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CURRICULO UTOPIA E PÓS MODERNIDADE

As mudanças consequentes da pós modernidade fez com que novas definições


fossem dadas a ideia de currículo, nesta perspectiva, currículo era visto como um
plano a ser seguido, levando em conta a experiência do aluno, buscando uma junção
do conteúdo e a natureza do conhecimento, surgindo assim, uma abordagem mais
crítica das questões curriculares diante da relação do sujeito-objeto e a superação do
caráter técnico-prescritivo até então dominante.
Uma nova visão de currículo inclui: planos e propostas (o currículo formal), o
que de fato acontece nas escolas e nas salas de aula (o currículo em ação), bem como
as regras e normas não explicitadas que governam as relações que se estabelecem nas
salas de aula (o currículo oculto). Sugere ainda, a visão do currículo como um campo
de lutas e conflitos em torno de símbolos e significados, passíveis de abrigar
intervenções que visam as mudanças sociais, como um instrumento privilegiado de
construção de identidades e subjetividades.
No apelo da construção de uma sociedade mais justa requer uma visão de
futuro que norteie a luta e os esforços envolvidos. Nesta perspectiva faz-se necessário
uma visão utópica sem que precise valorizar as grandes narrativas (grandes
explicações sobre o mundo) mas que seja compatível com a teorização que se vem
construindo, instigando o crítico tanto a denunciar o carácter reprodutor da escola
como a oferecer princípios que norteiem uma ação pedagógica radical.

Resenha Crítica – As Culturas Negadas e Silenciadas no Currículo

A resenha apresentada a seguir aborda um capítulo do livro Alienígenas na Sala de


