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A República Velha

Partido
Posição Presidente Mandato Notas
Político

Partido Primeiro presidente


Manuel José de Republicano 24 de Agosto constitucionalmente
Arriaga Português de 1911 - eleito ao
1.º
Brum da Silveira e (depois 26 de Maio abrigo da Constituição
Peyrelongue Partido de 1915 de 1911;
Democrático) demitiu-se do cargo

Manuel José de Arriaga Brum da Silveira e Peyrelongue (Horta, 8 de Julho de 1840


- Lisboa, 5 de Março de 1917), mais conhecido por Manuel de Arriaga, foi um
advogado, professor, escritor e político de origem açoriana. Grande orador e membro
destacado da geração doutrinária do republicanismo português, foi dirigente e um dos
principais ideólogos do Partido Republicano Português. A 24 de Agosto de 1911 tornou-
se no primeiro presidente eleito da República Portuguesa, sucedendo na chefia do
Estado ao Governo Provisório presidido por Teófilo Braga. Exerceu aquelas funções até
26 de Maio de 1915, data em que foi obrigado a demitir-se, sendo substituído no cargo
pelo mesmo Teófilo Braga, que como substituto completou o tempo restante do
mandato[1].

Presidente de Portugal

Mandato: 24 de Agosto de 1911 até


26 de Maio de 1915

Precedido por: Governo Provisório

Sucedido por: Teófilo Braga

Nascimento: 8 de Julho de 1840


Horta, Portugal

Falecimento: 5 de Março de 1917


Lisboa, Portugal
Primeira-dama: Lucrécia de Brito Furtado

Partido: Partido Republicano Português,


depois Partido Democrático

Profissão: Advogado e professor

Posição Presidente Partido Político Mandato Notas

Joaquim 29 de Maio de presidente substituto,


Teófilo Partido 1915 - designado para

Fernandes Democrático 5 de Agosto de terminar o mandato de
Braga 1915 Arriaga

Joaquim Teófilo Fernandes Braga (Ponta Delgada, 24 de Fevereiro de 1843 —


Lisboa, 28 de Janeiro de 1924) foi um político, escritor e ensaísta português. Estreia-se
na literatura em 1859 com Folhas Verdes. Licenciado em Direito pela Universidade de
Coimbra, fixa-se em Lisboa em 1872, onde lecciona literatura no Curso Superior de
Letras (actual Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa). Da sua carreira literária
contam-se obras de história literária, etnografia (com especial destaque para as suas
recolhas de contos e canções tradicionais), poesia, ficção e filosofia. Depois de ter
presidido ao Governo Provisório da República Portuguesa, a sua carreira política
terminou após exercer fugazmente o cargo de Presidente da República, em substituição
de Manuel de Arriaga, entre 29 de Maio e 4 de Agosto de 1915.

Presidente de Portugal

Mandato: 29 de Maio de 1915 até


5 de Agosto de 1915

Precedido por: Manuel de Arriaga

Sucedido por: Bernardino Machado

Nascimento: 24 de Fevereiro de 1843


Ponta Delgada, Açores

Falecimento: 28 de Janeiro de 1924


Lisboa, Portugal

Primeira-dama: Maria do Carmo Xavier Braga


(falecida antes do mandato
presidencial do marido)

Partido: Partido Democrático

Profissão: Político e escritor

Posição Presidente Partido Político Mandato Notas

Bernardino 6 de Agosto de
1.ª vez; mandato
Luís Partido 1915 -
3.º interrompido
Machado Democrático 5 de Dezembro de
por golpe de Estado
Guimarães 1917

Bernardino 11 de Dezembro
2.ª vez; mandato
Luís Partido de 1925 -
8.º interrompido
Machado Democrático 31 de Maio de
por golpe de Estado
Guimarães 1926

Bernardino Luís Machado Guimarães (Rio de Janeiro, 28 de março de 1851 —


Famalicão, 28 de abril de 1944) foi o terceiro e o oitavo presidente eleito da República
Portuguesa.

Estudou Filosofia e Matemática na Universidade de Coimbra. Teve um importante


percurso como dirigente da maçonaria (na Loja "Perseverança" do Grande Oriente
Lusitano).

Foi presidente da República Portuguesa por duas vezes. Primeiro, de 6 de agosto de


1915 até 5 de dezembro de 1917, quando Sidónio Pais, à frente de uma junta militar,
dissolve o Congresso e o destitui, obrigado-o a abandonar o país.

Mais tarde, em 1925, volta à presidência da República para, um ano depois, voltar a ser
destituído pela revolução militar de 28 de maio de 1926, que instiuirá a Ditadura Militar
e abrirá caminho à instauração do Estado Novo.
Presidente de Portugal

Mandato: 6 de Agosto de 1915 até


5 de Dezembro de 1917 (1º mandato)
11 de Dezembro de 1925 até
31 de Maio de 1926 (2º mandato)

Precedido por: Teófilo Braga (1º mandato)


Manuel Teixeira Gomes (2º mandato)

Sucedido por: Sidónio Pais (1º mandato)


Mendes Cabeçadas (2º mandato)

Nascimento: 28 de Março de 1851


Rio de Janeiro, Brasil

Falecimento: 28 de Abril de 1944


Famalicão, Portugal

Primeira-dama: Elzira Dantas Gonçalves Pereira Machado

Partido: Partido Democrático

Profissão: Professor na Universidade de Coimbra

Partido
Posição Presidente Mandato Notas
Político

militar, revoltoso, presidente


da
Partido 28 de Abril Junta Revolucionária[1];
Sidónio
Nacional de 1918 - único
Bernardino
4.º Republicano 14 de presidente eleito por
Cardoso
(«Partido Dezembro de sufrágio
da Silva Pais
Sidonista») 1918 directo na I República;
morreu assassinado no
exercício do cargo
Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais (Caminha, 1 de Maio de 1872 — Lisboa,
14 de Dezembro de 1918) foi um militar e político que, entre outras funções, exerceu os
cargos de deputado, de ministro do Fomento, de ministro das Finanças, de embaixador
de Portugal em Berlim e de presidente da República Portuguesa.

Enquanto presidente da República, exerceu o cargo de forma ditatorial, suspendendo e


alterando por decreto normas essenciais da Constituição Portuguesa de 1911, razão pela
qual ficou conhecido com o Presidente-Rei.

Oficial de Artilharia, foi também professor na Universidade de Coimbra, onde


leccionou Cálculo Diferencial e Integral. Protagonizou a primeira grande perversão
ditatorial do republicanismo português, transformando-se numa das figuras mais
fracturantes da política portuguesa do século XX.

Presidente de Portugal

Mandato: 28 de Abril de 1918 até


14 de Dezembro de 1918

Precedido por: Bernardino Machado

Sucedido por: João do Canto e Castro

Nascimento: 1 de Maio de 1872


Caminha, Portugal

Falecimento: 14 de Dezembro de 1918


Lisboa, Portugal

Primeira-dama: Maria dos Prazeres Martins Bessa Pais

Partido: Partido Nacional Republicano

Profissão: Major do Exército e Professor


Posição Presidente Partido Político Mandato Notas

presidente
substituto[2],
João do Canto e Partido Nacional 16 de Dezembro
destinado a
Castro Republicano de 1918 -
5.º terminar
Silva Antunes («Partido 5 de Outubro de
o mandato
Júnior Sidonista») 1919
presidencial
iniciado em 1915

João do Canto e Castro Silva Antunes Júnior (Lisboa, 19 de Maio de 1862 - Lisboa,
14 de Março de 1934) foi oficial da Marinha e quinto Presidente da República
Portuguesa, entre 16 de Dezembro de 1918 e 5 de Outubro de 1919.

