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Sociologia
Marcelo Sabbatini
Recife, 2013
Apostila de Sociologia
Marcelo Sabbatini
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Sobre o autor
Marcelo Sabbatini
Sumário
1
Introdução à Sociologia. Conceito. A imaginação
sociológica. “O Suicídio”.
Algumas definições
Mas é um estudo científico (sistemático e crítico) que busca a verdade “além das
aparências”.
Historicamente, a sociologia foi vista tanto como “arma a serviço dos interesses
dominantes” ou como “expressão teórica dos movimentos revolucionários”.
De forma geral, a Sociologia também pode ser entendida como uma “tentativa de
dialogar com a civilização capitalista”, relacionada então com um desejo de interferir
no rumo da civilização (possuindo dimensão política, portanto) tanto para a
manutenção ou alteração das relações de poder na sociedade.
O pensamento sociológico
Exemplo: quais são os significados sociológicos de tomar uma simples xícara de café?
Valor simbólico: tomar café como um ritual diário, “não me sinto gente até”
Porém se pensarmos nas estatísticas a nível nacional (mais de metade dos jovens casais
se separam após cinco anos, ver Leitura rápida #1), podemos pensar que há algo na
sociedade que explica o por quê de um comportamento tão generalizado: a
independência da mulher trabalhadora, o enfraquecimento dos laços morais e religiosos,
a industrialização e a vida urbana com seu ritmo rápido e individualista e a própria
possibilidade de se divorciar legalmente (que antes não existia)!!!
Portanto, dentro de uma discussão científica e sociológica sobre o divórcio temos que
aplicar a imaginação sociológica para escapar das nossas experiências pessoais.
As forças sociais
Toda experiência pessoal é influenciada pelo ambiente social (estrutura social), nossas
ações são pautadas pela família, pela igreja, pelo estado...
Mas as interações sociais também são relacionadas entre si, então a sociologia deve
buscar a compreensão da totalidade, adotar uma visão de sistema (conjunto de
elementos interligados que são modificados devido às relações entre si onde cada
alteração em um elemento provoca uma mudança no todo).
Para mostrar como a sociedade pauta o comportamento humano, mais além do pessoa,
Émile Durkheim, no momento que a Sociologia surgia como disciplina, realizou um
estudo clássico, a explicação sociológica do suicídio.
Durkheim foi buscar suas causas sociais e estudou as taxas de variação em suicídios em
diferentes países e regiões (método estatístico):
Durkheim conseguiu assim uma explicação em função dos grupos e das comunidades,
não em fatores biológicos ou psicológicos.
Um conceito básico é o de fatos sociais (regras e normas coletivas que orientam a vida
dos indivíduos), tudo aquilo que é: externo ao indivíduo e determinador de suas ações.
Coercitivos: porque essas idéias, normas e regras devem ser seguidas pelos
membros da sociedade. Se isso não acontece, se alguém desobedece a elas, é
punido, de alguma maneira pelo resto do grupo.
Em conclusão:
Leitura rápida #1
Mais separações e divórcios e menos casamentos no Brasil. Esta é uma das conclusões
da pesquisa de registros civis referente ao ano de 1998, realizada pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística).
No Brasil de 1991 ocorriam 21,2 dissoluções de uniões para cada 100 casamentos. Em
1998, para cada 100 casamentos, foram contabilizados 28,1 separações ou divórcios.
O número de casamentos no Brasil, apesar de ter crescido entre 1991 e 1994, caiu em
1998. Em 1994, houve o maior volume de uniões legais, cerca de 763 mil. Em 1998,
caiu 6%, passando para 699 mil.
O econômico ocorre porque casa-se mais quando a renda aumenta. Isto pode ser
comprovado pelo fato de que em 1994 - ano de implantação do Plano Real e de aumento
da massa salarial - ter ocorrido o maior número de uniões.
Já os divórcios cresceram 29,7% no país de 1991 a 1998, ano no qual foram registrados
105.253 divórcios no país. Em 1991, eram 81.128. Na região Norte, o número de
divórcios praticamente dobrou, com 99% a mais de divórcios.
Leitura rápida #2
Wagner Araújo
Introdução
Desde a Lei Federal 9.472/97 que iniciou o processo de privatização do setor telefônico
no Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vem
financiando uma quantia elevada de investimentos nesta área. A maioria das empresas
que contraem o investimento no BNDES são empresas de capital estrangeiro, para
constituir as operadoras. As operadoras são as responsáveis pela definição de quase toda
a tecnologia envolvida no processo. Na balança comercial do segmento de
telecomunicações brasileiro, o total de importações de telefones celulares fica em torno
de apenas 15% do total. Embora aparentemente alto, este investimento fica muito
aquém do investido na infra-estrutura de operação. O número de telefones móveis subiu
de 6 milhões em 1997 para 12 milhões em 1999, porém a maioria desses telefones, pelo
menos inicialmente, utilizava o sistema analógico, mesmo que as operadoras possuíam
tecnologia para operar no sistema digital. Outro problema era o obsoletismo dos
aparelhos, e ao mesmo tempo, paradoxalmente, a quantidade de funções inúteis e
subtilizadas, daí surge os primeiros traços do obsoletismo programado neste setor.
Perspectivas Sociológicas
mais baixas, o que faz com que as classes mais altas tenham a necessidade de buscar
novos aparelhos para poder mostrar seu status social. Este é o grande ciclo da
tecnologia. Mas onde se localiza o obsoletismo programado neste ciclo? Bem, as classes
mais elevadas estão sempre em busca, como afirma Berger, da manutenção da sua
posição na sociedade, e como já foi exposto, procuram adquirir a tecnologia mais cara.
Contudo, pouco se preocupam em questionar a qualidade e a modernidade do produto,
compram porque é o mais novo e mais caro no mercado. A classe alta está, na verdade,
preocupada em manter seu papel social. Diante desta situação, os fabricantes podem se
aproveitar amplamente. Enquanto em seus centros de Pesquisa e Desenvolvimento
desenvolvem tecnologias dez anos mais avançadas, vendem tecnologias obsoletas,
disfarçadas por algumas peculiaridades e sustentadas por uma necessidade social.
Considerando que essa situação é imperativa ao indivíduo e condiciona suas ações,
pode-se considerar, sem exageros, a posse de um celular como uma instituição social,
mesmo que pequena. E como instituição, pode proporcionar sanções coercitivas àqueles
que não a seguem. Neste ponto, exatamente pode-se observar BERGER: "...sempre
desejamos exatamente aquilo que a sociedade espera de nós". O indivíduo nesta
perspectiva passa a estar subordinado à vontade coletiva, sua necessidade é criada por
seu grupo de referência, independente da classe que ocupa. Esta concepção é tangente à
durkheimiana, pois este fato social é externo às vontades individuais, é anterior ao
indivíduo. A idéia de necessidade de celulares não advém de deliberações e críticas
individuais, mas sim do todo. Porém é criada a ilusão de que ele próprio é quem tem
esta precisão. Dentro do que expõe Durkheim, encontra-se o caráter sui generis desta
fato social. Ou seja, o efeito total dessas ações é muito mais significativo do que a sua
soma: o fato da manutenção do status de uma classe se torna infinitamente maior do que
o simples de fato de várias pessoas adquirirem celulares novos. Outro ponto a ser
considerado, dentro desse autor, é o papel chave da comunicação. Pois assim os
conhecimentos das distintas classes tomam conhecimento do fato social. A
comunicação é um meio de extrema importância para os fabricantes conseguirem
estabelecer o obsoletismo programado. Não basta lançar um produto no mercado, é
necessário apresentá-lo às classes inferiores e superiores. Primeiro para que estas o
comprem de imediato; e segundo, para que aquelas tenham o desejo de comprá-lo.
Portanto, assim, como Durkheim os fatos sociais não podem ser vistos da perspectiva
individual, mas sim da ação da sociedade sobre tal indivíduo. Neste caso específico fica
claro que as imposições sociais fazem com que necessidades surjam entre os indivíduos.
