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REMark – Revista Brasileira de Marketing

e-ISSN: 2177-5184
DOI: 10.5585/remark.v13i4.2701
Data de recebimento: 28/02/2014
Data de Aceite: 14/04/2014
Editor Científico: Otávio Bandeira De Lamônica Freire
Avaliação: Double Blind Review pelo SEER/OJS
Revisão: Gramatical, normativa e de formatação

ANÁLISE DE CONTEÚDO

RESUMO

Este estudo introduz as várias definições e tipos de análise de conteúdo. Este tipo de análise historicamente apresenta-
se como uma abordagem quantitativa para a análise de dados e atualmente mostra-se como uma abordagem qualitativa.
Os tipos mais comuns são a análise conceitual e a relacional. Esta última recebe influências da linguística, cognição e
de modelos mentais e subdivide-se na extração afetiva, na análise de proximidade e mapeamento cognitivo. Quanto à
importância deste tipo de análise, tem-se que esta tem caráter quantitativo e qualitativo e por esta última abordagem
pode-se empregá-la para identificação de hipóteses, de constructos teóricos ou mesmo de modelos que, em seguida,
poderão ser testados por técnicas estatísticas multivariadas, ou mesmo, por experimentos.

CONTENT ANALYSIS

ABSTRACT

This study introduces the various definitions and types of content analysis. This type of analysis historically presents
itself as a quantitative approach to data analysis and currently shows up as a qualitative approach. The most common
types are the conceptual and relational analysis. The latter receives influences of linguistic, cognitive and mental
models and it is subdivided in affective extraction, analysis of proximity and cognitive mapping. Regarding the
importance of this type of analysis, we have quantitative and qualitative character and the latter approach can be used
to identify hypotheses, theoretical constructs or even models that can be tested by multivariate statistical techniques
or even by experiments.

George Bedinelli Rossi1


Francisco Antonio Serralvo2
Belmiro Nascimento João3

1
Doutor em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas – FGV. Professor da Universidade de São
Paulo – USP. Brasil. E-mail: gbrossi@usp.br
2
Doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP. Professor da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP. Brasil. E-mail: serralvo@pucsp.br
3 Doutor em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP. Professor da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP. Brasil. E-mail: serralvo@pucsp.br
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1 INTRODUÇÃO OF POLITICS” publicado nos anos `40 é, ainda hoje,


