entretanto, o administrado não perde o seu direito
enquanto perdurar a omissão da Administração Pública. No direito
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privado, o silêncio é normalmente interpretado como uma Diz respeito, portanto, ao comando, presente em alguns atos
concordância da parte que silencia; no direito público, porém, nem administrativos (e não em todos), visto que, em atos de concessão
sempre é assim. de direitos ao administrado, por sua própria solicitação (como na
licença, permissão, autorização, etc.) ou em atos apenas
enunciativos (como a certidão, o atestado e o parecer), este atributo
inexiste. Este comando é garantido pela coercibilidade, que é um
3.1 Conceito dos atributos da norma jurídica e que significa a possibilidade de uso
da coação pelo Poder Público para garantir o comando implícito no
Ato Administrativo é uma manifestação unilateral de vontade da ato jurídico e, em consequência, no ato administrativo, que é uma
Administração Pública, ou de particulares investidos em funções espécie de ato jurídico.
públicas, através de seus agentes, objetivando estabelecer, declarar,
confirmar, alterar ou desconstituir uma relação jurídica entre ela e Autoexecutoriedade
os seus administrados, ou entre os seus órgãos. É o atributo do ato administrativo que possibilita ao administrador
público decidir e fazer cumprir a sua decisão, sem a interferência do
Os atos são espécie do gênero ato jurídico, ou seja, decorrem Poder Judiciário, podendo, desta forma, aplicar sanções, tais como:
diretamente da manifestação de vontade humana, dos quais multas, interdições etc. Desta forma, traduz que a prática de um ato
resultam consequências jurídicas. Ex.: a certidão (nascimento, não depende de ordem ou mandado judicial. A autoexecutoriedade
casamento) expedida por um órgão público através do agente não é a regra, não existindo, portanto, em relação a todos os atos
competente. A Administração Pública pode praticar atos e contratos administrativos. Ela só é possível, desde que ocorra nas seguintes
em regime de Direito Privado, igualando-se aos particulares, abrindo situações:
mão de sua supremacia de Poder Público, não se podendo falar,
nessas circunstancias, em ato administrativo. ‒ Quando prevista em lei, como acontece em caso de exercício do
poder de polícia administrativo fiscalizatório; ou
O estudo do ato administrativo parte da sua inserção na Teoria ‒ Quando constituir a condição indispensável à eficaz garantia do
Geral do Direito, com as distinções entre ato administrativo e fato interesse público confiado por lei à Administração Pública. É o
jurídico. O fato jurídico é um acontecimento material involuntário caso de medidas urgentes, que devem ser adotadas de imediato
(pode ser ordinário: nascimento ou morte; ou extraordinário: caso para não ocasionar prejuízo maior para o interesse público,
fortuito ou força maior), que produz efeitos no mundo jurídico. O como acontece na demolição de um prédio que ofereça perigo,
ato jurídico é uma manifestação de vontade destinada a produzir a internação de uma pessoa com doença contagiosa, etc.
efeitos jurídicos.
Tipicidade
3.2 Atributos [Características] É o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a
figura definidas previamente pela lei como aptas a produzir
Atributos são as qualidade dos atos administrativos e pode ser determinados resultados. Corolário do principio da legalidade, esse
entendidos como as características inerentes a eles. São aqueles ato temo condão de afastar a possibilidade de a AP praticar atos
que os diferenciam dos demais atos jurídicos. inominados. A tipicidade só existe com relação a atos unilaterais;
não existe nos contratos porque, não há imposição da vontade da
- Presunção de Legitimidade; Administração, que depende sempre da aceitação particular.
- Presunção de Veracidade;
- Imperatividade;
3.3 Elementos ou Requisitos de Validade do Ato
- Autoexecutoriedade; e
- Tipicidade. Para ter validade jurídica, o ato administrativo precisa conter
determinados elementos estruturais. São eles:
Presunção de Legitimidade
A presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do ato com - Competência [Sujeito];
a lei. É qualidade de todo e qualquer ato administrativo. Decorre, - Finalidade;
portanto, do princípio da legalidade. Significa dizer que o ato - Forma;
administrativo deve ser observado em toda a Administração Pública - Motivo [Causa]; e
sem contestações por parte das pessoas a eles sujeitas. Portanto, - Objeto [Conteúdo].
até prova em contrário, ele é válido e legal.
Competência [Sujeito]
Presunção de Veracidade Diz respeito ao poder legal atribuído ou conferido ao agente publico
Já a presunção de veracidade diz respeito aos fatos alegados pela (ou órgão) para o desempenho especifico das atribuições de seu
Administração Pública, que, em decorrência desse atributo, cargo. Ex.: Multa aplicada pelo agente de trânsito. Assim, para que
presumem-se verdadeiros. Existe, portanto, em relação a alguns o ato administrativo seja válido tem que haver uma correspondência
atos administrativos, como as certidões, os atestados, as entre quem o pratica e a competência estabelecida na lei para a sua
declarações ou quaisquer em que a Administração Pública preste prática. A competência tem os seguintes pressupostos:
informações. Até que seja provada a não veracidade de tais atos,
eles são considerados verdadeiros. - é exercício obrigatório para órgãos e agentes públicos.
- é irrenunciável;
- é limitada aos termos da lei que a institui;
Imperatividade
- é imodificável pela vontade do agente;
É o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem aos seus
- é própria do cargo (intransferível); e,
destinatários, independentemente de concordância. Ele cria
- se for extrapolada, ocasiona abuso de poder.
obrigações e impõe restrições, unilateralmente, aos administrados.

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3.4 Classificação do Ato Administrativo
Finalidade
Os Atos Administrativos podem ser classificados tendo-se em vista
É sempre o interesse público. A prática de ato administrativo para
diversos critérios.
satisfazer interesse pessoal constitui-se em desvio de finalidade,
uma das formas de abuso de poder, que torna inválido o ato
administrativo praticado, que terá então uma falha estrutural ou Quanto aos destinatários
vício de finalidade.
Gerais ou Regulamentares: aqueles expedidos sem
destinatários determinados, atingindo, portanto, todos aqueles
Forma administrados que estejam na mesma situação. Esses atos não
É o modo pelo qual ele (o ato) se apresenta. Em geral, é sempre a possuem destinatários determinados. Ex.: Regulamentos,
escrita e sempre prevista em lei. No entanto, a prática de ato circulares, edital de concurso público, etc.
administrativo verbais pode ocorrer em casos de urgência ou em Individuais ou Especiais: aqueles que têm destinatário certo
algumas hipóteses, tais como: criando uma situação jurídica particular. O mesmo ato pode
abranger a um ou vários sujeitos, desde que individualizados.
- instruções de superior hierárquico a subordinado;
Ex.: Decreto de nomeação, exoneração ou desapropriação;
- sinalização de trânsito pelo seu agente.
Outorga de licença; etc.
Portanto, a expedição verbal de um ato administrativo, cuja forma Quanto ao alcance ou abrangência dos efeitos
exigida seja a escrita, acarretará a sua invalidade por vício de forma.
O descumprimento do processo de elaboração (processo Internos: os destinados a produzir efeitos somente no âmbito
legislativo), previsto para as leis também enseja o vício de forma. das repartições administrativas, incidindo diretamente sobre
Ex.: Certidão de casamento (escrita); Ordem verbal dada pelo órgãos e agentes administrativos. Ex.: Memorandos, Ordens de
policial a um cidadão. Serviço, etc.
Externos: os que produzem efeito fora do âmbito das
Motivo [Causa] repartições administrativas. Ex.: Decreto, licença, naturalização
São as razões que levam o administrador público à prática de um ato de estrangeiro, etc.
administrativo. Todo ato administrativo, para ser válido precisa de
um motivo. No entanto, aquele que expede o ato administrativo, em Quanto às prerrogativas com que atua a Administração
regra não precisa dizer ou escrever quais são os motivos que
levaram à prática do ato administrativo. É um poder discricionário Atos de Império: os praticados pela Administração Pública no
dele, agente público. uso de sua supremacia sobre o administrado, impondo
atendimento obrigatório independentemente de autorização
Objeto [Conteúdo] judicial. Ex.: desapropriação; ordem de interdição de
O objeto do ato administrativo identifica-se com seu próprio estabelecimento.
conteúdo, por meio do qual a Administração manifesta sua vontade, Atos de Gestão: os praticados pela Administração Pública sem o
ou atesta simplesmente situações preexistentes. É o efeito que o uso de sua supremacia. Ex.: aquisição ou venda de um bem; etc.
ato administrativo produz; a alteração que, com a sua publicação, se Atos de expediente: são atos internos da Administração que
pretende realizar no mundo exterior. Ex.: Qual o objeto de uma visam a dar andamento aos serviços desenvolvidos por uma
certidão? Para que serve? Para provar alguma coisa. Assim, o objeto entidade, um órgão ou uma repartição.
da certidão é provar o fato. E da licença para construir? É permitir
que a pessoa venha a construir legalmente. Quanto ao regramento ou ao grau de liberdade para decidir

