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Atualização e Prática

Direito do Entretenimento

Tema da Aula: Propriedade Intelectual.

Prof. Carlos Eduardo Guerra de Moraes


Atualização e Prática
Direito do Entretenimento

“O “Direito do Entretenimento” não é um ramo autônomo do direito como é o


penal, o civil, o trabalhista e outros. Ele compreende uma série de elementos e
práticas jurídicas, tais como leis, contratos e jurisprudência, aplicados aos
setores culturais e criativos.
A ideia de entertainment law – como foi concebida nos países anglo-saxões –
surge do reconhecimento de que a indústria do entretenimento possui uma
série de peculiaridades econômicas, sociais e culturais, que exigem um outro
olhar dos operadores do direito. Não basta, portanto, ter conhecimento da
técnica jurídica. É preciso compreender com profundidade o funcionamento do
setor em questão”. (Nichollas Alem)
Atualização e Prática

Necessidade do
Direito do Entretenimento
Mercado

Conhecimento
Perfil do Profissional
Diverso
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Direito Constitucional
Direito da Propriedade Intelectual
Direito Desportivo
Direito Administrativo
Direito Civil
Ramos Relevantes
Direito do Trabalho
Direito Processual Civil
Direito Tributário
Direito Previdenciário
Fashion Law
Constituição Atualização e Prática

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a


moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:

V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa


e à inovação;

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos


direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e
incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
...
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Propriedade Intelectual

“O poder intelectual da pessoa humana, bem como sua imaginação


criadora, manifestam-se no universo das artes e das ciências, bem
como na esfera técnica e das industriais, em obras da maior
variedade”
(Guilherme Calmon)
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“a soma dos direitos relativos às obras literárias, artísticas e científicas, às interpretações


dos artistas intérpretes e às execuções dos artistas executantes, aos fonogramas e às
emissões de radiodifusão, às invenções em todos os domínios da atividade humana, às
descobertas científicas, aos desenhos e modelos industriais, às marcas industriais,
comerciais e de serviço, bem como às firmas comerciais e denominações comerciais, à
proteção contra a concorrência desleal e todos os outros direitos inerentes à atividade
intelectual nos domínios industrial, científico, literário e artístico”. (Convenção da
Organização Mundial da Propriedade Intelectual – OMPI)
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Objetos da Propriedade
Intelectual - Exemplos

Obras Obras
Símbolos Marcas
Literárias Artísticas

Modelos
Imagens Patentes Desenhos Industriais e
Comerciais
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Direito Autoral

Divisão
Propriedade
Industrial
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Direito Autoral

Obras Literárias Obras Artísticas Software


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Propriedade Industrial

Desenho Indicações Proteção de


Patentes Marcas
Industrial Geográficas Cultivares
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Demanda

Primeira Demanda no Cenário


Demandas Nacionais
Internacional

• Viena, 1873 • Estado de Veneza, aprovação de lei


• Expositores se recusaram a de patentes em 1474
participar de um Salão Internacional
de Invenções
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Primeiros
Instrumentos

Convenção de Paris
de 1883

Convenção de Berna
de 1886
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Consequência Imediata

• Surgimento de Escritórios Administrativos


• Escritório Internacional para a Proteção da Propriedade Intelectual, 1893
• Organização Mundial da Propriedade Intelectual – OMPI, 1967
• Brasil, Instituto Nacional da Propriedade Intelectual – INPI, 1970
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Constituição da República
Art. 5º
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

Função Social

Obrigações Positivas

Obrigações Negativas
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Art. 5º
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou
reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

Art. 5º
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e
voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que
participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
associativas;
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Legislação Ordinária
Propriedade Intelectual
Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996 – Regula os direitos e obrigações relativos a
Propriedade Intelectual.
Decreto nº 2.553, de 16 de abril de 1998 – Regulamenta os artigos 75 e 88 a 93 da lei
9.279, de 14 de maio de 1996, que regula direitos e obrigações relativos à propriedade
industrial.
Decreto n° 3.201, de 06 de outubro de 1999 – Dispõe sobre a concessão, de oficio, de
licença compulsória nos casos de emergência nacional e de interesse público de que
trata o art. 71 da lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996.
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Legislação Ordinária
Direito Autoral

Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998 - Altera, atualiza e consolida a legislação sobre


direitos autorais e dá outras
Decreto n° 4.533, de 19 de dezembro de 2002 – Regulamenta o art. 113 da Lei no 9.610, de
19 de fevereiro de 1998, no que se refere a fonogramas, e dá outras providências.
Lei n° 10.994, de 14 de dezembro de 2004 – Dispõe sobre o depósito legal de publicações,
na Biblioteca Nacional, e dá outras providências.
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Legislação Ordinária
Software
Lei n° 9.609 de 19 de fevereiro de 1998 – Dispõe sobre a proteção
da propriedade intelectual de programa de computador, sua
comercialização no País, e dá outras providências.
Decreto n° 2.556, de 20 de abril de 1998 – Regulamenta o registro
previsto no art. 3º da Lei nº 9.609, de 19 de fevereiro de 1998, que
dispõe sobre a proteção da propriedade intelectual de programa de
computador, sua comercialização no País, e dá outras providências.
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Legislação Ordinária

Cultivares
Lei n° 9.456, de 25 de abril de 1997 – Institui a Lei de Proteção de Cultivares e dá outras
providências.
Decreto n° 2.366, de 05 de novembro de 1997 - Regulamenta a Lei nº 9.456, de 25 de abril
de 1997, que institui a Proteção de Cultivares, dispõe sobre o Serviço Nacional de Proteção
de Cultivares - SNPC, e dá outras providências.
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Legislação Ordinária

Topografia de Circuito Integrado


Lei n° 11.484, de 31 de maio de 2007 – Dispõe sobre os incentivos às indústrias de
equipamentos para TV Digital e de componentes eletrônicos semicondutores e sobre a
proteção à propriedade intelectual das topografias de circuitos integrados, instituindo o
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores –
PADIS e o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de
Equipamentos para a TV Digital – PATVD; altera a Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993; e
revoga o art. 26 da Lei no 11.196, de 21 de novembro de 2005.
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STJ

Objeto Tutelado
Recurso Especial 1528627
Relator Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO
TERCEIRA TURMA
..EMEN: RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. PROPRIEDADE INTELECTUAL. DIREITOS AUTORAIS. ALEGAÇÃO DE OFENSA A
DIREITOS AUTORAIS NA CRIAÇÃO DE DISCIPLINA DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FACULDADE DE LETRAS DA UFSC. OBJETIVOS DA
DISCIPLINA E BIBLIOGRAFIA BÁSICA QUE SERIAM IDÊNTICOS AO DE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO. NÃO CONFIGURAÇÃO DA
ALEGADA OFENSA. PROTEÇÃO DOS DIREITOS AUTORAIS QUE NÃO TÊM A EXTENSÃO PRETENDIDA PELA AUTORA. 1.
Pretensão da autora de condenar a Universidade Federal de Santa Catarina a retirar do programa de pós-graduação da
Faculdade de Letras disciplina relativa à história literária dos vampiros, que teria sido criada com base em sua dissertação
de mestrado. Pretensão, também, de recebimento de indenização por danos extrapatrimoniais. 2. Embora o texto de sua
dissertação e das suas conferências realizadas em eventos acadêmicos esteja protegido pela Lei de Direitos Autorais, as
ideias que lhe serviram de base, bem como a bibliografia de que se valeu para a realização da pesquisa, não estão
abarcadas pela proteção aos direitos de autor. 3. Inteligência dos arts. 7º, parágrafos 2º e 3º, e 8º da Lei n. 9.610/98. 4.
Pretensão recursal que esbarra, ainda, na Súmula 7/STJ, pois exigiria o reexame de matéria fático-probatória. 5. RECURSO
ESPECIAL DESPROVIDO. ..
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STJ

