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Universidade Federal do Ceará


Centro de Tecnologia
Departamento de Engenharia Química

SÉRIE DE POTÊNCIA PARA RESOLUÇÃO


DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

Introdução

Profa. Maria Valderez Ponte Rocha


Séries Infinitas e Séries de Potências (Revisão)
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Motivação: Fornece uma maneira de representar, de maneira polinomial,


funções que aparecem na matemática, física e química.
Definição – Série Infinita:
Uma série infinita é uma função cujo domínio é o conjunto dos inteiros
positivos. Se f é uma sequência infinita, então a cada número inteiro positivo n
corresponde um número real f(n):
f(1), f(2), f(3), ..., f(n)
Também é costume escrever:
a1, a2, a3, ... , an
Devemos entender que para cada inteiro positivo n o símbolo an denota o
número real f(n).

Exemplo 1: Escreva os quatro primeiros termos da sequência cujo termo


geral é com n=1,2,3... n2
a n   1
n 1

3n  1
Séries Infinitas Convergentes e Divergentes
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Continuação... Definição – Série Infinita:

Uma série infinita a1 + a2 + a3 +... + an


Com seqüência de somas parciais S1, S2, S3, ..., Sn é convergente (ou converge) se:

lim S n   S
n 

para um número real S. Se tal limite não existe, a série é divergente (ou diverge).
S é chamado de soma da série
Série de Potência
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Definição: A série da forma

é uma série de potências centrada em x = 0. E a série da forma:

é denominada série de potências centrada em a (ou ainda, ao redor de


a).
Série de Potência
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EXEMPLO DE SÉRIE DE POTÊNCIA


Série Geométrica: Tomemos Cn = 1, para qualquer n

• Converge quando −1 < x < 1, ou seja, |x| < 1.



1
  x n  1  x  x 2  ... a = 1 e r = x = |x| < 1.
1  x n 0
• Diverge quando |x| ≥ 1.

ENTÃO...
Série de Potência
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Uma série de potências é uma série que depende de um parâmetro x, da seguinte


forma:

S ( x)   an ( x  x0 ) n
n 0

Convergência – Para um valor específico de x, uma série de potências é uma série de


constantes. Se a série é igual a uma constante finita real para o x dado, então dizemos que a
série converge em x. Se a série não converge em x, dizemos que a série diverge em x.

Intervalo de Convergência – Toda série tem um intervalo de convergência. O intervalo de


convergência é o conjunto de todos os números para os quais a série converge.

Raio de Convergência – A convergência da série de potências depende da distância entre x e x0:


|x - x0|. O valor máximo da distância para o qual a série converge, é o chamado raio de
convergência (R) e calcula-se a partir de:

an1 R n1 an
lim n  1  R  lim n  
an R n an 1
Série de Potência
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Teorema: Dada uma série de potência existem três possibilidades:


1. A série converge apenas quando x = a;
2. A série converge para todo x;
3. Existe um número positivo R (conhecido como raio de convergência)
tal que a série converge se |x − a| < R e diverge se |x − a| > R.

Extremo de Intervalo: Para o caso (3) existem 4 possibilidades para o


intervalo de convergência:
1. (a − R, a + R); 2. (a − R, a + R];
3. [a − R, a + R); 4. [a − R, a + R].
Série de Potência
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Intervalo de Convergência

Passo 1: Use o teste da Razão, ou teste da Raiz, para encontrar o intervalo


onde a série converge absolutamente: |x − a| ou (a − R, a + R).

Passo 2: Se o intervalo de convergência absoluta for finito, teste a


convergência ou a divergência em cada extremidade. Use o teste de
Comparação, da Integral ou da Série Alternada.

Passo 3: Se o intervalo de convergência for a−R < x < a+R, a série diverge
para |x−a| > R, pois o n-ésimo termo não se aproxima de zero para esses
valores de x.
Se a série converge apenas em x = x0, definimos R como zero, para
um série que converge em todo x, dizemos que R é infinito.
Série de Potência
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Teste da Razão – Convergência Absoluta Se a série convergente


absolutamente, então ela
Seja  an uma série infinita de termos não nulo: converge, mas a recíproca não
é verdadeira.
i) Se
 an 1  A série é absolutamente
lim    L  1 convergente
n   an 

ii) Se
 an 1  A série é divergente
lim    L  1
n   an 
iii) Se
 an 1  A série pode ser absolutamente
lim    1 convergente ou divergente
n   an 
Série de Potência
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Exemplo 1: Para quais valores de x as séries a seguir são convergentes:

(a) (b)

Exemplo 2: Encontre o raio de convergência e o intervalo de convergência


da série dada:

(a) (b)

(c)
Série de Potência – Teste da Razão
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Exemplo 3: Determine o intervalo de convergência da série de potências:



1 n

n 1 n
x

Solução: an 1 x n 1 n
lim  lim
n 1
n
n  an n  x

n n
lim x  lim x x
n  n 1 n  n 1

Ver teste da razão


Série de Potência – Teste da Razão
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Exemplo 4: Determine o intervalo de convergência da série de potências:

1  x  3  x  3  ...   1 x  3n
1 1 2 n 1
2 3 n 1
Solução:

an 1
 lim
 x  3
n 1
n 1
lim
n  an n  n2 x  3n
n 1
lim x  3  x  3
n  n2

Ver teste da razão


OPERAÇÕES MATEMÁTICAS COM SÉRIE DE POTÊNCIA
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As séries podem ser combinadas por operações de adição,


multiplicação e divisão  procedimentos semelhantes aos utilizados
com polinômios;
Inicialmente...
Escrevendo as série de outra forma

 (
n2
n  2)( n  1) a n ( x  x 0 ) n2
Em (x-x0)n


x 2
 (
n 0
r  n ) a n x r  n 1
Em xr+n
Operações Matemáticas com Série de Potência
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Propriedades:

(a)

Exemplo 5: Escreva
 

 n(n  1)cn x
n2
n2
  cn x n 1
n 0
como uma série de potências.

 2c2   (k  2)(k  1)ck  2  ck 1 x k
k 1
DIFERENCIAÇÃO E INTEGRAÇÃO DE SÉRIE DE POTÊNCIA
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Teorema: Se a série de potências tiver um raio de convergência R > 0, então a


função f definida por

é diferenciável (e portanto contínua) no intervalo (a − R, a + R) e

Os raios de convergência da série de potência nas equações acima são ambos R.


DIFERENCIAÇÃO E INTEGRAÇÃO DE SÉRIE DE POTÊNCIA
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Teorema:
Suponhamos uma série de potências com raio de convergência r não nulo
e seja a função f definida por:

f ( x)   an x n  a0  a1 x  a2 x 2  a3 x 3  ...  an x n  ...
n 0

para todo x no intervalo de convergência. Se –r < x < r, então

   na x
 
f ' ( x)   Dx an x  n
n
n 1

n 0 n1

 f ( x)dx     
x  x 
an n 1
an x dx  
n
x
o n 0 0 n1n  1
Diferenciação e Integração de Série de Potência
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Exemplo 6: Use a série


1  x  x  x  ...   1 x n
2 3 n

1
para obter uma representação de em série de potências.
x  12

Solução: Se 1 1
f ( x)  , então f ' ( x)  
Lembrando que:
x 1 x  12
 1  x  x 2  x 3  ...   1 x n
1
f ( x) 
n

x 1
podemos escrever:
1
 1  2 x  3 x 2
 ...    1n 1 n 1
x
x  12

Exercício: Determine uma representação em séries de


potências de ln(1+x) se x < 1.
SÉRIE DE POTÊNCIA – SÉRIE DE TAYLOR
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Definição
Uma função analítica num ponto x0 é uma função cujas derivadas de qualquer
ordem existem nesse ponto. Nesse caso a função pode ser representada por uma
série de potências convergente com centro x0:

f ( x )   a n ( x  x 0 ) n  a 0  a 1 ( x  x 0 )  a 2 ( x  x 0 ) 2 ......
n 0
as derivadas de f calculam-se derivando o termo dentro da série, por exemplo, as
duas primeiras derivadas são:

f ( x )   na n ( x  x 0 ) n 1  a1  2a 2 ( x  x 0 )  3a 3 ( x  x 0 ) 2 ......
n 1

f ( x )   n (n  1)a n ( x  x 0 ) n 2  2a 2  6a 3 ( x  x 0 )  12a 4 ( x  x 0 ) 2 ...
n 2
Se substituirmos x = x0 nas séries para f, f' e f'' vemos que: a0 = f(x0), a1 = f'(x0)
2 a2 = f''(x0) .
Em geral n! an = fn(x0)

f n (x 0 )
e a série de Taylor de f escreve-se: f (x)   (x  x 0 ) n
n 0 n!
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Série de Potência – Série de McClaurin
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Definição:
Consideremos uma série de Taylor. No caso particular x0 = 0 obtém-se a
chamada série de McClaurin. O raio de convergência da série é igual à
distância entre x0 e o ponto singular de f mais próximo.

2 n 1

(1)
2n 
(1) n
senx  
n
cos x   x Funções trigonométricas x
n  0 ( 2n)! n 0 ( 2 n  1)!
 n
x
ex   Função Exponencial
n  0 n!

1
  x n  1  x  x 2  ... Série geométrica
1  x n 0
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Agora é só exercitar e estudar!

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