Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Santa Maria - RS
2006
CARLOS ALBERTO SEVERO GARCIA JUNIOR
Santa Maria - RS
2006
FOLHA DE APROVAÇÃO
COMISSÃO EXAMINADORA:
____________________________________________
Profª. Ms. Mariana Balieiro Mussoi (UNIFRA)
___________________________________________
Profª. Ms. César Augusto Nunes Bridi Filho (ULBRA)
___________________________________________
Profª. Ms. Marcos Pippi de Medeiros – Orientador (UNIFRA)
Santa Maria - RS
2006
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
This work aimed to investigate the constitution of maleness desire, from the point of
view of the psychoanalysis theory based on the contemporary subjectivity development. From
that, it relates the Oedipus complex with maleness, and also aimed to verify the father value in
this psychological process. It has great importance on the process which refers to desire. The
idea to develop a study addressed to manliness allows to reflect about its possibilities of
psychological change in the social, familiar, and individual manner through the years. Based
on this proposal, the chosen method is based on a bibliographic research, since its purpose is
to gather knowledge and analyze the scientific and cultural support on the subject, as well as
the quality of the theory exploration. In this approach, through the Oedipus myth and the
father role, manliness reaches a distinctive space in the contemporary, been able to elaborate
and develop its subjectivity. The desire represents an urge for the return to the emotional
experience associated with parents figures, in other words, relies on deprived love and a
anguish path to the maleness conjectures.
INTRODUÇÃO................................................................................................. 08
3 A MASCULINIDADE EM CRISE............................................................... 21
4 O DESEJO MASCULINO............................................................................. 24
METODOLOGIA............................................................................................. 32
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 40
OBRAS CONSULTADAS............................................................................... 43
INTRODUÇÃO
O ser humano é movido por desejos. O desejo pode ser um sentimento em constante
transformação, aflorando a todo o momento, sofrendo alterações sucessivas e sujeitando-se a
mudanças por variadas razões. Na busca da satisfação dos desejos, os sentidos corporais são
relevantes não só para a identificação como para o processo de transformação dos desejos.
Além dos sentidos corporais, cabe destacar que o simples fato de viver certamente impulsiona
o desejo. O corpo está sujeito a receber estímulos externos e internos, que somados às
experiências imaginariamente vivenciadas, dão forma aos desejos. Assim, o corpo serve como
receptor de sensações. E tanto para homens como para mulheres “desejar algo” faz
transcender o próprio corpo, pois o desejante direciona-se à origem subjetiva de suas
aspirações. O desejo revela um aspecto subjetivo e a exploração subjetiva refere-se a uma
interpretação singular e indireta. Enfim, o esclarecimento da expressão “subjetividade”
contribui enormemente para o campo de pesquisa da Psicologia.
Os seres humanos, caracterizados como homens e mulheres, apresentam distinções
em suas constituições subjetivas. Em primeiro lugar, a qualidade de ser homem ou mulher
refere-se a um estado biológico, determinado por uma diferença de sexo. Por outro lado, a
masculinidade e a feminilidade referem-se à conjuntura psicológica, definida como gênero.
Neste sentido, explorar questões de sexo contraria as questões de gênero. Acima de tudo,
sexual, aqui, não se refere diretamente a sexo, pois este serve tão somente para diferenciar
machos e fêmeas quanto aos seus órgãos genitais. Sexual refere-se ao gênero, ou seja, a
características substantivas que demarcam os sexos. Convém salientar isso, pois o estudo da
sexualidade é um campo de infinitas discussões, já que o conjunto biológico não reduz o
campo psicológico de exploração.
O aparecimento de reflexões ligadas às diferenças sexuais aprimora as investigações
psíquicas, ou seja, os fenômenos subjetivos relativos aos sujeitos. Aliado a isso, a
identificação sexual considera o sujeito dentro da possibilidade de sustentar e “escolher” sua
própria masculinidade ou feminilidade. Desse modo, tanto os homens quanto as mulheres
podem encontrar aspectos masculinos e femininos em suas vidas. De maneira geral, a “ordem
sexual” perpassa diretamente o desenvolvimento dos sujeitos e seus desejos.
A contemporaneidade, tendo em vista as constantes transformações da sociedade,
apresenta distintas configurações no âmbito social, econômico e cultural. Isso intensifica
também as mudanças no campo subjetivo da sexualidade. As transformações constantes no
âmbito social acarretaram sentidos diferentes para masculino e feminino. Exemplo disso são
as transformações culturais ao longo do tempo na vida dos sujeitos. A cultura contemporânea
propõe diversas interrogações. As mulheres deixaram de lado o limite dos afazeres
domésticos e inseriram progressivamente suas insígnias no espaço público.