um clássico (WOODRUM, 1984).
Sendo este tópico amplo em demasia, Inicialmente, análise de conteúdo como
pretende-se aqui expor de maneira não exaustiva as método de pesquisa era usada tanto qualitativamente
metodologias mais comuns. Este estudo visa como quantitativamente (BERELSON, 1952). Em
apresentar algumas das mais comuns metodologias, ou seguida, análise de conteúdo é usada primariamente
estratégias, para a realização de Análise de Conteúdo, como método quantitativo de pesquisa, com dados de
não sendo, assim, exaustiva, ou seja, não se texto codificados em categorias explícitas e, em
apresentará todas as variações e métodos deste tipo de seguida, descritos com o uso de estatística.
análise, isto somente seria possível com um livro. A Abordagem conhecida, às vezes, por análise
análise de conteúdo embora tradicionalmente seja uma quantitativa de dados qualitativos (MORGAN, 1993).
técnica quantitativa, há também a qualitativa que vem Mais recentemente, o potencial da análise de
tomando vulto nos últimos anos (GRANEHEIM, conteúdo como método de análise qualitativa tem sido
LUNDMAN, 2003). reconhecido levando ao aumento de suas aplicações e
Uma importante questão quanto à realização popularização (NANDY e SARVELA, 1997). Hsieh e
de análise de conteúdo é a decisão se a análise terá por Shanon (2005) definem análise de conteúdo
foco conteúdo latente ou manifesto. Análises qualitativa como um método de pesquisa para a
referentes ao que o texto diz lidam com descrição interpretação subjetiva do conteúdo de dados de texto
visível e componentes óbvios referem-se a conteúdos por meio de processos de classificação sistemática de
manifestos que são contáveis, uma abordagem codificação e da identificação de temas ou padrões.
quantitativa de análise de conteúdo. Por outro lado,
análises quanto ao que o texto apresenta lidam com 2.2 Definições de Análise de Conteúdo
aspectos de relações e envolvem a interpretação de
significados ocultos do texto que são referenciados Formalmente, análise de conteúdo é uma
como conteúdo latente, abordagem qualitativa técnica de pesquisa para obter inferências válidas e
(DOWNE-WAMBOLDT, 1992, KONDRACKI et al., replicáveis dos dados em seu contexto
2002). Ambas as abordagens, latente e manifesto, (KRIPPENDORFF, 1980). Esta definição engloba as
lidam com interpretação, mas a interpretação varia em de Lasswell (1968), Berelson (1952) e Holsti (1969).
profundidade e nível de abstração. Assim sendo, a Lasswell (1968) define análise de conteúdo
primeira decisão quanto à análise de conteúdo é se esta como uma técnica que enfatiza a quantificação do “o
será quantitativa ou qualitativa ou se fará uso de ambas que” a mensagem comunica e apresenta sua clássica
(BABBIE, 1998). formulação: QUEM diz O QUE para QUEM com
QUAL EFEITO? Para Berelson (1952) análise de
conteúdo é uma técnica quantitativa, sistemática e
2 REVISÃO DA LITERATURA objetiva que descreve o conteúdo manifesto de uma
comunicação.
Nesta sessão, apresenta-se a origem, histórico Por quantitativa entende-se a contagem de
e evolução da Análise de conteúdo para contextualizar ocorrências relevantes ao pesquisador. Sistemática no
seus usos para, em seguida, revelar as definições e sentido de que o pesquisador precisa contar todos os
tipos ou metodologias mais comuns desta análise. aspectos relevantes da amostra; e não arbitrariamente
selecionar aspectos a serem generalizados. É objetiva
2.1 Origem, Histórico e Evolução da Analise de no sentido de que as unidades selecionadas para
Conteúdo análise e a formação de categorias devem ser
claramente definidas segundo um critério. E, por
Analise de conteúdo tem longa historia em manifesto entende-se que se conta o que é tangível e
pesquisa, começando no século 18 na Escandinávia observável. O que se pode contar e a frequência com
(ROSENGREN, 1981). Nos Estados Unidos da que uma palavra ocorre (GAO, 1996).
América, o desenvolvimento da analise de conteúdo E, Holsti (1969) acrescenta antecedentes
como método cientifico rigoroso tem inicio durante a como “quem”, a fonte de comunicação, o “porque”, o
Segunda Guerra Mundial quando o Governo Norte- processo de codificação, o “como”, o canal de
Americano patrocina projeto sob a direção de Harold comunicação, e as consequências ou efeitos que tem
Lasswell para avaliar e analisar a propaganda inimiga. no “receptor da mensagem”.
Os recursos alocados para a pesquisa e avanços Embora as concepções tradicionais de
metodológicos no contexto dos problemas sob conteúdo (o que) e o contexto da comunicação (quem
investigação contribuíram de forma significativa para diz o que para quem) são comuns em analise de
a emergência da metodologia na análise de conteúdo. conteúdo, a definição formal engloba outras
Um dos resultados deste projeto o livro “LANGUAGE circunstancias e contextos da comunicação como a
psicanalítica (as condições psicológicas que explica
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uma declaração específica), institucional (interesses  Métodos de Análise Conceitual.