Conclusão
Pôde-se perceber neste estudo a grande influência que a sociedade possui sobre o
indivíduo e suas ações. O que faz com que os grandes fabricantes possam facilmente
prorrogar o obsoletismo programado. Tal obsoletismo não ocorre somente com
telefones celulares. Pode-se encontrar exemplos como computadores, automóveis, e até
mesmo produtos mais simples como fogões, geladeiras, aparelhos de som, etc. Uma
prova que de tecnologia realmente avançada está no telefone de cartão, que consegue
cumprir às exigências que esta se propõe: prática, de fácil uso e manutenção, barata e
eficiente. Fazer com que as pessoas percebam este engano se torna um problema vital
para um grande avanço tecnológico e cultural da sociedade. Todavia, com as
determinações e pressões sociais existentes, torna-se uma tarefa extremamente difícil. E.
"A sociedade não só controla nosso movimentos, como ainda dá forma à nossa
identidade, nosso pensamento e nossas emoções. As estruturas da sociedade tornam-se
as estruturas de nossa própria consciência...
As paredes de nosso cárcere já existiam antes de entrarmos em cena, mas nós a
reconstruímos eternamente. Somos aprisionados com nossa própria cooperação...
2
Aula-exemplo: o estudo sociológico da sexualidade
Para exemplificar ainda melhor a relação entre o individual e o social, vamos analisar
sociologicamente outro fato social que geralmente se relaciona com fatores psicológicos
e emocionais somente: a sexualidade.
O senso comum nos diz que “pessoas casadas não fazem sexo”. Apesar disso as
pesquisas indicam que em relação a não realização do ato sexual no período de um ano :
45% dos casais com 2 anos ou mais de união: 3 vezes por semana
61% dos co-habitantes (união estável) recentes; 3 vezes por semana
Em resumo, o casamento não é a anomalia que o senso comum nos diz, apesar de que os
casais de união estável apresentem maior freqüência e que os casais casados diminuam
sua freqüência com o aumento da duração da relação.
2) Satisfação sexual
Dos pesquisados:
Aqueles que praticam sexo 3 vezes por semana: 89% mostram-se satisfeitos.
Aqueles que praticam sexo 1 vez por mês: 32% mostram-se satisfeitos.
3) E a infidelidade?
Porém, o método estatístico tem suas armadilhas. Quando analisamos estes percentuais
com uma divisão por idades, vemos que os jovens não mostram diferenças em relação
ao sexo extra-diádico, mas aos 40 anos:
E aos 60 anos:
Conclusões
Leitura rápida #1
Esta se caracteriza por uma reorganização e rédea docontrole do corpo, ampla difusão
de métodos contraceptivos médicos, associado a uma maior autonomia e controle do
processo reprodutivo por parte da mulher. A fecundidade passa a ser vista como projeto
individual. Articulação destes acontecimentos em países desenvolvidos e sua
comparação com os chamados países em desenvolvimento. O impacto da adoção destes
métodos contraceptivos modernos na vida sócio-familiar contemporânea. A redução das
uniões oficiais, com casamentos no civil e no religioso; o planejamento no número de
filhos; e a racionalização do prazer, associadas ao direito ao prazer, liberação das
minorias e maior igualdade sexual entre homens e mulheres.
Leitura rápida #2
Quando Alfred Kinsey começou suas pesquisas nos Estados Unidos nos anos quarenta e
cinqüenta, era a primeira vez que se levava a cabo um estudo de envergadura sobre a
conduta sexual real. Kinsey e seus colaboradores se enfrentaram a condenação de
numerosas organizações religiosas e seu trabalho foi tachado de imoral na imprensa e
no Congresso. Entretanto, Kinsey persistiu em seu empenho e finalmente obteve a
história da vida sexual de 18.000 pessoas, uma amostra bastante apreciativa da
população norte-americana branca.
Leitura rápida #3
Juventudes e sexualidade
Abrange diferentes aspectos da vida sexual dos jovens, tais como a iniciação sexual,
comportamentos diversificados como o “ficar” e o namorar, a iniciação sexual cada vez
mais precoce, o conhecimento e as informações que possuem sobre métodos
anticoncepcionais, de prevenção da gravidez e de doenças sexualmente transmissíveis
(DSTs).
A pesquisa indica que os jovens, apesar da precocidade da vida sexual, tendem a ter
contatos com apenas um parceiro - o que remete a um questionamento do senso-comum
sobre a suposta “promiscuidade” sexual juvenil.
No que diz respeito à violência, mostra a pesquisa, muitos jovens ainda estão
vulneráveis e já sofreram violências de várias ordens (tais como assédio, estupro e
discriminação por conta de gênero e opção sexual).
A pesquisa também indica uma certa vulnerabilidade negativa dos jovens no campo da
sexualidade. Nesse sentido, faz-se necessário a implantação de políticas públicas, assim
como o auxílio do ambiente escolar para suprir a carência de informação do jovem
acerca da sexualidade.
Leitura rápida #4
Folha Online
Uma pesquisa divulgada pelo jornal americano "USA Today" revela que as mulheres
americanas que usam a sexualidade para crescer dentro de uma empresa acabam
recebendo salário menores e menos promoções.
A reportagem apresenta números para mostrar que as mulheres que cruzam as pernas de
maneira provocante, vestem saias curtas ou camisas com decote e massageiam os
ombros dos chefes crescem menos na carreira.
3
O surgimento da Sociologia no contexto histórico. A
Revolução Industrial, as mudanças culturais no trabalho.
teares mecânicos
Siderurgia e ferro de alta qualidade
Motor a vapor
Novas máquinas
Ferrovias e barcos a vapor
relação de interdependência
operário / proletário
detentor da força de produção
criação de um “mercado de trabalho”
Existe uma única lei que, pela sua natureza, exige consentimento
unânime - é o pacto social, por ser a associação civil o mais voluntário
dos atos deste mundo. Todo homem, tendo nascido livre e senhor de si
mesmo, ninguém pode, a qualquer pretexto imaginável, sujeitá-lo sem o
seu consentimento. Afirmar que um filho de escravo nasce escravo, é
afirmar que não nasce homem...Fora desse contrato primitivo, e em
conseqüência do próprio contrato, o voto dos mais numerosos sempre
obriga os demais. Pergunta-se, porém, como o homem poder ser livre, e
forçado a conformar-se com vontades que não a sua. Como os
opositores serão livres e submetidos a leis que não consentiram?
...Respondo que a questão está mal proposta. O cidadão consente todas
as leis, mesmo as aprovadas contra sua vontade e até aquelas que o
punem quando ousa violar uma delas. A vontade constante de todos os
membros do Estado é a vontade geral: por ela é que são cidadãos e
livres. Quando se propõe uma lei na assembléia do povo, o que se lhes
pergunta não é precisamente se aprovam ou rejeitam a proposta, mas se
estão ou não de acordo com a vontade geral que é a deles".
Por exemplo, alguns dos fatos surgidos com a Revolução e que são apontados por
Leplay (um filósofo positivista) como razões da decadência da sociedade francesa:
Corrupção da língua
Falta de crença em deus e na religião
Influência anormal dos literados
Perda da influência das autoridades sociais
Excesso de burocracia
Falta de sentimento patriótico
Perda progressiva da autoridade paterna
Dissolução dos costumes
Espirito revolucionário
1. Astronomia
2. Física
3. Química
4. Fisiologia
5. Física Social, logo rebatizada como “Sociologia”.
Leitura rápida #1
Em “República”, Platão insiste em impingir sua idéia de ideal social, assim como
Tomás Morus em “Utopia”, Campanela em “Cidade do Sol”, e Santo Agostinho em
“Cidade de Deus”.
Embora todas essas obras sejam consideradas valiosas para o estudo da Sociologia
devemos levar em consideração que elas versam sobre o ideal social pensado e
apresentado pelos seus autores.
O método comparativo, cuja eficácia é até hoje evidente, foi apresentado de forma
pioneira por Aristóteles em suas obras “Política” e em “Constituição de Atenas”. Nessas
obras Aristóteles analisa as organizações sociais das cidades antigas e elabora estudos
sobre a ordem social.