Aula – Uma introdução aos estudos culturais em educação (Petrópolis, Editora Vozes,
3ª edição, 2001), o capítulo que a resenha aborda é o sete, As Culturas Negadas e
Silenciadas no Currículo, escrito por Jurjo Torres Santomé.
O capítulo, de forma geral, fala sobre algumas culturas que são negadas e silenciadas
no currículo, por exemplo, a cultura cigana, as culturas infantis e juvenis, as culturas
das etnias minoritárias ou sem poder, entre outras culturas, onde o currículo quase
não aborda nada sobre o assunto ou se aborda, aborda geralmente somente sobre um
determinado ponto de vista, apresentando muitas vezes fatos históricos como algo
heróico por um lado, porém, se esquecendo de demonstrar o outro lado, o que
algumas etnias sofreram, por exemplo, neste mesmo fato histórico, enfim, um
capítulo que faz as pessoas refletirem sobre alguns problemas que a educação
brasileira possui.
Segundo o autor, muitas propostas de escolarização mantém ainda uma forte estrutura
fordista, pois seu modo de funcionamento se assemelha ao da cadeia de montagem de
uma grande fábrica. Desse modo, os alunos se posicionam em sua carteira e passam
diante deles diferentes matérias e professores a um determinado ritmo. A única coisa
que os estudantes buscam neste modelo de educação é atingir uma determinada nota
ou conceito, pouco importando o sentido, a utilidade e o domínio real do que devem
aprender. Concordo plenamente com o autor, de fato, o modelo atual de educação
brasileira, no geral, é muito parecido com a estrutura fordista, os professores dão seu
conteúdo, terminam a aula, vem outro professor e faz a mesma coisa, porém, muitas
vezes os conteúdos são descontextualizados e que não fazem sentido nenhum para o
aluno, para ele o que importa é o resultado, a nota ou conceito e não o conteúdo em
si.
A ação educativa pretende além de desenvolver capacidades para a tomada de
decisões, reconstruir de forma reflexiva e crítica a realidade. Com certeza, essa deve
ser uma das metas da educação, porém, acredito que o modelo de educação utilizado
na maioria das instituições de ensino precisa ser repensado para atingir esta meta.
Segundo o autor, o professorado atual é fruto de modelos que exigiam unicamente
prestar atenção à formulação de objetivos e metodologias, não precisando se
preocupar com a seleção explícita dos conteúdos culturais. Esse fato com certeza é
um problema, mas que é preciso que cada vez mais os professores e principalmente a
nova geração de professores olhe com outros olhos os conteúdos culturais. Ainda,
segundo o autor, em muitas ocasiões os conteúdos são contemplados pelo alunado
como fórmulas vazias. Sem dúvida nenhuma isso ocorre, são conteúdos
descontextualizados, onde o aluno não consegue compreender aonde pode ser
aplicado e não consegue relacionar o conteúdo com outros conteúdos vistos.
O autor fala que as culturas ou vozes dos grupos sociais minoritários e/ou
marginalizados que não possuem poder costumam ser silenciadas, às vezes
estereotipadas e deformadas. Sem dúvida nenhuma, isso é um fato, dentro da maioria
das escolas pouco se fala sobre as culturas populares ou sobre as culturas infantis ou
juvenis, por exemplo.
O capítulo também aborda que muitos dos preconceitos e estereótipos negativos
sobre comportamento e características de certos povos não são mais que a tradução
de atitudes de ataque, negação e silenciamento de seus sinais de identidade. Isso é
muito comum no dia-a-dia ver pessoas falando mal de determinada pessoa por
pertencer a determinada cultura ou povo, ou seja, generalizando, criando um
estereótipo negativo.
O adultocentrismo de nossa cultura nos leva a uma ignorância realmente grande
acerca do mundo infantil e da juventude, vivemos em um mundo que o que importa é
o resultado, pouco importando a cultura infantil e da juventude, vista como inferior
ou pelo menos como uma cultura não tão importante quanto à cultura adulta, criando
na sala de aula uma barreira entre aluno e professor, fazendo com que, aos olhos do
aluno, os conteúdos pareçam distantes do seu dia-a-dia.
As crianças e jovens geralmente são vistos como ingênuos, inocentes, desvalidos,
sem maiores preocupações, interesses e desejos, os currículos escolares não incluem
conteúdos sobre as condições e modos de vida da infância pobre, das crianças do
mundo rural e litorâneo, as condições de vida de crianças extremamente pobres do
Terceiro Mundo, o conhecimento dessas injustiças é muito importante para gerar a
solidariedade capaz de corrigir as desigualdades e injustiças, é muito comum o
assassinato de crianças pobres, agressões e torturas físicas e sexuais, os trabalhos
desumanos é uma triste realidade. Concordo plenamente com o autor, esses seriam
conteúdos fundamentais, até porque estaria abordando assuntos que faz sentido para
os jovens, pois se está falando muitas vezes de situações que inclusive alguns alunos
podem estar vivendo, aproximando os conteúdos da realidade de vida deles, além do
que só se irá combater ou reduzir as injustiças se assuntos como esses fazerem parte
do currículo das escolas, para que os jovens tomem consciência dessa realidade, pois
como o autor falou, a escola não vem se importando com esses assuntos, fazendo
com que o aluno tenha a falsa idéia de que essas injustiças não existem.
Outra questão que o autor fala é sobre o baixo interesse em abordar em aula
conteúdos sobre a cultura popular e as formas culturais da infância e da juventude
(cinema, rock and roll, rap, quadrinhos, etc.), muitas vezes além de não tratar em
aula, busca ocultar, quando não atacar frontalmente. Com certeza é outro problema
do modelo de educação atual, se a escola se preocupasse mais com a cultura e
interesse dos seus alunos, que tentasse integrar a cultura e interesses dos mesmos no
conteúdo das disciplinas, acabaria criando um vínculo entre o aluno e o conteúdo,
tornando os conteúdos dentro de um contexto em que o aluno percebe onde os
mesmos podem ser aplicados, do contrário, torna a aula descontextualizada e distante
da realidade dos alunos.