Assim, cada Ato Administrativo permite alcançar-se um Atos Vinculados: aqueles em que a lei estabelece todos os
determinado objeto. Importante ressaltar que o objeto de um ato requisitos e condições para a sua realização, sem deixar
administrativo deve ser sempre lícito (de acordo com as leis), qualquer margem de liberdade ao administrador.
possível e do interesse público. Quando utilizamos o ato Atos Discricionários: aqueles que a administração pode praticar
administrativo adequado temos o objeto lícito e possível. Há com certa liberdade de escolha, nos termos e limites da lei.
ocasiões, no entanto, que o objeto pode ser ilícito, como no caso de
um contrato para matar alguém, ou impossível (pelo menos no Quanto à formação ou à composição da vontade
momento da prática do ato),como no caso de uma concessão para
transportes coletivos entre a Terra e a Lua. Atos Simples: os que resultam da manifestação de vontade de
um único órgão; seja este singular (também denominado
Pelo exposto podemos notar que os requisitos de validade do ato unipessoal) ou colegiado. Ex.: Sentença de um magistrado;
administrativo podem ser vinculados (competência, finalidade e nomeação pelo chefe do Executivo; decisão de um Conselho;
forma) ou discricionários (motivo e objeto). acórdão de um Tribunal; etc.
Atos Complexos: os que se formam pela conjugação de
Mérito Administrativo: o que vem a ser?
vontades de mais de um órgão administrativo, seja eles
À análise dos motivos e da escolha do objeto, isto é, dos requisitos
singulares (também denominados unipessoais) ou colegiados.
discricionários do ato administrativo, submetendo-os ao crivo da
Ex.: investidura de um servidor público (nomeação pelo chefe do
oportunidade e da conveniência da prática do ato administrativo,
Executivo + posse e exercício pelo chefe da repartição).
denomina-se mérito administrativo. Desta forma, o mérito tem a Atos Compostos: os que resultam da vontade única de um
ver com o poder discricionário do administrador, não estando, desta
órgão, mas dependem da verificação ou homologação por outro
forma, sujeito ao controle judicial. Não há, portanto, que se discutir
órgão, para que se tornem exequíveis. Ex.: autorização; compra
mérito de ato vinculado.

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de material; escala de serviço (dependem de um visto da É a retirada do ato administrativo fundada em ilegalidade. Ocorre
autoridade superior). quando há um vicio no ato, relativo à legalidade ou legitimidade
(ofensa à lei ou ao direito). Quando o vicio for insanável, o ato é
Quanto à eficácia nulo e a anulação é obrigatória; quando for sanável, o ato é
anulável, e pode ser anulado ou convalidado. Quando atos desse
Válido: aqueles que possuem todos os requisitos necessários à tipo forem retirados do mundo jurídico, ela retroage seus efeitos ao
sua validade. Provém da autoridade competente e está momento da pratica do ato (ex tunc).
conforme todas as exigências legais para a sua regular produção
e efeitos. Revogação
Nulo: aqueles que são afetados por vício estrutural, insanável. É a retirada, do mundo jurídico, de um ato válido, legitimo e eficaz,
Não produzem qualquer efeito válido, pela evidente razão de mas que, segundo critérios discricionários da Administração, tornou-
que não se pode adquirir direitos contra a lei. O ato nulo é se inconveniente e inoportuno. A revogação produz efeito produz
ilegítimo, ilegal, não podendo ser convalidado, nem produzir efeitos prospectivos, ou seja, para frente (em nunc), devendo ser
efeito válido entre as partes. respeitado os direitos adquiridos.
Inexistente: aquele que possui apenas aparência de
manifestação de vontade da AP, mas que não chegou a Convalidação ou Sanatória
aperfeiçoar-se como ato administrativo. Ex.: ato praticado por A convalidação é o processo de que se vale a Administração para
um usurpador de função pública que se passa pela condição de aproveitar atos administrativos que possuam vícios sanáveis, de
servidor. forma a confirma-los no todo ou em parte. É a pratica de um ato
posterior que vai conter todos os requisitos de validade, inclusive,
Quanto aos efeitos aquele que não foi observado no ato interior e determinar a sua
retroatividade a data de vigência do ato tido como anulável. Os
Constitutivo: aquele pelo qual a Administração Pública cria, efeitos passam a contar da data do ato anterior (ex tunc); é editado
modifica ou extingue um direito ou uma situação do um novo ato.
administrado em relação à Administração. Ex.: permissão;
autorização; dispensa; punição; revogação; etc. Cassação
Extintivo ou desconstitutivo: é aquele que põe fim a situações É a retirada do ato administrativo fundada no descumprimento da
jurídicas individuais existentes. Ex.: cassação de uma lei. Ex.: se você conduzir embriagado um veículo, a Administração
autorização, a demissão de um servidor etc. pode cassar a sua licença para dirigir.
Declaratório: aquele em que a Administração Pública apenas
reconhece ou declara um direito já existente antes do ato,
Caducidade
visando preservar o direito do administrado. Ex.: homologação; Ocorre quando uma nova legislação impede a permanência da sua
isenção; anulação; etc. situação anteriormente consentida pelo Poder Publico. Surge uma
Alienativo: é aquele que tem por fim a transferência de bens ou nova norma jurídica que contraria aquela que respaldava a pratica
de direitos de um titular a outro. do ato. Ex.: o Brasil nos anos 40 aceitava jogos de azar. Hoje não
Modificativo: é o que tem por fim alterar situações mais. O Poder Público não mais concede essa licença. Aqueles que
preexistentes, sem provocar a sua supressão. tinham essa licença sofreram sua caducidade.
Abdicativo: é aquele por meio do qual o titular abre mão,
abdica, de um determinado direito.
Contraposição ou Derrubada
É quando existem dois atos administrativos diferentes, mais de
Quanto à formação e à possibilidade de produção de efeitos efeitos contrapostos, sendo que o efeito de um derruba o efeito de
outro. Ex: ato administrativo de nomeação vs. Ato administrativo de
Perfeito: é aquele que teve seu ciclo de formação encerrado,
demissão. Provimento vs. Nomeação. Obs.: se o ato for ineficaz, ele
que já esgotou todas as fases necessárias à sua produção.
se extingue pela mera retirada ou pela recusa do destinatário.
Imperfeito: é aquele que não completou o seu ciclo de
formação, que não se encerrou; que não esgotou todas as fases
necessárias à sua produção. Mera Retirada
É a revogação de um ato administrativo que ainda não começou a
Pendente: é aquele que, embora perfeito, esta sujeito a
condição ou termo para que comesse a produzir efeitos. produzir efeitos. Não se confunde com a revogação propriamente
Consumado (ou exaurido): é o que já exauriu os seus efeitos, dita, uma vez que não existem efeitos a serem preservador. Ex.:
houve a nomeação para cargo publico e não houve posse. É retirado
que já produziu todos os efeitos que estava apto a produzir, que
do mundo jurídico o ato de nomeação para que outro seja nomeado
já esgotou sua possibilidade de produzir efeitos. Esse ato torna-
se definitivo, imodificável, não podendo ser impugnado, seja na e tome posse.
esfera administrativa ou pelo Poder Judiciário.
Conversão
Aproveita-se com outro conteúdo, o ato que incialmente foi
3.5 Extinção dos Atos
considerado nulo. Ex.: Nomeação de alguém para o cargo publico
O desfazimento do ato administrativo poderá ser resultante do sem aprovação em concurso, mas poderá haver nomeação para
reconhecimento de sua ilegitimidade, de vícios na sua formação, ou cargo comissionado. A conversão dá ao ato conotação que deveria
poderá simplesmente advir da necessidade de sua existência, isto é, ter tido no momento de sua criação. Produz efeito ex tunc.
mesmo legitimo o ato pode torna-se desnecessário e pode ser
declarada inoportuna ou inconveniente a sua manutenção. Renuncia
Consiste na extinção dos efeitos do ato ante a rejeição pelo
Anulação ou Invalidação beneficiário de uma situação jurídica favorável de que desfrutava
em consequência daquele ato. Ex.: a renuncia de um cargo de