Conseqüentemente, elas foram vestindo novas aspirações e assumindo lugares de prestígio. A
partir disso, o homem encontra-se em um ambiente transformado pela ocupação das mulheres
e tem a marca de seus emblemas alterados. Assim, o homem “macho” perde sua referência. E,
estando na condição de sujeito desejante, pode produzir uma combinação variável de suas
associações masculinas.
De acordo com a história, gradualmente, o declínio comprovado da tradição patriarcal
e o deslocamento do elemento viril produziram significativas vibrações que, em resposta,
repercutiram sobre a masculinidade. As progressivas conquistas femininas no eixo social,
político e econômico proporcionaram modificações na representação da imagem paterna
apoiadas historicamente pelos atributos naturais das antigas constituições familiares. Dessa
forma, manifestar sentimentos, valorizar o amor, os relacionamentos, cuidar da aparência etc.
são algumas alterações enfrentadas pelo “novo homem” nas cidades. Assim, qual é e onde
está o desejo na masculinidade em meio às mudanças da contemporaneidade?
Na segunda metade do século XX, o desejo adquiriu, pela referência da Psicanálise,
novas significações. O sujeito desejante estaria sempre implicado por um desejo socialmente
inconfessável. Esse elemento, então, excita a contínua procura por algo que está sempre
encoberto por um véu. A permanente inquietação decorrente do desejo (agradável ou aflitivo)
pode reverberar na insuficiência de cada sujeito. Dessa forma, as produções subjetivas do
sujeito contemporâneo apontam para um temor de identidade frente ao flanco da
masculinidade.
Na masculinidade, as dificuldades em expressar anseios ocupam um lugar temeroso na
cultura contemporânea. Nesse sentido, a encruzilhada na posição masculina estende-se sobre
seus desejos e marca uma nova representação em seu desenvolvimento. O desejo na
masculinidade denota hoje um embaraço. Através de uma construção implicada na negação da
feminilidade, o sujeito masculino “se vestiu” de uma aparência e uma dimensão em constante
afirmação. De que maneira os homens encaram essa recente inscrição?
Neste estudo, tem-se o propósito de buscar uma reflexão crítica, por meio da teoria
psicanalítica, acerca da constituição do desejo na masculinidade. De forma específica,
pretende-se investigar o complexo de Édipo e sua relação com a masculinidade; além de
verificar a importância da função paterna na inscrição psíquica da masculinidade. E, por fim,
deseja-se delinear a construção do conceito de desejo dentro da teoria psicanalítica, incluindo
a representação de termos próprios da concepção lacaniana.
Outrossim, focalizam-se neste estudo alguns aspectos relativos à questão da
masculinidade em relação ao mito edípico, bem como à constituição da função paterna, uma
vez que estes desdobramentos podem atrelar uma leitura dos aspectos que circulam em torno
do mapeamento na masculinidade. A partir dessas considerações, tem-se o intuito de abordar
esses elementos que estão presentes no cotidiano e no desempenho da posição do masculino.
Sabe-se que, na psicanálise, o desejo na masculinidade abrange um campo de pesquisa
complexo, capaz de desvendar os emaranhamentos da identidade masculina. Assim, a idéia de
desenvolver um estudo voltado para a masculinidade possibilita uma reflexão a respeito de
sua alteridade no âmbito social, familiar e individual ao longo dos tempos.
Portanto, produzir uma pesquisa visando analisar conceitos e variáveis que possam
discutir analiticamente o delineamento da masculinidade a partir da contribuição edípica e
paterna na contemporaneidade traz a possibilidade de aprofundar e aprimorar um importante
debate. Para além disso, justifica-se compreender como são produzidas as transformações do
modelo patriarcal que provoca modificações no universo da masculinidade na
contemporaneidade.
1 O COMPLEXO DE ÉDIPO E SEU REFLEXO NA VIDA INFANTIL
E, tateando o caminho à sua frente com o bastão, irá para uma terra
estrangeira. De um só golpe, ele se descobrirá ao mesmo tempo pai e irmão dos
filhos que os cercavam, esposo e filho da mulher do qual nasceu, rival incestuoso e
assassino do próprio pai! (Sófocles, Édipo Rei, p. 33)
1
Lugar onde a psicanálise situa, além do parceiro imaginário, aquilo que, anterior e exterior ao sujeito, não
obstante o determina (CHEMAMA, 1995).
Em suma, conforme Lacan (1998), quando um sujeito nasce, procura entender o que
ele é. Acaba por se espelhar nos outros e essa é uma imagem “falsa”, pois ele só vê uma cópia
dos outros, e não o "eu". Desse modo, o indivíduo acaba por perder esse "eu", que é inato e
não socialmente constituído. Em seguida, a individualidade é produzida por uma forma
“vazia” e impossível de se conhecer. Logo, o significante germina outros significantes. A
partir das falas do sujeito, vários significantes se manifestam, porém acabam por não atingir
nenhum significado, na medida em que a estrutura (o eu) é inatingível.