O autor fala também que o idioma e a norma linguística que a escola exige é a dos
grupos sociais dominantes, a literatura daqueles autores e autoras que esses grupos
valorizam, assim, para todas as demais matérias, a geografia e a história dos
vencedores, etc. Acredito que falta na educação brasileira abordar assuntos que
estejam relacionados com a realidade dos alunos, não adianta, por exemplo, em uma
aula de literatura abordar apenas sobre autores que os alunos não têm o menor
interesse em aprender, é preciso pelo menos ter o bom-senso de falar sobre esses
autores, mas também falar ou comparar aos autores que são de interesse da juventude,
até mesmo quando abordar sobre esses autores que não são o foco de interesse da
juventude, é interessante tentar atrair a atenção desses jovens, tentando aproximar ao
máximo o conteúdo aos interesses dos alunos para que esses conteúdos não pareçam
distante da realidade dos mesmos e descontextualizado.
Segundo o autor, as instituições acadêmicas consideram arte aquilo que se encontra
nos museus, porém, se analisarmos a História da Arte o que agora consideramos um
marco artístico em seu momento foi considerado como inferior. Concordo com o
autor, o que significa que é bem provável que a cultura popular que hoje não damos a
importância devida será no futuro valorizada como algo que marcou esta geração, o
que me parece é que muitas vezes nos detemos no passado e não percebemos que
fazemos parte da história e que no futuro, as gerações futuras estudarão como era
nossa cultura, nossa história, os autores literários, entre outras questões, me parece
que às vezes estudamos o passado mas nos esquecemos do presente e de perceber que
a gente está construindo a história a cada dia, pois a literatura, a história, a arte, entre
outras áreas do saber não acabaram no passado, continuam e continuarão existindo no
futuro.
O capítulo fala que é visível a carência de experiências e reflexões sobre uma
educação anti-racista, que qualquer comunidade humana trata sempre de salvaguardar
sua cultura, pois é dessa maneira que a comunidade assegura sua continuidade e
nesse ponto o sistema educacional desempenha um papel importante. Concordo com
o autor que o sistema educacional precisa se preocupar mais com a questão do
racismo e que é a cultura que faz uma comunidade assegurar sua continuidade,
porém, algo que chama a atenção é que ao lermos um livro didático o mesmo
geralmente apresenta um único ponto de vista, o lado do “vencedor” e quase não se
encontram materiais sobre as etnias minoritárias ou sem poder, dificultando que esses
grupos sejam reconhecidos e valorizados por todos, além de não auxiliar para que a
história da cultura permaneça viva ao longo dos anos.
Segundo o autor, são numerosas as formas que o racismo aflora no sistema
educacional, de forma consciente ou oculta. É possível detectar manifestações de
racismo nos livros didáticos especialmente por causa dos silêncios que são
produzidos em relação aos direitos e características de comunidades, etnias e povos
minoritários e sem poder, por exemplo, as comunidades ciganas, para as etnias sul-
americanas e centro-americanas, não existem para os olhos dos leitores desse tipo de
materiais curriculares. Outra amostra de racismo dos livros didáticos são as
descrições e qualificativos que se nomeiam as invasões coloniais e espoliações de
recursos naturais de vários povos do Terceiro Mundo, termos como descobrimento,
aventuras humanas, feitos heróicos, desejos de civilizar os seres bárbaros ou
primitivos, o que contribui para que os alunos tenham mentalidades etnocêntricas, o
que faz com que os leitores acreditem que certos povos realmente eram primitivos,
cruéis, estúpidos, pobres, etc. Concordo plenamente com o autor, e na minha opinião
é uma das grandes falhas no sistema educacional brasileiro, ter a visão somente de
um lado da questão e praticamente não falar sobre a exploração sofrida por certos
povos, o sofrimento da escravidão a as brutalidades sofridas, de modo que a história
do modo como é contada parece que determinados povos fizeram tudo certo e
realmente precisavam fazer o que fizeram, que era a única alternativa que se tinha, e
ocultam o máximo a cultura e história dos outros povos, e quando se fala sobre os
outros povos geralmente é dito que o povo era bárbaro, primitivo, entre outros
estereótipos negativos, ou seja, prepondera determinada visão da realidade e
silenciamento de outras realidades e visões da história.
O capítulo fala que outra cultura que sofre com o silenciamento em instituições de
ensino são as culturas da terceira idade, o mundo rural e litorâneo, a classe
trabalhadora, as pessoas pobres, o Terceiro Mundo, as pessoas com deficiência física
e/ou psíquicas, as pessoas lésbicas e homossexuais e o mundo das mulheres, uma
educação libertadora exige que se leve a sério os pontos fortes, experiências e valores
dos membros dos grupos oprimidos. Concordo com o autor, todas as culturas
possuem suas qualidades, seus pontos fortes que precisam ser valorizados e realmente
existe um silenciamento de diversas culturas. Segundo Araújo e Camargo (2012), o
que temos presenciado ao longo dos anos é uma ausência nos currículos escolares
referente à temática homossexual, como se os alunos fossem todos heterossexuais. A
escola deveria se apropriar de conceitos fundamentais sobre as questões de igualdade
de gênero, respeito às diferenças e combate ao preconceito e à discriminação.
O capítulo aborda que está ocorrendo uma remasculinização da sociedade, por
exemplo, O fato do cinema tratar da mulher, com ênfase em valores exclusivamente
estéticos e como objeto de desejo sexual existe nessa linha da remasculinização da
sociedade, muitas mulheres não se valorizam, muitos homens ainda machistas e a
sociedade muitas vezes não valoriza de forma igual um homem e uma mulher em
questão de remuneração, mas a mulher está cada vez mais conquistando espaço na
sociedade. Estudar e compreender os fatos históricos é um bom antídoto para impedir
que fenômenos de marginalização continuem sendo reproduzidos.

