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PSICOLOGIA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA

ESTUDO DIRIGIDO

MODELO PSICOSOCIAL DE CRIMINOLOGIA CLÍNICA.

TURMA: CRIMINOLOGIA 2016-A

ALUNA: GABRIELLE MUÑOZ MENDES.

O Modelo Psicossocial de Criminologia clínica tem como proposta,


diferentemente do modelo médico-psicológico, reconhecer a dinâmica e a
autonomia dos fatores extrínsecos ao indivíduo, tais como, familiares, sociais e
ambientais. Atua de maneira a reconhecer a independência e autonomia destes
fatores, tendo-os como fonte importante a ser analisada no contexto do crime.

Essa diferenciação feita pelo modelo psicossocial, trata os fatores extrínsecos de


maneira independente e autônoma, de maneira que ao contrário do que se
verifica no modelo médico psicológico, esses fatores não foram internalizados
pelo indivíduo a ponto de tornarem-se conteúdo psíquico, incapaz de ser
“tocado” por ele.

Dessa forma, o indivíduo que encontra-se em um ambiente hostil e é por ele


afetado, vindo a sofrer um “trauma” é capaz de mesmo sem reconhecer a origem
do mesmo, de contar e relatar toda a experiência por ele vivida uma vez que não
internalizou-o.

Assim podemos perceber que através d0 modelo psicossocial, busca-se


compreender os fatores que de alguma maneira atingiram o indivíduo, sejam
eles uma decepção na infância, rejeição no colégio, morar em um lugar hostil e
violento, como já dito anteriormente, social, familiar ou ambientais, capazes de
fazer com que o indivíduo busque melhores condições de sobreviver naquele
local.

Através da valorização da carga ambiental é possível perceber quais são as


respostas do indivíduo à ela, sejam experiências pelas quais já passou,
sentimentos que são despertados através de uma experiência boa ou ruim, a
carga ambiental nada mais é do que fatores extrínsecos independentes aos quais
o indivíduo responde e dialoga. Trata-se de um processo reativo que deve ser
analisado. O indivíduo reage ao ambiente de maneira a ajustar-se melhor aquela
realidade.
Diferentemente do que traz o modelo médico-psicológico, por mais que o
indivíduo reaja e se adapte ao ambiente, ele não necessariamente irá
internalizar todas as coisas que ali se passam, sejam elas boas ou ruins. O
indivíduo é capaz de reagir ao ambiente em busca de uma melhor maneira de
sobrevivência, o que não significa que adotará esta mesma postura em outras
situações, ou então que não adotará.

Por tanto ao analisar o comportamento do criminoso é essencial que se preste


atenção à como ele reage e se adapta aos ambientes aos quais é inserido.
Voltando à época do delito cometido, como é que ele respondeu aos estímulos e
aos ambientes aos quais fora exposto, de maneira a chegar a delinquir. E como
se adaptará agora ao cárcere, que é então considerado um ambiente de longa
duração.

Deve-se ressaltar também que é de extrema importância, durante a avaliação do


preso, em sua análise de comportamento, não tirar seu status de agente ativo
naquele diálogo, escutar e buscar compreender o que é dito é de extrema
importância, não necessariamente tomando tudo como verdade, obviamente,
mas há que se mostrar a importância daquele momento á ele, para que assim ele
seja capaz de contar seus interesses, sonhos, frustrações, mágoas, para que
assim se conheça e reconheça o indivíduo como um todo. Agente ativo do
diálogo, cooperante.

Isso refletirá nas estratégias de intervenção, ao reconhecer o indivíduo como


agente ativo deste dialogo, conhecendo-o como pessoa, compreendendo-o em
todos os seus fatores e aspectos, torna-se mais fácil, através da colaboração de
outros agentes, pertencentes ao presídio, autoridades, psicólogos, agentes
carcerários, companheiros de cela, pessoas relacionadas ao individuo fora
daquela realidade, implementar estratégias de reinserção social, baseadas nos
dados coletados através destes diálogos.
REFERÊNCIAS.

GOMES. LUIZ FLÁVIO – COL SABERES CRITÍCOS – CRIMINOLOGIA


CLINICA E EXECUÇÃO PENAL. PROPOSTA DE UM MODELO DE TERCEIRA
GERAÇÃO. ALVINO AUGUSTO DE SÁ.

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