A partir dessa exposição, pode-se adentrar nos três tempos do Complexo de Édipo.
Segundo Lacan (1957-58), a representação edípica ocorre quando a criança já consegue
“observar-se” como registrada em um corpo próprio, apesar da sua intimidade com a mãe. No
primeiro momento do Édipo, a criança apresenta-se como objeto que falta na mãe, ou seja, a
criança está unida ao desejo desta. O que falta na mãe é o falo2 (phallus), e a criança está
atrelada à problemática fálica que remete a “ser ou não ser o falo” materno. Esta relação,
portanto, não é estanque, podendo oscilar em seus trâmites e, por vez, o comparecimento do
pai ainda não é introduzido.
No segundo momento do Édipo, o pai adentra no jogo fusional entre mãe/filho e funda
uma nova relação triangular. Deste modo, desloca a triangulação mãe-criança-falo para
estabelecer um papel de interditor, ou seja, priva a mãe de seu objeto, representado pela
criança. O pai toma um lugar com a mãe e não permite que “reste mãe” para a criança. A falta
ocorre no nível real, e o objeto é simbólico. A criança, então, vive neste momento do Édipo
uma forma de interdição e frustração. Ou seja, este mesmo pai interdita a satisfação do
impulso e frustra a criança da mãe (LACAN, 1957-58).
No instante em que o pai estabelece-se na relação da criança e da mãe como rival,
funda o momento da castração, o que, no jogo imaginário, como dito anteriormente, remete a
uma lei paterna. A criança chega ao momento crucial em que vetoriza a significação do desejo
da mãe com relação ao que até então supunha ser seu objeto. Neste sentido, a criança percebe
a mãe regida pelo pai privador e reconhece sua lei. Portanto, a criança não seria o significado
do desejo da mãe (falo), uma vez que o pai supostamente tem o objeto de desejo da mãe
(LACAN, 1957-58).
O terceiro momento do Édipo é denominado como o “declínio do Complexo de
Édipo”, segundo Lacan. Neste, o pai passa a impor um atributo fálico, provando, assim, que
tem o falo. A partir disso, a marca da simbolização da lei reflete-se na criança de forma a
2
Conceito trabalhado adiante.
aceitar não mais ser o falo para, então, tentar ter o falo e, por vez, acabar identificando-se com
o pai. Disso resulta a representação da função paterna. Conseqüentemente, a mãe não possui o
falo, mas pode desejar naquele que tem, então procura o falo. Este está junto ao pai, que tem
prioridade para com a mãe e, dessa forma, assegura a dialética do ter sobre o ser. E disso
resulta o processo da metáfora paterna, onde:
Querido pai, tu me perguntaste recentemente por que afirmo ter medo de ti.
Eu não soube, como de costume, o que te responder, em parte justamente pelo medo
que tenho de ti, em parte por que existem tantos detalhes na justificativa desse medo,
que eu não poderia reuni-los no ato de falar de modo mais ou menos coerente
(KAFKA, Carta ao Pai, p. 17)
Em Totem e Tabu, Freud (1913) comenta que o homem emprega o termo “pai”,
conforme a lei tribal, para todos os outros homens com quem sua mãe poderia ter se
relacionado, inclusive seu verdadeiro genitor sendo o animal totêmico a representação da
figura do pai. Dessa forma, existem duas principais “ordenanças” do totemismo, já citadas
anteriormente. As duas proibições de tabu em seu cerne constituem não matar o totem e não
ter relações sexuais com a mãe.
Os tabus apresentados estão diretamente interligados aos dois desejos primários das
crianças e abrange, portanto, a base para a constituição das psiconeuroses infantis. Por isso, a
psicanálise analisa o animal totêmico como um substituto do pai. Entretanto, embora a morte
do animal seja em regra proibida, sua matança representa uma ocasião festiva. Com isso, sua
morte, conseqüentemente, é lamentada. O mito totêmico sobre o pai da horda primeva é um
ponto de muito valor na obra psicanalítica, pois vincula subjetivamente uma configuração
ambivalente entre “desejo” e “proibição” na constituição do sujeito (FREUD, 1913).
A saúde mental dos seres humanos mostra a importância e a influência do complexo
de Édipo na relação emocional da criança com seus pais.
3
Diferentes relações com a satisfação de um sujeito desejante e falante pode esperar e experimentar, no uso de
um objeto desejado (CHEMAMA, 1995).
fato o genitor. Mas, antes que saibamos de fonte segura, o nome do pai cria a função do pai”
(LACAN, 2005, p. 47).
Lacan (1957-58), no seminário 5: As formações do inconsciente, propõe, através da
“Metáfora Paterna”, a possibilidade da função paterna na inscrição na vida de cada sujeito. A
história da psicanálise privilegia o complexo de Édipo como um elemento vital na revelação
do inconsciente. Isto porque a existência dos desejos infantis ligados à mãe proporciona um
recalcamento. Os desejos primordiais, apesar de reprimidos, jamais são “esquecidos”, dando
uma tonalidade para a articulação sempre presente na proposta psicanalítica a propósito do
Édipo.
