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FÍSICA PARA PERITO CRIMINAL DA PC/SP


PROFESSOR: GUILHERME NEVES

Aula 1 – Pa rte 2
Movimento Uniforme (MU) ............................................................................................................ 2
Equação Horária do MRU................................................................................................................ 2
Gráficos do Movimento Uniforme ................................................................................................... 3
Movimento Uniformemente Variado (MUV) .................................................................................. 8
Equações horárias no MUV ............................................................................................................. 9
Velocidade média no MUV ........................................................................................................... 10
Equação de Torricelli ..................................................................................................................... 11
Gráficos do MUV........................................................................................................................... 17
Movimento Vertical no Vácuo ....................................................................................................... 20
Lançamento vertical para cima ...................................................................................................... 21
Propriedades do lançamento vertical para cima ............................................................................. 22
Cinemática Vetorial ....................................................................................................................... 25
Velocidade Vetorial Média ............................................................................................................ 26
Aceleração Vetorial Média ............................................................................................................ 27
Aceleração Vetorial Instantânea .................................................................................................... 27
Composição de movimentos .......................................................................................................... 28
O Princípio de Galileu ou Princípio da Independência dos Movimentos ...................................... 29
Lançamento Horizontal .................................................................................................................. 31
Lançamento Oblíquo ...................................................................................................................... 33
Propriedades do lançamento oblíquo no vácuo.............................................................................. 34
Unidade de medida de ângulos .......................................................................................................... 37
Radiano .......................................................................................................................................... 37
Movimento Curvilíneo ................................................................................................................... 40
Movimento Circular Uniforme (MCU).......................................................................................... 41
Transmissão de Movimento Circular Uniforme ............................................................................ 43
Relação das questões de concurso comentadas.............................................................................. 47
Gabaritos ........................................................................................................................................ 50

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Movimento Uniforme (MU)

Um movimento é uniforme quando o valor da velocidade instantânea é


constante e diferente de zero, e se a direção da velocidade permanecer
constante, o movimento será retilíneo.

t=0s 1s 2s

posição = 0 m 10 m 20 m
velocidade = 10 m/s 10 m/s 10 m/s

Em movimento retilíneo uniforme, as distâncias percorridas ∆ são


proporcionais aos intervalos de tempo ∆ gastos em percorrê-las. Assim, para
iguais intervalos de tempo, teremos iguais variações de espaço.

Equação Horária do MRU

A função (ou equação) horária é uma sentença matema´tica que descreve o


movimento realizado por um corpo, com o passar do tempo. Por meio dela,
podemos, por exemplo, calcular quanto tempo demora uma viagem de carro,
qual a distância percorrida por uma nave espacial com determinada
velocidade, etc.

É importante lembrar que no estudo da Cinemática não há preocupação em


explicar a causa do movimento, ou seja, como ele pode ser produzido ou
modificado. A Cinemática se restringe aenas a descrever o movimento no
sentido estritamente geométrico.

A equação horária de um movimento mostra como o espaço varia com o


tempo: S = f(t)

Sendo s o espaço inicial correspondente ao instante inicial  = 0, e sendo  o


espaço em um instante , temos: ∆ =  − 0 =  e ∆ =  − s .

Como ∆ =
∙ ∆, então:
 − s =
∙ 

 = s + v ∙ t

No movimento uniforme, como a velocidade escalar é CONSTANTE, concluímos


que a aceleração escalar é igual a 0.

Assim, um movimento pode ser classificado como uniforme através de


qualquer uma das seguintes características:

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i) a velocidade escalar instantânea é constante.


ii) a aceleração escalar instantânea é nula.
iii) O espaço obedece a uma equação horária do tipo  = s v ∙ t

Gráficos do Movimento Uniforme

No movimento uniforme, a equação horária do espaço,   s v ∙ t, é uma


função afim (polinomial do 1º grau) em t. O número s corresponde ao
coeficiente linear da função afim (é onde o gráfico corta o eixo y).

No movimento progressivo (v > 0), o espaço cresce com o tempo.


No movimento retrógrado (v < 0), o espaço decresce com o tempo.

 

V>0
s s

V<0

 

Sendo a velocidade escalar constante, isto é, a mesma em qualquer instante,


concluímos que o gráfico da velocidade em função do tempo é uma reta
paralela ao eixo do tempo.

A área sob o gráfico da velocidade representa, numericamente, o


deslocamento escalar do móvel.

Área deslocamento (∆S)

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Exemplo 1. Considere que a equação horária do espaço de um móvel seja


  30 − 5, para s e t em unidades SI.

a) Determine o espaço inicial e a velocidade escalar do movimento.


b) Classifique o movimento em progressivo ou retrógrado.
c) Qual o espaço do móvel no instante t=2s?
d) Em que instante o móvel passa pela origem dos espaços?

Resolução

Quando o enunciado diz “em unidades SI” significa dizer que o espaço é dado
em metros e o tempo em segundos.

a) Comparando   30 − 5 com   s v ∙ t, temos que o espaço inicial   30


e a velocidade escalar
 −5/.

b) O movimento é retrógrado, pois a velocidade é negativa.


c) Para calcular o espaço do móvel no instante t = 2, basta substituir o tempo
por 2s na equação horária.

Para t = 2s, temos   30 − 5 ∙ 2  20 .

d) A origem dos espaços é aquele em que s = 0. Assim, para calcular o


instante em que o móvel passa pelas origens, basta resolver a equação:

30 − 5  0

−5  −30

  6

Exemplo 2. Dois móveis A e B percorrem a mesma trajetória e seus


espaços são medidos a partir da mesma origem escolhida na trajetória. Suas
equações horárias são:   20 80 e   120 − 20, para t em horas e  e 
em quilômetros. Determine o instante e a posição de encontro.

Resolução

A equação horária do espaço fornece a posição do corpo ao longo do tempo.


No momento do encontro, suas posições são iguais. Portanto:

  

20 80  120 − 20

80 20  120 − 20

100  100
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  1 ℎ →   ! " ! # 

Para determinar a posição, bastar substituir t = 1 hora na equação horária de


A ou na equação horária de B (tanto faz!!).

    20 80 ∙ 1  100 $

Exemplo 3. A figura seguinte representa as posições de dois móveis A e B no


instante t = 0. Os móveis A e B possuem movimentos uniformes cujas velocidades
escalares têm valores absolutos 30 m/s e 25 m/s, respectivamente. Depois de quanto
tempo A alcança B?

A B

300m

Vamos resolver esta questão de duas maneiras.

Resolução I

Vamos determinar as equações horárias dos espaço de A e de B. Para isso


devemos escolher uma origem para os espaços e orientar a trajetória.

Vamos assumir, então, como origem dos espaços a posição inicial de A e


orientar a trajetória de A para B.

Assim, o espaço inicial de A é igual a 0, sua velocidade constante é igual a +


30 m/s. Assim, a equação horária de A é   0 30.

O espaço inicial de B é igual a 300 m e sua velocidade constante é igual a + 25


m/s. Sua equação horária é   300 25.

No momento do encontro, temos que    .

0 30  300 25

5  300

  60

Resolução II

Podemos resolver esse exercícios por “velocidade relativa”. Os móveis A e B


caminham no mesmo sentido e possuem velocidades escalares de valores
absolutos 30 m/s e 25 m/s em relação a determinado referencial.

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É fácil perceber que o móvel A possui, em relação ao móvel B, uma velocidade


escalar de valor absoluto 5 m/s (=30 – 25). É como se o móvel B estivesse
parado e o móvel A tivesse que andar os 300 m com velocidade de 5 m/s.

Neste caso:

∆%&'

%&' 
∆

300
5
∆

300
∆   60 
5

Generalizando, podemos dizer que, quando dois móveis A e B caminham


no mesmo sentido, a velocidade escalar de A em relação B (ou de B em
relação a A) tem valor absoluto igual à diferença entre os valores
absolutos de suas velocidades escalares.

Exemplo 4. A figura representa as posições de dois móveis A e B no instante t


= 0. Os móveis A e B possuem movimentos uniformes cujas velocidades escalares
têm valores absolutos iguais a 20 m/s e 5 m/s, respectivamente. Depois de quanto
tempos A e B vão se encontrar?

A B

300m

Analogamente à questão anterior, vamos resolver de duas maneiras: utilizando


as equações horárias e utilizando a velocidade relativa.

