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XXXX/UF
I – DOS FATOS
II – DO DIREITO
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Aposentadoria por Idade
Art. 51. A aposentadoria por idade, uma vez cumprida a careê ncia exigida,
seraí devida ao segurado que completar sessenta e cinco anos de idade,
se homem, ou sessenta, se mulher, reduzidos esses limites para sessenta
e cinquü enta e cinco anos de idade para os trabalhadores rurais,
respectivamente homens e mulheres, referidos na alíínea "a" do inciso I,
na alíínea "j" do inciso V e nos incisos VI e VII do caput do art. 9º, bem
como para os segurados garimpeiros que trabalhem, comprovadamente,
em regime de economia familiar, conforme definido no §5º do art. 9º.
(Redaçaã o dada pelo Decreto nº 3.265, de 29/11/1999)
§ 1º Para os efeitos do disposto no caput, o trabalhador rural deve
comprovar o efetivo exercíício de atividade rural, ainda que de forma
descontíínua, no perííodo imediatamente anterior ao requerimento do
benefíício ou, conforme o caso, ao meê s em que cumpriu o requisito
etaí rio, por tempo igual ao nuí mero de meses de contribuiçaã o
correspondente aà careê ncia do benefíício pretendido, computado o
perííodo a que se referem os incisos III a VIII do § 8o do art. 9o. .
(Incluíído pelo Decreto nº 6.722,de 30/12/2008)
§ 2º Os trabalhadores rurais de que trata o caput que naã o atendam ao
disposto no § 1º, mas que satisfaçam essa condiçaã o, se forem
considerados perííodos de contribuiçaã o sob outras categorias do
segurado, faraã o jus ao benefíício ao completarem sessenta e cinco anos
de idade, se homem, e sessenta anos, se mulher. . (Incluíído pelo Decreto
nº 6.722,de 30/12/2008)
§ 3º Para efeito do § 2o, o caí lculo da renda mensal do benefíício seraí
apurado na forma do disposto no inciso II do caput do art. 32,
considerando-se como salaí rio-de-contribuiçaã o mensal do perííodo como
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segurado especial o limite míínimo do salaí rio-de-contribuiçaã o da
prevideê ncia social. (Incluíído pelo Decreto nº 6.722,de 30/12/2008)
§ 4º Aplica-se o disposto nos §§ 2º e 3º ainda que na
oportunidade do requerimento da aposentadoria o
segurado não se enquadre como trabalhador rural .
(Incluíído pelo Decreto nº 6.722,de 30/12/2008)
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lei federal – PEDILEF apresentado contra acoí rdaã o de Turma Recursal
que negou provimento a recurso inominado, em sede de demanda
visando aà concessaã o de aposentadoria hííbrida por idade, em razaã o da
parte autora naã o ter comprovado o exercíício de atividade rural em
regime de economia familiar no perííodo imediatamente anterior aà data
de entrada do requerimento administrativo, por ser segurada urbana. 2.
O PEDILFE deve ser conhecido, pois haí divergeê ncia entre a decisaã o
recorrida e o que decidiu o Superior Tribunal de Justiça – STJ no REsp
n.º 1.407.613/RS e esta TNU no PEDILEF n.º 50009573320124047214
(art. 14, § 2º, da Lei n.º 10.259/2001). 3. Confiram-se os excertos
daqueles julgados: 3.1. STJ: “PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA
POR IDADE HÍBRIDA. ART. 48, §§ 3º e 4º, DA LEI 8.213/1991.
TRABALHO URBANO E RURAL NO PERÍODO DE CARÊNCIA.
REQUISITO. LABOR CAMPESINO NO MOMENTO DO
IMPLEMENTO DO REQUISITO ETÁRIO OU DO REQUERIMENTO
ADMINISTRATIVO. EXIGÊNCIA AFASTADO. CONTRIBUIÇÕES.
TRABALHO RURAL. CONTRIBUIÇÕES. DESNECESSIDADE. 1.(...).