Conforme, Roudinesco (2003, p. 54),
Ainda, Lacan (1957-58) convoca o leitor a questionar se existe neurose sem Édipo.
Neste sentido, sua proposta apresenta-se de forma clara, quando expõe que a neurose é
inseparável na construção edípica. E, de certa forma, está ligada a uma fuga diante do desejo
do pai, tendo o sujeito a possibilidade de substituir por sua demanda4.
A função paterna necessita de uma apresentação sobre a complexidade de elementos
que a constituem. A contribuição de Lacan referente à diferença da masculinidade e
feminilidade dá-se em de três registros diferenciados: simbólico, imaginário e real. O “nó
borromeu”, como é chamada esta topologia, provoca diferenciações na importância de cada
registro, tendo cada um de seus sentidos interligado ao todo. No entanto, um registro não tem
maior valor que o outro (BETTS, 2005). Nesse sentido, os registros têm a intenção de ajudar a
compreensão de aspectos subjetivos dentre a dimensão psíquica.
O pai simbólico remete ao Nome-do-Pai, portanto, o interdito proferido. Pode-se
ajuizar que Freud vê o pai morto como aquele que funda a lei do interdito, proporcionando a
culpa nos filhos. O significante do Nome-do-Pai possibilita, então, a castração. Por sua vez,
limita e ordena o desejo do sujeito. No entanto, a intervenção feita no complexo de Édipo é
efetivada pela castração simbólica, que se caracteriza por uma perda simbólica de um objeto
imaginário. O fato de a mãe reconhecer a autoridade paterna, por sua palavra, reserva a
função paterna simbólica na promoção da Lei (CHEMAMA, 1995).
4
Forma comum de expressão de um desejo, quando se quer obter alguma coisa de alguém, a partir da qual o
desejo se distingue da necessidade (CHEMAMA, 1995).
O momento fundante da Lei ocorre no instante em que a restrição de matar o animal
totêmico é transformada no tabu do incesto. Com isso, o pai simbólico funda a Lei e sustenta
um lugar impossível. Através do interdito e da privação, o pai adquire uma demarcação,
podendo surgir na representação de morto para ganhar uma nova forma. Assim, investido pelo
registro do imaginário, a transformação de homem para pai ocorre neste processo
(TAVARES, 1996).
Desse modo, o Nome-do-Pai representa para a criança um emblema da normatização
simbólica e do representante da ordem social. Por isso, o aspecto da lei é, a priori5,
mandatário da sociedade e suas ordens, de forma que seu arranjo configura a sua função de
unir um desejo à lei (SANTUÁRIO 2004).
Além disso, a nomeação do pai possibilita à criança nomear o objeto de seu desejo.
Porém, a maneira como ocorre pertence a uma simbolização metafórica, pois se torna uma
designação inconsciente. Isto é, o pai imaginário impõe a castração, sendo o privador da mãe.
A identificação da criança com este pai é fálica e estritamente imaginária. Dessa forma, pela
mediação do pai imaginário, é possível o pai real ser investido como pai simbólico (DOR,
1989 e 1991).
A castração simbólica, conforme Millot (1987), direciona-se a um rompimento com a
separação de seu objeto de gozo - a mãe - pela inscrição inconsciente da proibição do incesto.
Isso implica abandonar o “sonho de harmonia” e encarar as falhas presentes. Tendo perdido o
seu objeto de prazer, a criança percebe que todo objeto de desejo constitui um lugar de perda
– o pai torna-se a encarnação do nome desta perda.
O pai real permite que a criança tenha acesso, em particular, a uma posição viril para
uma disposição sexual. O sujeito pode manifestar sua sexualidade ao agüentar o interdito,
uma vez que a mãe, ao ser “possuída” pelo pai, proporciona à criança a proibição. Em outras
palavras, a criança percebe a dinâmica na qual está inserida (CHEMAMA, 1995).
Dor (1991) comenta que o homem está em dívida com o pai. O arrependimento e a
culpa acompanhados pelo luto possibilitam um lugar único ao pai morto, pois fundam
simbolicamente o homem que possuía todas as mulheres da horda e possibilita a
representação deste como um deus (Totem). Assim, a consolidação ocorre a partir da ascensão
simbólica que possui a força da Lei.
Na modernidade, o singular passa a interessar a todos, uma vez que se apresenta um
deslocamento da função paterna da autoridade. A existência humana acontece no seio de
5
Idéia de que há existência de elementos antes da consignação de algo (N.A.).
grupos e de organizações relativamente estáveis, enquanto se mantêm entre a presença do pai
– representado por alguma figura de autoridade – os laços fraternos – encarnados em alguma
forma de solidariedade (KEHL, 2000).
