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UAM - Estruturas de Concreto Armado

Estruturas de Concreto Armado I e II


Dimensionamento e Detalhamento

Prof. Claydson M. Moro

São Paulo

Fevereiro/2018
UAM - Estruturas de Concreto Armado

Sumário
1  CARACTERÍSTICAS DO CONCRETO ......................................................................................... 11 
1.1  Massa Específica ................................................................................................................ 11 
1.2  Propriedades Mecânicas ..................................................................................................... 11 
1.2.1  Resistência a Compressão ........................................................................................... 11 
1.2.2  Resistência a tração ...................................................................................................... 12 
1.2.3  Resistência a tração na compressão diametral (spliting test) ....................................... 13 
1.2.4  Ensaio de tração na flexão ............................................................................................ 14 
1.2.5  Relação aproximadas obtidas através dos ensaios ...................................................... 15 
1.2.6  Módulo de Elasticidade ................................................................................................. 16 
1.2.7  Coeficiente de Poisson e módulo de Elasticidade Transversal .................................... 18 
2  AÇOS ............................................................................................................................................. 20 
2.1  Aços de Armadura Passiva ................................................................................................. 20 
2.2  Características das Barras .................................................................................................. 20 
2.2.1  Massa Específica .......................................................................................................... 20 
2.2.2  Módulo de Elasticidade – Es ......................................................................................... 20 
2.3  Valores de coeficiente de aderência ................................................................................... 21 
3  CARGAS NAS EDIFICAÇÕES ......................................................................................................22 
3.1  Nomenclatura das Cargas................................................................................................... 22 
3.2  Cargas Permanentes .......................................................................................................... 22 
3.2.1  Peso Próprio .................................................................................................................. 22 
3.3  Ações Variáveis ................................................................................................................... 25 
3.3.1  Ações variáveis diretas.................................................................................................. 25 
3.3.2  Cargas acidentais previstas para o uso da construção ................................................ 25 
3.3.3  Cargas Móveis............................................................................................................... 25 
3.3.4  Ação do Vento ............................................................................................................... 27 
3.3.5  Ação da água (Item 11.4.1.3 – NBR-6118/14 ) ............................................................. 27 
3.3.6  Ações variáveis durante a construção (Item 11.4.1.4 – NBR-6118/14 ) ....................... 27 
3.4  Ações Variáveis Indiretas .................................................................................................... 27 
3.4.1  Variações uniforme de temperatura (item 11.4.2.1 - NBR-6118/14) ........................... 27 
3.4.2  Variações não uniformes de temperatura ..................................................................... 28 
3.4.3  Ações dinâmicas ........................................................................................................... 28 
3.5  Materiais .............................................................................................................................. 28 
4  DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS ........................................................................................... 32 
4.1  Classe de agressividade ambiental, cobrimento e qualidade do concreto ......................... 33 
5  PRÉ-DIMENSIONAMENTO ........................................................................................................... 35 
5.1  Lajes .................................................................................................................................... 35 
5.1.1  Vão efetivos ................................................................................................................... 35 
5.1.2  Altura útil para lajes ....................................................................................................... 36 
5.1.3  Pré-dimensionamento das lajes .................................................................................... 36 
5.1.4  Altura útil para lajes em balanço ................................................................................... 37 
5.1.5  Cálculo da altura (h) da laje .......................................................................................... 37 
5.1.6  Espessuras Mínimas ..................................................................................................... 38 
5.2  Vigas .................................................................................................................................... 38 

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5.2.1  Vão teórico .................................................................................................................... 38 


5.2.2  Pré-dimensionamento das Vigas .................................................................................. 39 
5.3  Pilares .................................................................................................................................. 40 
5.4  Método Simplificado ............................................................................................................ 41 
5.5  Método Melhorado............................................................................................................... 42 
6  Estados Limites .............................................................................................................................. 43 
6.1  Estado Limite Ultimo (ELU) ................................................................................................. 43 
6.2  Estado Limite de Serviço (ELS) .......................................................................................... 43 
6.3  Combinações da Ações ...................................................................................................... 43 
6.3.1  Generalidades ............................................................................................................... 43 
6.3.2  Combinações últimas .................................................................................................... 44 
6.3.3  Coeficientes de ponderação das ações no estado-limite último (ELU) ........................ 44 
6.3.4  Combinações Últimas Usuais ....................................................................................... 45 
6.3.5  Combinações de Serviço .............................................................................................. 47 
6.4  Valores Característicos ....................................................................................................... 48 
6.5  Valores de Cálculo (Item 12.3 da NBR-6118/14) ................................................................ 48 
6.5.1  Resistência de Cálculo do concreto .............................................................................. 48 
6.5.2  Coeficientes de ponderação das resistências no estado-limite ultimo (ELU) ............... 49 
6.5.3  Coeficientes de ponderação das resistências no estado-limite de serviço (ELS) ........ 49 
6.6  Estádios ............................................................................................................................... 50 
6.6.1  Estádio I ......................................................................................................................... 50 
6.6.2  Estádio 2 ........................................................................................................................ 51 
6.6.3  Estádio 3 ........................................................................................................................ 52 
6.7  Domínios de Deformação na Seção Transversal ............................................................... 53 
6.7.1  Domínio 2a .................................................................................................................... 53 
6.7.2  Domínio 2b .................................................................................................................... 53 
6.7.3  Domínio 3 ...................................................................................................................... 54 
6.7.4  Domínio 4 ...................................................................................................................... 55 
6.7.5  Domínio 4a .................................................................................................................... 55 
6.7.6  Domínio 5 ...................................................................................................................... 55 
7  Dimensionamento a Flexão Simples .............................................................................................. 56 
7.1  Seção Retangular à Flexão ................................................................................................. 56 
7.1.1  Diagrama de tensões no Concreto................................................................................ 57 
7.1.2  Modelo de Flexão – Formulação geral utilizando y=λx e αc.......................................... 57 
7.1.3  Modelo de Flexão - Dimensionamento - Para fck  50 MPa, λ=0,8 e αc=0,85 ............. 61 
7.1.4  Momento Resistente...................................................................................................... 62 
7.1.5  Linha neutra para fck > 50 MPa ..................................................................................... 63 
7.2  Condições de Dutilidade ..................................................................................................... 63 
7.3  Seção Retangular com Armadura Dupla ............................................................................ 65 
7.4  Seção “T” à Flexão .............................................................................................................. 67 
7.4.1  Hipótese I – Compressão na Mesa ............................................................................... 67 
7.4.2  Hipótese II – Compressão na Alma............................................................................... 68 
7.4.3  Mesa Colaborante ......................................................................................................... 69 

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8  ANÁLISE DE ELEMENTOS SUBMETIDOS À FORÇA CORTANTE ............................................ 71 


8.1  Mecanismos Resistentes Internos ...................................................................................... 71 
8.2  Modelo de Cálculo I ............................................................................................................. 71 
8.2.1  Verificação da compressão diagonal do concreto ........................................................ 71 
8.2.2  Cálculo da armadura transversal .................................................................................. 72 
8.3  Área mínima ........................................................................................................................ 74 
8.4  Condições de Disposição das armaduras ........................................................................... 74 
8.5  Modelo de Cálculo II ............................................................................................................ 75 
8.5.1  Verificação da compressão diagonal do concreto ........................................................ 75 
8.5.2  Cálculo da armadura transversal .................................................................................. 75 
8.6  Armadura de Suspensão..................................................................................................... 77 
9  DISPOSIÇÕES GERAIS ................................................................................................................ 79 
9.1  Aderência ............................................................................................................................ 79 
9.1.1  Valores de resistência de aderência ............................................................................. 79 
9.2  Ancoragem das Armaduras................................................................................................. 80 
9.2.1  Ancoragem por aderência ............................................................................................. 80 
9.2.2  Comprimento de ancoragem básico ............................................................................. 80 
9.2.3  Comprimento de ancoragem necessário ...................................................................... 82 
9.2.4  Ganchos das armaduras de tração e Diâmetros dos pinos de dobramento das barras82 
9.2.5  Ganchos para estribos .................................................................................................. 83 
9.3  EMENDAS ........................................................................................................................... 85 
9.3.1  Tipos .............................................................................................................................. 85 
9.3.2  Emendas por luvas rosqueadas ou prensada ............................................................... 87 
9.3.3  Emendas por solda........................................................................................................ 88 
9.4  Distribuição longitudinal ...................................................................................................... 90 
9.4.1  Armaduras de tração na flexão simples, ancoradas por aderência .............................. 90 
9.4.2  Processo de determinação do comprimento das barras tracionadas ........................... 90 
9.5  ANCORAGEM NO APOIO .................................................................................................. 93 
10  ESTADOS LIMITES DE SERVIÇO (ELS) ...................................................................................... 94 
10.1  Momento de Fissuração ...................................................................................................... 94 
10.2  Homogeneização da seção ................................................................................................. 94 
10.3  Parâmetros no Estádio II Puro ............................................................................................ 95 
10.3.1  Determinando a posição da linha neutra no Estádio II ................................................. 95 
10.3.2  Momento de Inércia no Estádio II.................................................................................. 97 
10.4  Deformação ......................................................................................................................... 97 
10.4.1  Flechas Imediata em lajes e vigas de concreto armado ............................................... 97 
10.4.2  Flechas Diferidas ao longo do tempo ............................................................................ 98 
10.4.3  Limites de deslocamento dos elementos estruturais .................................................... 98 
10.5  Estado-limite de fissuração ............................................................................................... 100 
10.5.1  Determinação de ................................................................................................... 100 
10.5.2  Valor Limite .................................................................................................................. 101 
11  LAJES...........................................................................................................................................102 
11.1  Introdução.......................................................................................................................... 102 
11.2  Definição............................................................................................................................ 102 

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11.3  Laje Maciça ....................................................................................................................... 102 


11.3.1  Classificação quanto a direção ................................................................................... 102 
11.3.2  Vão efetivos ................................................................................................................. 104 
11.3.3  Altura útil para lajes ..................................................................................................... 104 
11.3.4  Espessuras Mínimas ................................................................................................... 105 
11.4  Vinculação ......................................................................................................................... 106 
11.4.1  Tipos de Lajes ............................................................................................................. 109 
11.5  Reação das Lajes em vigas .............................................................................................. 110 
11.5.1  Método das Áreas - Charneiras Plásticas ................................................................... 110 
11.6  Lajes armadas em uma direção ........................................................................................ 113 
11.6.1  Lajes em Balanço ........................................................................................................ 115 
11.6.2  Lajes armadas em uma direção com duas bordas livres ............................................ 115 
11.7  Momentos Fletores Solicitantes ........................................................................................ 116 
11.7.1  Lajes armadas em duas direções ............................................................................... 116 
11.7.2  Compatibilização dos momentos ................................................................................ 118 
11.8  Dimensionamento à Flexão............................................................................................... 119 
11.9  Detalhamento das Armaduras........................................................................................... 120 
11.9.1  Armaduras longitudinais mínimas e máximas ............................................................. 120 
11.9.2  Armaduras Máximas.................................................................................................... 120 
11.9.3  Armaduras Mínimas .................................................................................................... 120 
11.10  Força cortante em laje e Elementos Lineares com (item 19.4.1 da NBR-6118/14)
121 
11.10.1  Lajes sem armadura para força cortante ................................................................ 121 
11.10.2  Lajes com armadura para força cortante ................................................................ 122 
11.11  Flechas .............................................................................................................................. 122 
11.12  Limite de abertura de Fissura............................................................................................ 123 
12  VIGAS ...........................................................................................................................................124 
12.1  Vão teórico ........................................................................................................................ 124 
12.2  Dimensionamentos ............................................................................................................ 125 
12.2.1  Dimensionamento à Flexão ......................................................................................... 125 
12.2.2  Dimensionamento à Força Cortante ........................................................................... 125 
12.3  Detalhamento dos elementos Lineares ............................................................................. 126 
12.3.1  Armaduras longitudinais mínimas e máximas ............................................................. 126 
12.3.2  Armaduras Máximas.................................................................................................... 126 
12.3.3  Armaduras Mínimas .................................................................................................... 126 
12.3.4  Armadura de Pele........................................................................................................ 126 
12.4  Alocação das Armaduras .................................................................................................. 127 
12.5  Instabilidade lateral ........................................................................................................... 128 
12.6  Flechas .............................................................................................................................. 129 
12.7  Limite de abertura de Fissura............................................................................................ 129 
13  PILARES ......................................................................................................................................130 
13.1  Dimensões Mínima ............................................................................................................ 130 
13.2  Momento Mínimo ............................................................................................................... 130 
13.3  Determinação da Esbeltez ( ) e Esbeltez reduzida ( ) .................................................. 130 

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13.4  Classificação quanto a esbeltez ........................................................................................ 132 


13.5  Cálculo dos Momentos de 2º ordem locais ....................................................................... 133 
13.5.1  Método do pilar padrão com curvatura aproximada.................................................... 134 
13.5.2  Método do pilar padrão com rigidez κ aproximada ..................................................... 135 
13.6  Detalhamento dos elementos Lineares ............................................................................. 136 
13.6.1  Armadura Mínima ........................................................................................................ 136 
13.6.2  Armadura Máxima ....................................................................................................... 136 
13.6.3  Determinação da Armadura Longitudinal .................................................................... 136 
13.6.4  Proteção contra flambagem das barras ...................................................................... 137 
14  ANEXO A - RESUMOS ................................................................................................................138 
14.1  Pré-Dimensionamento ....................................................................................................... 138 
14.1.1  Lajes ............................................................................................................................ 138 
14.1.2  Lajes em balanço ........................................................................................................ 138 
14.2  Flexão ................................................................................................................................ 139 
14.3  Calculo da Armadura Transversal ..................................................................................... 140 
14.3.1  Modelo I ....................................................................................................................... 140 
14.3.2  Área mínima ................................................................................................................ 140 
14.3.3  Condições de Disposição das armaduras ................................................................... 140 
14.4  Ganchos e ancoragem ...................................................................................................... 141 
14.4.1  Armaduras Longitudinais ou de tração........................................................................ 141 
14.4.2  Ganchos para Estribos ................................................................................................ 143 
14.5  Comprimento de ancoragem ............................................................................................. 144 
14.5.1  Comprimento de ancoragem Básico ........................................................................... 144 
14.5.2  Comprimento de ancoragem necessário .................................................................... 144 
14.6  Tabelas .............................................................................................................................. 146 
14.6.1  Tabela de Reação ....................................................................................................... 146 
14.6.2  Tabela de Momentos (Czerny) .................................................................................... 147 
14.6.3  Ábacos admensionais para dimensionamento ........................................................... 148 
15  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................159 

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Lista de Figuras

Fig. 1.1 - Curva de Gauss para a resistência do concreto à compressão ............................................ 12 
Fig. 1.2 - Ensaio à tração Direta............................................................................................................ 13 
Fig. 1.3 – Ensaio de tração por compressão diametral ........................................................................ 13 
Fig. 1.4 - Mecanismos de ensaio para tração na flexão ....................................................................... 14 
Fig. 1.5 - Ruptura fora do terço médio .................................................................................................. 15 
Fig. 1.6 - Módulo de deformação tangente inicial (Eci).......................................................................... 17 
Fig. 1.7 – Deformações longitudinais e transversais ............................................................................ 18 
Fig. 3.1 - Peso próprio considerado para 1m² de laje ........................................................................... 22 
Fig. 3.2 - Camadas de revestimento do Piso ........................................................................................ 23 
Fig. 3.3 - Altura da alvenaria ................................................................................................................. 24 
Fig. 3.4 - Enchimento de laje rebaixada ................................................................................................ 25 
Fig. 5.1 - Vão efetivo ou teórico ............................................................................................................ 35 
Fig. 5.2 - Vão efetivo ou teórico ............................................................................................................ 39 
Fig. 5.3 - Áreas de influência dos pilares .............................................................................................. 40 
Fig. 6.1 - Gráfico Momento x Curvatura correlacionado com os estádios. ........................................... 50 
Fig. 6.2 - Comportamento do concreto na flexão pura (Estádio I) ........................................................ 51 
Fig. 6.3 - Comportamento do concreto na flexão pura (Estádio II) ....................................................... 51 
Fig. 6.4 - Comportamento do concreto na flexão pura (Estádio III) ...................................................... 52 
Fig. 7.1 - Simplificação - Linearização das tensões de compressão no concreto ................................ 57 
Fig. 7.2 - Largura da mesa colaborante ................................................................................................ 70 
Fig. 7.3 – Largura efetiva com abertura ................................................................................................ 70 
Fig. 8.1 - Treliça Clássica de Mörsch-Ritter .......................................................................................... 71 
Fig. 8.2 - Modelo I e Modelo II de cálculo ............................................................................................. 71 
Fig. 8.3 - Espaçamentos Smáx e Stmáx .................................................................................................... 75 
Fig. 8.4 - Viga apoiada diretamente e Viga apoiada indiretamente ...................................................... 77 
Fig. 8.5 - Distribuição das Armaduras de Suspensão ........................................................................... 78 
Fig. 9.1 - Situações de boa e má aderência ......................................................................................... 79 
Fig. 9.2 - Aderência por atrito ................................................................................................................ 80 
Fig. 9.3 – Aderência por meio de dispositivos Mecânicos - 1 ............................................................. 80 
Fig. 9.4 - Ancoragem no concreto ......................................................................................................... 80 
Fig. 9.5 - Ancoragem com barras transversais soldadas ...................................................................... 82 
Fig. 9.6 - Diâmetros de dobramento ..................................................................................................... 83 
Fig. 9.7 - Diâmetros de dobramento para estribos................................................................................ 84 
Fig. 9.8 - Exemplos de dobras de estribos para barras de ɸ 6,3 e ɸ8mm ............................................ 84 
Fig. 9.9 - Emenda por traspasse - Barras de alta aderência (CA-50)................................................... 85 
Fig. 9.10 - Emenda por traspasse - Barras Lisas (CA-25) .................................................................... 85 
Fig. 9.11 - Consideração de emendas por traspasse na mesma seção............................................... 86 
Fig. 9.12 – Etapas de prensagem com uma barras (esquerda) e duas barras (direita) ....................... 87 
Fig. 9.13 - Barra devidamente prensada ............................................................................................... 88 

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Fig. 9.14 - Vista luva em corte, mostrando a prensagem e o pino rosqueado ..................................... 88 
Fig. 9.15 – Luvas embutidas em barras dentro do concreto ................................................................. 88 
Fig. 9.16 – Cobertura do diagrama de força de tração solicitante pelo diagrama resistente ............... 90 
Fig. 11.1 - Laje armada em uma só direção ....................................................................................... 103 
Fig. 11.2 - Laje armada em duas direções.......................................................................................... 103 
Fig. 11.3 - Vão efetivo ou teórico ........................................................................................................ 104 
Fig. 11.4 - Representação dos tipos de apoio .................................................................................... 106 
Fig. 11.5 - Viga de borda como apoio simples para laje ..................................................................... 107 
Fig. 11.6 - Laje em balanço engastada na viga de apoio ................................................................... 107 
Fig. 11.7 - Lajes adjacentes com espessuras muito diferentes .......................................................... 107 
Fig. 11.8 - Momento elástico na continuidade das lajes decorrente dos momentos fletores negativos
diferentes ............................................................................................................................................. 108 
Fig. 11.9 - Caso específico de vinculação .......................................................................................... 108 
Fig. 11.10 - Definição das áreas de influência de carga para cálculo das reações de apoio nas vigas de
borda das lajes armadas em duas direções ....................................................................................... 110 
Fig. 11.11 - Momentos fletores em lajes armadas em uma direção ................................................... 113 
Fig. 11.12 – Laje armada em uma direção sobre apoio simples e carregamento uniforme ............... 113 
Fig. 11.13 - Laje armada em uma direção sobre apoio simples ......................................................... 114 
Fig. 11.14 - Laje armada em uma direção biengastada e carregamento uniforme ............................ 114 
Fig. 11.15 -Laje em balanço armada em uma direção ....................................................................... 115 
Fig. 11.16 - Laje armada em uma direção com as bordas livres ........................................................ 115 
Fig. 11.17 – Comprimento de ancoragem necessário ........................................................................ 122 
Fig. 12.1 - Vão efetivo ou teórico ........................................................................................................ 124 
Fig. 12.2 - Disposição das Armaduras de Pele ................................................................................... 127 
Fig. 12.3 - Alocação das barras na seção transversal da viga ........................................................... 127 
Fig. 13.1 - Momentos de 1º ordem dos Pilares ................................................................................... 133 
Fig. 13.2 - Momentos de 2º ordem dos Pilares ................................................................................... 134 
Fig. 13.3 - Proteção contra a flambagem da barras............................................................................ 137 

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Lista de tabelas

Tab. 1.1 – Resistências a tração do concreto ........................................................................................ 16 


Tab. 1.2 - Valores Estimados de Módulo de Elasticidade em função da resistência característica à
compressão do concreto (considerando granito como agregado graúdo) .......................... 18 
Tab. 2.1 - Características das Barras .................................................................................................... 20 
Tab. 2.2 - Características dos Fios ........................................................................................................ 21 
Tab. 2.3 - Valores de coeficiente de aderência 1 ................................................................................. 21 
Tab. 3.1 - Nomenclatura das Cargas ..................................................................................................... 22 
Tab. 3.2 - Peso específico dos materiais de construção .......................................................................29 
Tab. 3.3 - Valores Mínimos de cargas verticais ..................................................................................... 30 
Continuação da Tab. 3.3 - Valores Mínimos de cargas verticais........................................................... 31 
Tab. 4.1 - Classes de Agressividade Ambiental (CAA) .........................................................................33 
Tab. 4.2 - Correspondência entre classe de agressividade e a qualidade do concreto ........................ 33 
Tab. 4.3 - Correspondência entre a classe de agressividade ambiental e o cobrimento nominal para
c=10mm ............................................................................................................................. 34 
Tab. 5.1 – Exemplo de composição de cargas para cada área de influência de pilar .......................... 42 
Tab. 6.1 - Coeficiente γf γf1. γf3 ........................................................................................................ 45 
Tab. 6.2 - Coeficiente γf2 ...................................................................................................................... 45 
Tab. 6.3 - Combinações últimas............................................................................................................. 46 
Tab. 6.4 - Combinações de serviço ....................................................................................................... 47 
Tab. 6.5 - Valores dos Coeficientes e ........................................................................................... 49 
Tab. 7.1 - Valores de λ e αc .................................................................................................................... 56 
Tab. 7.2 - Valores de X e As para concretos de fck > 50 MPa ................................................................ 63 
Fonte: Autor (2017) ................................................................................................................................ 81 
Fonte: Autor (2017) ................................................................................................................................ 81 
Tab. 9.3 - Diâmetro dos pinos de dobramento (D)................................................................................. 83 
Tab. 9.4 - Diâmetro dos pinos de dobramento para estribos (Dt).......................................................... 84 
Tab. 9.5 - Valores do coeficiente ..................................................................................................... 86 
Tab. 10.1 - Valores do coeficiente em função do tempo..................................................................... 98 
Tab. 10.2 - Limites de deslocamento ..................................................................................................... 99 
Tab. 10.3 - Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e a proteção da armadura, em função
das classes de agressividade ambiental ............................................................................101 
Tab. 11.1 - Valores do coeficiente adicional para lajes em balanço ...............................................106 
Tab. 11.2 - Critério para bordas parcialmente engastada e/ou parcialmente apoiada ........................109 
Tab. 11.3 - Tabela de reações de apoio em Lajes com carga uniforme .............................................112 
Tab. 11.4 - Tabela de Czerny...............................................................................................................117 
Tab. 11.5 - Valores mínimos para armaduras passivas aderentes .....................................................120 
continuação da Tab. 11.5 - Valores mínimos para armaduras passivas aderentes ............................121 
Tab. 11.6 - Taxas mínima de armadura de flexão para vigas e lajes ..................................................121 
Tab. 12.1 - Taxas mínima de armadura de flexão para vigas .............................................................126 

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Tab. 12.2 - Valores de βfl......................................................................................................................129 


Tab. 13.1 - Valores de para pilares com b entre 12 e 19 cm ..........................................................130 

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1 - Características do Concreto

1 CARACTERÍSTICAS DO CONCRETO

1.1 Massa Específica

A NBR-6118/14, explicita no item 1.2, que a norma se aplica a concretos normais com
massa específica seca maior do que 2000 kg/m³ não excedendo 2800 kg/m³, do grupo I de
resistência (C20 a C50), e do grupo II de resistência (C55 a C90), conforme classificação da
ABNT NBR 8953.
Porém, para efeito de cálculo, a NBR-6118/14, considera para concreto simples o valor
de 2400 kg/m³ e para concreto armado 2500 kg/m³. Quando conhecida a massa específica
do concreto simples, pode-se adotar como a massa do concreto armado, a massa específica
do concreto simples acrescida de 100 kg/m³ a 150 kg/m³.

1.2 Propriedades Mecânicas

De acordo com PINHEIRO (2006), as propriedades mecânicas do concreto são:


resistência a compressão, resistência a tração, e módulo de elasticidade. Essas
propriedades são determinadas a partir de ensaios, executados em condições específicas.
Na falta de ensaios específicos pode-se adotar as resistências a compressão para cada
classe, resistências a tração conforme item 1.2.2, e módulos de elasticidade conforme item
1.2.6.

1.2.1 Resistência a Compressão

A resistência a compressão simples, denominada fc, é uma característica mecânica o


na qual nos guiamos para todos os dimensionamentos apresentados na norma NBR-6118/14,
sendo que a partir dele estima-se o módulo de elasticidade e as resistências a tração do
concreto.
Para estima-la em um lote de concreto, são moldados corpos de prova para ensaio segundo
a NBR-5738 – Moldagem e cura de corpos de prova cilíndricos ou prismáticos, ensaiados de
acordo com os parâmetros da NBR-5739 – Concreto – Ensaio de compressão de corpos-de-
prova cilíndricos.
O corpo-de-prova utilizado como padrão no Brasil, são corpos cilíndricos de 15cm de
diâmetro de 30 cm de altura, tendo como idade média de referência para ensaio de 28 dias.
Após um grande número de corpos-de-prova, pode ser feito um gráfico com os valores
obtidos de fc versus a quantidade de corpos-de-prova relativos a determinado valor de fc,

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1 - Características do Concreto

também denominada de densidade de frequência. A curva encontrada denomina-se Curva


Estatística de Gauss ou Curva de distribuição normal, conforme Fig. 1.1 apresentada abaixo.

Fig. 1.1 - Curva de Gauss para a resistência do concreto à compressão


Fonte: PINHEIRO, 2006.

Através da curva de Gauss, podemos extrair dois valores de suma importância: fcm
sendo a resistência média a compressão, e o fck como a resistência característica.
Sendo fcm é a media aritmética dos valores de fc para um conjunto de corpos-de-prova
ensaiados, podemos determinar a resistência característica por meio da fórmula:

fck = fcm - 1,65s

O desvio padrão s corresponde a distância entre a abcissa de fcm e do ponto de inflexão


da curva, ponto onde a curva muda de concavidade.
O valor de 1,65 corresponde ao quantil de 5%, ou seja, apenas 5% dos corpos de
prova terão resistência menor que fck (fc<fck), desta forma com 95% de corpos-de-prova com
resistência acima de fck.
Podemos definir então sendo o fck como o valor das resistências que tem 5% de
probabilidade de não ser alcançado, em ensaios de corpos-de-prova de um determinado lote
de concreto.

1.2.2 Resistência a tração

A resistência a tração indireta fct.sup e a resistência à tração na flexão fct,f , devem ser
obtidos em ensaios realizados segundo as ABNT NBR 7222 e ABNT NBR 1214,
respectivamente. Neste ensaio é aplicada uma carga de tração axial, até a ruptura, em corpos
de prova de concreto simples. A central é retangular, medindo 9 cm por 15 cm, e as
extremidades são quadradas de lado 15cm.

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Fig. 1.2 - Ensaio à tração Direta


Fonte: PINHEIRO, 2006.

1.2.3 Resistência a tração na compressão diametral (spliting test)

O ensaio de compressão diametral é realizado feito com corpos-de-prova cilíndricos


de 15 cm de diâmetro e 30 cm de altura, colocado numa prensa com o eixo horizontal entre
pratos, sendo aplicada uma força até a sua ruptura tração indireta (ruptura por fendilhamento).
Este ensaio é o mais utilizado, e foi desenvolvido por um brasileiro, Lobo Carneiro em 1947,
também conhecimento como ensaio brasileiro.

Fig. 1.3 – Ensaio de tração por compressão diametral


Fonte: PINHEIRO, 2006

De acordo com a NBR-7222/11, a resistência à tração por compressão diametral deve


ser calculada pela expressão:

2. F
f ,
πdl

Onde:
f , é a resistência à a tração por compressão diametral, em MPa;
F é a força máxima obtida no ensaio, expresso em newtons (N);
d é o comprimento do corpo de prova, expresso em milímetros (mm);
l é o comprimento do corpo de prova, expresso em milímetros (mm).

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1.2.4 Ensaio de tração na flexão

O ensaio de tração na flexão é realizado com corpos-de-prova prismáticos, sendo


carregamentos aplicados em duas seções simétricas até que ocorra a ruptura. Este ensaio
pode ser conhecido também como por “carregamentos nos terços”, pelo fato das seções
serem carregadas se encontrarem nos terços dos vãos.

Fig. 1.4 - Mecanismos de ensaio para tração na flexão


Fonte: NBR-12142 – Figura 1

A resistência de tração na flexão deve ser calculada de acordo com a seguinte


equação:
F.
f ,
b. d

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Caso a ruptura ocorra fora do terço médio, a uma distância deste não superior a 5%
de , calcular a resistência de tração na flexão pela expressão:
3. F. a
f ,
b. d

Onde:
f , é a resistência de tração a flexão, expressa em megapascals (MPa);
F é a força registrada pela maquina de ensaio, expressa em newtons (N);
é a dimensão do vão entre os apoios, expressa em milímetros (mm);
b é a largura média do corpo de prova, expressa em milímetros (mm);
d é a altura média do corpo de prova, expressa em milímetros (mm);
a é a distância média entre a linha de ruptura na face tracionada e a linha correspondente
ao apoio mais próximo, em milímetros (mm). Ver Fig. 1.5.

Fig. 1.5 - Ruptura fora do terço médio


Fonte: NBR-12142 – Figura 2

1.2.5 Relação aproximadas obtidas através dos ensaios

A resistência a tração direta f pode ser considerada igual a 0,9. f , ou 0,7. f , , ou


seja, 0,9 da compressão diametral, ou 0,7 do ensaio tração na flexão como coeficientes de
conversão.
Na falta de ensaios, as resistências a tração direta podem ser obtidas a partir da
resistência à compressão f .
f , 0,7. f ,

f , 1,3. f ,

- Para concreto de classe até C50

f , 0,3. f
- Para concretos de classes C55 até C90
f , 2,12. ln. 1 0,11. f

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F , ef são expressos em megapascal (MPa).


Onde:
f , resistência do concreto a tração média;
f , resistência do concreto a tração na flexão;
f , resistência do concreto a tração indireta.

Desta forma, temos:

Tab. 1.1 – Resistências a tração do concreto

fck fct,m fctk,inf fctd


(MPa) MPa kN/cm² MPa kN/cm² MPa kN/cm²

20 2,210 0,221 1,547 0,155 1,105 0,110


25 2,565 0,256 1,795 0,180 1,282 0,128
30 2,896 0,287 2,028 0,203 1,449 0,145
35 3,210 0,321 2,247 0,225 1,605 0,160
40 3,509 0,351 2,456 0,246 1,754 0,175
45 3,795 0,380 2,657 0,266 1,898 0,190
50 4,072 0,407 2,850 0,285 2,036 0,204
55 4,140 0,414 2,898 0,290 2,070 0,207
60 4,300 0,430 3,010 0,301 2,150 0,215
70 4,586 0,459 3,210 0,321 2,293 0,229
80 4,839 0,484 3,387 0,339 2,419 0,242
90 5,064 0,506 3,545 0,354 2,532 0,253
Fonte: Autor (2017)

1.2.6 Módulo de Elasticidade

O modulo de deformação tangente inicial (E ) deve ser obtido segundo o método de


ensaio estabelecido na NBR-8522/08 - Concreto - Determinação do módulo estático de
elasticidade à compressão, sendo considerado o módulo de deformação tangente inicial,
obtido na idade de 28 dias.
Quando não forem realizados os ensaios, pode-se estimar o valor do módulo de
elasticidade inicial usando as expressões descritas na NBR-6118/14, item 8.2.8, conforme a
seguir:

E α . 5600 f para f de 20 MPa até 50 MPa;

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E 21,5. 10 . α . 1,25 para f de 55 MPa até 90 MPa;

Sendo:

α = 1,2 para basalto e diabásio;


α = 1,0 para granito e gnaisse;
α = 0,9 para calcário;
α = 0,7 para arenito;

E ef são dados em Megapascal (MPa);


E módulo de deformação tangencial inicial.

Fig. 1.6 - Módulo de deformação tangente inicial (Eci)


Fonte: PINHEIRO (2006)

O módulo de deformação secante pode ser obtido segundo o método de ensaio


estabelecido na NBR-8522/08, ou estimado pela expressão:

E α .E

Sendo:
f
αi 0,8 0,2 . 1,0
80

E módulo de deformação secante

Valores estimados de módulo de elasticidade em função da resistência característica


à compressão do concreto (considerando o uso de granito como agregado graúdo), conforme
Tab. 1.2.

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1 - Características do Concreto

Tab. 1.2 - Valores Estimados de Módulo de Elasticidade em função da resistência característica à


compressão do concreto (considerando granito como agregado graúdo)
Classe de
C20 C25 C30 C35 C40 C45 C50 C60 C70 C80 C90
Resistência
Eci
25 28 31 33 35 38 40 42 43 45 47
(GPa)
Ecs
21 24 27 29 32 34 37 40 42 45 47
(GPa)

αi 0,85 0,86 0,88 0,89 0,90 0,91 0,93 0,95 0,98 1,00 1,00

Fonte: Tabela 8.1 da NBR-6118/14, pg. 25.

Os módulos de elasticidade em uma idade menor que 28 dias pode ser avaliado pelas
expressões a seguir, substituindo fck por fcj:
,
E t . E , para os concretos com fck de 20 MPa a 45 MPa;

,
E t .E , para os concretos com fck de 50 MPa a 90 MPa;

Onde:
E t é a estimativa do módulo de elasticidade do concreto em uma idade entre 7 dias e 28
dias.
f t é a resistência a compressão do concreto na idade em que se pretende estimar o
módulo de elasticidade, em megapascal (MPa).

1.2.7 Coeficiente de Poisson e módulo de Elasticidade Transversal

O coeficiente de Poisson é a relação entre a deformação longitudinal do concreto


causada por uma carga uniaxial aplicada em sua direção, resultando em uma deformação
transversal com sinal contrário. (Fig. 1.7).

Fig. 1.7 – Deformações longitudinais e transversais


Fonte: PINHEIRO, MUZARDO E SANTOS (2004)

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1 - Características do Concreto

Porém no item 8.2.9 da NBR-6118/14, admite-se que para tensões de compressão


menores que 0,5.f e tensões de tração menores que f , o coeficiente de Poisson , pode ser
tomado igual a 0,2.

De forma geral, pode-se admitir que o módulo de elasticidade transversal seja igual a:

E
G
2. 1 υ

Admitindo-se um coeficiente de Poisson de 0,2, pode-se escrever o módulo de


elasticidade transversal da seguinte maneira:

E E E
G → →
2. 1 0,2 2. 1,2 2,4

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2 – Aços

2 AÇOS
2.1 Aços de Armadura Passiva

Nos projetos de estruturas de concreto armado deve ser utilizado aço classificado pela
ABNT NBR 7480, com valor característico da resistência ao escoamento nas categorias CA-
25, CA-50 e CA-60. Os diâmetros e seções transversais nominais devem ser os estabelecidos
pela NBR-7480, conforme apresentado na Tab. 2.1.

2.2 Características das Barras

2.2.1 Massa Específica


Pode-se adotar para a massa específica do aço de armadura passiva o valor de 7850 kg/m³.

2.2.2 Módulo de Elasticidade – Es

Na falta de ensaios ou valores fornecidos pelo fabricante, o módulo de elasticidade do aço


pode ser admitido igual a 210 GPa ou 21000 kN/cm².

Tab. 2.1 - Características das Barras

Diâmetro Massa e tolerância por unidade


Valores Nominais
Nominal de comprimento

Área da Seção
Massa Máxima variação
Barras Área da Seção utilizadas para Perímetro
Nominal permitida para a
(mm) (cm²) projeto (cm)
kg/m massa nominal
(cm²)

6,3 0,245 ± 7% 0,312 0,31 1,98

8,0 0,395 ± 7% 0,503 0,50 2,51

10,0 0,617 ± 6% 0,785 0,79 3,14

12,5 0,963 ± 6% 1,227 1,23 3,93

16,0 1,578 ± 5% 2,011 2,00 5,03

20,0 2,466 ± 5% 3,142 3,14 6,28

22,0 2,984 ± 4% 3,801 3,80 6,91

25,0 3,853 ± 4% 4,909 4,91 7,85

32,0 6,313 ± 4% 8,042 8,04 10,05

40,0 9,865 ± 4% 12,566 12,6 12,57

Fonte: Adaptado de NBR-7480/07 – Tabela B.1 – Anexo B

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2 – Aços

Tab. 2.2 - Características dos Fios

Diâmetro Massa e tolerância por unidade de


Valores Nominais
Nominal comprimento

Massa Área da
Fios Máxima variação permitida Perímetro
Nominal Seção
(mm) para a massa nominal (cm)
kg/m (cm²)

2,4 0,036 ± 6% 0,045 0,75

3,4 0,071 ± 6% 0,091 1,07

3,8 0,089 ± 6% 0,113 1,19

4,2 0,109 ± 6% 0,139 1,32

4,6 0,130 ± 6% 0,166 1,45

5,0 0,154 ± 6% 0,196 1,57

5,5 0,187 ± 6% 0,238 1,73

6,0 0,222 ± 6% 0,283 1,88

6,4 0,253 ± 6% 0,322 2,01

7,0 0,302 ± 6% 0,385 2,20

8,0 0,395 ± 6% 0,503 2,51

9,5 0,558 ± 6% 0,709 2,98

10,0 0,617 ± 6% 0,785 3,14

Fonte: Adaptado de NBR-7480/07 – Tabela B.2 – Anexo B

2.3 Valores de coeficiente de aderência


Tab. 2.3 - Valores de coeficiente de aderência 1

Categoria Aço Tipo de Superfície 1

CA-25 Lisa 1,00

CA-50 Nervurada 2,25

CA-60 Entalhada 1,40

Fonte: NBR-6118/14 – Tabela 8.3

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3 – Cargas

3 CARGAS NAS EDIFICAÇÕES

3.1 Nomenclatura das Cargas


Tab. 3.1 - Nomenclatura das Cargas

Carga Carga Concentrada Carga Distribuída

Permanente Peso Próprio G0 g0


Outras G* g*
Acidental Q q
Perm.+Acidental P p
Fonte: RELVAS (2015)
3.2 Cargas Permanentes

3.2.1 Peso Próprio

O peso próprio nas edificações é ligado diretamente ao peso específicos dos materiais
(Tab. 3.2), sendo desta forma todos calculados de acordo com o volume do material x peso
específico. Porém as composições das cargas variam de acordo com cada elemento a ser
dimensionado, sendo que alguns carregamentos serão por m², e outros por metro linear.

3.2.1.1 Lajes

O peso próprio das lajes, é formado pelo peso do concreto armado formado pela laje
maciça. Em sua grande maioria, as lajes maciças possuem espessura constante, desta forma
suas cargas são distribuídas na área da laje, e para um metro quadrado de laje pode ser
calculado da seguinte forma:
.

Sendo:
g peso próprio da laje, em kN/m²;
γ peso específico do concreto, sendo 25 kN/m³ para concreto armado, conforme
item 1.1.
h altura da laje, em metros (m).

Fig. 3.1 - Peso próprio considerado para 1m² de laje

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3 – Cargas

3.2.1.2 Vigas

As vigas são elementos lineares, e todos os diagramas de esforços internos


solicitantes são determinados através de barras carregadas com cargas lineares, pontuais,
e/ou variáveis linearmente. Desta forma, a composição de carregamento de peso próprio para
as vigas, será realizado através de cargas por metro linear, conforme apresentado a seguir:

. . .

3.2.1.3 Revestimento de Lajes

Os revestimentos são determinados de acordo com os materiais empregados sobre o


piso ou parede, e da mesma forma que a laje, são aplicados em grandes áreas, especificados
em cargas por m².

Pela expressão geral, podemos calcular:

g . e γ e γ ⋯ e γ

Fig. 3.2 - Camadas de revestimento do Piso

Pesos Específicos adotados para alguns revestimentos podem ser consultados na


Tab. 3.2.
Quando não conhecemos os carregamentos de revestimento aplicados, pode-se de
forma simplificada adotar:

qrev.piso = 0,85 kN/m²


qrev.teto = 0,35 kN/m²
qtotal = 1,20 kN/m²

Vale ressaltar que pode haver revestimento apenas na parte superior, ou apenas na
parte inferior, ou ainda em ambos. Em casos específicos de revestimento, tais como
impermeabilizações, deve-se consultar o fabricante para informações mais precisas.

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3 – Cargas

3.2.1.4 Alvenaria

As alvenarias estão são essenciais para a vedação de nossas edificações, sendo estas
preferencialmente alocadas sob as vigas. Para a determinação das cargas lineares de
alvenaria, temos:

Fig. 3.3 - Altura da alvenaria

g . . .
ou
g . . .

3.2.1.5 Enchimento de laje

Os enchimentos de laje eram muito usuais antigamente, onde banheiros eram


executados com lajes rebaixadas para a instalação do redes de esgoto, não sendo muito
comum nos dias de hoje, onde os esgotos são instalados no teto do pavimento de baixo.
Porém se tornam necessários em casos específicos ou utilizados apenas como elementos
arquitetônicos, tais como:
- jardins de inverno, onde há a necessidade de criação de camadas de britas drenantes;
- preenchimento em cinasita (argila expandida) em áreas externas de lajes para melhor
conforto térmico e/ou jardins de inverno;
- desníveis entre pavimentos que necessitam ser corrigidos, etc.

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3 – Cargas

Fig. 3.4 - Enchimento de laje rebaixada

g . .γ .

3.3 Ações Variáveis


3.3.1 Ações variáveis diretas

As ações variáveis diretas são constituídas pelas cargas acidentais previstas para o
uso da construção, pela ação do vento e da água, respeitando as prescrições feitas por
normas específicas.

3.3.2 Cargas acidentais previstas para o uso da construção

As cargas acidentais correspondem a ações variáveis, onde é estimado seus esforços,


e não atuando em todo tempo da estrutura, normalmente correlacionadas a:
- cargas verticais de uso de construção conforme mostrada na Tab. 3.3;
- cargas móveis, considerando o impacto vertical, de numero de faixas e adicional;
- impacto lateral;
- força longitudinal de frenagem ou aceleração;
- força centrifuga.

3.3.3 Cargas Móveis

Estas ações também são conhecidas como trem-tipo, sendo caracterizadas pelo
arranjo de cargas pontuais ( ) e cargas uniformente distribuídas ( ), sobre os elementos
estruturais. A NBR-7188/13 no item 5, especifica os coeficientes para as cargas móveis como:

. . .
. . .

é a carga estática concentrada aplicada no nível do pavimento (kN);


é a carga uniformemente distribuída , aplicada no nível do pavimento (kN/m²);
coeficiente de impacto vertical;

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3 – Cargas

coeficiente do número de faixas;


coeficiente de impacto adicional.

3.3.3.1 Coeficiente de impacto vertical (CIV) (Item 5.1.2.1 – NBR-7188/13)

O coeficiente de impacto vertical é causado principalmente pelos efeitos dinâmicos de


cargas móveis, provenientes de tráfegos (veículos e pedestres). Estes coeficiente pode ser
definido como:
1,35, para estruturas com vão menor do que 10,0m;

1 1,06. , para estruturas com vão entre 10,0m e 200,0m;

Onde:

é o vão em em metros para o cálculo de , conforme o tipo de estrutura;


Sendo:
usado para estruturas de vão isostático. : média aritimética dos vãos nos
casos de vãos contínuos;
é o comprimento do próprio balanço para estruturas em balanço;
é o vão expresso em metros.
Para estruturas com vãos acima de 200,0m, deve ser realizado estudo específico para
a consideração da amplificação dinâmica e definição do coeficiente vertical.

3.3.3.2 Coeficiente de número de faixas (CNF) (Item 5.1.2.2 – NBR-7188/13)

As cargas moveis características, definidas no item 3.3.3, devem ser ajustadas pelo
coeficiente do número de faixas no tabuleiro, conforme descrito abaixo:

1 0,05. 2 0,9

é o número (inteiro) de faixas de tráfego rodoviário a serem carregadas sobre


um tabuleiro transversal contínuo. Acostamento e faixas de segurança não são
faixas de tráfego da rodovia.

3.3.3.3 Coeficiente de impacto adicional (CIA) (Item 5.1.2.3 – NBR-7188/13)

Os esforços das cargas móveis devem ser majorados na região das juntas estruturais
e extremidades da obra. Todas as seções dos elementos estruturais a uma distância

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3 – Cargas

horizontal, normal a junta, inferior a 5,0m para cada lado da junta ou descontinuidade
estrutural, deve ser dimensionadas com os esforços das cargas móveis majoradas pelo
coeficiente de impacto adicional, conform definido abaixo:

1,25, para obras em concreto ou mistas;


1,15, para obras em aço.

3.3.4 Ação do Vento

As pressões dinâmicas de vento nas edificações devem ser consideradas, devendo


de forma recomendativa a utilização da NBR 6123/88, ou a apostila 1 de estruturas metálicas
UAM, ações dos ventos nas edificações.

3.3.5 Ação da água (Item 11.4.1.3 – NBR-6118/14 )

O nível da água adotado para cálculo dos reservatórios, tanques, decantadores e


outros deve ser igual ao máximo possível com o sistema de extravasão, considerando apenas
o coeficiente 1,2, conforme ABNT NBR-8681 (item 11.7 e 11.8). Nas estruturas em
que a água possa ficar retida, deve ser considerada a presença de uma lamina de água
correspondente ao nível da drenagem efetivamente garantida pela construção.