Frequentou o Colégio Luso-Britânico e a Real Escola Naval. Foi oficial da Armada,


percorrendo todo o Império Português, atingindo o posto de almirante.

Casou em 1892 com Mariana de Santo António Moreira Freire Correia Manoel Torres
de Aboim, também de Lisboa, de quem teve três filhos, deixando geração até hoje.

Em 1892, foi nomeado governador de Moçambique. Em 1908, foi deputado.

No início da República, dirigiu a Escola de Alunos Marinheiros, em Leixões, e chefiou


o Departamento Marítimo do Norte. Em 1915, dirigiu a Escola Prática de Artilharia
Naval. No governo de Sidónio Pais foi nomeado director dos Serviços do Estado-Maior
Naval e secretário de Estado da Marinha.

Tomou posse como ministro da Marinha, a pedido de Sidónio Pais, a 9 de Setembro de


1918, tendo-lhe sucedido depois do atentado que vitimou o ditador.

Durante o seu mandato sucederam-se duas tentativas de revolução. A primeira, em


Santarém, em Dezembro de 1918, foi liderada pelos republicanos Cunha Leal e Álvaro
de Castro. A segunda, em Janeiro de 1919, de cariz monárquico, liderada por Paiva
Couceiro, que, por algum tempo manteve a "Monarquia do Norte" fez ressaltar a sua
posição sui generis: sendo monárquico, como Presidente da República, reprimiu
violentamente um movimento daqueles com quem partilhava convicções.
Presidente de Portugal

Mandato: 16 de Dezembro de 1918 até


5 de Outubro de 1919

Precedido por: Sidónio Pais

Sucedido por: António José de Almeida

Nascimento: 19 de Maio de 1862


Lisboa, Portugal

Falecimento: 14 de Março de 1934


Lisboa, Portugal

Primeira-dama: Mariana de StºAntónio Moreira Freire

Correia Manuel Torres de Aboim


Partido: Partido Nacional Republicano
Profissão: Almirante

Posição Presidente Partido Político Mandato Notas

único presidente
Partido Republicano 5 de Outubro da
António José de Evolucionista de 1919 - I República a
6.º
Almeida (depois Partido Liberal 5 de Outubro cumprir
Republicano) de 1923 integralmente o
mandato

António José de Almeida (Vale da Vinha, Penacova, 17 de Julho de 1866 — Lisboa, 31


de Outubro de 1929) foi um político republicano português, sexto presidente da
República Portuguesa de 5 de Outubro de 1919 a 5 de Outubro de 1923.

Um dos mais populares dirigentes do Partido Republicano, desde muito novo


manifestou ideias republicanas.

Era ainda aluno de Medicina em Coimbra quando publicou no jornal académico


Ultimatum um artigo que ficou famoso, intitulado Bragança, o último, que foi
considerado insultuoso para o rei D. Carlos. Defendido por Manuel de Arriaga, acabou
condenado a três meses de prisão.

Depois de terminar o curso, em 1895, foi para Angola e posteriormente estabeleceu-se


em São Tomé e Príncipe, onde exerceu medicina até 1903. Regressando a Lisboa nesse
ano, foi para França onde estagiou em várias clínicas, regressando no ano seguinte.
Montou consultório, primeiro na Rua do Ouro, depois no Largo de Camões, entrando
então na política activa.
Presidente de Portugal

Mandato: 5 de Outubro de 1919 até


5 de Outubro de 1923

Precedido por: João do Canto e Castro

Sucedido por: Manuel Teixeira Gomes

Nascimento: 17 de Julho de 1866


Vale da Vinha, Penacova, Portugal

Falecimento: 31 de Outubro de 1929


Lisboa, Portugal

Primeira-dama: Maria Joana Perdigão


Queiroga de Almeida

Partido: Partido Evolucionista, depois


Liberal Republicano

Profissão: Médico

Posição Presidente Partido Político Mandato Notas

6 de Outubro de o presidente-
Manuel Teixeira Partido 1923 - escritor;
7.º
Gomes Democrático 11 de Dezembro resignou ao
de 1925 mandato

Manuel Teixeira Gomes (Vila Nova de Portimão, 27 de Maio de 1860[1] — Bougie


(Argélia), 18 de Outubro de 1941) foi o sétimo presidente da Primeira República
Portuguesa de 6 de Outubro de 1923 a 11 de Dezembro de 1925.

Filho de José Libânio Gomes e Maria da Glória Teixeira Gomes, foi educado pelos pais,
até entrar no Colégio de São Luís Gonzaga, em Portimão. Aos dez anos foi enviado para
o Seminário Maior de Coimbra e posteriormente matriculou-se em Medicina, na
Universidade de Coimbra. Cedo desistiu do curso, contrariando a vontade do pai. Muda-
se então para Lisboa, onde pertence ao círculo intelectual de Fialho de Almeida e João
de Deus. Mais tarde, conhecerá outros vultos importantes da cultura literária da época,
como Marcelino Mesquita, Gomes Leal e António Nobre.

O apoio do pai, que decide continuar a custear a vida boémia do filho, permite a
Teixeira Gomes desenvolver uma forte tendência para as artes, nomeadamente na
literatura, não deixando contudo de admirar a escultura e a pintura, tornando-se amigo
de mestres como Columbano Bordalo Pinheiro ou Marques de Oliveira.

Fixado no Porto, aí conheceu Sampaio Bruno, iniciando a sua colaboração em revistas e


jornais, entre eles O Primeiro de Janeiro e Folha Nova.

Depois de se reconciliar com a família, viaja pela Europa, Norte de África e Próximo
Oriente, em representação comercial para negociar os produtos agrícolas produzidos
pelas propriedades do pai (frutos secos, nomeadamente amêndoa e figo) o que alarga
consideravelmente os seus horizontes culturais.

Republicano convicto, vem a exercer, após o 5 de Outubro de 1910, o cargo de ministro


plenipotenciário de Portugal em Inglaterra. A 11 de Outubro de 1911 apresenta as suas
credenciais ao rei Jorge V do Reino Unido, em Londres, onde se encontrava a família
real portuguesa no exílio.

Presidente de Portugal

Mandato: 6 de Outubro de 1923 até


11 de Dezembro de 1925

Precedido por: António José de Almeida

Sucedido por: Bernardino Machado

Nascimento: 27 de Maio de 1860


Portimão, Portugal

Falecimento: 18 de Outubro de 1941


Bougie, Argélia

Partido: Partido Democrático

Profissão: Escritor, Político, Negociante


Posição Presidente Partido Político Mandato Notas

militar,
31 de Maio de
José Mendes revoltoso;
1926 -
9.º Cabeçadas nenhum derrubado
17 de Junho de
Júnior por um contra-
1926
golpe de Estado

José Mendes Cabeçadas Júnior (Loulé, 19 de Agosto de 1883 — Lisboa, 11 de Junho


de 1965) foi um oficial da Armada Portuguesa, maçom e político republicano convicto,
que teve um papel decisivo na preparação dos movimentos revolucionários que
conduziram à criação e à extinção da Primeira República Portuguesa: a Revolução de 5
de Outubro de 1910 e o Golpe de 28 de Maio de 1926. Exerceu o cargo de 9.º
Presidente da República Portuguesa (o 1.º da Ditadura Nacional) e de Presidente do
Conselho de Ministros no breve período entre 31 de Maio de 1926 e 16 de Junho do
mesmo ano. Afastado do poder pela estabilização do regime à direita e pelo salazarismo,
transformou-se num feroz opositor da autocracia de Óscar Carmona e de Oliveira
Salazar, conspirando em, pelo menos, duas tentativas insurreccionais (1946 e 1947).
Como derradeiro gesto político, subscreveu o Programa para a Democratização da
República (1961).