Concordo, somente quando a educação se preocupar de verdade com essas questões é


que formaram cidadãos conscientes e que lutem na medida de suas forças contra a
marginalização de certas culturas e povos, além de incluir de fato esses povos na
sociedade em que vivemos. Segundo Araújo, Moreira e Morais, é notório, no Brasil, a
supervalorização da cultura européia, e a inferiorização das demais, notadamente, as
culturas de origem africanas.
Uma política educacional que queira recuperar essas culturas negadas não pode ficar
reduzida a uma série de lições ou unidades didáticas isoladas, nem cair no equívoco
de dedicar um dia do ano à luta contra os preconceitos racistas, ou que muitas vezes
são contempladas no currículo, mas tendo uma visão distanciada, como algo que não
tem a ver conosco. O autor utiliza o termo currículos turísticos para as unidades
didáticas isoladas, nas quais, esporadicamente, se pretende estudar a diversidade
cultural. Concordo com o autor, para que a luta contra os preconceitos racistas
obtenha sucesso é necessário que o tema esteja presente em diversos conteúdos e não
de forma isolada, aliás, todo o modelo de educação deveria estar relacionado,
interagir, integrar as diversas disciplinas e não como é atualmente, onde cada
disciplina vê determinados conteúdos que parece não se relacionarem uns com os
outros, o aluno precisa viver os conteúdos vistos em aula, aplicar, perceber onde pode
ser aplicado no dia-a-dia, da mesma forma precisa saber como agir para ajudar a
combater o racismo e os preconceitos.
Segundo o autor é perceptível que em certas situações é construído a história presente
em livros didáticos na medida certa para enquadrar e tornar naturais as situações de
opressão. Concordo plenamente com o autor, a história sobre o descobrimento do
Brasil é um exemplo disso, onde a história geralmente conta a versão dos portugueses
do fato, sem relatar o sofrimento vivido pelos povos indígenas.
O capítulo fala que hoje são numerosas as pessoas que deixaram de acreditar que as
instituições de ensino podem ajudar a acabar com a desigualdade e na educação como
instrumento de democratização. Concordo com o autor, nos moldes como a educação
está atualmente, as instituições não são capazes de ajudar a acabar com a
desigualdade das culturas marginalizadas e a educação não é capaz de ser um
instrumento para a democratização, quando muito um local para qualificação
profissional, porém, assim mesmo apresenta problemas da falta de contextualização
da maioria dos conteúdos.
Segundo o autor, as instituições escolares são lugares de luta, e a pedagogia pode e
tem que ser uma forma de luta político-cultural, é preciso que o professorado e todos
os que estão direta ou indiretamente ligados a educação participem da construção de
materiais curriculares capazes de contribuir para um questionamento das injustiças
atuais. Concordo plenamente com o autor, se as instituições de ensino não derem a
devida importância para o assunto, não conscientizarem seus alunos sobre as
injustiças e sobre a importância de se incluir, de tratar de forma igual às outras
pessoas, de se estudar e valorizar as outras culturas, se isso não ocorrer dentro das
instituições de ensino, fica difícil acreditar que no dia-a-dia, na sociedade isso irá
mudar, portanto, é a instituição de ensino que tem que se comprometer com esta
questão, pois é ela que possui esse poder de transformação e conscientização da
sociedade.
O capítulo fala que os conteúdos anti-racistas, anti-sexistas, antibelicistas, ecológicos,
devem estar presentes em todas as disciplinas. Concordo com o autor esses temas
precisam estar presentes em todas as disciplinas e não apenas centrado em uma ou em
um ou outro conteúdo, quanto mais incluir esses assuntos no conteúdo das mais
diversas matérias e de forma contextualizada, de modo que faça o aluno refletir sobre
o assunto, acredito que terá mais sucesso, agora se o assunto for abordado em uma
única disciplina de forma descontextualizada ou de forma esporádica a
conscientização dos alunos não será atingida ou não será atingida de forma
satisfatória. Segundo Onofre (2008), uma educação anti-racista prima pelo respeito à
diferença, à diversidade, a instituição de ensino requer muito mais do que o simples
cumprimento de obrigações curriculares, exige uma postura ética e valorativa diante
da cultura dos afro-descendentes, educar, respeitando as diferenças.
O autor fala que a instituição escolar não tem por objetivo apenas reconstruir o
conhecimento, mas sim de um lugar que se reflete criticamente acerca das
implicações políticas desse conhecimento. Concordo plenamente com o autor,
reconstruir o conhecimento é importante para a qualificação profissional e formação
do indivíduo, porém, a instituição escolar tem que ter como objetivo algo muito
maior do que apenas passar o maior número possível de conteúdos, outro objetivo
importantíssimo que a escola precisa ter é com a formação do indivíduo enquanto
cidadão, valorização das outras pessoas e culturas e que possua um espírito crítico.
O capítulo aborda que as salas de aula não podem continuar sendo um lugar para a
memorização de informações descontextualizadas. Concordo plenamente com o
autor, se o assunto não estiver contextualizado, não fizer sentido para o aluno, será
um conteúdo que não prenderá o interesse do mesmo e por consequência não terá
importância para o aluno, logo será esquecido e nada daquilo que for estudado o
aluno levará para a vida.
Acredito que o modelo teórico que mais se assemelha ao modelo de educação
brasileira atual e que ficou bem visível pelo conteúdo do capítulo, é a pedagogia
tradicional de Herbart, onde a educação está muito centrada na figura do professor, o
aluno é passivo e precisa apenas prestar atenção na aula, onde a ênfase é no resultado,
em uma nota ou conceito, e não o que o aluno aprendeu de fato e o que o conteúdo
aprendido irá agregar para a vida do aluno, onde a aula basicamente tem a mesma
estrutura, revisa-se o conteúdo, a partir da revisão inicia um novo conteúdo, mas
busca-se resolver problemas tendo como base antigas soluções, ou seja, ainda
estamos muito longe de predominar modelos de escolas como a de Dewey propõe,
onde o professor é um facilitador, onde os alunos pesquisam e discutem, tiram
dúvidas entre si, não havendo aquela centralização da educação na figura do
professor, nesse modelo de educação, o aluno participa de projetos, busca possíveis
soluções e o conhecimento tem sentido fornecido pelo uso, ou seja, a educação
brasileira está muito longe dos novos modelos de educação, baseada nas idéias de
Dewey, Piaget e Vigotski.
Para concluir, recomendo a leitura do capítulo a todas as pessoas que trabalham direta
ou indiretamente com a educação, seja no ensino fundamental, médio, cursos
profissionalizantes, técnicos, superior ou no nível que for, ou para pessoas que se
preocupam com as questões ligadas a educação, lendo este capítulo consegui
perceber falhas na minha educação no ensino fundamental e médio e falhas na
educação atual que nunca tinha parado para pensar sobre o assunto e de fato, existem
muitas culturas negadas e silenciadas no currículo, existem culturas que quase não se
encontra material sobre o assunto, por exemplo, a cultura cigana, assim como, na
própria história brasileira, por exemplo, termos como descobrimento do Brasil pelos
portugueses, idéia de que os portugueses tentaram civilizar os índios, situações como
estas são vistos com freqüência nos livros didáticos, na grande maioria das vezes sem
falar e detalhar o que o povo indígena e outros povos sofreram, ou seja, só
demonstrando um lado, uma visão da história.