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Secretário do município, um beneficiário de um titulo honorífico (de atividades administrativas. Constitui-se dos serviços integrados na
desinteressando e ele renuncia). Não investe o direito de o estrutura administrativa da Presidência da República e dos
beneficiário ser indenizado nesse caso, visto que foi ele que Ministérios e está presente nos três Poderes do Estado (Executivo
renunciou o ato. Legislativo e Judiciário). Estes três poderes exercem,
respectivamente, as funções administrativa, legislativa e
Recusa jurisdicional.
Ao recusar o que o ato outorga, seu beneficiário o extingue, dando
que a aceitação era elemento necessário para que o ato pudesse  Administração indireta
produzir efeitos para os quais estavam preordenados. A recusa não
se confunde com a renúncia, pois na recusa rejeita o que não se É o conjunto de pessoas administrativas que vinculadas à
possui, na renúncia rejeita o que já se possui. Não investe o direito Administração Direta, tem competência par ao exercício, de forma
de ser indenizado. descentralizada, de atividades administrativas. Compreende as
seguintes categorias de entidades pública, dotadas de personalidade
Outras Formas de Extinção jurídica própria:

Desfazimento volitivo: resultante da manifestação expressa do ‒ Autarquias;


administrador ou Poder Judiciário, relativamente ao ato que esteja ‒ Empresas públicas;
sendo extinto. ‒ Sociedades de Economia Mista; e,
Extinção natural: desfaz um ato administrativo pelo mero ‒ Fundações públicas.
cumprimento normal de seus efeitos.
Extinção subjetiva: ocorre quando há o desaparecimento do sujeito  Entidades Paraestatais
que se beneficiou do ato.
Extinção objetiva: ocorre quando desaparece o próprio objeto do São pessoas jurídicas privadas que, sem integrarem a estrutura da
ato praticado. Administração Pública Direta ou Indireta, colaboram com o Estado
no desempenho de atividades não lucrativas e às quais o Poder
Anulação VS. Revogação Público dispensa especial proteção. Ex.: serviços sociais autônomos
Anulação Revogação (SESI, SENAI, SESC), organizações sociais, OSCIP, as “entidades de
Fundada em inconveniência apoios”.
Fundada em ilegalidade
e inoportunidade.
Poder judiciário pode anular o ato 4.2 Centralização, Descentralização e Desconcentração
Apenas a Administração
(sistema inglês), a Administração
Pública.
Pública, também. Como dito anteriormente o Estado realiza a administração por meio
Efeitos ex tunc (maioria da
Efeitos ex nunc.
de órgãos, agentes e pessoas jurídicas. Para o desempenho de suas
doutrina) atribuições, o Estado adota duas formas básicas de organização e
atuação administrativa: centralização e descentralização.
Atos Irrevogáveis
 Centralização administrativa
São aqueles insuscetíveis de revogação. A saber: Ocorre quando o Estado executa suas tarefas diretamente, por meio
dos órgãos e agentes integrantes da Administração Direta.
‒ Os atos consumados, que exauriram seus efeitos;
‒ Os atos vinculados, porque não comportam juízo de  Descentralização administrativa
oportunidade e conveniência; Ocorre quando o Estado desempenha algumas de suas funções por
‒ Os atos que já geraram direitos adquiridos, gravados por meio de outras pessoas jurídicas. A descentralização pode ser feita
garantia constitucional; por meio de outorga e delegação. Na outorga o estado cria uma
‒ Os atos que integram um procedimento; entidade e a ela transfere, por lei, determinado serviço publico.
‒ Os chamados meros atos administrativos, porque seus efeitos Geralmente o prazo é indeterminado. Na delegação o Estado
são previamente estabelecidos em lei. Ex.: certidão, atestado transfere, por contrato ou ato unilateral, unicamente a execução do
etc. serviço para que seja prestado ao publico por conta e risco do ente
delegado, sob a fiscalização do Estado. Normalmente é por prazo
determinado.

Sendo o Brasil uma Federação, a Administração Pública brasileira se  Desconcentração


distribui em três níveis: a Federal; a Estadual, que engloba a do Quando a entidade da administração, encarregada de executar um
Distrito Federal; e a Municipal. De acordo com o art. 4º, incisos I e II, ou mais serviços, distribui competências, no âmbito de sua própria
do Decreto-lei n.º 200, de 25/02/67, que trata da Reforma estrutura, a fim de tornar mais ágil e eficiente a prestação dos
Administrativa em nosso país, a Administração Pública Federal está serviços.
classificada em DIRETA e INDIRETA.
4.3 Órgãos Públicos
4.1 Administração Direta, Indireta e Entidades Paraestatais
A Administração Direta brasileira é constituída de órgãos públicos,
 Administração Direta enquanto Administração Indireta brasileira constitui-se de
entidades públicas, que também contam na sua estrutura com
É o conjunto de órgãos que integram as pessoas politicas do Estado órgãos públicos.
(União, Estado, Distrito Federal e Municípios), aos quais foi atribuída
a competência par ao exercício, de forma centralizada, de
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Conceito diretamente subordinados a seus chefes. Têm autonomia
Órgão público é um elemento despersonalizado, ou seja, sem administrativa, financeira e técnica. Participam das decisões
personalidade jurídica própria, integrando a estrutura da União, governamentais segundo as diretrizes dos órgãos independentes,
dos Estados, dos Municípios ou do Distrito Federal, que são os entes que expressam as opções políticas do governo. Seus dirigentes, em
federativos, ou seja, os entes públicos que integram a estrutura da regra, são agentes políticos nomeados em comissão. Ex.:
Federação Brasileira, mas que também integram a estrutura das Ministérios, Secretarias de Estado e de Município, Consultoria-Geral
entidades públicas. E não tendo, portanto, personalidade jurídica, os da República, Procuradorias-Gerais de Estado, dentre outros.
órgãos públicos não têm vontade própria, de modo que, como parte
das entidades que integram, são meros instrumentos de ação dessas Superiores: são aqueles que possuem o poder de direção, chefia ou
pessoas jurídicas. Assim, na Administração Direta Federal, somente comando dos assuntos de sua competência específica, mas estão
a UNIÃO possui personalidade jurídica. O órgão público, portanto, sempre subordinados a uma chefia mais alta. Situam-se entre os
é um centro de competência despersonalizados instituído para o órgãos autônomos e os subalternos, e não gozam de autonomia
desempenho das funções administrativas pelos agentes públicos; já administrativa, nem financeira, que são atributos dos órgãos
a entidade pública é pessoa jurídica, de direito público (Autarquia) independentes e autônomos a que pertencem. Ex.: Gabinetes,
ou de direito privado (Associações, Sociedades Civis ou Comerciais, Secretárias-gerais, Coordenadorias, Divisões, Inspetorias-Gerais,
Fundações). Logo: Inspetorias, Procuradorias Administrativas e Judiciais,
Departamentos, Divisões dentre outros.
Órgão: unidade de atuação integrante da estrutura da
Administração direta e indireta;
Subalternos: são todos aqueles que se acham subordinados a
Entidade: unidade de atuação dotada de personalidade
órgãos mais elevados. Têm atribuições de execução. Destinam-se à
jurídica.
realização de serviços de rotina, tarefas de formalização de atos
administrativos, cumprimento de decisões superiores e
Essas entidades públicas, como já foi frisado, vinculam-se ao
atendimento ao público, prestando-lhe informações e
Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua
encaminhando seus requerimentos. Ex.: Protocolos, Portarias,
principal atividade.
Seções de Expediente, Serviços, dentre outros.

Características
‒ integram a estrutura de uma pessoa jurídica; Quanto à sua estrutura
‒ não possuem personalidade jurídica;
‒ são resultados da desconcentração; Simples: quando não possuem outros órgãos em sua estrutura;
‒ alguns possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira; possui um só centro de competência. Não são subdivididos em sua
‒ podem firmar contrato de gestão com outros órgãos ou com estrutura interna.
pessoas jurídicas;
‒ não tem capacidade pra representar em juízo a pessoa jurídica Compostos: quando reúnem em sua estrutura outros órgãos
que integram; menores, como resultado da desconcentração administrativa. Ex.:
‒ apenas alguns tem capacidade processual para a defesa em juízo Um protocolo ou uma portaria são exemplos de órgãos simples,
de suas prerrogativas funcionais; enquanto um Ministério é um órgão composto.
‒ não possuem patrimônio próprio.
Quanto à sua atuação funcional: singulares e colegiados
Classificação
Sendo os órgãos públicos elementos despersonalizados, ou seja,
sem personalidade jurídica própria, integrando a estrutura da Singulares ou Unipessoais: são aqueles que atuam e decidem
Administração Pública brasileira, tanto na União, como nos Estados, através de um único titular, que é seu chefe e representante (Ex.:
nos Municípios e no Distrito Federal, podem ser classificados da Presidência da República, Governadorias de Estados, Prefeituras
seguinte forma: Municipais, dentre outros);

Quanto à sua posição estatal Colegiados: são aqueles que atuam e decidem pela manifestação
conjunta e majoritária da vontade de seus vários titulares (Ex.:
Congresso Nacional, Tribunais, Assembleias Legislativas, dentre
Independentes: são aqueles originários da Constituição, sendo
outros).
representativos dos Poderes de Estado (Poder Legislativo; Poder
Executivo e Poder Judiciário). Por este motivo, são também
denominados órgãos primários do Estado. Não possuem qualquer 4.4 Entidades Administrativas
subordinação hierárquica ou funcional. As atribuições são exercidas
As entidades configuram a Administração Pública Indireta e sua
por agentes políticos. Ex.: No Poder Legislativo temos o Congresso
criação pode ser estabelecida através de duas formas: (i) por meio
Nacional (Senado Federal e Câmara dos Deputados), Assembleias
de lei especifica, diretamente; e (ii) mediante ato do Poder
Legislativas, Câmaras de Vereadores; no Poder Executivo:
Executivo, autorizado por lei específica. A criação de entidades da
Presidência da República, Governadorias dos Estados e do Distrito
Administração Indireta realizada diretamente pela edição de lei
Federal, Prefeituras Municipais; no Poder Judiciário: Tribunais
especifica somente se aplica, hoje, à criação de autarquias. A
(Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores Federais e demais
emenda nº 19/1988 passou a exigir autorização de lei especifica
Tribunais Federais e Estaduais), Juízes (Federais e dos Estados); no
para a criação das demais entidades da Administração Indireta –
Ministério Público: (federal e estadual); e Tribunais de Contas.
empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações
públicas.
Autônomos: são aqueles localizados na cúpula da Administração
Pública, imediatamente abaixo dos órgãos independentes e
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Espécies Entidades Administrativas O foro processual: as empresas públicas federais terão suas
causas processadas e julgadas na justiça federal. As empresas
públicas federais estaduais e municipais terão suas causas
 Autarquias
processadas e julgadas na justiça Estadual. Já as sociedades de
É a pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com a
economia mista federais, estaduais e municipais terão suas
capacidade de autoadministração, para o desempenho de serviço
causas processadas e julgadas na justiça Estadual.
publico descentralizado, mediante controle administrativo exercido
nos limites da lei. Ex.: BACEN; USP; ANATEL; ANEEL; ANAC etc.
‒ são entidades administrativas autônomas;
‒ são criada somente por lei específica;
‒ com personalidade jurídica de direito publico interno; A expressão “agente público” tem sentido amplo, alcançando todas
‒ possuem patrimônio próprio; as pessoas que, a qualquer titulo, exercem uma função pública,
‒ possuem atribuições estatais próprias; e remunerada ou gratuita, definitiva ou transitória, politica ou
‒ integram a Administração Indireta. jurídica, como preposto do Estado.