Presidente de Portugal

Mandato: 31 de Maio de 1926 até


17 de Junho de 1926

Precedido por: Bernardino Machado

Sucedido por: Manuel Gomes da Costa

Nascimento: 19 de Agosto de 1883


Loulé, Portugal

Falecimento: 11 de junho de 1965 (81 anos)


Lisboa, Portugal

Primeira-dama: Maria das Dores Formosinho


Vieira Cabeçadas

Partido: Nenhum

Profissão: Almirante

Partido
Posição Presidente Mandato Notas
Político

17 de Junho
militar, revoltoso; derrubado
Manuel de Oliveira de 1926 -
10.º nenhum por um contra-golpe de
Gomes da Costa 9 de Julho de
Estado
1926

Manuel de Oliveira Gomes da Costa (Lisboa, 14 de Janeiro de 1863 — Lisboa, 17 de


Dezembro de 1929) foi um militar e político português, décimo presidente da República
Portuguesa e o segundo da Ditadura Nacional.

Enquanto militar, destacou-se nas campanhas de pacificação das colónias, em África e


na Índia, e ainda na I Grande Guerra.

Enquanto político, foi o líder que a direita conservadora encontrou para liderar a
Revolução de 28 de Maio de 1926, com início em Braga (isto após a morte do general
Alves Roçadas, que deveria ter sido o seu chefe).

Não assumiu de início o poder, que foi confiado a Mendes Cabeçadas, o líder da
revolução em Lisboa; como os revolucionários julgassem a atitude deste um pouco
frouxa, Gomes da Costa viria, após sucessivas reuniões conspirativas mantidas no
quartel-general de Sacavém, a alcançar o poder, após um golpe ocorrido em 17 de Junho
de 1926.

Presidente de Portugal
Mandato: 19 de junho de 1926 - 9 de julho de 1926

Precedido por: José Mendes Cabeçadas

Sucedido por: António Óscar Carmona

Primeiro-ministro de Portugal

Mandato: 19 de junho de 1926 - 9 de julho de 1926

Precedido por: José Mendes Cabeçadas

Sucedido por: José Mendes Cabeçadas

Nascimento: 14 de Janeiro de 1863


Lisboa, Portugal

Falecimento: 17 de dezembro de 1929 (66 anos)


Lisboa, Portugal

Primeira-dama: Henriqueta Júlia de Mira Godinho

Partido: Independente (até 1917 e 1918 - 1929), Partido Centrista Republicano (1917 - 1918)

Profissão: militar (Marechal)

Partido
Posição Presidente Mandato Notas
Político

militar, revoltoso[3]; primeiro


presidente
nenhum constitucionalmente eleito
António 16 de Novembro
(a partir de ao abrigo
Óscar de 1926 -
11.º 1932, da Constituição de 1933;
de Fragoso 18 de Abril de
União morreu
Carmona 1951
Nacional) durante o exercício do seu
quinto
mandato presidencial

António Óscar de Fragoso Carmona (Lisboa, 24 de Novembro de 1869 — Lisboa, 18


de Abril de 1951) foi um político e militar português, filho e neto de militares, e foi o
décimo primeiro Presidente da República Portuguesa (primeiro do Estado Novo).

Estudou no Colégio Militar em Lisboa.

Carmona foi um dos conspiradores do 28 de Maio 1926, assumiu o poder após o


derrube do general Gomes da Costa, como Presidente do Conselho de Ministros (9 de
Julho de 1926), sendo nomeado Presidente da República em 16 de Novembro de 1926.
Foi eleito em 1928, ainda durante a Ditadura Militar, dando início ao período
denominado Ditadura Nacional, e, já na vigência da Constituição de 1933, em 1935,
1942 e 1949, não concluindo o último mandato por ter falecido no decurso do mesmo.

Óscar Carmona foi nomeado marechal do exército em 1947.

Presidente de Portugal

Mandato: 16 de Novembro de 1926 até


18 de Abril de 1951

Precedido por: Gomes da Costa

Sucedido por: Craveiro Lopes

Nascimento: 24 de Novembro de 1869


Lisboa, Portugal

Falecimento: 18 de abril de 1951 (81 anos)


Lisboa, Portugal

Primeira-dama: Maria do Carmo Ferreira Silva Carmona

Partido: Nenhum, depois União Nacional

Profissão: Marechal do Exército

Partido
Posição Presidente Mandato Notas
Político

Francisco 21 de Julho de não teve o apoio da UN


Higino União 1951 - para o
12.º
Craveiro Nacional 9 de Agosto de exercício de um segundo
Lopes 1958 mandato
Francisco Higino Craveiro Lopes (Lisboa, 12 de Abril de 1894 — Lisboa, 2 de
Setembro de 1964) foi um político e militar português, tendo sido o décimo terceiro
presidente da República Portuguesa (terceiro do Estado Novo), entre 1951 e 1958.

Era filho de João Carlos Craveiro Lopes, general do exército português e governador-
geral da Índia Portuguesa, e de Júlia Clotilde Salinas Cristiano.

Frequentou e concluiu o Colégio Militar a 23 de Julho de 1911, após o que ingressou na


Escola Politécnica de Lisboa.

Alistou-se como voluntário no Regimento de Cavalaria 2, também em 1911.

Como primeiro sargento-cadete tira o curso de Cavalaria na antiga Escola do Exército,


ingressando posteriormente na Aeronáutica Militar.

Em 1915 é mobilizado para a fronteira Norte de Moçambique, onde em Novembro de


1916, defrontando tropas alemãs durante a Primeira Guerra Mundial, se destingue com
bravura na defesa do forte de Newala e combates de Kiwambo:

Recebe por estas acções em 1917, aos 23 anos, a Cruz de Guerra e é feito Cavaleiro da
Ordem Militar da Torre e Espada. Segundo reza o louvor: «Em Newala mostrou grande
valor militar e coragem fazendo fogo com uma metralhadora do fortim, serviço que não
lhe competia, expondo-se e arriscando a sua vida, porque o inimigo não poupava a sua
posição...»

Casou em 1917 com Berta da Costa Ribeiro Arthur de quem teve 4 filhos: João Carlos
Craveiro Lopes, coronel de cavalaria; Nuno Craveiro Lopes, alferes miliciano piloto
aviador, e arquitecto; Maria João Craveiro Lopes; Manuel Craveiro Lopes, tenente-
coronel da Força Aérea, e comandante de aviação comercial.

Tira em 1918 o curso de piloto militar, na Escola de Aviação francesa, em Chatres,


sendo na altura promovido a tenente.

Dirige-se de novo a Moçambique em 1918.

Em Março de 1922, exerce as funções de instrutor de pilotagem, como capitão piloto


aviador.

Em 1925 sofre um desastre tripulando um avião Fairey, ficando ferido. Em 1926,


colocado na Aeronáutica Militar, é nomeado director da Divisão de Instrução da Escola
Militar, cargo que exerce até 1929, voltando a exercer a mesma função em 1932, e
também em 1939, por curtos períodos.

Faz o levantamento aéreo de Goa, Damão e Diu (1929) e ainda o 1.º voo de Correio
aéreo Goa-Bombaim-Goa num avião monomotor De Havilland DH-80A "Puss Moth"
(em 1930).

Nesse mesmo ano, como major, exerce as funções de chefe da Repartição do Gabinete
do governador-geral da Índia.
De 1933 a 1934 ocupa a chefia do Gabinete do governador-geral da Índia, cargo que
volta a exercer alguns meses em finais de 1936. É, em 1934, governador interino do
distrito de Damão, cargo mais tarde confirmado com as atribuições de intendente, sendo
mesmo encarregado do Governo-Geral da Índia em 1936, a título interino, cargo que
desempenha até 1938.