Referências Bibliográficas

SANTOMÉ, Jurjo Torres. As Culturas Negadas e Silenciadas no Currículo.In:


SILVA, Tomaz Tadeu da (Org.). Alienígenas na Sala de Aula: Uma introdução aos
estudos culturais em educação. 3ª ed. Petrópolis: Vozes, 2001. p.159-177.
ARAÚJO, Rubenilson Pereira de. CAMARGO, Flávio Pereira. Gênero e Diversidade
Sexual no Currículo Escolar: Uma Abordagem Inter e Transdisciplinar no Ensino e na
Formação de Professores. 2012. Disponível
em:<http://www.uft.edu.br/pgletras/revista/capitulos/(08_g
%C3%AAnero_e_diversidade_sexual_no_curr%C3%ADculo_escolar...).pdf>.
Acesso em: 22.mai.2013.
ARAÚJO, Jurandir de Almeida. MOREIRA, Josinélia dos Santos. MORAIS,
Rossival Sampaio. As Culturas Silenciadas e Marginalizadas na Escola.Disponível
em: <http://www.ufrb.edu.br/ebecult/wp-content/uploads/2012/04/As-culturas-
silenciadas-e-marginalizadas-na-escola.pdf>. Acesso em: 22.mai.2013.

ONOFRE, Joelson Alves. Repensando a Questão Curricular: Caminho Para uma


Educação Anti-Racista. 2008. Disponível
em:<http://periodicos.uesb.br/index.php/praxis/article/viewFile/329/362>. Acesso
em: 22.mai.2013.

GLOBALIZAÇÃO MULTICULTURALISMO E CURRIULO


Diante do processo de globalização no cmpo do currículo é possível observar que, se
por um lado, esse processo tem mostrado a necessidade de se compartilhar valores
relativos à preservação e à qualidade de vida do e no planeta, por outro, implica
também a intensificação do processo de homogeneização cultural. É inegável que a
reação a essa homogeneização, imposta pelos grupos detentores do poder, intensifica,
de forma crescente, a articulação de diferentes movimentos de afirmação do direito à
diferença e o fortalecimento de grupos marginalizados social e culturalmente. Este
quadro delineia para a educação múltiplos desafios voltados para a preservação de
valores universais ou para a defesa do direito à diferença e as práticas escolares.

ALIENIGENAS DA SALA DE AULA


BILL GREEN & CHRIS BIGUM (1995) exploram a tese de que está emergindo
uma nova geração, com uma constituição radicalmente diferente. E as questões
levantadas são as seguintes: estão as escolas lidando com estudantes que são
fundamentalmente diferentes dos/as de épocas anteriores? E têm as escolas e as
autoridades educacionais desenvolvido currículos baseados em pressupostos
essencialmente inadequados e mesmo obsoletos sobre a natureza dos/as estudantes?
Necessário se faz compreender a emergência de um novo tipo de estudante, com
novas necessidades e novas capacidades. É preciso antes de qualquer coisa
compreender a presente configuração social como uma condição cultural específica: a
pós-modernidade - momento em que se descobre que os elementos que sempre
foram pensados como sendo componentes invariantes essenciais da experiência
humana não são fatos naturais da vida, mas construções sociais. Para aqueles que
vivem o pós-modernismo a desnaturalização do tempo significa que eles não têm
história, é viver num mundo de momentos presentes e desconectados, momentos que
se chocam, mas que nunca formam uma progressão contínua e muito menos lógica,
como bem definiu HAYLES[2] em 1990. É preciso cada vez mais pensar de forma
diferente da que se vem pensando, revendo nossas prioridades, nossos investimentos,
nossos compromissos e nossos desejos. É preciso examinar o estudante-sujeito
pós-moderno no contexto mais amplo do currículo, levando em conta o cenário
educacional e cultural mais amplo existente fora do sistema formal de escolarização,
tendo em vista o deslocamento da escola para a mídia eletrônica de massa,
especialmente a televisão, o computador e o vídeo, como organizadores ou
reorganizadores da ação e do significado humanos.
É um novo mundo completamente diferente, constituído pelas culturas do robô,
dos cyborgs (organismo cibernético, híbrido de máquina e humano – uma criatura de
realidade social e ao mesmo tempo de ficção), das quimeras, dos extraterrestres...E do
pós homo sapiens como define DATOR[3].
Para os autores a juventude era vista antes como uma fase passageira, um estágio
temporário no movimento em direção à normalidade que chegava com a fase adulta e
essa passagem ordeira tornou-se agora carregada de uma incerteza arbitrária. Os
alienígenas não estão apenas nos visitando e indo embora, eles estão aqui para ficar e
estão assumindo o comando. E fica a interrogação: Quem são os alienígenas? Os/as
alunos/as ou os professores/as? Parece que somos nós que estamos sendo cada vez
mais transformados em “outro/a”. O que podemos constatar é que um novo tipo de
subjetividade humana está se formando a partir do nexo entre a cultura juvenil
e o complexo crescente global da mídia. Está sendo construída uma identidade
inteiramente nova, corporificada em novas formas de ser e tornar-se humano. Uma
nova relação entre a escolarização e a mídia está sendo construída, com todos os
problemas e possibilidades. E o currículo tende a se desviar da escola, ela que até
então funcionou como o mecanismo central da socialização da fase pré-escolar à fase
pós-escolar (entrada no mercado de trabalho).