 Fundações Públicas 5.1 Espécies


Figura oriunda do Direito privado caracteriza-se pela atribuição de
personalidade jurídica a um determinado patrimônio destinado a Agente Público
um fim especifico. Ex.: Funai; IBGE; FNS; Fundação Escola de Considera-se agente público todo aquele que exerce, ainda que
Administração Pública etc. transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
‒ São características especificas: designação, contratação ou qualquer foram de investidura ou
‒ são criadas por ato do Poder Executivo, mediante vínculo, mandado, cargo, emprego ou função publica.
autorização em lei especifica;
‒ são assemelhadas as fundações privadas; Servidor público
‒ possui natureza não-lucrativa; São aqueles agentes que mantem uma relação permanente com o
‒ possui finalidade social (assistência social, medica e Estado, em regime estatutário, por integrarem o quadro funcional
hospitalar, educação e ensino, pesquisa, atividades das pessoas politicas e de suas autarquias e fundações públicas.
culturais);
‒ são integrantes da Administração Indireta; e
Empregado Público
‒ dotadas de personalidade jurídica de direito.
São aqueles agentes que, sob regime celetista, mantinhas vinculo de
trabalho permanente com as entidades de natureza privada da
 Empresas Públicas Administração Indireta. Mais com o fim da obrigatoriedade de
As empresas públicas são as pessoas jurídicas de direito privado. Ex.: instituição de Regime Jurídico Único para as entidades federativas
ECT (Correios) e CEF (Caixa Econômica Federal) etc. tornou-se possível a contratação de empregados públicos, regidos
‒ Integram a Administração indireta; pela Consolidação das leis de Trabalho, até mesmo na
‒ Criada a partir da autorização de lei especifica; Administração Direta.
‒ Criada sob qualquer forma jurídica (Ltda., S/A etc);
‒ Criada com capital exclusivamente publico; 5.2 Classificação
‒ Explora atividades de natureza econômica ou execução de
serviços públicos; e Os agentes públicos se classificam da seguinte forma:
‒ Regime pessoal: CLT (Consolidação das Lei do Trabalho).
‒ Agentes Políticos;
 Sociedade de Economia Mista ‒ Agentes Administrativos;
‒ São pessoas jurídicas de direito privado; ‒ Agentes Honoríficos;
‒ Integram a Administração indireta; ‒ Agentes Delegados;
‒ Criada mediante lei especifica autorizativa; ‒ Agentes Credenciados;
‒ Criada sob a forma de sociedade anônima (S/A); ‒ Agentes Temporários;
‒ Criada com capitais públicos e privados; ‒ Servidores Governamentais;
‒ Explora atividades de natureza econômica ou prestação de ‒ Agentes de Colaboração; e
serviços públicos; e ‒ Militares.
‒ Regime pessoal: CLT (Consolidação das Lei do Trabalho).
Agentes Políticos
Importante saber! São os detentores dos cargos do governo do Estado. Situam-se,
Vale dizer atualmente que empresas públicas e sociedade de portanto, no ápice dos Poderes do Estado. Tem as funções de dirigir,
economia mista, qualquer que seja seu objeto, não estão sujeita à orientar e estabelecer diretrizes para o Poder Público.
falência. Três são as principais diferenças entre a empresa pública e Características: competência é haurida da própria constituição; não
sociedade de economia mista, a saber: se sujeitam a regras comuns aplicadas a servidores públicos; são
A forma jurídica: as sociedades de economia mista tem a forma investidos em cargos por meio de eleição, nomeação e designação;
de Sociedade Anônima (S/A); já a empresa pública reveste-se de não são hierarquizados, sujeitando-se, tão somente, às regras
qualquer das formas admitidas em direito (Sociedades Civis, constitucionais. Ex.: Chefes de Executivo (Presidente da República,
Sociedades Comerciais, Ltda., S/A, etc.). Governadores e Prefeitos); seus auxiliares imediatos (Ministros e
A composição do capital: as sociedades de economia mista são Secretários de Estado e de Município); os membros das Corporação
formadas pela conjugação de recursos públicos e privadas; já a Legislativas (Senadores, Deputados e Vereadores); os membros do
empresa pública é integralmente público. Poder Judiciário (Magistrados); os Membros do Ministério Público

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(Procuradores da República, Procuradores e Promotores de Justiça); vantagens de um servidor público. Da mesma forma ocorre com o
os Membros dos Tribunais de Contas (Ministros e Conselheiros); os advogado credenciado para emitir Parecer Jurídico.
representantes diplomáticos; etc.
Agentes Temporários
Os agentes políticos não têm necessariamente vínculo profissional Aqueles contratados por tempo determinado para que a
com a Administração Pública. Assim, o Ministro dos Transportes Administração Pública possa atender a necessidade temporária do
pode não ser um engenheiro; o Ministro da Justiça pode não ser um interesse público. O vínculo destes agentes é celetista (contratação
advogado; ou, o Ministro da Fazenda pode não ser um economista. por prazo certo: art.479, da CLT). Segundo esta legislação são
Isto acontece porque o vínculo deles não é profissional, mas político. consideradas como de “excepcional interesse público” as seguintes
contratações, dentre outras: assistência a situações de calamidade
Agentes Administrativos [Servidores Públicos] pública (por seis meses); combate a surtos epidêmicos (por seis
Aqueles que têm com o Poder Público uma relação de trabalho meses); realização de recenseamentos (por doze meses); admissão
remunerado, de natureza profissional e de caráter permanente, sob de professor substituto e professor visitante (por doze meses);
vínculo de dependência. Características principais: profissionalidade; admissão de professor e pesquisador visitante estrangeiro (por até
relação de trabalho remunerado (estatutário ou CLT); não quatro anos); e atividades especiais nas organizações das Forças
eventualidade (permanência); e dependência do relacionamento (as Armadas para atender a área industrial ou a encargos temporários
entidades a que se vinculam prescrevem-lhes o comportamento nos de obras e serviços de engenharia (por até quatro anos).
mínimos detalhes).
Servidores Governamentais
Não devemos confundir servidor público e funcionário público. Este
Aqueles que sob o regime de dependência ligam-se às chamadas
último, é considerado aquele que, para efeitos penais, exerça cargo,
empresas governamentais, ou seja, às sociedades de economia
emprego ou função pública, embora transitoriamente ou sem
mista, empresas públicas e fundações privadas mantidas pelo Poder
remuneração (Código Penal, art.327). Funcionário Público, portanto,
Público. Têm as mesmas características dos servidores públicos
é expressão mais ampla do que servidor público, identificando-se
celetistas, sendo regidos, portanto, pelo regime jurídico privado.
melhor, desta forma, com o próprio conceito de agente público.
Nessa categoria enquadram-se: os servidores públicos concursados
em geral; ocupantes de cargo ou função em comissão, ocupantes de Agentes de Colaboração
emprego publico, servidores contratados temporariamente para São as pessoas, físicas ou jurídicas, que prestam serviço à
atender a necessidade de excepcional interesse público etc. Administração Pública, podendo ser:

‒ Agentes de Colaboração por vontade própria (Voluntários


Agentes Honoríficos ou Servidores Públicos de Fato ou Agentes Putativos): os que
Também conhecidos como agentes de Colaboração por Compulsão, assumem a gestão de negócios públicos em momentos de
são aqueles cidadãos chamados para, transitoriamente, emergência. Ex.: Prisão de um criminoso; Assunção de
colaborarem como Estado, na prestação de serviços específicos, em atividade pública em razão de abandono por seu titular, em
razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade ou de sua razão de guerra, calamidade pública, rebelião, etc.
notória capacidade profissional. Não possuem qualquer vinculo ‒ Agentes de Colaboração por Concordância: os que prestam
funcional como Estado e normalmente atuam sem remuneração. serviços à Administração Pública ante sua expressa
São exemplos de agentes honoríficos os jurados, mesários eleitorais, concordância. Podem ser delegados ou credenciados.
comissários de menores; escrutinadores etc.