3.3.6 Ações variáveis durante a construção (Item 11.4.1.4 – NBR-6118/14 )

As estruturas em que todas as fases construtivas não tenham sua segurança garantida
pela verificação da obra pronta devem ser incluídas no projeto de verificações das fases
construtivas mais significativas e sua influência na fase final.
A verificação de cada uma dessas fases deve ser feita considerando a parte da estrutura
já executada e as estruturas provisórias auxiliares com seus respectivos pesos próprios. Além
disso devem ser consideradas as cargas acidentais de execução.

3.4 Ações Variáveis Indiretas


3.4.1 Variações uniforme de temperatura (item 11.4.2.1 - NBR-6118/14)

A variação da temperatura da estrutura, causada globalmente para variação da


temperatura da atmosfera e pela insolação direta, é considerada uniforme. Ela depende do
local de implantação da construção, e das dimensões dos elementos estruturais que a
compõem.

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3 – Cargas

De maneira genérica podem ser adotados os seguintes valores:


a) Para elementos estruturais cuja a menor dimensão não seja superior a 50 cm, deve
ser considerada uma oscilação de temperatura em torno da média de 10ºC a 15ºC;
b) Para elementos estruturais maciços ou ocos, com os espaços vazios inteiramente
fechados, cuja menor dimensão seja a 70 cm, admite-se que essa oscilação seja
reduzida respectivamente para 5ºC a 10ºC;
c) Para elementos estruturais cuja a menor dimensão esteja entre 50cm e 70cm,
admite-se que seja feita uma interpolação linear entre os valores acima indicados.

A escolha de um valor entre esses dois limites pode ser feita considerando-se 50% da
diferença entre as temperaturas médias de verão e inverno, no local da obra.

3.4.2 Variações não uniformes de temperatura

Nos elementos estruturais em que a temperatura possa ter distribuição


significativamente diferente da uniforme, devem ser considerados os efeitos dessa
distribuição. Na falta de dados mais precisos, pode ser admitida uma variação linear entre os
valores da temperatura adotados, desde que a variação de temperatura considerada entre
uma face e outra da estrutura não seja inferior a 5ºC.

3.4.3 Ações dinâmicas

Quando a estrutura, pelas condições de uso, está sujeita a choques e vibrações, os


respectivos efeitos devem ser considerados na determinação das solicitações e a
possibilidade de fadiga deve ser considerada no dimensionamento dos elementos estruturais.
Podem ser consideradas como ações dinâmicas, as ações:
- ações dos ventos, conforme NBR-6123/88;
- ações sísmicas, conforme NBR-15421/06;
- ações provocadas por maquinas rotativas, com frequências de trabalho pré-
determinada;

3.5 Materiais

De acordo com a NBR-6120/80, na falta de ensaios específicos experimentais, adotar os


valores dos pesos específicos aparentes dos materiais de construção mais frequentes,
conforme Tab. 3.2.

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3 – Cargas

Tab. 3.2 - Peso específico dos materiais de construção


Peso específico

Materiais aparente
(kN/m³)
Arenito 26
Basalto 30
1 Rochas Gnaisse 30
Granito 28
Mármore e Calcáreo 28
Blocos de argamassa 22
Cimento Amianto 20
Lajotas Cerâmicas 18
2 Blocos Artificiais
Tijolos Furados 13
Tijolos Maciços 18
Tijolos Sílico-calcáreos 20
Argamassa de cal, cimento e areia 19
Argamassa de cimento e areia 21
3 Revestimentos e concretos Argamassa de gesso 12,5
Concreto Simples 24
Concreto Armado 25
Pinho, Cedro 5
Louro, imbuia, pau óleo 6,5
4 Madeiras
Guajuvirá, guatambu, grápia 8
Angico, cabriúva, ipê róseo 10
Aço 78,5
Aluminio e Ligas 28
Bronze 85
Chumbo 114
5 Metais Cobre 89
Ferro Fundido 72,5
Estanho 74
Latão 85
Zinco 72
Alcatrão 12
Asfalto 13
Borracha 17
6 Materiais Diversos
Papel 15
Plástico em folhas 21
Vidro Plano 26

Cinasita (Argila Expandida) 5,6 a 14 (8,0)


Agregados Leves e/ou
7 EPS 0,1 a 0,3 (0,25)
enchimento
Entulho 13,0

Fonte: Adaptado de NBR-6120 – Tabela 1

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3 – Cargas

Tab. 3.3 - Valores Mínimos de cargas verticais


Carga
Local (kN/m²)

1 Arquibancadas 4
A mesma carga da peça com a qual se comunicam -
2 Balcões Corrimãos - Horizontal 0,8 kN/m
- Vertical 2 kN
Escritórios e banheiros 2
3 Bancos
Salas de diretoria e gerência 1,5
Sala de Leitura 2,5
Sala para depósitos de livros 4
4 Bibliotecas Sala com estantes de livros a ser determinada em cada caso ou
kN/m²
por metro de altura observado, porém o valor mínimo de 6
(incluindo o peso da maquinas) a ser determinada em cada caso
5 Casa de Maquinas
porém com valor mínimo de
7,5
Plateia de Assentos fixos 3
6 Cinemas Estúdio e plateia com assentos móveis 4
Banheiro 2
Sala de Refeições e de assembleia com assentos fixos 3
Sala de assembleia com assentos móveis 4
7 Clubes
Salão de danças e salão de esportes 5
Sala de bilhar e banheiro 2
Com acesso ao público 3
8 Corredores
Sem acesso ao público 2
Cozinhas não
9 residenciais
A ser determinada em cada caso, porém com o mínimo de 3
A ser determinada em cada caso e na falta de valores
10 Depósitos experimentais determinar o peso total através do pesos -
apresentados na tabela 6
Edifícios Dormitórios, salas, cozinhas, e banheiro 1,5
11 Residenciais Despensa, área de serviço e lavanderia 2
Com acesso ao público 3
12 Escadas
Sem acesso ao público 2,5
Anfiteatro com assentos fixos 3
13 Escolas Corredor e sala de aula 3
Outras salas 2
14 Escritórios Salas de uso geral e banheiro 2
15 Forros Sem acesso a pessoas 0,5
16 Galerias de arte A ser determinada em cada caso, porém com o mínimo 3
17 Galerias de Lojas A ser determinada em cada caso, porém com o mínimo 3
Garagens e Para veículos de passageiros ou semelhantes com carga máxima
18 Estacionamentos de 25 kN por veículo.
3
Ginásio de
19 Esportes
5
Dormitórios, enfermarias, sala de recuperação, sala de cirurgia,
sala de raio x, e banheiro
2
20 Hospitais
Corredor 3
Incluindo equipamentos, a ser determinado em cada caso, porém
21 Laboratórios
com o mínimo
3
22 Lavanderias Incluindo equipamentos 3

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3 – Cargas

Continuação da Tab. 3.3 - Valores Mínimos de cargas verticais


23 Lojas 4
24 Restaurantes 3
Palco 5
25 Teatros
Demais dependências: cargas iguais às especificadas para cinemas -
Sem acesso ao público 2
Com acesso ao público 3
26 Terraços Inacessível ao público 0,5
Destinados a helipontos elevados: as cargas deverão ser fornecidas
pelo órgão competente do ministério da Aeronáutica
-
Sem acesso ao público 1,5
27 Vestíbulo
Com acesso público 3
Fonte: NBR-6120 – Tabela 2

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4 – Durabilidade

4 DURABILIDADE DAS ESTRUTURAS

Em sua grande maioria, a estruturas de concreto são definidas como estruturas de grande
durabilidade, porém a sua durabilidade ao longo dos anos depende de uma série de fatores
para que este conceito esteja correto.
O concreto pode ser dividido em três categorias:
a) Concreto armado: as tensões de tração são transferidas para as armaduras passivas,
sendo o concreto encarregado de todas as tensões de compressão. A resistência a
tração do concreto é desprezada;
b) Concreto simples ou não armado: as tensões de tração atuantes na estrutura ou
elemento estrutural, são inferiores à resistência a tração do concreto, não havendo a
necessidade da utilização de armadura;
c) Concreto protendido: armaduras ativas são utilizadas para anular as tensões de
tração do concreto.
Cada tipo de concreto é analisado de forma diferente, cabendo ao engenheiro projetá-la
de forma durável, verificando todos os estados limites de serviço.
O concreto por ser menos suscetível as degradações ao meio que o aço, o concreto entra
para envolver as barras e proteger o aço de agentes externos. Conforme RELVAS (2015),
para os aços entrarem em processo de corrosão, já é suficiente o simples contato com a
umidade e o oxigênio (oxidação/corrosão). O material concreto, pela sua constituição básica
de cimento Portland, areia, brita e água, é naturalmente alcalino, criando um meio protetivo
para a armadura, contra a sua corrosão. Para que isto ocorra, os agregados que compõem o
concreto devem estar livres de agentes químicos/contaminantes/agressivos, que interfiram
nas características do concreto.
O concreto por sua vez, não é um solido perfeito, apresenta poros após a evaporação da
água presente na argamassa, ganhando uma porosidade dependendo de sua composição
(agua/cimento), desta forma sujeita a efeitos de capilaridade, permeabilidade. Esta
porosidade apresentada, possibilita a penetração de agentes agressivos que podem vir a
atingir as armaduras provocando sua deterioração.
A NBR-6118/14, com base nesta filosofia, estabelece critérios mais rigorosos para a
espessura mínima de envolvimento das armaduras (Cmin), denominado cobrimento. Estes
critérios ficam separados em quatro classes de agressividade ambiental, determinando
requisitos mínimos de cobrimento, resistência e relação de adição de água (a/c).

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4 – Durabilidade

4.1 Classe de agressividade ambiental, cobrimento e qualidade do concreto

Tab. 4.1 - Classes de Agressividade Ambiental (CAA)

Classificação geral do
Classe de Agressividade Risco de deterioração
Agressividade tipo de Ambiente para
Ambiental da estrutura
efeito de projeto

Rural
I Fraca Insignificante
Submersa
II Moderada Urbana a,b Pequeno
a
Marinha
III Forte Grande
Industrial a,b
Industrial a,c
IV Muito Forte Elevado
Respingos de Maré
a Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade ambiental mais branda (uma classe
acima) para ambiente internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de
apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revestido com argamassa
e pintura.
b Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (uma classe acima) em obras e regiões de
clima seco, com umidade média relativa do ar menor ou igual a 65%, partes da estrutura protegidas de
chuva em ambientes predominantemente secos ou regiões onde raramente chove.
c Ambiente quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em industrias
de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas.

Fonte: NBR-6118/14 – Tabela 6.1

Tab. 4.2 - Correspondência entre classe de agressividade e a qualidade do concreto

Classe de agressividade Ambiental


Concreto a TIPO b,c
I II III IV

Relação água / CA ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45


cimento em massa CP ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,50 ≤ 0,45

Classe de Concreto CA ≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40


(ABNT NBR 8953) CP ≥ C25 ≥ C30 ≥ C35 ≥ C40
a O concreto empregado na execução das estruturas deve cumprir com os requisitos estabelecidos na
ABNT NBR 12655.
b
CA corresponde a componentes e elementos estruturais de concreto armado.
c
CP corresponde a componentes e elementos estruturais de concreto protendido.

Fonte: NBR-6118/14 – Tabela 7.1

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4 – Durabilidade

Tab. 4.3 - Correspondência entre a classe de agressividade ambiental e o cobrimento nominal para
c=10mm

Classe de agressividade Ambiental


Componente ou I II III IV c
Tipo de Estrutura
elemento
Cobrimento Nominal
mm

Laje b 20 25 35 45
Viga/Pilar 25 30 40 50
Concreto Armado
Elementos
Estruturais em 30 40 50
contato com Solo d
Concreto Laje 25 30 40 50
Protendido a Viga/Pilar 30 35 45 55
a Cobrimento nominal da bainha ou dos fios, cabos e cordoalhas. O cobrimento da armadura passiva deve
respeitar os cobrimentos para concreto armado.
b Para a face superior de lajes e vigas que serão revestidas com argamassa de contrapiso, com
revestimentos finais secos tipo carpete e madeira, com argamassa de revestimento e acabamento, como
pisos de elevado desempenho, piso cerâmicos, pisos asfálticos e outros, as exigências desta Tabela,
podem ser substituídas pelas indicações abaixo, respeitando o cobrimento nominal ≥ 15mm.

a) cnom ≥  barra;
b) cnom ≥  feixe = n = √
c) cnom ≥ 0,5  bainha

c Nas superfícies expostas a ambientes agressivos, com reservatórios, estações de tratamento de água e
esgoto, condutos de esgoto, canaletas de efluentes e outras obras em ambientes químicos e
intensamente agressivos, devem ser atendidos os cobrimentos da classe de agressividade IV.
d Nos trechos de pilares em contato com solo junto com elementos de fundação, a armadura deve ter
cobrimento nominal ≥ 45mm.

Fonte: NBR-6118/14 – Tabela 7.2

Deve-se destacar que:


- Para garantir o cobrimento mínimo (Cmin), o projeto e a execução devem considerar
o cobrimento nominal (Cnom), que é o cobrimento mínimo acrescido da tolerância de execução
(c). Assim as dimensões das armaduras e os espaçadores devem respeitar os cobrimentos
nominais, estabelecidos na Tab. 4.3, para c=10mm. (Item 7.4.7.2, NBR-6118/14)
- Quando houver um controle adequado de qualidade e limites rígidos de tolerância da
variabilidade das medidas durante a execução, pode ser adotado o valor de c=5mm, mas a
exigência de controle rigoroso deve ser explicitada em projeto. Permite-se, então, a redução
dos cobrimentos nominais, prescritos na Tab. 4.3, em 5mm. (Item 7.4.7.4, NBR-6118/14)

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5 – Pré-dimensionamento

5 PRÉ-DIMENSIONAMENTO

O pré-dimensionamento dos elementos estruturais é necessário para que se possa ter


conhecimento das dimensões iniciais dos elementos, desta forma podendo determinar o peso
próprio da estrutura, sendo esta uma das primeiras parcelas considerada no cálculo das
ações.
O conhecimento das dimensões permite determinar os vãos equivalentes e as rigidezes,
desta forma podendo determinar as rigidezes das ligações, e determinar as redistribuições
dos momentos.

5.1 Lajes

5.1.1 Vão efetivos

Os vãos efetivos (Lef), também conhecido como vão teórico (L), das lajes nas direções
principais para cálculo, são determinados conforme a seguir, considerando que os apoios são
suficientemente rígidos quanto a translação vertical (NBR-6118/14 – Item 14.7.2.2).
L = l0 + a1 + a2:

a1
Menor entre os dois valores
0,3.h
.
a2

Fig. 5.1 - Vão efetivo ou teórico

É muito comum em lajes que se utilize os eixos das vigas como vão efetivo, porém em
alguns casos onde as vigas de borda apresentam uma largura excessiva, ou lajes que
engastam em maciços de concreto, pode-se realizar as considerações apresentadas acima.

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5 – Pré-dimensionamento

5.1.2 Altura útil para lajes

a) Laje Armada em duas Direções

b) Laje Armada em uma Direção

5.1.3 Pré-dimensionamento das lajes

A altura útil das lajes pode ser estimada conforme equação abaixo:

∑ Leng
d L. 0,028 0,006.
U
U Perímetro da laje
∑ Leng Somatória dos comprimentos de lados engastados da laje
L Lx
0,67.Ly Menor entre os dois valores

d altura útil de cálculo

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5 – Pré-dimensionamento

De maneira geral, podemos escrever da seguinte maneira:


1 1 ∑ Leng
d L. .
35,71 166,66 U

Caso todos os lados da laje sejam engastados, temos a fração =1, obtendo desta

forma:

d L. 0,028 0,006.1 ou d L. 0,022 , podendo ser escrito como d L. .


, ,

Caso todos os lados da laje sejam apoiados, temos a fração =0, obtendo desta

forma:

d L. 0,028 0,006.0 ou d L. 0,028 , podendo ser escrito como d L. .


, ,

Desta forma podemos dizer que a altura útil da laje (d), varia de a , sendo o L
, ,

o menor valor entre Lx e 0,67.Ly.

Algumas bibliografias indicam pré-dimensionamento de lajes maciças como , porém

como podemos perceber, os valores apresentados de pré-dimensionamento variam de a

aproximadamente, ou seja, sendo um valor intermediário ao apresentado nas formulações

acima. O pré-dimensionamento apresentado torna a estimativa da altura útil um pouco mais


refinada, variando de acordo com o número de engastes da que a laje possui.

5.1.4 Altura útil para lajes em balanço

d 2. L . 0,028

L Comprimento do balanço da laje

5.1.5 Cálculo da altura (h) da laje

h d c ∅ (Laje Armada em duas Direções)


h d c (Laje Armada em uma Direção)

Nesta fase de projeto, iremos estimar um diâmetro de barra, sendo que adota-se
ø=10mm por uma questão de praticidade nos cálculos.

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5 – Pré-dimensionamento

5.1.6 Espessuras Mínimas

A NBR-6118/14, indica no item 13.2.4 os limites mínimos de espessura a seguir:

- 7 cm para laje de cobertura não em balanço;


- 8 cm para lajes de piso não em balanço;
- 10 cm para lajes em balanço;
- 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN;
- 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN;
- 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes cogumelo, sendo estas lajes fora do capitel,
em um sistema de laje/pilar.

Vale notar que estas espessuras são mínimas, sendo que as espessuras finais vão
depender da classe de agressividade ambiental (CAA), sendo desta forma os cobrimentos (C)
que irão definir a espessura final. Como podemos notar na Tab. 4.3, os cobrimentos nominais
variam de acordo com a classe de agressividade ambiental, podendo chegar até a 45mm.
Estes cobrimentos impactam diretamente nas espessuras das lajes, onde as alturas finais
devem permitir uma boa acomodação das barras dentro do concreto, bem como se faz
necessária a verificação das flechas imediatas e progressivas.

5.2 Vigas
5.2.1 Vão teórico

Vão livre (l0) é a distância entre as faces dos apoios. O vão efetivo (lef), também
conhecido como vão teórico (l), pode ser calculado por:
L = l0 + a1 + a2:

a1
Menor entre os dois valores
0,3.h
.
a2

No entanto, é usual adotar o vão teórico como sendo, simplesmente, a distância entre
os eixos dos apoios. Este modelo acaba se tornando mais utilizados quando temos vigas
engastadas em pilares parede, que possuem dimensões muito grandes.
Nas vigas em balanço, vão livre é a distância entre a extremidade livre e a face externa
do apoio, e o vão teórico é a distância até o centro do apoio.

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5 – Pré-dimensionamento

Fig. 5.2 - Vão efetivo ou teórico

5.2.2 Pré-dimensionamento das Vigas

As vigas não devem apresentar largura menor que 12cm. Esse limite pode ser
reduzido, respeitando-se um mínimo absoluto de 10cm em casos excepcionais, sendo
obrigatoriamente respeitadas as seguintes condições (item 13.2.2 da NBR6118, 2014):
- alojamento das armaduras e suas interferências com as armaduras de outros
elementos estruturais, respeitando os espaçamentos e coberturas
estabelecidos nessa Norma;
- lançamento e vibração do concreto de acordo com a NBR-14931/04 – Execução de
Estruturas de Concreto - Procedimento. Sempre que possível, a largura das vigas deve ser
adotada de maneira que elas fiquem embutidas nas paredes.
Porém, nos casos de grandes vãos ou de tramos muito carregados, pode ser
necessário adotar larguras maiores. Nesses casos, procura-se atenuar o impacto na
arquitetura do edifício.
De forma grosseira, podemos estimar as alturas das vigas conforme a seguir:
- tramos intermediários: hest= l0/12

- tramos extremos ou vigas bi-apoiadas: hest= l0/10

- balanços: hest= l0/5

As vigas não podem invadir os espaços de portas e de janelas. Considera-se a abertura


de portas com 2,20m de altura.
Para simplificar o cimbramento, procura-se padronizar as alturas das vigas. Não é usual
adotar mais que duas alturas diferentes. Tal procedimento pode, eventualmente, gerar a
necessidade de armadura dupla, em alguns trechos. Os tramos mais carregados, e
principalmente os de maiores vãos, devem ter suas flechas verificadas posteriormente. De
forma recomendativa, não adota-se vigas com altura menor que 25cm.

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5 – Pré-dimensionamento

5.3 Pilares

O pré-dimensionamento dos pilares deve ser previsto para suportar todas as cargas
verticais da edificação, e junto com as vigas, formar pórticos de contraventamento capazes
de resistir aos esforços horizontais, em sua grande maioria causada por pressões dinâmicas
de ventos. Para isso, deve-se separar cada pilar por áreas de influência, desta forma
estimando suas cargas atuantes.
De uma maneira simplificada, podemos considerar que a metade de cada vão efetivo
entre pilares forma sua área de influência, e todas cargas contidas nesta área de influência é
resistida pelo pilar em questão, conforme apresentado na Fig. 5.3.

Fig. 5.3 - Áreas de influência dos pilares

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6 – Estados Limites – ELU e ELS

As cargas atuantes em cada uma das áreas de influência dos pilares, são compostas
de todas cargas permanentes e variáveis atuantes na região. Desta forma, deveríamos
contabilizar os pesos próprios das vigas, lajes, revestimentos, alvenaria e a sobrecarga
atuante conforme a utilização da edificação.
Para exemplo hachurado na Fig. 5.3, teríamos:

F PP PP PP . PP . Sobrecarga

5.4 Método Simplificado

O método simplificado considera que todo o carregamento que está dentro da área de
influência é uma carga uniformemente distribuída, podendo ser utilizada uma carga padrão.
Neste processo, a somatória de cargas permanentes (peso próprio da estrutura, revestimento,
alvenaria), e cargas acidentais (sobrecarga de utilização) é uma carga média .
Para a utilização de fins residenciais e comerciais, podemos adotar uma carga de

10 a 12 , sendo desta forma teríamos:

F F. A . N 0,7

Para a determinação das dimensões do pilar, devemos adotar uma tensão admissível
com relação a capacidade de compressão máxima do concreto, conforme equação abaixo:

f
σ .
2

Sendo:

1,4

Sabendo-se que , podemos estimar as dimensões do pilar (bxh) fixando uma das

dimensões (b), e determinado a outra dimensão (h), conforme a seguir:

→ →
2 2 .

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6 – Estados Limites – ELU e ELS

Onde:
é a carga total atuante na área de influência, multiplicada pelo número de andares,
sendo 0,7 a carga relativa a caixa d’água, ou seja, 70% do pavimento tipo;
. é a tensão admissível do concreto para o pré-dimensionamento, expressa em kN/cm²;
é a resistência de cálculo do concreto, expressa em kN/cm²;
é a maior dimensão do pilar, expressa em cm;
é a menor dimensão do pilar, expressa em cm;

Este método apresenta uma consideração muito errônea das alvenaria presentes nas
áreas de influência, apresentado números muito elevados em grandes áreas, e muito pequeno
em pequenas áreas, ou ainda considerando em áreas que nem possuem alvenarias. Porém,
de qualquer forma, pode-se utilizar como uma estimativa rápida.

5.5 Método Melhorado

No método melhorado, se faz necessário a determinação exata de todas as cargas


presentes na área de inflência (A , determinando desta forma para cada área uma carga
distribuída uniformemente (kN/m²), e não adotando uma carga padrão entre 10 a 12 / ².
Todos os carregamentos devem estar em kN/m², desta forma para os elementos lineares,
tais como as vigas e alvenarias, divide-se pela área de influência para se obter uma carga
distribuída uniformente pela área, conforme exemplo abaixo:

. . . / ² ;

. . . . / ² ;
. . . .
/ ² ;
. . . .
/ ² ;

. / ² / ² Conforme Tab. 3.3.

