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Transcrição de Concepções atuais da Psicologia da Educação

Capítulo 2 - Concepções atuais da Psicologia da Educação (Psicologia da Educação-


Coll, 1999)

Semelhanças entre os dois grupos de concepções, Além das diferenças próprias os dois
grupos de concepções têm em comum os mesmos princípios e pressupostos básicos para
abordar as relações entre o conhecimento psicológico e a prática educativa.
Do ponto de vista epistemológico todas as concepções concordam que: já não existe um
objeto de estudo próprio e não há propósitos de produzir conhecimentos novos, mas
unicamente o propósito de aplicar conhecimentos já existentes ou gerados por outras áreas
da pesquisa psicológica.

Psicologia da Educação como disciplina -ponte Renúncia explicita ao reducionismo que


é próprio das concepções de Psicologia aplicada a Educação.

Conclusões
Coll aponta que a Psicologia da Educação. assume atualmente o caráter de disciplina -
ponte na maioria das discussões que permeiam a área.
.
As concepções atuais oscilam entre:

1- Estudos das variáveis e dos processos psicológicos são a única via adequada para
proporcionar uma base científica à teoria e a prática educativas.

2- Estudos que consideram a P.E. como um simples campo de aplicação do conhecimento


psicológico, como psicologia aplicada a educação.
O conhecimento psicológico é o único que permite abordar as questões educativas de
uma maneira científica e racional.
O comportamento humano responde a uma série de leis gerais que, uma vez estabelecidas
pode ser aplicada para compreender e interpretar qualquer âmbito da atividade das
pessoas.
Aquilo que caracteriza a P.E. não é o tipo ou a natureza do conhecimento que manipula,
mas o campo de aplicação em que se pretende usar esse conhecimento, no caso a
Educação.
A missão da P.E. é selecionar entre os conhecimentos que a Psicologia científica oferece
aqueles que podem ser mais úteis para entender e explicar o comportamento das pessoas
nas situações educativas.

O único tipo de conhecimento novo que a Psicologia da Educação pode aspirar a produzir
é o conhecimento relacionado às estratégias ou procedimentos de aplicação.

Caracteristicas da P.E. como disciplina-ponte:


As relações não podem ser consideradas em uma única direção; Os fenômenos
educativos deixam de ser exclusivamente um campo de aplicação do conhecimento
psicológico para chegar a ser um âmbito da atividade humana que pode ser estudado com
instrumentosconceituais e metodológicos próprios da Psicologia P.E. Como disciplina -
ponte tem identidade própria. P.E. como disciplina - ponte tem caráter disciplinar.
Dimensões da Psicologia da Educação: Contribuir na elaboração de uma teoria que
permita compreender e explicar melhor esses processos;
Ajudar a elaborar procedimentos, estratégias, e modelos de planejamento e de intervenção
que possibilitem sua orientação a uma determinada situação.

Facilitar a instauração de práticas educativas mais eficazes, satisfatórias e mais


enriquecedoras para alunos e professores.

RESUMO
As duas concepções têm em comum a ideia de que a principal finalidade da Psicologia da
Educação é a de utilizar e aplicar os conhecimentos, os princípios e os métodos da
Psicologia para a análise e o estudo os fenômenos educativos. Fora esse aspecto, o uso e
aplicação são discrepantes: com relação a como construir esse conhecimento e em relação
ao significado da própria finalidade da aplicação.

Assistência Social
Sua função é manter uma política social destinada ao atendimento das necessidades
básicas dos indivíduos, mais precisamente em prol da família, maternidade, infância,
adolescência, velhice, o amparo às crianças e aos adolescentes carentes, promoção da
integração ao mercado de trabalho, bem como a habilitação e reabilitação das pessoas
portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária.

As prestações de assistência social são destinadas aos indivíduos sem condições de prover
o próprio sustento de forma permanente ou provisória, independentemente de
contribuição à Seguridade Social.