Entre suas idéias, Aristóteles reconhece a família como grupo social básico e elementar
e afirma que o homem é um animal político, destinado a viver em sociedade. Outra
característica encontrada em Aristóteles é o conceito de sociedade como ser vivo,
sujeito às mesmas leis que regem o Ser Humano: nascimento, crescimento e morte.
Outras contribuições decisivas para o estudo social foi a trazida pelos romanos, com
suas análises e definições de instituições como família, matrimônio, propriedade, posse,
contrato e outras, feitas pelos jurisconsultos romanos Caio, Paulo, Sabino, Labão,
Juliano, Pompônio, Papiniano e Ulpiano.
4
O pensamento sociológico moderno. Principais pensadores
e linhas teóricas. A sociologia como conhecimento
A sociologia, dentro da atual classificação das ciências, situa-se nas ciências sociais,
que estudam a interação entre os seres humanos e o produto desta interação. Além da
sociologia, são Ciências Sociais:
Antropologia
Estuda a história, origem e desenvolvimento da cultura do homem. Inicialmente
limitada ao estudo dos povos ágrafos (iletrados ou primitivos), estuda aspectos
culturas e comportamentais do homem
Exemplos: rituais, cerimônias, mitos, artesanato, folclore.
Direito
Estuda as normas que regulam o comportamento social e as formas de controle
social necessárias para exercer a coerção sobre os indivíduos. Dentro destas
normas, preocupa-se com as leis (regras jurídicas) e seu conjunto, o sistema
legislativo.
Exemplos: normas de proteção ao trabalhador (direito trabalhista), divórcio
(direito civil), penalidades por crimes cometidos (direito penal).
Economia
Estuda a organização dos recursos, produção, circulação, distribuição e consumo
de bens e serviços. Analisa a atividade econômica em função das necessidades
humanas.
Exemplos: macroeconomia (sistema monetário, consumo, renda e investimentos
na sociedade como um todo), microeconomia (agentes individuais,
produtividade da empresa, orçamento familiar).
Ciências Políticas
Estudam a distribuição do poder na sociedade, a teoria e prática do governo.
Exemplos: formas de governo, organização dos partidos políticos, funções do
Estado
Psicologia social
Estuda o comportamento e a motivação do indivíduo, no contexto de seu grupo e
de seus valores associados. Analisa o fenômeno da personalidade, moldada pela
cultura e pela sociedade.
Sociologia
Estuda o homem na sociedade, suas relações sociais e os elementos comuns
existentes em todos os tipos de fenômenos sociais. Busca um conhecimento
objetivo da realidade social.
Exemplos: formação e desintegração de grupos, divisão da sociedade em
camadas.
Muitas vezes seu estudo transcende o campo das disciplinas específicas, pois o homo
socius (o ser social) é o conjunto do homem econômico, político, religioso, ético,
artístico, etc.
Campos da sociologia
Sociologia descritiva: estuda os fenômenos sociais nas condições reais em que operam.
Exemplo: estudo da família na sociedade
As fontes da verdade
Bom senso: estabelece relação entre os fatos, sem identificar causas reais.
espontâneo reflexivo
esporádico demonstra os motivos
sem explicações satisfatórias procura as causas dos fatos
falta de profundidade as conclusões podem ser
aplicável a casos específicos generalizadas
utiliza juízos de valor busca a "verdade por trás das
"o que -deve ser" aparências"
"o que é"
Exemplo: o senso comum nos diz que “todas as mulheres são más motoristas”. As
estatísticas (e as companhias de seguro), utilizando fatos (e não opiniões) nos dizem que
as mulheres envolvem-se em menos acidentes que os homens.
ator/espectador
objeto/observador
Esta é uma questão aberta, talvez o sentido de objetividade seja diferente do utilizado
nas ciências exatas, de forma pode estar limitada a que "não deve ser afetada pela
própria crença, por emoções, hábitos ou preferências, desejos ou valores do
observador".
Método histórico
Parte do princípio de que os atuais modos de vida possuem sua origem no passado.
Pesquisa as raízes históricas dos fatos sociais, para compreender sua função atual.
Exemplos: influência francesa nas quadrilhas da festa junina, “Casa Grande e Senzala”.
Método comparativo
Compara diferentes tipos de grupos, comunidades ou fenômenos, buscando identificar
semelhanças ou diferenças entre eles. A partir deste conhecimento, tenta obter
generalizações sobre os fatos sociais.
Exemplos: estudo comparativo entre as filiais brasileira e argentina de uma grande
organização multinacional.
Sua principal contribuição é a idéia de que os fatos sociais devem ser considerados
como "coisas", sendo aplicáveis os mesmos métodos de observação das ciências exatas.
Defende a observação, a experimentação como forma de indagação racional, com o
abandono do sobrenatural, da tradição, da revelação, em uma nova atitude intelectual. É
um dos precursores do método histórico, no qual a sociedade pode ser compreendida
justamente por que é obra dos indivíduos.
Para Durkheim mais do que os: fatos econômicos é a fragilidade moral e de valores que
determinam o comportamento na sociedade. Portanto, em resposta às propostas
socialistas (modificação na propriedade, distribuição das riquezas), defende a divisão do
trabalho, onde cada membro da sociedade dependeria mais dos outros. Dessa forma,
aumentaria a união e a solidariedade, que ele denomina, orgânica.
Realiza uma crítica radical a nova ordem social estabelecida pela Revolução Industrial.
Afirma que a estrutura econômica é a base da história humana e defende que o
conhecimento da realidade social deve ser um instrumento político.
Após Marx confrontar a economia política, lançando pela primeira vez o termo
“alienação no trabalho” e suas conseqüências no cotidiano das pessoas, Marx expõe
pela primeira vez a alienação da sociedade burguesa.
Em sua obra "A ética protestante e o espírito capitalista" afirma que o maior
desenvolvimento econômico dos países com religião protestante na Europa e América
ocorreu por que esta religião valoriza o individualismo, o trabalho árduo, o êxito pessoal
e a acumulação de riquezas (capital). A ética protestante seria uma nova mentalidade
diante da vida econômica (pioneirismo, ousadia), com o êxito econômico como benção
de Deus. Ao mesmo tempo, a não fruição dos lucros (rigidez na vida familiar) permite a
acumulação e re-investimento do capital.
Em comparação, o catolicismo prega a renúncia aos bens materiais, o amor fraterno e
condena a usura (empréstimos). Seriam estas diferenças culturais que levaram
Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, Holanda Suécia, etc, a desenvolver o capitalismo
e a Revolução Industrial muito mais cedo (e de melhor forma) que países como Itália,
Espanha, Portugal, Brasil e outros países da América Latina.
"Ora, aconteceu que o pobre morreu e ele foi levado pelos anjos para o seio de
Abraão. O rico morreu também e foi amortalhado no inferno". - Evangelho de
Lucas, 16
"Quem quer se tornar rico tomba nas armadilhas do demônio, e se entrega a mil
desejos não apenas vãos mas perniciosos, que o precipitam por fim no abismo da
perdição e da condenação eterna" São Timóteo, 6
"Ou tu és rico e tens o supérfluo, e nesse caso o supérfluo não é para ti mas para
os pobres; ou então tu estás numa fortuna medíocre, e então que importa a ti
procurar aquilo que não podes guardar ?" São Bernardo
Exemplo: uma tribo igual em todas as partes evolui para uma nação civilizada, repleta
de diferenças estruturais e funcionais
Leitura rápida #1
A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das
lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, mestre de
corporação e companheiro, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante
oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada; uma guerra
que terminou sempre, ou por uma transformação revolucionária, da sociedade inteira, ou
pela destruição das duas classes em luta.
Escrito por Karl Marx e Friedrich Engels em dezembro de 1847 - janeiro de 1848.
Publicado pela primeira. vez em Londres em fevereiro de 1848.
5
Status e papel social. Conflito de papéis.
É o principal fator que vai determinar as relações sociais, pois a ele estão associados os:
direitos
deveres
e privilégios
Exemplos
Na faculdade
reitor
diretor acadêmico
professor
secretária
estudantes
Na família
avô
pai
filho
neto
A distância social é maior entre os alunos e o reitor do que entre alunos e professores.