socioeconômicos que sublinham uma determinada
comunicação como um programa de televisão) e Análise conceitual começa com a
cultural (funções que servem a ritual particular) identificação da questão de pesquisa e a escolha da
(KRIPPENDORFF, 1980). amostra ou amostras. Uma vez feita a escolha, o texto
E, Lal Das e Bhaskaran (2008) descrevem precisa ser codificado em categorias de conteúdos. O
análise de conteúdo como o estudo científico do processo de codificação é basicamente de redução
conteúdo da comunicação, é assim, o estudo do seletiva. Pela redução do texto em categorias
conteúdo com referência aos significados, contextos e consistindo de palavra, conjunto de palavras ou frases,
intenções contidos na mensagem. Conteúdo denota o o pesquisador pode enfocar, e codificar, palavras
que esta contido e análise de conteúdo é a analise do específicas ou padrões que são indicativos da questão
que esta contido na mensagem. de pesquisa.
Kerlinger (1973) avança a discussão Um exemplo pode ser o exame de discursos
asseverando que análise de conteúdo é a interface da políticos de um candidato à presidência da república
observação e a análise de documentos. Define como relativo a saúde publica com a codificação da
um método de observação no sentido de em vez de existência de certas palavras. Ao se analisar estes
solicitar às pessoas que respondam perguntas, obtém discursos, a questão de pesquisa pode envolver o
as comunicações que as pessoas produziram e faz exame de palavras positivas para descrever o plano do
perguntas sobre a comunicação. É, desta feita, um referido candidato e o número de palavras negativas
método discreto ou não reativo, isto é, é um método usadas para descrever o status atual da saúde pública
que não interage com os pesquisados e, assim, elimina no Brasil. O pesquisador poderá estar interessado
possíveis vieses. somente na quantificação dessas palavras, e não no
Um exame das definições supracitadas exame de como se relacionam, o que é a função da
mostra ênfase colocada em aspectos como análise relacional. Na análise conceitual, o
objetividade, quantificação, contexto e validade sendo pesquisador simplesmente quer examinar a presença
esta última com referencia as inferências retiradas, ou de palavras relativas com sua questão de pesquisa. Ou
feitas, do conteúdo da comunicação em respeito ao seja, há uma presença forte de palavras positivas ou
emissor, a mensagem ou o receptor da mensagem. negativas usadas com relação a proposta ou aos planos
Assim, analise de conteúdo refere-se a fazer existentes.
inferências validas, replicáveis e objetivas em relação
a mensagens com base em regras explicitas (LAL DAS  Etapas na condução de análise conceitual.
e BHASKARAN, 2008).
Os materiais para analise de conteúdo podem Estas etapas envolvem a codificação de um
ser cartas, diários, conteúdo de jornais, musicas, texto ou conjunto de textos. Um texto, ou conjunto de
historias curtas, mensagens de rádios, televisão, textos, pode ser inclusive as anotações das entrevistas
documentos, textos ou qualquer outro símbolo individuais ou em grupo.
(KLEINNIJENHUISet al., 2011)
 Estabeleça o nível de análise: Primeiramente,
2.3 Tipos de Análise de Conteúdo Quantitativa deve-se decidir o nível de análise que pode ser a
codificação de uma simples palavra ou um
Há duas categorias genéricas de análise de conteúdo conjunto de palavras ou frases. No exemplo
quantitativa: A Análise conceitual e a relacional acima, uma palavra pode ser “CARO” ou um
(BUSCH et al., 1994-2012) conjunto como “ASSITÊNCIA MÉDICA PARA
TODOS”.
2.3.1 Análise de Conteúdo conceitual
 Decida quantos conceitos codificar: Deve-se
Tradicionalmente, análise de conteúdo tem sido agora decidir quantos conceitos diferentes serão
abordada como conceitual na qual um conceito é codificados. Isto envolve o desenvolvimento de
escolhido para exame e a análise envolve a um conjunto de conceitos e categorias pré-
quantificação ou a marcação desse conceito. A ênfase definidos ou interativos. Aqui, decide-se se todas
é verificar a ocorrência de termos selecionados dentro as frases e palavras positivas e negativas serão
de um texto ou textos sendo estes implícitos ou codificadas ou se somente aquelas que o
explícitos (PALMQUIST, CARLEY e DALE, 1997; pesquisador julgar mais relevantes. Em seguida,
SMITH, 1997). com este número pré-definido deve-se decidir
quanto de flexibilidade será permitido na
codificação. Deve-se, agora, determinar se
somente as categorias pré-definidas serão
codificadas ou se outras categorias não inclusas
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inicialmente serão acrescidas na análise. Esta codificado como uma categoria diferente de