O declínio da função paterna adquire espaço através da ordem provocada pelo gozo
estabelecido no “outro anônimo”. Esta forma representa o modelo de sociedade estabelecido
na atualidade: o consumo. Kehl (2000) relaciona o lugar do pai como uma “alegoria
congelada” comparada à constituição paterna da noção ocidental, ou seja, não possui vigor
para a manutenção do lugar da Lei. Por isso, o anonimato relacionado ao lugar paterno.
Porém, a transitoriedade da dinâmica familiar na sociedade contemporânea revela suas
“marcas” no cotidiano, sendo possível ao tempo e ao espaço uma maior rotatividade. Logo, a
narrativa da temporalidade sobre a dimensão circular das origens da trajetória paterna e
também sobre a ficção do pai transmite a posição aos sujeitos desejantes.
Na segunda metade do século XX, a família “hierárquica” deu início a uma nova
configuração de modelo familiar, antes organizado em torno do poder patriarcal, tendo a
distribuição do poder uma forma mais igualitária entre o homem e a mulher, e gradualmente
entre os pais e os filhos. Assim, a família consente uma significativa transformação - de uma
sólida instituição para um agrupamento circunstancial e precário - tendo em sua base leis de
afetos e de impulsos sexuais (KEHL, 2003).
6
Energia psíquica das pulsões sexuais, que encontra seu regime em termos de desejo, de aspirações amorosas,
que, para Freud, explica a presença e a manifestação do sexual na vida psíquica (CHEMAMA, 1995).
paterna: para acontecer como pai, é essencial que o sujeito aceite, por suporte da atribuição,
ser o detentor desse objeto que demarca ao mesmo tempo o seu lugar de potência e a falta
materna. Esta escolha lhe impõe uma atribuição que não é senão imaginária, assim, pode
inscrever a diferença sexual no inconsciente como uma significação que restaura a diferença
anatômica (RAMOS, 2005).
Em Um tipo especial de escolha de objeto feita pelos homens, Freud (1910) diz que a
criança cresce no ambiente familiar e consegue perceber o fato de a mãe “pertencer” ao pai.
Os sentimentos de ternura pela mãe representam conseqüências para as escolhas objetais. A
criança escuta dos pais que deve sua vida à deles, em seguida, internaliza o desejo de retribuir
a oferenda e procura recompensá-los. O menino cria a fantasia para mostrar sua gratidão de
ter um filho igual a ele próprio com sua mãe. Dessa forma, seu desejo inscreve a identificação
completa com o pai. Portanto, as pulsões, desafios e afabilidade deparam-se no contentamento
e desejo de ser o próprio pai.
A idealização com o pai é natural, uma vez que se apresenta na vida do sujeito desde a
tenra infância. Porém, a “amplitude” que esta idealização alcança na vida futura de cada
sujeito determina as características de personalidade, ainda que inconscientemente o sujeito
percorra o caminho que seu pai já percorreu. Este movimento torna-se inato e delimita o
projeto de desenvolvimento de cada sujeito. Por vez, comportamentos inconscientes são
vinculados a repetições transgeracionais. Porém, em determinadas situações, pode o sujeito
defrontar-se com o risco de deparar-se com uma lacuna, e então ficar aprisionado em uma
experiência para a qual não está preparado, com fatores significantes que lhe permitam
responder às exigências externas. Por isso, “repete-se algo do desejo, não elaborado, presente
como não-dito no discurso parental” (ROSA, 2001, p. 128).
A rivalidade e a hostilidade tecem a relação do menino com o pai, mas,
concomitantemente, o amor estabelece a essência da posição masculina. Na obra freudiana,
esta afirmativa conserva-se fundamental e possibilita as construções teóricas sobre a
masculinidade. Conforme Pinho (2004), o menino contrai uma dívida com o pai por ter
recebido o falo. Paradoxalmente, a herança permite um “logradouro” duplo. Primeiro, aceita
abrir mão da mãe e procurar em outras direções diferentes mulheres, para também estabelecer
um arranjo feminino diante do pai, pois tem uma relação de amor com este. Assim sendo, no
conjunto da dívida e no recalcamento de sua situação passiva, funda-se a inscrição psíquica da
masculinidade.
A respeito disso, Kehl (1996) comenta que a posição dos homens na atualidade expõe
particularidades que assumem efeitos sobre o discurso social contemporâneo. Os homens
enfrentam a recente “interpenetração” dos condados sociais subvertidos pelas mulheres, com
isso colocam em questão a própria identidade masculina. Então, a mulher, conquistando
propriedades masculinas na vida cotidiana, lança para o homem a feminização – a antiga
ameaça – experimentada como perda. O homem, que um dia já foi filho, torna-se um projeto
do inconsciente materno, já que, na ânsia de procurar alívio pela falta do objeto fálico, a mãe
ajusta a imagem ideal buscada.