2. (...). (…) 11. Assim, seja qual for a predominância do labor
misto no período de carência ou o tipo de trabalho exercido
no momento do implemento do requisito etário ou do
requerimento administrativo, o trabalhador tem direito a se
aposentar com as idades citadas no § 3º do art. 48 da Lei
8.213/1991, desde que cumprida a carência com a utilização
de labor urbano ou rural. Por outro lado, se a careê ncia foi cumprida
exclusivamente como trabalhador urbano, sob esse regime o segurado
seraí aposentado (caput do art. 48), o que vale tambeí m para o labor
exclusivamente ruríícola (§§1º e 2º da Lei 8.213/1991). 12. Na mesma
linha do que aqui preceituado: REsp 1.376.479/RS, Rel. Ministro Mauro
Campbell Marques, Segunda Turma, Julgado em 4.9.2014, pendente de
publicaçaã o. 13. (…). (...) 16. Correta a decisaã o recorrida que concluiu (fl.
162/e-STJ): "somados os 126 meses de reconhecimento de exercíício de
atividades rurais aos 54 meses de atividades urbanas, chega-se ao total
de 180 meses de careê ncia por ocasiaã o do requerimento administrativo,
suficientes aà concessaã o do benefíício, na forma prevista pelo art. 48, § 3º,
da Lei nº 8.213/1991". 17. Recurso Especial naã o provido.” (STJ, Segunda
Turma, REsp n.º 1.407.613/RS, rel. Min. Herman Benjamin, julgamento
em 14/10/2014, DJe de 28/11/2014, unaê nime e sem grifos no original);
3.2. TNU: “DIREITO PREVIDENCIAÁ RIO. APOSENTADORIA MISTA OU
HIÁBRIDA. CONTAGEM DE TEMPO RURAL PARA APOSENTADORIA
URBANA. APLICAÇAÃ O EXTENSIVA DO ATUAL DO ARTIGO 48, § 3º E 4O.
DA LEI DE BENEFIÁCIOS. DIRETRIZ FIXADA PELA SEGUNDA TURMA DO
SUPERIOR TRIBUNA DE JUSTIÇA NO RECURSO ESPECIAL 1.407.613.
ISONOMIA DO TRABALHADOR RURAL COM O URBANO.
APOSENTADORIA POR IDADE NA FORMA HIÁBRIDA PERMITIDA
TAMBEÁ M PARA O URBANO QUANDO HOUVER, ALEÁ M DA IDADE,
CUMPRIDO A CAREÊ NCIA EXIGIDA COM CONSIDERAÇAÃ O DOS PERIÁODOS
DE TRABALHO RURAL. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇAÃ O CONHECIDO E
PROVIDO. (…) 8.2. Desse modo, o que decidiu a Corte Federal foi
que a denominada aposentação por idade híbrida de regimes
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de trabalho, instituída pela Lei 11.718/08 contempla tanto os
trabalhadores rurais que migraram da cidade para o campo,
como o contrário (aqueles que saíram do campo e foram para
a cidade). Isso porque, seja por amor ao postulado da
isonomia, vez que a ratio é a mesma como ainda ante o fato de
que, em sendo postulada aposentadoria urbana, de toda
forma estar-se-á valorizando aquele que, muito ou pouco,
contribuiu para o sistema. 9. Ante o exposto, conheço e dou
provimento ao pedido de uniformizaçaã o, para julgar procedente o
pedido formulado na petiçaã o inicial (itens “A” e “B”). Sem honoraí rios, por
se tratar de recorrente vencedor.” (TNU, PEDILEF n.º
50009573320124047214, Juiz Federal Bruno Leonardo Caê mara Carraí ,
DOU de 19/12/2014, pp. 277/424, sem grifos no original) 5. No caso
concreto, o benefício de aposentadoria híbrida por
idade foi negado à parte autora apenas em razão do
não exercício de atividade rural em regime de
economia familiar no período imediatamente
anterior à data de entrada do requerimento
administrativo (DER), o que vai de encontro à
diretriz de interpretação da lei federal estabelecida
pelos precedentes mencionados. 6. Inclusive, houve
o reconhecimento do exercício de atividades
rurais em regime de economia familiar durante o
período 01/01/1965 a 19/03/1978 (13 anos, 2
meses e 19 dias), que somado ao período de
exercício de atividade urbana reconhecido pela
instância ordinária (setenta e nove
contribuições) resulta no cumprimento de mais
do que os 174 (cento e setenta e quatro) meses
de contribuição indispensáveis no caso da parte
autora. 7. Assim, ressalvado o entendimento pessoal deste Relator e
adotando aquele dos precedentes acima descritos; em decorreê ncia,
ainda, da aplicaçaã o da Questaã o de Ordem n.º 38 desta TNU, como jaí
houve instruçaã o suficiente na instaê ncia ordinaí ria, e considerando a
satisfaçaã o de todos os requisitos necessaí rios ao deferimento da
prestaçaã o, o PEDILEF deve ser provido. 8. Por isso, deve-se conhecer do