Para a determinação das dimensões do pilar, adota-se as mesmas condições


apresentadas em 5.4.
Conforme apresentado anteriormente, podemos compor uma tabela de cargas de tal
forma que cada pilar apresentaria seus devidos carregamentos, de acordo com a Tab. 5.1.

Tab. 5.1 – Exemplo de composição de cargas para cada área de influência de pilar
A . . F N Ftotal σ . b h
Pilares
(m²) (kN/m²) (kN/m²) (kN/m²) (kN/m²) (kN/m²) (kN/m²) (andares) (kN) (kN/cm²) (cm) (cm)

P.X

Fonte: Autor

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6 Estados Limites

6.1 Estado Limite Ultimo (ELU)

A segurança das estruturas de concreto deve sempre ser verificada em relação aos
seguintes estados-limites últimos:
- Perda de equilíbrio da estrutura, admitida como corpo rígido.
- Esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu todo ou em parte, devido
às solicitações normais tangenciais;
- Esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu todo ou em parte,
considerando os efeitos de segunda ordem;
- Colapso progressivo;
- Esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu todo ou em parte,
considerando a exposição ao fogo, conforme ABNT NBR 15200;
- Esgotamento da capacidade resistente da estrutura, considerando ações sísmicas, de
acordo com a ABNT NBR 15421.

6.2 Estado Limite de Serviço (ELS)

Estados-limites de serviço são aqueles relacionados ao conforto do usuário e à


durabilidade, aparência e boa utilização das estruturas, seja em relação aos usuários, seja
em relação às máquinas e aos equipamentos suportados pela estrutura.
A segurança das estruturas de concreto pode exigir a verificação de alguns estados
limites de serviço conforme item 10.
Em construções especiais, podem ser necessários outras verificações não previstas
pela NBR 6118, sendo avaliado a cada caso.

6.3 Combinações da Ações


6.3.1 Generalidades

Um carregamento é definido pela combinação das ações que têm probabilidade não
desprezíveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante período pré-
estabelecido.
A combinação das ações deve ser feita de forma que possam ser determinados os
efeitos mas desfavoráveis para a estrutura; a verificação da segurança em relação aos
estados-limites últimos e aos estados-limites de serviço deve ser realizada em função de
combinações últimas e de serviço respectivamente.

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6.3.2 Combinações últimas

Uma combinação última, pode ser classificada como normal, especial ou de


construção;

6.3.2.1 Combinações últimas Normais

Em cada combinação devem estar incluídas as ações permanentes e a ação variável


principal, com seus valores característicos e demais ações variáveis, consideradas
secundárias, com seus valores reduzidos de combinação.

6.3.2.2 Combinações últimas especiais ou de construção

Em cada combinação devem estar presentes as ações permanentes e a ação variável


especial, quando existir, com seus valores característicos e as demais ações variáveis com a
probabilidade não desprezível, de ocorrência simultânea, com seus valores reduzidos de
combinação.

6.3.2.3 Combinações últimas excepcionais

Em cada combinação devem figurar as ações permanentes e a ação variável


excepcional, quando existir, com seus valores representativos e demais ações variáveis com
probabilidade não desprezível de ocorrência simultânea, com seus valores reduzidos de
combinação. Nesse caso se enquadram, entre outras, sismo e incêndio.

6.3.3 Coeficientes de ponderação das ações no estado-limite último (ELU)

Os valores-base para a verificação são apresentados nas Tabelas 10 e 11, para γ . γ


e γ , respectivamente.

Para elementos estruturais esbeltos críticos para a segurança da estrutura, como


pilares e pilares-paredes, com espessura inferior a 19 cm e lajes em balanço com espessura
inferior a 19 cm, os esforços solicitantes de cálculo devem ser multiplicados pelo coeficiente
de ajustamento (γ ). Para valores γ , ver Tab. 11.1 e Tab. 13.1, sendo o γ para lajes e pilares
respectivamente.

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Tab. 6.1 - Coeficiente γ γ .γ

Ações

Combinações Permanentes Variáveis Protensão Recalque de


de ações (g) (q) (p) apoio e retração

D F G T D F D F
Normais 1,4a 1,0 1,4 1,2 1,2 0,9 1,2 0
Especiais de
1,3 1,0 1,2 1,0 1,2 0,9 1,2 0
Construção
Excepcionais 1,2 1,0 1,0 0 1,2 0,9 0 0
onde:
D é desfavorável, F é favorável, G representa as cargas variáveis em geral e T é a temperatura
a Para as cargas permanentes de pequena variabilidade, como o peso próprio das estruturas,
especialmente pré-moldadas, esse coeficiente pode ser reduzido para 1,3.

Fonte: NBR-6118/14 – Tabela 11.1

Tab. 6.2 - Coeficiente γ

ᵞf2
Ações
Ψ0 Ψ1 a Ψ2

Locais em que não há


predominância de peso de
equipamentos que permanecem
fixos por longos períodos de
0,5 0,4 0,3
tempo, nem elevadas
concentrações de pessoas b
Cargas acidentais
em edifícios Locais em que há
predominância de peso de
equipamentos que permanecem
fixos por longos períodos de
0,7 0,6 0,4
tempo, ou de elevadas
concentrações de pessoas c

Biblioteca, arquivos, oficinas e


garagens
0,8 0,7 0,6

Pressão dinâmica do vento nas


Vento estruturas em geral
0,6 0,3 0

Variação uniforme de
Temperatura temperatura em relação à média 0,6 0,5 0,3
anual local
a Para valores de Ψ1 relativos a pontes e principalmente para problemas de fadiga, ver seção 23 da
NBR-6118/14.
b Edifícios residenciais
c Edifícios comerciais, de escritórios, estações e edifícios públicos.

Fonte: NBR-6118/14 – Tabela 11.2

6.3.4 Combinações Últimas Usuais

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Tab. 6.3 - Combinações últimas

Combinações
Ultimas Descrição Cálculo das Solicitações
(ELU)
Esgotamento da
capacidade
resistente para
elementos
γ γ
estruturais de
concreto armado
Esgotamento da
capacidade Deve ser considerada, quando necessário, a força de protensão
Normais resistente para como carregamento externo com os valores Pkmáx e Pkmín para a
elementos força desfavorável e favorável, respectivamente, conforme definido
estruturais de na seção 9 da NBR-6118/14
concreto protendido

Perda de Equilíbrio
como corpo Rígido
, , onde:

Especiais ou
de construção γ γ
b

Excepcionais b γ γ

é o valor de cálculo das ações para combinações última;


representa as ações permanentes diretas;

representa as ações indiretas permanentes como retração e variáveis com a


temperatura ;
representa as ações variáveis das quais é escolhida como principal;

γ ,γ , , ver tabela 10;


, ver tabela 11;
representa as ações estabilizantes;
representa as ações não-estabilizantes;
é o valor característico da ação permanente estabilizante;
é o esforço resistente considerado estabilizante, quando houver;
é o valor característico da ação permanente instabilizante;

é o valor característico das ações variáveis instabilizantes;


é o valor característico das ação variável instabilizante considerada principal;

são as demais ações variáveis instabilizantes, consideradas com seu valor reduzido;
é o valor característico mínimo da ação variável estabilizante que acompanha obrigatória-
, mente uma ação variável instabilizante;
a No caso geral, devem ser consideradas inclusive combinações onde o efeito favorável das cargas permanentes seja
reduzido pela consideração de γ 1,0. No caso de estruturas usuais de edifícios, essas combinações que
consideram γ reduzido (1,0) não precisam ser consideradas.
b Quando ou atuarem em tempo muito pequeno ou tiverem probabilidade de ocorrência muito baixa,
pode ser substituído por . Este pode ser o caso para ações sísmicas e situação de incêndio.

Fonte: NBR-6118/14 – Tabela 11.3

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6.3.5 Combinações de Serviço

São classificados de acordo com sua permanência na estrutura e devem ser


verificadas como estabelecido a seguir, conforme item 11.8.3 da NBR-6118/14:
a) quase permanentes: podem atuar durante grande parte do período de vida da estrutura, e
sua consideração pode ser necessária na verificação do estado-limite de deformações
excessivas;

b) frequentes: repetem-se muitas vezes durante o período de vida da estrutura, e sua


consideração pode ser necessária na verificação dos estados-limites de formação de
fissura, de abertura de fissuras e de vibrações excessivas. Podem também ser
consideradas para verificações de estados-limites de deformações excessivas
decorrentes de vento ou temperatura que podem comprometer as vedações.

c) raras: ocorrem algumas vezes durante o período de vida da estrutura, e sua consideração
pode ser necessária na verificação do estado-limite de formação de fissuras.

Tab. 6.4 - Combinações de serviço

Combinações
de Serviço Descrição Cálculo das Solicitações
(ELS)

Combinações
Nas combinações quase permanente de
quase serviço, todas as ações variáveis são
Permanente de consideradas com seus valores quase , Σ , ,
serviço permanentes
(CQP)
Nas combinações frequentes de serviço, a
Combinações ação variável principal Fq1 é tomada com o
frequentes de seu valor frequente , e todas as , Σ , , ,
serviço demais ações variáveis são tomadas com
(CF) seus valores quase permanentes

Nas combinações raras de serviço, a ação


Combinações variável principal Fq1 é tomada com seu valor
raras de serviço característico , e todas as demais ações , Σ , , ,
(CR) são tomadas com seus valores frequentes

Onde:

, é o valor de cálculo das ações para combinações de serviço;


é o valor característico das ações variáveis principais diretas;

é o fator de redução de combinação frequente para ELS;


é o fator de redução de combinação quase permanente para ELS.

Fonte: NBR-6118/14 – Tabela 11.4

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6.4 Valores Característicos

“Os valores característicos das resistências são os que, em um lote de material, têm
uma determinada probabilidade de serem ultrapassados, no sentido desfavorável da
segurança.
Usualmente é de interesse a resistência inferior , , cujo o valor é menor que a
resistência média , embora as vezes haja interesse na resistência superior , , cujo o
valor é maior que .
Para efeitos desta norma, a resistência característica inferior é admitida como sendo o
valor que tem apenas 5% de probabilidade de não ser atingido pelos elementos de um dado
lote de material. (NBR 6118/14 – Item 12.2)”.

6.5 Valores de Cálculo (Item 12.3 da NBR-6118/14)


6.5.1 Resistência de Cálculo do concreto

No item 12.3.3 da NBR-6118/14, descreve como caso específico da resistência de


cálculo (f , alguns detalhes adicionais são necessários, conforme descrito a seguir:
a) Quando a verificação se faz em data igual ou superior a 28 dias, adota-se a
expressão:

Nesse caso, o controle da resistência à compressão do concreto deve ser feito aos
28 dias, de forma a confirmar o valor de adotado no projeto:

b) Quando a verificação se faz em data inferior a 28 dias, adota-se a expressão:

≅ .

Sendo a relação entre ⁄ dada por:

1 28

Onde:

S = 0,38 para concreto de cimento CPIII e IV;

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S= 0,25 para concreto de cimento CPI e II;


S= 0,20 para concreto de cimento CPV-ARI.
é a idade efetiva do concreto, expressa em dias.

Essa verificação deve ser feita aos dias, para as cargas aplicadas até essa data.
No caso, o controle de resistências à compressão do concreto deve ser feito em duas
datas, aos dias e aos 28 dias, de forma a confirmar os valores de e adotados no
projeto.

6.5.2 Coeficientes de ponderação das resistências no estado-limite ultimo (ELU)

Os valores para verificação no estado-limite último estão indicados na Tab. 6.5.

Tab. 6.5 - Valores dos Coeficientes e


Concreto Aço
Combinações

Normais 1,4 1,15

Especiais ou de Construção 1,2 1,15

Excepcionais 1,2 1,0

Fonte: NBR-6118/14 – Tabela 12.1

Para a execução dos elementos estruturais nos quais sejam previstas condições
desfavoráveis (por exemplo, más condições de transporte, ou adensamento manual, ou
concretagem deficiente por concentração de armadura), o coeficiente deve ser multiplicado
por 1,1.

6.5.3 Coeficientes de ponderação das resistências no estado-limite de serviço (ELS)

Os limites estabelecidos para os estados-limites de serviço (ver item 10), não


necessitam de minoração, portanto, 1,0.

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6.6 Estádios

Estádios é um procedimento para se caracterizar o comportamento da seção de


concreto da aplicação de carregamentos, iniciando-se em zero e indo até a ruptura. O
concreto por ser um material muito heterogêneo, apresenta diferentes comportamentos ao
longo do seu aumento de curvatura, abrindo fissuras e alterando suas características de
trabalhabilidade, podendo ser distinguidas em três fases distintas: Estádio I, Estádio 2 e
Estádio 3.
A Fig. 6.1 abaixo demonstra os estádios de acordo com o aumento de momento x
curvatura.

Fig. 6.1 - Gráfico Momento x Curvatura correlacionado com os estádios.

6.6.1 Estádio I

No estádio I pode-se dizer que a peça se comporta como um material elástico linear,
respeitando a lei de hook, onde as tensões normais que surgem são de baixa magnitude e
desta forma o concreto conseguindo resistir aos esforços de tração. Desta forma podemos
definir em duas etapas:
- Estádio 1a M<Mr0
Comportamento elástico linear, com resistência a tração (f ) menor que as
forças de tração na peça

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- Estádio 1b Mr0<M<Mrn
A fibra tracionada do concreto atinge a resistência a tração do concreto (f ),
dando início a plastificação do concreto e sua fissuração progressiva, não resultando em um
digrama linear;

Fig. 6.2 - Comportamento do concreto na flexão pura (Estádio I)


Fonte: PINHEIRO (2006)

Devido à baixa resistência do concreto a tração, percebe-se a inviabilidade da


utilização de estádio para dimensionamento.
É no estádio I que determinamos o momento de fissuração (Mr), sendo este o limite
para a separação entre o estádio I e estádio II. Desta forma, com as fissuras estabilizadas, e
a peça fissurada, encerra-se o estádio I.

6.6.2 Estádio 2

Para este nível de carregamento, a peça se encontra em um estado fissurado o


concreto não possui nenhuma resistência a tração, apresentando uma abertura crescente das
fissuras, porém ainda assim apresentando um comportamento elástico-linear (Mr<M<Mu).

Fig. 6.3 - Comportamento do concreto na flexão pura (Estádio II)


Fonte: PINHEIRO (2006)

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O estádio II, de forma simplificada, serve para a verificação da peça em serviço,


devendo ser usada nos estados limites de abertura de fissura (ELS-W) e estado limite de
deformação excessiva (ELS-DEF).

Com a evolução dos carregamentos, a fissuras caminham no sentido da borda


comprimida, fazendo com as tensões das armaduras cresçam devido à perda de rigidez da
peça, podendo atingir o escoamento. O estádio II termina com a plastificação do concreto
comprimido.

6.6.3 Estádio 3

No estádio III, a zona comprimida do concreto encontra-se em processo de plastificação


crescente e em eminência de ruptura. Desta forma, admite-se que o diagrama de tensões no
concreto seja parabólico-retangular, também conhecido como parábola-retângulo. Neste
estádio que é feito o dimensionamento das peças para ELU, e adotamos as simplificações
propostas pela norma NBR- 6118/14, conforme demonstrado no item 7.

Fig. 6.4 - Comportamento do concreto na flexão pura (Estádio III)


Fonte: PINHEIRO (2006)

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6 – Estados Limites – Domínios de deformação

6.7 Domínios de Deformação na Seção Transversal


6.7.1 Domínio 2a
No domínio 2, a ruptura se dá por deformação plástica excessiva do aço, com
deformação máxima de 10%0, portanto σs=fyd. A Deformação do concreto para o sub-domínio
2a varia de 0 a 2,0%0.
0,002 0,01
x d x
0,002 d x 0,01x
0,002d 0,002x 0,01x
0,002d 0,012x
0,002
d x
0,012
0,167d x - x 0,167d
ou 0,167

6.7.2 Domínio 2b
A Deformação do concreto para o sub-domínio 2b varia de 2,0 a 3,5%0

0,0035 0,01
x d x
0,0035 d x 0,01x
0,0035d 0,0035x 0,01x
0,0035d 0,0135x
0,0035
d x
0,0135
0,259d x - x 0,259d ou
x
0,259
d

De maneira geral, podemos utilizar apenas o Domínio 2a e 2b, apenas como domínio 2, da
maneira que a NBR-6118/14 classifica.

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6.7.3 Domínio 3

εyd Deformação específica de escoamento do aço de cálculo

fyd resistência de cálculo do aço fyd

Es Modulo de elasticidade do aço Es= 21000 kN/cm² ou 210 GPa


ᵞs Coeficiente de ponderação do aço = 1,15
Para aço CA-25 Para aço CA-50 Para aço CA-60
fyk = 25 kN/cm² fyk = 50 kN/cm² fyk = 60 kN/cm²

, , ,
εyd 0,00103 εyd 0,00207 εyd 0,00248
21000 21000 21000

Devido a linearidade dos diagramas, determina-se os limites de dimensionamento por


semelhança de triângulos:
Para aço CA-25 Para aço CA-50 Para aço CA-60
0,0035 0,00103 0,0035 0,00207 0,0035 0,00248

0,0035 0,00103 0,0035 0,00207 0,0035 0,00248


0,0035 0,0035 0,00103 0,0035 0,0035 0,00207 0,0035 0,0035 0,00248
0,0035 0,00453 0,0035 0,00557x 0,0035 0,00598
0,0035 0,0035 0,0035
0,00453 0,00557 0,00598
0,772 0,628 0,585
0772 ou 0,628 ou 0,585 ou

0,772 0,628 0,585

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6.7.4 Domínio 4

6.7.5 Domínio 4a

6.7.6 Domínio 5

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7 – Dimensionamento à Flexão Simples

7 Dimensionamento a Flexão Simples


7.1 Seção Retangular à Flexão

No item 17.2.2 da NBR-6118/14 – Hipóteses básicas, recomenda as seguintes hipóteses para


o dimensionamento em concreto armado, com armaduras passivas:

a) a seções transversais se mantém planas após a deformação;


b) a deformação das barras passivas aderentes em tração ou compressão deve ser a
mesma do concreto e em seu entorno, quando houver a necessidade de armadura dupla;
c) a distribuição de tensões no concreto é feita de acordo com o diagrama de parábola-
retângulo, com tensão de pico igual a αc.fcd. Esse diagrama pode ser substituído pelo
retângulo de profundidade y=λx, onde o parâmetro λ pode ser tomado igual a:

- λ=0,8, para fck≤ 50 MPa;


- λ=0,8-(fck-50)/400, para fck > 50 MPa

- αc.fcd
- αc = 0,85, para fck≤ 50 MPa;
- αc = 0,85*(1-(fck-50)/200), para fck > 50 MPa

Desta forma, obtemos:

Tab. 7.1 - Valores de λ e αc


fck (MPa) λ 1/λ αc
≤ 50 0,8000 1,250 0,8500
55 0,7875 1,270 0,8287
60 0,7750 1,290 0,8075
65 0,7625 1,311 0,7862
70 0,7500 1,333 0,7650
75 0,7375 1,356 0,7437
80 0,7250 1,379 0,7225
85 0,7125 1,403 0,7012
90 0,7000 1,428 0,6800
Fonte: Autor (2017)

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7 – Dimensionamento à Flexão Simples

7.1.1 Diagrama de tensões no Concreto

αc.fcd

λ.X

Fig. 7.1 - Simplificação - Linearização das tensões de compressão no concreto


Fonte: Adaptado de PAPPALARDO, 2004.

7.1.2 Modelo de Flexão – Formulação geral utilizando y=λx e αc

0,5x
c

c.fcd
y=x

y=x
x

Rcd=c.bw.x.fcd
d-0,5x
d

Mu
Md
As As s Rsd=As.s

s

bw

Encurtamento Alongamento

Área Comprimida por λ. X

Fonte: Adaptado de Projeto Fapesp - LEM


Admitindo-se para o concreto:
F R R
σ → → σ f → f →R α .f .A
A A A
A λ. X. b

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7 – Dimensionamento à Flexão Simples

Admitindo-se para o aço:


F R R
σ → → σ f → f →R f .A
A A A

Equilíbrio
Forças

Rsd = Rcd ou αc.bw.λ.x.fcd = As.σsd Eq.1

Momentos ( Mu - Momento Ultimo ou Mr - Momento Resistente)

Mu = Rsd (d - 0,5.λ.x) ou Mu=Rcd (d - 0,5.λ.x)

Mu = As.fyd (d-0,5.λx) ou Mu = αc.bw.λ.x.fcd (d - 0,5.λ.x) Eq.2a e 2b

Onde:
x altura da linha neutra;
λ profundidade da linha neutra conforme fck;
αc efeito Rüsch para cada fck;
d altura útil;
As área de aço;
σsd tensão atuante no aço;
Rsd força de tração no aço;
bw largura da peça e/ou elemento;
Rcd esforço resistente de cálculo no concreto;
fcd tensão máxima de cálculo do concreto;
Isolando X:
α . . . . . 0,5. .

. . 0,5. .
α . .

. . . 0,5. .
α . .

. . 0,5. . . 1
α . .

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7 – Dimensionamento à Flexão Simples

0,5. . . .
α . .

Resolvendo Equação de 2° grau:

a= 0,5.
b= .

c=
. .

√ 4
2

d. λ λ 4.0,5. .
. .

2.0,5.

. .
d. λ λ
. .
1,0.

. .
d. λ λ
. .

. .
d. λ λ
. .

Retirando o λ de dentro da raiz:

d 1 2.
1 .d .
α . . .

d d. λ 2.
1
α . .

d d 2.
1
α . .

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7 – Dimensionamento à Flexão Simples

Isolando

d
1 1 1
0,5. α . .

d
1 1 1
0,5. α . .

Utilizando a opção válida x'', pois apresenta a linha neutra dentro da seção calculada.

d
1 1 Eq. 3
0,5. α . .

Utilizando a Equação 2a:

Eq.4
. , . .

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7 – Dimensionamento à Flexão Simples

7.1.3 Modelo de Flexão - Dimensionamento - Para fck  50 MPa, λ=0,8 e αc=0,85

0,4.x
c
x .fcd

x
x
Rcd=0,85.bw.0,8.x.fcd
Rcd=0,68.bw.x.fcd

d-0,4.x
d
Md Mu
As As s Rsd=As.s

s

bw

Encurtamento Alongamento

Área Comprimida por 0,8. X

Fonte: Adaptado de Projeto Fapesp - LEM


Como a grande maioria de nossas edificações possuem concreto menores que 50
MPa, utilizaremos a formulação com os valores de λ=0,8 e αc=0,85, conforme mostrado
abaixo.

Admitindo-se para o concreto:


F R R
σ → → σ f → f →R 0,85. f . A
A A A
A 0,8. X. b

Admitindo-se para o aço:


F R R
σ → → σ f → f →R f .A
A A A

Equilíbrio para λ=0,8 e αc=0,85


Forças para
R f .A e R 0,85. f . 0,8. X. b → R 0,68. f . X. b Eq.5
R R ou 0,68. f . X. b f .A

Momentos (Mu - Momento Ultimo ou Mr - Momento Resistente)


Mu = Rsd (d - 0,4x) ou Mu=Rcd (d - 0,4x)
Mu = As.fyd (d-0,4x) ou Mu = 0,68.bw.x.fcd (d - 0,4x) Eq.6

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7 – Dimensionamento à Flexão Simples

Onde:
x altura da linha neutra em cm;
d altura útil em cm;
As área de aço cm²;
σsd tensão atuante no aço em kN/cm²;
Rsd força de tração no aço em kN;
bw largura da peça e/ou elemento em cm;
Rcd esforço resistente de cálculo no concreto em kN;
fcd tensão máxima de cálculo do concreto em kN/cm²;

Substituindo λ=0,8 e αc=0,85, obtemos:

d
1 1
0,8 0,5.0,85. .

1,25. 1 1 Eq.7
, . .

Substituindo λ=0,8 e αc=0,85 na Equação 5:

. , . , .

Eq.8
. , .

7.1.4 Momento Resistente

Admitindo-se Rsd = Rcd, temos:

0,68.b.x.fcd = As.σsd

Conhecendo a quantidade de armadura empregada, pode utilizar a Eq. 5 isolando o


X. Desta forma obtemos:
.
Eq.9
, . .

Desta maneira nos permite verificar se a peça encontra-se no Domínio 4 (X>0,658d),


ou se ainda a armadura de compressão As’ (X<0,45.d) se faz necessária.
Para a determinação do momento resistente, Mu ou Mr, utiliza-se a equação 6.

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7 – Dimensionamento à Flexão Simples

Mu = 0,68.b.x.fcd (d - 0,4x) Eq.6


ou
Mu = As.fyd (d-0,4x)

7.1.5 Linha neutra para fck > 50 MPa

Substituindo-se os valores e α apresentados na tabela 14, obtemos as seguintes equações


para cada fck:

Tab. 7.2 - Valores de X e As para concretos de fck > 50 MPa


fck
Linha Neutra – x Área de Aço - As
(MPa)

55 1,270. 1 1
0,414. . . 0,394.

60 1,290. 1 1
0,404. . . 0,388.

65 1,311. 1 1
0,393. . . 0,381.

70 1,333. 1 1
0,383. . . 0,375.

75 1,356. 1 1
0,372. . . 0,369.

80 1,379. 1 1
0,361. . . 0,362.

85 1,403. 1 1
0,351. . . 0,356.

90 1,428. 1 1
0,340. . . 0,350.

Fonte: Autor (2017)

7.2 Condições de Dutilidade

A capacidade resistente das seções de concreto estão ligadas diretamente com a


posição da linha neutra x/d, quanto menor for a posição da linha neutra maior será sua
capacidade.
Para que as vigas e lajes tenham um comportamento dútil adequado, a posição da linha
neutra no ELU, deve obedecer os seguintes limites:

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7 – Dimensionamento à Flexão Simples

- x/d ≤ 0,45, para concretos com f 50MPa;


- x/d ≤ 0,35, paca concretos com 50 f 90 MPa.

Esses limites podem ser alterados se forem utilizados detalhes especiais de armaduras,
como, por exemplo, os que produzem confinamento nessas regiões.

Conforme item 17.2.3 da NBR-6118/14, preconiza que em vigas, para se garantir boas
condições de dutilidade, deve-se respeitar a posição da linha neutra (x/d) conforme
demonstrado acima, sendo necessária a adoção de uma armadura de compressão (armadura
dupla). A introdução da armadura de compressão para garantir o atendimento de valores
menores da posição da linha neutra (x), que estejam no domínio 2 ou 3, não conduz a
elementos estruturais com ruptura frágil. A ruptura frágil está associada a posições da linha
neutra no domínio 4, com ou sem armadura de compressão.

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7 – Dimensionamento à Flexão Simples

7.3 Seção Retangular com Armadura Dupla

0,4.x
c

.fcd

d'

d'
R'sd
d

x
As' As'

x
Rcd=0,85.bw.0,8.x.fcd + As'.s'
Rcd=0,68.bw.x.fcd + As'.s'

d-0,4.x
d
d-d'

Md Mu
As As s Rsd=As.s

s

bw

Encurtamento Alongamento

Área Comprimida por 0,45. d


Fonte: Adaptado de Projeto Fapesp - LEM

Equilíbrio λ=0,8 e αc=0,85

Equilíbrio das forças


Rcd 0,68. b . x. f A ’. σ ’
Rsd A . f Eq.10

Equilíbrio de Momentos
Mu Rcd d 0,4x R′sd d d
Mu 0,68. b . x. f d 0,4x A ’. σ ’ d d Eq.11

Mu A . f d 0,4x A . f d d

Tendo como limite de ductilidade 0,45 para fck≤50MPa, estabelecido pelo item
14.6.4.3 da NBR-6118/14, temos:

M 0,68. b . x. f d 0,4x → 0,68. b . x. f d 0,4.0,45. d

∆M As’. σs’ d d’ Eq.12

M A . f d 0,4.0,45. d
Mu A . f d 0,4.0,45. d A . f d d Eq.13
∆M .f d d

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7 – Dimensionamento à Flexão Simples

Assim fica conhecida a parcela do momento resistente para 0,45.d (M ), determinando desta
forma o momento residual (∆ ):

Através da Eq.13, isolando o A , obtemos:

M
A Eq.14
. d 0,4. x

∆M
A Eq.15
. d d

Como x=0,45.d, tem-se no domínio 3, podemos determinar a deformação da armadura


superior (As’), desta forma determinando a tensão de trabalho da mesma (σs’). Por
semelhança de triângulos, obtêm-se:

 
c ε ε
0,45. d 0,45. d d
0,45.d-d' d'

ε . 0,45. d d
d

As' As'
d

' ε
s
0,45. d
d

Sabendo que ε 0,0035, obten-se


ε :
As As
0,0035. 0,45. d d
 ε
0,45. d
s

bw

Encurtamento Alongamento

Seguindo o diagrama σ x ε , podemos determinar a tensão atuando na armadura (σ )


sabendo que E 21000 kN cm , conforme mostrado abaixo:

σ′ sd σ′ sd
E → ε σ ε′ s . Es

E 21000 kN cm

E por fim, através da Eq. 12, isolando o As’ e já conhecendo o σ , obtemos a


armadura de compressão As’:

∆M
A
σ . d d

Desta forma, temos as armaduras como:

A A A Armadura Inferior Eq.16

∆M
A Armadura Superior Eq.17
σ . d d

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7 – Dimensionamento à Flexão Simples

7.4 Seção “T” à Flexão


7.4.1 Hipótese I – Compressão na Mesa

x
c
bf .fcd

1 Rcfd=0,85.fcd.bf.0,8.X

x
hf

Rcfd=0,68.fcd.bf.X

d-0,4.X
d

d
Md Mu
As As s Rsd=As.s

s

bw

Encurtamento Alongamento

Quando a compressão se apresenta apenas na mesa, ou seja, hf > 0,8.X, a seção deve ser
calculada como retangular conforme figura acima, sendo determinada conforme a seguir:

Resultante do concreto na mesa colaborante R 0,85. f . b . 0,8. X


R 0,68. f . b . X Eq.18

Equações de equilíbrio das forças: R f .A e R 0,68. f . X. b


R R
0,68. f . X. b f .A

Equações de equilíbrio de momentos: M Rcfd . d 0,4. x


M 0,68. fcd . bf . X. d 0,4. x Eq.19
M Rsd . d 0,4. x
M f .A . d 0,4. x Eq.20

Utilizando-se a equação 19, obtemos a mesma formulação utilizada para seção retangular,
utilizando-se apenas a mesa como área comprimida. Ao invés de utilizarmos o , utiliza-se o
como largura comprimida, resultado:

1,25. 1 1 Eq.21
, . .

Eq.22
. , .

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7.4.2 Hipótese II – Compressão na Alma


c
bf .fcd

1 1 Rcfd=0,85.fcd(bf -bw).hf
hf

x
2

x
Rcwd=bw.0,8.x.0,85.fcd
Rcwd=0,68.bw.x.fcd

d-0,5.hf
d

d
Md Mu
As As s Rsd=As.s

s

bw

Encurtamento Alongamento

Desta forma, se a altura comprimida for menor ou igual a espessura da laje (hf), tem-se uma
seção retangular de armadura simples, devendo ser dimensionada com largura comprimida
igual a bf. Porém quando a altura comprimida (y=0,8.x) for maior que hf, a forma da zona
comprimida tem forma de “T”, devendo ser feita conforme figura acima e equações a seguir:

Resultante do concreto na mesa colaborante R 0,85. f b b .h


Resultante do concreto na alma R 0,85. f . b . 0,8. x 0,68. f . b . x

Equações de equilíbrio de momentos:

Mu Md M M
M R . d h ⁄2 M 0,85. fcd bf bw . hf . d h ⁄2
M R . d 0,4 x M 0,68. fcd . bw . x. d 0,4 x

Desta forma, o residual de momento é absorvido pela parte 2, que esta é uma seção
retangular bw, por d, portanto devendo ser calculado da seguinte forma:

M Md M

M
x 1,25. d 1 1
0,425. b . d fcd

Definida a posição da linha neutra, obtém-se a resultante do concreto da alma, através da


seção 2.

R A . fyd R R

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7 – Dimensionamento à Flexão Simples

R R
A
fyd

Ou podemos determinar as áreas de aço, da seguinte forma:


Mcfd
M As1 . f . d h ⁄2 A
fyd . d hf ⁄2

Mcwd
M As2 . f . d 0,4 x A
fyd . d 0,4 x

Sendo:

A A A

7.4.3 Mesa Colaborante

De acordo com o item 14.6.2.2 da NBR-6118/14, a consideração da seção T pode ser


feita para estabelecer as distribuições de esforços internos, tensões, deformações e
deslocamentos da estrutura, de uma forma mais realista. A partir desta premissa, podemos
considerar que a laje e a viga, desde que haja perfeita união, trabalham como uma seção “T”,
neste caso, a laje utilizando uma parcela de sua seção (b1,b2) para a compressão. Isto dá se
nome de mesa colaborante, onde a parte da laje trabalha como mesa superior contribuindo
para compressão, consequentemente reduzindo a linha neutra.
A largura colaborante bf deve ser dada pela largura da viga bw, acrescida de no máximo
10 % da distância entre os pontos de momento fletor nulo, para cada lado da viga em que
haja laje colaborante.

7.4.3.1 Largura da mesa colaborante

A distância pode se estimada, em função do comprimento do tramo considerado,


como se apresenta a seguir:

- viga simplesmente apoiada: 1,00


- tramo com momento em uma só extremidade: 0,75
- tramo com momentos nas duas extremidades: 0,60
- tramo em balanço: 2,00

Alternativamente, a determinação da distância pode ser feito ou verificado


diretamente nos diagramas de momentos fletores na estrutura.
No caso de vigas contínuas, permite-se calcula-las com uma mesa colaborante única
para todas as seções, inclusive nos apoios sob momentos negativos, desde que essa largura
seja calculada a partir do trecho de momentos positivos onde a largura resulte mínima.

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7 – Dimensionamento à Flexão Simples

Devem ser respeitados os limites e , conforme indicado na Fig. 7.2.

0,5. 0,1.
0,1.

Fig. 7.2 - Largura da mesa colaborante


Fonte: NBR-6118/14 – Figura 14.2

Quando a laje apresentar aberturas ou interrupções na região da mesa colaborante, a


variação da largura efetiva ( ) da mesa de respeitar o máximo e limitações impostas pelas
aberturas, conforme mostra a Fig. 7.3.

Fig. 7.3 – Largura efetiva com abertura


Fonte: NBR-6118/14 – Figura 14.3

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8 – Elementos Submetidos à Força Cortante

8 ANÁLISE DE ELEMENTOS SUBMETIDOS À FORÇA CORTANTE

Fig. 8.1 - Treliça Clássica de Mörsch-Ritter


Fonte: PAPPALLARDO, 2004

8.1 Mecanismos Resistentes Internos

Na Fig. 8.2, demonstra graficamente as diferenças entre o modelo de cálculo I e II,

Fig. 8.2 - Modelo I e Modelo II de cálculo


Fonte: PAPPALLARDO, 2004

8.2 Modelo de Cálculo I

8.2.1 Verificação da compressão diagonal do concreto

Independente da armadura transversal adotada, deve-se verificar a condição:

Vsd ≤ Vrd2

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8 – Elementos Submetidos à Força Cortante

Vsd é a força solicitante de cálculo, neste caso com os fatores de ponderação ᵞf.Vsd;
Vrd2 é a força cortante resistente de cálculo, relativa à a ruína da biela; no modelo I
Vrd 0,27. α . fcd. bw. d

α 1 , e fck expresso em MPa ou α 1 em kN/cm²

α coeficiente redutor de resistência;

8.2.2 Cálculo da armadura transversal

Além da verificação da compressão diagonal do concreto, deve ser satisfeita a


condição:
Vsd ≤ Vrd3
V Vc V

Onde:

Vrd3 é a força cortante resistente de cálculo, relativa a ruína por tração diagonal;
Vc é a parcela de força cortante absolvida por mecanismos complementares ao
de treliça (resistência ao cisalhamento da seção sem armadura transversal);
V é a parcela de força absorvida pela armadura transversal;

No cálculo da armadura transversal considera-se Vrd3 = Vsd, resultando:

V V Vc

a) Cálculo de Vc

V 0,6. f .b .d

, .
, ,
f ver item 1.2.2

Onde:

f resistência à tração de cálculo do concreto, em MPa;


Vc0= 0 nos elementos estruturais tracionados quando a linha neutra se situa
fora da seção;
Vc= Vc0 na flexão simples e na flexo-tração com a linha neutra cortando a seção;

Vc Vc 1 2. Vc na flexo-compressão.
,

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8 – Elementos Submetidos à Força Cortante

b) Cálculo da Armadura Transversal

De acordo com o modelo I:

A A Vsw
Vsw . 0,9. d. f . senα cosα →
s s 0,9. d. f . senα cosα

Onde:
A é a área da seção transversal dos estribos;
s é o espaçamento dos estribos, medido segundo o eixo longitudinal do
elemento estrutural;
α é a inclinação dos estribos em relação ao eixo longitudinal do elemento
estrutural, podendo-se tomar 45º ≤ α ≤ 90º;
b largura média da alma, medida ao longo da altura útil da seção;
f é a resistência de cálculo ao escoamento do aço da armadura transversal,
não excedendo 435 MPa;
M é o valor do momento fletor que anula a tensão normal de compressão na
borda da seção (tracionada por M , ), provocada pelas forças normais
de diversas origens concomitantes com V , sendo essa tensão calculada
com valores de 1,0; os momentos correspondentes a essas forças
normais não podem ser considerados no cálculo da tensão, pois são
considerados M .
M , é o momento fletor de calculo máximo no trecho em análise, que pode ser
tomado como o de maior valor no semitramo considerado;

c) Decalagem de força no banzo tracionado

Quando a armadura longitudinal de tração for determinada através do equilíbrio de


esforços na seção normal ao eixo do elemento estrutural, os efeitos provocados pela
fissuração oblíqua podem ser substituídos no cálculo pela decalagem do diagrama de
força no banzo tracionado, dado pela expressão:

,
. 1
2. ,

Onde:
, para , | |
0,5 , no caso geral;
0,2 , para estribos inclinados a 45º.

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8 – Elementos Submetidos à Força Cortante

8.3 Área mínima


A f ,
ρ 0,2
b . S. senα f

Onde:
f é a resistência característica ao escoamento do aço da armadura transversal;
f , resistência média à tração do concreto, ver item 1.2.2;

Podendo ser expresso da seguinte forma:

A b .f , . senα
0,2
S f

8.4 Condições de Disposição das armaduras

Os estribos para forças cortantes devem ser fechados através de um ramo horizontal,
envolvendo as barras da armadura longitudinal de tração, e ancorados na face oposta.
Quando esta face também puder estar tracionada, o estribo deve ter o ramo horizontal nessa
região, ou complementado por meio de barra adicional.
O espaçamento mínimo entre estribos, medido do eixo longitudinal do elemento
estrutural, deve ser suficiente para permitir a passagem do vibrador, garantindo um bom
adensamento da massa. O espaçamento máximo deve atender às seguintes condições:

- Se Vd ≤ 0,67.Vrd2, então Smax= 0,6.d ≤ 300 mm


- Se Vd > 0,67.Vrd2, então Smax= 0,3.d ≤ 200 mm

O espaçamento transversal entre ramos sucessivos da armadura constituída por estribos não
pode exceder os seguintes valores:

- Se Vd ≤ 0,20.Vrd2, então St,max= d ≤ 800 mm


- Se Vd > 0,20.Vrd2, então St,max= 0,6.d ≤ 350 mm

Outras condições devem ser respeitadas quanto ao diâmetro dos estribos, conforme item:

- t ≥ 5mm;
- t ≥ 4,2, para quando os estribos são formados por telas soldadas, desde de que
respeite todas as condições de corrosão da armadura;

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- t ≤ bw/10
- Barras de CA-25 não devem possuir  > 12mm.

Fig. 8.3 - Espaçamentos Smáx e Stmáx

8.5 Modelo de Cálculo II

O modelo II admite diagonais de compressão inclinadas de θ em relação ao eixo


longitudinal do elemento estrutural, com θ variável livremente entre 30º e 45º. Admite ainda
que a parcela complementar Vc sofra redução com o aumento de Vsd.

8.5.1 Verificação da compressão diagonal do concreto

Independente da armadura transversal adotada, deve-se verificar a condição:

Vsd ≤ Vrd2
Vsd é a força solicitante de cálculo, neste caso com os fatores de ponderação ᵞf.Vsd;
Vrd2 é a força cortante resistente de cálculo, relativa à a ruína da biela; no modelo II
Vrd 0,54. α . fcd. bw. d. sen

α 1 , e fck expresso em MPa ou α 1 em kN/cm²

α coeficiente redutor de resistência;

8.5.2 Cálculo da armadura transversal

Além da verificação da compressão diagonal do concreto, deve ser satisfeita a


condição:
Vsd ≤ Vrd3

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V Vc V

Onde:

Vrd3 é a força cortante resistente de cálculo, relativa a ruína por tração diagonal;
Vc é a parcela de força cortante absolvida por mecanismos complementares ao
de treliça (resistência ao cisalhamento da seção sem armadura transversal);
V é a parcela de força absorvida pela armadura transversal;

No cálculo da armadura transversal considera-se Vrd3 = Vsd, resultando:

V V Vc

d) Cálculo de Vc1

Onde:

Vc0= 0 nos elementos estruturais tracionados quando a linha neutra se situa


fora da seção;
Vc Vc na flexão simples e na flexo-tração com a linha neutra cortando a seção;

Vc Vc 1 2. Vc na flexo-compressão.
,

Vc1= Vc0 quando Vsd ≤ Vc0;


Vc1= 0 quando Vsd = Vrd2;

Para valores intermediários entre Vc1= Vc0 e Vc1= 0, deve-se interpolar linearmente,
conforme ilustrado na Fig. 8.2 - Modelo I e Modelo II de cálculo.

Desta forma, por interpolação linear, obtém-se:

V V
V V .
V V

e) Cálculo da Armadura Transversal

De acordo com o modelo II:

A
Vsw . 0,9. d. f . cotg α cotg θ . sen α
s

Isolando , obtemos:
Vsw A
0,9. d. f . cotg α cotg θ . sen α s

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Onde:
A á a área da seção transversal dos estribos;
s é o espaçamento dos estribos, medido segundo o eixo longitudinal do elemento
estrutural;
α é a inclinação dos estribos em relação ao eixo longitudinal do elemento
estrutural, podendo-se tomar 45º ≤ α ≤ 90º;
θ é o ângulo da biela de compressão variando entre 30º ≤ θ ≤ 45º
b largura média da alma, medida ao longo da altura útil da seção;
f é a resistência característica ao escoamento do aço da armadura transversal;

f) Deslocamento do diagrama de momentos fletores

Se forem mantidas as condições estabelecidas em 8.2.2 c), o deslocamento do


diagrama de momento fletores, deve ser:

0,5.

Onde:

0,5. , no caso geral;


0,2 , para estribos inclinados a 45º.

8.6 Armadura de Suspensão

Em geral as vigas ficam apoiada em pilares. Neste caso diz-se que os pilares constituem
apoios do tipo direto. Porém em muitos casos, as vigas podem se apoiar em vigas, desta
forma constituindo apoios indiretos.

Fig. 8.4 - Viga apoiada diretamente e Viga apoiada indiretamente

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8 – Elementos Submetidos à Força Cortante

Fig. 8.5 - Distribuição das Armaduras de Suspensão


Fonte: PAPPALLARDO, 2004

hI viga apoiada indiretamente em outra viga;


hII viga de sustentação;
Rd Reação da viga apoiada indiretamente;
fywd resistência de cálculo das armaduras utilizadas para suspensão.

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9 - Disposições Gerais

9 DISPOSIÇÕES GERAIS
9.1 Aderência

Fig. 9.1 - Situações de boa e má aderência


Fonte: PINHEIRO APUD PROMON (2003)

9.1.1 Valores de resistência de aderência

f η .η .η .f

Sendo:
,
f ver item 1.2.2.

1 – Condições de aderência devido a nervura das barras (ver Fig. 9.3)


1 1,0 para barras lisas (CA-25);
1 1,4 para barras entalhadas (CA-60);
1 2,25 para barras nervuradas (CA-50).

2 – Condições de aderência devido a porosidade do concreto (ver Fig. 9.1)


2 1,0 para situações de boa aderência;
2 0,7 para situações de má aderência);

3 – Condições de aderência devido ao  da barra


3 1,0 para  < 32mm;

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9 - Disposições Gerais

3 (132 - )/100, para  ≥ 32mm;

 é o diâmetro da barra, expresso em milímetros.

