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Cap2 Modelagem Unidirecional UNICAMP PDF
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CAPÍTULO 2. ELEMENTOS FINITOS NA ANÁLISE ESTRUTURAL 9
resistência dos materiais, que a solução para o caso de barras de seções cons-
tantes é bem mais simples do que o caso de barras de seção variável.
Ou seja, considerando que uma barra em movimento axial é governada
pela seguinte equação diferencial [36]:
∂ 2u
EA =F (2.1)
∂x2
onde E é o Módulo de Elasticidade do material da barra, A é a área
da seção tranversal da barra, u é o deslocamento axial, e F a força exter-
na aplicada na face B. Supondo que a barra está engastada em uma de
suas extremidades, as condições de contorno necessárias para se posicionar
corretamente o problema são as seguintes:
u = 0 em x = 0 (2.2)
∂u F
= em x = L (2.3)
∂x EA
Resolvendo-se o sistema de equações 2.1 a 2.3, obtem-se uma solução
fechada - analı́tica - para o problema. No caso da seção constante tem-se:
FL
uB = (2.4)
EA
E para o caso da área variar linearmente, tem-se a equação da barra dada
por:
CAPÍTULO 2. ELEMENTOS FINITOS NA ANÁLISE ESTRUTURAL10
∂u F
= (2.5)
∂x AE
parametrizando a expresão da área, sendo A = A0 em x = L e A = 3A0
em x = 0 obtem-se:
∂u F
= (2.6)
∂x EA0(3 − 2x
L
)
Integrando-se no domı́nio [0, l], pode-se determinar o deslocamento da
extremidade B da seguinte maneira:
Z L F FL
uB = 2x dx = ln(3) (2.7)
0 EA0 (3 − L
) 2A0 E
Pode-se notar, que a solução para o caso onde a área varia é um pouco
mais complexa, sendo que para certos casos onde a geometria torna-se arbi-
trária é impossivel de ser obtida analı́ticamente.
Usando-se a idéia da discretização, pode-se então transformar um prob-
lema mais complexo, na soma de diversos problemas simples como se segue:
• Dado um referencial fixo em cada elemento, (x̄, ȳ), supõe-se que para
cada Elemento o deslocamento axial u(x̄) varia linearmente. Define-se
também os nós de cada elemento i, j, conforme mostrado na Figura 2.1.
FL
uB = (2.8)
EA
• Finalmete, o deslocamento total é igual a soma dos deslocamentos de
cada elemento.
Nota 2.2 A idéia global do método consiste em substituir uma solução com-
plexa para todo o domı́nio pela superposição de soluções simples em sub-
domı́nios.
CAPÍTULO 2. ELEMENTOS FINITOS NA ANÁLISE ESTRUTURAL12
Nota 2.4 Na construção das malhas, deve-se ter o cuidado para se evitar
”furos”ou ”interferência”entre os elementos, garantindo a compatibilidade
das variáveis que estão sendo aproximadas.
I. Aproximação Linear
φ = a1 + a2 x (2.9)
II. Aproximação quadrática
φ = a 1 + a 2 x + a 3 x2 (2.10)
I. Aproximação Linear
φ = a1 + a2 x + a3 y (2.11)
II. Aproximação quadrática
I. Aproximação Bilinear
φ = a1 + a2 x + a3 y + a4 xy (2.13)
CAPÍTULO 2. ELEMENTOS FINITOS NA ANÁLISE ESTRUTURAL13
Assim quanto maior for o número de elementos, maior será a precisão sobre
o cálculo de φ. De uma forma global, para cada tipo de problema, existe um
elemento mais apropriado.
1
x y
2
x xy y2 (2.15)
3 2 2
x x y xy y3
. . . . .
Outros tipos de bases podem ser usadas mas não serão aqui descritas.
De uma forma global o método dos Elementos Finitos pode ser sistem-
atizado conforme o quadro mostrado na figura 2.4.
Nota-se que um passo fundamental do método, é a determinação de uma
relação matricial, entre as variáveis de estado, a nı́vel elementar (geração de
uma biblioteca de Elementos), que é realizado com base nas aproximações
locais definidas acima.
Outro ponto importante, refere-se a geração automática de malhas, que
pode ser realizada com base em um modelo geométrico prévio obtido em um
programa de CAD.
Ressalta-se também as etapas de resolução numérica (Algebra Computa-
cional) e pós processamento (visualização computacional).
Diversos métodos podem ser usados para a determinação das caracteristi-
cas locais de cada elemento. Na sequência apresentam-se algumas aplicações
do método direto, e ao longo do texto serão apresentados métodos mais
gerais, tais como o Método dos Resı́duos Ponderados.