determinação de quantos conceitos ou conjuntos “CARO” em um parágrafo, e em seguida
de conceitos permitem ao pesquisador examinar categorizado como “CARO’ no parágrafo
um texto para coisas específicas mantendo-o seguinte, este dado será inválido. E, as
focado. A incorporação de novos conceitos interpretações seguintes serão inválidas.
(flexibilidade) permite a inclusão de materiais na
codificação que podem ser importantes para o  Decidir o que fazer com as informações
resultado final. “irrelevantes”: A próxima decisão do
pesquisador é se uma informação irrelevante
 Decidir se a codificação de conceitos será por deve ignorada (WEBER, 1990), ou se será usada
existência ou frequência: Depois de escolhidos para reexaminar o esquema de codificação.
o número ou conjunto de conceitos escolhidos
para a codificação, o pesquisador deve decidir se  Codificação do texto: Uma vez feitas as
codificará somente a existência ou a frequência. escolhas quanto a decisões irrelevantes, a etapa
Quando se codifica pela existência, “CARO” é seguinte é codificar o texto. Isto pode ser feito
contado somente uma vez, independente de manualmente, lendo-se o texto e manualmente
quantas vezes apareça no texto. Isto é um escrevendo os conceitos ocorridos, ou pelo uso
procedimento muito básico do processo de de softwares para tanto. Codificação com
codificação e fornecerá ao pesquisador uma programas de computador é de grande ajuda.
perspectiva muito limitada do texto. Por outro Pela inserção de categorias, programas de análise
lado, o número de vezes com que um conceito de conteúdo podem facilmente automatizar o
aparece no texto pode ser uma indicação da processo de codificação e examinar grandes
importância do conceito. Assim, se o conceito quantidades de dados em ampla variedade de
“CARO” aparece 75 vezes em um texto e textos de forma rápida e eficiente. Porém, a
“ASSISTÊNCIA MÉDICA PARA TODOS” automatização depende muito da preparação e da
aparece 30 vezes, o pesquisador pode interpretar construção de categorias. Quando a codificação é
que a ênfase esta nos benefícios econômicos. feita manualmente, o pesquisador pode
Porém, se a opção for pela existência, tal identificar erros mais facilmente. Este problema
conclusão não será possível, pois, somente é mais crítico quando ocorre a codificação com
haverá uma ocorrência. informação implícita, onde a preparação das
categorias é essencial para uma codificação
 Decidir como serão distinguidos os conceitos: precisa.
Deve-se, agora, decidir-se pelo nível de
generalização dos conceitos, ou seja, os  Análise dos resultados: Uma vez que a
conceitos serão codificados exatamente como codificação esta feita, pesquisam-se os dados e
aparecem ou se poderão ser contados como tenta-se obter conclusões e, se possível, fazer
iguais mesmo que aparecem em diferentes generalizações. Mas, antes disto ser feito faz-se
formas. No exemplo, “CARO” pode aparecer necessário decidir o que fazer com as
como “ONEROSO” ou mesmo “SALGADO”. informações do texto que não foram codificadas.
Assim, o pesquisador deve decidir se estas Uma opção inclui apagar ou pular tais
palavras significam a mesma coisa ou se os informações, ou entender todas as informações
significados são radicalmente diferentes. Isto como relevantes e importantes e usá-las para
implica mais do que simples diferenças reexaminar, reassessar e talvez alterar o esquema
semânticas, pois, pode levar o pesquisador a de codificação. Deve-se ter em mente que a
considerar todas as palavras que implicam análise conceitual lida somente com dados
“CARO”, podendo implicar palavras técnicas, quantitativos, e desta feita, a generalizabilidade é
jargões técnicos, ou eufemismos políticos como limitada. O pesquisador pode somente extrapolar
“DESAFIOS ECONÔMICOS” que o o quanto os dados permitem. Mas, podem-se
pesquisador pode considerar como todas sendo identificar tendências com que são indicadores
iguais e, assim, colocá-las com o sentido de idéias mais amplas. Como no exemplo citado,
implícito de “CARO”. a quantidade de citações indica que a ênfase nos
aspectos econômicos de saúde publica é maior
 Desenvolver regras para codificar os textos: O que na assistência a toda a população. Deve-se
desenvolvimento de um conjunto de regras ter em mente que a análise conceitual é limitada
auxilia o pesquisador e garante que se esteja por seu foco e pela natureza quantitativa dos
codificando conceitos consistentemente ao longo dados examinados. A exploração das relações
do texto, sempre da mesma maneira. Se o existentes entre os conceitos é feita pela análise
conceito de “DESAFIOS ECONÔMICOS” for relacional.
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2.3.2 Análise de Conteúdo Relacional construção de mapeamento. Em geral, esta abordagem