Resolução I

Adotando a posição inicial de A como a origem dos espaços e orientando a


trajetória de A para B, temos:

i) O espaço inicial de A é igual a 0 e sua velocidade é constante e igual a + 20


m/s.

ii) O espaço inicial de B é igual a 300 m e sua velocidade é constante e igual a


– 5 m/s (a velocidade é negativa, pois o corpo está se movimentando no
sentido contrário ao da trajetória).

Equação horária de A:   0 20


Equação horária de B:   300 − 5

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No momento do encontro, temos    .

0 20  300 − 5

25  300

  12

Resolução II

Resolvendo agora por “velocidade relativa”. Os móveis A e B caminham em


sentidos opostos e possuem velocidades escalares de valores absolutos 20 m/s
e 5 m/s, em relação a determinado referencial. O móvel A possui, em relação
ao móvel B, uma velocidade escalar de valor absoluto 25 m/s (=20+5). Tudo
se passa como se o móvel B estivesse parado e o móvel A tivesse que andar os
300 metros a 25 m/s.

∆%&'

%&' 
∆

300
25 
∆

300
∆   12 
25

Generalizando, podemos dizer que, quando dois móveis A e B caminham


em sentidos opostos, a velocidade escalar de A em relação B (ou de B
em relação a A) tem valor absoluto igual à soma dos valores absolutos
de suas velocidades escalares.

01. (Polícia Civil PE 2006/IPAD) Um menino, em frente a uma parede, emite


um som e ouve o eco 0,4 s depois. Determine a distância entre o menino e a
parede.
A) 17 m
B) 34 m
C) 51 m
D) 68 m
E) 85 m

Resolução

No início desta prova foram fornecidos alguns valores que poderiam ser
utilizados.

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Vamos considerar que a distância entre o menino e a parede seja de x metros.

Assim, a distância percorrida pelo som foi 2x metros (do menino até a parede
e da parede até o menino).

Essa distância foi percorrida em 0,4 s.

"




2)
340 
0,4

2)  340 ∙ 0,4

)  68 !

Letra D

Movimento Uniformemente Variado (MUV)

Vimos que quando a velocidade escalar é constante o movimento é chamado


de uniforme. Sua aceleração escalar é igual a 0.

Existem outros movimentos com acelerações diferentes de zero. Estudaremos,


em particular, o movimento uniformemente variado, ou seja, aquele cuja
aceleração é constante e não-nula.

Você já pensou o que acontece com a velocidade de um avião quando ele


decola de pista em um aeroporto?

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A força das turbinas vai acelerar o avião de forma que a sua velocidade
aumentará a cada segundo, atingindo uma velocidade de 100 m/s numa pista
de 2000 m.
O movimento do avião apresenta trajetória retilínea e aceleração
constante; este tipo de movimento é denominado Movimento
Uniformemente Variado.

No Movimento Uniformemente Variado a aceleração é constante em


qualquer instante ou intervalo de tempo, tal que:

Este movimento também é acelerado porque o valor absoluto da


velocidade do avião aumenta no decorrer do tempo.
Vamos analisar agora o que acontece quando uma moto está sendo
freada.

Quando uma moto está com uma velocidade de 20 m/s e freia até
parar, como varia a sua velocidade?

- Moto freando em movimento uniformemente variado.

Sua velocidade inicial pode diminuir de 5 m/s em cada segundo. Isto significa
que em 1 s a sua velocidade passa de 20,0 m/s para 15,0 m/s; decorrido mais
1 s a velocidade diminui para 10,0 m/s e assim sucessivamente até parar
(figura acima).

Neste caso o movimento é uniformemente variado e é retardado, porque o


valor absoluto da velocidade diminui no decorrer do tempo (20,0 m/s, 15,0
m/s, 10,0 m/s, 5,0 m/s, 0,0 m/s).

A aceleração é constante e igual a -5 m/s2 (o sinal negativo indica que a


velocidade (positiva) está diminuindo).

Equações horárias no MUV

- Equação horária da velocidade (velocidade em função do tempo)

Sendo v a velocidade escalar inicial, correspondente a t = 0, e sendo v a


velocidade escalar em um instante t e a a aceleração escalar (constante),
temos:


 

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Essa equação mostra que a função horária da velocidade no movimento


uniformemente variado é do 1º grau.

Vejamos alguns exemplos:

Equação

  (SI)
 

 3 4 3 m/s 4 m/s²

 6 − 2 6 m/s - 2 m/s²

 −5 − 3 - 5 m/s - 3 m/s²

 −4 0 m/s - 4 m/s²

 2 0 m/s 2 m/s²

- Equação Horária do Espaço (posição em função do tempo)

Considere que um móvel inicie um movimento no instante t=0. Considere


ainda que a sua posição inicial seja  , sua velocidade inicial seja
 e que sua
aceleração seja constante e igual a . Pois bem, a posição  em função do
tempo  é dada por:

²
  
 ∙ 
2

Vejamos alguns exemplos:

,-²  (m)
 (m/s)  (m/s²)
Equação   
 ∙  (SI)
.
  5 − 3 2² 5 -3 4
  4 3² 0 4 6
  5 − 6² 5 0 -12
  ² 0 0 2
  2 4 1,5² 2 4 3

Velocidade média no MUV

Em um movimento uniformemente variado, a velocidade escalar média (/0 )


para um dado intervalo de tempo (t1, t2) é igual à média aritmética entre as
respectivas velocidades escalares instantâneas v1 e v2.
E isso é muito importante para resolver vários exercícios deste assunto. Isto
porque sabemos deste a primeira parte desta aula que ∆  /0 ∙ ∆.

Assim, no MUV, temos a seguinte relação:


1
.
∆  ∙ ∆
2

Isto significa que para calcular o espaço percorrido entre os instantes (t1, t2)
basta calcular a média das velocidades e multiplicar pelo tempo.
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Amigos, isto é muito importante!!!

Repita: para calcular o espaço percorrido, calculamos a média das


velocidades e multiplicamos pelo tempo!!

Equação de Torricelli

A equação de Torricelli é muito útil quando precisamos relacionar as


velocidades inicial e final, a aceleração e o espaço percorrido (sem precisar
utilizar o tempo). Ei-la:


² 
. 2 ∙ ∆

02. (MEC 2009/CESGRANRIO) Num recente teste realizado com um


determinado modelo de automóvel, atingiu-se a velocidade de 360 km/h.
Verificou-se que, nessa velocidade, o carro freia completamente em 10 s. A
partir do instante em que o motorista pisa no freio, qual a distância, em m,
percorrida pelo carro até parar?
(A) 200
(B) 300
(C) 500
(D) 700
(E) 1.000

Resolução

Vimos na primeira parte desta aula que para transformar de km/h para m/s
devemos dividir por 3,6.

Assim, a velocidade inicial foi de 360/3,6 = 100 m/s.

O carro freou completamente em 10 s. Ou seja, em 10 s a sua velocidade foi


igual a 0.

Qual a distância percorrida?

Vimos que para calcular o espaço percorrido, calculamos a média das


velocidades e multiplicamos pelo tempo.

Portanto:

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1
.
∆  ∙ ∆
2

0 100
∆  ∙ 10
2

∆  500 
Muito fácil, não?

Poderíamos ter resolvido utilizando a equação de Torricelli.


² 
. 2 ∙ ∆

Sabemos:
- a velocidade final
 0
- a velocidade inicial
  100

Precisamos calcular a aceleração.




 0 − 100
    −10/²
∆ 10 10

Agora é só substituir na fórmula!

0²  100² 2 ∙ (−10) ∙ ∆

0  10.000 − 20 ∙ ∆

20 ∙ ∆  10.000

∆  500

Letra C

03. (Analista Pedagógico – Física – SESI/SP 2008/CESPE-UnB) A velocidade de


um objeto em queda livre aumenta continuamente enquanto cai de pequenas
alturas com relação ao solo. Segundo Galileu, a aceleração é igual para todos
os objetos e tem intensidade aproximada de 9,8 m/s² , desconsiderada a
resistência do ar. Com base nessas afirmativas, assinale a opção
correspondente ao valor da velocidade de um objeto, em m/s, após 5
segundos de queda livre.

a) 59
b) 49
c) 39
d) 29
e) 19

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Resolução

Queda livre significa que a velocidade inicial é igual a 0.

Assim, a velocidade inicial é igual a 0 e aceleração é igual a 9,8 m/s².