Responsabilidade Civil do Provedor


3. No direito comparado, a responsabilidade civil de provedores de internet por violações de direitos autorais praticadas
por terceiros tem sido reconhecida a partir da ideia de responsabilidade contributiva e de responsabilidade vicária,
somada à constatação de que a utilização de obra protegida não consubstanciou o chamado fair use. 4. Reconhece-se a
responsabilidade contributiva do provedor de internet, no cenário de violação de propriedade intelectual, nas hipóteses
em que há intencional induzimento ou encorajamento para que terceiros cometam diretamente ato ilícito. A
responsabilidade vicária tem lugar nos casos em que há lucratividade com ilícitos praticados por outrem e o beneficiado se
nega a exercer o poder de controle ou de limitação dos danos, quando poderia fazê-lo. 5. No caso em exame, a rede social
em questão não tinha como traço fundamental o compartilhamento de obras, prática que poderia ensejar a distribuição
ilegal de criações protegidas. Conforme constatado por prova pericial, a arquitetura do Orkut não provia materialmente os
usuários com os meios necessários à violação de direitos autorais. O ambiente virtual não constituía suporte essencial à
pratica de atos ilícitos, como ocorreu nos casos julgados no direito comparado, em que provedores tinham estrutura
substancialmente direcionada à violação da propriedade intelectual. Descabe, portanto, a incidência da chamada
responsabilidade contributiva. 9. A responsabilidade dos provedores de internet, quanto a conteúdo ilícito veiculado em
seus sites, envolve também a indicação dos autores da informação (IPs). 10. Nos termos do art. 461, §§ 5º e 6º, do CPC,
pode o magistrado a qualquer tempo, e mesmo de ofício, alterar o valor ou a periodicidade das astreintes em caso de
ineficácia ou insuficiência ao desiderato de compelir o devedor ao cumprimento da obrigação. Valor da multa cominatória
ajustado às peculiaridades do caso concreto.
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STJ