Em 1939, como tenente-coronel, comanda a Base Aérea de Tancos.

Comandante-geral da Aeronáutica em 1941, negocia as condições de utilização da Base


Aérea dos Açores pelos Estados Unidos, após o que é designado comandante da Base
Aérea dos Açores.

Em 1943, tira o curso de Altos Comandos e é chamado para o Instituto de Altos Estudos
Militares com funções docentes.

De 1944 a 1950, exerce as funções de comandante-geral da Legião Portuguesa.

De 1945 a 1949 é eleito, pelo distrito de Coimbra, representante na Assembleia


Nacional, cargo que acumula com o de comandante da Base Aérea da Terceira.

Em 1945 é promovido a brigadeiro e em 1949 a general.

Em 1951 é nomeado comandante da terceira Região Militar, cargo que acumula com as
funções docentes no Instituto de Altos Estudos Militares.

Nesse mesmo ano, pouco após a morte de Carmona, é indigitado pela União Nacional
como candidato às eleições presidenciais, sendo eleito a a 21 de Julho de 1951.
(interinamente, a presidência da república foi assumida por Salazar).

Apesar de ter sido julgado um candidato capaz de suscitar consensos, cedo viria a
revelar a sua frieza nas relações com o Presidente do Conselho e a demonstrar até, uma
certa simpatia pelos oposicionistas. Por isso mesmo, não foi proposto para um segundo
mandato presidencial.

Depois de retirado da política activa, foi feito Marechal da Força Aérea; ao mesmo
tempo, manteve sempre os contactos com os líderes da Oposição, e esteve associado ao
golpe de Botelho Moniz, em Abril de 1961.

Veio a falecer em Agosto de 1964, aos 70 anos, durante a noite, em situação pouco clara
(enfarte de miocárdio?).
Presidente de Portugal

Mandato: 21 de Julho de 1951 até


9 de Agosto de 1958

Precedido por: Óscar Carmona

Sucedido por: Américo Tomás

Nascimento: 12 de Abril de 1894


Lisboa, Portugal

Falecimento: 2 de setembro de 1964 (70 anos)


Lisboa, Portugal

Primeira-dama: Berta da Costa Ribeiro Arthur

Partido: União Nacional

Profissão: Militar

Posição Presidente Partido Político Mandato Notas

13.º Américo de União Nacional 9 de Agosto de último presidente do


Deus (a partir de 1968, 1958 - Estado Novo;
Rodrigues Acção Nacional 25 de Abril de derrubado pelo golpe de
Tomás Popular) 1974 Estado de
25 de Abril de 1974 (o
seu terceiro
mandato terminaria em
Julho de 1979).

Américo de Deus Rodrigues Tomás[1] (Lisboa, 19 de Novembro de 1894 — Cascais,


18 de Setembro de 1987) foi um político e militar português, foi o décimo quarto
Presidente da República Portuguesa (último do Estado Novo).

Foi chefe de gabinete do Ministro da Marinha em 1936, presidente da Junta Nacional da


Marinha Mercante de 1940 a 1944 e Ministro da Marinha de 1944 a 1958, quando foi o
candidato escolhido pela União Nacional para suceder a Craveiro Lopes. Teve como
adversário o General Humberto Delgado. Diz-se hoje que os resultados das eleições
podem ter sido sido manipulados, e provavelmente a sua vitoria não fosse tão
esmagadora. Na sequência da agitação social, da desordem e da intranquilidade publica
gerada pelos resultados, que eram manifestamente contrários à vontade da maioria da
população, as eleições presidenciais deixaram de ser directas, passando a ser da
responsabilidade de um colégio eleitoral, constituído exclusivamente por membros da
União Nacional. Desta forma, o regime punha de parte qualquer tipo de mudança
democrática encetada pelo voto da população portuguesa.

Foi dessa forma reeleito em 1965 e 1972. O 25 de Abril encontrou-o a meio do seu
terceiro mandato (que se deveria prolongar até 1979). Foi então demitido do cargo e
expulso compulsivamente da Marinha, tendo sido enviado para a Madeira, donde partiu
para o exílio no Brasil.[2]

Em 1978, o general Ramalho Eanes permitiu o seu regresso a Portugal. Em 1980,


morre, subitamente, a sua filha mais velha, Natália.

A 18 de Setembro de 1987, Américo Tomás morreu numa clínica em Cascais, após uma
cirurgia, com 92 anos.

Presidente de Portugal

Mandato: 9 de Agosto de 1958 até


25 de Abril de 1974

Precedido por: Craveiro Lopes

Sucedido por: Junta de Salvação Nacional


Nascimento: 19 de Novembro de 1894
Lisboa, Portugal

Falecimento: 18 de setembro de 1987 (92 anos)


Cascais, Portugal

Primeira-dama: Gertrudes Ribeiro da Costa Tomás

Partido: União Nacional, depois Acção Nacional Popular

Profissão: Almirante

Partido
Posição Presidente Mandato Notas
Político

militar, presidente da Junta


António 15 de Maio de de Salvação
Sebastião 1974 - Nacional, depois nomeado
14.º nenhum
Ribeiro de 30 de Setembro Presidente da
Spínola de 1974 República pelos seus pares;
demitiu-se

António Sebastião Ribeiro de Spínola GC TE(Estremoz, 11 de Abril de 1910 —


Lisboa, 13 de Agosto de 1996), político e militar português, foi o décimo quarto
Presidente da República Portuguesa (o primeiro após o golpe do 25 de Abril de 1974).

Estudou no Colégio Militar em Lisboa entre 1920 e 1928. Em 1939, tornou-se ajudante
de campo do comando da Guarda Nacional Republicana.

Germanófilo, em 1941 partiu para a frente russa como observador das movimentações
da Wehrmacht no início do cerco a Leninegrado, onde já se encontravam voluntários
portugueses incorporados na Blaue Division.

Em 1961, em carta dirigida a Salazar, ofereceu-se como voluntário para Angola.


Notabilizou-se no comando do Batalhão de Cavalaria n.º 345, entre 1961 e 1963.

Foi nomeado governador militar da Guiné-Bissau em 1968, e de novo em 1972, no auge


da Guerra Colonial, nesse cargo, o seu grande prestígio tem origem numa política de
respeito pela individualidade das etnias guineenses e à associação das autoridades
tradicionais à administração, ao mesmo tempo que continuava a guerra por todos os
meios ao seu dispor que iam da diplomacia secreta (encontro secreto com Léopold
Sédar Senghor presidente do Senegal) e incursões armadas em países vizinhos (ataque a
Conakri, Operação Mar Verde).

Em Novembro de 1973, regressado à metrópole, foi convidado por Marcello Caetano,


para a pasta do Ultramar, cargo que recusou, por não aceitar a intransigência
governamental face às colónias.
A 17 de Janeiro de 1974, foi nomeado vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas,
por sugestão de Costa Gomes, cargo de que foi afastado em Março. Pouco tempo
depois, mas ainda antes da Revolução dos Cravos, publica Portugal e o Futuro, onde
expressa a ideia de que a solução para o problema colonial português passava por outras
vias que não a continuação da guerra.

A 25 de Abril de 1974, como representante do Movimento das Forças Armadas, recebeu


do Presidente do Conselho de Ministros, Marcello Caetano, a rendição do Governo (que
se refugiara no Quartel do Carmo). Isto permitiu-lhe assumir assim os seus poderes
públicos, apesar de essa não ter sido a intenção original do MFA.

Instituída a Junta de Salvação Nacional (que passou a deter as principais funções de


condução do Estado após o golpe), à qual presidia, foi escolhido pelos seus camaradas
para exercer o cargo de Presidente da República, cargo que ocupará de 15 de Maio de
1974 até à sua renúncia em 30 de Setembro do mesmo ano, altura em que foi substituído
pelo general Costa Gomes.