Portanto, a equação horária da velocidade é dada por:



 


 0 9,8

Após 5 segundos, a velocidade será igual a:


 9,8 ∙ 5


 49/

Letra B

04. (Polícia Civil PE 2006/IPAD) O gráfico abaixo mostra as velocidades de dois


carros, A e B, que trafegam no mesmo sentido ao longo de uma via plana e
reta. No instante t = 0 os carros estão alinhados num mesmo semáforo. Após
quanto tempo o carro B alcançará o carro A?

A) t = 1 s
B) t = 2 s
C) t = 3 s
D) t = 4 s
E) t = 5 s

Resolução

Vamos montar as equações horárias de A e de B.

O corpo A mantém velocidade constante (seu movimento é retilíneo e


uniforme) igual a 10 m/s.

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Considerando que a posição inicial dos dois corpos seja s  0, a equação


horária de A é dada por:

  


  0 10

  10

Vejamos o móvel B. Seu gráfico da velocidade em função do tempo é regido


por uma função afim. Assim, seu movimento é retilíneo e uniformemente
variado.

Sua velocidade inicial é igual a 0 (v  0).

Sua aceleração é dada por:


10 − 0
   5 /²
∆ 2

Assim, a equação horária de B é dada por:

²
  
 ∙ 
2

5²
  0 0
2

5²
 
2

No momento que o carro B alcançar o carro A, suas posições serão iguais:

  

5²
 10
2

5²  20

²  4

² − 4  0

  0 6   4

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No t=0 os carros já estavam na mesma posição (início do movimento). O carro


B alcança o carro A em 4 segundos.

Letra D

05. (Polícia Civil PE 2006/IPAD) A posição de um móvel em movimento


retilíneo é dada pela função horária x = 4 + 20t – 2t2, onde x está em metros
e t em segundos. Podemos afirmar que a velocidade do corpo é igual à zero,
no instante:
A) t = 1 s
B) t = 2 s
C) t = 3 s
D) t = 4 s
E) t = 5 s

Resolução

Vamos comparar a função horária dada com a lei de formação


,-²
  
 ∙  .
.

  4, v  20 e a  −4.

Podemos então escrever a equação da velocidade em função do tempo:



 


 20 − 4
Queremos calcular o instante em que a velocidade é igual a 0.

20 − 4  0

−4  −20

  5 !96 "

Letra E

06. (Docente I – Física – IF/AL 2010 – COPEMA) Um automóvel desloca-se


numa estrada na tentativa de ultrapassagem de um caminhão, utilizando, para
tanto, uma velocidade de 108 km/h, quando, repentinamente, observa outro
carro se deslocando em sentido contrário na mesma estrada, com uma
velocidade de 90 km/h. Imediatamente, ambos os motoristas pisam ao mesmo
tempo no freio, reduzindo as suas respectivas velocidades com uma aceleração
de módulo 5 m/s². Para evitar uma colisão, qual deve ser a mínima distância
entre os carros, a partir do início da freada?
a) 27,5 m
b) 62,5 m
c) 90,0 m
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d) 152,5 m
e) 305,0 m

Resolução

Vamos calcular as distâncias percorridas pelos automóveis durante a freada.

O primeiro carro tinha uma velocidade inicial de 108/3,6 = 30 m/s. Sua


velocidade final é igual a 0. A aceleração tem módulo igual a 5m/s². Como
houve uma desaceleração, então a = - 5 m/s².

Por Torricelli, temos:


² 
. 2 ∙ ∆

0² = 30² + 2 ∙ (−5) ∙ ∆

0 = 900 − 10∆

∆ = 90 !

Ou seja, o primeiro carro percorreu 90 metros até parar.

O segundo carro tinha uma velocidade inicial de 90/3,6 = 25 m/s. Sua


velocidade final é igual a 0. A aceleração tem módulo igual a 5m/s². Como
houve uma desaceleração, então a = - 5 m/s².

Por Torricelli, temos:


² =
. + 2 ∙ ∆

0² = 25² + 2 ∙ (−5) ∙ ∆

0 = 625 − 10∆

∆ = 62,5 !

O segundo carro percorreu 62,5 metros até parar.

Para que não houvesse colisão, a distância mínima entre os carros deveria ser
de 90 + 62,5 = 152,5 metros.

Letra D

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Gráficos do MUV

- Gráfico Aceleração x Tempo

No movimento retilíneo uniformemente variado, a aceleração é constante; o


gráfico é uma reta paralela ao eixo dos tempos.

A área representa a variação da velocidade no intervalo de tempo


correspondente.

- Gráfico Velocidade x Tempo

A equação da velocidade do MRUV é uma função afim. Portanto, o


gráfico é uma reta e a declividade da reta é numericamente igual à aceleração
escalar.

No gráfico, a área é numericamente igual ao deslocamento.

- Gráfico Espaço x Tempo

A equação horária do espaço de um movimento uniformemente variado é


,-²
 =  +
 ∙  + .
.

Por ser uma função quadrática (polinomial do segundo grau), seu gráfico será
um arco de parábola.

O gráfico pode ter concavidade voltada para cima ou para baixo conforme a
aceleração seja positiva ou negativa, respectivamente.
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;0

:0

No instante em que t = 0, o móvel tem espaço inicial s = s0. Este ponto fica
representado sobre o eixo das ordenadas.

O vértice da parábola corresponde ao espaço mínimo (se a>0) ou espaço


máximo (se a<0). É nesse instante em que o corpo muda o sentido do
movimento e sua velocidade é nula.

07. (Especialista em Meio Ambiente – Fìsica – Pref. de São Paulo 2008/FCC)


Uma pedra é atirada verticalmente para cima da superfície de um planeta de
um sistema solar distante. O planeta não tem atmosfera. O gráfico representa
a altura s da pedra acima de seu ponto de partida, em função do tempo t,
adotando-se t = 0 o instante em que a pedra é atirada.

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O módulo da aceleração de queda livre próximo à superfície do planeta é, em


m/s²,
(A) 5,0
(B) 10
(C) 15
(D) 20
(E) 25

Resolução

O gráfico é uma parábola, concluímos que a função horária do espaço é do 2º


grau. Trata-se, portanto, de um movimento uniformemente variado (MUV).

Assim,
²
 =  +
 ∙  +
2

Note que quanto t = 0, s=0.

Portanto, o espaço inicial é igual a 0, ou seja,  = 0.

Nossa equação fica:


²
 =
 ∙  +
2

No instante t = 2 s, correspondente à abscissa do vértice da parábola, a


velocidade é igual a 0 e a posição é igual a 30 m.

Assim, o corpo percorreu 30 metros em 2 segundos. Sua velocidade média nos


dois primeiros segundos foi igual a 15 m/s.

A velocidade média no MUV é a média das velocidades. Portanto:


 + 0
15 =
2


 = 30 /

Vamos agora calcular a aceleração.

O corpo começou o movimento com 30 m/s e em dois segundos sua


velocidade foi igual a 0. Qual o módulo da aceleração?


30
= = = 15 /²
∆ 2
Letra C

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Movimento Vertical no Vácuo

Os antigos gregos acreditavam que quanto maior fosse a massa de um corpo,


menos tempo ele gastaria na queda (muito gente ainda pensa assim, não é?
Rss).

O físico italiano Galileu Galilei (1564-1642) realizou uma célebre experiência


(por volta de 1590), no início do século XVII, que desmentiu a crença dos
gregos. Conta-se que pediu a dois assistentes que subissem no topo da torre
de Pisa e de lá abandonassem, cada um, um corpo de massa diferente do
outro.

Para surpresa geral dos presentes, os dois corpos chegaram ao solo no mesmo
instante. É exatamente isso: ao contrário do que a maioria das pessoas
imagina, a massa de um corpo não influi no seu tempo de queda (se
desprezarmos a resistência do ar).

Um caso particular para o lançamento vertical, desprezando a resistência do


ar, ocorre quando a partícula é liberada do repouso (vo = 0), estando a uma
certa altura em relação ao solo, chama-se queda livre.

Considere uma pedra lançada verticalmente (para cima ou para baixo) ou


abandonada de uma certa posição, nas proximidades da superfície da Terra.
Desprezando a resistência do ar que se opõe ao movimento, podemos admitir
que a aceleração da pedra é constante, com direção vertical e sentido de
cima para baixo; esta aceleração é denominada de aceleração da gravidade.
Na realidade, a aceleração da gravidade varia com a altitude e com a latitude,
porém, se a altura no movimento for relativamente pequena, pode-se
considerar a aceleração da gravidade como sendo constante.