O status pode ser visto como as posições que umas pessoas ocupam em um carro
(motorista, passageiro do banco da frente, outros passageiros). Já o papel social seria
como o motorista está dirigindo, como os passageiros estão se comportando.
Por exemplo: o ocupante de um cargo político que bebe demais nas reuniões sociais não
está cumprindo o papel que dele se espera. Os meios de comunicação, e a sociedade em
geral, demandam uma atitude condizente.
Portanto o conjunto de status e de papéis são uma forma de controle social, quer dizer,
de controle do comportamento humano no grupo.
Os papéis sociais algumas vezes são representados através de símbolos, que identificam
a posição de um determinado grupo na sociedade. É o caso da bata branca e o
estetoscópio dos médicos, de uniformes, condecorações e medalhas dos militares.
Já os símbolos sociais são tipos de personalidades que as pessoas são levadas a imitar. O
herói é o mais significativo, possuindo traços que as pessoas devem copiar (bondade,
perseverança, força, liderança, etc.). Mas também possibilita a promoção e manipulação
de certos valores, sejam religiosos, sejam de solidariedade, prestígio ou aspirações.
Exemplo: os heróis nacionais brasileiros são aqueles que nunca promoveram revoluções
ou derramamentos de sangue, transmitindo a idéias de uma “história incruenta”.
Exemplos:
sexo (posição inferior da mulher no mundo islâmico)
idade (desconsideração com os idosos na sociedade atual)
primogênito (hereditariedade na sucessão de monarquias)
raça (segregação racial dos negros na África do Sul, até início da década de 90).
Exemplos:
Sílvio Santos, de camelô passou a ser um dos maiores empresários do país
Uma mesma pessoa pode possuir vários status, dependendo de que grupos faça parte.
São diferentes, portanto, o papéis sociais associados que uma pessoa ocupa no trabalho,
no clube, na comunidade onde vive, na família, etc.
Daí que também existe um conjunto de papéis que a pessoa deve desempenhar.
Algumas vezes existe o conflito de papéis, quando um papel de um determinado status
se confunde com outro.
Exemplos:
O militar que traz para o ambiente familiar a disciplina e rigor que aplica a seus
comandados.
O trabalhador que é promovido e deve abandonar o papel de empregado para
assumir o de confidente do chefe.
Mas existe o status principal, aquele que melhor identifica a pessoa. O status principal
dependerá da sociedade em que a pessoa vive. Nas sociedades industriais, geralmente o
status econômico e profissional é o mas valorizado. Em outras sociedades, a sabedoria e
a experiência de uma pessoa podem valer mais.
6
Estratificação social. Mobilidade social. Classes sociais.
Desigualdade social
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos
Manuel Bandeira
Estratificação social
diferenças biológicas;
diferenças psicológicas;
e diferenças sociais (em relação aos direitos, deveres, privilégios e status).
O processo de formação das classes sociais no Brasil remonta à sua origem histórica.
Nos anos 50, propôs-se a seguinte classificação:
Mobilidade social
É a movimentação dos indivíduos de uma camada da sociedade para outra. Pode ser
tanto do indivíduo como do grupo.
Exemplos:
Educação
Política
Exército
Igreja
burguesia
classes médias
proletariado
lumpemproletariado (submundo dos excluídos, marginalizado e sem consciência
política)
A possessão dos meios de produção é o fundamento básico da luta de classe que pode
ser monopolizada por uma minoria e utilizada para exercer o pode sobre os outros. A
propriedade é um mecanismo de fechamento social, processo pelo qual os grupos que
estão no poder tratam de manter um controle sobre seus recursos.
política
social (poder)
(prestígio)
A posição de uma pessoa na sociedade, reflete então uma combinação de sua classe
econômica, seu status e seu poder.
Leitura rápida #1
Até 1930, a produção brasileira era predominantemente agrária, que coexistia com o
esquema agrário-exportado, sendo o Brasil exportador de matéria prima, as indústrias
eram pouquíssimas, mesmo tendo ocorrido, neste período, um verdadeiro “surto
industrial”.
A política econômica, estando em prática, não se voltava para a criação, e sim para o
desenvolvimento dos setores de produção, que economizam mão-de-obra. Resultado:
desemprego.
A extrema desigualdade
Observou-se anteriormente que mais de 50% da população ativa brasileira ganha até 2
salários mínimos. Os índices apontados visam chamar a atenção sobre os indivíduos
miseráveis no Brasil.
Mas não existem somente pobres no Brasil, pois cerca de 4% da população é muito rica.
O que prova a concentração maciça da renda nas mãos de poucas pessoas.
Quanto aos bens de consumo duráveis (carros, geladeiras, televisores, etc), são
destinados a uma pequena parcela da população. A sofisticação desses produtos, prova o
quanto o processo de industrialização beneficiou apenas uma pequena parcela da
poppulação.
Leitura rápida #2
Desenvolvimento humano
O levantamento do Pnud utiliza os indicadores pesquisados para revelar outro aspecto
da desigualdade entre brancos e negros no Brasil.
Em 2002, o Brasil ficou em 73° lugar no ranking do IDH (índice de desenvolvimento
humano, elaborado pela ONU). Mas o estudo indica que, se as populações brancas e
negras representassem países diferentes, a distância entre os dois grupos seria de 61
posições.
O relatório diz que o ‘Brasil branco’ ficaria em 44° lugar no ranking, junto a países
como a Costa Rica e à frente da Croácia, por exemplo. Já o ‘Brasil negro’ seria o 105°
colocado, com o mesmo índice de El Salvador e atrás de países como o Paraguai.
O estudo também afirma que as desigualdades raciais se combinam às desigualdades
regionais.
Um grupo formado apenas pelos brancos do Sudeste ficaria na 37ª posição, com índice
semelhante ao da Polônia. Já os negros do Nordeste teriam condições de vida
semelhantes às da Bolívia e ocupariam o 115° lugar.
Violência
O Pnud também aponta o perfil das principais vítimas da violência no Brasil: negro,
jovem, de sexo masculino e solteiro.
De acordo com o relatório, a taxa de homicídios para a população negra é de 46,3 para
cada 100 mil. O índice é quase o dobro do registrado para brancos.
O estudo afirma ainda que os negros são também as maiores vítimas da violência
policial no Brasil.
“Revelar a relação existente entre racismo, pobreza e violência é um passo fundamental
para compreender a forma singular que a manifestação do racismo adquire na sociedade
brasileira”, diz Carlos Lopes, editor-chefe do relatório.
Educação, saúde e habitação
Na área de educação, o Pnud afirma que o percentual de brasileiros negros com diploma
universitário em 2000 (2,7%) era menor do que o de brancos com nível universitário em
1960 (3%). Outro indicador revela que a taxa de analfabetismo dos negros em 2000 era
maior que a dos brancos de 1980. O relatório aponta ainda que a expectativa de vida da
população branca do Brasil é de 71,5 anos. Entre os negros, no entanto, esse número cai
para 66,2.
“O racismo brasileiro há muitos séculos coloca a população brasileira em situação de
flagrante desigualdade em todas as dimensões pesquisadas”, afirma Lopes, que foi
representante do Pnud e da ONU no Brasil até outubro deste ano.
“Isso exige um esforço conjunto de Estado e sociedade, e não será superado sem a
implementação de ações afirmativas e políticas que contemplem a diversidade cultural”,
acrescenta o editor-chefe do relatório.
7
As relações e os processos sociais básicos. Isolamento,
acomodação, assimilação, cooperação, competição e
conflitos. Socialização
Poema da necessidade
As relações sociais
A sociedade, portanto, precede o indivíduo, pois quando ele nasce, seu grupo social já
se encontra formado e praticamente determinará como será sua vida.
Já as relações sociais são o conjunto de interações sociais que se dão no grupo e podem
ser culturais, econômicas, religiosas, políticas, familiares, segundo o objetivo e o
contexto onde ocorrem.
