Eliminação urinária e
cateterismo vesical
Roteiro de aula
1º momento
Objetivos
Eliminação urinária e Sistema urinário
Intervenções de enfermagem
2º momento
Cateterização
Técnicas de cateterismo: de demora, de alívio e
intermitente limpo
ITU
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Objetivos
Capacitar o aluno para a realização da
assistência de enfermagem na eliminação
urinária.
Conhecer os problemas comuns com a
eliminação urinária e as possíveis intervenções
de enfermagem
Capacitar o aluno para a execução do
cateterismo vesical de demora, de alívio.
Conhecer o cateterismo vesical intermitente,
com técnica limpa, na bexiga neurogênica.
Eliminação Urinária
Necessidade humana básica
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Sistema urinário
Função principal:
manter o volume e a
composição química
dos líquidos do
organismo dentro
dos parâmetros que
não comprometam a
vida celular
http://www.youtube.com/watch?
v=JXbdkqYMU5k
http://www.youtube.com/watch?
v=EL3_OqqggDs
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Uretra
♀ 4cm ♂ 18-20cm
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Urina
Líquido orgânico, produto do sistema urinário, excretado
pelos rins, armazenado na bexiga e eliminado para o
exterior através da uretra.
Cor natural: amarela âmbar
Constituição: 95% água e 5% substâncias diversas
(uréia, ácido úrico, creatinina, sais minerais, cloreto de
sódio, fosfatos alcalinos, sulfatos, carbonatos, etc)
Volume médio de eliminação normal diária: 1500ml/dia.
Volume aumentado: ingestão abundante de líquidos,
diabetes, entre outros.
Volume diminuído: glomerulonefrites agudas,
insuficiência cardíaca e renal, entre outros.
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Urina:
características macroscópicas
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Controle (músculo
detrusor e esfíncter)
Continência urinária Centro medular
sacral
Frequência da micção
Micção
Fase de enchimento Fase de esvaziamento
Sinergia vesicoesfincteriana
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Terminologia - Urina
ÚRIA –> URINA
AN ÚRIA - < 100 ml ou ausência de urina
DIS ÚRIA – dor ou ardência ao urinar
GLICOS ÚRIA – presença de açúcar na urina
NICT ÚRIA – freqüência de micção durante a noite
OLIG ÚRIA - diminuição do volume = 100 a 400
ml/24 horas
POLI ÚRIA – eliminação de volume excessivo de
urina
PROTEIN ÚRIA - albumina na urina
PI ÚRIA - presença de pus
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Caso
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Processo de enfermagem
Coleta de dados - Entrevista
Padrões de micção
Hábitos e dificuldades
História de problemas urinários atuais ou
anteriores (sinais e
sintomas)
Exame físico
Exame físico dos rins, da bexiga e do
meato uretral
Investigação das condições de
integridade e hidratação da pele
Sinais de edema
Exame da urina
Manobra
de
Giordano
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Diagnósticos de enfermagem
ELIMINAÇÃO URINÁRIA PREJUDICADA
AO AUTOCUIDADO
Planejamento de enfermagem na
eliminação urinária - objetivos gerais
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Intervenções de enfermagem:
Retenção urinária
Acúmulo de urina na bexiga com incapacidade de
esvaziar-se completamente – Obstrução uretral
(estreitamento), bexiga neurogênica, aumento da próstata,
efeitos pós-anestésicos, efeitos colaterais de
medicamentos como anticolinérgicos, narcóticos, opióides)
Intervenções de enfermagem:
Infecção do trato urinário - ITU
ITU: Principal causa de morbidade e gastos com cuidado
de saúde, Mulheres são mais vulneráveis, Pode afetar o
TU inferior (bexiga e uretra) e o superior (rins e
ureteres), frequentemente devido a Escherichia coli
(contaminação e higiene inadequada)
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Intervenções de enfermagem:
incontinência urinária
Incapacidade de reter a urina na bexiga
Subdiagnosticada
Maior prevalência em mulheres
Prejudica o autoconceito, autoimagem
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Caso
15/05/2015 – Paciente mantem
incontinência urinária, em uso de fraldas e
piora do estado da UPP, mesmo após o
desbridamento cirúrgico, devido à
umidade excessiva. Indicada o
cateterismo vesical de demora.
