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DONALD WOODS WINNICOTT


(1896-1971)
Formou-se em medicina – Pediatra e
Psicanalista (formação em 1935); quando
Melanie Klein mudou-se para Londres
Winnicott já trabalhava com crianças; Membro
da Sociedade Britânica de Psicanálise.

Estudou medicina e em 1923 Pediatria e


Psicanálise. O primeiro casamento foi com Alice
Taylor, sofria de graves problemas sexuais a
ponto de não consumar o seu casamento.
Em 1951, casou-se com Clare Britton, uma
assistente social que ele conheceu trabalhando
nos campos de concentração, durante a
Segunda guerra mundial; Ela tornou-se
psicanalista com o nome Clare Winnicott; não
tiveram filhos.

Trabalhou durante 40 anos como pediatra e


psicanalista, onde atendeu mais de 60 mil
casos.
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Winnicott reconheceu a importância do


emocional no desenvolvimento das doenças
físicas.
Segundo ele é o bom funcionamento do laço
com a mãe que permite a criança organizar seu
eu.

MK solicitou que analisasse seu filho Erich, de


20 anos. Winnicott analisou o filho de MK de
1935 a 1940. Inicio de grandes conflitos na
Sociedade Britânica de Psicanálise.

Winnicott inicia no final da década de 30


análises com a Joan Rivière, Psicanalista
Inglesa que era uma grande defensora do
pensamento Kleiniano.

Com a chegada da família Freud em Londres -


devido à perseguição nazista - em 06 de junho
de 1938 (Freud faleceu em 1939), ocorreu a
divisão de grupos: defensores do pensamento
kleiniano e os defensores de Anna Freud.
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Winnicott tomou um rumo independente –


Middle group.
Ao contrário de Melanie Klein que enfatizou a
estruturação interna da subjetividade. Winnicott
ressalta a importância do ambiente. Defende
que o fracasso da ligação materna é a causa da
Psicose infantil.
Época de pós- guerra, quando John Bowlby,
Psicanalista Britânico, enviou um relatório à
OMS, sustentando que a doença mental tinha
ligações com perturbações nos cuidados
maternos – pensamento que influênciou o meio
psicanalítico na época.
Winnicott destaca a influência do ambiente no
desenvolvimento psíquico da criança: ambiente
= cuidados materno

Mãe suficientemente boa: capacidade de se


adaptar às necessidades do bebê.
Não deve ser ausente, intrusiva: caso isto
aconteça à criança pode ter tendência à
depressão, ou a condutas anti-sociais, como o
roubo;
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Considerava que o pai é necessário para dar


apoio moral, sustentação com sua autoridade e
lei.
Desenvolvimento do psiquismo: de uma
dependência absoluta para uma dependência
relativa.
Até os seis meses: dependência absoluta: não
existe um bebê sem uma mãe; estado de
identificação; o bebê acha que criou o seio –
estado de ilusão; a mãe permite que o bebê
acredite ou sinta que o seio faz parte dele –
capacidade de alucinar.
Passa do que é subjetivamente percebido para
o que é objetivamente percebido
A segunda fase, a partir dos seis meses até os
dois anos – dependência relativa.

Assim o bebê precisa de uma área intermediária


entre a realidade externa e interna que lhe
permita suportar a angústia de separação –
região intermediária que facilita um
relacionamento com o mundo:
Objeto e fenômenos transicionais
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Artigo: A observação de bebês em uma


situação estabelecida (1941):
Um bebê asmático, uma menina de 7 meses
com asma. O desenvolvimento emocional
estava sendo transtornado por esta doença.

Observação do bebê com a espátula –


momentos de hesitação que indicam a
existência de um superego; momento de
ilusão – se apropria da espátula - relativo ao
momento que o bebê concebe o seio como
criação sua. Espátula – objeto transicional; a
primeira posse não-eu; não consiste na coisa em
si, mas em como o bebê a utiliza; a espátula
como espaço transicional – espaço de jogo
entre a criança e o mundo – toma um lugar na
família e no mundo.

Esta atividade é possível se houver maternagem


– holding ou sustentação psíquica.
O lugar da brincadeira no desenvolvimento
psíquico do bebê: este lugar é denominado
espaço potencial - onde produz objetos
transicionais que permitam suportar a falta
materna, a separação, restabelecer a
continuidade ameaçada de ruptura – lugar do
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jogo, do sonho, da transferência, da


fantasia... da análise.

Verdadeiro Self

Falso Self
O fracasso no contato inicial:

“O bebê que falha em estabelecer contato com a


realidade externa não necessariamente morre....,
desenvolve-se dois tipos diferentes de relação
objetal....esquizofrenia ...e de outro lado estará um falso
self, que se desenvolve sob uma base de submissão e se
relaciona com as exigências da realidade externa de
forma passiva...organiza-se com a intenção de manter o
mundo à distância ....”(Winnicott, 1990, pág. 128.

)
O lugar do analista:
o Deverá ser similar à situação em que a mãe
exerce a função de holding – continente
para as necessidades de seu paciente;
o Permitir o estabelecimento de uma
relação intima e compartilhada entre dois
psiquismos, dependendo do nível de
estruturação psíquica do sujeito;
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o Não se preocupa com a demanda da


análise, estabelecimento de diagnóstico e
com a interpretação;
o Estabelece uma comunicação com a
criança, um encontro “espontâneo”;
o Não recomenda a análise para todas as
crianças que apresentam sintomas;
o Valoriza o encontro, muitas vezes único,
da criança com o analista para descobrir
o conflito que ocasionou a busca por
análise;
o Reconhece o sintoma como a melhor
forma que a criança encontrou para lidar
com as dificuldades que a vida lhe
apresenta e análise pode ajudar a
encontrar o ponto em que ela ficou detida;
o Oferece-se como um objeto a ser
reencontrado.

Técnica: desenhava com a criança, fazendo


perguntas e sugestões de modo a despertar o seu
interesse em falar de coisas que normalmente,
não falaria com outras pessoas – técnica do
rabisco.
Estádio do espelho: momento psíquico da
evolução humana, entre os primeiros seis e
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dezoito meses de vida, durante o qual a


criança antecipa o domínio sobre sua unidade
corporal através de uma identificação com a
imagem do semelhante e da percepção de sua
própria imagem em um espelho.

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