Como educadores somos levados a avaliar o nexo cada vez mais importante entre a
cultura da mídia e a escolarização pós-moderna, assim como os movimentos em
direção à informatização e à tecnologização do currículo. Devemos avaliar aquilo que
já está ocorrendo em nossas salas de aula, quando os alienígenas entram e tomam
seus assentos, como criaturas surgidas debaixo da terra. E há aqueles que vêem a
cultura popular como o outro demoníaco da cultura alfabética e valorizam a cultura
literária em relação à televisão, a cultura impressa em detrimento à cultura visual.
DATOR[4] em 1989 vai identificar a diferença entre os alfabetizados na mídia versus
os alfabetizados no impresso, como um dos principais fatores de transformação do
cenário atual e ele desconfia que nós, condicionados a vida toda a pensar como um
livro não seremos capazes de lidar com essa diferença. E vai afirmar que vivemos
no interior das agonizantes culturas impressas e das emergentes culturas
audiovisuais. E nós que distorcemos ou destruímos as sociedades pré-alfabéticas
com nossa cultura impressa, somos os mesmos que ignoramos, desprezamos, ou
simplesmente não podemos compreender aqueles que podem aprender a pensar e a
expressar seus sentimentos através de imagens holográficas em movimento. Embora
partilhemos com os jovens um espaço geofísico comum, achamos difícil partilhar os
muitos espaços ou mundos virtuais que eles habitam no ecossistema digital.
Com o advento da comunicação instantânea: satélite, TV, fibra ótica, telemática,
vivemos em um espaço-velocidade e neste espaço projeta-se virtualmente receitas,
previsões do tempo, cotações da bolsa, discussões políticas, idéias religiosas e
fantasias sexuais. E o texto se confunde com o contexto. E a escola que se tornou um
importante espaço nesse cenário, um dos alvos primeiros da comercialização de
produtos de tecnologia de informação, exerce agora um papel cada vez mais
importante no uso das novas tecnologias da informação. A ecologia digital em que
nos encontramos desenvolveu-se ao redor de nós e nós nos adaptamos a ela,
alguns mais prontamente que outros. Nossos jovens nasceram nela e este é o seu
ambiente natural. O que temos é que ter muita humildade diante do reconhecimento
da inevitabilidade da diferença, porque não há como voltar atrás. E nem ficar
classificando imagens positivas e negativas. É muito complexo viver nos novos
tempos, repleto de mundos virtuais.
Alienigenas na Sala de Aula - Fragmentos
Fragmentos do Artigo “Alienígenas em Sala de Aula” (GREEN, Bill. BIGUM, Chris.)

Por Eduardo Henrique

Alienígenas na Sala de Aula

Os autores demonstram preocupação com as taxas de repetência no ensino médio, com a


expansão da chamada cultura de mídia e a questão do “declínio” da vida contemporânea,
elementos que indicam a emergência de uma nova geração.

O texto faz uma análise de uma pesquisa realizada na Austrália sobre a relação entre
experiência estudantil e a cultura da informação, tendo como referência o ensino médio e a
política de retenção escolar.

Faz-se necessário compreender a emergência de um novo tipo de estudante com novas


necessidades e novas capacidades, teorizar a juventude contemporânea como um fenômeno de
impressionante complexidade e contradição (juventude, cultura de mídia e pós-modernismo).

A construção social e discursiva da juventude envolve um complexo de forças que não se


limitam à escola, o que não tem sido considerado por educadores, professores e responsáveis
pelas políticas. Segundo os autores, é preciso pensar formas diferentes sobre as questões que
envolvem pesquisas educacionais. Eles abordam o estudante-sujeito pós-moderno no contexto
amplo de currículo do ensino médio, considerando a realidade escolar e a cultura fora desse
contexto.

“Contexto socializador crítico”, a mídia como centro da (re)produção de identidades e cultura


estudantil; Pedagogias exteriores ao processo de escolarização; e desvinculação entre currículo
e escolarização – fatores que demonstram a importância de perspectivas teóricas mais amplas;

Existem limitações de grande parte das pesquisas educacionais que demonstram o evidente
interesse na manutenção das formas educacionais tradicionais, submetendo as mudanças
radicais a um processo de normalização;

A convergência entre teoria social e ficção científica, assinado por diversos autores, justificam a
utilização do conceito “currículo cyborg” utilizado pelos autores desse texto;

(In) Formando a nação alienígena


Os autores argumentam que os estudantes podem estar vendo os educadores como alienígenas
e os educadores vêm os estudantes como tal. Os pais e as mães também têm visto os estudantes
dessa forma.