Militares
Agentes Delegados São todos aqueles que, permanente ou temporariamente,
São particulares que recebem a incumbência da execução de desempenham atividade militar no âmbito federal ou estadual. Até
determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam em a promulgação da Emenda Constitucional n.º 18, de 5 de fevereiro
nome próprio, por sua conta e risco, sob a permanente fiscalização de 1998, eram considerados servidores públicos, visto que estes
do poder delegante. Assim, a Administração Pública entrega a podiam ser civis ou militares. A partir da referida emenda, no
execução de certos serviços a estas pessoas, mas é ela quem entanto, os militares passaram a ter um regime constitucional
estipula as regras e quem realiza a fiscalização. Não são servidores próprio. Esses agentes públicos têm hoje suas prerrogativas e
públicos, tampouco representantes do Estado, mais apenas obrigações definidas na Constituição Federal, principalmente pelos
colaboradores do Poder Público. São os concessionários, artigos 42 e 142, além de estarem sujeitos também ao regime do
permissionários e autorizatários de serviços públicos; os leiloeiros; Estatuto dos Militares, estabelecido pela Lei Federal n.º 6.880, de 9
os tradutores públicos e intérpretes públicos etc. Os agentes de dezembro de 1980, no caso dos militares federais. Segundo a
delegados respondem civil e criminalmente sob as mesmas normas Constituição Federal, os militares são integrantes das Forças
da Administração Pública de que são delegados, ou seja, com Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica) ou das Polícias Militares
responsabilidade objetiva pelo dano, pois, de acordo com o art. 37, e Corpos de Bombeiros Estaduais ou do Distrito Federal. Não são,
§ 6° da CF, as empresas de D. Público e as de D. Privado e os agentes portanto, militares os demais agentes eventualmente lotados nas
que prestam serviços em seu nome respondem diretamente pelos referidas instituições.
danos causados a terceiros.
5.3 Cargos, Funções e Empregos Públicos
Agentes credenciados
São aqueles que recebem a incumbência da Administração para Os órgãos públicos necessitam de pessoas incumbidas exercício das
representa-la em determinado ato ou praticar certa atividade competências do que lhes estão afetas. Estas pessoas, físicas ou
especifica, mediante remuneração do Poder Público credenciante. jurídicas, que sob qualquer vínculo jurídico e, às vezes, até mesmo
Ex.: Um médico ao ser credenciado pelo Poder Público para atender sem ele, venham a prestar serviços à Administração Pública, ou
a população não terá vínculo com o mesmo, ficando sem as

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realizar atividades estatais sob sua responsabilidade, são Assim, o quadro de servidores de uma universidade, por exemplo,
denominados agentes públicos. tem a carreira do pessoal docente, que é constituída por professores
das cinco classes acima citadas, ocupando os cargos de professor.
São os agentes públicos que desempenham as competências dos
diversos órgãos públicos, ocupando os cargos, empregos ou funções Os cargos podem ser de três espécies:
neles existentes. Desta forma, fixemos a distinção entre cargos
públicos, funções públicas e empregos públicos. I. Cargo Efetivo
Quando é ocupado por concurso público, da forma como dispõe a
Cargos CF, podendo, neste caso, ser:

Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades Estável


previstas na estrutura organizacional da Administração que devem Quando após 03 (três) anos de efetivo exercício confere ao seu
ser cometidas a um servidor. São lugares criados nos diversos titular a garantia de que só será demitido (mediante ampla defesa)
órgãos públicos para serem providos por agentes públicos em virtude de:
estatutários, ou seja, aqueles regidos por estatutos que, hoje em i. Decisão judicial transitada em julgado;
dia, são também denominados de regimes jurídicos. Os cargos ii. Processo administrativo disciplinar; ou
públicos podem ser de provimento efetivo, sempre exigindo iii. Processo de avaliação periódica de desempenho.
aprovação previa em concurso publico para seu preenchimento, ou
de provimento de comissão, declarados em lei de livre nomeação e Embora a estabilidade, em princípio, diga respeito aos ocupantes de
exoneração. cargos públicos, o Tribunal Superior do Trabalho confirmou o direito
dos servidores celetistas da administração direta, das autarquias e
Os militares, que também exercem cargos públicos, são estatutários das fundações à estabilidade prevista na Constituição.
e mantiveram a denominação tradicional do seu estatuto: o Estatuto
dos Militares, embora não mais sejam enquadrados como servidores Vitalício
públicos, de vez que, após a Emenda Constitucional nº 18/98, Quando após dois anos de efetivo exercício confere ao seu titular a
passaram a ter um regime constitucional próprio. garantia de que só será demitido em razão de sentença judicial
transitada em julgado, proferida em foro privilegiado, isto é, em um
dos tribunais do Poder Judiciário. Ex.: os cargos efetivos vitalícios
Funções
são próprios de integrantes do Poder Judiciário - os magistrados;
Por sua vez, funções são encargos ou competências atribuídas aos membros do Ministério Público e dos Tribunais de Contas.
cargos, órgãos ou agentes. As funções podem ser autônomas, que
são funções provisórias destinadas a atender necessidades O estágio probatório
temporárias ou transitórias, como as desempenhadas no caso de É o período inicial de exercício do cargo efetivo durante o qual são
contratação por tempo determinado. Também podem ser funções apreciados a assiduidade; disciplina; capacidade de iniciativa;
de confiança que obrigatoriamente devem ser exercidas por produtividade e responsabilidade por um período três anos (trinta e
servidores de cargos efetivos. Ex.: jurados, mesários eleitorais, etc. seis meses. Durante o estágio probatório o servidor está sujeito ao
desligamento do serviço público através da exoneração; após o
Importante saber! estágio probatório, a modalidade adequada de desligamento, a
As funções de confiança, assim como os cargos em comissão, título de punição por falta disciplinar cometida, é a demissão, uma
destinam-se exclusivamente a atribuições de direção, chefia e das penalidades previstas para transgressões cometidas por
assessoramento e o servidor ocupante submete-se a regime de servidores públicos. À exoneração estão sujeitos, também, os
dedicação integral ao serviço, podendo ser convocado sempre que ocupantes de cargos em comissão.
houver interesse da administração.
II. Cargo em Comissão
A Função de Confiança e Cargo de comissão destina-se à Direção, Quando ocupado sem concurso público, em caráter precário (sem
Chefia e Assessoramento dar garantias aos seus ocupantes, que podem ser exonerados ad
nutum, ou seja, a qualquer tempo). Não precisam de motivação
para ser preenchidos ou ocupados. Estão previstos na CF-37(V).
Empregos públicos
III. Cargo Eletivo
Já os empregos, destinam-se aos servidores regidos pelas normas da Quando seu ocupante é escolhido por eleição. Aquele que
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Em nossa Administração temporariamente, por um tempo indeterminado, ocupa um cargo
Pública vamos encontrar agentes públicos que poderão não estar público que não tem titular, o faz interinamente. Se esta ocupação
investidos de cargos públicos ou empregos públicos, mas que têm for por tempo determinado, o exercício será eventual, como
funções públicas. acontece, por exemplo, quando o titular de um cargo é substituído
para que goze férias, por motivo de saúde ou outro motivo que não
Os cargos, para fins de progressão funcional e controle, são
implique no seu afastamento definitivo da titularidade do cargo.
agrupados em classes (Ex.: Professor-Auxiliar, Assistente, Adjunto,
Associado, Titular) e estas constituem as carreiras (Ex.: pessoal A localização dos cargos públicos, na estrutura administrativa dos
docente; pessoal técnico-administrativo, etc.), cujo conjunto órgãos públicos, é denominada lotação.
denomina-se quadro.
A lotação corresponde à localização do cargo.
Cargo → Classe → Carreira → Quadro

