Você está na página 1de 2

1- Contextualização e caracterização do documento;

Ao analisarmos as mudanças que a lei do ensino médio, é importante levar em


conta primeiramente as mudança ocorridas na educação historicamente. Com o
Decreto nº 19.890/31, por Francisco Campos, ministro da educação e saúde na
época, o decreto fomenta sobre o curso secundário que era oferecido pelo
Colégio Pedro II e o curso complementar que era obrigatório para candidatos a
ingressarem em curso superior, podemos ver que já nessa época havia uma
educação elitista, visto que o curso complementar e pré-requisito para o ensino
superior era para uma pequena elite do pais.
O próximo passo foi a reforma Capanema, de 1942, instituída por Gustavo
Capanema, à frente do Ministério da Educação durante o governo Getúlio
Vargas, entre 1934 e 1945. Com essa medida, foi instituído um conjunto de
reformas: a organização do ensino industrial, a instituição do SENAI, a
organização do ensino secundário em dois ciclos (ginásio e colegial) e a reforma
do ensino comercial. Nesse período ficou mais evidente o ensino dual no país,
fomentando o ensino para os trabalhadores e população rural e o ensino de elites
voltada para o ensino superior.
Em 1946, com o fim do Estado Novo, sob o Governo Provisório e Raul Leitão da
Cunha como ministro da educação, foram feitos decretos que organizaram o
ensino primário, normal e agrícola a nível nacional, juntamente com a criação do
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC. É possível observar
uma dualidade no setor político da época, com conservadores defendendo a
educação nos moldes da doutrina religiosa, sem ser uma obrigação do estado e
de outro lado progressistas que defendiam uma escola pública, gratuita, laica
para toda população, obrigação do Estado.
Na década de 60 foi criada a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(LDB — Lei 4024/61). Uma década após, foi criada a segunda LDB — Lei
5692/71, estruturando o ensino como conhecemos hoje. Os militares, porém,
tinham uma visão do ensino médio como uma habilitação para o mundo do
trabalho, o que só serviu para conter o aumento da demanda de vagas aos cursos
superiores” (NASCIMENTO, 2007, p.83); a terceira Lei de Diretrizes e Bases da
Educação, publicada em 1996 e ainda em vigência (Lei — 9394/96), teve forte
influência neoliberalista e serviu para uma diferenciação ainda maior de ensino.
Em seu fundamento no artigo 35, da LDB 96, analisa-se que sua essência é
voltada para o mercado de trabalho:
§II — a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para
continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a
novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
2- Analise documental 3- avaliação critica

Até hoje os embates em qual seria o pressuposto dessa fase de escolaridade,


uma preparação para o ingresso a uma graduação ou uma habilitação para o
trabalho, reflete na luta para uma formação integral do aluno frente a uma
dualidade que ainda perdura. Uma reflexão do modo neoliberalista, visto que
desde o governo de FHC tem havido cortes na educação e investimentos sociais.
Visando ao estado mínimo e à ideologia de que a educação precisa atender a
relação capital e trabalho, metas foram ditadas por organizações como Banco
Mundial ou Organização Mundial do Comercio.
Um ponto crucial da reforma que diz respeito a matérias como filosofia, arte,
sociologia, dentre outras que deverão ser trabalhadas em contexto a matérias
de eixos principais, esse modelo produzirá uma visão reduzida de sociedade e
um senso crítico cada vez menor, visto que essas matérias produzem o cidadão
com consciência crítica e política, condição necessária para uma sociedade
reflexiva.
Os eixos dos complementos técnicos obrigatórios é uma explicita segregação, já
que a oferta das possibilidades ficará a cargo do sistema estadual de ensino,
mas a rede estadual pode ter a avaliação que essa área não seria prioridade, e
sim apenas o ensino profissional. A escolha feita pelo educando não será
oportunizada, sendo assim uma população que poderá ser voltada e moldada às
necessidades de cada região para atender o capitalismo.
A critica a esse modelo de ensino é também uma crítica ao modelo que vem se
estabelecendo durante esses anos, que é a transformação de direitos sociais em
mercadoria. Para formar uma escola crítica e humana que forme cidadãos ativos
e não passivos, para além de superar a escola da visão de depósito de
estudantes, deveria ser o pressuposto de cada normativa.

Bibliografia
-ROMANELLI, O. História da educação no Brasil 1930-73. Petrópolis, Vozes,
1978; -ARANHA, M.L.A. História da Educação. São Paulo, Moderna, 2002.
RIBEIRO, M. L. História da Educação Brasileira. A Organização Escolar.
Campinas, Autores Associados, 2003.
-As reformas do ensino médio: considerações históricas, educacionais e
políticas; por Wallace Melo, Contee, 26/09/2016; acessada em
http://contee.org.br/contee/index.php/2016/09/as-reformas-do-ensino-medio-
consideracoes-historicas-educacionais-e-politicas/
-http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1937-1946/Del4073.htm
-Glossário da Historia da Educação Brasileira, acessada em
http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/l.html

Você também pode gostar