Os processos sociais básicos: são interações sociais que acontecem de forma repetitiva,
padronizada e que estabelecem os padrões de comportamento do indivíduo ou de
grupos. São eles:
1) Isolamento
Os quilomboloas
É fácil entender por que os escravos que escapavam se refugiavam nessa região mais
de 200 anos atrás. A chapada dos Veadeiros é um mar de serras, morros, cânions,
cachoeiras e olhos-d'água, e os paredões de pedra formam muralhas penosas de
ultrapassar. O isolamento foi a defesa contra os senhores de escravo que queriam
reconduzir os quilombolas à escravidão. E esse isolamento --que diminuiu bastante nos
últimos anos-- contribuiu para preservar a identidade e o modo de vida tradicional.
2) Cooperação
3) Competição
É a disputa por bens e vantagens sociais que são limitadas. É uma característica da
sociedade capitalista, onde a competição é um estado permanente.
sem alma, negócios sem paixão, indústria que não respeita a ecologia, bancos que
agem sem espírito de justiça, economia sem igualdade só podem causar o colapso da
sociedade e a destruição da natureza. Somente quando espírito e negócios trabalham
juntos, a humanidade encontra coerência em seu destino".
(Francisco Gracioso, editorial da Revista da ESPM, jan.-fev. 2007).
4) Conflito
Uma situação de ajuste ao conlito (justamente devido aos custos deste), com o
estabelecimento de acordos temporários. Porém, não há a modificação das atitudes e
pensamentos dos envolvidos, a acomodação somente pode ser observada em aspectos
externos.
6) Assimilação
Apresenta uma solução permanente para o conflito, exigindo um processo longo e
contínuo. ao final, existe o compartilhamento de uma cultura comum.
É o caso de empresas que se fundem ou de países que após uma guerra civil passam a
demonstrar uma identidade nacional.
Socialização
a) Formar uma identidade própria (ao mesmo tempo que as pessoas são
parecidas com os traços gerais da sociedade onde vivem, também são
únicas).
Daí sua importância, pois além de envolver a aprendizagem de uma consciência social,
como por exemplo revidicar os direitos e desempenhar os deveres sociais, também está
relacionado com adquirir atitudes, aceitar ou rejeitar o papel que a sociedade atribui a
uma pessoa.
Leitura rápida #1
Nos anos 60, apareceu uma curiosidade cientifica relativamente à relação entre
hereditariedade, raça e inteligência, quando nos EUA se verificou que as crianças negras
tinham testes de inteligência com resultados inferiores aos das crianças brancas.
Assim, o governo adotou uma política para que todas as pessoas de diversos meios
sociais tivessem as mesmas oportunidades de ascensão na sociedade. Programas de ação
social levavam às áreas mais empobrecidas onde havia crianças negras crianças brancas
e vice versa para haver assim classes mistas e diminuir o preconceito racial e as crianças
puderem trocar experiências entre si.
Contudo esta idéia não foi bem vista, principalmente pelos pais das crianças mais ricas
que diziam que professores das crianças negras eram piores. Arthur Jensen escreveu
“Em que medida podemos superar os Qis e promover o ensino?”. Era um psicólogo
educacional, hereditarista e segregacionista defendendo que o ensino devia ser
diferenciado e proporcional às capacidades das crianças. Ou seja, defendia que se as
crianças negras tinham piores resultados nos testes de QI, deveriam ser objeto de um
ensino proporcional as suas capacidades intelectuais.
Esta polêmica foi ressuscitada em 1994 com o lançamento de um livro titulado A curva
do sino (The Bell Curve), que fazia o mesmo tipo de afirmações. Entretanto, logo
surgiram críticas em relação à objetividade do estudo. Uma revista chamada Mankind
Quarterly é citada cinco vezes no livro, além do que dezessete autores desta publicação
também são citados. A revista foi fundada por Robert Gayle, um notório racista e outros
editores são membros de movimentos em favor da eugenia (melhoria genética da raça
humana). Além disso a revista é financiada pelo Pioneer Fund, um fundo estabelecido
por um simpatizante nazista e defensor do regime do apartheid, na África do Sul. Os
autores de Bell Curve com este fundo pró-preconceito são substanciais, já que citam
cientistas financiados com dinheiro (mais de quatro milhões de dólares) desta fundação.
Outros questionamentos são metodológicos. Serão sem valor os estudos que mostram
que negros ou asiáticos obtêm resultados diferentes dos americanos assim chamados
"brancos" nos testes padronizados de QI? Isto é, serão inúteis os trabalhos de pessoas
como Herrnstein e Murray? Não. São dados valiosos, mas também explosivos devido ao
nosso histórico político racista. Dados como esses serão inevitavelmente explorados por
defensores da supremacia branca, distorcidos para atingir seus objetivos políticos e
usados, não para melhorar as relações raciais nos EUA, mas para incentivar mais
conflitos raciais. Esses dados consistem principalmente em correlações e, embora isso
não convença cientistas empíricos ortodoxos de nada, as correlações são o coração e a
alma do trabalho do pesquisador racista.
Na verdade, Herrnstein e Murray, capítulo após capítulo, clamam por reformas sociais
para melhorar a situação dos negros nos EUA. Podem ser reivindicações fingidas mas,
de qualquer forma, são incoerentes com a idéia de que as condições sociais dos negros
nos EUA se deva a fatores genéticos. Se foram os genes que resultaram na sub-raça
negra de jovens selvagens que matam-se uns aos outros diariamente em quase toda
cidade nos EUA, não há fundamento em reivindicar programas educacionais e
vocacionais
Leitura rápida #2
Leitura rápida #3
Num dia de Verão do ano de 1798, numa floresta francesa, foi encontrada por caçadores
uma criança selvagem.
Levada para Paris, foi observada pelo mais célebre psiquiatra da época, Pinel, que a
considerou como um idiota irrecuperável e pelo jovem médico Itard que, ao contrário,
considerou ser possível recuperar o atraso provocado não por inferioridade congênita
mas pelo seu isolamento total.
O "selvagem" estava hirsuto e deslocava-se como um animal, quer a quatro patas, quer
sob as suas pernas. Vivia naturalmente nu. O corpo estava coberto de cicatrizes, tinha
unhas como garras e exprimia-se apenas por grunhidos. Na floresta, alimentava-se
unicamente de castanhas e raízes e pensa-se que, entre o momento do seu abandono e o
da sua captura, deve ter passado entre sete a oito anos em solidão absoluta. As cicatrizes
que Victor tinha no corpo eram marcas de luta. Provavelmente, mordeduras de animais
com que se havia batido. Mas, no pescoço, à altura da artéria uma cicatriz mais
profunda que as outras parecia a marca de um golpe de faca. Tratava-se talvez de uma
criança que alguém teria querido matar, de que teriam querido desembaraçar-se, quando
ela teria três ou quatro anos de idade e que, julgando-a morta, teria sido abandonada na
floresta. Pode supor-se que a ferida, com a ajuda de poeira e de folhas que se lhe tenham
vindo colar, tenha cicatrizado por si própria.
Para provar a veracidade das suas razões, Itard pediu a tutela desta criança. Assim, na
sua casa em Batignoles, com a ajuda da sua governanta, Mme Guérin, iniciou a difícil
tarefa de desenvolver as faculdades dos sentidos, intelectuais e afetivas de Victor, nome
pelo qual se passou a chamar esta criança.
8
Controle social. Normas. Sanções. Desvio social.
Marginalização e crime
bom x mau
honrado x vergonhoso
agradável x desagradável
Normas: são os hábitos que são fundamentais para o bem estar do grupo. Constituem
uma obrigação social, pois exigem, permitem ou proíbem determinados
comportamentos, ou sejam, buscam a conformidade.
Controle social: busca fazer com que cada indivíduo desempenhe seu papel, utilizando
técnicas e estratégias específicas para regular o comportamento humano.
Marginalidade: ocorre quando o indivíduo fica fora, "à margem" do grupo. Nesta
ocasião, cria-se um sistema alternativo de normas. A grande dificuldade do problema
social da marginalidade é reinserir os marginalizados na sociedade implica, portanto,
um processo de re-socialização.
Crime (delito): è um tipo específico de desvio das normas sociais, no caso, aquelas
estabelecidas pela Lei.
Leitura rápida #1
LUÍSA BRITO
O namoro entre duas garotas, na USP da zona leste, virou caso de polícia. Bárbara, 22, e
Melissa, 18, (os nomes são fictícios) estavam na cantina da universidade, na tarde da
sexta-feira passada, quando foram abordadas por uma policial militar que trabalha na
região. Houve discussão e elas foram levadas para a delegacia.
As meninas afirmam que estavam numa mesa, na cantina, com vários colegas. Melissa
estava sentada no colo de Bárbara e as duas se beijaram. Segundo elas, a policial, ao ver
a cena, aproximou-se e disse não saber que a homossexualidade era permitida por lei.
As meninas e os colegas reagiram, dizendo que as duas podiam namorar ali. "Aí a
policial começou com um discurso preconceituoso, dizendo que a USP era um lugar de
mães de família e gente séria", disse Bárbara. "Estávamos conversando quando a
policial chegou. Achei que ela não estava falando sério", afirma a aluna Patrícia
Rezende, colega do casal.
Elas dizem ter se recusado a assinar o documento por considerar que ele não explicava
qual crime teriam cometido. Um funcionário da USP as acompanhou até a delegacia,
evitando que fossem levadas em um carro policial.
Bárbara diz que contou à família o que ocorreu e seus pais pediram apenas que fosse
prudente, já que o caso envolve a polícia. O medo de Melissa, porém, é que a família
descubra que ela namora uma garota. As duas preferem não revelar seus nomes.O DCE
(Diretório Central dos Estudantes) da USP pretende fazer um ato público contra o caso.
Bárbara e Melissa afirmam que costumam namorar na rua e que, geralmente, as pessoas
mostram-se assustadas ou fazem brincadeiras. "De tudo o que já ouvi, isso [a declaração
da policial] foi o mais agressivo", disse Melissa.
Leitura rápida #2
Cidade punirá penetras de festa, quem andar peladão em casa ou chutar cães sem
razão
Tabloideanas, 22/12/2004
Atenção você, que entra em uma festa sem ser convidado(a). E atenção você, que gosta
de andar peladão (ou peladona) em casa. E principalmente você, que é vizinho (a) de
alguém que gosta de andar nu no doce recanto de seu lar - e aproveita para dar aquela
espiadinha básica. As autoridades de Villahermosa (sudeste do México), que não têm
mais o que fazer, estão de olho em vocês.
A partir do próximo dia 1º de janeiro, Villahermosa irá punir -com multa ou até prisão
(!!!)- quem cometer algum dos três crimes (!?!) citados no parágrafo anterior.
E tem mais
Você pensa que a sede de punições dos manda-chuvas lá de Villahermosa parou por aí?
Também serão punidos quem esbofetear ou socar uma pessoa em público, agredir cães
sem motivo ou se manifestar nas ruas sem permissão das autoridades. Donos de
cachorros e outros mascotes que sujarem as ruas (sim, cocô ou xixi) também serão
punidos.
As informações deste texto foram publicadas no jornal "La Jornada" que, espera-se, não
será punido pelas autoridades de Villahermosa por isso.
Leitura rápida #3
César Lombroso
(1836 – 1909)
1. Criminoso nato ou atávico: não tem sensibilidade em relação à vida dos outros.
Possui alguns estigmas : maças de rosto salientes, testa para trás, cabeça oval,
demasiado grande ou pequena, olhos oblíquos, braços pequenos em relação ao corpo,
ou então um maior que o outro.
2. Criminoso epiléptico: cometiam crimes devido à sua doença
3. Criminoso imbecil moral: não possui consciência do bem e do mal, comete o crime
sem se aperceber
4. Criminoso impetuoso ou apaixonado: comete crimes passionais
5. Criminoso do tipo criminalóide: possui deficiências no sistema nervoso central, é
facilmente irascível.
6. Criminoso habitual e...
7. Criminoso involuntário: são ambos influenciados pelo ambiente (aprendizagem
social).
Leitura rápida #4
O termo "crime do colarinho branco" foi cunhado pelo Edwin Sutherland (1949) para
denominar os delitos que cometem os que pertencem aos setores mais acomodados da
sociedade. O termo abrange muitos tipos distintos de atividades delitivas, incluídas as
fraudes fiscais, as práticas ilegais de venda, os seguros e as fraudes imobiliárias,
desfalques, a manufatura ou venda de produtos perigosos e a contaminação ambiental
por cima dos limites permitidos, assim como o puro e simples roubo. O alcance dos
delitos de colarinho branco é inclusive mais difícil de medir que o do resto dos delitos;
muitas de suas manifestações nem sequer aparecem nas estatísticas oficiais. Podemos
distinguir entre crimes de colarinho branco e delitos dos poderosos. Os primeiros
suportam normalmente a utilização de uma posição profissional ou de classe média para
realizar atividades ilegais, enquanto que os segundos são aqueles nos que a autoridade
que confere uma posição é utilizada com fins delitivos; como quando um funcionário
aceita um suborno para favorecer uma determinada política.
Crimes de Estado
9
Mudança social. Teorias da mudança social
Mudança social
aumento da complexidade
aumento da taxa do ritmo de mudança
1. Fatores geográficos:
Cataclismos geológicos e climáticos mudam de forma permanente ou transitória a
organização e a estrutura de uma sociedade.
2. Fatores socioeconômicos
Envolvem processos sociais e econômicos. Muitas vezes estão relacionados com o
ambiente físico (geográfico).
Exemplos:
Guerras, revoluções, conquistas
Concentração e desenvolvimento econômico de uma região devido à descoberta
de recursos naturais
3. Fatores culturais
Transformação nas idéias e valores
Ex. desenvolvimento da filosofia, difusão das religiões e ideologias, marxismo,
feminismo, direitos humanos, cristianismo
4) Fatores tecnológicos
5) Fatores biológicos
Epidemias, crescimento populacional,
Miscigenação
Problemas sociais
(lembrando, a razão de ser da Sociologia!)
Situações indesejáveis que vão em contra dos valores aceitos normalmente e de uma
sociedade harmonizada. São inseparáveis dos processos de mudança social, sejam por
que esta os causou ou por que através dela pretende-se solucioná-los.
Evolução social
Resultado cumulativo de mudanças sofridas por uma sociedade, orientadas a uma
mesma direção processo de aperfeiçoamento contínuo das interações e relações sociais,
permitindo a alteração da realidade social e a adaptação às mudanças.
2. Télica
Mudança ocorre devido à forças racionais, intencionais (planejamento em turismo,
educação e melhoria do nível cultural da sociedade).
3. Determinista
mudança ocorre devido a determinadas forças (economia, ideologia, tecnologia).
4. Cíclicas
A história passa por ciclos, estágios sucessivos, até voltar ao ponto de origem (ascensão,
apogeu e queda).
Leituras rápida #1
A onda de casamentos gays em São Francisco lembra o êxodo de alemães orientais que
antecedeu a queda do Muro de Berlim. Quando o governo húngaro resolveu abrir sua
fronteira com a Áustria, milhares de alemães do Leste inventaram férias na Hungria e
montaram tocaia na divisa com o Ocidente, esperando o momento de escapulir.
Mais uma vez, São Francisco é uma cidade na fronteira entre a comunidade gay e a
sociedade americana. A qualquer hora do dia, centenas de 'casais do mesmo sexo'
(conforme o novo jargão politicamente correto) aglomeram-se nas escadarias da
prefeitura, à espera da sua vez de tornar-se marido e marido ou mulher e mulher. Gays e
lésbicas não param de vir de todas as partes dos Estados Unidos para aproveitar a
perestroika antes que acabe.
Se perguntados, muitos dirão que estão ali apenas para adquirir 1.043 direitos
garantidos pela Constituição dos EUA a cidadãos casados. No fundo, porém, o que
motiva a maioria é poder realizar aquilo que suas famílias passaram dez, 15, 20 anos lhe
enchendo o saco: 'Afinal, quando é que você vai casar e ter filhos?'. Sim: filhos. À luz
da medicina moderna, um par de pais e uma dupla de mães não passam de casais
comuns, com problemas corriqueiros - e perfeitamente contornáveis -, no departamento
procriação.
