Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DO FILME SHREK
Resumo
Esta comunicação constitui-se numa análise do filme Shrek à luz dos conceitos de
interdiscursividade e intertextualidade. Tem como objetivo principal analisar como o
interdiscurso e a intertextualidade presentes nessa obra fílmica contribuem para uma
desconstrução do ethos predominante nas histórias de fantasia e contos de fadas. O texto
apresenta um breve resumo do filme Shrek, discute os conceitos de discurso, texto,
interdiscursividade e intertextualidade – apoiando-se, sobretudo, nos trabalhos de Fiorin
(1994) e Barros (1988) –, tece considerações sobre as estruturas narrativas dos filmes, fazendo
contrapontos entre clássicos das histórias de fantasia/contos de fadas e a animação da
Dreamworks – lançada em 2001 e ganhadora do Oscar de melhor animação. Apesar de não
dar um destaque maior à relação entre linguagem cinematográfica e educação – o que fugiria
do objetivo do trabalho –, fica, nas entrelinhas, a defesa do uso da linguagem cinematográfica
na escola como mais um texto, e não como pretexto. Nas considerações finais, conclui-se que
o interdiscurso e a intertextualidade presentes em Shrek promovem uma desconstrução do
ethos dos contos de fada e histórias de fantasias a que fazem referência.
Palavras-chave: Shrek – filme – intertextualidade – interdiscursividade
O filme
Era uma vez Shrek, um ogro que vivia sozinho e feliz, até as personagens dos contos de
fadas invadirem o seu pântano e abalarem seu sossego. Disposto a se livrar daquelas criaturas
e reaver sua tranqüilidade, Shrek decide procurar o responsável pelo despejo das personagens:
o cruel Lord Farquaad. Para recuperar o seu pântano, Shrek terá que buscar a princesa Fiona,
futura noiva do Lord, e salvá-la de um dragão que cospe fogo.
Acompanhado por um burro falante – que insiste em ficar perto de Shrek após este ter
salvado sua vida – o ogro verde segue em busca da princesa.
Depois de atravessar um lago de larva vulcânica, subir ao quarto mais alto da torre mais
alta e se livrar – temporariamente – do dragão, os dois conseguem libertar a bela Fiona. Na
volta para casa, o ogro e a princesa se apaixonam, e Shrek não quer entregar a sua amada para
o Lord...
O filme é baseado no livro homônimo de William Steig (1990). É uma animação 1
computadorizada dirigida por Andrew Adamson e Vicky Jenson. Foi lançado em 2001 e
ganhou o Oscar de melhor animação. A versão original, em inglês, tem na equipe de
dublagem personalidades hollywoodianas como Cameron Diaz, Mike Myers e Eddie Murphy.
Shrek, o primeiro filme de uma trilogia de muito sucesso do estúdio de animação norte-
americano Dreamworks, é repleto de citações, alusões e estilizações literárias e
1
Animação refere-se ao processo segundo o qual cada fotograma de um filme é produzido individualmente,
podendo ser gerado por computação gráfica, fotografando uma imagem desenhada ou repetidamente fazendo-se
pequenas mudanças a um modelo, fotografando o resultado (http://pt.wikipedia.org/wiki/Anima
%C3%A7%C3%A3o; http://www.tecnologia-e-cinema.com/tecnologia/o-que-e-animacao-computadorizada/). A
animação usada em Shrek foi a computação gráfica.
cinematográficas, o que o torna um prato cheio para o tipo de análise proposta nesta
comunicação. Diante de um prato tão cheio, é necessário fazer escolhas. Neste ensaio, será
dada maior atenção às personagens Fiona e Shrek.
Discurso e texto
Interdiscursividade
Intertextualidade
Considerações finais
Bibliografia
BARROS, Diana Luz Pessoa de. Dialogismo, Polifonia e Enunciação. In: BARROS, Diana
Pessoa de; FIORIN, José Luiz (orgs.). Dialogismo, Polifonia, Intertextualidade: em torno de
Bahktin Mikhail. São Paulo: EDUSP, 1994. pág. 1-9.
BARROS, Diana Luz Pessoa de. Teoria do discurso: fundamentos semióticos. São Paulo:
Atual, 1988.
BRANCA de Neve e os Sete Anões (Título original: Snow White and the Seven Dwarfs).
Direção: David Hand. Roteiro: Dorothy Ann Blank, Richard Creedon, Merrill De Maris, Otto
Englander, Earl Hurd, Dick Rickard, Ted Sears e Webb Smith. Estados Unidos, 1937. 1 DVD
(83 min). Produzido por Walt Disney Pictures. Baseado em história de Jacob Ludwig Carl
Grimm e Wilhelm Carl Grimm.
CALVINO, Ítalo. Por que ler os clássicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
FIORIN, José Luiz. Polifonia textual e discursiva. In: BARROS, Diana Pessoa de; FIORIN,
José Luiz (orgs.). Dialogismo, Polifonia, Intertextualidade: em torno de Bahktin Mikhail. São
Paulo: EDUSP, 1994. pág.29-36.
MAIA, Maria Christina de Motta. Intertextualidade. Disponível em:
http://acd.ufrj.br/~pead/tema02/intertextualidade2.htm. Acesso em jul. 2008.
SHREK. Direção: Andrew Adamson e Vicky Jenson. Roteiro: Ted Elliott. Glendale:
Dreamworks Animation, c2001. 1 DVD (89 min), widescreen, color. Baseado no livro
“Shrek” de William Steig.
SILVA, Salete Therezinha de Almeida. A linguagem cinematográfica na escola: uma leitura
d’O rei Leão. In: CITELLI, Adilson (coord.). Outras linguagens na escola: publicidade,
cinema e TV, rádio, jogos, informática. 2ª edição. São Paulo: Cortez, 2001 (Coleção aprender
e ensinar com textos; v.6).