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I
Há
só
uma
força
que
nos
arrasta
Um
braço
que
nos
abotoa
Um
sol
que
nos
faroliza
Quem
não
afiançar
Será
esfinge
tingida
de
branco
como
sombra
num
barco
vago
Será
voz
e
vela
Cala
a
medo
a
semente
empubescida
no
tronco
Enxertia
de
enxofre
na
prelada
luz
Tumba
das
vozes
renascidas
Um
som
estorva
as
trevas
Jazem
pétalas
brancas
1Cinzas
II
Ágora
Sinfonia
transmutada
em
casca
do
escaravelho
O
verde
ensanguentado
da
espuma
carrega
de
vontade
o
sopro
A
vida?
a
vida
repousa
pérfida
Das
latas
que
soam
do
alto
apenas
as
montanhas
geladas
se
ouvem
Um
vento
que
rosna
quieto
Montanhas
paridas
pelo
desespero
Manto
a
cobrir
a
dor
Sim,
essa
dor
que
teima
em
ser
diamante
Essa
dor
que
todos
os
dias
renasce
qual
Fígaro
torturado
O
sofrimento
dormente
do
corpo
desmembrado
III
Das
águas
Só
o
rio
continua
Dos
ventos
Só
o
pó
me
cega
Dos
fogos
Já
a
chama
acaba
no
fim
do
corpo
Da
paz
Implodem
agrilhoes
estacados
nas
entranhas
púrpuras
Das
guerras
Morro
1
Josefa
Pais,
Biblioteca
Municipal
de
Montemor
o
Velho,
8Abr14
IV
Terror
O
sol
perfurou
o
pano
ocre
Transladou
o
frio
Os
versos
das
pedras
Erodem
desejos
Inscrevem
a
pele
ressequida
Há
só
fogo?
V
Sinto
o
ferro
em
brasa
atravessar-‐me
Espartilha
o
quadrilátero
das
fontes
Qual
ignominia
da
íris
Qual
vitória
da
sola
quente
e
putrefacta
Abandono
já
Este
caminho
VI
Porque
das
vontades
inquietas
me
nutro
Vou
correr
desventurada
pelas
planícies
não
achadas
Só
me
detenho
no
mar
de
prata
Quando
banhada
no
ouro
Roubado
de
agreste
trigo
e
prado
VII
Cardumes
de
sonhos
Um
dia
sonhei
que
sonhava
com
um
sonho
sonhado
Oníris
assim
deslizava
suave
Por
cada
braço
Por
cada
perna
Um
dia
sonhei
que
sonhava
um
sonho
sonhado
Vendido,
pequeno,
por
parcas
essências
Mas
hoje,
sonho
um
sonho
que
não
quero
sonhado
Apenas,
abençoado
VIII
Há
poesia
na
dor
Quando
se
empola
a
pele
Torcendo
as
têmporas
Quando
as
rastas
abismam-‐se
no
chão
Cada
unha
vertida
e
ocre
Sim,
é
essa
dor
de
que
vos
falo
Como
frente
inversa
que
premeia
um
dó
Não
são
notas
musicais
mas
escritas
A
permanente
dor
IX
Agonia
Há
um
enlaçar
noturno
que
me
acorda
Quero
da
luz
sorver
cada
gota
Translúcida
de
felicidade
Quero
o
néctar
do
orvalho
da
tua
boca
Se
hoje
é
dia?
Porque
haveria
de
não
ser?
X
Sou
larva
Semente
deitada
á
terra
Sou
folha
seca
vincada
pelo
vento
Humedecida
pela
chuva
Sou
húmus
da
minha
árvore
XI
Ferro
frio
Rasga
raso
o
peito
Brasa
Meu
coração
Carpe