Responsabilidade Civil do Provedor


RESP 201301628832 RESP - RECURSO ESPECIAL – 1512647
Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO
Segunda Seção
..EMEN: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS. REDE SOCIAL. ORKUT. RESPONSABILIDADE
CIVIL DO PROVEDOR (ADMINISTRADOR). INEXISTÊNCIA, NO CASO CONCRETO. ESTRUTURA DA REDE E COMPORTAMENTO
DO PROVEDOR QUE NÃO CONTRIBUÍRAM PARA A VIOLAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS. RESPONSABILIDADES CONTRIBUTIVA
E VICÁRIA. NÃO APLICAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE DANOS QUE POSSAM SER EXTRAÍDOS DA CAUSA DE PEDIR. OBRIGAÇÃO DE
FAZER. INDICAÇÃO DE URL'S. NECESSIDADE. APONTAMENTO DOS IP'S. OBRIGAÇÃO DO PROVEDOR. ASTREINTES. VALOR.
AJUSTE. 1. Os arts. 102 a 104 da Lei n. 9.610/1998 atribuem responsabilidade civil por violação de direitos autorais a
quem fraudulentamente "reproduz, divulga ou de qualquer forma utiliza" obra de titularidade de outrem; a quem
"editar obra literária, artística ou científica" ou a quem "vender, expuser a venda, ocultar, adquirir, distribuir, tiver em
depósito ou utilizar obra ou fonograma reproduzidos com fraude, com a finalidade de vender, obter ganho, vantagem,
proveito, lucro direto ou indireto, para si ou para outrem".
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2. Em se tratando de provedor de internet comum, como os administradores de rede social, não é
óbvia a inserção de sua conduta regular em algum dos verbos constantes nos arts. 102 a 104 da Lei
de Direitos Autorais. Há que investigar como e em que medida a estrutura do provedor de internet
ou sua conduta culposa ou dolosamente omissiva contribuíram para a violação de direitos autorais.
3. No direito comparado, a responsabilidade civil de provedores de internet por violações de direitos
autorais praticadas por terceiros tem sido reconhecida a partir da ideia de responsabilidade contributiva e
de responsabilidade vicária, somada à constatação de que a utilização de obra protegida não
consubstanciou o chamado fair use. 4. Reconhece-se a responsabilidade contributiva do provedor de
internet, no cenário de violação de propriedade intelectual, nas hipóteses em que há intencional
induzimento ou encorajamento para que terceiros cometam diretamente ato ilícito. A responsabilidade
vicária tem lugar nos casos em que há lucratividade com ilícitos praticados por outrem e o beneficiado se
nega a exercer o poder de controle ou de limitação dos danos, quando poderia fazê-lo. 5. No caso em
exame, a rede social em questão não tinha como traço fundamental o compartilhamento de obras, prática
que poderia ensejar a distribuição ilegal de criações protegidas. Conforme constatado por prova pericial, a
arquitetura do Orkut não provia materialmente os usuários com os meios necessários à violação de direitos
autorais. O ambiente virtual não constituía suporte essencial à pratica de atos ilícitos, como ocorreu nos
casos julgados no direito comparado, em que provedores tinham estrutura substancialmente direcionada à
violação da propriedade intelectual. Descabe, portanto, a incidência da chamada responsabilidade
contributiva.
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6. Igualmente, não há nos autos comprovação de ter havido lucratividade com ilícitos praticados por
usuários em razão da negativa de o provedor exercer o poder de controle ou de limitação dos danos,
quando poderia fazê-lo, do que resulta a impossibilidade de aplicação da chamada teoria da
responsabilidade vicária. 7. Ademais, não há danos materiais que possam ser imputados à inércia do
provedor de internet, nos termos da causa de pedir. Ato ilícito futuro não pode acarretar ou justificar dano
pretérito. Se houve omissão culposa, são os danos resultantes dessa omissão que devem ser
recompostos, descabendo o ressarcimento, pela Google, de eventuais prejuízos que a autora já vinha
experimentando antes mesmo de proceder à notificação. 8. Quanto à obrigação de fazer - retirada de
páginas da rede social indicada -, a parte autora também juntou à inicial outros documentos que contêm,
de forma genérica, URLs de comunidades virtuais, sem a indicação precisa do endereço interno das
páginas nas quais os atos ilícitos estariam sendo praticados. Nessas circunstâncias, a jurisprudência da
Segunda Seção afasta a obrigação do provedor, nos termos do que ficou decidido na Rcl 5.072/AC, Rel. p/
acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI, DJe 4/6/2014. 9. A responsabilidade dos provedores de internet,
quanto a conteúdo ilícito veiculado em seus sites, envolve também a indicação dos autores da informação
(IPs). 10. Nos termos do art. 461, §§ 5º e 6º, do CPC, pode o magistrado a qualquer tempo, e mesmo de
ofício, alterar o valor ou a periodicidade das astreintes em caso de ineficácia ou insuficiência ao desiderato
de compelir o devedor ao cumprimento da obrigação. Valor da multa cominatória ajustado às
peculiaridades do caso concreto. 11. "Embargos de declaração manifestados com notório propósito de
prequestionamento não têm caráter protelatório" (Súmula n. 98/STJ). 12. Recurso especial parcialmente
provido
STJ
Modalidade Comparativa
RESp 201304138531 RESP - RECURSO ESPECIAL – 1481124
Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA
1. Ação indenizatória, por danos morais, movida por editora jornalística em desfavor de concorrente que promoveu a
divulgação de pesquisa de opinião indicativa da preferência da comunidade local pela leitura desse mesmo impresso, com
menção expressa e não autorizada de seu nome e respectivo desempenho apurado na citada pesquisa. 2. Recurso especial
que veicula a pretensão de que seja reconhecida a configuração de danos morais indenizáveis decorrentes do uso não
autorizado do nome da autora em notícia veiculada por sua concorrente, sob o fundamento de que tal proceder consistiria
em ofensa aos seus direitos de personalidade, concorrência desleal e proibida espécie de publicidade comparativa. 3. O
direito ao nome é parte integrante dos direitos de personalidade tanto das pessoas físicas quanto das pessoas jurídicas,
constituindo o motivo pelo qual o nome (empresarial ou fantasia) de pessoa jurídica não pode ser empregado por outrem
em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público nem tampouco utilizado por terceiro, sem sua
autorização prévia, em propaganda comercial. 4. A inexistência de norma expressa vedando a modalidade comparativa de
publicidade revela sua aceitação pelo ordenamento jurídico brasileiro, mas não isenta o responsável por sua utilização de
observar as regras atinentes à proteção dos direitos do consumidor e da propriedade intelectual. 5. Consoante a
jurisprudência desta Corte, a publicidade comparativa, apesar de ser de utilização aceita, encontra limites na vedação à
propaganda (i) enganosa ou abusiva; (ii) que denigra a imagem ou gere confusão entre os produtos ou serviços
comparados, acarretando degenerescência ou desvio de clientela; (iii) que configure hipótese de concorrência desleal e (iv)
que peque pela subjetividade e/ou falsidade das informações.
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STJ

Veracidade
RESP 201100622676 RESP - RECURSO ESPECIAL – 1341029
Relator PAULO DE TARSO SANSEVERINO
..EMEN: RECURSO ESPECIAL. PROPRIEDADE INTELECTUAL. DIREITO MARCÁRIO. BRAHMA E CERVEJARIA BRAUMEISTER.
PRETENSÃO DE EXCLUSIVIDADE NO USO DA EXPRESSÃO "Nº 1º. CUNHO MERAMENTE PUBLICITÁRIO. USO COMUM.
INEXISTÊNCIA DE EXCLUSIVIDADE. EXPRESSA PREVISÃO LEGAL A TOLHER A POSSIBILIDADE DE REGISTRO (ART. 124, INCISO
VII, DA LEI 9.279/96). INEXISTÊNCIA DE CONFUSÃO ENTRE AS LOGOMARCAS. CONCLUSÃO QUE SE EXTRAI DOS FATOS
RECONHECIDOS NO ACÓRDÃO RECORRIDO. RECURSO ESPECIAL A QUE SE DÁ PROVIMENTO, JULGANDO-SE
IMPROCEDENTES OS PEDIDOS
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STJ

Software
RESP 200200712817 RESP - RECURSO ESPECIAL – 443119
Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI
Terceira Turma
..EMEN: Direito civil. Recurso especial. Ação de conhecimento sob o rito ordinário. Programa de computador (software).
Natureza jurídica. Direito autoral (propriedade intelectual). Regime jurídico aplicável. Contrafação e comercialização não
autorizada. Indenização. Danos materiais. Fixação do quantum. Lei especial (9610/98, art. 103). Danos morais. Dissídio
jurisprudencial. Não demonstração. - O programa de computador (software) possui natureza jurídica de direito autoral
(obra intelectual), e não de propriedade industrial, sendo-lhe aplicável o regime jurídico atinente às obras literárias. -
Constatada a contrafação e a comercialização não autorizada do software, é cabível a indenização por danos materiais
conforme dispõe a lei especial, que a fixa em 3.000 exemplares, somados aos que foram apreendidos, se não for possível
conhecer a exata dimensão da edição fraudulenta. - É inadmissível o recurso especial interposto com fulcro na alínea 'c' do
permissivo constitucional se não restou demonstrado o dissídio jurisprudencial apontado. - Recurso especial parcialmente
provido.
Atualização e Prática

TRF 4

Eficácia Erga Omnes


AG 200904000282318 AG - AGRAVO DE INSTRUMENTO
Relator MARGA INGE BARTH TESSLER
AGRAVO DE INSTRUMENTO E AGRAVO "INTERNO". PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. NULIDADE DE PATENTE.
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E CONCORRÊNCIA DESLEAL. PERMISSÃO PARA CONTINUIDADE DE FABRICAÇÃO E
COMERCIALIZAÇÃO DE MÁQUINAS. GARANTIA DO DIREITO DE RÉPLICA. FALTA DE INTERESSE RECURSAL. NÃO
CONHECIMENTO. PRELIMINAR DE CARÊNCIA DE AÇÃO. REJEIÇÃO. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO
DO INPI. COMPLEXIDADE TÉCNICA DA QUESTÃO. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. CASSAÇÃO. 1. Falece interesse recursal, no
tocante à garantia do direito de réplica, uma vez que já foi assegurada em primeira instância. 2. Quanto à preliminar de
carência de ação, por mais que as agravadas refiram que as máquinas envolvidas na discussão são diferentes, fato é que
aquelas estão sendo impedidas de fabricar, importar e vender o seu aparato, em virtude de que o mesmo está sendo
enquadrado no âmbito de proteção da patente da ré, o que torna manifesto o interesse na suspensão dos efeitos da
patente. Ademais, a proteção à propriedade intelectual produz efeitos erga omnes, o que confere legitimidade ativa para
propositura de ação de nulidade de patente a qualquer pessoa com legítimo interesse.
Atualização e Prática

TRF 5

Confusão de Marca
AC 200482000058637 AC - Apelação Civel – 390766 Primeira Turma
Relator Desembargador Federal Francisco Cavalcanti
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. REGULAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS. ART. 177 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. AUTO DE
INFRAÇÃO. BANDEIRA. COMERCIALIZAÇÃO DE COMBUSTÍVEL ADQUIRIDO DE DISTRIBUIDORA DIVERSA. VIOLAÇÃO AO
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. MÁCULA AO CÓDIGO DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL. VENDA DE ÁLCOOL ETÍLICO
HIDRATADO CARBURANTE FORA DAS ESPECIFICAÇÕES LEGAIS. LEI Nº 9.847/99. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. 1. Auto de
infração lavrado contra a ora apelante, em razão do mesmo ostentar a marca comercial da Ello Distribuidora de
Combustíveis Ltda e estar comercializando combustível de outra distribuidora, bem como por estar comercializando álcool
etílico hidratado carburante - AEHC fora das especificações, o que constitui infração ao art. 3º, II e IX, bem como ao quadro
de especificações constantes do regulamento técnico ANP nº 01/2002, aprovado pelo art. 1º da Portaria ANP nº 02/2002,
inciso IV, do art. 9º, inciso II, do art. 10 e § 2º, do art. 11, todos da Portaria ANP nº 116/2000. 2. O recorrente confessou
que, a despeito de estar vinculado à bandeira Ello Distribuidora de Combustíveis Ltda estava comercializando combustível
de outra distribuidora. 3. Venda de combustível (álcool) sem respeito às bandeiras. Violação do Código de Proteção e
Defesa do Consumidor (art. 37, § 1º), violação do Código de Propriedade Industrial, (Lei nº 9.279/96, arts. 129 e segs.) e
das normas regulatórias regularmente editadas.
Atualização e Prática

TRF 5

Confusão de Marca
4. Na lição de Antônio Herman de Vasconcelos e Benjamin, "Esse traço patológico afeta não apenas os consumidores, mas
também a sanidade do próprio mercado. Provoca, está provado, uma distorção no processo decisório do consumidor,
levando-o a adquirir produtos e serviços que, estivesse melhor informado, possivelmente não o faria". 5. No que tange ao
prejuízo causado à propriedade intelectual é de ressaltar que as marcas são sinais indicadores da origem e proveniência
dos produtos, portanto, são elas que designam, entre outros fatores, a qualidade do produto. Note-se que no caso dos
autos, houve inegável uso indevido da marca. Assim, utilizou-se de marca de companhia distribuidora para vender
produto por ela não produzido, distribuído e garantido. De acordo com os valiosos ensinamentos de Tullio Ascarelli, a
proteção da marca não constituiu nem um prêmio da criação intelectual, que pode se protegida por si mesma, nem um
prêmio pelas invenções e publicações, é um instrumento para uma diferenciação da concorrência que tem como
fundamento a proteção dos consumidores.
Atualização e Prática