segue as seguintes etapas: Identificação de conceitos,
Análise relacional assim como a conceitual Definição de tipos de relacionamento, Codificar os
começa com a identificação de conceitos presentes em textos como nas etapas `1` e `2`, Codificar as
um dado texto ou conjunto de textos. Porem, a análise declarações e Apresentação gráfica e analise numérica
relacional procura ir além da presença de conceitos dos mapas resultantes.
pela exploração da relação entre os conceitos Para criar um modelo, deve-se converter o texto em
identificados. Palmquist, Carley e Dale (1997) um mapa de conceitos e suas relações, o mapa e então
asseveram que este tipo de análise é também analisado no nível dos conceitos e declarações, sendo
conhecida por análise semântica e sua ênfase é a que uma declaração consiste de dois conceitos e de seu
procura de relações semânticas ou de significados. relacionamento. Carley (1990) assevera que isto torna
Nesse sentido, conceitos individuais são vistos como possível a comparação de ampla variedade de mapas,
não tendo significados inerentes. Assim, o significado representando múltiplas fontes de informações,
ocorre da relação entre os conceitos em um texto. informações implícitas e explícitas, assim como
cognições socialmente compartilhadas.
 Influências teóricas na Análise Relacional:
 Análise relacional: Visão geral dos
Duas são as abordagens para a análise métodos.
relacional. A abordagem linguística e a ciência
cognitiva. A análise relacional requer que
primeiramente decidam-se quais conceitos serão
Abordagem linguística para analise de conteúdo explorados na análise. As etapas aqui apresentadas são
enfoca a análise de textos no nível da unidade algumas possibilidades disponíveis aos pesquisadores
linguística, tipicamente uma oração (O sujeito e que realizam análise de conteúdo. As diversidades de
predicado, sendo este uma frase verbal). Gottschalk técnicas disponíveis indicam a versatilidade do
(1975) desenvolveu um procedimento que analisa método e sua emergência. O processo de análise
cada oração em um texto e aloca uma nota numérica relacional embora auxiliado por programas de
baseada em diferentes escalas computador, ainda é lento e requer tempo para ser
emocionais/psicológicas. Outra técnica e codificar um realizado. A maior vantagem deste método é que tem
texto gramaticalmente em orações e partes de discurso grande rigor estatístico sem perder a riqueza de
para estabelecer uma matriz de representação detalhes que aparecem nos métodos qualitativos.
(CARLEY, 1990).
 As subcategorias da análise relacional: A
Abordagem da ciência cognitiva inclui a criação de análise relacional apresenta três
mapas de decisão e modelos mentais. Mapas de subcategorias, quais sejam: Extração afetiva,
decisão atentam para representar as relações entre análise de proximidade e mapeamento
idéias, crenças, atitudes e informações disponíveis cognitivo.
para um autor quando da decisão em um texto. Estas
relações podem ser representadas como lógicas, A extração afetiva provê uma avaliação emocional
inferenciais, causais, sequencial, e relações dos conceitos explícitos no texto. A desvantagem, ou
matemáticas. Tipicamente, duas dessas ligações são problema, com isto é que emoção pode variar no
comparadas em um estudo e analisados como redes. tempo e no espaço, ou entre as populações. Mesmo
Heise (1987) teve por base o uso de lógica e ligações assim, pode ser um importante meio para a exploração
sequenciais para a análise de interação simbólica. Esta do estado emocional/psicológico tanto do emissor da
metodologia é considerada como uma técnica de mensagem oral ou escrita (GOTTSCHALK, 1995).
mapeamento cognitivo generalizado em vez de uma
abordagem específica de modelo mental. Análise de proximidade investiga com a co-
ocorrência dos conceitos explícitos no texto. Neste
Modelos mentais são grupos ou redes de conceitos método, um dado conjunto de palavras (uma janela) é
inter-relacionados que refletem percepções determinado. Esta janela é então analisada através do
conscientes ou subconscientes da realidade. Para texto para verificar a co-ocorrência dos conceitos. O
cientistas cognitivos, estruturas mentais internas são resultado é a criação de um conceito determinado pela
criadas quando as pessoas fazem inferências e obtém matriz de conceitos. Ou, a matriz ou o grupo de
informações sobre o mundo. Modelos mentais é uma conceitos inter-relacionados que ocorrem
abordagem mais específica para o mapeamento porque conjuntamente podem sugerir um significado mais
podem ser analisados numérica e graficamente. Estes genérico. Esta técnica tem como problema o fato de os
modelos fortemente se assentam no uso de recortes de janelas feitos somente explicitam conceitos
computadores para a análise e representações de e tratam os significados como co-ocorrência próxima.
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Outras técnicas como “clustering”, agrupamento, e Uma vez escolhida a subcategoria de analise,
escalonamento são úteis na análise de proximidade. os textos selecionados precisam ser revistos para
determinar o nível de analise. O pesquisador precisa
Mapeamento cognitivo permite avançar as análises decidir se codifica para uma simples palavra, ou para
dos resultados obtidos das abordagens anteriores um conjunto de palavras ou frases.
atentando, assim, avançar os processos acima pela
representação visual dos relacionamentos para iv. Reduzir o texto para categorias e codificar as
comparação. Sendo os resultados das análises de palavras ou padrões.
proximidade ou extração afetiva a preservação da No nível mais simples, pode-se codificar para
ordem do texto, o mapeamento cognitivo busca criar a existência. Isto não implica em resultados
um modelo geral de significados do texto. Isto pode simplistas, pois, muitos estudos adotam com
ser representado como um mapa gráfico que muito sucesso esta abordagem. Alguns
representa as relações entre os conceitos. estudos não atentam estabelecer as relações
Nesse sentido, o mapeamento cognitivo permite a entre conceitos; mas, observar mudanças na
comparação de conexões semânticas ao longo do presença de conceitos ao longo de uma
texto. Isto é conhecido como análise de mapa que situação especifica e, em seguida, comparar
permite comparações para explorar “como as análises do início da situação estudada
significados e definições mudam através de pessoas e com seu final.
tempo” (PALMQUIST, CARLEY e DALE, 1997) de v. Explorar as relações entre os conceitos
acordo com o foco do pesquisador. Esta variedade (força, sinal e direção).
indica as premissas teóricas que suportam o Uma vez codificadas as palavras, o texto
mapeamento: modelos mentais são representações das pode ser analisado para as relações entre os
inter-relações de conceitos que refletem a percepção conceitos.
consciente ou inconsciente da realidade; linguagem é
a chave para entender os modelos; e os modelos A força do relacionamento. Refere-se ao grau com
podem ser representados como redes (CARLEY, que dois ou mais conceitos estão relacionados. Estas
1990). relações são simples de analisar, comparar e colocar
em gráfico quando todas as relações entre os conceitos
 Etapas para a realização da análise considerados são iguais. Porém, atribuir força às
relacional. relações implica em grande grau de detalhes
encontrados no texto original. A identificação da força
As etapas a seguir apresentadas podem ser de relacionamentos é importante para a determinação
seguidas para a codificação do texto ou de um se determinadas palavras estão relacionadas em uma
conjunto de textos para a análise relacional. parte especifica do texto, da frase ou da ideia.

i. Identifique a questão de pesquisa. A questão O sinal do relacionamento. Refere-se se os conceitos


de pesquisa indica o que se quer fazer e por estão relacionados de forma positiva ou negativa. O
que. Sem uma questão de pesquisa, os tipos uso da codificação de sinal para relações pode indicar
de conceitos e opções que se abrem são se as palavras sob investigação são usadas de forma
infinitos e, portanto, as análises tornam-se adversa ou em favor do conceito, isto pode ser
difíceis. perigoso, mas, importante para estabelecer
ii. Escolha uma amostra ou amostras para a significados.
análise. Após a identificação da questão de
pesquisa, devem-se selecionar os Direção da relação. Refere-se aos tipos de categorias
textos/discursos (ou partes destes). Para a relacionadas. A codificação para este tipo de
análise de conteúdo relacional, a informação pode ser útil para estabelecer o impacto de
consideração primária é quanta informação uma nova informação no processo de decisão. Vários
preservar para a análise. Deve-se evitar a tipos de relacionamento são do tipo: “X implica Y”,
coleta de poucas informações, pois, pode “X ocorre antes de Y”, e “se X então Y”. Em uma
limitar a análise e neste caso produzir análise de audiência no congresso a palavra “talvez”
resultados irrelevantes. implica “dúvida”; “talvez ocorre antes de alguma
iii. Determine o tipo de análise. Uma vez explicação”. Em alguns casos, os conceitos podem ser
escolhidas as amostras para a análise, faz-se bi-direcionais, ou tendo influencia igual.
necessário determinar que tipo ou tipos de
relacionamentos espera-se examinar. Há vi. Codificar as relações. Uma das principais
diferentes subcategorias de análise relacional diferenças entre a análise conceitual e a
que podem ser usadas para examinar as relacional é que as declarações ou
relações no texto.
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relacionamentos entre os conceitos são fazem isso como NUD*IST, dentre outros. A riqueza
codificados. da análise de conteúdo e de sua importância é a
vii. Fazer análise estatística. Envolve a condução confiança na codificação e categorização dos dados. O
de análises estatísticas dos dados codificados básico da categorização pode ser resumido da seguinte
na análise relacional. Isto pode envolver maneira: Uma categoria é um grupo de palavras com
explorar as diferenças ou procurar por significados ou conotações similares (WEBER, 1990).
relacionamentos entre as variáveis Categorias precisam ser mutuamente exclusivas e
identificadas no estudo. exaustivas (GAO, 1996). Mutuamente exclusiva existe
viii. Mapear as representações. Em adição a quando nenhuma unidade recai em mais de duas
análise estatística, análise relacional leva a categorias e cada unidade é representada por uma
ver as representações dos conceitos e suas categoria. Exaustiva quando todas as unidades estão
representações no texto (ou ao longo do categorizadas.
texto) de forma gráfica ou de mapas. Análise
relacional também pode ser informada por 3.2 Codificação emergente vs a priori
meio de diferentes abordagens teóricas como
análise de conteúdo linguística, mapas de Codificação emergente é estabelecida
decisão e modelos mentais. seguindo algum exame preliminar dos dados
(HANEY, RUSSEL, GULEK e FIERROS, 1998).
A discussão até este ponto centrou-se em Primeiramente dois pesquisadores independentes
introduzir a Análise de Conteúdo e seus tipos. A sessão analisam o material e elaboram uma lista para a
a seguir enfatiza o como fazer a análise de conteúdo verificação dos dados. Depois, comparam suas notas e
em termos gerais. O leitor deve ter em mente que a reconciliam as diferenças em suas listas. Em seguida,
realização da análise de conteúdo, a seguir, é uma fazem a codificação com a lista consolidada. Por fim,
abordagem geral aplicável aos métodos acima citados. verificam a validade da codificação (deve ter 95% de
concordância, ou índice de 0,8 de Kappa de Cohen).
Se não houver a validade faz-se de novo até obter tal
3 REALIZANDO ANÁLISE DE CONTEÚDO validade.
QUANTITATIVA A codificação a priori ocorre por meio de uso
de teoria. Colegas tem que concordar com as
Krippendorf (1980) sugere seis questões que categorias e então aplicar aos dados. Revisões são
devem ser respondidas em toda análise de conteúdo, feitas se forem necessárias (WEBER, 1990).
quais sejam: 1. Qual dado analisar?; 2. Como são
definidos?; 3. Qual é a população de onde os dados Unidades de codificação. Há três maneiras de definir
serão extraídos?; 4. Qual é o contexto relativo a que os unidades de codificação. A primeira é defini-las
dados serão analisados?; 5. Quais são os limites da fisicamente em termos de suas fronteiras intuitiva ou
analise?; 6. Qual é o objetivo das inferências? natural como artigos de jornais, cartas ou mesmo
poema. A segunda é pela definição sintaticamente, ou
3.1 Análise de dados usando as separações criadas pelo autor como
palavras, sentenças ou parágrafos. A terceira dá-se
A noção mais comum da análise de conteúdo pelo uso de unidades de referências. Unidades de
é a de contagem de frequência de palavras. Esta visão referência referem-se à maneira como uma unidade é
assume que as palavras mais citadas são as que representada. Por exemplo, pode-se referenciar
refletem interesse de pesquisa. Isto pode ser verdade EDSON ARANTES DO NASCIMENTO como Pele,
para alguns casos, mas, há vários pontos e ou o Eterno Camisa 10 do Santos ou o melhor jogador
contrapontos relativamente a esta visão. de futebol de todos os tempos, este método é útil para
Um ponto é que sinônimos podem ser usados quem quer investigar atitudes, valores ou preferencias.
por questões de estilo o que pode levar os Um quarto método de definir unidades de codificação
pesquisadores a menosprezarem a importância do é pelo uso de unidades proposicionais que são as mais
conceito (WEBER, 1990). Também, as palavras complexas devido ao fato de investigarem premissas
podem não representar a categoria sob investigação e encobertas ou não explicitas; objetiva-se dividir em
podem ter diferentes significados como “ESTADO” partes menores o texto para entender proposições
que pode representar um corpo politico ou uma ocultas. Por exemplo: Investidores recebem outro
situação. golpe enquanto a Bolsa de valores continua em baixa.
Uma regra prática para isso é o uso da Podemos dividir isso em: O mercado de ações tem
contagem de frequência de palavras para identificar desempenho ruim recentemente/Investidores perdem
palavras com potencial interesse e depois testar a dinheiro na bolsa de valores, como exposto por
consistência das palavras usadas. Há softwares que Krippendorf (1980).