Os homens e as mulheres apresentam diferenças anatômicas (biológicas), no entanto
seus laços sociais são estabelecidos por suas diferenças subjetivas. O gênero determina-se em
função dessa diferença na significação sexual do corpo na sociedade. Logo, o homem
freudiano necessita dominar sua sexualidade selvagem, herdada do pai da horda, e, portanto,
abdicar da poligamia, conseqüentemente, do incesto e do estupro. Dessa forma, precisa aceitar
o declínio de seu antigo poder para, então, tornar-se civilizado e atender a mulher
(ROUDINESCO, 2003).
Independentemente do sexo, o masculino e o feminino apresentam formas definidas de
acordo com as especificações particulares de cada um “residir” seu corpo. Ambos posicionam
de maneiras distintas seus objetos de prazer, isto é, encobrem e adornam o seu gozo.
Enquanto na mulher a preocupação não está com o outro, pois ela esconde de si mesma,
propiciando o elemento misterioso no feminino, no homem, a possibilidade está em esconder-
se aos olhos do outro e, conseqüentemente, dissimular e mascarar seus gestos torna-se um
flagrante. Assim, a mulher oferece o mistério e o homem desfaz o enigma e abafa as
perguntas (NASIO, 1993).
4 O DESEJO MASCULINO
7
Dimensão da temporalidade e da causalidade específica da vida psíquica, que consiste no fato de que as
impressões ou os traços amnésicos só podem adquirir todo o sentido e toda a eficácia em um tempo posterior ao
de sua primeira inscrição. (CHEMAMA, 1995).
O desejo encontra saída através da vazão das palavras, desta forma, desdobra-se em
uma demanda. Porém, ao perpetrar uma demanda, o desejo se envolve na cadeia significante
do discurso. Deste modo, “de um objeto a outro, o desejo remete sempre a uma seqüência
indefinida de substitutos” (DOR, 1989, p. 94). Assim, o desejo conserva sempre uma
insatisfação, pois possui necessidade em se fazer linguagem.
Millot (1987), no que refere à linguagem, afirma que o registro do desejo estabelece-se
em contraposição à necessidade, visto só ser capaz de apoiar-se na não-satisfação. Com a
palavra fundada no desejo, seu cerne está conectado à proibição, ou seja, à Lei.
Dentro do campo lacaniano, a linguagem das fantasias inconscientes constituiu uma
articulação entre significantes que remetem às relações simbólicas, ou seja, aos arranjos
sexuais e sociais, bem como ao modo de gozar, ultrapassando o prazer. Contudo, a psicanálise
necessitou desvendar as diferenciações entre o Desejo e o Gozo (NOGUEIRA, 1999).
Na perspectiva lacaniana, uma nova proposta de lidar com o desejo e o gozo na vida
contemporânea complementa a percepção das relações sexuais. Apesar de o desejo ser
causado pelo Outro, não é capaz de satisfazê-lo, porque se deseja anular a falta (NOGUEIRA,
1999).
A fim de uma compreensão da terminologia, pode-se, ainda, comentar que o símbolo -
objeto a - é hábil a causar o desejo. Para uma formalização desse lugar e superação do
impasse proporcionado pelo gozo, incapaz de simbolizar, o símbolo a refere-se à letra da
palavra “outro” em francês (autre). Conforme aponta Nasio (1993), o objeto a expressa uma
ausência, ou seja, uma impossibilidade. Para Lacan, objeto causa de desejo.
Em contrapartida, o gozo joga-se para o exagero sem limites. Torna o corpo excluído
da cadeia da linguagem. Nesse sentido, a linguagem apresenta-se como pacificadora e
estabilizadora da excitação do corpo ocasionada pelo gozo. Com isso, o desejo move a cadeia
de significantes, distanciando corpo e gozo. Assim, o limite ao gozo seria o desejo
direcionado para a demanda em analogia ao Outro (NOGUEIRA, 1999).
No seminário 20, intitulado de Mais, ainda, Lacan (1985) provoca algumas reflexões
sobre o gozo. Pergunta o autor: “O que é o gozo?”. E responde: “O gozo é aquilo que não
serve para nada” (p. 11). Exibe assim, o gozo, como mandatário do supereu. Dessa forma, o
gozo sexual é caracterizado pela impossibilidade de fundar uma relação sexual.
Convém ressaltar a importância do conceito de gozo na teoria psicanalítica de Lacan.
Na medida em que Lacan formula este referente, constrói a idéia da inexistência da relação
sexual. Nasio (1993), antes de mais nada, recomenda desvincular a palavra “gozo” da imagem
de “orgasmo”. “Numa palavra, o gozo é, no inconsciente e na teoria, um lugar vazio de
significante” (p. 29). Isto porque o gozo representa uma energia do inconsciente,
constantemente ativado pelo desejo.