5.4 Regime Jurídico Único


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Com a promulgação da CF/1988 deixou de ser prevista a obrigatória Provimento derivado: é aquele que diz respeito aos que já ocupam
adoção de um regime jurídico único para os agentes da cargo público, no qual há vinculo entre o servidor a e a
Administração Direta, das autarquias e fundações públicas dos entes Administração. Daí ser chamado também de provimento endógeno.
federativos. Os servidores públicos podem ser de dois tipos:
A transferência, que implicava na movimentação de um para outro
 Servidores Estatutários quadro funcional, não se confunde com a remoção ou com a
Nos termos da CF-39, são os servidores civis da Administração redistribuição, formas de movimentação do servidor público, mas
Direta, Autárquica e Fundacional, que têm vínculo estatutário com a não formas de provimento. Na remoção o servidor é deslocado, no
Administração Pública. São encontrados nos três níveis de Governo âmbito do mesmo quadro, para outro local de trabalho, com ou sem
(Federal, Estadual e Municipal), bem como nos Poderes Legislativo, mudança de sede, conforme dispõe o art. 36, da Lei 8.112.
Executivo e Judiciário e estão sujeitos ao Regime Jurídico
estabelecido pela Lei Federal n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Nesses casos pode ser: de Ofício: ex officio = contra a vontade; a
Ocupam cargos públicos efetivos, como já tivemos oportunidade de pedido: do servidor, a critério da Administração; ou a pedido do
referir anteriormente. São também denominados agentes servidor, para outra localidade, independentemente do interesse da
administrativos, da mesma forma que os ocupantes de cargos Administração, nas seguintes hipóteses: (i) para acompanhar
públicos em comissão ou de funções de confiança, que Direito cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar,
Administrativo ingressam no serviço público sem concurso, assim de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
como os agentes temporários, porque todos têm vínculo e dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração;
profissional, permanente ou temporário, com a Administração (ii) Por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou
Pública da qual recebem contraprestação financeira. dependente que viva às suas expensas e conste do seu
assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta
 Servidores Celetistas médica oficial; e (iii) em virtude de processo seletivo promovido, na
Aqueles que têm com a Administração Pública um regime celetista. hipótese em que o número de interessados for superior ao número
Ocupam, portanto, empregos públicos. Como vimos, são de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou
encontrados em maior número na Administração Indireta onde são entidade em que aqueles estejam lotados.
classificados como servidores governamentais. Hoje em dia, como já
foi salientado, gozam da estabilidade conferida aos estatutários e Formas de provimento
têm direitos trabalhistas que não são conferidos a estes, como, por
exemplo, o fundo de garantia por tempo de serviço (FGTS).  Nomeação
Ato pelo qual o Poder Público manifesta o seu interesse em admitir
5.5 Provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição uma pessoa no serviço público. Trata-se da única forma de
provimento originário atualmente existente (única compatível com a
CF/1988), podendo dar-se em caráter efetivo ou em comissão (para
Provimento
cargo de confiança). É importante saber que sempre que o
Provimento é o ato administrativo por meio do qual é preenchido provimento decorrer concurso público haverá nomeação e o
cargo público, com a designação de seu titular. Os cargos públicos provimento é efetivo e originário. É um ato administrativo unilateral
podem ser de provimento efetivo ou de provimento em comissão que não gera qualquer obrigação par ao servidor, mais sim o direito
(cargos de confiança). São formas de provimento dos cargos subjetivo para que formalize seu vinculo com a Administração
públicos: nomeação; reintegração; readaptação; promoção; Pública através da posse.
reversão; aproveitamento; e recondução. Já a vinculação de
qualquer pessoa ao serviço público se faz através de um ato Posse: ato pelo qual a pessoa nomeada aceita as normas
denominado investidura. Assim, o ato de investidura em um cargo estatutárias que lhe digam respeito. A posse ocorre no prazo de
ou emprego pública pode se por (i) admissão: ocupar cargo efetivo; até TRINTA dias contados da publicação da nomeação (salvo nos
(ii) designação: ocupar cargo em comissão; (iii) diplomação: ocupar casos de licença ou afastamento) e dar-se-á pela assinatura do
cargo eletivo e por (iv) contratação: quando se vincular pelo regime respectivo termo. O nomeado somente se torna servidor com a
da CLT. posse.
Exercício: ato a partir do qual a pessoa nomeada e empossada
Importante saber! passa a desempenhar as funções relativas ao cargo. Contados da
Podem ingressar na Administração Pública brasileira, tanto os data da posse, o servidor terá mais QUINZE dias para entrar em
nacionais (brasileiros natos ou naturalizados), como os portugueses exercício, sendo exonerado aquele que não o fizer nesse prazo.
(Constituição Federal – art. 12,§1º). Em função do disposto nesse
dispositivo constitucional, os estrangeiros não podem ingressar na Posse 30 dias e Exercício 15 dias
Administração Pública brasileira.
O servidor ocupante de cargo efetivo que deva assumir, também,
Quando a investidura em um cargo público é denominada uma função de confiança, não é “nomeado” para a função de
provimento, que pode ser originário ou derivado. confiança, mais sim designado.