Vivemos um pânico moral causado pelo suposto desvio da juventude contemporânea. Desvio
representado e construído como uma questão de deficiência, incompletude e inadequação. As
incertezas e a falta de perspectiva na passagem da juventude para a fase adulta, fazem com que
os jovens se tornem alienígenas que não irão embora, mas que ficarão e assumirão o comando.
Devemos ter muita clareza sobre isso, sobre o que devemos esperar e sobre o que devemos
fazer...

No filme “E.T.”, de Spilberg, uma cena que se passa em um laboratório de ciências em que o
professor só é mostrado da cintura para baixo, chama a atenção dos autores do artigo. Eles
questionam sobre quem é o alienígena na sala de aula e concluem que talvez sejam os adultos,
visto que o “futuro pertence aos jovens”.

As gerações se sucedem, as mudanças sempre ocorreram, no entanto, a pós-modernidade


transmite a todos muita incerteza, inclusive aos próprios jovens. As transformações são ainda
mais constantes e muito intensas.

Vivemos numa “subjetividade pós-moderna”, onde a formação de identidade nova é provocada


pelo nexo entre a cultura juvenil e a mídia. De acordo com os autores, o currículo se desvincula
da escola na pós-modernidade, existe uma necessidade de reconceitualizar o currículo e a
escola da condição moderna para pós-moderna. A “escolarização pós-compulsória” é uma fase
intermediária e um espaço de transição, de ambivalência em tempos de mudança e
problemático nexo tradicional entre emprego e economia;

Destaque para a importância do papel da cultura da mídia no mundo dos jovens, e a relação
entre essa cultura e a escolarização, tentando compreender o fenômeno e as questões político-
curriculares tendo como referência a pós-modernidade (“pós-modernismo cultural” e
construção social);

Temos uma importante ruptura geracional e cultural caracterizada pelos jovens menores de 16
anos que sentem os efeitos e condições do pós-modernismo. Vivem e sentem as
transformações na vida social contemporânea e a emergência de uma “novo mundo” (Datar,
1984, apud GREEN; BIGUM, 1995).
Na visão dos autores, o pós-moderno (citando Hayles) é a noção de desnaturalização da
linguagem, do tempo, do contexto e do humano, o pós-moderno antecipa e implica o pós-
humano, o Cyborg Humano, criatura de realidade social e de ficção;

É importante avaliar o nexo entre a cultura da mídia e a escolarização pós-moderna e os


movimentos em direção à informatização e a tecnologização do currículo. Devemos avaliar o
que já está ocorrendo em nossas salas de aula, os “alienígenas” já estão esperando por
instruções sobre como herdará a terra. O “currículo Cyborg” já faz parte do processo de ensino
e aprendizagem;

Pânico escolar e cultural popular: Conectando tecnologias

As discussões e controvérsias sobre juventude, cultura popular e meios eletrônicos de massa


devem ser constantes. A ofensiva cultural em diversos países, entre eles a Austrália, é
determinada em favor da elite.

Os autores citam uma reportagem de 1991 (“Escolas geram viciados em cultura popular”) que
critica uma suposta geração viciada em televisão, vídeo e jogos de computadores, a
possibilidade de gerar adultos sem sentido de história. “Retórica familiar, geração perdida e
patologia da cultura popular”, a matéria resultou em editorial (“Caminhando para uma país
ignorante”) no dia seguinte, reativando o “debate sobre o alfabetismo” e sobre o discurso da
crise educacional.

Estudo que determina como sintomático da cultura pós-moderna não só a mudança cultural da
literária para a popular, mas a cultura impressa para a cultura visual. Os autores caracterizam
essa mudança como sendo a virada pós-moderna citada anteriormente no texto.

Dator (1989), citado no texto, é um autor que faz observações sobre as diferenças entre a
cultura juvenil e a cultura dos mais velhos (“os alfabetizados na mídia versus os alfabetizados
no impresso”); A necessidade de novas compreensões da relação entre tecnologias e
pedagogias, escolarização e cultura da mídia. Formas cambiantes de currículo e alfabetismo,
novas relações entre textualidade e subjetividade e novas efetivações da racionalidade e da
cognição, novas forma de ver as colocações anteriores. A importância de relacionar a chamada
“Tecnocultura” como os processos citados, a importância da “cultura Tecno-popular” como
ambiente natural dos jovens.
As visões pessimistas precisam ser revistas, os discursos conservadores e contra o futuro de
diversos autores. Atenção e tensão da união entre cultura popular e a tecnocultura (a cultura
tecno-popular). A cultura da mídia produz nova formas de vida, escolarizar o futuro é ensinar
com a diferença segundo Hayles (1990).

