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UNESP/FUNEP/EECB
VIVEIRO DE CITROS
CDU: 634.3
ÍNDICE
1. HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO E IMPACTOS ........................ 1
1.1. O IMPACTO DA CVC ..................................................... 2
BIBLIOGRAFIA .......................................................................... 36
VIVEIRO DE CITROS
Otávio Ricardo Sempionato1
Eduardo Sanches Stuchi1
Luiz Carlos Donadio2
1. HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO E
IMPACTOS
Os citros, quando propagados por sementes,
apresentam um prolongado período juvenil, durante o qual
as plantas possuem um grande número de espinhos,
desenvolvimento vegetativo intenso e ausência de produção
nos primeiros 5 a 8 anos. Além do que, algumas variedades
de interesse comercial, como as tangerinas Clementinas,
toranjas e limões verdadeiros, possuem sementes
monoembriônicas. E outras, como as laranjas-de-umbigo e
as tangerinas Satsumas, possuem frutos sem sementes ou
com apenas algumas.
Quando se faz a propagação vegetativa, os problemas
acima citados são contornados. o principal método de
propagação comercial em citros é a borbulhia em “T”
invertido. Este método tem como principais vantagens:
uniformidade de produção e qualidade dos frutos;
precocidade para o início de produção e aproveitamento
de certas variedades de porta-enxertos com adaptação a
certos tipos de solo e resistência às enfermidades. A
propagação por sementes é utilizada em citricultura para a
obtenção de híbridos nos programas de melhoramento
genético, seleção de mutantes e formação de mudas de porta-
enxertos.
1
Engº Agrº Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro.
2
Prof. Titular, FCAV-UNESP. Jaboticabal - SP.
1
Uma planta cítrico é constituída por uma copa ou
cavaleiro ou epibioto, que por ter sido propagado
vegetativamente por várias vezes, já não apresenta
juvenilidade e de um porta-enxerto ou cavalo ou hipobioto
juvenil que se influenciam mutuamente. Por isso, sempre se
deve pensar em combinações copa-cavalo adequadas a uma
dada condição.
A partir do início do século, quando as vantagens da
utilização de plantas enxertadas ficaram claras, até a década
de 20, a laranja Caipira foi o principal cavalo para cintos no
Brasil. Devido a sua baixa tolerância à seca e à gomose de
Phytophthora, foi substituída pela laranja Azeda que
predominou até a década de 40. Com o advento da Tristeza,
o limão Cravo passou a ser o principal porta-enxerto.
Atualmente, entre 70 e 80% das plantas cítricas estão sobre
este cavalo, apesar de se mostrar suscetível à Gomose de
Phytophthora e ao Declínio. o Declínio causa sérios prejuízos
à citricultura, seja pelos danos diretos (perda de produção e
morte de plantas), seja pelas dificuldades de manejo. O
impacto do Declínio estimulou a continuidade da busca por
outros porta-enxertos, já que, além do Cravo, outros cavalos
tolerantes à Tristeza, como os limões Volcameriano e Rugoso,
os citranges Troyer e Carrizo e o Poncirus trifoliata,
mostraram-se intolerantes ao Declínio.
2
comercial. Com a presença da CVC, é muito arriscado o
plantio de pomares com mudas que não tenham sido
produzidas em ambiente protegido em todas as etapas de
produção e sem o uso de material propagativo livre da
doença, devido às características da enfermidade.
Neste trabalho, apresentam-se as técnicas de obtenção
e conservação de material propagativo sadio, além das
técnicas para a instalação e condução de todas as fases de
produção de mudas em ambiente protegido contra a
ocorrência dos vetores.
2. IMPORTÂNCIA DA SANIDADE DO
MATERIAL PROPAGATIVO
Entre as moléstias de citros, as causadas pelos
chamados patógenos transmissíveis por enxertia (ATE),
também conhecidas como viroses ou doenças de vírus,
merecem especial atenção. Segundo ROISTACHER (1991),
dentro deste grupo, estão incluídos as viroses, os viróides,
as bactérias e o Spiroplasma que são conhecidos, bem como
outros agentes não identificados, que se comportam como
vírus (virus-like) e são transmissíveis pela enxertia.
Estes agentes prejudicam a vida das árvores e a
produção de frutos. São conhecidas as reduções na vida útil
e mesmo a morte de plantas, redução do tamanho dos frutos,
da qualidade e da produção, indução de problemas
nutricionais, aumento da susceptibilidade das plantas aos
danos por frio, indução de incompatibilidades e, por fim, a
limitação do uso de porta-enxertos com características
agronômicas desejáveis.