Provimento originário: é o tipo de provimento que diz respeito ao  Reintegração


ingresso no serviço público por qualquer pessoa habilitada, daí ser É o reingresso do servidor estável, ilegalmente desligado de seu
denominado também provimento exterior ou exógeno. Na verdade cargo, ao mesmo cargo que anteriormente ocupava ou, não sendo
é o preenchimento de classe inicial de cargo nos decorrente de possível, a cargo semelhante ou equivalente com integral reparação
qualquer vinculo anterior entre o servidor e a Administração. Pode dos prejuízos que o atingiram por força do ato ilegal que o desligou.
ser através de nomeação e, para cargos efetivos, pela aprovação A reintegração pode decorrer de decisão administrativa ou judicial.
prévia em concursos públicos de provas ou de provas e títulos. (CF De acordo com a CF-41,§2º, se a reintegração decorrer de decisão
37, II).
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judicial do eventual ocupante da vaga, se estável, será posto em Vacância ou Desprovimento
disponibilidade, aproveitado em outro cargo ou reconduzido ao
cargo de origem, sem direito a indenização. É o meio pelo qual o servidor público se desvincula do cargo público
ocupado, ocasionando a sua vacância. Decorre de exoneração;
Posto em disponibilidade - entende-se a situação em que demissão; aposentadoria; posse em outro cargo inacumulável;
poderá ficar o servidor público estável, cujo cargo venha a ser promoção; readaptação; e falecimento. A promoção, ascensão,
extinto em razão de uma das seguintes hipóteses: tenha sido transferência e readaptação são formas de vacância, mas são
declarada a sua desnecessidade; ou esteja ocupado por outra também formas de provimento, e foi nesta condição que já tivemos
pessoa em razão de reintegração, sem que o desalojado possa oportunidade de estudá-las.
ser reconduzido. De acordo com a CF-41,§3º, o servidor estável
em disponibilidade, ficará, até o seu adequado aproveitamento
 Exoneração
em outro cargo, com remuneração proporcional ao tempo de
Consiste no desligamento do serviço público a pedido do próprio
serviço.
servidor ou de ofício, quando: não satisfeitas às condições do
estágio probatório, em se tratando de cargo efetivo; o servidor,
 Readaptação embora tendo tomado posse, não entrar em exercício no prazo
Ocorre quando servidor, estável ou não, havendo sofrido uma legal; a juízo da autoridade competente, no caso de cargo em
limitação física ou mental em suas habilidades, torna-se inapto ao comissão.
exercício do cargo que ocupa, mais por não se tratar de invalidez
permanente, pode ainda exercer outro cargo para o qual a limitação
sofrida não o inabilita. É a adaptação do servidor em outro cargo  Demissão
mais compatível com uma limitação que tenha ocorrido em sua Consiste no desligamento do serviço público, de servidor estável,
capacidade física ou mental, verificada em inspeção médica. como forma de punição pela prática de falta disciplinar. A demissão
só poderá ser aplicada pela Administração Pública após
procedimento em que seja assegurada ao servidor público a ampla
 Promoção
defesa, ou pelo Poder Judiciário, após processo judicial.
É a ocupação, na mesma carreira, de classe imediatamente superior
(verticalização), em razão de antiguidade ou de merecimento.
Depende, portanto, de VAGA, ou seja, de um claro aberto no quadro  Aposentadoria
numérico, e de uma SITUAÇÃO PESSOAL, isto é, a antiguidade ou o Consiste no desligamento definitivo e remunerado do servidor
merecimento. público. Suas regras gerais estão estabelecidas pelo art. 40, da
Constituição Federal, podendo ser:
 Reversão Por Invalidez Permanente: com proventos integrais (quando
É o reingresso de servidor aposentado por invalidez, quando, por decorrente de acidente de serviço, moléstia profissional ou
junta médica oficial, forem declarados não mais subsistentes os doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei) ou com
motivos da sua aposentadoria (deixaram de existir os motivos que proventos proporcionais ao tempo de contribuição (nos demais
determinaram a invalidez). Assim a reversão é o retorno do servidor casos). Ex.: Doenças graves, contagiosas ou incuráveis:
aposentado (i) por invalidez, quando a junta medica oficial declarar tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla,
insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou (ii) no interesse da neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no serviço
administração, desde que: tenha solicitado reversão; a público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
aposentadoria tenha sido voluntaria; estável quando na atividade; a paralisia irreversível e incapacitante, espondiloartrose,
aposentadoria tenha ocorrido nos 05 anos anteriores à solicitação; anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do mal de
haja cargo vago. Atualmente a reversão pode dar-se, também, a Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodefi ciência
pedido do servidor que tenha se aposentado por tempo de adquirida (AIDS), e outras que a lei indicar, com base na
contribuição. medicina especializada.
Compulsória: aos setenta anos de idade, com proventos
proporcionais ao tempo de contribuição; e
 Aproveitamento
É o retorno do servidor estável que se encontrava em Voluntária: quando o servidor, tendo cumprido:
disponibilidade, a cargo de atribuições e vencimentos compatíveis
com o anteriormente ocupado (o qual foi extinto ou declarado O tempo mínimo de 10 (dez) anos de efetivo exercício no serviço
desnecessário) ou em cargo equivalente em termos de atribuições e público e os 05 (cinco) anos no cargo efetivo em que se dará a
vencimentos. aposentadoria, observe as seguintes condições:

Tempo mínimo: 10 anos de efetivo exercício e 05 anos no cargo


 Recondução
É o reingresso do servidor estável a cargo anteriormente ocupado a) Sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se
em razão de (i) ter sido inabilitado no estágio probatório de outro homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de
cargo, para o qual havia sido nomeado; ou (ii) haver sido desalojado contribuição, se mulher;
de um cargo em razão de reintegração do ocupante anterior.
Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será Homem: 60 anos idade + 35 anos de contribuição
aproveitado em outro de atribuições e vencimentos compatíveis Mulher: 55 anos idade + 30 anos de contribuição
com o anteriormente ocupado.
b) Sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de
 Reingresso idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
É o retorno do servidor ao serviço ativo, do qual se encontrava contribuição.
desligado. Pode ocorrer em razão de reversão, reintegração,
recondução ou aproveitamento. Homem: 65 anos idade e Mulher: 60 anos idade
- Com proventos proporcionais -
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ocorrer de oficio ou a pedido do próprio servidor. Quando a pedido,
poderá ser no interesse da administração pública ou independente
Aposentadoria para o professor do interesse da administração.

Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos Redistribuição


em cinco anos, em relação ao disposto para a aposentadoria
voluntária, para o professor que comprove exclusivamente tempo Ocorre o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou
de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou
no ensino fundamental e médio (CF 40-§ 5º). Ou seja, para o entidade do mesmo Poder, observados os seguintes preceitos:
professor:
‒ Interesse da administração;
‒ Equivalência de vencimentos;
- Com proventos Integrais - ‒ Manutenção da essência das atribuições do cargo;
Homem: 55 anos idade + 30 anos de contribuição ‒ Vinculação entre os graus de responsabilidade e
Mulher: 50 anos idade + 25 anos de contribuição complexidade das atividades;
‒ Mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação
- Com proventos proporcionais -
Homem: 60 anos idade e Mulher: 55 anos idade profissional; e
‒ Compatibilidade entre as atribuições do cargo e as
finalidades institucionais do órgão ou entidade.

IV. Posse em outro cargo inacumulável: Substituição


Forma de desprovimento que resulta do disposto na CF-37-XVI, que
diz respeito à acumulação de cargos públicos. Segundo o dispositivo Titulares de cargo em comissão, função de confiança ou cargo de
que rege, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, natureza especial contarão com substitutos em casos de
exceto quando houver compatibilidade de horários, nos seguintes impedimento, afastamento ou vacância. Os interinos serão
casos: devidamente designados pelo regimento interno da entidade ou do
órgão. Em caso de omissão regimental, caberá a máxima autoridade
‒ dois cargos de professor; da respectiva da administração publica indicar os nomes.
‒ um cargo de professor com um cargo técnico ou científico,
para o seu exercício exige aplicação de conhecimentos
científicos ou artísticos de nível superior; Boa sorte!!
‒ dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde
(médico, enfermeiro, etc.), com profissões regulamentadas;
‒ um cargo de juiz com um de professor (CF-95,PU,I);
‒ um cargo de membro do Ministério Público com outro de
professor (CF-128,§5º,II,d);
‒ dois cargos ou empregos privativos de médico que estejam
sendo exercidos (em 5 de outubro de 1988, data da
promulgação da Constituição Federal) por médico militar na
Administração Pública Direta ou Indireta (ADCT-17,§1º); e
‒ dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde
que estejam sendo exercidos (em 5 de outubro de 1988,
data da promulgação da Constituição Federal) na
Administração Pública Direta ou Indireta (ADCT-17,§2º).

A todo o exposto, acrescente-se que o inciso XVII, do art. 37, da


Constituição Federal, preceitua que a proibição de acumular
estende-se a empregos e funções, abrangendo toda Administração
Pública Direta ou Indireta (Autarquias, fundações, empresas
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
sociedades controladas, direta ou indiretamente pelo Poder
Público).

V. Falecimento do servidor público.


Hipótese em que o servidor falece ainda na ativa ou em serviço.

Remoção

É a forma de deslocamento do servidor público, dentro da mesma


sede em que se encontra lotado ou para outra sede, mas,
necessariamente e em absoluto, dentro do mesmo quadro. Não
representa forma de provimento de cargo, nem sequer acarreta a
vacância de cargo. Trata-se tão somente, de deslocamento do
servidor, em hipóteses estabelecidas em lei. A remoção poderá

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