Existe uma proliferação do pânico moral entorno da escola, dos jovens e da mídia popular e o
predomínio da tese de deficiência. Precisamos compreender que as deficiências são diferenças,
reconhecer que as coisas mudaram, há novas formas de vida.

Tecnonatureza, mundos virtuais e Cyborgs: O sujeito da “IT”

A interação com a tecnologia é uma forma de nossa produção-de-sujeito. O Cyborg como


fronteiras transgredidas tornando-se conceito máximo da pós-modernidade - o texto limita-se
a uma forma específica de subjetividade moderna e suas codificações psico-simbólicas;

Fazem um jogo de palavras com a sigla IT (“it” e “id”) buscando compreender a complexa
relação entre humanos e máquinas alienígenas e IT. O dualismo mente/corpo e a própria
noção de mente, ciência e sujeito de conhecimento como Mente e a Tecnologia como
(in)animado e necessário outro como corpo.

Com a tecnologização da natureza e a naturalização da tecnologia, faz-se necessário novos


entendimentos sobre as associações dos homens com as tecnologias; “Cyborg” ou “Alienígena”
são termos que auxiliam no entendimento das complexas interações no contexto de uma
ecologia digital. Preferimos não notar as coisas não-familiares dentro da ecologia digital
emergente, nos apegamos a categorias confortadoras e a memória de um mundo mais
previsível e com menos incertezas.

Diante dos perturbadores olhares das crianças, “ampliadas” pelas novas tecnologias,
percebemos as dificuldades da partilha dos muitos espaços ou mundos virtuais que os jovens
habitam nesse eco-sistema digital;

Novos Ecoespaços

Nunca tivemos que lhe dar com tecnologias que operam à velocidade das novas tecnologias da
informação. Vivemos em um espaço-velocidade. O texto e o contexto tornaram-se
intercambiáveis e qualquer texto pode ser localizado em qualquer contexto. O “ciberspaço”,
espaço vetorial através do qual milhões de computadores estão interconectados, imensas
quantidades de informação são injetadas e mantidas.
A conexão do humano com o ciberspaço, interação contínua entre seu sistema nervoso e o
circuito do computador, a fronteira de tempo entre máquina e organismo se confundem e
consequentemente não se sabe o que é “texto” e que é “contexto”.

Só participamos do processo daquilo que é transmitido com o auxílio de outros recursos


tecnológicos. As escolas têm se construído sempre em “refúgios” da mídia eletrônica. As
escolas deverão ser reconstruídas para atender às necessidades da presença adequada de
computadores para suprir o que é realizado nas casas, mas até o momento têm sido bem
sucedidas na tarefa de “escolarizar” as novas tecnologias de informação. Numa visão radical as
escolas tenderão a participar cada vez menos da ecologia digital externa, podendo ser extinta.

Novas espécies

Já identificamos de forma ampla e sistemática a hibridação entre humanos e máquinas,


também formas extremas e desviantes de ligação entre humanos e máquinas. Há um aumento
constante de difusão das novas tecnologias e elas estão cada vez mais presentes em nós e em
nossos usos diários.

Enquanto nós nos adaptamos à ecologia digital que se desenvolveu ao nosso redor, os jovens
nasceram nela, é para eles um ambiente natural. É equivocado considerar os “jovens cyborgs”
como mais uma nova geração não se pode ignorar a natureza específica da tecnologia e sua
velocidade e características geracionais. Os produtos de alta tecnologia também são
caracterizados em termos de geração e a velocidade é determinante nesse sentido.

A união entre a máquina e o humano torna-se cada vez mais natural. Nossa experiência de
vivência e acomodação em relação às mudanças que ocorreram não é comparável com as dos
jovens que a cada geração vivenciam uma “Tecno-natureza” única.

Os “alienígenas” são produzidos por humanos que ocupam posições de influência e poder,
tanto comercial quanto culturalmente.

Cada geração cyborg está associada com as características de velocidade do ecossistema digital
no qual ele nasceu. Virilio evoca o termo “picnolepsia” para descrever o que ele chama de
“tempo perdido”, picnolepsia é um fenômeno de massa, um estado paradoxal de vigília que
complementa o estado paradoxal de sono.

As diferenças entre jovens cyborgs e cyborgs mais velhos são determinadas pelos contextos
espaço-temporais tecnologicamente capacitados e reforçados A tecnologia que sustenta a
velocidade-espaço começou a fazer cópias da velocidade-espaço para os humanos. Já vivemos,
numa certo sentido, a realidade virtual por algum tempo, para os jovens cyborgs tudo pode ser
simplesmente um espaço virtual inclusive a escola;

Conclusão

O que o texto chama de “Alienígenas” como uma nova forma de vida, representam um desafio,
assim como a alienação dos jovens. Fazem parte de uma estrutura pós-moderna de sentimento
exige dos professores novas formas de compreensão, novos recursos e um sentimento de
humildade e reconhecimento da inevitabilidade da diferenças. Inevitável complexidade de se
viver em novos tempos.

As escolas podem se tornar locais como mundos próprios onde “cuborgs geracionais” trocam
possibilidades na tecno-realidade, mas é preciso reconstruir esses mundos juntamente com as
novas gerações.

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