DIAGNÓSTICO
RISCO PARA INFECÇÃO
(RELACIONADA AO USO DA CATETER
VESICAL)
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Cateterismo vesical
(sondagem vesical)
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Riscos da cateterização
ITU
Sepse
Trauma uretral
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Tipos de cateteres
Foley: cateterismo de demora
Uretral simples/Nelaton:
cateterismo de alívio, cateter
com um lúmen
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Potter, 2009
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Indicada para:
Promover o esvaziamento da bexiga,
monitorizar débito urinário,
preparo cirúrgico,
realizar irrigação vesical,
diminuir o contato da urina com lesões de
pele próximas à região genital
01 Campo fenestrado estéril com fenda O campo fenestrado aumenta a área estéril de
trabalho durante a técnica, apesar de ser opcional
em alguns serviços.
01 Cateter uretral (tipo Foley/duas vias) Selecionar o menor calibre capaz de
(usualmente de 12Fr a 16Fr); proporcionar uma drenagem de urina adequada e
minimizar as lesões uretrais(6, 9, 11-14).
O uso do cateter de silicone é indicado por
alguns pesquisadores, para reduzir o risco de
incrustações e obstruções do cateter(6).
01 Bolsa coletora A bolsa deve ter uma extensão suficiente para
permitir a mobilidade, não proporcionar tensão
no cateter e consequente lesão uretral(9, 15, 16).
São recomendados alguns itens na bolsa coletora
para facilitar o cuidado e reduzir o risco de
infecção: válvula antirrefluxo, câmara de
gotejamento e via de aspiração para coleta de
exame(6, 10).
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Gel anestésico estéril (01 Seringa pré-enchidas Indicada a seringa pré-enchidas, descartável
para procedimentos urológicos ou 01 Tubo de após cada procedimento, proporcionando a
gel anestésico estéril com 01 Seringa de 20 ml) praticidade e diminuindo o risco de
contaminação da técnica(9, 14, 16). O
reaproveitamento do tubo de gel anestésico
estéril não é indicado, devendo ser aberto um
novo tubo a cada procedimento.
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Descrição do Procedimento
Procedimento Justificativa
1. Revisar os registros do paciente: Segurança do paciente: excluir
Identificar a indicação do possíveis alergias (látex, iodo e
procedimento, alterações esparadrapo) e complicações em
geniturinárias, intercorrências e procedimentos anteriores (8, 13, 16, 17).
alergias;
2. Avaliar as condições do paciente: Determinar o tamanho do cateter ,
mobilidade, limitações físicas, idade, verificar quão cheia pode estar a
gênero e padrão urinário (última bexiga (13, 15, 17)
eliminação);
Procedimento Justificativa
5. Realizar higienização das mãos; Reduzir a microbiota e o risco de
infecção (8, 11, 13, 15,17)
6. Reunir todo o material na bandeja e Promover a organização e o uso
colocar sobre a mesa de cabeceira; eficiente do tempo (13, 16)
7. Proteger a unidade do paciente com Manter privacidade e dignidade do
biombos; paciente (8, 11, 13, 16)
8. Posicionar o (a) paciente em Facilitar o acesso à genitália e a
decúbito dorsal; realização do procedimento (16).
Masculino: afastar ligeiramente as
pernas;
Feminino: posição ginecológica
9. Colocar uma toalha ou tecido Evitar molhar a cama(16)
impermeável abaixo das nádegas e
coxas do paciente
10. Utilizando técnica asséptica abrir o Oferecer acesso fácil aos materiais
pacote de cateterismo entre as pernas durante a realização da técnica(17) .
do paciente, próximo à genitália;
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Procedimento Justificativa
11. Umedecer as gazes da cuba redonda, Iniciar com esse passo evitando que os
com solução antisséptica, outros materiais impeçam o acesso à cuba
redonda para colocar a solução
antisséptica.