9.2 Ancoragem das Armaduras


9.2.1 Ancoragem por aderência

Fig. 9.2 - Aderência por atrito


Fonte: FUSCO. 2013

Fig. 9.3 – Aderência por meio de dispositivos Mecânicos - 1


Fonte: FUSCO (2013)

9.2.2 Comprimento de ancoragem básico

Define-se comprimento de ancoragem básico como o comprimento reto de uma barra


de armadura passiva necessário para ancorar a força-limite Rstd=As.fyd nessa barra, admitindo-
se, ao longo desse comprimento, resistência uniforme e igual a fbd, conforme

Fig. 9.4 - Ancoragem no concreto

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9 - Disposições Gerais

lb. π. d. f A .f
.
Sendo A , obtemos:

π. d
lb. π. d. f .f
4
Simplificando, temos:
d f
lb .
4 f
ou
∅ fyd
lb . 25
4 fbd

Tab. 9.1 - Comprimento de ancoragem básico (cm) para aço CA-50 e concretos até 50 MPa
fck (MPa) 20 25 30 35 40 45 50
fctd (kN/cm²) 0,111 0,128 0,145 0,160 0,175 0,190 0,204
Aderênci a BA MA BA MA BA MA BA MA BA MA BA MA BA MA
fbd (kN/cm²) 0,249 0,174 0,289 0,202 0,326 0,228 0,361 0,253 0,395 0,276 0,427 0,299 0,458 0,321
Barra (mm) / lb (ø) 44 ø 62 ø 38 ø 54 ø 33 ø 48 ø 30 ø 43 ø 28 ø 39 ø 25 ø 36 ø 25 ø 34 ø

6,3 28 39 24 34 21 30 19 27 17 25 16 23 16 21
8 35 50 30 43 27 38 24 34 22 31 20 29 20 27
10 44 62 38 54 33 48 30 43 28 39 25 36 25 34
12,5 55 78 47 67 42 60 38 54 34 49 31 45 31 42
16 70 100 60 86 53 76 48 69 44 63 40 58 40 54
20 87 125 75 108 67 95 60 86 55 79 50 73 50 68
22 96 137 83 118 73 105 66 95 61 87 55 80 55 75
25 109 156 94 135 83 119 75 107 69 98 63 91 63 85
32 140 200 121 172 107 152 96 138 88 126 80 116 80 108

Fonte: Autor (2017)


Tab. 9.2 - Comprimento de ancoragem básico (cm) para aço CA-25 e concretos até 50 MPa
fck (MPa) 20 25 30 35 40 45 50
fctd (kN/cm²) 0,111 0,128 0,145 0,160 0,175 0,190 0,204
Aderênci a BA MA BA MA BA MA BA MA BA MA BA MA BA MA
fbd (kN/cm²) 0,111 0,077 0,128 0,090 0,145 0,101 0,160 0,112 0,175 0,123 0,190 0,133 0,204 0,143
Barra (mm) / lb (ø) 49 ø 70 ø 42 ø 61 ø 38 ø 54 ø 34 ø 48 ø 31 ø 44 ø 29 ø 41 ø 27 ø 38 ø

6,3 31 44 27 38 24 34 21 30 20 28 18 26 17 24
8 39 56 34 48 30 43 27 39 25 35 23 33 21 31
10 49 70 42 61 38 54 34 48 31 44 29 41 27 38
12,5 61 88 53 76 47 67 42 60 39 55 36 51 33 48
16 79 112 68 97 60 86 54 77 50 71 46 65 43 61
20 98 140 85 121 75 107 68 97 62 89 57 82 53 76
22 108 155 93 133 83 118 74 106 68 97 63 90 59 84
25 123 176 106 151 94 134 85 121 77 111 72 102 67 95
32 157 225 136 194 120 172 108 155 99 142 92 131 85 122

BA – Boa Aderência
MA – Má Aderência
Fonte: Autor (2017)

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9.2.3 Comprimento de ancoragem necessário

Os comprimentos de ancoragem podem ser reduzidos dependendo de como a barras


está ancorada no concreto, e a quantidade de armadura utilizada para a força de tração
calculada.
A,
l , α. lb l ,
A,

α=1,0 para barras sem gancho;


α=0,7 para barras tracionadas com gancho, com cobrimento no plano normal ao do gancho
≥ 3 ;
α=0,7 quando houver barras transversais soldadas, conforme Fig. 9.5;
α=0,5 quando houver barras transversais soldadas e gancho, com cobrimento no plano
normal ao do gancho ≥ 3 , conforme Fig. 9.5.

Fig. 9.5 - Ancoragem com barras transversais soldadas


Fonte: NBR-6118/14 – Figura 9.1
l , Comprimento de ancoragem mínimo, podendo ser:
- 0,3.lb
- 10 
- 100 mm

9.2.4 Ganchos das armaduras de tração e Diâmetros dos pinos de dobramento das
barras

Os diâmetros internos da curvatura dos ganchos das armaduras longitudinais de tração deve
ser pelo menos igual ao estabelecido na tabela

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Tab. 9.3 - Diâmetro dos pinos de dobramento (D)

Bitola Tipo de Aço


mm CA-25 CA-50 CA-60
<20 4ø 5ø 6ø
≥20 5ø 8ø -

Fonte: NBR-6118/14 – Tabela 9.1

No item 9.4.2.3 da NBR-6118-14, recomenda-se que em ganchos de extremidade da


armadura longitudinal podem ser:

- em ângulo reto, com ponte reta de comprimento não inferior a 8 ø.


- em ângulo de 45º (interno), com ponta reta de comprimento não inferior a 4 ø;
- semicirculares, com ponta reta de comprimento não inferior a 2 ø;

A Fig. 9.6 ilustra a três situações descritas acima.


4
Ø

D D D
Ø

l1 l1 l1

Fig. 9.6 - Diâmetros de dobramento

9.2.5 Ganchos para estribos

Os ganchos de estribos podem ser:

a) semicirculares ou em ângulo de 45º (interno), com ponta reta de comprimento igual a


5øt, porém não inferior a 5cm;
b) em ângulo reto, com ponta reta de comprimento maior ou igual a 10øt, porém não
inferior a 7cm (este tipo de gancho não pode ser utilizado para barras e fios lisos CA-
25)
O diâmetro interno da curvatura dos estribos deve ser no mínimo igual ao valor dado na Tab.
9.4.

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Tab. 9.4 - Diâmetro dos pinos de dobramento para estribos (Dt)

Bitola Tipo de Aço


mm CA-25 CA-50 CA-60
≤10 3 øt 3 øt 3 øt
10 < ø < 20 4 øt 5 øt -
≥20 5 øt 8 øt -

Fonte: NBR-6118/14 – Tabela 9.2

5 Øt

5
>5
Ø m
>5cm

t
c
>7cm
10 Øt

Dt Dt Dt
Ø

Ø
l1 l1 l1

Fig. 9.7 - Diâmetros de dobramento para estribos

As rfiguras abaixo representam as dimensões para estribos de Ø6,3mm e Ø 8mm,


sendo logo abaixo das figuras apresentado a dimensão retangular do estribo fechado, com
comprimento adicional dos trechos curvos e retos de dobra para cada situação.

ESTRIBO DE Ø 6,3 ESTRIBO DE Ø 8

1,57 2,00
5c

5c
m

m
Ri=0,945 Ri=0,945 Ri=1,20 Ri=1,20
8cm
7cm
Ø6,3

Ø6,3

Ø8,0

Ø8,0

1,89 1,89 2,40 2,40


4,7
3, 7

15
5
2,

3,

l1 l1 l1 l1
Ø8
Ø6,3
Ø6,3

Ø8

Ø6,3 Ø6,3 Ø8,0 Ø8,0

+16 +14 +18 +15

Fig. 9.8 - Exemplos de dobras de estribos para barras de ɸ 6,3 e ɸ8mm

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9.3 EMENDAS
9.3.1 Tipos

A NBR-6118/14 item 9.5, descreve algumas emendas mais comuns no mercado,


conforme transcrito a seguir.
- por traspasse;
- por luvas com preenchimento metálico, rosqueada ou prensada
- por solda;
- por outros dispositivos devidamente justificados;

9.3.1.1 Por traspasse

Emendas de barras de barras tracionadas são feitas apenas pela justaposição de


duas barras ao longo do comprimento de transmissão . No caso de barras de barras de alta
aderência (CA-50), o uso de ganchos é facultativo, e no caso de barras lisas (CA-25), este
uso é obrigatório.

Fig. 9.9 - Emenda por traspasse - Barras de alta aderência (CA-50)

Fig. 9.10 - Emenda por traspasse - Barras Lisas (CA-25)


Fonte: adaptado de FUSCO (2013)

Nas emendas por traspasse, a transmissão de esforços é feita por solicitações


tangenciais no concreto situado entre as barras, com a mobilização de bielas comprimidas de
concreto e o aparecimento de tensões transversais de tração. (FUSCO, 2013).
As barras a serem emendas podem ser colocadas bem próximas umas das outras. No
caso de barras de alta aderência, com nervuras e saliências, as barras podem ser postas em
contato direto, pois a presença das saliências garante o envolvimento da argamassa. De

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forma a garantir a locação das barras, estas podem ser amarradas com arames recosidos
para manter a posição durante a concretagem.

9.3.1.2 Comprimento de traspasse de barras tracionadas, isoladas

Tendo a distância livre entre as barras emendadas compreendida entre 0 e 4ø, o


comprimento do trecho de traspasse para barras tracionadas deve ser:

l α .l , l , í

l , í 0,3. α . l maior valor


15∅
200mm
α é o coeficiente função da porcentagem de barras emendadas na mesma seção;

Tab. 9.5 - Valores do coeficiente


Barras emendadas na mesma seção
≤20 25 33 50 >50
%
Valores de 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0

Consideram-se como mesma seção transversal as emendas que se superpõe ou cujas


as extremidades mais próximas estejam afastadas de menos de 20% do comprimento de
traspasse.
Quando as barras têm diâmetros diferentes, o comprimento de traspasse deve ser
calculado pela barra de maior diâmetro.

Fig. 9.11 - Consideração de emendas por traspasse na mesma seção


Fonte: adaptado de NBR-6118/14 - Figura 9.3, pg.42.

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9.3.1.3 Comprimento por traspasse de barras comprimidas, isoladas

Quando as barras estiverem comprimidas, adotar as seguintes expressões para cálculo


do comprimento de traspasse:

l l , l , í

l , í 0,6. l maior valor


15∅
200mm

9.3.2 Emendas por luvas rosqueadas ou prensada

As emendas por luvas rosqueadas ou prensadas, devem ter a resistência da emenda


atendidas de acordo com as normas específicas. Na ausência destes, a resistência deve ser
no mínimo 15% maior que a resistência de escoamento da barra a ser emendada, obtida em
ensaio.
Há muitos fabricantes de luvas no mercado, cada um com um tecnologia e/ou formas
diferenciadas. Abaixo são apresentados alguns tipos de luvas rosqueadas e prensadas
presentes no mercado.

Fig. 9.12 – Etapas de prensagem com uma barras (esquerda) e duas barras (direita)
Fonte: RUDLOFF, Catálogo de Emendas (2011)

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Fig. 9.13 - Barra devidamente prensada


Fonte: RUDLOFF, Catálogo de Emendas (2011)

Fig. 9.14 - Vista luva em corte, mostrando a prensagem e o pino rosqueado


Fonte: RUDLOFF, Catálogo de Emendas (2011)

Os métodos de montagem são variados, sendo avaliado a cada caso. Muito utilizadas
no concreto pré-moldado, deixando desta forma a montagem pronta para ser realizada, sem
a necessidade de solda de campo, que muitas vezes não se apresentam de forma adequada.

Fig. 9.15 – Luvas embutidas em barras dentro do concreto


Fonte: RUDLOFF, Catálogo de Emendas (2011)

9.3.3 Emendas por solda

As emendas por solda devem respeitar as normas específicas quanto ao tipo de


composição química, quanto às operações de soldagem que devem atender às

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especificações de controle de aquecimento e resfriamento da barra (NBR-6118/14 – Item


9.5.4).
Para as soldas de barras, deve-se atender as seguintes condições:

- de topo, por caldeamento, para bitolas 10mm;

- de topo, com eletrodo, para bitolas 20mm;

- por traspasse com pelo menos dois cordões de solda longitudinais, cada uma deles
com comprimento não inferior a 5Ø, afastados de no mínimo 5Ø;

- com outras barras justapostas (cobrejuntas), com cordões de solda longitudinais,


fazendo-se coincidir o eixo baricentrico do conjunto com eixo longitudinal das barras
emendadas, devendo cada cordão ter comprimento de pelo menos 5Ø.

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9.4 Distribuição longitudinal


9.4.1 Armaduras de tração na flexão simples, ancoradas por aderência

O trecho da extremidade da barra de tração, considerado ancoragem, tem inicio da


seção teórica, onde sua tensão começa a diminuir (força de tração na barra da armadura
começa a ser transferida para o concreto). Deve-se prolongar pelo menos 10ø além do ponto
teórico de tensão nula, não podendo em caso algum, ser inferior ao comprimento
necessário estipulado em 9.2.3. Assim, na armaduras longitudinais de tração dos elementos
estruturais solicitados por flexão simples, o trecho de ancoragem da barras deve ter inicio no

ponto A (Fig. 9.16), do diagrama de forças , decalado do comprimento ,


conforme 8.2.2 c). Esse diagrama equivale ao diagrama de forças corrigido , . Se a barras
não for dobrada, o trecho de ancoragem deve prolongar-se além do ponto B, no mínimo 10ø.
Se a barra for dobrada, o inicio do dobramento pode coincidir com o ponto B, conforme
Fig. 9.16.

Fig. 9.16 – Cobertura do diagrama de força de tração solicitante pelo diagrama resistente

9.4.2 Processo de determinação do comprimento das barras tracionadas

1º Passo
Dividir o diagrama de momentos fletores no estado limite ultimo (Md), pela quantidade
de barras pré-estabelecidas no dimensionamento à flexão.

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2º Passo
Traçar o diagrama de momentos deslocados ( ), conforme item 8.2.2 c), e estender
as barras até o encontro do diagrama.

3º Passo
Para determinar o comprimento da barra 1, deve-se prolongar a barra 2 10ø além do
ponto B, inserir o comprimento de l , a partir do ponto A, determinando l , conforme item
9.2.3. Compara-se a projeção de 10ø além do ponto B, com l , , adotando-se a maior
dimensão entre os dois pontos.

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4º Passo
Após a determinação da barra 1, adota-se o mesmo procedimento para a barras 2,
prolongando-se 10ø além do ponto B, que agora é referente a barra 3. Compara-se as
dimensões entre l , e 10ø da barras 3, a adota-se a maior dimensão.

5º Passo
Com a barras 1 e 2 com os comprimentos definidos, determinar a barra 3 e 4 com os
mesmos procedimentos.

Barra 3

Barra 4

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9.5 ANCORAGEM NO APOIO


9.5.1.1 Ancoragem da armadura de tração nas seções de apoio

F .V N
d

Onde:

é a força cortante no apoio;


é a força de tração no apoio eventualmente existente;
é o esforço a se ancorado;

A área de aço neste caso é calculada pela equação:

F
A ,
f

9.5.1.2 Ancoragem da armadura de tração no apoio

lbe, min lb,nec, conforme item 9.2.3;


(r+5,5ø), onde r é o raio de curvatura dos ganchos, conforme definido na Tab. 9.3;
60 mm

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10 – Estados Limites de Serviço - ELS

10 ESTADOS LIMITES DE SERVIÇO (ELS)


10.1 Momento de Fissuração

Conforme item 17.3 da NBR-6118/14, as estruturas em sua grande maioria, trabalham


parcialmente no estádio I e parcialmente no estádio II. A separação entre estes dois
comportamentos é definida pelo momento de fissuração. Esse momento pode ser calculado
pela seguinte expressão:

α. f . I
M
y

Sendo:
α 1,2 para seções T ou duplo T;
α 1,3 para seções I ou T invertido;
α 1,5 para seções retangulares.

Onde:

α é o fator que correlaciona aproximadamente a resistência a tração na flexão


com a resistência a tração direta.
y é a distância do centro de gravidade da seção à fibra mais tracionada;
I é o memento de inércia da seção bruta de concreto;
f é a resistência à tração direta do concreto, conforme item 1.2.2, sendo:

, .
F , em kN/cm², para estado limite de deformação excessiva;

, .
f , em kN/cm², para estado limite de formação de fissura;

10.2 Homogeneização da seção

Conforme descrito por PINHEIRO (2006), os elementos de concreto armado por serem
formados por dois materiais diferentes – concreto e aço - com propriedades diferentes, é
necessário homogeneizar a seção para determinados cálculos. Essa homogeneização é feita
substituindo-se a área de aço por uma correspondente de concreto, obtida a partir da área de
aço As, multiplicando-a por α E ⁄E .

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10 – Estados Limites de Serviço - ELS

10.3 Parâmetros no Estádio II Puro


xII/3
c
XII c=Ecs. c

XII
Rc

d-XII/3
d

d-XII
Md,ser

As As Rs=As.si

s

bw

Encurtamento Alongamento

Equações de Compatibilidade Equações Constitutivas

.
. → .
.

Equações de Equilíbrio Equações dos Esforços

. . . . .

2 2 . .
Onde:
.
. → . .
3

10.3.1 Determinando a posição da linha neutra no Estádio II

. . . .
. .
2
. .
. .
2 . .

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10 – Estados Limites de Serviço - ELS

Adotando-se:
E
α
E
.
.α .
2

.
.α .
2

2. .α .

2. .α .
0

2. .α . 2. .α .

Resolvendo a equação de 2º grau:

2. .α

2. .α .

√ 4
2

. . . . . . .
4.1.
2.1

. . . . .
2. .α 4.
2. 2

. . . .
2. .α 1 .
.
2. 2

2. .α 2. .α 2. .
. 1
2. 2. .α

.α 2. .
1 1. 1

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10 – Estados Limites de Serviço - ELS

Admitindo-se a opção valida:

A .α 2. b. d
x 1 1
b A .α

Sendo:

b seção transversal da viga de concreto;


x linha neutra no estádio II;
A é a área de aço da armadura de flexão;
d é a altura de cálculo;
E é o módulo de elasticidade do aço, 21000

E é o módulo de elasticidade secante do concreto, conforme item 1.2.6.

10.3.2 Momento de Inércia no Estádio II

O momento de inércia no estádio II pode ser determinado pela seguinte equação:

b. x
I A . α d x
3

10.4 Deformação
10.4.1 Flechas Imediata em lajes e vigas de concreto armado

Para uma avaliação aproximada da flecha imediata, pode-se usar a expressão de


rigidez equivalente, também conhecida como fórmula de Branson:

M M
EI , E .I 1 .I E .I
M M

Onde:

I é inércia da seção bruta de concreto;


I é o momento de inércia da seção fissurada do concreto no estádio II,
M é o momento fletor na seção crítica do vão considerado, ou seja, o momento máximo
no vão para vigas bi apoiadas ou contínuas e momentos no apoio para balanços, para
a combinação de ações consideradas nesta avaliação;

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M é o momento de fissuração do elemento estrutural, cujo o valor deve ser reduzido pela
metade no caso de utilização de barras lisas;
E é o módulo de elasticidade secante do concreto, conforme item 1.2.6.

10.4.2 Flechas Diferidas ao longo do tempo

A flecha adicional diferida, decorrente das cargas de longa duração em função da


fluência, pode ser calculada de maneira aproximada pela multiplicação da flecha imediata pelo
fator dado pela expressão:

∆ξ
α
1 50ρ

As
ρ
bd

∆ξ ξ t ξ t

ξ é o coeficiente em função do tempo, que pode ser obtido diretamente na Tab. 10.1, ou
ser obtido pelas expressões a seguir:

ξ t 0,68 0,996 . t , para t 70 meses



ξ t 2 para t 70 meses

Tab. 10.1 - Valores do coeficiente em função do tempo

Tempo (t)
0 0,5 1 2 3 4 5 10 20 40 ≥70
meses
Coeficiente
0 0,54 0,68 0,84 0,95 1,04 1,12 1,36 1,64 1,89 2

Fonte: NBR-6118/14 – Tabela 17.1

A flecha final deve ser obtida através da multiplicação da flecha imediata por 1 ,
conforme a seguir:

a a. 1 α

10.4.3 Limites de deslocamento dos elementos estruturais

Os limites de deslocamento dos elementos estruturais em concreto armado, está


estabelecido na tabela 13.3 da NBR-6118/14, apresentado neste capítulo na Tab. 10.2. Estes
limites de deslocamento são os máximos que podem ser atingidos após serem determinadas
as flechas diferidas dos elementos em concreto.

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10 – Estados Limites de Serviço - ELS

Tab. 10.2 - Limites de deslocamento

Razão da Deslocamento a Deslocamento-


Tipo de Efeito Exemplo
Limitação considerar Limite
Deslocamentos
visíveis em
Visual Total
elementos 250
Aceitabilidade
estruturais
sensorial
Vibrações
Devido as Cargas
Outro sentidas no
Acidentais 350
piso
Superfícies
Coberturas em a
que devem Total
varandas
drenar água
Pavimentos l
Ginásios e Total 350
Efeitos que devem contraflecha b
pistas de
Estruturais em permanecer Ocorrido após a
boliche
serviço planos construção do piso 600
Elementos De acordo com
Ocorrido após
que suportam recomendação do
Laboratórios nivelamento do
equipamentos fabricante do
equipamento
sensíveis equipamento
Alvenaria, c
Após a construção da e 10mm e
caixilho e
parede θ=0,0017 rad d
revestimentos
Divisórias
leves e Ocorrido após a c
e 25mm
caixilhos instalação da divisória
Efeitos em
telescópios
Elementos não Paredes
Provocado pela a
estruturais Movimento e
ação do vento para e entre
lateral de
combinação frequente pavimentos f
edifícios
(Ψ1=0,30)
Movimentos Provocado pela
g
térmicos diferença de e 15mm
verticais temperatura
a
As superfícies devem ser suficientemente inclinadas ou o deslocamento previsto compensado por contraflechas, de
modo a não se ter acúmulo de água
b
Os deslocamentos podem ser parcialmente compensados pelas especificações de contraflechas. Entretanto a
atuação isolada da contraflecha não pode ocasionar um desvio do plano maior que
c
O vão deve ser tomado na direção na qual a parede ou divisória se desenvolve.

d
Rotação dos elementos que suportam a parede

e
é a altura total do edifício e o desnível entre dois pavimentos vizinhos

f
Esse limite aplica-se ao deslocamento lateral entre dois pavimentos consecutivos, devido à atuação de ações
horizontais. Não podem ser incluídos ao deslocamentos devidos a deformações axiais no pilares. O limite também se
aplica ao deslocamento vertical relativo das extremidades de lintéis conectados a duas paredes de contraventamento,
quando representa o comprimento do lintel.
g
O valor refere-se à distância entre pilar externo e o primeiro pilar interno.

Fonte: NBR-6118/14 – Tabela 13.3

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10 – Estados Limites de Serviço - ELS

10.5 Estado-limite de fissuração

Na seção 17.3.3 da NBR-6118/14, estipula os critérios e os limites de abertura de fissura


em nos elementos estruturais em concreto.

∅ σ 3σ
w
12,5η E f

∅ σ 4
w 45
12,5η E ρ

A é a área de região de envolvimento protegida pela barra ∅ ;


E é o módulo de elasticidade do aço da barra considerada, de diâmetro ∅ ;
∅ é o diâmetro da barra que protege a região de envolvimento considerada;
ρ é a taxa de armadura passiva ou ativa aderente em relação a área da região de

envolvimento (A ), podendo ser expresso da seguinte forma ρ ;

σ é a tensão de tração no centro de gravidade da armadura considerada, calculada no


estádio II.
η é o coeficiente de conformação superficial, conforme item 9.1.1.
1=1,0 barras lisas (CA-25);
1=1,4 para barras entalhadas (CA-60);
1=2,25 para barras nervuradas (CA-50).

10.5.1 Determinação de

Conforme demonstrado no item 10.3, utilizando um diagrama triangular de tensões,


podemos extrair os valores de e o braço , resultando em:

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10 – Estados Limites de Serviço - ELS

. e . .

O momento em estádio II pode ser escrito da seguinte forma, sendo determinado o a tensão
atuante para a armadura pré-determinada :
 c
Equilíbrio de momento:

xII/3
 c=Ecs . c

, .
3

XII
Rc

, . .
3

d-XII/3
d

d-XII

M d,ser

As Rs=As.si Isolando , obtem-se:


,
 s

.
Encurtamento Alongamento

10.5.2 Valor Limite

Em função da classe de agressividade ambiental, a abertura máxima característica w


das fissuras é dada pela tabela 22.