No nível do mar e à latitude de 45º, a aceleração gravitacional tem módulo de


aproximadamente 9,8 m/s2. Em muitos casos utilizaremos 10 m/s².

A aceleração escalar pode ser +g ou -g, conforme a trajetória seja orientada


para baixo ou para cima, respectivamente.

Neste movimento, a trajetória é uma reta vertical e a aceleração é constante,


então ele obedece às equações do MRUV e vamos apenas trocar a por g e S
por h.

Orientemos sua trajetória para baixo, com origem no ponto de lançamento. O


corpo pode ter sido lançado verticalmente para baixo com velocidade escalar
inicial v0 ou, então, ter sido abandonado em repouso (v0 = 0).

A partir das equações horárias de um MUV, deduzimos as equações.

9²

=
 + 9 !  =
  +
2
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Lançamento vertical para cima

Lançando-se verticalmente para cima um corpo, num local onde se possa


desprezar a resistência do ar, ou mesmo no vaco, e próximo da superfície
terrestre, verifica-se que:

i) Durante a subida o movimento é retardado. Ao atingir a altura máxima a sua


velocidade se anula.

Após atingir o pico da trajetória, o corpo inicia seu movimento de descida em


queda livre. Seu movimento é acelerado.

Neste caso (do lançamento vertical para cima), nós orientamos a trajetória
para cima e adotamos o solo como origem dos espaços.

Com essa orientação, a velocidade escalar inicial será positiva (v0 > 0).

Durante a subida, a velocidade escalar será positiva. Sendo o movimento


retardado, concluímos que a aceleração escalar é negativa, pois para que o
movimento seja retardado, a aceleração e a velocidade devem ter sinais
opostos.

Na descida do corpo, a velocidade escalar muda de sinal, tornando-se


negativa. Como o movimento é acelerado, então a aceleração e a velocidade
devem ter o mesmo sinal. Assim, a aceleração continua negativa.

Por outro lado, nos movimentos verticais livres, a aceleração do corpo tem
módulo igual ao da gravidade (g).

Assim, com a trajetória orientada para cima, tanto na subida quanto na


descida, a aceleração escalar é negativa e vale  = −9.

Chamando o espaço de h e fazendo-se as devidas substituições, temos:


=
 − 9

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9²
ℎ = ℎ +
  −
2

A equação de Torricelli também pode ser usada:


² =
. − 29 ∙ ∆ℎ

Observe ainda que no pico da trajetória, temos:

i)  = −9
ii) v = 0
iii) A altura do móvel torna-se máxima. Indicaremos esta altura por H.

Propriedades do lançamento vertical para cima

i) Por um ponto p de altura h < H (ou seja, menor que a altura máxima), o
móvel passa duas vezes: uma subindo e outra descendo. As duas
velocidades são iguais em módulo.

ii) O tempo decorrido na subida é igual ao tempo decorrido na descida.

iii) O tempo de subida é igual a


 /9.

=?
iv) A altura máxima é dada por < = .@> .

Exemplo 5. Próximo da superfície terrestre e no vácuo, lançamos verticalmente


para cima um corpo com velocidade escalar de módulo 30 m/s. A aceleração da
gravidade é constante e se tem g = 10 m/s². Considerando que o corpo tenha sido
lançado do solo, determine:

a) o tempo de subida.
b) A altura máxima

Vamos resolver esta questão de duas maneiras:

Resolução I

Orientemos a trajetória para cima e tomemos como origem dos espaços o solo.
As equações horárias são:


=
 − 9
9²
ℎ = ℎ +
  −
2
Sendo ℎ = 0,
 = 30 ! 9 = 10 (SI), vem:


= 30 − 10 (A)
ℎ = 30 − 5² (A)

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a) No pico da trajetória a velocidade se anula.


30 − 10 = 0
 = 3 !96 "

b) Para se obter a altura máxima, substituímos o tempo por 3 segundos na


equação do espaço.

< = 30 ∙ 3 − 5 ∙ 3² = 45 !

Podíamos também ter utilizado a equação de Torricelli.


² =
. − 29 ∙ ∆ℎ

0² = 30² − 2 ∙ 10 ∙ <

20< = 900

< = 45 !

Resolução II

Vimos que:

iii) O tempo de subida é igual a


 /9.

=?
iv) A altura máxima é dada por < = .@> .

Assim,

a) O tempo de subida é 30/10 = 3 !96 ".

B?
b) A altura máxima é = 45 !.
.×1

Exemplo 6. Lança-se, a partir do solo, verticalmente para cima, uma partícula


com velocidade escalar
 = 40 /. A aceleração da gravidade é constante e tem
módulo g = 10 m/s². Despreza-se a resistência do ar. Responda:

a) Tomando como origem dos espaços o solo, como origem dos tempos o
instante do lançamento e orientando a trajetória para cima, determine a altura
da partícula em função do tempo e a velocidade escalar em função do tempo.

b) Determine o intervalo de tempo de subida, de descida e o intervalo de


tempo total do movimento.

c) Determine a altura máxima.

d) Determine a velocidade escalar de retorno ao solo.


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Resolução

a) Orientemos a trajetória para cima e tomemos como origem dos espaços o


solo. As equações horárias são:


=
 − 9
9²
ℎ = ℎ +
  −
2
Sendo ℎ = 0,
 = 40 ! 9 = 10 (SI), vem:


= 40 − 10 (A)
ℎ = 40 − 5² (A)

b) No pico da trajetória a velocidade se anula.


40 − 10 = 0
 = 4 !96 "

Podíamos ter usado a fórmula


 /9 = 40/10 = 4 segundos.

Como o tempo de descida é igual ao tempo de subida, então o tempo de


descida também é igual a 4 s.

O tempo total do movimento é igual a 4 + 4 = 8 segundos.

c) Para se obter a altura máxima, substituímos o tempo por 4 segundos na


equação do espaço.

< = 40 ∙ 4 − 5 ∙ 4² = 80 !

Poderíamos ter usado a seguinte fórmula:


. 40²
<= = = 80 !
29 2 ∙ 10

d) Determine a velocidade escalar de retorno ao solo.

Vimos que por um ponto p de altura h < H (ou seja, menor que a altura
máxima), o móvel passa duas vezes: uma subindo e outra descendo. As duas
velocidades são iguais em módulo.

Assim, a velocidade escalar de retorno ao solo é a mesma velocidade inicial do


lançamento, ou seja, 40 m/s.

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Cinemática Vetorial

Um ponto material (qualquer corpo ou objeto que tenha suas dimensões


desprezíveis em comparação com as distâncias envolvidas) desloca-se numa
trajetória (caminho percorrido) a partir da posição de repouso com respeito a
um referencial adotado. Considerando o ponto O como origem, estudaremos o
comportamento das grandezas vetoriais e escalares que estão envolvidas com
o movimento do corpo material.

Um móvel que se encontra no ponto P1 sobre a trajetória no instante de tempo


r
t1, tem o seu vetor posição r1 e dado um tempo t2, o móvel encontra-se no
r
ponto P2 sobre a trajetória, tendo assim um vetor posição r2 .

O vetor deslocamento ∆D é definido como sendo a diferença dos vetores


posições, ou seja: o deslocamento vetorial desse móvel entre os pontos P1 e P2
é obtido unindo-s os pontos P1 e P2 por intermédio de um vetor, orientado de
P1 para P2.

Exemplo 7. Para ir da cidade A à cidade B, um automóvel percorre o


trajeto em azul indicado na figura em 1 hora. A quilometragem observada
pelo motorista no velocímetro do automóvel, no fim desse percurso, é de 80
km. Ligando a cidade A à cidade B por um vetor, verificamos, através de uma
escala, que a medida desse vetor corresponde a 50 km.

B
"D
A

O vetor "D representado na figura, que une a posição inicial à posição final do
móvel, é denominado vetor deslocamento.

Em 1 hora o automóvel percorre, ao longo da trajetória curvilínea , 80 km e


realiza um deslocamento de A para B de 50 km.

Não se devem confundir as duas grandezas distintas que se relacionam como


movimento desse automóvel.

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Veja:

A grandeza escalar corresponde ao comprimento da trajetória ou variação da


posição. No caso, ∆  80$.

A grandeza vetorial tem orientação e módulo ligados apenas aos pontos inicial
e final. No caso, de A para B, com módulo 50 km.

Observe que o módulo do vetor deslocamento é sempre menor ou igual ao


módulo da variação de posição.

E"DE ≤ |∆|

A igualdade ocorre se a trajetória for retilínea.

Velocidade Vetorial Média

Até agora nós estudamos a velocidade média como grandeza escalar. Trata-se
do quociente entre a variação da posição e o correspondente intervalo de
tempo.

∆

0 
∆

A partir de agora, a velocidade média será tratada como grandeza vetorial e


definida da seguinte forma: o quociente entre o vetor deslocamento e o
correspondente intervalo de tempo.

"D
HHHHHD

0 
∆

Como ∆ > 0, então o vetor

HHHHHD
0 terá a mesma direção e sentido do vetor
deslocamento.

No caso anterior, do automóvel que realizou a viagem entre as cidades A e B,


temos:
∆ 80$

0    80$/ℎ
∆ 1ℎ

E"DE 50$
|

HHHHHD|
0    50$/ℎ
∆ 1 ℎ

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Aceleração Vetorial Média

r HHHHHD
∆=
HHHHHD
O vetor aceleração média a m é dado pela relação: 0  .
∆-

HHHHD .
O vetor aceleração média tem a mesma direção e sentido de ∆

Aceleração Vetorial Instantânea

É a aceleração de um móvel em um determinado instante.

No caso de uma trajetória curvilínea, o vetor D está sempre voltado para


dentro da curva. Para entender melhor o significado da aceleração vetorial
instantânea D, ela é decomposta em duas componentes perpendiculares: a
aceleração tangencial 
HHHD- e a aceleração centrípeta 
HHHHHHD.
IJ

HHHD- e 
O vetor D é o resultante dos vetores  HHHHHHD.
IJ

Logo,

HHHD- 
D   HHHHHHD (
!K!
IJ !)

.  -. IJ
.
(! ó"6K − M!! "! Ná9)

A aceleração tangencial é responsável pela variação do módulo do


vetor velocidade e só existe em movimentos acelerados ou retardados.

Características da aceleração tangencial

i) módulo igual ao da aceleração escalar


ii) direção: tangente à da trajetória
iii) sentido: igual ao do vetor velocidade, se o movimento for acelerado; oposto
ao do vetor velocidade, se o movimento for retardado.

A aceleração centrípeta é responsável somente pela mudança da


direção do móvel, pois ele faz variar o vetor velocidade em direção.
Logo, existe em movimentos de trajetórias curvas.

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Características da aceleração centrípeta

i) Módulo igual a
²/P em que R é o raio de curvatura da trajetória (se a
trajetória for circular, será o raio do círculo).
ii) Direção: perpendicular ao vetor velocidade em cada ponto.
iii) Sentido: para o centro da curvatura da trajetória.

A aceleração centrípeta também é chamada de aceleração normal.

Composição de movimentos

É muito comum observar pessoas apressadas em Shoppings ou em aeroportos.


Basta olhar para as escadas rolantes. As pessoas mais apressadas não ficam
paradas na escada, mas caminham por seus degraus e assim conseguem mais
velocidade sem grande esforço físico.

A explicação para esse fato é que o movimento da pessoa está sendo


adicionado ao movimento da escada.

É assim também que se explica o que acontece quando as crianças se põem a


caminhar na escada rolante, mas no sentido oposto ao seu deslocamento.

Estamos tratando, portanto, de situações com movimentos compostos. Os


deslocamentos observados são compostos pelo movimento das pessoas na
escada rolante mais o movimento da própria escada.

Tratando a velocidade vetorialmente, o vetor velocidade resultante

HHHHD,
Q que
descreve o movimento da pessoa para um observador parado no solo, é o
resultado da soma vetorial das duas velocidades: a da pessoa, em relação à
escada parada, e a de deslocamento da própria escada rolante.

Se a velocidade da pessoa é de 2 m/s, e a velocidade da escada é de 1m/s,


então a velocidade resultante será de 3 m/s (pois as velocidades estão na
mesma direção e sentido).

Já para a criança que se desloca no sentido contrário ao do movimento da


escada rolante, imaginando não haver obstáculo algum, ela vai conseguir
chegar ao início da escada dependendo apenas do módulo de sua velocidade.
Se a escada tiver velocidade 1 m/s, a criança consegue chegar se a sua
velocidade for maior que 1 m/s. Se a sua velocidade for igual a 1m/s, ela
ficará parada em relação ao solo. Caso contrário, ou seja, se a velocidade da
criança for menor que 1 m/s, parecerá ao observador externo que a criança
está sendo arrastada para cima lentamente.

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O Princípio de Galileu ou Princípio da Independência dos Movimentos

Considere uma balsa descendo o rio e um homem parado sobre ela, no ponto
A. Chamemos o movimento da balsa (e nesse caso do homem) ao ser
arrastada pela correnteza, em relação à Terra, de movimento de arrastamento
e a velocidade vetorial correspondente de velocidade de arrastamento

HHHHHHHHD
,%% (no
exemplo anterior, seria a velocidade da escada rolante).

Se, num determinado instante, o homem caminha do ponto A para o ponto B,


o movimento do homem, em relação à balsa, é denominado movimento
relativo à balsa, e a correspondente velocidade vetorial é denominada
HHHHHHHD
velocidade relativa
%&' (no exemplo anterior, seria a velocidade da pessoa
caminhando na escada).

O princípio da independência dos movimentos diz que a correnteza não


interfere no tempo de deslocamento da pessoa sobre a jangada, que é
arrastada pela correnteza. Da mesma maneira, afirma-se que o deslocamento
da pessoa não interfere no arrastamento da jangada pela correnteza.

Galileu estudou o movimento resultante da composição de outros


movimentos e percebeu que quando um corpo se encontra sob a ação
simultânea de vários movimentos, cada um deles se processa como se
os demais não existissem.

08. (Polícia Civil PE 2006/IPAD) Um barco navegando em linha reta contra a


correnteza de um rio percorreu uma distância de 10 km em 20 min. Na
viagem de volta o tempo gasto foi de apenas 15 min. Sabendo que a
velocidade própria do barco (em relação ao rio) foi constante e a mesma nos
dois sentidos, determine a velocidade da correnteza.
A) 3 km/h
B) 4 km/h
C) 5 km/h
D) 6 km/h
E) 7 km/h

Resolução

Vamos considerar que o módulo da velocidade do rio seja de


% m/s e que o
módulo da velocidade do barco seja de
 m/s.

Quando o barco navega contra a correnteza, o módulo da velocidade


resultante é igual à diferença dos módulos. O módulo da resultante é igual a:
10$ 10$
  30$/ℎ
20  1
3ℎ


 −
Q  30

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Quando o barco navega no sentido da correnteza, o módulo da velocidade


resultante é igual à soma dos módulos. O módulo da resultante é igual a

10 $ 10 $
 = 40 $/ℎ
15  1
4 ℎ


% +
 = 40

Temos um sistema de equações para resolver:


 −
Q = 30
R

 +
Q = 40

Somando as duas equações, temos:

2 ∙
 = 70


 = 35

Como a soma das velocidades é 40, então a velocidade do rio é de


% = 5 $/ℎ.

Letra C

Exemplo 8. As águas de um rio correm com velocidade


HHHHD em relação às
margens, sendo o módulo desta velocidade igual a 6,0 m/s. As margens do rio são
paralelas e separadas por uma distância de 24 metros. Uma lancha sai de uma das
margens em direção à outra, com velocidade
HHHHD1 em relação à água, de modo que seu
eixo fique perpendicular à correnteza. Sabendo que o módulo da velocidade da lancha
é igual a 8,0 m/s, calcule:

a) O módulo da velocidade da lancha em relação às margens.


b) O intervalo de tempo da travessia.
c) O deslocamento rio abaixo.
d) O deslocamento em relação às margens.

Resolução

a) Vamos calcular o módulo da velocidade resultante pelo teorema de


Pitágoras.
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HHHD|²
% = 6² + 8²

HHHD|
% = 10 /

b) O movimento da correnteza não interfere no intervalo de tempo da


travessia (princípio de Galileu). Podemos fazer o cálculo como se o rio
estivesse parado.

24
∆ = = 3 !96 "
8 /

c) Ao sair de uma margem em direção à outra margem, a lancha é arrastada


lateralmente. O deslocamento rio abaixo pode ser calculado, então, usando-se
a velocidade da água em relação às margens (com o tempo total de travessia
= 3 segundos).

" = 6 C 3 = 18 !

d) Para um observador fixo na margem, a trajetória do barco é está na mesma


direção da velocidade resultante.

O deslocamento vai ser igual a 10 C 3 = 30 !.

Poderíamos ter calculado essa distância utilizando o teorema de Pitágoras.

Lançamento Horizontal

Considere um corpo lançado horizontalmente de determinada altura, com


velocidade inicial

HHHHD.
 Desprezando a resistência do ar, ele descreve uma
trajetória parabólica, resultante da composição de dois movimentos
simultâneos e independentes: um movimento uniforme na horizontal e uma
queda livre na vertical.

A figura abaixo mostra duas esferas que foram postas em movimento


simultaneamente. Uma é abandonada em queda livre e a outra foi lançada
horizontalmente. As linhas são fios paralelos eqüidistantes. Observe a posição
de cada esfera com o passar do tempo.

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No lançamento horizontal no vácuo, o tempo de queda independe da


massa e da velocidade horizontal de lançamento.

09. (Polícia Civil PE 2006/IPAD) Um corpo é atirado do alto de um edifício de


10 m de altura, com velocidade V0 = 5,0 m/ s , paralela ao solo. Calcule o
módulo da velocidade do corpo no instante em que ele atinge o solo. Despreze
a resistência do ar durante o movimento do corpo.

A) 15 m/s
B) 20 m/s
C) 25 m/s
D) 30 m/s
E) 35 m/s

Resolução

O lançamento horizontal é composto por um movimento uniforme na


horizontal e uma queda livre na vertical.

Como a velocidade horizontal inicial é de 5,0 m/s, esta será a velocidade


horizontal que acompanhará o corpo ao longo de todo o percurso (movimento
uniforme na horizontal).

Vamos calcular a velocidade na vertical.

Inicialmente a velocidade vertical é igual a 0.

A distância percorrida foi de 10 metros na vertical.

A aceleração é a da gravidade (dada na prova e igual a 10m/s²).

Vamos calcular a velocidade final com a equação de Torricelli.


² =
. + 2 ∙ ∆


² = 0² + 2 ∙ 10 ∙ 10


² = 200


= 10√2 /
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Temos a seguinte composição de movimentos no instante em que o corpo toca


o solo:

O módulo da resultante é calculado através do Teorema de Pitágoras.


%. = 5² + (10√2)²


%. = 225


% = 15 /

Letra A

Lançamento Oblíquo

Os lançamentos oblíquos são situações que podem ser estudadas pelo princípio
da independência dos movimentos de Galileu.

Uma partícula é lançada com velocidade inicial v0, segundo um ângulo U


em relação ao eixo horizontal (lançamento oblíquo), estando sob a ação da
aceleração da gravidade, agindo verticalmente para baixo, impondo uma
trajetória parabólica, resultante da composição de dois movimentos.

Sendo a velocidade uma grandeza vetorial, pode-se decompô-la segundo os


eixos x e y, com o intuito de estudarmos os movimentos separadamente. Com
respeito a vertical, tem-se o movimento uniformemente variado e movimento
uniforme segundo o eixo horizontal, visto que a aceleração da gravidade sendo
vertical, não tem componente nesta direção. Em termos das componentes da
velocidade inicial, percebe-se que:

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V =
 ∙ cos 


Y =
 ∙ ! Z

Na horizontal, segundo o eixo x, o movimento é uniforme; desse modo,


podemos escrever:

 =  +
[ 

) = 0 +
V ∙ 

) =
V ∙ 

Na vertical, segundo o eixo y, o movimento é uniformemente variado.


Orientando o eixo para cima, podemos escrever:


Y =
Y − 9

9²
\ = \ +
Y  −
2

A equação de Torricelli também pode ser usada:


Y. =
Y
.
− 29 ∙ ∆\

Propriedades do lançamento oblíquo no vácuo

No lançamento oblíquo de um projétil no vácuo:


• A única força que age sobre o mesmo é a força peso;
• A única aceleração é a da gravidade;
• O movimento parabólico é composto por dois movimentos
independentes;
• Na direção vertical, a projeção do movimento é um MRUV com
aceleração igual à da gravidade;
• Na direção horizontal, a projeção do movimento é um MRU;
• No ponto de altura máxima, a componente vertical da velocidade é nula,
mas o vetor velocidade não. Neste ponto, a velocidade é mínima e o seu valor
é igual ao módulo da componente horizontal;
• Ângulos complementares produzem o mesmo alcance, desde que Vo seja
a mesma;

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• O intervalo de tempo na subida é igual ao intervalo de tempo na descida


até o nível do lançamento.

• O alcance é máximo quando o ângulo de lançamento é igual a 45º e


dado por:

.
0á[ =
9

Exemplo 9. No instante t = 0, uma partícula é lançada de um ponto O do solo


(plano e horizontal) com velocidade
HHHHD formando um anglo ] com a horizontal. São
dados 9 = 10 /², |
HHHHD|
 = 100/. Sabe-se ainda que ! ] = 0,6 e #] = 0,8.
Desprezando os efeitos do ar e adotando um sistema de coordenadas com origem O,
como mostra a figura, pedem-se:

a) as equações horárias da abscissa x e da ordenada y da partícula.


b) a equação horária da componente vertical da velocidade.
c) as coordenadas da partícula no instante t = 3,0s (supondo que nesse
instante a partícula ainda não tenha atingido o solo.
d) o módulo da velocidade no instante t = 3,0 s.

Resolução


0 nas direções horizontal e
a) O primeiro passo é decompor a velocidade inicial HHHHD
vertical.


V =
 ∙ cos  = 100 ∙ 0,8 = 80 /


Y =
 ∙ ! Z = 100 ∙ 0,6 = 60 /

Na direção horizontal temos um movimento uniforme de espaço inicial nulo.

A equação é dada por ) =


V ∙  → ) = 80 (A)

Na direção vertical temos um movimento uniformemente variado (MUV) de


espaço inicial y0 nulo, e aceleração escalar a = - g = - 10 m/s² (pois
orientamos o eixo y para cima).

9²
\ = \ +
Y  −
2

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10²
\ = 0 + 60 −
2

\ = 60 − 5² (A)

Estas equações, obviamente, só valem até o instante em que a partícula toca o


solo.

b) Na vertical temos um MUV de velocidade escalar inicial


Y = 60 / e
aceleração a = -g = -10m/s². Assim,


Y =
Y − 9


Y = 60 − 10 (A)

c) Sabemos que
) = 80
\ = 60 − 5²

Portanto, para t = 3,0s, temos:

) = 80 ∙ 3 = 240 

\ = 60 ∙ 3 − 5 ∙ 3² = 135 

d) Vamos calcular a velocidade na vertical no instante t = 3,0s.


Y = 60 − 10


Y = 60 − 10 ∙ 3 = 30 /

Como a velocidade y é positiva, concluímos que o corpo ainda está subindo.

A velocidade na horizontal é constante e igual a 80 m/s.

Pelo Teorema de Pitágoras, temos:

/%. = 30² + 80²

/%. = 7.300

/% = 73√10 /
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Unidade de medida de ângulos


Ao dividir um ângulo raso em 180 partes iguais, obtemos ângulos de 1º (um grau).
Portanto, o ângulo de 1º é o ângulo que corresponde a 1/180 do ângulo raso.

Radiano

Há outra medida de ângulos que é muito utilizada e faz parte do SI (Sistema Internacional
de Unidades). Ângulos medidos em radianos são frequentemente apresentados sem
qualquer unidade explícita. Quando, porém, uma unidade é apresentada, normalmente se
utiliza a sigla rad. E o que significa 1 radiano?
Imagine uma circunferência com o raio igual a 1 metro.

1 metro

Marque um ponto qualquer na circunferência. Imagine agora que esta circunferência é


uma mini-pista de Cooper. Você decide andar sobre a circunferência exatamente o
comprimento de 1 metro.

1 metro

Pois bem, o ângulo formado pelos dois raios tracejados é de exatamente 1 radiano.
Na verdade, não é necessário que o raio seja de 1 metro. O que precisa acontecer é o
seguinte:
i) Trace uma circunferência com um raio qualquer. Digamos que o raio seja igual a R.
ii) Marque um ponto inicial na circunferência. Ao “andar” sobre a circunferência um
comprimento igual ao raio da circunferência, estará definido um arco de 1 radiano.

E a volta completa representa quantos radianos?

Para responder esta pergunta, basta efetuar uma regra de três.

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Se quando o comprimento andado na circunferência é igual a R, o arco medido é de 1


radiano, quantos radianos há na volta completa? (lembre-se que o comprimento total da
circunferência é igual a 2^P).

Comprimento “andado” na Radianos


circunferência
P 1
2^P )

É óbvio que aumentando o comprimento andando na circunferência, aumentará o ângulo.


Portanto, as grandezas são diretamente proporcionais.
1 P
=
) 2^P
1 1
=
) 2^

) = 2^ "

Desta forma, a volta completa (360º) corresponde a 2^ ".

Obviamente, 180º é a metade de 360º, portanto 180º correspondem a ^ ".

Tendo em vista essas considerações, podemos estabelecer a seguinte correspondência


para conversão de unidades:

180° ⇆ ^ "
Exemplo 1. Exprima 210º em radianos.

Resolução

Basta “montar” uma regra de três. Em casos como este de mudança de unidades, a regra
de três é sempre direta, de forma que podemos aplicar a propriedade fundamental das
proporções: o produto dos meios é igual ao produto dos extremos.

180° ⇆ ^ "

210° ⇆ )

180° ∙ ) = 210° ∙ ^

210° ∙ ^ 210^ 21^


)= = =
180° 180 18

7^
)= "
6
.a
Exemplo 2. Exprima " em graus.
B

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Resolução
180° ⇆ ^ "
2^
)⇆ "
3
2^
^ ∙ ) = 180° ∙
3

^ ∙ ) = 120°^

) = 120°

Memorizando alguns valores básicos, podemos rapidamente deduzir outros. Por exemplo,
vamos transformar 30º em radianos.

180° ⇆ ^ "
30° ⇆ )

180° ∙ ) = 30° ∙ ^

30° ∙ ^ 30^ ^
)= = =
180° 180 6
^
) "
6

Ora, se 30º é o mesmo que ^/6 rad, portanto para calcular 60º em radianos basta
multiplicar ^/6 rad por 2 (já que 60º é o dobro de 30º).
^ ^
60° ⇆ 2 ∙  "
6 3

90º é o triplo de 30º, portanto para calcular 90º em radianos basta multiplicar ^/6 rad por
3 (já que 90º é o triplo de 30º).
^ ^
90° ⇆ 3 ∙  "
6 2

45º é a metade de 90º, então para calcular 45º em radianos basta dividir ^/2 rad por 2.
^
^
45° ⇆ 2 = "
2 4

120º é o dobro de 60º, portanto para calcular 120º em radianos basta multiplicar ^/3 por
2.
^ 2^
120° ⇆ 2 ∙ = "
3 3

270º é o triplo de 90º, portanto para calcular 270º em radianos basta multiplicar ^/2 por 3.

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^ 3^
270° ⇆ 3 ∙ = "
2 2

E desta forma, podemos criar a seguinte tabela de valores notáveis.

Graus Radianos
30º ^
"
6
45º ^
"
4
60º ^
"
3
90º ^
"
2
120º 2^
"
3
180º ^ "
270º 3^
"
2
360º 2^ "

Movimento Curvilíneo

No movimento curvilíneo plano, o corpo descreve uma trajetória curva


qualquer, desde que a referida curva pertença a um plano.

O movimento pode ser uniforme, uniformemente variado ou qualquer. Sendo a


trajetória do móvel uma curva qualquer, a velocidade vai variar
constantemente em direção, em função do tempo, uma vez que o vetor
velocidade é sempre tangente à curva no ponto onde se encontra o móvel.

Por outro lado, se o movimento for curvilíneo e uniforme, a intensidade da


velocidade é constante enquanto que no curvilíneo variado, além da direção,
varia também a intensidade da velocidade do móvel.

Aceleração Centrípeta (ac)

Responsável pela variação da direção da velocidade.

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Aceleração Tangencial (at)

Responsável pela variação do módulo da velocidade.

Observação

De acordo com o Princípio de Galileu, as acelerações, centrípeta e


tangencial, são independentes entre si, sendo que uma pode existir sem a
outra.

Movimento Circular Uniforme (MCU)

O movimento circular uniforme é o movimento em que a trajetória do


corpo é uma circunferência. Também é caracterizado por ser periódico, isto é,
de tempos em tempos iguais, o móvel passa pelo mesmo ponto com a mesma
velocidade e a mesma aceleração.

Período (T)
É o tempo gasto pelo móvel entre duas passagens consecutivas pelo
mesmo ponto da trajetória, com a mesma velocidade e a mesma aceleração. A
unidade do período é a unidade de tempo. No SI, a unidade é o segundo (s).

Freqüência (f)
É o número de voltas completas do móvel na unidade de tempo.

Unidades de Freqüência
No SI, a unidade é o Hz (hertz), mas pode ser também rps (rotações
por segundo), Utilizamos também outras como rpm (rotações por minuto),
ciclos por dia e etc.

Relação entre Período e Freqüência


A freqüência é o inverso do período e o período é o inverso da
freqüência.
Em símbolos, temos:

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1 1
b= 6 M =
M b

Velocidades no MCU

Considere um movimento circular uniforme de raio R. Num intervalo de


tempo t, o móvel se desloca do ponto P1 até o ponto P2, percorrendo o arco cd,
ao mesmo tempo que descreve o ângulo ce.

Definimos duas velocidades:

Velocidade Tangencial (escalar, linear)

A velocidade tangencial é definida como sendo a razão entre a medida


do arco percorrido e o intervalo de tempo correspondente.
As unidades são metro por segundo (m/s) no SI, centímetro por segundo
(cm/s), etc.
Esta velocidade depende do raio da circunferência, quanto maior a
distância de um ponto até o centro, maior será a sua velocidade tangencial.

∆S
V =
∆t

Considerando que o móvel complete uma volta, a medida do arco


percorrido é 2π
π R e o intervalo de tempo é T (período).

2^P
/= 6 / = 2^P ∙ b
M
Velocidade Angular

A velocidade angular é a razão entre o ângulo descrito e o intervalo de


tempo necessário para descrevê-lo. A velocidade angular é medida em
radianos por segundo (rad/s) e independe do raio.

∆ϕ
ω=
∆t

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No caso de uma volta completa, o ângulo descrito corresponde a 360º


ou 2π rad e o tempo para completar uma volta é o período T, então:

2^
f= 6 f = 2^ ∙ b
M

Perceba que a relação entre a velocidade angular e a velocidade linear é a


seguinte:

/ =f∙P

Características da aceleração centrípeta

Qualquer movimento, cuja trajetória não é uma reta, tem uma mudança
de direção, logo a direção da velocidade tangencial é variável, e esta variação
da direção da velocidade ocorre devido à aceleração centrípeta.

A aceleração centrípeta é perpendicular à direção da velocidade


tangencial. Portanto, nos movimentos circulares, a linha de ação da aceleração
centrípeta é o próprio raio da circunferência.

i) Módulo igual a
²/P em que R é o raio de curvatura da trajetória (se a
trajetória for circular, será o raio do círculo).
ii) Direção: perpendicular ao vetor velocidade em cada ponto.
iii) Sentido: para o centro da curvatura da trajetória.

A aceleração centrípeta também é chamada de aceleração normal.

No MCU, a trajetória é circular e a velocidade é constante em módulo, então a


aceleração tangencial, que altera o módulo da velocidade, é nula. A aceleração
centrípeta, que altera a direção da velocidade, não é nula.

Transmissão de Movimento Circular Uniforme

É possível efetuar a transmissão de movimento circular entre duas


rodas, dois discos ou duas roldanas através de dois procedimentos básicos,
encostando-os ou ligando-os por uma correia ou corrente, conforme as figuras
abaixo:

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Em ambas as situações, as velocidades tangenciais dos pontos periféricos


das duas roldanas são iguais, em cada instante. Considerando os pontos A e
B, temos:

 =


Os raios das roldanas e, portanto, dos movimentos descritos pelos pontos A e


B são RA e RB, respectivamente. Sendo ωA e ωB as correspondentes
velocidades angulares, podemos escrever:

ωA RA = ωB RB
Portanto, as velocidades angulares das roldanas são inversamente
proporcionais aos respectivos raios. Exemplo: Se um raio é a metade do outro,
sua velocidade angular será o dobro.