CAPÍTULO 2. ELEMENTOS FINITOS NA ANÁLISE ESTRUTURAL14
EA
Fi = ui (2.16)
L
−EA
Fj = ui (2.17)
L
CAPÍTULO 2. ELEMENTOS FINITOS NA ANÁLISE ESTRUTURAL16
−EA
Fi = uj (2.18)
L
EA
Fj = uj (2.19)
L
Finalmente, considerando-se Fi e Fj , diferentes de zero, tem-se:
1 −1
ui
Fi
EA
= (2.20)
L
−1 1 uj FJ
ou seja,
[K e ]{ue} = {F e } (2.21)
onde [K e ] é a Matriz de Rigidez de um elemento, {ue } é o vetor dos
deslocamentos nodais, e {F e } é o vetor nas forças nodais do elemento.
A matriz [K e ] é simétrica, e representa uma relação linear entre esforços
e deslocamentos. Neste caso a solução obtida coincide com a solução exata
para barras de seção constante submetida a cargas puntuais. Caso a geometia
do sistema varie, os resultados obtidos com uma formulação deste tipo serão
aproximados devido aos erros de geometria e de modelagem.
ou seja,
(Vi − Vj )
I= (2.25)
R
onde R é resistência elétrica. Supondo que Vi e Vj sejam simultaneamente
diferentes de zero, tem-se:
1 −1
Vi
Ii
1
= (2.26)
R −1
1 Vj IJ
CAPÍTULO 2. ELEMENTOS FINITOS NA ANÁLISE ESTRUTURAL18
ou seja,
[K e ]{ue} = {F e } (2.28)
onde, considerando o problema plano com dois graus de liberdade por nó,
tem-se os seguintes vetores de estado locais para o elemento tı́pico 2:
u1
fx1
v1
fy1
u2
fx2
e e
u = ,F = (2.29)
v2
fy2
u3
fx3
v3 fy3
sendo a numeração local dos nós (1,2,3) se realciona com a numeração
global (1,2,4). A relação local pode ser representada genericamente , por
uma forma matricial do seguinte tipo:
CAPÍTULO 2. ELEMENTOS FINITOS NA ANÁLISE ESTRUTURAL20
e
k1,1 e
k1,2 e
k1,3 e
k1,4 e
k1,5 e
k1,6
u1 fx1
e e e e e
k2,2 k2,3 k2,4 k2,5 k2,6
v1
fy1
e e e e
k3,3 k3,4 k3,5 k3,6
u2
fx2
= (2.30)
e
k4,4 e
k4,5 e
k4,6
v2
fy2
e e
k5,5 k5,6
u3
fx3
e
SIM. k6,6
v3 fy3
nó 1 nó 2 nó 3 nó 4 nó 5 nó 6 nó 7 nó 8
ID = GDL1 1 3 0 0 0 0 0 0 (2.32)
GDL2 2 4 5 6 7 0 0 0
1 2 1 2 2 2 1 1 2
k1,1 + k1,1 k1,2 + k1,2 k1,5 k1,6 k1,4 k1,6 + k1,4
1
k2,2 2
+ k2,2 2
k2,5 2
k2,6 1
k2,4 1
k2,6 2
+ k2,4
2 3 2 3 2 3
k5,5 + k1,1 k5,6 + k1,2 k4,5 k1,4
2
k6,6 3
+ k2,2 2
k4,6 3
k2,4
1 4 1 4
k4,4 + k2,2 k4,6 + k2,8
1
k6,6 2
+ k4,4 4
+ k8,8 5
+ k2,2 5
k2,8
3 5
SIM k4,4 + k8,8
(2.33)
fx1
u1
fy1
v1
fx2
u2
fy2
× v2 = (2.34)
fy3
v3
fy4
v4
fy5
v5
• E = 1.99e11 N/m2
• ν = 0.3
a. Deslocamentos do nós 1 e 3.
I. Pontos
II. Linhas
III. Áreas
IV. Volumes
que podem ser geradas de diversas formas, que serão exploradas ao longo
destas notas.
As entidades geométricas geradas, servem de base para a construção das
malhas de Elementos Finitos, bem como para a definição das condições de
contorno e dos carregamentos de uma análise.
Neste caso especı́fico da análise de uma estrutura reticulada, não se faz
necessário a geração de uma geometria, usando-se o que é denominado de
geração direta de malha. Isto é, define-se diretamente, nós e elementos.
Geração da Malha
Faz-se então a geração da malha de Elementos Finitos. Neste caso usa-se
a geração direta, definindo-se nós e elementos diretamente. A malha adotada
neste caso é mostrada na Figura 2.10.
Esta etapa é feita pela definição de cada ponto da malha e normalmente
é a parte mais onerosa das análises industriais.