Descontente com o rumo dos acontecimentos em Portugal após da Revolução dos


Cravos (designadamente pela profunda viragem à esquerda, à qual eram afectos grande
número de militares, e a perspectiva de independência plena para as colónias), tenta
intervir activamente na política para evitar a aplicação completa do programa do MFA;
a sua demissão da Presidência da República após o golpe falhado de 28 de Setembro de
1974 (em que apelara a uma «maioria silenciosa» para se fazer ouvir contra a
radicalização política que se vivia), ou o seu envolvimento na tentativa de golpe de
estado de direita do 11 de Março de 1975 (e fuga para a Espanha e depois para o Brasil)
são disso exemplos. Neste ano, presidiu[1] ao Exército de Libertação de Portugal (ELP),
uma organização de teor terrorista de extrema-direita.[2][3]

Não obstante, a sua importância no início da consolidação do novo regime democrático


foi reconhecida oficialmente em 5 de Fevereiro de 1987, pelo então Presidente Mário
Soares, que o designou chanceler das antigas ordens militares portuguesas, tendo-lhe
também condecorado com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada (a maior
insígnia militar portuguesa), pelos «feitos de heroísmo militar e cívico e por ter sido
símbolo da Revolução de Abril e o primeiro Presidente da República após a ditadura».

A 13 de Agosto de 1996, Spínola morre aos 86 anos, vítima de embolia pulmonar.

Presidente de Portugal
Mandato: 15 de Maio até
30 de Setembro de 1974

Precedido por: Junta de Salvação Nacional

Sucedido por: Costa Gomes

Nascimento: 11 de Abril de 1910


Estremoz, Portugal

Falecimento: 13 de agosto de 1996 (86 anos)


Lisboa, Portugal

Primeira-dama: Maria Helena Martins Monteiro de Barros Spínola

Profissão: Militar

Partido
Posição Presidente Mandato Notas
Político

30 de Setembro
Francisco da Costa de 1974 - militar; nomeado após
15.º nenhum
Gomes 13 de Julho de a demissão do predecessor
1976

Francisco da Costa Gomes (Chaves, 30 de Junho de 1914 — Lisboa, 31 de Julho de


2001) foi um militar e político português. Foi o décimo-quinto Presidente da República
Portuguesa (o segundo após a Revolução dos Cravos).

Estudou no Colégio Militar em Lisboa e na Faculdade de Ciências da Universidade do


Porto, onde se licenciou em Matemática.

Sendo subsecretário de Estado do Exército (1958-1961), esteve envolvido na intentona


militar de Abril de 1961, liderada pelo general Botelho Moniz, então ministro da
Defesa.

Em 1970, exerceu as funções de comandante da Região Militar de Angola, onde


procedeu à remodelação do comando-chefe e foi o primeiro impulsionador da ideia de
entendimento militar com a UNITA contra o MPLA e a FNLA.

Em 12 de Setembro de 1972, é chamado para exercer o cargo de chefe do Estado-Maior


General das Forças Armadas, em substituição do general Venâncio Deslandes. No
entanto, viria a ser exonerado em Março de 1974, pouco antes do 25 de Abril, por se ter
recusado a prestar lealdade numa cerimónia pública ao governo de Caetano.
Após o 25 de Abril, foi um dos sete militares que compunham a Junta de Salvação
Nacional. Entre o dia 25 de Abril e 30 de Setembro de 1974, foi a segunda figura do
Estado português, logo abaixo de António de Spínola, exercendo as funções de chefe do
Estado-Maior General das Forças Armadas.

Assumiu a Presidência da República por nomeação da Junta de Salvação Nacional,


devido à renúncia de Spínola em 30 de Setembro de 1974.

Ocupou o cargo de Presidente da República até 27 de Junho de 1976, altura em que as


primeiras eleições livres para a escolha do Chefe de Estado em Portugal ditaram a
escolha do general Ramalho Eanes para lhe suceder à frente dos destinos do País. Em
1982 foi elevado à dignidade de Marechal.

A 31 de Julho de 2001, Costa Gomes morreu no Hospital Militar de Lisboa, aos 87


anos.

Presidente de Portugal

Mandato: 30 de setembro de 1974 - 13 de julho de 1976

Precedido por: António de Spínola

Sucedido por: António Ramalho Eanes

Nascimento: 30 de junho de 1914


Chaves, Portugal

Falecimento: 31 de Julho de 2001 (87 anos)


Lisboa, Portugal

Primeira-dama: Maria Estela Veloso de Antas Varajão(n. 1927)

Partido: nenhum

Profissão: militar (marechal)

Posição Presidente Partido Político Mandato Notas


militar, primeiro
António dos nenhum quando eleito 14 de Julho presidente
Santos (depois Partido de 1976 - constitucionalmente
16.º
Ramalho Renovador 9 de Março eleito
Eanes Democrático) de 1986 ao abrigo da
Constituição de 1976

António dos Santos Ramalho Eanes, GCol TE GCC, (Alcains - Castelo Branco, 25 de
Janeiro de 1935) é um oficial militar e ex-político português. Foi o primeiro presidente
da República democraticamente eleito após a revolução de 1974.

Ramalho Eanes nasceu em Alcains, concelho de Castelo Branco numa família humilde.
Filho de Manuel dos Santos Eanes e Maria do Rosário Ramalho. A formação tem início
em 1942, quando entra para o Liceu de Castelo Branco.

Segue a carreira das armas entrando para o exército em 1952, estudando tácticas
militares (Escola do Exército, de 1952 a 1956; Estágio CIOE-Curso de Instrução de
Operações Especiais, em 1962; instrutor de Acção Psicológica no Instituto de Altos
Estudos Militares, em 1962). Frequenta, aínda, o Instituto Superior de Psicologia,
durante três anos.

No exército, Ramalho Eanes segue a arma de Infantaria. Serve na Guerra Colonial onde
combateu na Índia Portuguesa, Macau, Moçambique, Guiné-Bissau e Angola.

Depois de demorada carreira de combatente, Eanes encontrava-se ainda em serviço em


Angola aquando da revolução de 25 de Abril. Aderiu ao Movimento das Forças
Armadas e, regressado a Portugal, foi director de programas e nomeado presidente do
conselho de administração da RTP, até março de 1975.

Ramalho Eanes, em visita de Estado ao EUA, acompanhado de George Schultz (à


direita) e Manuela Eanes (à esquerda).

Em 1975, então com a patente de Tenente-Coronel, dirigiu as operações militares do 25


de Novembro desse mesmo ano, contra a facção mais radical do MFA. Em 1976 foi
eleito Presidente da República, sendo reeleito em finais de 1980.

Com o fim do segundo mandato como presidente da república, em Fevereiro de 1986,


assume pouco depois a presidência do Partido Renovador Democrático, demitindo-se
desse cargo em 1987.

Nomeado General de quatro estrelas em 24 de Maio de 1978, passou à reserva, por sua
iniciativa, em Março de 1986. É, actualmente, Conselheiro de Estado e presidente do
Conselho de Curadores do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa.

É casado com Maria Manuela Duarte Neto de Portugal Eanes.


É Grande Colar da Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito e Grã-Cruz
da Ordem de Cristo.

Presidente de Portugal

Mandato: 14 de julho de 1976 - 9 de março de 1986

Precedido por: Francisco da Costa Gomes

Sucedido por: Mário Soares

Nascimento: 25 de Janeiro de 1935 (75 anos)


Alcains, Portugal

Primeira-dama: Maria Manuela Portugal Eanes

Partido: Nenhum, depois Partido Renovador Democrático

Profissão: militar

Posição Presidente Partido Político Mandato Notas

primeiro presidente
Partido Socialista 9 de Março de civil
Mário Alberto
(suspendeu a filiação 1986 - democraticamente
17.º Nobre Lopes
partidária 9 de Março de eleito
Soares
enquanto presidente) 1996 em mais de meio
século

Mário Alberto Nobre Lopes Soares GCol TE GCC • GColL (Lisboa, 7 de Dezembro de
1924) é um político português.

Nascido em Lisboa, é filho de João Lopes Soares, sacerdote e pedagogo, ministro na I


República e combatente do Salazarismo, e de Elisa Nobre Baptista. Co-fundador do
Partido Socialista de Portugal, a 19 de Abril de 1973, Mário Soares foi um dos mais
famosos resistentes ao Estado Novo, pelo que foi preso doze vezes (num total de cerca
de três anos de cadeia) e deportado sem julgamento para a ilha de São Tomé, em 1968,
até se exilar em França, em 1970.

Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade


de Lisboa, em 1951, e em Direito, na Faculdade de Direito da mesma universidade, em
1957.[1]. Foi nos tempos de estudante que, com apoio do seu pai, iniciou o seu percurso
político. Pertenceu ao MUNAF - Movimento de Unidade Nacional Anti-Fascista, em
Maio de 1943, e, depois, foi membro da Comissão Central do MUD - Movimento de
Unidade Democrática, sob a presidência de Mário de Azevedo Gomes (1946), fundador
o MUD Juvenil e membro da primeira Comissão Central. Foi Secretário da Comissão
Central da Candidatura do General Norton de Matos à Presidência da República, em
1949. Integrou o Directório Democrático-Social (1955), dirigido por António Sérgio,
Jaime Cortesão e Azevedo Gomes e, em 1958, pertenceu à Comissão da Candidatura do
General Humberto Delgado à Presidência da República.

Foi professor do Ensino Secundário Particular e chegou a dirigir o Colégio Moderno,


fundado pelo seu pai. Como advogado defensor de presos políticos, participou em
numerosos julgamentos, realizados no Tribunal Plenário e no Tribunal Militar Especial.
Representou a família de Humberto Delgado na investigação do seu alegado
assassinato, tendo contribuído para desvendar as circunstâncias desse crime cometido
pela PIDE.

Na década de 1950 foi membro da Resistência Republicana e Socialista. Foi redactor e


signatário do Programa para a Democratização da República em 1961, tendo sido
candidato a deputado pela Oposição Democrática, em 1965, e pela CEUD, em 1969.

Aquando do seu exílio em França, foi Chargé de Cours nas universidades de Paris VIII
(Vincennes) e Paris IV (Sorbonne), e igualmente Professor Associado na Faculdade de
Letras da Universidade da Alta Bretanha, em Rennes, de que é hoje Doutor Honoris
Causa.

A 28 de Abril de 1974, depois da Revolução de 25 de Abril, desembarcou em Lisboa,


vindo do exílio em Paris no chamado "Comboio da Liberdade". Foi recebido, entre uma
multidão de portugueses.[2] Dois dias depois, esteve presente na chegada a Lisboa de
Álvaro Cunhal. Ainda que tivessem ideias políticas diferentes, subiram de braços dados,
pela primeira e última vez, as ruas da Baixa Pombalina e a avenida da Liberdade.

Durante o período revolucionário que ficou conhecido como PREC foi o principal líder
civil do campo democrático, tendo conduzido o Partido Socialista à vitória nas eleições
para a Assembleia Constituinte de 1975.

Foi Ministro dos Negócios Estrangeiros, de Maio de 1974 a Março de 1975, e um dos
impulsionadores da independência das colónias portuguesas, tendo sido responsável por
parte desse processo.

A partir de Março de 1977 colaborou no processo de adesão de Portugal à CEE, vindo a


subscrever, como Primeiro-Ministro, o Tratado de Adesão, em 12 de Julho de 1985.
Foi primeiro-ministro de Portugal nos seguintes períodos:

 I Governo Constitucional entre 1976 e 1977;


 II Governo Constitucional em 1978;
 IX Governo Constitucional entre 1983 e 1985.

Presidente da República entre 1986 e 1996 (1º mandato de 10 de Março de 1986 a 1991,
2º mandato de 13 de Janeiro de 1991 a 9 de Março de 1996).

 Deputado ao Parlamento Europeu entre 1999 e 2004. Foi candidato a presidente


do parlamento, mas perdeu a eleição para Nicole Fontaine, a quem não teve
problema em chamar «dona de casa» (no sentido pejorativo do termo).

 Fundador da Fundação Mário Soares - 1991.

Em 13 Dezembro de 1995 assume a Presidência da Comissão Mundial Independente


Sobre os Oceanos; em Março de 1997 a Presidência da Fundação Portugal África e a
Presidência do Movimento Europeu; em Setembro a Presidência do Comité Promotor
do Contrato Mundial da Água. Como ex-presidente da república, é também Conselheiro
de Estado.

Foi, em 2005, aos oitenta anos, o segundo candidato - após Jerónimo de Sousa pelo PCP
- a assumir a candidatura à Presidência da República (o que seria um inédito terceiro
mandato) após algumas crispações no PS, principalmente com o seu amigo de longa
data Manuel Alegre. Na eleição, a 22 de Fevereiro de 2006, obteve apenas o terceiro
lugar, com 14% dos votos.

Em 2007 foi nomeado presidente da Comissão de Liberdade Religiosa. Preside ao Júri


do Prémio Félix Houphouët-Boigny, da UNESCO, desde 2010, e ao Comité Promotor
do Contrato Mundial da Água, desde Janeiro de 1998. É patrono do International Ocean
Institute, desde 2009.

Publicou os livros Ideias Políticas e Sociais de Teófilo Braga (1950), A Justificação


Jurídica da Restauração e a Teoria da Origem Popular do Poder (1956), Escritos
Políticos (1959), Le Portugal Baillonné (1973), Portugal Amordaçado (1974), Entre
Militantes PS (1975), Escritos do Exílio (1975), Portugal's Sttrugle for Liberty, A
Europa Connosco (1976), Crise e Clarificação (1977), O Futuro Será o Socialismo
Democrático (1979), entre outros.
Presidente de Portugal

Mandato: 10 de março de 1986 - 9 de março de 1996

Precedido por: António Ramalho Eanes

Sucedido por: Jorge Sampaio

Primeiro-ministro de Portugal

Mandato: 23 de julho de 1976 - 28 de agosto de 1978

Precedido por: Vasco de Almeida e Costa

Sucedido por: Alfredo Nobre da Costa

Primeiro-ministro de Portugal

Mandato: 9 de junho de 1983 - 6 de novembro de 1985

Precedido por: Francisco Pinto Balsemão

Sucedido por: Aníbal Cavaco Silva

Nascimento: 7 de Dezembro de 1924 (85 anos)


Lisboa, Portugal

Primeira-dama: Maria Barroso

Partido: Partido Socialista - PS

Profissão: advogado, historiador, professor e político

Posição Presidente Partido Político Mandato Notas

9 de Março de
Jorge Fernando
Partido 1996 -
18.º Branco de
Socialista 9 de Março de
Sampaio
2006
Jorge Sampaio iniciou a sua carreira política na altura em que era estudante na
Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Esteve envolvido na contestação ao
regime Salazarista e foi líder da associação académica da faculdade (AAFDL) entre
1960 e 1961. Após a sua graduação em 1961, Jorge Sampaio iniciou uma carreira
notável como advogado, muitas vezes envolvido na defesa de prisioneiros políticos.