Os patógenos podem disseminar-se por meio de plantas
infectadas, enxertos ou vetores às zonas anteriormente livres,
podendo tomar-se endêmicos e um perigo para plantas
existentes ou às futuras plantações. As enfermidades
transmitidas por vetores podem mutar as formas mais
3
transmissíveis ou mais patogênicas e mover-se rapidamente
através de uma área. Alguns patógenos de cítricos podem
transmitir-se mecanicamente por tesouras de colheita e
ferramentas de poda.
A importância relativa dos danos causados por vírus e
similares é variável segundo as regiões. Assim, uma
enfermidade de muita importância na Califórnia ou Flórida
pode não ser a mesma na Ásia ou África; entretanto, no
caso de algumas como Sorose, Tristeza ou Exocorte, de ampla
distribuição mundial, tem um efeito similar e constituem
um preocupante problema e uma possível limitação à
produção citrícola.
Em seguida, apresentam-se alguns exemplos dos danos
que podem causar certas viroses e o alcance dos mesmos
na citricultura dos principais países produtores.
Um exemplo catastrófico dos danos causados pelas
viroses é o da Tristeza, na América do Sul, onde a
enfermidade se dispersou muito rapidamente e onde a maior
parte das árvores se encontravam em combinações de laranja
Azeda, que é severamente atacada. A primeira manifestação
intensa da enfermidade foi na Argentina (1930), com a morte
generalizada de árvores de laranja Doce enxertada em laranja
Azeda. No Estado de São Paulo, a Tristeza estendeu-se em
12 anos a todas as áreas citrícolas, destruindo quase 6 milhões
de árvores, ou seja, cerca de 75% do total de árvores do
Estado. Também estendeu-se a outros países da América do
Sul, como Uruguai, Guiana e Chile.
O vírus da Tristeza surgiu primeiro na citricultura da
África do Sul, tomando impossível o uso da laranja Azeda
como porta-enxerto. A enfermidade causou severas perdas
na Austrália e em outras importantes zonas produtoras do
mundo.
Em 1957, a epidemia de Tristeza na Espanha causou
uma drástica mudança na produção citrícola, já que, naquela
4
época, a laranja Azeda era praticamente o único porta-enxerto
utilizado para a propagação de laranjas e tangerinas.
No ano de 1972, 82.000 hectares de cintos (cerca de
50% da superfície total de laranjas e tangerinas) estavam
afetados por diferentes graus de Tristeza. Em 1974, 17 anos
depois da primeira epidemia, foi estimado que a Tristeza
havia causado a morte de cerca de 4 milhões de árvores.
Atualmente, estima-se que tenha provocado a morte de mais
de 14 milhões de árvores.
A Tristeza, o Greening e a CVC são as enfermidades
transmitidas por vetor mais serias e destrutivas que afetam
os cítricos. Em muitas áreas do mundo, onde o Greening se
introduziu, a citricultura reduziu-se ou existem baixos
esquemas especiais de produção. No Brasil, a ocorrência da
CVC tem trazido sérios prejuízos à citricultura.
Com o advento da Tristeza, foi necessária a mudança
de porta-enxertos, abandonando-se a laranja Azeda e
implementando-se o uso de cavalos tolerantes. Estendeu-se
o uso do Poncirus trifoliata e seus híbridos, principalmente
os citranges Troyer e Carrizo, bem como o limoeiro Cravo.
Com isto, ocorreu a manifestação das enfermidades do
complexo de Viróides da Exocorte, entre elas a Xiloporose
ou Cachexia, já que a maioria das variedades cultivadas sobre
Azeda eram portadoras assintomáticas. Estas enfermidades
causam uma série de sintomas e, principalmente, diferentes
graus de nanismo que prejudicam o desenvolvimento e a
produção economicamente viável, podendo inclusive matar
plantas.
A sorose foi amplamente disseminada pelo homem
nas principais áreas citrícolas do mundo, através de material
propagativo, sendo, depois da Tristeza, a virose que mais
danos causa às plantações, principalmente às laranjas. Muitas
árvores chegam a ficar praticamente improdutivas.
No sul da, Califórnia, muitos pomares tiveram altas
porcentagens de árvores mortas. o estudo de 6 mil árvores
5
em idade produtiva mostrou que 14 % destas plantas estavam
afetadas e produziam menos, e que 6.5 % não produziam.
Algumas das enfermidades transmissíveis por enxertia
e mecanicamente, como ‘Tatter Leaf’, Sorose, Ringspot e
‘Satsuma Dwarf’, são consideradas moderadamente
destrutivas, ainda que possam limitar severamente a
produção em alguns casos.
O Declínio e enfermidades relacionadas causaram e,
ainda, provocam pesadas perdas de produção e perdas de
plantas, em muitos países e, em alguns casos, como o da
enfermidade de Misiones, ou da ‘fruta bolina’, no norte da
Argentina, destruíram toda a produção.
A presença de quase 50 enfermidades causarias por
vírus e patógenos similares distribuídas pelas diferentes zonas
produtoras sempre foi um obstáculo a uma maior e melhor
produção de cítricos, sendo necessárias medidas de controle
das mesmas.
6
A termoterapia é um método de aplicação simples para
a eliminação efetiva dos vírus. As plantas não são afetadas
pelas temperaturas utilizadas nos tratamentos, nem são
provocadas alterações nas características varietais. Por outro
lado, este método não é eficaz na eliminação de viróides
que se encontram amplamente distribuídas mundialmente.
É um método que se utiliza de forma combinada com a
microenxertada para assegurar a eliminação de vírus,
principalmente para Sorose.
A embrionia nucelar aproveita a conhecida
característica da maioria dos vírus e patógenos similares por
não serem transmitidos pelas sementes. Apesar disto, este
método de saneamento não teve grande desenvolvimento
em outras partes do mundo. Constituem exceções os casos
do Brasil e da Flórida que estabeleceram praticamente todos
os seus cultivas comerciais utilizando clones nucelares. Por
sinal, são duas das maiores citriculturas do mundo.
As características apresentadas pelas plantas nucelares,
que se relacionam com a fase juvenil, foram a principal
causa para o abandono dos métodos de embrionia nucelar,
posto que requerem um intervalo de tempo considerado
grande para que ocorra a perda destas, representando uma
desvantagem em comparação com outras técnicas como o
microenxerto, por exemplo.
Na atualidade, o método mais utilizado para a obtenção
de plantas sadias, partindo de plantas infectadas, é o
microenxerto de ápices caulinares “in vitro”. Este método
explora a característica da não-transmissibilidade do vírus
pelas sementes do porta-enxerto e reduzida transmissão pelos
ápices de plantas adultas. Por estes motivos, as plantas
resultantes não apresentam características juvenis e estão
livres das enfermidades da planta original.
• Obtenção do porta-enxerto
• Coleta e preparo das sementes
7
• Germinação das sementes
• Obtenção dos ápices caulinares
• Operação da microenxertia
• Preparo do ápice caulinar
• Preparo do porta-enxerto
• Transferência e estabelecimento das plantas diretamente
em substratos
• Estabelecimento em porta-enxertos desenvolvidos
• Estabelecimento da plântula recém microenxertada em
porta-enxerto desenvolvido
• Indexação
4. PROGRAMAS DE SANEAMENTO E A
CERTIFICAÇÃO
Um ponto importante nos programas de saneamento
constitui a implantação de um programa de certificação,
8
haja vista que toda tentativa de obtenção de plantas sadias
deve estar acompanhada pela perspectiva de assegurar a
sanidade das mesmas durante todas as etapas de
multiplicação.
9
Figura 1. Borbulheira fila simples em fase de crescimento
mostrando sistemas de monitoramento com placas
adesivas amarelas e sistemas de irrigação.
10
Figura 3. Borbulheira em túnel plástico - Espanha.
5. ESCOLHA DO PORTA-ENXERTO
A partir dos anos 60, o limão Cravo passou a ser
praticamente o único porta-enxerto utilizado na citricultura
paulista. Levantamentos realizados nos viveiros, de 1961 a
1970, mostraram que a participação do limão Cravo havia
crescido de 77% para 99%.
Dados coletados em viveiros, no período de 1984 a
1988, mostraram que o limão Cravo representava 72% dos
porta-enxertos. Após, vinham a tangerina Cleópatra com 24%
e a laranja Caipira com 1%. Outros cavalos encontrados
foram: limão Volcameriano, tangerina Sunki, laranja Azeda,
citrumelo 4475 ou Swingle, trifoliata, tangelo Orlando e
citranges Troyer e Carrizo.
Verifica-se, anualmente, que os produtores paulistas
voltaram a ampliar a margem de preferência pelo limoeiro
Cravo em relação aos outros porta-enxertos. Pelo exposto,
percebe-se que a citricultura brasileira se caracteriza por se
11
apoiar em um único porta-enxerto, mesmo depois de sofrer
grandes impactos negativos como foram a Gomose para a
laranja Caipira, a Tristeza para a laranja Azeda e o Declínio
para o limão Cravo.
O limão Cravo, por sua grande capacidade de
adaptação, é o porta-enxerto mais utilizado na citricultura
paulista, mesmo apresentando dois fortes inconvenientes: a
susceptibilidade ao Declínio e a qualidade dos frutos inferior
a outros porta-enxertos testados. Estes porta-enxertos
alternativos deveriam ser empregados na renovação dos
pomares, principalmente as tangerinas c1eópatra e Sunki e
o citrumelo Swingle, por sua tolerância ao declínio e indução
de melhor qualidade aos frutos. Maiores detalhes das
características dos diversos porta-enxertos podem ser
encontrados era POMPEU JÚNIOR (1990, 1991), COELHO
(11996, STUCHI et al. (1996) e em CARLOS et al. (1997).
Para a diversificação deve-se levar em conta que estes porta-
enxertos não são substitutos perfeitos, devendo, portanto,
serem respeitadas suas particularidades. Atenção especial
deve ser dada à procedência das sementes ou dos cavalinhos,
pois há relatos de lotes formados de maneira enganosa.
6. OBTENÇÃO DE SEMENTES
Para cada cavalo, é importante a obtenção de suas
sementes de plantas sadias, com características típicas da
variedade, de plantas vigorosas, de preferência formadas através
de enxertia e bem nutridas. Existem, hoje, donos melhorados
de cada cavalo, por exemplo, os limões Cravo “Santa Barbara
red lime” e o “Phylipine red lime”, e, o trifoliata E.E.L.
Os frutos para obtenção de sementes devem estar
maduros. Devem ser coletados da planta, nunca do chão,
para evitar contaminação por fungos, que podem infectar,
posteriormente, a sementeira.
Para a obtenção das sementes, é necessário conhecer
a época de maturação dos porta-enxertos e alguns parâmetros
12
referentes ao tamanho médio de frutos e número de sementes
por fruto (Tabela 1).
13
A semeadura, imediatamente após a extração,
possibilita a germinação de quase 100% das sementes; no
entanto, se a semeadura for realizada posteriormente, é
recomendado o armazenamento das mesmas com umidade
de 25 a 30% para os trifoliatas e 10% para os demais porta-
enxertos, além do tratamento com produtos fungicidas a
base de PCNB, tiabendazol, benomyl e captan. Existe a opção
de se tratar as sementes termicamente utilizando-se de água
quente (45 a 52oC) por dez minutos. Devem ser embaladas
em sacos plásticos transparentes e colocadas em refrigerador,
mantendo-se a temperatura entre 5 e 6oC. Se houver formação
de gotas na parede interna do recipiente, retirar as sementes,
seca-las novamente e reembalar. Estes cuidados no
armazenamento permitem a conservação por 8 a 12 meses
com pequena queda no poder germinativo.
7. PRODUÇÃO DE PORTA-ENXERTOS
(CAVALINHOS)
O preparo do substrato é feito, misturando-se as
quantidades da composição abaixo, com auxílio de uma
enxada ou betoneira, para homogeneizar a mistura,
adicionando em tomo de 10 litros de água em 100 L da
mistura, com a finalidade de aumentar o teor de umidade
do substrato e, com isto, impedir que o mesmo escape pelo
orifício inferior do tubete.
A composição do substrato é a seguinte:
Componentes Quantidades
14
O adubo fosfatado, o calcário e o sulfato de zinco
podem ser substituídos por 0,5% de termofosfato
magnesiano.
Semeadura
15
Figura 4. Estufa telada para produção de cavalinhos, com sistema
de suporte em tela.
16
Condução da estufa
17
dar rusticidade às plantas (aclimatação). As regas devem ser
mantidas até a retirada total dos cavalinhos da estufa.
O substrato dos tubetes eliminados na primeira seleção
deve ser retirado, peneirado e esterilizado para posterior
utilização.
Para a desinfecção das bandejas e tubetes, utilizam-se
tambores de 200 litros, onde se colocam 150 litros de água
e adicionam-se 450 g de Oxicloreto de cobre + 60 g de
benomyl ou outro fungicida. Agitar bem e mergulhar os
tubetes e as bandejas na calda por 2 minutos.
Só reutilizar tubetes ou bandejas depois de
desinfectados.
Deve-se aplicar fungicida em pulverização preventiva
a cada 15 dias (não usar produtos a base de cobre).
Inseticidas ou Acaricidas só devem ser usados quando for
constatada a presença da praga.
18
• facilidade na repicagem, pois não precisa de
arrancamento, e as plantas já estão selecionadas na ocasião
da mesma;
• alto índice de pegamento por não sentir o transplante;
• produção elevada de porta-enxertos por área: 529 plantas
por m2.
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FLUXOGRAMA DE ATIVIDADES
SEMENTEIRA EM ESTUFA
DEFINIÇÃO DO RETIRADA
PRÉ-SEMEADURA
PORTA-ENXERTO DAS SEMENTES
PREPARO DO ENCHIMENTO
SEMEADURA
SUBSTRATO DOS TUBETES
REGRAS PRIMEIRA
DIÁRIAS SELEÇÃO
PRÉ-TRANSPLANTE
SEGUNDA
ACLIMAÇÃO
SELEÇÃO
TRANSPLANTE
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8. FORMAÇÃO DE MUDAS EM
RECIPIENTES PLÁSTICOS
Escolha do local
21
Substratos e enchimento de recipientes
Opção 1
Componentes Quantidades
Opção 2
Componentes Quantidades
22
para que haja acomodação do substrato. Completa-se o
volume do recipiente, após a sedimentação, estando assim
o mesmo pronto para receber o cavalinho.
Transplante
Condução
23
via foliar, 3 vezes por semana até a enxertia. Estas
formulações podem ser as mesmas usadas na formação dos
cavalinhos. Após a enxertia, devem ser adicionados cálcio e
magnésio às formulações anteriores.
Um mês após o transplante, aplica-se aldicarb na dose
de 0,3 g do produto comercial por recipiente. Pulverizações
com inseticidas ou acaricidas devem ser feitas apenas quando
for constatada a presença de pragas. Já os fungicidas deverão
ser aplicados preventivamente a cada quinze dias, podendo-
se usar benomyl, mancozeb ou ziram, alternadamente.
As retiradas das brotações laterais devem ser periódicas
para evitar que as mesmas engrossem, o que dificulta sua
retirada manual e para permitir o crescimento do cavalinho
em haste única até o ponto de enxertia.
Enxertia
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base de benomil ou captan (0,025%) e secadas à sombra.
Posteriormente, acondiciona-se em sacos plásticos
transparentes com identificação do tipo de material e data
da retirada, após o que são levadas para armazenamento a
uma temperatura entre 8 e 13 oC e umidade relativa ao redor
de 60%. Com esta técnica, é possível manter o material com
boa viabilidade por até 3 anos.
Durante o período de armazenamento, periodicamente,
deve-se inspecionar as embalagens, uma a uma, para a
verificação da formação de gotas na parede interna dos sacos
plásticos. Caso ocorra esta deposição, devem-se secar as
varetas com papel absorvente, fazer novo tratamento com
fungicidas e trocar a embalagem plástica identificando
novamente o material. O armazenamento por até uma
semana pode ser feito em caixotes entre camadas de serragem
umedecidas. sendo que, para armazenar as borbulhas por
até 3 dias, basta envolvê-las em folhas de jornal encharcado,
umedecendo o pacote diariamente.
Como já citado, a enxertia em citros mais usual é a
borbulhia em “T” invertido, que deve ser executada 3 a 4
meses após a repicagem dos cavalinhos, ou quando eles
atingirem diâmetro superior a 0,5 cm; para tal, deve-se regar
bem os cavalinhos no dia anterior, para que os mesmos
soltem a casca e recebam bem a borbulha.
Para a execução da enxertia, todas as folhas e/ou
espinhos dos cavalinhos até uma altura de 30 cm, devem
ser retirados no dia em que se realizar a enxertia, sob pena
de haver uma reação da planta que dificultará o
desprendimento da casca.
A altura da enxertia segue normas oficiais e deve ser
executada entre 10 e 20 cm medidos a partir do colo da
planta. Altura de enxertia abaixo de 10 cm, favorece o
aparecimento de gomose de Phytophthora e acima de 30
cm, reduz a produção de frutos.
25
Figura 6. Retirada da borbulha para enxertia.
26
Figura 8. Borbulha enxertada e amarrada com fita plástica.
27
se executar a enxertia do lado oposto, 5 dias após o corte
do plástico.
Para acelerar a brotação, após a enxertia ou momentos
antes da retirada da fita plástica, faz-se o forçamento do
enxerto. Este pode ser por anelamento ou por corte total do
cavalo a 5 cm acima do ponto de enxertia. Também, e mais
comumente usado, é o encurvamento ou dobra do cavalo
que se faz segurando com uma das mãos o cavalo em tomo
de 10 cm acima do ponto de enxertia, curvando-o com a
outra mão, até prendê-lo na sua própria base. Este tipo de
forçamento induz um desenvolvimento maior ao broto que
os dois primeiros, a diferença na maturação da muda pode
chegar até a um mês.
Aproximadamente um mês após a retirada da fita
plástica, o broto já se encontra necessitando de um
tutoramento para evitar sua ruptura, principalmente pelo
vento. O tutoramento deve ser feito fincando-se uma estaca
de bambu ou taquara de mais ou menos 70 cm, que deve
ser enterrada de 10 a 15 cm. O enxerto passa então a ser
amarrado à medida que vai crescendo, usando-se barbante
de algodão.
As desbrotas dos ramos laterais devem ser feitas sempre
que necessários até uma altura de 70 cm, medidos a partir
do colo da planta, para que a muda cresça em haste única e
ereta.
Neste sistema de produção, não se realiza a poda de
formação das pernadas (desponte) já que a muda assim
produzida deve ser levada para o plantio definitivo na forma
de “pavio” ou “palito”. Quinze dias antes de se levar a muda
para o campo (plantio), deve-se retirar o porta-enxerto
dobrado ou o “cachimbo” (peça remanescente da retirada
da copa do porta-enxerto após a enxertia). Também se
realiza, nesta ocasião, o desponte. Todos os cortes realizados
devem ser desinfectados com fungicida cúprico a 10%. A
28
muda não deve ultrapassar 10 meses a contar do transplante
dos cavalinhos ou treze da semeadura.
As principais vantagens deste sistema de formação são:
- Seleção apurada de cavalinhos.
- Menor tempo para a obtenção das mudas.
- Maior volume de radicelas e, consequentemente, melhor
pegamento.
- Maior segurança quanto à ausência de CVC nas mudas.
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Figura 10. Vista interna do telado com mudas prontas sobre
plataforma.
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FLUXOGRAMA DE ATIVIDADES
VIVEIRO TELADO
ENCHIMENTO
PREPARO DO SUBSTRATO DOS RECIPIENTES
SUBSTRATO
PLÁSTICOS
TRANSPLANTE
FORÇAMENTO RETIRADA DA
DO ENXERTO FITA PLÁSTICA
TUTORAMENTO CONDUÇÃO
MUDA PRONTA
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9. CUSTO DE UM MÓDULO PARA A
PRODUÇÃO DE MUDAS EM TELADO
A seguir, são apresentados os componentes e os valores
estimados para a instalação de uma estufa telada para a
produção de cavalinhos e de um viveiro telado para a
produção de mudas em recipientes (sacolas plásticas), bem
como os custos de condução para a primeira formação.
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Croqui para instalação de viveiro telado
0,8 m
0,6 m
1,0 m
0,9 m
1,5 m
65,0 m
25,2 m
Postes de eucalipto = 16 cm de diâmetro
Postes de eucalipto = 10 cm de diâmetro
Centeiros de blocos de cimento
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Exemplo: Estufa 40 x 5 m
TOTAL 8.066,50
Especificações:
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Materiais/Serviços Custo unitário Custo total
(R$) (R$)
9. Cavalinhos
25.000 0,12 3.000,00
10. Substrato
200 m3 15,00 3.000,00
11. Recipientes plásticos
25 milheiros 60,00 1.500,00
12. Mão-de-obra para o enchimento dos recipientes 2.500,00
13. Mão-de-obra para a condução 3.445,00
14. Borbulhas e mão-de-obra para a enxertia 1.500,00
15. Nutrição e Defensivos 1.500,00
TOTAL 30.523,00
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BIBLIOGRAFIA
AMARO, A.A. et al. Panorama da citricultura brasileira. In:
RODRIGUEZ, O. VIEGAS, F.C.P. POMPEU JUNIOR, J.
AMARO, A.A. eds. Citricultura Brasileira, 2a ed. Campinas:
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36
NAVARRO, L. Microinjerto de ápices caulinares “in vitro”
para la obtención de plantas de agrios libres de virus.
Madrid: Ministerio de Agricultura-Dirección General de
la Produción Agraria, Bol. Ser. Plagas 5:127-148, 1979.
37