Não há dúvida: gays e lésbicas estão se tornando cada vez mais conservadores. A
recíproca não é verdadeira - mas só por enquanto. Na semana passada, a revista
conservadora britânica The Economist publicou sua segunda capa pró-casamento gay. A
partir de agora, quem for a favor da austeridade fiscal, do superávit primário, das
privatizações e do livre-comércio internacional não pode mais se opor ao casamento
homossexual de papel passado.
Não há por que se chocar com o casamento gay. Você já viu um casal de homens ou de
mulheres fazendo a compra do mês no supermercado? Pois então. Não há momento
mais íntimo na vida de um casal. Se você compartilhou uma cena dessas e sobreviveu,
então está pronto ou pronta para ser padrinho ou madrinha deles ou delas.
Não são apenas os gays que tentam tirar vantagens do momento. George W. Bush, que
não tem bingos para fechar, aproveitou a polêmica para arrumar um assunto que
desviasse a atenção do eleitorado dos problemas da economia. Aqui embaixo, bem que
o presidente Lula poderia demonstrar alguma simpatia pelo casamento de hômi com
hômi e mulé com mulé. Em primeiro lugar, demonstraria seu não-alinhamento com
A propósito, a legalização do casamento gay poderia fazer maravilhas por esse PIB
negativo do ministro Palocci - provocando um boom imobiliário, um aquecimento no
mercado de móveis e eletrodomésticos e uma bolha no mercado de viagens de lua-de-
mel. Fica a sugestão para a próxima reunião do Copom: baixa da taxa de juros, com viés
de liberação do casamento gay.
Leitura rápida #2
Determinismo tecnológico
A controvérsia do estribo
Um das grandes teorias do determinismo tecnológico foi elaborada pelo historiado Lynn
White Jr. Que em 1962 no livro Tecnologia Medieval e Mudança Social afirmou que a
Idade Média não teria sido nada sem o estribo de cavalo. A explicação é a seguinte:
antes da Idade Média as guerras eram lutadas por grandes bando de soldados a pé
carregando machados e a cavalaria infreqüente pois se utilizavam lanças de pouca
precisão. O estribo permitiu, porém, que os guerreiros se firmassem melhor no cavalo e
também a lança, podendo atacar melhor o inimigo. A cavalaria entretanto, era mais cara
de se manter e os reis passaram a dar terras para os senhores de forma que eles
pudessem treinar e manter cavaleiros. Em retorno do uso dessas terras, os senhores
feudais deveriam prestar apoio militar, quando fosse necessário, criando assim o sistema
feudal. Os críticos desta teoria afirmam que o foco no estribo acaba desviando a atenção
de outros fatos, como por exemplo de que os soldados a pé continuaram sendo a base de
todos os exércitos, mesmo depois do estribo.
O automóvel
A influência do carro sobre a vida econômica, social e moral da sociedade foi imensa,
segundo o determinista Fink.
Leitura complementar #3
As habilidades próprias dos diferentes ofícios continuaram a ser adquiridas por meio da
aprendizagem que seguia a fórmula já conhecida: observar e imitar antes da produção
autônoma. Ainda devemos ao homem da Idade Média, o desenvolvimento ou
aperfeiçoamento da tecelagem, das construções, das navegações, da atrelagem de
animais, o que, por exemplo, mudou os métodos de combate. Ainda podemos citar
outros exemplos como a invenção da ferradura, do arreio, da biela, da manivela, do
leme, o remo, dos arcos e vitrais nas construções, ainda do relógio mecânico, dos
moinhos de vento e do canhão.
10
Conceito de cultura. Sub-cultura. Contracultura.
Símbolos. Aculturação. Etnocentrismo. Introdução à
cultura organizacional
Cultura
Tecnicamente o é aquilo que o ser humano aprende do berço até o túmulo (se morre
diferente em diferentes culturas). O conceito é o oposto à Natureza, a qual se entende
como o que o ser humano possui geneticamente e o põe em ação instintivamente.
Subcultura
Sub-conjunto de uma cultura que faz parte da uma cultura total de uma sociedade que
caracteriza seus segmentos, com suas próprias normas valores e conjunto de
comportamentos.
Contracultura
É a negação dos valores e normas aceitos pelo grupo dominante. O mesmo termo nos
faz pensar em que pode existir, no seio de uma sociedade, uma cultura predominante,
que abrange a maioria da população e culturas minoritárias.
Mas nem toda cultura minoritária é uma “contracultura”. Esta última surge de uma
oposição frontal em questões básicas de organização e funcionamento societário,
geralmente quando ocorre um conflito entre as subculturas e a sociedade de forma mais
geral.
Toda sociedade possui a contra-cultura que mercê, pois elas não somente
contradizem, mas também expressam a situação da qual emergem...as
contraculturas emprestam da cultura dominante na mesma forma em que a
opõe.
Yinger
Contrasociedade
O grupo que se constitui além da sociedade dominante e que pretende mudá-la. Um
bom exemplo poderia ser o Partido Comunista (quando existiam... realmente). Outro
exemplo (que mencionam alguns autores) são as sociedades de fundamentalistas
religiosos nos países islâmicos. Mas em toda sociedade suficientemente grande e
complexa se encontram casos de contrasociedades com suas contraculturas.
Etnocentrismo
Tendência a considerar a sua cultura superior a cultura de outros grupos, sociedades ou
nacionalidades.
Muitos grupos tendem a considerar-se o umbigo do mundo. A sociologia tende, por seu
esforço de distanciamento científico, a atacar esta idéia, e a colocar, em princípio, todas
as culturas em um mesmo nível valorativo (já que todas são bem-sucedidas em
assegurar a sobrevivência de sua comunidade). Isto assegura ao sociólogo rigoroso um
papel especialmente antipático; o de pôr em duvida coisas “boas’ que todo mundo aceita
como justas e necessárias.
Aculturação
Quando um indivíduo ou um grupo adquire as características culturais de outro por
interação. Processo de socialização em outra cultura.
Exemplos
Cabe destacar o conflito entre cultura ideal (aqueles valores e mensagens que a
organização promove ou afirma ter) e cultura real (aqueles valores que realmente
possui, que são internos e somente observadores atentos podem detectar).
Isso se deve a que a cultura real obedece a um padrão oculto, valores que são
transmitidos quase clandestinamente e informalmente ao novo membro da organização,
seja por meio de conversas ou por ostracismo (“gelo”) aos que não obedecem. O padrão
oculto é, portanto, encoberto, e para que um pesquisador externo possa descobri-los é
necessário:
1) Tecnologia
Resultados (bens ou serviços prestados)
Processos utilizados (manuais, mecânicos, automatizados)
Insumos necessários (máquinas, mão de obra, conhecimentos)
2) Preceitos
Normas de procedimento
Posições ocupadas pelos participantes e grupos (sistema de status)
Valores compartilhados
3) Sentimentos
São emoções decorrentes de execução de tarefas (obediência) e dos
relacionamentos sociais
Podem ser de satisfação, alienação, inveja, raiva, simpatia, desprezo, etc...
2) conteúdo: tanto no seminário quanto no quartel as normas são rígidas, mas não são
organizações com culturas próximas, pois o conteúdo da variável preceitos é diferente
em cada caso.
A estabilidade
Gestão da imagem
Cada organização busca propagar uma imagem positiva de si mesmo (seja de forma
espontânea, fundamentalmente através das relações com os clientes ou de forma
planejada). No caso de planejamento, as etapas são:
Tem como objetivo o projeto das relações empresa-indivíduo aceitáveis, através das
técnicas de motivação, de satisfação e de implicação dos trabalhadores.
Leitura rápida #1
Valores: os valores são construídos principalmente, pela cúpula e estão amarrados aos
objetivos organizacionais, são o coração da cultura, e dizem o que é importante para se
atingir o sucesso. No desenho da organização os valores indicam as questões que são
prioritárias para a organização, determinam também os níveis hierárquicos e as relações
entre seus membros além de exercer um importante papel em comunicar ao mundo
exterior o que se pode esperar da companhia.