Através do gozo, três estados podem ser caracterizados: o gozo fálico, o mais-gozar e
o gozo do Outro. Inicialmente, o gozo fálico remeteria a uma descarga parcial de energia
psíquica. Em contrapartida, o mais-gozar seria a permanência desta retida no sistema
psíquico. E, por fim, o gozo do Outro corresponderia à descarga total, sem limites (NASIO,
1993).
Pela demonstração do discurso analítico, o homem provido pelo órgão dito fálico tem
como obstáculo, justamente, o gozo fálico, pois, segundo Lacan, ao tentar gozar do corpo da
mulher, o homem gozaria apenas de um gozo do órgão. Por isso, a relação da castração coloca
o gozo do Outro como uma obra infinita. Procedente da castração - o herdeiro supereu -
coloca à disposição uma interminável relação de significantes (LACAN, 1985).
O homem, pressionado pela angústia de ter que conservar seu órgão sexual como um
objeto fálico, torna-se muito mais apavorado e mais ameaçado do que a mulher. Isto decorre
de um conjunto de atributos ideais encarnados na figura da mulher e livra o homem de
arriscar sua masculinidade com uma posição masoquista e entregar-se sem limites ao seu
prazer, mantendo uma intimidação de lugar feminilizado e, por ora, de perder sua virilidade
(KEHL, 1996).
Ao discutir a diferença sexual, Lacan, no seminário Mais, ainda, alega que homem e
mulher se balizam entre si em relação a um significante de diferença: entre função fálica do
gozo para o homem e o gozo suplementar feminino. Nesta situação, o Outro passa, também, a
ser entendido como o lugar onde se inscreve a diferença irredutível para cada sujeito. Assim,
o Outro não se confunde, pois, com o outro ⎯ já que o campo deste último é o da legítima
dualidade nos termos que usualmente a psicologia lhe confere. Na teoria, trata-se de pensar a
alteridade com base na noção de alienação à imagem especular ⎯ o outro ⎯ e de designá-lo
como um si-mesmo. Ou, então, como uma representação do eu marcada pela prevalência da
relação dual com a imagem do semelhante (ROUDINESCO E PLON, 1998).
O gozo sempre será sexual, não no sentido genital. O destino mítico consumado pelo
trajeto incestuoso pode ser experimentado pelo Outro através do gozo, sob o formato de
prazer sexual absoluto. Logo, o Outro é representado por algum artifício mítico (Deus, a mãe,
etc...). Assim, quando a criança reconhece o gozo do Outro pela condição mítica, a devassidão
da relação sexual incestuosa se desfaz (NASIO, 1993). Então, a castração possibilita o
interdito do ato incestuoso, como bem sabido. Com isso, a relação sexual é impossível e não
existe, como afirma Lacan.
A sexualidade masculina notifica à mulher, na posição feminina, a vontade de atribuí-
la como objeto de desejo. Logo, conforme Kehl (1996), suportar o próprio desejo pode ser
buscar a satisfação. Contudo, investiga-se: “afinal, o querem os homens?”. Por conseguinte,
homens e mulheres são basicamente uma coisa só, categoricamente separados por uma
pequena diferença, negociada através da moeda imaginária e de muito apreço chamada de
amor.
Contudo, a expressão da masculinidade pode subjetivar-se a partir de uma presença
pressuposta, mas que deve ser revelada. De acordo com Fink (1998, p.77),
o homem não somente deseja o que o Outro deseja, mas deseja da mesma forma;
em outras palavras, seu desejo é estruturado exatamente como o do Outro. O
homem aprende a desejar como um outro, como se ele fosse alguma outra pessoa.
O estudo presente neste trabalho final de graduação caracteriza-se como sendo uma
pesquisa do tipo bibliográfico. A partir de uma revisão bibliográfica, o desígnio é
compreender como a composição do desejo apresenta-se na masculinidade. Com base nesta
proposição, optou-se por fazer uma pesquisa nestes parâmetros em função do tema estar
direcionado sobre a constituição masculinidade na contemporaneidade, privilegiando um
curso atrelado a dúvidas acerca de uma interpretação psicanalítica sobre a configuração da
masculinidade, a partir de seu desejo, sobre as reflexões atuais.
A pesquisa bibliográfica é um modelo de apresentação arbitrário. Seu
desenvolvimento acontece baseado em material bibliográfico já elaborado, tendo sua
composição em livros e artigos científicos. O benefício deste tipo de pesquisa volta-se para a
qualidade, pois evita reproduzir fontes secundárias que possam apresentar dados ou processos
equivocados, tendendo a produzir incoerências ou contradições (GIL, 2002).
A exploração do tema da masculinidade possibilita uma reserva no levantamento
bibliográfico que dificulta a procura de fontes sobre o assunto. O interesse de examinar as
variações da configuração masculina e sua reverberação é um encontro do desejo de indagar
as generalizações. Conforme Gil (2002), mesmo em áreas de conhecimento já exploradas, o
interesse do pesquisador pode partir do objetivo de determinar com maior especificidade
assuntos que acontecem, bem como a extensão destes.
