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ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
SIG Qd. 06 - Lote 800 • 2° andar - Ed. Palácio Alberto Britto Pereira
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1. Trata-se de proposta de súmula em matéria previdenciária realizada pelo grupo de
trabalho formado pelos Procuradores Federais Sandro Cabral Silveira, Evandro Nakad Calijuri
e Luis Paulo Suzigan Mano, reunido em Brasília/DF entre os dias 17/09/2007 e 21/09/2007,
acerca da possibilidade da administração pública promover, quando do pagamento de
benefícios previdenciários em atraso, independente de quem deu causa, a devida correção
monetária, por se tratar de matéria pacificada na jurisprudência pátria.
Ocorre que a defesa da matéria, dada a sua tênue fundamentação jurídica, milita em
desfavor da imagem da advocacia pública, vez que o fundamento da correção monetária não tV
a mora de qualquer das partes, mas a recuperação do valor real da moeda. I
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6. Desse modo, não sendo a correção monetária penalidade em razão da mora (para tal há
os juros moratórios), não se sustenta o entendimento de que somente seria aplicável a correção
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em caso de mora da administração.
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que se trata de matéria pacificada na maciça jurisprudência pátria.
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PREVIDENCIÁRIO. BENEFíCIO. REVISIONAL. PAGAMENTO COM ATRASO. CORREÇÃO
MONETÁRIA. NÃO COMPROVAÇÃO DE CULPA DO SEGURADO. CERCEAMENTO DE
DEFESA. INCORRÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL.
I - Inocorre cerceamento de defesa se o réu, reconhecendo a mora, não opõe fato impeditivo. modificativo
ou extintivo do direito do Autor. Art. 326, do CPC.
11 - Caso em que. ademais, a culpa do segurado não importaria em pagamento sem correção monetári""
por implicar em enriquecimento ilícito ou sem causa. vedado por lei. )
III - Agravo desprovido.
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I pelo processo intlacionário. sendo irrelevante quem deu causa ao retardo do pagamento.
111 - O pagamento de benet1cio previdenciário, feito administrativamente, com atraso, está sujeito à
correção monetária desde o momento em que se tornou devido. Incidência da Súmula 19, do STJ.
IV - O egrégio STJ firmou jurisprudência no sentido de que beneficio previdenciário tem caráter alimentar
e. portanto. os juros moratórios incidem à taxa de I% (um por cento) ao mês. afastando-se a incidência do
art. 1°, da Lei n° 4.414/64, e do art. 1.063. do Código Civil.
V - Às autarquias federais e estaduais se aplica o a11. 20, § 4°, do Cpc. e não o § 3° do mesmo artigo, no
que tange aos honorários advocatícios. VI - Verifica-se, na espécie, ser razoável a estipulação dos
honorários advocatícios pelo juiz a quo no patamar de 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação.
atendendo aos parâmetros estabelecidos no a11. 20, § 4°, do CPC, e à jurisprudência desta ego Corte,
ressalvando-se. no entanto, que devem ser excluídas as parcelas vincendas (Súmula III/STJ). VII
Apelação e remessa oficial improvidas.
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5 - Face a alegação de que a Autora não comprovou irregularidade no pagamento recebido. a própria
União Federal confessa em sua contestaçào (fls. 42). que "Quanto ao pedido de correção monetária não
existe dispositivo legal que assegure a sua aplicação sobre os débitos da Fazenda Nacional para com seus
servidores".
6 - Apelação e remessa necessária conhecidas. mas improvidas.
9. Esse entendimento já foi consagrado em 4 dos 5 Tribunais Regionais Federais, como se
vê das Súmulas abaixo:
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proventos, soldos e pensões, feito, administrativamente. com atraso. está sujeito a correção monetária
desde o momento em que se tornou devido.
Súmula 8 do E. TRf da 3" Região: Em se tratando de matéria previdenciária. incide a correção monetária
a partir do vencimento de cada prestação do beneficio, procedendo-se à atualização em consonância com
os índices legalmente estabelecidos. tendo em vista o periodo compreendido entre o mês em que deveria
ter sido pago. e o mês do referido pagamento
Súmula 9 do E. TRF da 4" Região: Incide correção monetária sobre os valores pagos com atraso. na via
administrativa. a título de vencimento. remuneração, provento, soldo, pensão ou beneficio previdenciário,
face à sua natureza alimentar.
Súmula 5 do E. TRr da 5" Região: As prestações atrasadas reconhecidas como devidas pela
Administração Pública devem ser pagas com correção monetária.
10. Impera ressaltar que, sobre o tema, o INSS vem respondendo, atualmente, a milhares de
ações, de valores irrisórios, cobrando diferença de correção monetária no pagamento de
beneficios previdenciários em que houve demora na análise administrativa ou quando
requeridos tardiamente, como por exemplo, salário-maternidade para seguradas que
requereram o pagamento após recuperarem-se do parto.
I). A administração ainda não conseguiu compreender que a atualização monetária não
representa punição ao Poder Público, mas simplesmente recomposição do poder de compra do
I' dinheiro, razão pela qual, em todos os casos, deve ser paga a atualização monetária sob pena
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de locupletamento de valores da parte.
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I 12. Tais ações, que não envolvem valores expressivos, têm representado sério prejuízo para
'iI os cofres públicos, na medida em que se movimenta toda a pesada máquina judiciária, além de
consumir precioso tempo da atuação da Procuradoria Federal Especializada do INSS ~\
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PFEIINSS, que poderia centrar esses esforços na discussão de questões jurídicas de maior
envergadura.
13. o INSS ainda insiste na fixação do tenno inicial de pagamento da correção monetária na
DRD (data da regularização da documentação), sendo esta fixada no decorrer do processo
administrativo.
14. Desse modo, não obstante a autorização contida na Portaria Ministerial 2.058/2001, para
que a PFEIINSS se abstenha de recorrer, resta evidenciada a necessidade de conter a demanda
antes do seu nascedouro, com comando para a administração previdenciária efetuar, de
pronto, o pagamento com correção monetária.
15. Em anexo, juntam-se as cópias dos acórdãos que firmaram o entendimento pretoriano
que se entendeu suscetível de ser sumulado.
"O pagamento das parcelas atrasadas de beneficio previdenciário deve ocorrer sempre
com correção monetária, independentemente de ocorrência de mora e de quem lhe deu
causa, vez que representa mera atualização da moeda."
REFERÊNCIAS
17. Diante do exposto, em razão da presente proposta respeitar os termos do Ato Regimental
nO 2, de 25 de junho de 1997, que estabelece os procedimentos administrativos, no âmbito da
representação judicial da União, das autarquias e das fundações públicas federais, para a
edição de enunciados de Súmulas Administrativas da Advocacia-Geral da União, pej I
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Contudo, submetemos a análise a sua superior considJaçf .
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Mat. 1.553.382
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REFERÊNCIAS:
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Ao Sr. Coordenador: