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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

CURSO de Introdução à Fotografia - BÁSICO I


Núcleo de Fotografia da FABICO - INFORMAÇÕES / MATRÍCULA: fone/fax - 3316 5147

Material organizado por Myra


Gonçalves
ELEMENTOS BÁSICOS da
LINGUAGEM VISUAL
“Sempre que alguma coisa é projetada e feita, esboçada e pintada,
desenhada, rabiscada, construída, esculpida ou gesticulada, a substância
visual da obra é composta a partir de uma lista básica de elementos. Não se
devem confundir os elementos visuais com os materiais ou o meio de
expressão, a madeira ou argila, a tinta ou o filme. Os elementos visuais
constituem a substância básica daquilo que vemos, e seu número é
reduzido: o ponto, a linha, a forma, a direção, o tom, a cor, a textura, a
dimensão, a escala e o movimento.” (DONDIS,pg.51)

“Os elementos visuais constituem a


substância básica daquilo que vemos,
e seu número é reduzido:
Do que depende a leitura de
oponto, a linha, a forma, a uma foto? No Livro A fotografia é
direção, otom, a cor, a sua linguagem, Ivan Lima diz que
a leitura e a interpretação de
a textura, a dimensão, a escala fotografias baseiam-se em três
eomovimento.” (DONDIS,pg.51) ciências: A história, A semiologia, A
psicologia.

Fotografia e composição:
A regra dos terços e os pontos de ouro –

O PONTO
É a unidade de comunicação visual mais simples e irredutivelmente
mínima. O ponto tem grande poder de atração visual sobre o olho, exista
Direção
As formas básicas expressam as três dire ções
visuais básicas:
• O quadrado - a horizontal e a vertical;
ele naturalmente ou tenha sido colocado pelo homem em resposta a um
• O triângulo - a diagonal;
objetivo qualquer.
• O círculo - a curva.
Dois pontos são instrumentos úteis para medir o espaço no meio
ambiente ou no desenvolvimento de qualquer tipo de projeto visual.
Aprendemos cedo a utilizar o ponto como sistema de notação ideal, junto
com a régua e outros instrumentos de medição, como o compasso. Quanto
mais complexas forem as medidas necessárias à execução de um projeto
visual, tanto maior será o número de pontos usados.
A capacidade única que uma série de pontos tem de conduzir o olhar é
intensificada pela maior proximidade dos pontos.

Nas artes visuais, a linha tem, por sua natureza,


uma enorme energia. Nunca é estática; é o elemento
visual inquieto e inquiridor do esboço. Onde quer
que seja utilizada, é o instrumento fundamental da
pré-visualização, o meio de apresentar, em forma
palpável, aquilo que ainda não existe, a não ser na
imaginação. Dessa maneira, contribui enormemente
para o processo visual.

A LINHA
A linha é o meio indispensável para tornar visível o que ainda não pode ser
visto, por existir apenas na imaginação. A linha é o elemento mais
importante nos sistemas simbólicos, como a escrita, a criação de mapas, os
símbolos elétricos e a música. A linha pode assumir formas de expressão
muito diversas. Pode
ser imprecisa e
indisciplinada, O queas linhas podemsugerir:
delicada e ondulada,
nítida ou grosseira, Linha horizontal ? É a mais simples. Fria, calma,
indecisa e repouso e estabilidade. Também força.
(representa o homem em repouso ou morto).
inquiridora, ou tão
Linha vertical ? Quente, ativa e de movimento.
pessoal quanto um
Vibração e impacto.
manuscrito em
forma de rabiscos Outras características?
nervosos, reflexo de Longa: impacto (atenção: quando a linha não
uma atividade ajuda, com certeza atrapalha!)
Paralelas as bordas: estabilidade, estrutura e ordem.
inconsciente sob a
(moldura natural para a imagem).
pressão do
Diagonais: Representam o equilíbrio. Direção do
pensamento, ou um
movimento e ação, condução do olhar.
simples passatempo.
Oblíquas: ou livres – instabilidade.
A linha Curvas suaves: tranqüilidade (a direção do olhar)
raramente existe na
natureza, mas
aparece no meio ambiente: na rachadura de uma calçada, nos fios
telefônicos contra o céu, nos ramos secos de uma árvore no inverno, nos
cabos de uma ponte. O elemento visual da linha é usado principalmente
para expressar a justaposição de dois tons.

A FORMA
A linha descreve uma forma. Na linguagem das artes visuais, a linha
articula a complexidade da forma. Existem três formas básicas: o
quadrado, o círculo e o triângulo eqüilátero. Cada uma das formas
básicas tem suas características específicas, e a cada uma se atribui uma
grande quantidade de significados.

Direção
As formas básicas expressam as três dire ções
visuais básicas:
• O quadrado - a horizontal e a vertical; •Denomina-seToma transiçãodas altas-
• O triângulo - a diagonal; luzes (áreas claras) para a sombra (áreas
• O círculo - a curva.
escuras). A gama decinzas existenteentreo
pretoeobrancoou, emuma escala
cromática, a gama dediferença de
intensidades deuma determinada cor.

As variações de luz ou de tom


são os meios pelos quais distinguimos
oticamente a complexidade da
informação visual do ambiente. Em
outras palavras, vemos o que é escuro
porque está próximo ou se superpõe
ao claro, e vice-versa.

TEXTURA
O que é textura?
A textura pode ser definida como um objeto visual ou uma característica
táctil da superfície, ou ainda como uma trama criada por elementos muito
próximos.
• A textura com freqüência serve de substituto para qualidades de
outro sentido, o tato.
• Mas, na verdade, podemos apreciar e reconhecer a textura também
através da visão, ou ainda, mediante uma combinação dos dois: tato
e visão.
• É possível que uma textura não apresente qualidades táteis e sim
óticas. Exemplo: as linhas de uma página impressa; os padrões de um
tecido ou traços superpostos de um esboço.
• Onde há uma textura real, as qualidades táteis e óticas coexistem, de
forma que a mão e o olho experimentam uma sensação individual.
• O aspecto da lixa e a sensação por ela provocada têm o mesmo
significado intelectual, mas não o mesmo valor. São experiências
singulares, que podem ou não sugerir-se mutuamente em
determinadas circunstâncias.
• O julgamento do olho costuma ser confirmado pela mão através da
objetividade do tato. É realmente suave ou apenas parece ser? Será
um entalhe ou uma imagem em realce? Não é de admirar que sejam
tantos os letreiros onde se lê “favor não tocar”!
• A textura se relaciona com a composição de uma substância através
de variações mínimas na superfície do material. A maior parte de
nossa experiência com a textura é ótica, não tátil.

ESCALA
• Podemos criar com cor - brilhante ou apagada, dependendo da
justaposição.
• Com valores tonais – podemos modificar a relação visual de mais
objetos, dependendo do tom que lhes esteja ao lado ou atrás. Em
outras palavras, o grande não pode existir sem o pequeno.
• Com profundidade de campo.
• Com perspectiva.
• Aprender a relacionar o tamanho
com o objetivo e o significado é
essencial na estruturação da
mensagem visual. O controle da
escala pode fazer uma sala
grande parecer pequena e
aconchegante, e uma sala
pequena, aberta e arejada. Esse
efeito se estende a toda manipulação do espaço, por mais ilusório
que possa ser.
• Para este objetivo as lentes são fundamentais

LUZ
A luz é indispensável para que a
fotografia exista.
– A luz cria sombras e altas-luzes, isso revela o tom na imagem,
como também a forma espacial, a textura, etc.
• O resultado da foto será afetado pela qualidade e direção da luz. Que,
por sua vez, serão afetadas pela natureza da fonte emissora desta luz.
• Podemos ter luz suave - sombras tênues, bordas pouco
marcadas (por exemplo, a luz natural em um dia nublado);
• Luz dura - sombras densas, bordas bem definidas (ex: luz do
meio-dia).
• A altura e direção da luz têm influência decisiva no resultado final da
fotografia.
• Dependendo da posição da fonte luminosa em relação ao assunto
fotografado, este terá iluminada ou sombreada esta ou aquela face.
• A seleção cuidadosa da direção da luz nos permite destacar objetos
importantes e esconder entre as sombras aqueles que não nos interessa.
– Luz lateral: destaca a textura e a profundidade, ao mesmo
tempo em que determina uma perda de detalhes ao aumentar
consideravelmente a longitude das sombras criando muitas vezes
imagens confusas.
– Luz direta ou frontal: as sombras se escondem sob o
assunto fotografado. Este tipo de luz reproduz a maior quantidade
de detalhes, anulando a textura e achatando o volume da foto.
– Contraluz: a luz que vem por trás do assunto convertendo-o
em silhueta, perdendo por completo a textura e praticamente
todos os detalhes.

Podemos pensar um projeto de luz desta forma:


• Luz Principal, Chave ou Key Light - esta é a principal fonte
de luz da iluminação. É similar ao sol quando ilumina um lugar, ou
lustre em uma sala, posto que coloca a maior parte da iluminação
no objeto e cria sombras que serão percebidas.
• Luz Secundária, de Preenchimento ou Fill Light - esta
iluminação secundária preenche as sombras com luz suficiente
para vermos detalhes na área sombreada sem cancelar a sua
própria sombra.
• Contraluz ou Back Light - esta luz ilumina o objeto de trás
com acentuação de iluminação na cabeça e ombros. Este é um
método primário de se obter profundidade em uma imagem.
• Luz de Cenário, de Ciclorama (ou, ainda, luz no plano
fundo), ou Set Light - esta luz ilumina o fundo do cenário ou o
plano de fundo. Gelatinas coloridas são normalmente usadas de
modo a colorir o fundo.

-Em uma fotografia de silhueta, temos um alto-contraste.


- Uma fotografia que tem apenas alguns tons de cinza
predominando o preto e o branco ser considerada uma
fotografia dura (bem contrastada).
- Uma imagem onde predominem os tons de cinza poder ser
considerada uma fotografia suave (pouco contrastada).
- A escala de cinza é de grande utilidade, podendo-se através
dela interferir no resultado final da fotografia.

ENQUADRAMENTO – Diferentes planos. Diferentes ângulos da


tomada. Profundidade de campo da imagem. Composição propriamente
dita.

TIPOS DE PLANOS
Do mais fechado ao mais aberto, todas as formas de enquadrar o
assunto.
• PLANO ABERTO -
• PLANO MÉDIO -
• PLANO FECHADO –
ÂNGULOS
• HORIZONTAL: Uma vez definido o assunto, este plano pode ser:
•FRONTAL;
•LATERAL OU DE PERFIL;
•CONTRA.
• VERTICAL:
•AO NÍVEL DO OLHAR: Nesta posição podem estar todos
os ângulos horizontais possíveis.
•CÂMARA ALTA: ou plongê.
•CÂMARA BAIXA: ou contra-plongê.
•PLONGÊ ABSOLUTO: câmara colocada exatamente em
cima e virada para baixo.
•CONTRA-PLONGÊ ABSOLUTO: câmara colocada em baixo,
virada para cima.

PROFUNDIDADE
Profundidade é a possibilidade que se tem de usar o quadro
(bidimensional) para ressaltar a tridimensionalidade da cena,
através do uso de diferentes “planos”. No sentido de distâncias
em relação à lente - PRIMEIRO PLANO, que é o que está mais
próximo da câmara. SEGUNDO PLANO é o seguinte e assim por
diante.

COMPOSIÇÃO
Todos estes elementos combinados no quadro vão caracterizar
aquilo que a fotografia chama de a arte da COMPOSIÇÃO.

PERSPECTIVA
• As fotografias são bidimensionais: possuem largura e
comprimento, e para se conseguir o efeito de profundidade
preciso que uma terceira dimensão seja introduzida: a
perspectiva.
• Sem dúvida a perspectiva no passa de uma ilusão de tica.
Quando seguramos um livro, mantendo o braço esticado, este
objeto dar a impresso de ser to grande quanto uma casa situada a
uma centena de passos. Quanto mais se reduz a distância entre o
livro e a casa, mais os objetos se aproximam de suas verdadeiras
dimensões. Só quando o livro se encontra em um plano idêntico
ao da casa, que o tamanho aparente de cada um deles equivale
com exatidão ao real.
• Através da perspectiva, linhas retas e paralelas do a impresso
de convergir, objetos que encobrem parcialmente a outros do a
sensação de profundidade, e através do distanciamento dos
objetos temos a sensação de parecerem menores.
• Podemos utilizar a perspectiva para criar impressões
subjetivas, e o caso de efeitos de: "Mergulho" fotografar com a
câmera num ângulo superior ao assunto, diminuindo-o com
relação ao espectador; e "Contra-mergulho" a câmera num ângulo
inferior ao assunto criando uma sensação de poder, fora e
grandeza. Cada um destes recursos deve ser utilizado de acordo
com o contexto e o objetivo do fotógrafo.
MOVIMENTO
O elemento visual do movimento se encontra mais
freqüentemente implícito do que explícito no modo visual.
Contudo, o movimento talvez seja uma das forças visuais mais
dominantes da experiência humana.
Na verdade, o movimento enquanto tal só existe no cinema, na
televisão, nos móbiles de Alexander Calder e onde quer que
alguma coisa visualizada e criada tenha um componente de
movimento.
Porém, assim como a ilusão de textura pode ser provocada
graças ao uso de uma intensa manifestação de detalhes, e a
dimensão pode ser trabalhada com o uso da perspectiva e/ou luz e
sombra intensificada.
As técnicas podem enganar o olho e criar a sensação de
movimento.
Movimento na fotografia
• Sempre que um objeto se move em frente à câmera
fotográfica, a imagem projetada sobre o filme também se move.
• Se o movimento do objeto é rápido e a câmera fica aberta, por
um tempo relativamente longo, essa imagem ou movimento será
registrado como um borrão, um tremor, ou uma forma confusa.
• Se o tempo de exposição for reduzido, o borrão também será
reduzido ou até eliminado. Um tempo de exposição à luz curto
(velocidade alta), pode "congelar" o movimento de um objeto,
mostrando sua posição num dado momento.
• A sugestão de movimento nas manifestações visuais estáticas
é mais difícil de conseguir sem que ao mesmo tempo se distorça a
realidade, mas está implícita em tudo aquilo que vemos, e deriva
de nossa experiência completa de movimento na vida.
• Essa ação implícita se projeta em parte na informação visual
estática, tanto psicologicamente quanto cinestesicamente.
• Com o advento da película cinematográfica veio o seu milagre
de representação do movimento.
• Observe-se, porém, que, mesmo nessa forma, não existe o
verdadeiro movimento, como nós o conhecemos; ele não se
encontra no meio de comunicação, mas no olho do espectador,
através do fenômeno fisiológico chamado de “persistência
retiniana ou da visão”.
• Por outro lado, um tempo de exposição longo (velocidade
baixa), pode ser usado deliberadamente, para acentuar o borrão
ou tremor sugerindo e, com isso, provocar uma sensação de
movimento.

Obs: Este material foi preparado a partir dos dois livros citados e que constam do arquivo
anexo bibliografia.

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