Podemos escrever também:

b, ∙ P = b ∙ P

10. (Polícia Civil PE 2006/IPAD) Os ponteiros dos minutos e das horas de um


relógio têm comprimentos iguais a Lmin = 2,0 cm e Lhora = 1,5 cm,
respectivamente. Determine a razão Vmin / Vhora entre as velocidades das
pontas destes ponteiros.
A) 12
B) 14
C) 16
D) 18
E) 20

Resolução

Vamos calcular cada uma das velocidades de per si e depois calcular a razão
pedida.

Vejamos o ponteiro dos minutos. Ele dá uma volta completa em 1 hora


(período). Sua velocidade linear é dada por:

2^P 2^ ∙ 2 #
/0gh = = = 4^ #/ℎ
M 1 ℎ

O ponteiro das horas dá uma volta completa em 12 horas (período). Sua


velocidade linear é dada por:

2^P 2^ ∙ 1,5 #
/ij%, = = = 0,25^ #/ℎ
M 12 ℎ

A razão pedida é igual a:

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/0gh 4^
= = 16
/ij%, 0,25^
Letra C

Exemplo 3. Um móvel executa um movimento circular uniforme de raio 40 cm,


com frequência 15 rpm (rotações por minuto). Determine:

a) O período em segundos.
b) A velocidade angular em radianos por segundo.
c) A velocidade linear em metros por segundo.
d) O módulo da aceleração centrípeta.

Resolução

a) A frequência em Hertz (rotações por segundo), é:

 
b  15 15  0,25 <k
 60 
O período é o inverso da frequência:

1 1
M= = = 4
b 0,25

b) A velocidade angular é dada por:

2^ 2^
f= = = 0,50^ "/
M 4

c) A velocidade linear pode ser calculada através da seguinte relação (o raio é


igual a 0,4 m):

/ = f ∙ P = 0,50^ ∙ 0,4 = 0,20^ /

d) O módulo da aceleração centrípeta pode ser calculado pela fórmula:


. (0,20^)²
lm = = = 0,10^² /²
P 0,4

A aceleração centrípeta também pode ser calculada em função da velocidade


angular, pela fórmula:

lm = f² ∙ P = (0,50^ ). ∙ 0,4 = 0,10^² /²

Exemplo 4. Duas engrenagens de uma máquina estão ligadas por uma


corrente, de modo que o movimento de uma acarreta o movimento da outra. A
maior tem frequência de 60 rotações por minuto e raio 10 cm. Para a
engrenagem menor, cujo raio é 4,0 cm, determine:

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a) a frequência (em Hertz).


b) o período (em segundos).
c) a velocidade angular (em radianos por segundo).
d) a velocidade linear (em metros por segundo) de um ponto da periferia.

Resolução

a) Dados: b = 60 n; P  10#  0,10 ; P = 4,0 # = 0,04

Como a velocidade linear é a mesma para qualquer ponto das duas


engrenagens, temos:

b, ∙ P = b ∙ P

60 ∙ 0,10 = b ∙ 0,04

b = 150 n

Em Hertz:

 
b = 150 = 150  2,5 <k
 60 

b) O período é o inverso da frequência.

1 1
M = = = 0,4 
b 2,5

c) A velocidade angular de B.

2^ 2^
f = = = 5^ "/
M 0,4

d) A velocidade linear é o produto da angular pelo raio.


 = f ∙ P = 5^ ∙ 0,04 = 0,20^ /

Ficamos por aqui. Um abraço e até a próxima aula.

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Relação das questões de concurso comentadas

01. (Polícia Civil PE 2006/IPAD) Um menino, em frente a uma parede, emite


um som e ouve o eco 0,4 s depois. Determine a distância entre o menino e a
parede.
A) 17 m
B) 34 m
C) 51 m
D) 68 m
E) 85 m

02. (MEC 2009/CESGRANRIO) Num recente teste realizado com um


determinado modelo de automóvel, atingiu-se a velocidade de 360 km/h.
Verificou-se que, nessa velocidade, o carro freia completamente em 10 s. A
partir do instante em que o motorista pisa no freio, qual a distância, em m,
percorrida pelo carro até parar?
(A) 200
(B) 300
(C) 500
(D) 700
(E) 1.000

03. (Analista Pedagógico – Física – SESI/SP 2008/CESPE-UnB) A velocidade de


um objeto em queda livre aumenta continuamente enquanto cai de pequenas
alturas com relação ao solo. Segundo Galileu, a aceleração é igual para todos
os objetos e tem intensidade aproximada de 9,8 m/s² , desconsiderada a
resistência do ar. Com base nessas afirmativas, assinale a opção
correspondente ao valor da velocidade de um objeto, em m/s, após 5
segundos de queda livre.

a) 59
b) 49
c) 39
d) 29
e) 19

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04. (Polícia Civil PE 2006/IPAD) O gráfico abaixo mostra as velocidades de dois


carros, A e B, que trafegam no mesmo sentido ao longo de uma via plana e
reta. No instante t = 0 os carros estão alinhados num mesmo semáforo. Após
quanto tempo o carro B alcançará o carro A?

A) t = 1 s
B) t = 2 s
C) t = 3 s
D) t = 4 s
E) t = 5 s

05. (Polícia Civil PE 2006/IPAD) A posição de um móvel em movimento


retilíneo é dada pela função horária x = 4 + 20t – 2t2, onde x está em metros
e t em segundos. Podemos afirmar que a velocidade do corpo é igual à zero,
no instante:
A) t = 1 s
B) t = 2 s
C) t = 3 s
D) t = 4 s
E) t = 5 s

06. (Docente I – Física – IF/AL 2010 – COPEMA) Um automóvel desloca-se


numa estrada na tentativa de ultrapassagem de um caminhão, utilizando, para
tanto, uma velocidade de 108 km/h, quando, repentinamente, observa outro
carro se deslocando em sentido contrário na mesma estrada, com uma
velocidade de 90 km/h. Imediatamente, ambos os motoristas pisam ao mesmo
tempo no freio, reduzindo as suas respectivas velocidades com uma aceleração
de módulo 5 m/s². Para evitar uma colisão, qual deve ser a mínima distância
entre os carros, a partir do início da freada?
a) 27,5 m
b) 62,5 m
c) 90,0 m
d) 152,5 m
e) 305,0 m

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07. (Especialista em Meio Ambiente – Fìsica – Pref. de São Paulo 2008/FCC)


Uma pedra é atirada verticalmente para cima da superfície de um planeta de
um sistema solar distante. O planeta não tem atmosfera. O gráfico representa
a altura s da pedra acima de seu ponto de partida, em função do tempo t,
adotando-se t = 0 o instante em que a pedra é atirada.

O módulo da aceleração de queda livre próximo à superfície do planeta é, em


m/s²,
(A) 5,0
(B) 10
(C) 15
(D) 20
(E) 25

08. (Polícia Civil PE 2006/IPAD) Um barco navegando em linha reta contra a


correnteza de um rio percorreu uma distância de 10 km em 20 min. Na
viagem de volta o tempo gasto foi de apenas 15 min. Sabendo que a
velocidade própria do barco (em relação ao rio) foi constante e a mesma nos
dois sentidos, determine a velocidade da correnteza.
A) 3 km/h
B) 4 km/h
C) 5 km/h
D) 6 km/h
E) 7 km/h

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09. (Polícia Civil PE 2006/IPAD) Um corpo é atirado do alto de um edifício de


10 m de altura, com velocidade V0 = 5,0 m/ s , paralela ao solo. Calcule o
módulo da velocidade do corpo no instante em que ele atinge o solo. Despreze
a resistência do ar durante o movimento do corpo.

A) 15 m/s
B) 20 m/s
C) 25 m/s
D) 30 m/s
E) 35 m/s

10. (Polícia Civil PE 2006/IPAD) Os ponteiros dos minutos e das horas de um


relógio têm comprimentos iguais a Lmin = 2,0 cm e Lhora = 1,5 cm,
respectivamente. Determine a razão Vmin / Vhora entre as velocidades das
pontas destes ponteiros.
A) 12
B) 14
C) 16
D) 18
E) 20

Gabaritos

01. D
02. C
03. B
04. D
05. E
06. D
07. C
08. C
09. A
10. C

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