PEDILEF, dar-lhe provimento, reformar a decisaã o recorrida e cominar ao
INSS a obrigaçaã o de conceder aposentadoria hííbrida por idade aà parte
autora, com data de iníício de benefíício (DIB) em 06/09/2011 (DER),
bem como a lhe pagar as parcelas atrasadas devidas desde a DIB ateí a
data de implantaçaã o do benefíício, acrescidas de correçaã o monetaí ria e
juros de mora, que devem respeitar as seguintes diretrizes: a) ateí
junho/2009, regramento previsto para correçaã o monetaí ria e juros de
mora no Manual de Orientaçaã o de Procedimentos para os Caí lculos na
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Justiça Federal para a classe da açaã o; b) de julho/2009 e ateí junho/2012,
TR - Taxa Referencial (correçaã o monetaí ria) e 0,5% (meio por cento) ao
meê s de juros de mora (art. 1º-F da Lei n.º 9.494/97, alterada pela Lei n.º
11.960/2009); e c) a partir de julho/2012, TR - Taxa Referencial
(correçaã o monetaí ria) e a taxa de juros aplicada aà s cadernetas de
poupança (art. 1º-F da Lei n.º 9.494/97, alterada pela Lei n.º
11.960/2009 e Lei n.º 12.703/2012). Declara-se, desde logo, que
eventual coisa julgada material a ser formada em razaã o da decisaã o desta
TNU naã o alcançaraí a renda mensal inicial (RMI) da aposentadoria aqui
deferida, jaí que tal ponto naã o foi objeto de discussaã o no processo. Sem
custas e sem honoraí rios (art. 55 da Lei n.º 9.099/95).A Turma, por
unanimidade, conheceu do incidente de uniformizaçaã o e, por maioria,
deu-lhe provimento nos termos do voto do(a) Juiz(a) Relator(a).
(PEDILEF 50006423220124047108, JUIZ FEDERAL MARCOS ANTOÊ NIO
GARAPA DE CARVALHO, TNU, DOU 26/02/2016 PAÁ GINAS 173/301.)
(grifado)
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razoabilidade, como se negar a aplicaçaã o do artigo 48, § 3º, da Lei
8.213/91, ao trabalhador que exerceu atividade rural, mas no momento
do implemento do requisito etaí rio (sessenta ou sessenta e cinco anos),
estaí desempenhando atividade urbana. 5. A denominada aposentadoria
mista ou hííbrida, por exigir que o segurado complete 65 (sessenta e
cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos, se mulher, em
rigor eí uma aposentadoria de natureza urbana. Quando menos, para fins
de definiçaã o de regime deve ser equiparada aà aposentadoria urbana.
Com efeito, a Constituiçaã o Federal, em seu artigo 201, § 7º, II, preveê a
reduçaã o do requisito etaí rio apenas para os trabalhadores rurais.
Exigidos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta)
anos, se mulher, a aposentadoria mista eí , pode-se dizer, subespeí cie da
aposentadoria urbana. (TRF4, APELREEX 0015673-11.2010.404.9999,
Quinta Turma, Relator Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E.
18/10/2013) (grifado)
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e instruçoã es necessaí rias para o deferimento da Aposentadoria por
Idade. 5. Deliberaçaã o sobre ííndices de correçaã o monetaí ria e taxas de
juros diferida para a fase de cumprimento de sentença, a iniciar-se com
a observaê ncia dos criteí rios da Lei 11.960/2009, de modo a racionalizar
o andamento do processo, permitindo-se a expediçaã o de precatoí rio pelo
valor incontroverso, enquanto pendente, no Supremo Tribunal Federal,
decisaã o sobre o tema com caraí ter geral e vinculante. Precedentes do STJ
e do TRF da 4ª Regiaã o. 6.Mantida a antecipaçaã o de tutela, pois presentes
os requisitos exigidos para o deferimento da tutela de urgeê ncia seja na
forma do CPC/73 ou no NCPC/2015 (TRF4 5002664-81.2016.404.9999,
SEXTA TURMA, Relator (AUXILIO SALISE) ÉZIO TEIXEIRA, juntado
aos autos em 25/04/2017)
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Trata-se de regra que deve ser interpretada extensivamente para concluir-se que eí
omissa a decisaã o que se furte em considerar qualquer um dos precedentes obrigatoí rios nos
termos do art. 927 do CPC.1
No mais, exatamente por ser obrigatoí ria a observaê ncia dos precedentes vinculantes,
os julgadores, independentemente de provocaçaã o, deveraã o conheceê -los de ofíício, sob pena
de omissaã o e denegaçaã o de justiça.