TRF 4

Obra Artística
AC 199971000291870 AC - APELAÇÃO CIVEL Quarta Turma
Relator EDGARD ANTÔNIO LIPPMANN JÚNIOR
CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DIREITOS AUTORAIS. RETIRADA DE ESCULTURAS CONFECCIONADAS SOB ENCOMENDA
PARA ADORNAR AGÊNCIAS BANCÁRIAS. VIOLAÇÃO DA INTEGRIDADE FÍSICA DAS OBRAS. AUSÊNCIA DE PRÉVIA
AUTORIZAÇÃO DO ARTISTA. VIOLAÇÃO DO DIREITO MORAL DO AUTOR. DANO. INDENIZAÇÃO. A propriedade
intelectual não se transfere, de modo que a aquisição de original não confere ao adquirente os direitos patrimoniais de
utilizar, fruir e dispor da obra, sem a prévia autorização do autor, nos moldes dos arts. 24, IV, 28 e 29, VIII e X, da Lei n.
9.610/98. A retirada das obras escultóricas, especialmente criadas para compor o projeto arquitetônico das agências
bancárias da CEF, em São Leopoldo e Porto Alegre/RS, sem a prévia comunicação do artista, bem como a destruição de
uma das esculturas, quando da sua retirada do espaço original, sem o seu prévio conhecimento, configuram a violação de
direito moral do autor, implicando o ressarcimento pelos danos causados. A comprovação do nexo causal entre o ato
culposo da CEF, bem como do abalo emocional sofrido pelo autor ensejam o pagamento de indenização por danos morais,
conforme determina o art. 159 do Código Civil. Indenização fixada com base no abalo sofrido exclusivamente pelo autor,
haja vista a ausência de provas conclusivas acerca da repercussão negativa na sua imagem junto ao meio artístico e
comunidade em geral. Ônus sucumbenciais atribuídos à CEF, nos moldes do art. 20, § 3º, do CPC.
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TRF 2
Proteção Internacional
AC 01387822720144025101 Primeira Turma Relator PAULO ESPIRITO SANTO
PROPRIEDADE INDUSTRIAL - NULIDADE DE REGISTRO DE MARCA - COLIDÊNCIA CONFIGURADA COM MARCA ESTRANGEIRA
- - Insurgem-se ambos os réus UHDE EMPACOTADORA COM IMP EXP LTDA e INPI, contra a sentença que julgou procedente
o pedido da autora LABORATÓRIO Y HERBOSTERIA SANTA MARGARITA S.A, visando a nulidade do registro nº 900.726.520,
referente a marca nominativa "ERVA MATE KURUPÍ" na classe NCL(9) 30, para assinalar erva para infusão, exceto medicinal,
requerido em 02/02/2008 e concedido em 17/08/2010, em favor da empresa ré/Apelante, por entender constituir
imitação/reprodução da marca paraguaia, de titularidade da empresa autora/Apelada. - A marca da autora não se
encontrava ainda registrada no País quando a empresa ré efetuou o depósito da marca anulanda, bem como o Paraguai,
país de origem da empresa autora, não tem tratado de cooperação com o Brasil na área de propriedade intelectual, nem
é signatário da Convenção de Paris, razão por que não seria o caso de aplicação do artigo 124, XXIII, da LPI. - Por outro
lado, resta patente a comprovação nos autos, no sentido de que a Apelada comercializa através de sua marca YERBA MATE
KURUPI, - devidamente registrada no Paraguai, desde 1997, ou seja, anteriormente à marca da apelada, depositada no
INPI, somente em 2008 -, com outros países, como Estados Unidos, Chile, Bolívia, Peru, Uruguai e Mercado europeu. - A
empresa autora tem como sede a cidade de Assunção, no Paraguai, sendo certo que a sede da Apelante/ré encontra-se na
cidade de Dourados, no Estado do Mato Grosso do Sul, cujo território faz fronteira com o Paraguai, restando clara a
proximidade de ambas as empresas, não obstante situadas em países distintos. - Inteligência do artigo 2º, V e 124, XIX, da
LPI e artigo 10, bis, da CUP. - Precedente jurisprudencial.

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