Tab. 10.3 - Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e a proteção da armadura,


em função das classes de agressividade ambiental
Combinação de
Tipo de Concreto Classe de agressividade Exigência relativas
ações em serviço a
estrutural ambiental (CAA) à fissuração
utilizar
Concreto Simples CAA I a CAA IV Não há -
CAA I ELS-W w 0,4mm

Concreto armado CAA II e CAA III ELS-W w 0,3mm Combinação frequente

CAA IV ELS-W w 0,2mm

Fonte: NBR-6118/14 – Tabela 13.4

Os limites são estimados, sendo que em determinados casos podem ser adotados
limites de abertura de fissura menores, como em presença de água ou regiões de
agressividade marítima, podendo ser adotado limites de 0,1mm.

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11 – Lajes

11 LAJES
11.1 Introdução
Ao longo deste item, serão estudas lajes maciças, sendo esta a laje mais utilizada na
construção civil.
As lajes maciças retangulares apoiadas em suas quatro bordas, são as lajes mais
comumente utilizadas no concreto armado.

11.2 Definição
De acordo com BASTOS (2015), lajes são classificadas como elementos planos
bidimensionais, que são aqueles onde duas dimensões de mesma grandeza, o comprimento
e a largura, são da mesma ordem de grandeza e muito maiores que a terceira dimensão, a
espessura. As lajes também são chamadas de elementos de superfície, ou placas.
As lajes têm por finalidade receber a maior parte das ações verticais de uma estrutura
e transmiti-las para as vigas. Estas ações podem ser causadas por pessoas, móveis,
maquinários, equipamentos, etc, variando de acordo com o uso e/ou finalidade da edificação.
Em sua grande maioria, estas ações são perpendiculares ao plano da laje, podendo ser
distribuídas por área (sobrecarga), linearmente distribuídas (paredes), ou forças concentradas
(equipamentos pendurados ou pilares conectados diretamente nas lajes).
Estas ações são normalmente distribuídas para os bordos das lajes, porém podem ser
distribuídas diretamente para os pilares, conhecidas como lajes lisas. As lajes lisas podem
apresentar problemas de punção, devido à alta concentração de cargas em apenas um ponto
da laje.

11.3 Laje Maciça


As lajes maciças, são as lajes compostas em toda a sua espessura por concreto,
contendo armaduras longitudinais em uma ou nas duas direções para a flexão, e raramente
armaduras transversais.

11.3.1 Classificação quanto a direção


11.3.1.1 Lajes armadas em uma direção

As lajes armadas em uma direção, são aquelas que apresentam uma proporção entre
o lado maior ( ), e o lado menor ( ) é maior que 2, podendo ser transcrito como:

λ 2

Sendo: vão maior


vão menor

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11 – Lajes

Fig. 11.1 - Laje armada em uma só direção

Os esforços de maior magnitude ocorrem no sentido do menor vão da laje ( ), sendo


denominado de sentido principal da laje. No outro sentido ( ), a intensidade dos esforços
solicitantes ocorrem de maneira bem menor, podendo ser desprezada na maioria dos casos.
Os esforços e as flechas podem ser determinados adotando-se uma faixa de 1m da
laje segundo a direção principal da laje, de calculá-la como uma viga de largura de 1m e h
como a altura da laje.

11.3.1.2 Lajes armadas em duas direções

As lajes armadas em duas direções, são aquelas onde a proporção entre o lado maior
( ), e o lado menor ( ) é menor ou igual a 2, podendo ser transcrito como:

λ 2

Sendo: vão maior


vão menor

Fig. 11.2 - Laje armada em duas direções

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11.3.2 Vão efetivos

Os vãos efetivos (Lef), também conhecido como vão teórico (L), das lajes nas direções
principais para cálculo, são determinados conforme a seguir, considerando que os apoios são
suficientemente rígidos quanto a translação vertical (NBR-6118/14 – Item 14.7.2.2).
L = l0 + a1 + a2:

a1
Menor entre os dois valores
0,3.h
a2
Menor entre os dois valores
0,3.h

Fig. 11.3 - Vão efetivo ou teórico

É muito comum em lajes que se utilize os eixos das vigas como vão efetivo, porém em
alguns casos onde as vigas de borda apresentam uma largura excessiva, ou lajes que
engastam em maciços de concreto, pode-se realizar as considerações apresentadas acima.

11.3.3 Altura útil para lajes

a) Laje Armada em duas Direções

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b) Laje Armada em uma Direção

Desta forma determinamos o h conforme a seguir:

h d c ∅ (Laje Armada em duas Direções)


h d c (Laje Armada em uma Direção)

Nesta fase de projeto, iremos estimar um diâmetro de barra, sendo que adota-se
ø=10mm por uma questão de praticidade nos cálculos.

11.3.4 Espessuras Mínimas

A NBR-6118/14, indica no item 13.2.4 os limites mínimos de espessura a seguir:

- 7 cm para laje de cobertura não em balanço;


- 8 cm para lajes de piso não em balanço;
- 10 cm para lajes em balanço;
- 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN;
- 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN;
- 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes cogumelo, sendo estas lajes fora do capitel,
em um sistema de laje/pilar.

Vale notar que estas espessuras são mínimas, sendo que as espessuras finais vão
depender da classe de agressividade ambiental (CAA), sendo desta forma os cobrimentos (C)
irão definir a espessura final. Como podemos notar na Tabela 9, os cobrimentos nominais
variam de acordo com a classe de agressividade ambiental, podendo chegar até a 45mm.
Estes cobrimentos impactam diretamente nas espessuras das lajes, onde as alturas finais
devem permitir uma boa acomodação das barras dentro do concreto, bem como se faz
necessária a verificação das flechas imediatas e progressivas.

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No dimensionamento das lajes em balanço, os esforços solicitantes de cálculo a serem


considerados devem ser multiplicados por um coeficiente adicional , de acordo com o
indicado na tabela

Tab. 11.1 - Valores do coeficiente adicional para lajes em balanço


h
≥19 18 17 16 15 14 13 12 11 10
(cm)

1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 1,35 1,40 1,45

Onde:
γ 1,95 0,05. h
h é a altura da laje, expressa em centímetros (cm).
NOTA O coeficiente deve majorar os esforços solicitantes finais de cálculo nas lajes em
balanço, quando de seu dimensionamento.

Fonte: NBR-6118/14 - Tabela 13.2

11.4 Vinculação

Esta etapa consiste em determinar as vinculações das bordas de apoio da laje, sendo
separadas basicamente em três tipo: borda livre, borda simplesmente apoiadas e borda
engastada.

Fig. 11.4 - Representação dos tipos de apoio


Fonte: BASTOS (2015)

a) Bordas simplesmente apoiadas

As lajes com bordas de apoios simples surgem onde não existem ou não se admite
continuidade da laje com outras lajes vizinhas. O apoio pode ser uma parede ou uma viga
de concreto.
No caso de vigas de concreto de dimensões usuais, estas não possuem rigidez a torção
suficiente para não impedir a rotação, deformando-se, e acompanhando pequenas
rotações da laje, o que acaba adquirindo a concepção teórica do apoio simples.

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Fig. 11.5 - Viga de borda como apoio simples para laje


Fonte: BASTOS (2015)
b) Engaste perfeito

O engaste perfeito surge no caso de lajes em balanço, como marquises e varandas, etc.
É considerado também nas bordas onde há continuidade entre duas lajes vizinhas.

Fig. 11.6 - Laje em balanço engastada na viga de apoio


Fonte: BASTOS (2015)

Quando duas lajes contínuas possuem espessuras muito diferentes, como mostrado
na Fig. 11.7, pode ser mais coerente considerar a laje L2, engastada na L1, porém a lajes L1
de maior espessura apenas apoiada na borda comum entre as lajes.

Fig. 11.7 - Lajes adjacentes com espessuras muito diferentes


Fonte: BASTOS (2015)

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c) Engaste Elástico

Conforme descrito por BASTOS (2015), os casos de apoios intermediários de lajes


contínuas surgem momentos fletores negativos devido à continuidade das lajes. A
ponderação feita entre os diferentes valores de momentos fletores que surgem nesses apoios
conduz ao engastamento elástico (Fig. 11.8). No entanto, para efeito de cálculo inicial dos
momentos fletores ML1 e ML2 , as lajes que apresentam continuidade devem ser consideradas
perfeitamente engastadas nos apoios intermediários.

Fig. 11.8 - Momento elástico na continuidade das lajes decorrente dos momentos fletores negativos
diferentes
Fonte: BASTOS (2015)

Pode ocorrer, por exemplo, uma borda com uma parte engastada e a outra apoiada, como
mostrado na Fig. 11.9, uma possível aproximação pode ser realizada conforme

Fig. 11.9 - Caso específico de vinculação

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Tab. 11.2 - Critério para bordas parcialmente engastada e/ou parcialmente apoiada

Considera-se a borda totalmente apoiada


3
Calculam-se os esforços para as duas situações – borda
2.
totalmente apoiada e borda totalmente apoiada – e
3 3
adotam-se os maiores valores no dimensionamento.
2.
Considera-se a borda totalmente engastada
3
Fonte: PINHEIRO (2003)

No caso de lajes armadas em uma direção, pode-se considerar uma situação


específica para cada trecho, determinando os momentos no trecho apoiado e engastado como
trecho separados. Desta forma obteríamos momentos positivos e negativos diferentes em
cada trecho, resultando consequentemente em armaduras diferentes.

11.4.1 Tipos de Lajes


A seguir são apresentados os tipos de lajes de acordo as vinculações nas bordas, e
suas respectivas combinações possíveis. As respectivas numerações estão de acordo com
as Tab. 11.3 e Tab. 11.4.

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11.5 Reação das Lajes em vigas

Assim como no cálculo dos momentos fletores e flechas, as reações das lajes nas
bordas, as lajes serão analisadas em função de serem armadas em uma ou em duas direções.
No caso das lajes armadas em uma direção, as reações de apoio são determinadas
conforme uma viga suposta de b=100cm. Para as lajes armadas em duas direções, elas
podem ser determinadas conforme o método das áreas, conforme item 11.5.1.

11.5.1 Método das Áreas - Charneiras Plásticas

A NBR-6118, item 14.7.6, permite as aproximações de distribuição de cargas para o


cálculo das reações de apoio das lajes conforme o método de charneiras plásticas, também
conhecido como método das áreas.
O item 14.7.6.1 da NBR-6118/14, para o cálculo das reações de apoio das lajes maciças
retangulares com carga uniforme, podem ser feitas as seguintes aproximações:
a) as reações em cada apoio são correspondentes às cargas atuantes nos triângulos
ou trapézios determinados através das charneiras plásticas correspondentes à
análise efetivada com os critérios de análise plástica, sendo que essas reações
podem ser, de maneira aproximada, consideradas uniformemente distribuídas sobre
os elementos estruturais que lhe servem de apoio;
b) quando a análise plástica não for efetuada, as charneiras podem ser aproximadas
por retas inclinadas, a partir dos vértices, com os seguintes ângulos:
- 45º entre dois apoios do mesmo tipo;
- 60º a partir do apoio considerado engastado, se o outro for considerado
simplesmente apoiado;
- 90º a partir do apoio, quando a borda vizinha for livre.

Fig. 11.10 - Definição das áreas de influência de carga para cálculo das reações de apoio nas vigas de
borda das lajes armadas em duas direções
Fonte: BASTOS (2015)

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As reações das lajes nas vigas podem ser determinadas de acordo com a seguinte
expressão:
.

Onde:
reação da laje referente a área indicada, em kN/m;
carga distribuída uniformemente, em kN/m²;
área de influência para a referida viga, em m²;
vão efetivo da viga a ser carregada, em metros (m).

As reações das lajes nas vigas podem ser determinadas conforme tabela 25, sendo
determinada da seguinte forma:

.
10

Onde:

V é a reação da laje na viga, em kN/m;


é o coeficiente tabelado em função de ⁄ , onde:
reação nos apoios simples perpendiculares à direção de ;
reação nos apoios simples perpendiculares à direção de ;
reação nos apoios engastados perpendiculares à direção de ;
′ reação nos apoios engastados perpendiculares à direção de ;
p é a carga distribuída uniformemente sobre a laje, em kN/m²;
é o menor vão da laje, em metros (m).

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Tab. 11.3 - Tabela de reações de apoio em Lajes com carga uniforme

Fonte: adaptado de PINHEIRO (2003)

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11.6 Lajes armadas em uma direção

As lajes armadas em uma direção, de forma simplificada é considerado que os


esforços mais preponderantes atuem apenas na direção de menor vão da laje, atuando de
forma que a laje seja considerada uma viga de largura constante de um metro (100 cm),
segundo a direção principal. Os momentos fletores na direção secundária são desprezados,
por serem de pouca significância.

Fig. 11.11 - Momentos fletores em lajes armadas em uma direção


Fonte: BASTOS (2015)

A seguir, nas figuras Fig. 11.12, Fig. 11.13 e Fig. 11.14, são apresentados o três casos
de possíveis vinculações quando são considerados apoios simples e engastes perfeitos. São
indicadas as equações de cálculo para os momentos fletores e flechas imediatas, para
carregamentos uniformemente distribuídos.

Fig. 11.12 – Laje armada em uma direção sobre apoio simples e carregamento uniforme
Fonte: BASTOS (2015)

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Fig. 11.13 - Laje armada em uma direção sobre apoio simples


e engaste perfeito e carregamento uniforme
Fonte: BASTOS (2015)

Fig. 11.14 - Laje armada em uma direção biengastada e carregamento uniforme


Fonte: BASTOS (2015)

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11.6.1 Lajes em Balanço

As lajes em balanço, tais como lajes de varandas e marquises, são casos de lajes
armadas em uma direção, que devem ser calculadas como vigas em balanço com largura
constantes de um metro (100 cm), e no sentido da menor vão.

Reação:
.

Momento:

.
2

Fig. 11.15 -Laje em balanço armada em uma direção

11.6.2 Lajes armadas em uma direção com duas bordas livres


Para casos de lajes armadas em uma direção com as duas bordas livres, conforme
Fig. 11.16, o cálculo pode ser realizado considerando a laje com largura de um metro
(b=100cm), como uma viga contínua na direção do vão dos apoios.

Fig. 11.16 - Laje armada em uma direção com as bordas livres


Fonte: BASTOS (2015)

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11.7 Momentos Fletores Solicitantes

Os momentos fletores e as flechas das lajes são determinados de acordo com o tipo de
comportamento da laje. No caso das lajes armadas em uma direção, sendo a maior parte de
seus esforços solicitantes trabalhem na menor direção da laje, esta será calculada como uma
viga. As lajes armadas em duas direções, por apresentarem esforços significativos nas duas
direções, podem ser aplicadas diferentes teorias, como a Teoria da Elasticidade e das
Charneiras plásticas.

11.7.1 Lajes armadas em duas direções

As lajes armadas em duas direções, apoiadas nos quatro lados, possuem processos
mais complexos para a obtenção dos esforços solicitantes quando comparado aos métodos
para as lajes armadas em uma direção.
Para o caso desta apostila, serão utilizadas as tabelas de Czerny, sendo utilizadas
para as lajes apoiadas nas quatro bordas, com carregamentos uniformemente distribuídos
sobre elas. Para a obtenção dos esforços, serão utilizadas as seguintes equações:

. .

.
. .
. .

Sendo:

momento positivo na direção da laje, em kN.m;


momento positivo na direção da laje, em kN.m;
′ momento negativo na direção da laje, em kN.m;
′ momento negativo na direção da laje, em kN.m;
carregamento distribuído uniformemente sobre a laje, em kN/m²;
, coeficientes para cálculo dos momentos fletores em de acordo com ⁄ ;
, coeficientes para cálculo dos momentos fletores em de acordo com ⁄ ;
flecha imediata da laje;
módulo de elasticidade secante ( ), conforme item 1.2.6.

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Tab. 11.4 - Tabela de Czerny

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11.7.2 Compatibilização dos momentos

Ao determinarmos os momentos fletores nas lajes isoladamente, os momentos fletores


negativos nas bordas comuns entre duas lajes contínuas, geralmente são diferentes. A NBR
6118 (item 14.7.6.2) permite que seja feita uma compatibilização dos momentos fletores
negativos: “Quando houver predominância de cargas permanentes, as lajes vizinhas podem
ser consideradas isoladas, realizando-se a compatibilização dos momentos sobre os apoios
de forma aproximada. No caso de análise plástica, a compatibilização pode ser realizada
mediante alteração das razões entre momentos de borda e vão, em procedimento iterativo,
até a obtenção de valores equilibrados nas bordas. Permite-se, simplificadamente, a adoção
do maior valor de momento negativo em vez de equilibrar os momentos de lajes diferentes
sobre uma borda comum.”
Uma prática muito comum brasileira utilizada a anos, e consolidada para a
compatibilização dos momentos fletores negativos é tomado como:


0,6 → 0,8. ′

′ ,com ′ ′
′ ′ ′
0,6 →
′ 2

Após a compatibilização dos momentos fletores negativos, devemos compatibilizar os


momentos fletores positivos com os valores excedentes dos momentos negativos, da seguinte
forma:

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11.8 Dimensionamento à Flexão

O dimensionamento à flexão deverá ser realizado conforme item 7 desta apostila, sendo
tomado:
100 , sendo dimensionado para o momento balanceado para uma faixa de 100cm.

- Para qualquer f :

d d
1 1 → 1 1
0,5. α . . 0,5. α . 100.

. 0,5. .

- Para f 50MPa:

1,25. 1 1 → 1,25. 1 1
0,425. . 0,425.100.

. 0,4.

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11.9 Detalhamento das Armaduras


11.9.1 Armaduras longitudinais mínimas e máximas

“Os princípios básicos para o estabelecimento de armaduras máximas e mínimas são


os dados em 17.3.5.1. Como as lajes armadas nas duas direções têm outros mecanismos
resistentes possíveis, os valores mínimos das armaduras positivas são reduzidos em relação
aos definidos para elementos estruturais lineares.” (NBR 6118, 19.3.3.1).

11.9.2 Armaduras Máximas

Sobre a armadura máxima, a NBR 6118 (17.3.5.2.4) diz que “A soma das armaduras
de tração e de compressão (As + A’s) não pode ter valor maior que 4 % Ac , calculada na região
fora da zona de emendas, devendo ser garantidas as condições de ductilidade requeridas em
14.6.4.3.”

A A′ 4% A

11.9.3 Armaduras Mínimas

Para um melhor desempenho no controle da fissuração e à ductilidade a flexão, são


necessários valores mínimos de armadura passiva. Estas estão apresentadas na tabela 28.

Tab. 11.5 - Valores mínimos para armaduras passivas aderentes


Elementos
Elementos estruturais com
Estruturais sem Elementos estruturais com
Armadura armadura ativa não
armaduras armadura ativa aderente
aderente
ativas
Armaduras
í í 0,67. í í 0,5. 0,67. í
Negativas
Armaduras
negativas de borda 0,67 í

sem continuidade
Armaduras
positivas de lajes
0,67 í 0,67 í 0,5. í í 0,5. 0,5. í
armadas nas duas
direções

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continuação da Tab. 11.5 - Valores mínimos para armaduras passivas aderentes


Armadura positiva
(principal) de lajes
í í 0,5. í í 0,5. 0,5. í
armadas em uma
direção
Armadura positiva
⁄ 20 % da armadura principal
(secundária) de
⁄ 0,9 / -
lajes armadas em
0,5. í
uma direção
Onde:

e
. .

Os valores de í se encontram na Tab. 11.6

Fonte: NBR-6118/14 – Tabela 19.1

Tab. 11.6 - Taxas mínima de armadura de flexão para vigas e lajes

Forma de Valores de ρmin (Asmin/Ac)


Seção
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90

Retangular 0,150 0,150 0,150 0,164 0,179 0,194 0,208 0,211 0,219 0,226 0,233 0,239 0,245 0,251 0,256

Fonte: NBR-6118/14 – Tabela 17.3

11.10 Força cortante em laje e Elementos Lineares com (item 19.4.1 da NBR-
6118/14)
11.10.1 Lajes sem armadura para força cortante

As lajes maciças ou nervuradas podem ser dispensadas da utilização de armaduras


transversal para resistir as forças de tração oriundas da força cortante, quando a força cortante
de cálculo, a uma distância d da face do apoio, obedecer a expressão:

V V

Sendo a força cortante resistente de cálculo dada por:

V τ . k. 1,2 40. ρ 0,15. σ .b .d

Onde:

τ 0,25. f

f .
f γ

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A ,não maior que |0,02|;


ρ
b .d
N
σ
A

k é um coeficiente que tem os seguinte valores:


- para elementos onde 50% da armadura inferior não chega até o apoio: k |1|;
- para demais casos: k |1,6 d|, não menor que |1|, com d em metros.
τ é a tensão resistente de cálculo do concreto ao cisalhamento;
A é a armadura de tração que se estende até não menos que d l , além da seção
considerada, com l , definido em 9.2.3, e na
b é a largura mínima da seção ao longo da altura útil d;
N é a força longitudinal na seção devida à protensão ou carregamento (a compressão é
considerada como sinal positivo).

Fig. 11.17 – Comprimento de ancoragem necessário


Fonte: Figura 19.1, NBR-6118 (2014)

11.10.2 Lajes com armadura para força cortante

Aplica-se os critérios estabelecidos no item 8 desta apostila.

A resistência dos estribos pode ser considerada com os seguintes valores máximos,
sendo permitida a interpolação linear:

- 250 MPa, para lajes com espessura até 15cm;


- 435 MPa (f , para lajes com espessura maior que 35 cm.

11.11 Flechas

As flechas elásticas nas lajes podem ser determinadas em lajes armadas em uma
direção conforme item 11.3.1.1, e lajes armadas em duas direções de acordo com o item
11.7.1.

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11 – Lajes

Para as flechas imediatas, devem ser determinadas conforme item 10.4.1 caso a seção
em análise tenho ultrapassado o momento de fissuração determinado conforme item 10.1.
A flecha total da laje deverá estar de acordo com as flechas limites descritos no item
10.4.3, e devem ser comparadas com as fechas diferidas conforme item 10.4.2.

11.12 Limite de abertura de Fissura

A determinação de abertura de fissura, deverá ser determinada conforme item 10.5, e


comparadas com o limite de abertura de fissura conforme item 10.5.2.

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12 – Vigas

12 VIGAS
12.1 Vão teórico

Vão livre (l0) é a distância entre as faces dos apoios. O vão efetivo (lef), também
conhecido como vão teórico (l), pode ser calculado por:
L = l0 + a1 + a2:

a1
Menor entre os dois valores
0,3.h
.
a2

No entanto, é usual adotar o vão teórico como sendo, simplesmente, a distância entre
os eixos dos apoios. Este modelo acaba se tornando mais utilizados quando temos vigas
engastadas em pilares parede, que possuem dimensões muito grandes.
Nas vigas em balanço, vão livre é a distância entre a extremidade livre e a face externa
do apoio, e o vão teórico é a distância até o centro do apoio.

Fig. 12.1 - Vão efetivo ou teórico

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12 – Vigas

12.2 Dimensionamentos
12.2.1 Dimensionamento à Flexão

O dimensionamento à flexão deverá ser realizado conforme item 7 desta apostila, sendo
tomado como:

- Para qualquer f :

d d
1 1 → 1 1
0,5. α . . 0,5. α . b .

. 0,5. .

- Para f 50MPa:

1,25. 1 1 → 1,25. 1 1
0,425. . 0,425. b .

. 0,4.

12.2.2 Dimensionamento à Força Cortante

O dimensionamento à força cortante deve ser determinado conforme item 8 desta


apostila, podendo ser utilizado o Modelo I ou Modelo II conforme a necessidade.
Devem ser respeitados as armaduras mínimas, conforme item 8.3, e espaçamentos
máximos (Smax), conforme item 8.4.