Após a Revolução dos Cravos de 25 de Abril de 1974, Jorge Sampaio foi fundador do
Movimento de Esquerda Socialista (MES), mas abandonou o projecto pouco depois. Em
1978 aderiu ao PS, o Partido Socialista, onde permanece até hoje. A sua primeira eleição
como deputado por Lisboa na Assembleia da República foi em 1979. Entre este ano e
1984, foi membro da Comissão Europeia para os Direitos Humanos, onde desempenhou
um trabalho importante nessas matérias.

Entre 1986 e 1987, foi presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista. Em 1989
foi eleito presidente do partido, um posto que deteve até 1991. Também em 1989, Jorge
Sampaio foi eleito presidente da Câmara Municipal de Lisboa, tendo sido reeleito em
1993.

Em 1995, Jorge Sampaio anunciou o desejo de se candidatar à Presidência da


República. Ganhou a eleição logo na primeira volta, contra Aníbal Cavaco Silva, o
anterior primeiro-ministro, e foi eleito presidente em 14 de Janeiro de 1996. Tomou
posse deste cargo a 9 de Março. Após um primeiro mandato sem controvérsias, foi re-
eleito Presidente em 14 de Janeiro de 2001

Como presidente, a sua acção destaca-se nos aspectos sociais e culturais. As suas
intervenções presidenciais foram reunidas nos livros Portugueses I, II, III, IV, V e VI.
No domínio económico, impulsionou a criação da COTEC Portugal. Na cena política
internacional, Sampaio foi um importante contribuidor para a tomada de consciência da
causa pela Independência de Timor-Leste.

A presidência de Jorge Sampaio marcou-se sempre por um senso firme de prudência e


moderação, um estilo que lhe assegurou um primeiro mandato sem controvérsias. Em
2004, porém, a sua decisão de não convocar eleições antecipadas após a resignação do
primeiro-ministro Social-Democrata José Durão Barroso foi contestada por todos os
partidos de esquerda e acabou por influenciar a decisão de demissão do líder do Partido
Socialista Eduardo Ferro Rodrigues. Em 8 de Março de 2006, (na véspera de terminar o
seu segundo mandato como presidente da República) foi agraciado com o grande colar
da Ordem da Torre e Espada, Valor, Lealdade e Mérito. Em 9 de Março de 2006 foi
também agraciado, pelo seu sucessor na Presidência da República, Aníbal Cavaco Silva,
com o grande colar da Ordem da Liberdade. Em Maio de 2006, foi nomeado pelo
Secretário-Geral das Nações Unidas Enviado Especial para a Luta contra a Tuberculose.
Em 26 de Abril de 2007 foi nomeado Alto Representante da ONU para a Aliança das
Civilizações pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. Em 24 de Janeiro
de 2010 recebeu o grau de doutor "honoris causa" da Universidade de Coimbra.

Jorge Sampaio é casado e tem dois filhos. No programa Os Grandes Portugueses, Jorge
Sampaio obteve o 80.º lugar.
Presidente de Portugal

Mandato: 9 de março de 1996 - 9 de março de 2006

Precedido por: Mário Soares

Sucedido por: Aníbal Cavaco Silva

Nascimento: 18 de Setembro de 1939 (70 anos)


Lisboa, Portugal

Primeira-dama: Maria José Rodrigues Ritta

Partido: Partido Socialista

Profissão: advogado e político

Posição Presidente Partido Político Mandato Notas

primeiro presidente
Partido Social-
Aníbal da área
Democrata
António 9 de Março de ideológica do centro-
19.º (suspendeu a filiação
Cavaco 2006 direita
partidária
Silva eleito após o 25 de
enquanto presidente)
Abril

Aníbal António Cavaco Silva GCC (Boliqueime, Loulé, 15 de Julho de 1939) é um


economista e político português e, desde 2006, o décimo nono Presidente da República
Portuguesa.

Foi primeiro-ministro de Portugal de 6 de Novembro de 1985 a 28 de Outubro de 1995,


tendo sido a pessoa que mais tempo esteve na liderança do governo do país desde o 25
de Abril. A 22 de Janeiro de 2006 foi eleito Presidente da República, tendo tomado
posse em 9 de Março do mesmo ano.

Cresceu em Boliqueime, filho de Teodoro Gonçalves da Silva e de Maria do


Nascimento Cavaco, dedicando-se o pai à exploração de frutos secos e ao comércio de
combustíveis. Em Faro fez o Ciclo Preparatório, na Escola Técnica Elementar Serpa
Pinto, e o Curso Geral do Comércio, na Escola Comercial e Industrial (1956). Veio
então para Lisboa onde completou o Curso de Contabilidade do Instituto Comercial de
Lisboa (actual ISCAL) (1959) frequentando, em paralelo, as disciplinas exigidas para
admissão ao Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (actual ISEG) da
Universidade Técnica de Lisboa. Licenciou-se em Finanças (1964), com a mais alta
classificação do seu ano. Pelo meio foi chamado a cumprir o serviço militar, tendo feito
a recruta na Escola Prática de Cavalaria de Santarém, e sido colocado como Aspirante
Miliciano na repartição de Contabilidade do Instituto Militar dos Pupilos do Exército.
Em 1963, já casado com Maria Alves da Silva, foi enviado para Moçambique (1963-
1965), durante a Guerra do Ultramar.

Percurso Académico

No final de 1965 torna-se bolseiro do Centro de Economia e Finanças da Fundação


Calouste Gulbenkian, onde se dedica à investigação, a partir de 1967. Publica então um
primeiro título, O Mercado Financeiro Português em 1966 (1967). Entretanto já
leccionava (como Assistente) a disciplina de Finanças Públicas, no ISCEF (1966-1978).
Mantendo a bolsa da Fundação Gulbenkian, parte com a família para a Grã-Bretanha,
para se doutorar em Economia Pública, na Universidade de York (1971). A sua
dissertação, depois publicada, intitulou-se A Contribution to the Theory of the
Macroeconomic Effects of Public Debt (1973).

Regressado a Portugal pouco antes do 25 de Abril, manteve-se como investigador na


Fundação Gulbenkian, integrando depois o respectivo Centro de Economia Agrária. Em
1977 mudar-se-ia para o Banco de Portugal, assumindo o cargo de director do
Departamento de Estatística e Estudos Económicos. Ao mesmo tempo passou a integrar
(como vogal) a Comissão Instaladora da Faculdade de Economia da Universidade Nova
de Lisboa e, pouco depois, a leccionar também na Faculdade de Ciências Humanas da
Universidade Católica Portuguesa. Em 1979 prestou provas públicas para Professor
Extraordinário de Economia Pública da Universidade Nova de Lisboa, onde chegou
entretanto a Professor Catedrático.

Entrada na Política

Com a vitória da Aliança Democrática, foi convidado a exercer funções como Ministro
das Finanças e Plano (1980-1981) do VI Governo Constitucional. Porém, após a morte
de Francisco Sá Carneiro, recusa-se a integrar o governo de Francisco Pinto Balsemão,
abdicando também do lugar de deputado para o qual tinha sido eleito. Em Fevereiro de
1981 é eleito, pela Assembleia da República, presidente do Conselho Nacional do Plano
(órgão que antecedeu o Conselho Económico e Social), e que dava pareceres sobre as
Grandes Opções do Plano.

Militante do Partido Social Democrata desde a sua fundação, vai ao VIII Congresso
onde encabeça uma lista candidata ao Conselho Nacional. No mesmo ano é eleito
presidente da Assembleia Distrital da Área Metropolitana de Lisboa do PSD.

Na Primavera de 1985 é nomeado membro da Comissão Instaladora do Centro Regional


do Porto da Universidade Católica Portuguesa, pouco antes da política lhe ditar o
afastamento do ensino (na Universidade Nova de Lisboa e na Universidade Católica
Portuguesa), por uma década.
Depois da demissão de Carlos Mota Pinto em 1985 (dos cargos de Vice-Primeiro-
Ministro e presidente do PSD) é convocado um Congresso Nacional no Casino da
Figueira da Foz. Inesperadamente, Mota Pinto morre, vítima de um ataque cardíaco, e o
congresso parece disputar-se entre João Salgueiro e Rui Machete. Porém, contra às
previsões, é Cavaco Silva quem acaba eleito líder do partido. O falhanço das
negociações com o Partido Socialista levam à rotura do Bloco Central, que havia sido
constituído em 1983. Como consequência, Ramalho Eanes dissolve o Parlamento. Nas
eleições legislativas de 1985, que se seguiram, o PSD obtém o melhor resultado de
sempre (29,8% dos votos) dando início a um governo minoritário (o X Governo,
chefiado por Cavaco Silva).

Primeiro Ministro

Cavaco Silva apostou em levar a cabo reformas estruturais da administração e na


direcção económica do país. Foi também nesta legislatura que Portugal aderiu à CEE.
Porém, as reformas em que apostava, encontraram oposição firme na Assembleia da
República onde (em Abril de 1987), o Partido Renovador Democrático de Ramalho
Eanes, leva uma moção de censura, depois aprovada com os votos do PS e da APU.
Como consequência o Governo cai e Mário Soares (entretanto eleito Presidente da
República), dissolve a Assembleia e convoca eleições.

Nas eleições de Julho de 1987 os portugueses atribuem a primeira maioria absoluta a


uma força política não coligada (com 50,2% dos votos para o PSD), que se havia de
repetir nas eleições legislativas de 1991. Dessas vitórias resultaram, respectivamente, a
constituição dos XI e XII Governos Constitucionais, apostados em conduzir reformas
estruturais conducentes à economia social de mercado. Nesses anos se fez a reforma
fiscal que introduziu o IRS e o IRC, privatizaram-se empresas públicas, reformaram-se
as leis laborais e agrárias e liberalizou-se a comunicação social, de que resultou a
abertura da televisão à iniciativa privada. Os fundos recebidos da CEE deram origem a
um crescimento económico apreciável, que fez subir a popularidade de Cavaco Silva. A
par de profundas melhorias na rede viária nacional e da reabilitação de boa parte do
património cultural público, deu-se o impulso a seis novos projectos: a organização da
Expo 98, a construção da Ponte Vasco da Gama, a introdução do caminho ferroviário na
Ponte 25 de Abril, a construção da Barragem do Alqueva, a introdução do gás natural e
a projecção do novo Aeroporto da Madeira. A permitir estas reformas estavam as
condições estabelecidas no Acto Único Europeu de 1986, ano da adesão de Portugal à
Comunidade Económica Europeia. Em 1992 Portugal assume pela primeira vez a
presidência do Conselho de Ministros da CEE, o que leva Cavaco Silva a abrir a
cerimónia de assinatura do Tratado de Maastricht, que fundou a União Europeia. Foi
também sob a sua liderança que Portugal esteve no centro da criação da Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa, e que foi decidida a realização anual das cimeiras
luso-brasileiras.

Coincidindo com o abrandamento da actividade económica, os últimos anos do XII


Governo, ficaram também marcados pela contestação social às reformas do cavaquismo.
Cavaco Silva responderia com uma frase que se tornou célebre, «deixem-me
trabalhar!», e classificava a oposição como «forças de bloqueio». De acordo com o
governante, aqueles que se opunham às suas políticas faziam parte desss forças. Entre
os "bloqueadores" foram incluídos Mário Soares, que com as suas Presidências Abertas
dava eco à contestação social que se fazia sentir no País, e Sousa Franco, então
presidente do Tribunal de Contas, que várias vezes reprovou as contas enviadas pelo
Governo.

Após dez anos como Primeiro-Ministro, Aníbal Cavaco Silva coloca-se de fora das
eleições legislativas desse mesmo ano, e afasta-se da liderança do PSD, entretanto
assumida por Fernando Nogueira. A derrota do PSD em 1995, pelo PS de António
Guterres, levam-no a anunciar uma candidatura à Presidência da República.
Personificando uma alternativa não socialista, defronta-se com Jorge Sampaio, e sai
derrotado (com 46,09%, contra 53,91% dos votos). Nos anos seguintes, volta ao Banco
de Portugal e à docência universitária. Mantém, todavia, uma marcante participação
cívica, nomeadamente através de intervenções em colóquios e artigos na imprensa
escrita.

Presidência da República

No dia 20 de Outubro de 2005, numa declaração pública no CCB, apresenta-se


oficialmente como candidato à Presidência da República. Já haviam sido publicadas
várias sondagens de opinião que apontavam Cavaco Silva em primeiro lugar. Contra
Jerónimo de Sousa, Mário Soares, Francisco Louçã, Garcia Pereira e Manuel Alegre,
conseguirá a eleição à primeira volta (com 50% dos votos), marcando pela primeira vez,
na Democracia portuguesa, a eleição de um Presidente oriundo do centro-direita. A 9 de
Março de 2006 toma posse como 18º Presidente da Repúbica Portuguesa.

19.º Presidente de Portugal


Mandato
9 de março de 2006 até
actualidade
Precedido por Jorge Sampaio
Primeiro-ministro de Portugal
Mandato
6 de novembro de 1985 até
28 de outubro de 1995
Precedido por Mário Soares
Sucedido por António Guterres

Nascido em 15 de Julho de 1939 (71 anos)


Boliqueime (Loulé), Portugal
Partido político Partido Social Democrata
Esposa Maria Cavaco Silva
Profissão Economista

Quadro síntese

Mandato Mandato
# Nome Partido
Inic. Fim
00 Joaquim Teófilo Fernandes Braga 1910-10-05 1911-08-24 Republicano[5]
Manuel José de Arriaga Brum da
01 1911-08-24 1915-05-25 Republicano
Silveira e Peyrelongue
02 Joaquim Teófilo Fernandes Braga 1915-05-29 1915-08-05 Democratico
Bernardino Luís Machado
03 1915-08-06 1917-12-05 Democratico
Guimarães
Sidónio Bernardino Cardoso da
04 1918-04-28 1918-12-28 National Republicano
Silva Pais
João do Canto e Castro da Silva
05 1918-12-14 1919-10-05 National Republicano
Antunes
Evolucionista
06 António José de Almeida 1919-10-05 1923-10-05
Republicano
07 Manuel Teixeira Gomes 1923-10-06 1925-12-11 Democratico
Bernardino Luís Machado
08 1925-12-11 1926-05-31 Democratico
Guimarães
09 José Mendes Cabeçadas Júnior 1926-05-31 1926-06-17 Militar
Manuel de Oliveira Gomes da
10 1926-06-17 1926-07-09 Militar
Costa
11 António Óscar Fragoso Carmona 1926-07-09 1951-04-18 Militar
00 António de Oliveira Salazar 1951-04-18 1951-07-21 União Nacional[6]
12 Francisco Higino Craveiro Lopes 1951-07-21 1958-08-09 União Nacional Militar
Américo de Deus Rodrigues
13 1958-08-09 1974-04-25 União Nacional Militar
Tomás
António Sebastião Ribeiro de
14 1974-04-25 1974-09-30 Militar[7]
Spínola
15 Francisco da Costa Gomes 1974-09-30 1976-07-13 Militar
António dos Santos Ramalho
16 1976-07-14 1986-03-09 Militar (depois PRD)
Eanes
Mário Alberto Nobre Lopes
17 1986-03-09 1996-03-09 Socialista
Soares
Jorge Fernando Branco de
18 1996-03-09 2006-03-09 Socialista
Sampaio
19 Aníbal António Cavaco Silva 2006-03-09 2011-03-09 Social Democrata

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