12. Abrir a todo material que é estéril Organizar e oferecer fácil acesso aos
colocando-os no campo do pacote de materiais para a realização da técnica (15)
cateterismo: campo fenestrado, o cateter, a
bolsa coletora, as seringa, da agulha, e da
seringa com gel anestésico estéril ou 01
seringa de 20 ml,
13. Abrir o pacote de luvas estéril e calçá- Facilitar o manuseio do material estéril sem
las; contaminá-los e evitar a infecção cruzada (8,
11,16)
Procedimento Justificativa
15. Efetuar o teste do balonete do Confirmar a integridade do balonete,
cateter injetando volume de água evitando o deslocamento, saída
destilada indicado pelo fabricante. acidental do cateter e nova
Após realizar o teste, esvaziar o cateterização (16)
balonete e manter a seringa Volumes altos de água para insuflar o
conectada ao cateter; balonete devem ser evitados, podem
impedir o total esvaziamento da
bexiga, mantendo urina residual e
propiciando a proliferação de
microorganismos e a aumentando
probabilidade de infecção(8)
16. Em seguida, retirar o êmbolo da O gel facilita inserção do cateter, evita
seringa de 20 ml e solicitar ao auxiliar lesões da uretra minimiza a dor(6, 8, 2016)
que despeje o gel dentro da mesma. Gel estéril evita inserção de solução
Após, recolocar o êmbolo da seringa e contaminada no meato uretral;
retirar o ar; afastar-se do campo para retirar o ar
da seringa, evitando molhar o campo(6)
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Procedimento Justificativa
17. Conectar o cateter à bolsa A conexão prévia da bolsa ao cateter
coletora, mantendo o sistema de facilita a execução da técnica, mantém
drenagem fechado; o sistema estéril e anula a
possibilidade de contaminação do
profissional com urina durante o
procedimento(8).O sistema de
drenagem urinário fechado reforça o
controle de infecções(15)
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Procedimento Justificativa
19. Expor o meato uretral com a não Facilitar a visualização do meato
mão dominante. Esta mão deve ficar uretral e evitar o potencial de
expondo a região até o término da contaminação do cateter durante a
inserção do cateter; inserção(15, 16).
Masculino: segurar o pênis Considerar contaminada a mão não
posicionando-o perpendicularmente e dominante que está expondo o
retrair o prepúcio; meato(16)
Feminino: Com os dedos indicador e
polegar abrir os pequenos lábios;
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Procedimento Justificativa
20. Usando uma pinça estéril na mão Iniciar a antissepsia sempre partindo da
dominante, pegar uma gaze/ umedecida área menos contaminada para a mais
com solução antisséptica e proceder a contaminada, visando reduzir o número de
antissepsia do meato uretral: microorganismos, e evitar trazê-los ao
Masculino: em movimento único e meato uretral, considerando que o o meato
circular limpar o meato uretral até a baseé estéril(15, 17,19 )
da glande, repetir o mesmo movimento Ressalta-se que a antissepsia não substitui
até o prepúcio. a higienização da genitália pré-
cateterização (8, 19,20)
Feminino: com movimento circular no Iniciar pelo meato uretral, no sentido
meato, deslizando sempre no sentido anteroposterior na mulher e em direção à
ântero-posterior. Repetir o movimento base da glande no homem(8, 21,22)
realizando a antissepsia do meato uretral
deslizando pelo pequeno lábio direito
com a segunda gaze e, em seguida,
deslizando pelo pequeno lábio esquerdo
com a terceira gaze. Sucessivamente o
mesmo movimento deslizando pelo
grande lábio D e E.
Procedimento Justificativa
21. Após a antissepsia, desprezar a pinça; Fixar a pinça na borda inferior do campo ou
em um local para itens contaminados
22. Pegar a seringa com gel anestésico Para potencializar o efeito anestésico do
estéril; gel é recomendado esperar de 3 a 5
Masculino: injetar lentamente pelo meato minutos para a inserção do cateter (20,23,24)
uretral, cerca de 5 a 10ml de gel; O gel anestésico lubrifica e facilita a
Feminino: lubrificar o cateter e acomodá-lo introdução do cateter pelo meato uretral e
sob uma gaze dentro da cuba rim ou injetar minimiza o desconforto do procedimento.
diretamente no meato uretral; (8,13,14)
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Procedimento Justificativa
24. Injetar a água destilada que está na Injetar o volume indicado pelo fabricante. O
seringa na via do balonete; soro fisiológico e ar não são indicados para
o preenchimento do balonete, pois o ar
pode ser esvaziado espontaneamente e o
soro fisiológico pode cristalizar e dificultar a
deflação do balonete(8, 15)
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Técnica
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Técnica
Fixar o cateter, Homens: na região supra-púbica ou na porção
superior da coxa, Mulheres: face interna da coxa deixando uma
folga
Procedimento Justificativa
29. Observar o volume drenado e as Monitorar a drenagem adequada de
características da urina; urina(8,15)
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Coletor de perna
Anotação de Enfermagem
15/10/12.15horas – Realizado cateterismo vesical de
demora, sem intercorrências, utilizado cateter foley duas
vias,nº14, insuflado balão com 10ml de água destilada. No
momento da cateterização drenado 200ml de urina sem
alterações macroscópicas, com odor característico,
transparente e sem sedimentos (Fabiana – Enf.a COREN 00)
16/10/12 – 10horas – Desprezados 500ml de urina sem
alterações macroscópicas (Fabiana – Enf.a COREN 0000).
16/10/12- 12horas – Desprezados 600ml de urina
concentrada, odor amoniacal e com sedimentos. Orientado
aumento da ingestão hídrica (Fabiana – Enf.a COREN 0000).
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PORTAS DE ENTRADA
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Intervenções de enfermagem
Monitorar a eliminação urinária (frequência,
características) – para ter base para comparação
Questionar possíveis dificuldades de eliminação urinária
Treinar o paciente para eliminação urinária em repouso
antes de procedimentos cirúrgicos
Orientar o paciente a esvaziar a bexiga com frequência
Manter sempre a bolsa coletora abaixo do nível da
bexiga
Clampar a extensão do coletor quando transportar o
paciente para maca, troca de leito. Desclampar a seguir
Fixar o cateter sempre assegurando posição anatômica
no homem e mulher
Higiene íntima frequente e inspeção do cateter
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Cateter suprapúbico
Procedimento médico
Colocação cirúrgica de um cateter
através da parede abdominal,
acima da sínfise púbica p/ dentro
da bexiga
Tem a finalidade de desviar a
urina da uretra
O cateter é fixado c/ sutura ou
pelo seu dispositivo (balão ou
dispositivo próprio na ponta do
cateter)
Esvaziamento é feito no coletor
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Bexiga Neurogênica
Deterioração da
função renal
Refluxo,
Distúrbio do fluxo
ASBH, 2009
urinário/ Incontinência
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Obrigada!
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Referências Bibliográficas
PERRY, A. G.; POTTER, P. A. Guia completo de procedimentos e
competências de enfermagem. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
640p.
POTTER, PA; PERRY, AG. Fundamentos de Enfermagem. Rio de
Janeiro, Editora MOSBY, 2009.
TAYLOR, C; LILLIS, C; LEMONE, P. Fundamentos de Enfermagem: A
arte e a ciência do cuidado de enfermagem. 3ª ed, ARTMED, 2007.
McCLOSKEY, JC; BULECHEK, GM. Classificação das Intervenções de
Enfermagem. (NIC). 3ª ed. São Paulo:Artmed, 2004.
NEWMAN, D. K., WILLSON, M. M. Review of intermittent catheterization
and current best practices. Urologic nursing, 31(1), 12-28, 48, 2011.
Vídeos:
http://www.youtube.com/watch?v=LqCTFSow_bw&feature=related
http://www.medicalvideos.us/play.php?vid=1289
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