Ademais, para aqueles que se filiaram aà Prevideê ncia Social em perííodo anterior a 24
de julho de 1991 haí uma regra especial a fim de naã o onerar excessivamente quem estava na
expectativa de acesso aos benefíícios. Na regra de transiçaã o, prevista no art. 142 da Lei
8.213/91, o tempo de serviço urbano somado ao rural, ideê ntico aà careê ncia do benefíício, vai
gradativamente aumentando conforme o ano de implemento da idade ou do preenchimento
de todos os requisitos do benefíício.
1
Ibid. p. 456.
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Do exercício da atividade rural no lapso de 02/06/1969 a 31/12/1985
[DOCUMENTOS PERTINENTES]
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[DOCUMENTO PERTINENTE]
[DOCUMENTOS PERTINENTES]
No ponto, vislumbra-se que a Sra. XXXX sequer chegou a terminar seus estudos no
ensino fundamental, abandonando a escola para auxiliar sua famíília na lavoura.
Com efeito, denota-se que a Segurada trabalhou com seus pais e quatro irmaã os em
regime de economia familiar ateí casar em 23/05/1975, ocasiaã o em que passou a laborar
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com seu marido. Perceba-se que a Requerente nunca possuiu empregados e sempre
trabalhou na localidade de XXXX, na Fazenda XXXX.
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Da realização de entrevista rural e justificação administrativa
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§ 2º Caso os documentos apresentados naã o sejam suficientes para a
comprovaçaã o da aí rea, contíínua ou descontíínua, ou da embarcaçaã o
utilizada, para o desenvolvimento da atividade, assim como a comprovaçaã o
da identificaçaã o do proprietaí rio por meio do nome e CPF, deveraí ser
apresentada a declaraçaã o do segurado constante do Anexo XLIV. (grifei)
Aleí m disso, a eventual alegaçaã o de que o conjunto probatoí rio coligido eí insuficiente
para o processamento de JA naã o merece prosperar, sobretudo considerando a listagem
exaustiva de todos os documentos anexos.
Art. 690. Se durante a anaí lise do requerimento for verificado que na DER o
segurado naã o satisfazia os requisitos para o reconhecimento do direito, mas
que os implementou em momento posterior, deveraí o servidor informar ao
interessado sobre a possibilidade de reafirmaçaã o da DER, exigindo-se para
sua efetivaçaã o a expressa concordaê ncia por escrito.
Paraí grafo uí nico. O disposto no caput aplica-se a todas as situaçoã es que
resultem em benefíício mais vantajoso ao interessado.
Por fim, cumpridos todos os requisitos exigidos em lei, idade e careê ncia, a Segurada
adquiriu o direito aà aposentadoria por idade, tornando-se imperiosa a sua concessaã o,
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devendo o INSS CONCEDER O MELHOR BENEFIÁCIO A QUE FIZER JUS, conforme comando
da mesma IN 77/2015:
III – REQUERIMENTOS
d) Reconhecer e computar para fins de careê ncia na aposentadoria por idade hííbrida o
perííodo de XX/XX/XXXX a XX/XX/XXXX como tempo de serviço rural em regime de
economia familiar;
g) Subsidiariamente, caso naã o seja apurado perííodo de careê ncia suficiente para a
concessaã o do benefíício ateí a DER, requer o coê mputo dos perííodos posteriores, e a
concessaã o de aposentadoria por idade, com a DER para a data em que a Segurada
preencheu os requisitos do benefíício, com fulcro no art. 690 da INSTRUÇAÃ O
NORMATIVA INSS/PRES Nº 77/2015;
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h) Em caso de necessidade de dilaçaã o probatoí ria, seja procedida aà realizaçaã o de entrevista
rural com a Requerente, nos termos do art. 112, inciso I, da IN 77//2015, bem como
realizada a justificaçaã o administrativa, com fulcro no art. 574 da IN 77/2015.
Nesses termos,
Pede deferimento.
Local, data.
Advogado(a)
OAB/UF nº
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