Dessa forma, a pesquisa se delimita sobre uma gama de produções bibliográficas
capazes de colaborar com um estofo de conhecimentos acerca da literatura psicanalítica. Por
isso, cabe reforçar que o referencial teórico proposto neste projeto sobre a masculinidade
convoca a leitura de autores clássicos da psicanálise, sendo eles, principalmente, Freud e
Lacan, além de comentadores atuais.
Cervo e Bervian (1996) consideram a pesquisa bibliográfica como um instrumento
capaz de elucidar problemas através de referenciais teóricos, com a finalidade de procurar
conhecer e analisar os aportes científicos e culturais sobre o tema levantado. A possibilidade
de colocar o pesquisador em contato com o que já foi escrito assume uma importante
determinação na investigação do assunto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim amamos o próprio desejo, e não o desejado (NIETZSCHE, 2005, p.72)
BETTS, Jaime. Entre mito e complexo: o que vale o pênis no século XXI? Revista da
Associação Psicanalítica de Porto Alegre, Porto Alegre, n° 28, abril, 2005. p.71-85
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica. 4.ed. São Paulo:
Makron Books, 1996.
DIATKINE, Gilbert. Jacques Lacan. trad. Francisco Franke Settineri. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1999.
______ . O Pai e sua Função em Psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1991.
FINK, Bruce. O sujeito e o desejo do Outro. In: O sujeito lacaniano: entre a linguagem e o
gozo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. cap. 05, p. 71-92.
FREUD, Sigmund. Três ensaios sobre a sexualidade (1905). Obras psicológicas Completas
de Sigmund Freud: Edição Standard Brasileira. Volume VII. Rio de Janeiro: Ed. Imago, 1996.
______. Um tipo especial de escolha de objeto feita pelos homens (1910). Completas de
Sigmund Freud: Edição Standard Brasileira. Volume XI . Rio de Janeiro: Ed. Imago, 1996.
______. Totem e Tabu (1913). Obras psicológicas Completas de Sigmund Freud: Edição
Standard Brasileira. Volume XIII. Rio de Janeiro: Ed. Imago, 1996.
KEHL, Maria Rita. A mínima diferença. Rio de Janeiro: Ed. Imago, 1996.
______ . KEHL. Maria Rita (org). Função fraterna. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2000.
______ . KEHL, Maria Rita. Em defesa da família tentacular. In: GROENINGA, Gisele e
PEREIRA, Rodrigo Cunha. Direito de família e psicanálise: ruma a uma nova epistemologia.
Rio de Janeiro: Ed. Imago, 2003. cap. 07, p.163-176.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.
JERUSALINSKY, Alfredo. O desejo paterno. Correio da Appoa, Porto Alegre, n.79, maio
2000.
LACAN, Jacques. Do Gozo. In: O seminário: Livro 20: mais, ainda (1972-1973). 2.ed. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 1985. cap. 1, p.9-23.
______. Sobre o complexo de Édipo. In: O Seminário. Livro 4: a relação de objeto (1956-
57). 4.ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1995a. cap. 12, p.203-219.
NASIO, J.-D. Cinco lições sobre a teoria de Jacques Lacan. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
1993.
NOGUEIRA, Luiz Carlos. O Campo Lacaniano: Desejo e Gozo. Psicologia USP., São
Paulo, v. 10, n. 2, 1999.
PEDÓ, Marta. Homens que contam. In: Masculinidade em crise. Comissão de Aperiódicos
da Associação Psicanalítica de Porto Alegre. Porto Alegre: APPOA, 2005.
PINHO, Gerson Smiech. Comentário “sobre um tipo especial de escolha de objeto feita
pelos homens”. Correio da Appoa, Porto Alegre, n. 129, ano XI, 2004.
RAMOS, Liz Nunes. Ode ao Pai. In: Masculinidade em crise. Comissão de Aperiódicos da
Associação Psicanalítica de Porto Alegre. Porto Alegre: APPOA, 2005.
______.; PLON, Michel. Dicionário de psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
TAVARES, Eda Estevanell. O pai amoroso. Revista da Appoa, Porto Alegre, n. 12, ano VI,
1996.
OBRAS CITADAS
ANDRADE, Carlos Drummond. Antologia poética. 52.ed. Rio de Janeiro: Record, 2003.
DANIELLE, Pino; MOTTA, Nelson. Bem que se quis. In: Marisa Monte, São Paulo EMI-
Odeon, 1989. 1 CD (3min37seg). Faixa 4.
GIL, Gilberto. Superhomem – A Canção. In: Realce, Rio de Janeiro. Warner Music, 1979.1
CD (4min05seg). Faixa 3.