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12 – Vigas

12.3 Detalhamento dos elementos Lineares


12.3.1 Armaduras longitudinais mínimas e máximas

“Os princípios básicos para o estabelecimento de armaduras máximas e mínimas são


os dados em 17.3.5.1. Como as lajes armadas nas duas direções têm outros mecanismos
resistentes possíveis, os valores mínimos das armaduras positivas são reduzidos em relação
aos definidos para elementos estruturais lineares.” (NBR 6118, 19.3.3.1).

12.3.2 Armaduras Máximas

Sobre a armadura máxima, a NBR 6118 (17.3.5.2.4) diz que “A soma das armaduras
de tração e de compressão (As + A’s) não pode ter valor maior que 4 % Ac , calculada na região
fora da zona de emendas, devendo ser garantidas as condições de ductilidade requeridas em
14.6.4.3.”

A A′ 4% A

12.3.3 Armaduras Mínimas

Para um melhor desempenho no controle da fissuração e à ductilidade a flexão, são


necessários valores mínimos de armadura passiva. Estas estão apresentadas na tabela 31.

Tab. 12.1 - Taxas mínima de armadura de flexão para vigas

Forma de Valores de ρmin (Asmin/Ac)


Seção
20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90

Retangular 0,150 0,150 0,150 0,164 0,179 0,194 0,208 0,211 0,219 0,226 0,233 0,239 0,245 0,251 0,256

Fonte: NBR-6118/14 – Tabela 17.3

12.3.4 Armadura de Pele

A armadura de pele se faz necessária em vigas com 60cm ou mais, atendendo os


requisitos abaixo:
- 0,10% da Ac,alma em cada face da alma da viga, com espaçamento ≤ 20cm;
- Aspele,máx= 5,0cm²/m por face.
- As armaduras de tração e compressão não podem ser computadas como armaduras
de pele.

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12 – Vigas

Fig. 12.2 - Disposição das Armaduras de Pele

12.4 Alocação das Armaduras

A correta disposição das armaduras se faz necessária que não haja problema de
concretagem (“bicheiras”), e tenha espaço suficiente para a correta vibração do concreto,
preenchendo do espaço que se deseja concretar.
Na figura 60, é mostrado os espaços mínimos recomendados para alocação das barras.

Valores Recomendáveis para


vigas de grande porte, com
previsão de grande número de
emendas por traspasse:
dagregado≤ 2,5cm
ah ≥ 3 cm
av ≥ 2 , 2cm
a = 6cm + 

Fig. 12.3 - Alocação das barras na seção transversal da viga


Fonte: adaptado de FUSCO (2013)

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12 – Vigas

≥1 av
ah av 1 1
≥ 2,0cm ≥
≥ 1,2 dagregado 2,0cm ah 2,0cm

a largura livre para a passagem do vibrador


- obrigatório para armadura inferiores com mais de 3 camadas;
- para armaduras superiores, sempre deve ser previsto a passagem do vibrador.
- os espaçamentos variam de acordo com o vibrador disponível em obra. (25mm a
63mm)
c cobrimento nominal das armaduras (ver tabela 10) ;
ø diâmetro da armadura longitudinal;
øt diâmetro dos estribos.

12.5 Instabilidade lateral

A segurança à instabilidade lateral de vigas deve ser garantida através de procedimentos


apropriados.
Como procedimento aproximado pode-se adotar, para vigas de concreto, com armaduras
passivas ou ativa, sujeitas a flambagem lateral, as seguintes condições:

- b ≥ l0/50
- b ≥ βfl.h

Onde:
b é a largura da zona comprimida;
h é a altura total da viga;
l0 é o comprimento do flange comprimido, medido entre os suportes que garantam o
contraventamento lateral;
βfl é o coeficiente que depende da forma da viga (ver Tab. 12.2)

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12 – Vigas

Tab. 12.2 - Valores de βfl

Tipologia da Viga βfl

0,40

0,20

Fonte: NBR-6118/14 - Tabela 15.1

12.6 Flechas

As flechas elásticas nas lajes podem ser determinadas em lajes armadas em uma
direção conforme item 11.3.1.1, e lajes armadas em duas direções de acordo com o item
11.7.1.
Para as flechas imediatas, devem ser determinadas conforme item 10.4.1 caso a seção
em análise tenho ultrapassado o momento de fissuração determinado conforme item 10.1.
A flecha total da laje deverá estar de acordo com as flechas limites descritos no item
10.4.3, e devem ser comparadas com as fechas diferidas conforme item 10.4.2

12.7 Limite de abertura de Fissura

A determinação de abertura de fissura, deverá ser determinada conforme item 10.5, e


comparadas com o limite de abertura de fissura conforme item 10.5.2.

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13 – Pilares

13 PILARES
13.1 Dimensões Mínima

Para condições onde haja a necessidade de se executar pilares com largura ( ) menor
que 19 cm, deve adotar o coeficiente como ponderação adicional conforme equação abaixo
ou como demonstrado na Tab. 13.1.

1,95 0,05

Tab. 13.1 - Valores de para pilares com b entre 12 e 19 cm

(cm) 19 18 17 16 15 14 13 12

1,0 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 1,35

13.2 Momento Mínimo

Para o dimensionamento de pilares, deve-se estimar um momento mínimo para os


pilares, levando em consideração problemas executivos. Estas variações podem ocorrer
devida as locações dos pilares, e devida a variabilidade da dimensão do pilar.

, . 0,015 0,03.

3% de desvio de execução na direção considerada

1,5 cm de excentricidade

13.3 Determinação da Esbeltez ( ) e Esbeltez reduzida ( )

Sendo:

é o comprimento de flambagem;
é o raio de giração da seção, podendo ser em x e em y;

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13 – Pilares

é o momento de inércia da seção transversal do pilar em relação ao eixo principal de


inércia da direção considerada;
é a área da seção transversal do pilar.

Considerando a seção do pilar como retangular, obtemos:

.
e .
12

Simplificando, temos:

.
→ → →
12. . 12 √12 3,46

Desta maneira, podemos dizer que:

→ 3,46.
,

O valor de pode ser calculado conforme expressão a seguir:


25 12,5

onde 35 90

e onde o valor de deve ser obtido conforme estabelecido a seguir:

a) Para pilares biapoiados sem cargas transversais:

0,6 0,4 0,4

Sendo 1,0 0,4

maior valor, em módulo, dos momentos atuantes nas extremidades do pilar.


valor do outro momento, positivo se tracionar a mesma face que Ma,e negativo caso
contrário.

Caso | |< | , | temos, αb = 1.

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13 – Pilares

b) Para pilares biapoiados com cargas transversais significativas ao longo da altura:

1,0

c) Para pilares em balanço:

0,8 0,2 0,85

Sendo 1,0 0,85

é o momento de 1º ordem no engaste;


é o momento de 1º ordem no meio do pilar em balanço.

Para pilares biapoiados e em balanço com momentos menores que o momento mínimo
estabelecido em :

1,0

13.4 Classificação quanto a esbeltez

Após determinada a esbeltez ( ) e a esbeltez reduzida ( ), deve-se identificar onde


está enquadrado o , respeitando os seguintes critérios:

- 35 deve-se considerar efeitos de 2º ordem;


- 90 deve-se considerar fluência;

Para os métodos de dimensionamento, deve-se considerar dentro dos limites:

- 200 para qualquer método de dimensionamento;


- 90 para os métodos de pilar padrão com curvatura aproximada e com
rigidez κ aproximada;
- 140 para o método de pilar padrão acoplado aos diagrama de M, N e 1/r.

O Quadro 13.1 exemplifica os critérios apresentados acima.

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13 – Pilares

Quadro 13.1 - Consideração da esbeltez ( ) para a necessidade de determinação dos efeitos de 2º ordem
e limites dos métodos de dimensionamento

0 35 90 140 200
Consideração dos efeitos de 2º ordem

Consideração de Fluência

Método Geral

Método do Pilar Padrão com curvatura aproximada

Método do Pilar Padrão com rigidez κ aproximada

Método do Pilar Padrão acoplado aos diagramas M, N, 1/r

Fonte: EPUSP (2001)

13.5 Cálculo dos Momentos de 2º ordem locais

A determinação de 2º ordem local é feita através de métodos aproximados considerando


um pilar retangular preferencialmente com momentos opostos (pilar padrão), onde pode-se
estimar uma curvatura do pilar (curvatura aproximada), ou uma rigidez concreto-aço (rigidez
aproximada). Desta forma, permite estimar uma deformação (e), que multiplicada pela normal
(N), obtemos uma novo momento ( , ), ou momento de 2º ordem.
Vale ressaltar que os momentos não são apenas de 2º ordem, e sim, de infinita ordem,
que terminariam apenas quando se estabiliza-se as deformações e a diferença entre as
iterações de momentos fossem quase nulas.
Mhtopo Mbtopo

Mhbase Mhbase
h h

Fig. 13.1 - Momentos de 1º ordem dos Pilares

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13 – Pilares

M2 M2

M2 M2

0,6.Le
0,4.Le
h h

Fig. 13.2 - Momentos de 2º ordem dos Pilares

13.5.1 Método do pilar padrão com curvatura aproximada

Neste método estima-se que a curvatura do pilar seja senoidal, onde temos a
excentricidade em função da curvatura:

, 1
.
,
10 ,

No item 15.8.3.3.2 da NBR-6118/14, a curvatura na seção crítica (1/r) pode ser


avaliada pela seguinte expressão aproximada:

1 0,005 0,005
. 0,5

Onde:

é altura da seção na direção considerada;


é a força normal adimensional;
é a área de concreto;
é a força normal de cálculo e/ou combinada em ELU.

O momento total máximo na seção considerada do pilar deve ser calculado pela
seguinte expressão:

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13 – Pilares

, . , . ,

Desta forma obtemos:

, 1
, . , . .
10 ,

Podendo ser escrito da seguinte forma, caso respeite a condição de ser menor que
0,005⁄ :

, 0,005
, . , .
10 . 0,5

13.5.2 Método do pilar padrão com rigidez κ aproximada

O momento total máximo no pilar deve ser calculado a partir da majoração no momento
da 1º ordem pela expressão.

. ,
,
1

,
. 32 1 5.
.

O cálculo pode ser feito interativamente com as equações acima, geralmente


necessitando de apenas 2 a 3 iterações. No entanto, pode-se substituir a segunda equação
na primeira equação, desta forma obtendo-se:

5. ,
. ,
. , ,
. , ,
0 , . 5. , . . ,
320 ,

. , . . , ,

√ 4
,
2

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13 – Pilares

13.6 Detalhamento dos elementos Lineares


13.6.1 Armadura Mínima

A armadura longitudinal mínima, deve ser:

, í 0,15 0,004.

13.6.2 Armadura Máxima

, á 0,08.

A máxima armadura permitida em pilares deve considerar inclusive a sobreposição de


armadura existente em regiões de emenda.

13.6.3 Determinação da Armadura Longitudinal

Um dos meios para a determinação da armadura longitudinal é através de ábacos,


onde determina-se o momento admensional ( ), a normal admensional ( , para a extração
da taxa de armadura ( ), conforme fórmulas a seguir:

.
. .

, .
.

Extraindo do ábaco, podemos escrever a fórmula da seguinte forma para


determinarmos o , :

. .
,

O ábacos podem ser encontrados nos anexos, item 14.6.3.

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13 – Pilares

13.6.4 Proteção contra flambagem das barras

Sempre que houver a possibilidade de flambagem das barras da armadura, que


geralmente ocorrem em elementos comprimidos, devem ser tomadas precauções para evita-
la. Os estribos poligonais garantem a proteção contra a flambagem das barras longitudinais
em seus cantos e por eles abrangidas, situadas no máximo à distância de 20 Øt do canto.
Caso haja mais de duas barras, ou barras fora da distância de 20 Øt, deve-se complementar
com estribos adicionais.

Fig. 13.3 - Proteção contra a flambagem da barras

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14 – Anexos

14 ANEXO A - RESUMOS
14.1 Pré-Dimensionamento
14.1.1 Lajes

∑ Leng
d L. 0,028 0,006.
U
U Perímetro da laje
∑ Leng Somatória dos comprimentos de lados engastados da laje
L Lx
0,67.Ly Menor entre os dois valores

d altura útil de cálculo

14.1.2 Lajes em balanço


d 2. L . 0,028

L Comprimento do balanço da laje

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14 – Anexos

14.2 Flexão
Valores de λ e αc
fck (MPa) λ 1/λ αc
≤ 50 0,8000 1,250 0,8500
55 0,7875 1,270 0,8287
60 0,7750 1,290 0,8075
65 0,7625 1,311 0,7862
70 0,7500 1,333 0,7650
75 0,7375 1,356 0,7437
80 0,7250 1,379 0,7225
85 0,7125 1,403 0,7012
90 0,7000 1,428 0,6800

Equação Geral Linha Neutra

d
1 1
0,5. α . .

Determinação do As - Geral

. 0,5. λ.

Momentos (Mu - Momento Ultimo ou Mr - Momento Resistente)


Mu = Rsd (d - 0,5.λ.x) ou Mu=Rcd (d - 0,5.λ.x)
Mu = As.fyd (d-0,5.λx) ou Mu = αc.bw.λ.x.fcd (d - 0,5.λ.x)

Equação Linha Neutra - , e ,

1,25. d 1 1
0,425. .

Determinação do As

. 0,4.

Momentos (Mu - Momento Ultimo ou Mr - Momento Resistente)


Mu = Rsd (d - 0,4x) ou Mu=Rcd (d - 0,4x)
Mu = As.fyd (d-0,4x) ou Mu = 0,68.bw.x.fcd (d - 0,4x)

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14 – Anexos

14.3 Calculo da Armadura Transversal


14.3.1 Modelo I
Vsd ≤ Vrd2
Vrd 0,27. α . fcd. bw. d

α 1 , e fck expresso em MPa ou α 1 em kN/cm²

a) Cálculo da armadura transversal


Vsd ≤ Vrd3
V Vc V
No cálculo da armadura transversal considera-se Vrd3 = Vsd, resultando:
V V Vc

b) Cálculo de Vc
V 0,6. f .b .d

Vc0= 0 nos elementos estruturais tracionados quando a linha neutra se situa


fora da seção;
Vc= Vc0 na flexão simples e na flexo-tração com a linha neutra cortando a seção;
c) Cálculo da Armadura Transversal
A
Vsw . 0,9. d. f . senα cosα
s

14.3.2 Área mínima


A f ,
ρ 0,2
b . S. senα f
A b .f , . senα
0,2
S f
14.3.3 Condições de Disposição das armaduras

- Se Vd ≤ 0,67.Vrd2, então Smax= 0,6.d ≤ 300 mm


- Se Vd > 0,67.Vrd2, então Smax= 0,3.d ≤ 200 mm
- Se Vd ≤ 0,20.Vrd2, então St,max= d ≤ 800 mm
- Se Vd > 0,20.Vrd2, então St,max= 0,6.d ≤ 350 mm

- t ≥ 5mm;
- t ≥ 4,2, para quando os estribos são formados por telas soldadas, desde de que
respeite todas as condições de corrosão da armadura;
- t ≤ bw/10
- Barras de CA-25 não devem possuir  > 12mm.

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14 – Anexos

14.4 Ganchos e ancoragem


14.4.1 Armaduras Longitudinais ou de tração
BARRA DE Ø 6,3

2,20
> 1,30

>
2,
5
Ri=1,57 Ri=1,57
Ri=1,57

>5
> 7,2
Ø6,3

Ø6,3

Ø6,3
3,15 3,15 3,15

7,0
5,3
5
3,

l1 l1 l1

BARRA DE Ø 8,0
2,8
> 1,60

>
3,
2
Ri=2,0 Ri=2,0
> 6,5

Ri=2,0
> 9,3

4,00 4,00 4,00

9,0
Ø8

Ø8

Ø8
6,8
5
4,

l1 l1 l1

BARRA DE Ø 10,0
3,5
> 2,0
>
4,
0

Ri=2,5 Ri=2,5
> 8,0

Ri=2,5
> 11,5

5,00 5,00 5,00


Ø10

Ø10

Ø10

11
8,3
5
5,

l1 l1 l1

BARRA DE Ø 12,5
4,4
> 2,5
>
5,
0

Ri=3,12 Ri=3,12
> 10

Ri=3,12
> 14,4
Ø12,5

Ø12,5

Ø12,5

6,25 6,25 6,25


14
5
10,
0
7,

l1 l1 l1

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14 – Anexos

BARRA DE Ø 16
5,6
= 3,5

>
6,
5
Ri=4,0 Ri=4,00

> 13
Ri=4,00

8,00 8,00 8,00


Ø16

Ø16

Ø16

18
5
13,
9
l1 l1 l1

BARRA DE Ø 20
10
> 4,0

>
8,
0
Ri=8,0 Ri=8,0
> 16

Ri=8,00

16,0 16,0 16,0


Ø20

Ø20

Ø20

32
24
16

l1 l1 l1

BARRA DE Ø 22
11
> 4,5
>
9

Ri=9,0 Ri=9,0
> 18

Ri=9,0

18,0 18,0 18,0


Ø22

Ø22

Ø22

36
27
18

l1 l1 l1

BARRA DE Ø 25
12,5
> 5,0
>
10

Ri=10,0 Ri=10,0
> 20

Ri=10,0

20,0 20,0 20,0


Ø25

Ø25

Ø25

40
30
20

l1 l1 l1

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14 – Anexos

14.4.2 Ganchos para Estribos


ESTRIBO DE Ø 6,3 ESTRIBO DE Ø 8

1,57 2,00

5c

5c
m

m
Ri=0,945 Ri=0,945 Ri=1,20 Ri=1,20

8cm
7cm
Ø6,3

Ø6,3

Ø8,0

Ø8,0
1,89 1,89 2,40 2,40

4,7
3,7

15
5
2,

3,
l1 l1 l1 l1
Ø6,3

Ø8
Ø6,3

Ø8
Ø6,3 Ø6,3 Ø8,0 Ø8,0

+16 +14 +18 +15

ESTRIBO DE Ø 10 ESTRIBO DE Ø 12,5

2,5 4,37

6,
5c

5c
m

m
Ri=1,50 Ri=1,50 Ri=3,125 Ri=3,125

12,5cm
10cm

Ø12,5

Ø12,5
3,00 3,00 6,25 6,25
Ø10

Ø10

3
6,0

10,
90
0
4,

6,

l1 l1 l1 l1
Ø10

Ø12,5
Ø10

Ø12,5

Ø10 Ø10 Ø12,5 Ø12,5

+23 +17 +30 +25

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14 – Anexos

14.5 Comprimento de ancoragem


14.5.1 Comprimento de ancoragem Básico

∅ fyd
lb . 25
4 fbd

Comprimento de ancoragem básico (cm) para aço CA-50 e concretos até 50 MPa
fck (MPa) 20 25 30 35 40 45 50
fctd (kN/cm²) 0,111 0,128 0,145 0,160 0,175 0,190 0,204
Aderênci a BA MA BA MA BA MA BA MA BA MA BA MA BA MA
fbd (kN/cm²) 0,249 0,174 0,289 0,202 0,326 0,228 0,361 0,253 0,395 0,276 0,427 0,299 0,458 0,321
Barra (mm) / lb (ø) 44 ø 62 ø 38 ø 54 ø 33 ø 48 ø 30 ø 43 ø 28 ø 39 ø 25 ø 36 ø 25 ø 34 ø

6,3 28 39 24 34 21 30 19 27 17 25 16 23 16 21
8 35 50 30 43 27 38 24 34 22 31 20 29 20 27
10 44 62 38 54 33 48 30 43 28 39 25 36 25 34
12,5 55 78 47 67 42 60 38 54 34 49 31 45 31 42
16 70 100 60 86 53 76 48 69 44 63 40 58 40 54
20 87 125 75 108 67 95 60 86 55 79 50 73 50 68
22 96 137 83 118 73 105 66 95 61 87 55 80 55 75
25 109 156 94 135 83 119 75 107 69 98 63 91 63 85
32 140 200 121 172 107 152 96 138 88 126 80 116 80 108

Comprimento de ancoragem básico (cm) para aço CA-25 e concretos até 50 MPa
fck (MPa) 20 25 30 35 40 45 50
fctd (kN/cm²) 0,111 0,128 0,145 0,160 0,175 0,190 0,204
Aderênci a BA MA BA MA BA MA BA MA BA MA BA MA BA MA
fbd (kN/cm²) 0,111 0,077 0,128 0,090 0,145 0,101 0,160 0,112 0,175 0,123 0,190 0,133 0,204 0,143
Barra (mm) / lb (ø) 49 ø 70 ø 42 ø 61 ø 38 ø 54 ø 34 ø 48 ø 31 ø 44 ø 29 ø 41 ø 27 ø 38 ø

6,3 31 44 27 38 24 34 21 30 20 28 18 26 17 24
8 39 56 34 48 30 43 27 39 25 35 23 33 21 31
10 49 70 42 61 38 54 34 48 31 44 29 41 27 38
12,5 61 88 53 76 47 67 42 60 39 55 36 51 33 48
16 79 112 68 97 60 86 54 77 50 71 46 65 43 61
20 98 140 85 121 75 107 68 97 62 89 57 82 53 76
22 108 155 93 133 83 118 74 106 68 97 63 90 59 84
25 123 176 106 151 94 134 85 121 77 111 72 102 67 95
32 157 225 136 194 120 172 108 155 99 142 92 131 85 122

BA – Boa Aderência
MA – Má Aderência

14.5.2 Comprimento de ancoragem necessário

A,
l , α. lb l ,
A,

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14 – Anexos

α=1,0 para barras sem gancho;


α=0,7 para barras tracionadas com gancho, com cobrimento no plano normal ao do gancho
≥ 3 ;
α=0,7 quando houver barras transversais soldadas;
α=0,5 quando houver barras transversais soldadas e gancho, com cobrimento no plano
normal ao do gancho ≥ 3 .
l , Comprimento de ancoragem mínimo, podendo ser:
- 0,3.lb
- 10 
- 100 mm

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14.6 Tabelas
14.6.1 Tabela de Reação

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14.6.2 Tabela de Momentos (Czerny)

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14.6.3 Ábacos admensionais para dimensionamento

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15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABNT - NBR-6118/14 – Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento

ABNT - NBR-6122/10 – Projeto de Execução de Fundações

ABNT - NBR-7188/13 – Carga móvel rodoviária e de pedestres em pontes, viadutos,

passarelas, e outras estruturas.

ABNT - NBR-8953/15 – Concreto para Fins Estruturais - Classificação pela Massa específica,

por grupo de resistência e consistência.

BASTOS, Paulo S. dos Santos. Estruturas de Concreto I. Notas de Aula. Bauru, UNESP. 2015.

FUSCO, Américo B. Técnicas de Armar Estruturas de Concreto. Ed. PINI, 2013.

PINHEIRO, Libânio M. Fundamentos do Concreto e Projetos de Edifícios. São Carlos, EESC,

2006.

PAPPALARDO, Alfonso. Aula 4 - Dimensionamento a Flexão. Mackenzie, 2004.

PAPPALARDO, Alfonso. Aula 7 - Dimensionamento Transversal. Mackenzie, 2004.

RELVAS, Fernando. Material de Apoio a Aula - Concreto 1. São Paulo, UAM, 2015.

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