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Análise de Conteúdo
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PROPÓSITOS DA ANÁLISE DE CONTEÚDO

PROPÓSITO QUESTÕES PROBLEMA DE PESQUISA

 Descrever tendências no conteúdo da


comunicação
Descrever as características de  Relacionar características conhecidas das
Que?
conteúdo fontes das mensagens que produzem
 Verificar conteúdo de comunicação com
padrões
 Analisar técnicas de persuasão
Como?
 Analisar estilo
 Relacionar características conhecidas da
audiência com as mensagens para ela
Para Quem?
produzida
 Descrever padrão de comunicação

PROPÓSITO QUESTÕES PROBLEMA DE PESQUISA

 Garantir inteligência política e


militar
 Analisar traços psicológicos dos
Fazer inferências sobre as causas do
Por que indivíduos
conteúdo
 Inferir aspectos culturais e
mudanças culturais
 Prever evidências
Quem  Responder questões de autoria
 Mensurar a leitura
Fazer inferências sobre os efeitos do
Com qual efeito  Analisar o fluxo de informação
conteúdo
 Acessar respostas à comunicação

Fonte: Krippendorf (1980).

4 ANÁLISE DE CONTEÚDO QUALITATIVA livros ou manuais (KONDRACKI e WELLMAN,


2002).
Para Graneheim e Lundman (2003) o Análise qualitativa vai além da simples
pressuposto básico na análise de conteúdo qualitativa contagem de palavras para examinar intensivamente a
é que a realidade pode ser interpretada de várias linguagem para o propósito de classificar grandes
maneiras e o entendimento é dependente de quantidades de texto em um número eficiente de
interpretação subjetiva. Nesse sentido, um texto categorias que representam significados similares
sempre envolve múltiplos significados e sempre (WEBER, 1990). Estas categorias podem representar
haverá algum grau de interpretação. tanto a comunicação explícita quanto à inferida.
Análise de conteúdo qualitativa é uma dentre Define-se, assim, análise de conteúdo
várias outras metodologias usadas para analisar dados qualitativa como um método de pesquisa para a
de textos. Esta metodologia foca nas características da interpretação subjetiva do conteúdo dos dados de um
linguagem da comunicação com atenção ao conteúdo texto pelo processo sistemático de codificação e
ou significados contextuais do texto (BUDD, THORP identificação de temas ou padrões (HSIEH e
e DONOHEW, 1967; LINDKVIST, 1981, SHANON, 2005).
McTAVISH e PIRRO, 1990, TESCH, 1990). Dados Análise de conteúdo qualitativa engloba três
de texto podem ser verbal, impresso, ou eletrônico e abordagens. A convencional, a direta e a acumulativa.
podem ser obtidas por meio de respostas narrativas, Todas são usadas para interpretar os dados de um texto
questões semi-abertas, entrevistas, grupos de foco, pelo paradigma naturalista.
observações ou mídia impressa como artigos, revistas,