Crenças e pressupostos: geralmente esses termos são utilizados para expressar o que é
tido como verdade na organização, os pressupostos tendem a tornar-se inconscientes e
inquestionáveis. Trata-se de “como nós interpretamos as coisas”, nesse sentido a cultura
é vista como uma rede de significados. A cultura se refere a padrões internamente
consistente de afirmações, restrições e permissões que guiam as pessoas a se
comportarem caminhos permitidos e possibilitam-nas de julgarem outras e justificarem-
se para outras.
Ritos, rituais e cerimônias: são atividades planejadas que têm conseqüências práticas e
expressivas, tornando a cultura mais tangível e coesa. Os ritos e cerimônias tornam
expressiva a cultura à medida que comunicam comportamentos e procedimentos, e
exercem influência visível e penetrante, pois promovem a integração dos membros da
organização
.
Estórias e mitos: As estórias narram os eventos ocorridos, reforçam o comportamento
existente e enfatizam como esse comportamento se ajusta ao ambiente organizacional.
Os mitos se referem a estórias consistentes com os valores da organização, porém, não
sustentadas em fatos. O mito é a relação de identificação ideologicamente construída, de
indivíduos e grupos sociais com significantes do imaginário coletivo. É uma narrativa
imaginária que estrutura e organiza de forma criativa as crenças culturais.
Normalmente, o mito narra sobre a origem da organização.
Normas: as normas são regras que defendem o comportamento que é esperado, aceito
ou sancionado pelo grupo.O conceito de normas pode ser compreendido por indivíduos
de diferentes níveis hierárquicos e educacionais dentro da organização, isso facilita a
sua aplicação de forma bem sucedida, além de facilitar as mudanças culturais que se
embasam no sistema normativo da organização.
11
Grupos sociais. Grupos primários e secundários. Grupo de
fora e grupo de dentro. Grupos formais e informais
O ser humano é um ser social, um ser grupal, onde adquire sua personalidade e sua
identidade individual.
Grupo
Qualquer número de pessoas que partilham de uma consciência de interação e de
filiação.
Reunidas, as pessoas atingem mais facilmente seus objetivos pessoais mas por outro
lado, é exigido algum tipo de retribuição (troca de benefícios).
Todo grupo, sobretudo se é estável (se dura bastante tempo), tende a desenvolver
rotinas de interação, lugares onde se reúne, temas de conversa e estilos, enfim, de
resolver seus conflitos. Todo grupo desenvolve uma "cultura" de grupo, que é uma
“subcultura” da cultura dominante da sociedade.
Características
Condutas semelhantes
Objetivos comuns
Normas, símbolos e valores partilhados
Todo grupo tem um líder e membros muito próximos a ele. Possui também, obviamente
membros marginais. Estes não se podem ser evitados mas tampouco devem ser
valorados negativamente. Os membros marginais, sempre que sejam considerados
membros, contribuem com algo ao grupo; algo sutil mas real, contribuem com
“número”. E o número é importante, porque de algum jeito leva um pouco de qualidade
ao grupo.
Grupos primários
Grupos secundários
ciganos = ladrões
políticos = corruptos
argentinos =
Grupos de referência
São grupos que o indivíduo aceita como modelo e guia de seu próprio comportamento e
de suas ações. Estabelecem um padrão para a avaliação de seu próprio comportamento.
Comunidade
As organizações são:
12
Redes sociais e a teoria do mundo pequeno. Sociograma
Leitura preliminar
A idéia tem sua força e seu encanto. Mais ou menos na mesma época três
estudantes universitários inventam “Os seis graus do Kevin Bacon”, apoiado
neste conceito. O objetivo é encontrar uma ligação, quer dizer aparecer em um
mesmo filme, entre qualquer outro ator e o ator norte-americano Kevin Bacon,
no menor número de passos possíveis. Este número de passos se define como o
Mas, finalmente qual é a utilidade de todas estas teorias? A teoria dos mundos
pequenos foi aplicada na ciência e na tecnologia para o projeto de redes
telefônicas, passando pela interconexão entre células cerebrais e inclusive nos
estudos de transmissão de doenças venéreas. Em seu aspecto social, também se
pode utilizar para a compreensão de como as notícias, os boatos e inclusive a
opinião política se disseminam através da sociedade. Em outras palavras, os
estudos dos mundos pequenos se vinculam a todos aqueles processos de
transmissão do que se poderia definir amplamente como “informação” através
de uma rede. Mas além de seu valor científico, possivelmente tenham um valor
moral e ético, de nos fazer refletir a respeito de quão perto estamos da outras
pessoas, neste pequeno mundo no qual vivemos.
13
Institucionalização. Instituições sociais básicas. Introdução
às organizações formais.
Instituições sociais
Uma instituição é sistema complexo e organizado das relações sociais que incorpora
valores, costumes, crenças, práticas e procedimentos comuns, relativamente
permanente, com relações padronizadas, rotineiras e previsíveis para cumprir certas
necessidades básicas
sistema organizado = permanente
de relações = estrutura interna (material e não material)
valores = códigos de conduta, refletem os valores da sociedade mais geral
necessidades básicas = finalidade/função, meta ou propósito do grupo, com regulação das necessidades
São entes abstratos, não podem ser vistos ou tocados, mas existem como fato social. As
instituições incorporam valores fundamentais da sociedade e seus ideais também são
aceitos por esta. Por isso, são (relativamente) duradouras.
Uma instituição pode ser definida como uma organização de normas e costumes para a
obtenção de alguma meta ou atividade que as pessoas julgarem importantes.
1. Família
2. Religião
3. Educação
4. Instituições econômicas e de trabalho
5. Instituições políticas
comportamento comportamento
espontâneo previsível
As instituições sociais utilizam símbolos que identificam uma instituição e nos lembram
de sua existência.
Funções da religião
Auxílio na busca de identidade moral
Proporcionar explicações para interpretar o ambiente físico e social
Promoção da sociabilidade, coesão social e solidariedade grupal
Leitura breve #1
De acordo com Davidoff, lidar com um funcionário estafado e com um adolescente são
tarefas bastante semelhantes.
Descubra o que o está chateando, sugere o autor. Veja a situação a partir da sua
perspectiva. Procure oportunidades para lhe dar mais responsabilidade.
Por exemplo, peça ao funcionário que não tem dado muito sinal de participar da equipe
para liderar a próxima reunião do grupo de trabalho. Mencione que os colegas estão
realmente impressionados com o seu conhecimento e que o respeitam bastante. Ao
preparar-se para a reunião e administra-la ele terá que apresentar uma performance
melhor, diz Davidoff. E o funcionário perceberá as recompensas que receberá por agir
de tal forma.
Kirk Blackard, um nativo de Houston que é diretor de recursos humanos aposentado da
Shell Oil Company escreveu um novo livro, "Capitalizing on Conflict: Strategies and
Practices for Turning Conflict to Synergy in Organizations" (Capitalizando os
Conflitos: Estratégias e Prática para Transformar Conflito em Sinergia nas
Organizações).
Blackard acredita que a maior parte dos conflitos organizacionais é causada por
problemas de gerenciamento. Segundo Blackard, muitas vezes os chefes não
demonstram respeito suficiente para com os seus funcionários; ouvem pouco os
empregados; não envolvem os funcionários nas decisões no grau que deveriam faze-lo;
e não reconhecem que os funcionários sabem mais do que a gerência.
Os indivíduos formam sindicatos devido ao mau gerenciamento, diz Blackward, que
também escreveu "Managing Change in a Unionized Workplace: Countervailing
Collaboration" ("Gerenciando a Mudança em um Ambiente de Trabalho Sindicalizado:
A Colaboração que Contrabalança").
Não são as condições de trabalho ou os salários, mas muitas vezes um mau supervisor
que é a causa dos problemas.
E as políticas aplicadas no ambiente de trabalho muitas vezes não são o problema, diz
ele. É a forma como elas são escritas e a maneira como são administradas que causam
problemas.