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A convencional é usada quando o objetivo do estudo Análise de conteúdo quando aplicada à


é a descrição do fenômeno. É apropriada quando a revisão da literatura pelo pesquisador pode ser
teoria existente ou a literatura revisada sobre o importante instrumento para a construção de hipóteses
fenômeno pesquisado é limitada. Os pesquisadores e modelos teóricos a serem testados ou mesmo serem
evitam usar categorias pré-concebidas (KONDRACKI validados por experimentos. Especial uso para esta
e WELLMAN, 2002), em vez disso, as categorias e análise encontra-se em estudos bibliográficos e
nomes das categorias fluem dos dados por meio da similares.
imersão do pesquisador nos dados coletados (TESCH,
1990). Dependendo do propósito da investigação, Quanto as suas limitações, deve-se considerar
pesquisadores podem decidir pela identificação das que este tipo de análise requer forte ênfase em sua
relações entre categorias e subcategorias baseado na validação devido à sua própria natureza interpretativa,
ocorrência conjunta das categorias, antecedentes, ou em especial, quando feita qualitativamente.
consequências (MORSE e FIELD, 1995).

A análise direta faz-se uso quando a teoria em mão é REFERÊNCIAS


incompleta acerca do fenômeno ou pode se beneficiar
de uma investigação mais profunda. Esta metodologia Babbie, E. (1998). The practice of social research.
é mais usada para validar ou expandir uma teoria ou New York: Macmillan.
conceito, assim, é um método dedutivo (POTTER e
LEVINE-DONNERSTEIN, 1999, MAYRING, Berelson, B. (1952). Content Analysis in
2000). Esta metodologia é mais estruturada que a Communications Research. New York, NY: Free
convencional. Ao usar a teoria existente ou pesquisas Press.
anteriores, podem-se identificar conceitos chaves ou
variáveis como códigos iniciais de categorias. Budd, R. W., Thorp, R. K., & Donohew, L. (1967).
Content analysis of communications. New York:
A acumulativa começa com a identificação e Macmillan.
quantificação de certas palavras em um texto com o
propósito de entender o uso contextual de uma palavra Busch, C.; De Maret, P.S.; Flynn, T.; Kellum , R.;
ou conteúdo. Esta quantificação objetiva explorar usos Brad S. L.; R White, R.; Mike Palmquist, M. (1994
de conceitos e/ou palavras que é uma analise de - 2012). Content Analysis. Writing@CSU.
conteúdo manifesto e, assim, se a pesquisa parar aqui Colorado State University. Available at
torna-se quantitativa com foco na contagem de http://writing.colostate.edu/guides/guide.cfm?guid
frequência de palavras ou conteúdos específicos eid=61.
(KONDRACKI e WELLMAN, 2002). A análise
acumulativa vai além da simples contagem para incluir Carley, K. (1990). Coding choices for textual analysis:
analise de conteúdo latente. A análise de conteúdo A comparison of content analysis and map
latente refere-se à interpretação do conteúdo analysis. Unpublished Working Paper.
(HOLSTI, 1969). Nesta análise o foco esta na
descoberta de significados ocultos de palavras e Downe-Wamboldt, B. (1992). Content analysis:
conteúdos (BABBIE, 1992; MORSE e FIELD, 1995). Method, applications, and issues. Health Care for
Women International, 13, 313-321.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Gao (1996) Content Analysis: A Methodology for


Structuring and Analyzing Written Material.
Análise de conteúdo é uma técnica para
análise de dados tanto quantitativamente quanto Gottschalk, L. A. (1995). Content Analysis of verbal
qualitativamente. Pela abordagem quantitativa pode- behavior: New findings and clinical applications.
se quantificar a ocorrência de palavras e/ou conceitos Hillside, NJ: Lawrence Erlbaum Associates, Inc.
importantes para o pesquisador com vistas a identificar
a importância destes. A abordagem qualitativa permite Granehein, U.H.; Lundman, B. (2003). Qualitative
análises mais profundas destas palavras e/ou conceitos content analysis in nursing research: concepts,
e, neste sentido, pode-se identificar relações em torno procedures and measures to achieve
de termos, ou temas, centrais à pesquisa que podem trustworthiness. Nurse Education Today, 24, 105-
levar à proposição de hipóteses e constructos que 112.
poderão ser verificados por técnicas estatísticas
multivariadas.

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