PRINCIPIOS DA ASSISTENCIA SOCIAL

Princípio da Dignidade da Pessoa Humana


O princípio da dignidade da pessoa humana é um princípio de princípios, ou seja,
esse princípio é fundamento para os demais direitos e garantias fundamentais do ser
humano, base para a inspiração de diversos pensadores que defendiam os direitos
fundamentais do homem e responsável por mudanças históricas como a abolição da
escravidão em diversos lugares do mundo. Segundo José Alfonso da SILVA:
Dignidade da pessoa humana é um valor supremo que atrai o conteúdo de todos os direitos
fundamentais do homem, desde o direito à vida. “Concebido como referência
constitucional unificadora de todos os direitos fundamentais [observam Gomes Canotilho
e Vital Moreira], o conceito de dignidade da pessoa humana obriga a uma densificação
valorativa que tenha em conta o seu amplo sentido normativo-constitucional e não uma
qualquer ideia apriorística do homem, não podendo reduzir-se o sentido da dignidade
humana à defesa dos direitos pessoais tradicionais, esquecendo-a nos casos de direitos
sociais, ou invocá-la para construir ‘teoria do núcleo da personalidade’ individual,
ignorando-a quando se trate de garantir as bases da existência humana”. Daí decorre que
a ordem econômica há de ter por fim assegurar a todos exigência digna (art. 170), a ordem
social visará a realização da justiça social (art. 193), a educação, o desenvolvimento da
pessoa e seu preparo para o exercício da cidadania (art. 205) etc., não como meros
enunciados formais, mas como indicadores do conteúdo normativo eficaz da dignidade
da pessoa humana. (SILVA, 2000; p. 109).
Percebe-se então que a dignidade da pessoa humana é um princípio no qual se
fundamentam todos os demais direitos fundamentais, de forma que todas as leis que são
editadas pelo ser humano devem respeitar este princípio, visto que não seria racional
obedecer a leis que retirem do homem a sua dignidade; tal quais os pensamentos de
Immanuel KANT; neste sentido, Fabio Konder COMPARATO assim conceituou a
Dignidade humana:
A dignidade da pessoa não consiste apenas no fato de ser ela, diferentemente das coisas,
um ser considerado e tratado como um fim em si e nunca como um meio para a
consecução de determinado resultado. Ela resulta também do fato de que, pela sua
vontade racional, isto é, como ser capaz de guiar-se pelas leis que ele próprio edita
(COMPARATO, 2001, p. 48).
Neste mesmo sentido, temos a definição de dignidade da pessoa humana dada
por SARLET:
A qualidade intrínseca e distintiva reconhecida em cada ser humano que o faz merecedor
do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando,
nesse sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa
tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe
garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e
promover sua participação ativa e corresponsável nos destinos da própria existência e da
vida em comunhão com os demais seres humanos. (SARLET, 2006; p. 60).
2. Princípio da Solidariedade
Um dos princípios fundamentais da assistência social é a Solidariedade, que
segundo Fábio Konder COMPARATO:
Com base no princípio da solidariedade, passaram a ser reconhecidos como direitos
humanos os chamados direitos sociais, que se realizam pela execução de políticas
públicas, destinadas a garantir amparo e proteção aos mais fracos e mais pobres; ou seja,
aqueles que não dispõem de recursos próprios para viver dignamente. (COMPARATO,
2003; p. 64)

Ademais, o princípio da Solidariedade é fundamental para se alcançar o mais


importante objetivo da República Federativa do Brasil, conforme disposto no artigo 3º,
inciso I da Constituição Federal de 1988, a saber, “Construir uma sociedade livre, justa e
solidária”.
Desta feita, tem-se que a assistência social é o instrumento mais eficaz para o
alcance deste objetivo, pois no capitalismo é muito difícil que as pessoas menos
favorecidas sejam socialmente incluídas por ações de mercado. A solidariedade é nas
palavras de COMPARATO:
A solidariedade prende-se à idéia de responsabilidade de todos pelas carências ou
necessidades de qualquer indivíduo ou grupo social. É a transposição, no plano da
sociedade política da obligatio in solidum do direito privado romano. O fundamento ético
desse princípio encontra-se na idéia de justiça distributiva, entendida como a necessária
compensação de bens e vantagens entre as classes sociais, com a socialização dos riscos
normais à existência humana. (COMPARATO, 2003; p. 64)

3. Outros Princípios da Assistência Social1[1]


Além dos princípios da dignidade da pessoa humana e da solidariedade, a
assistência social também é regida pelos seguintes princípios:
· Gratuidade da prestação com supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as
exigências de rentabilidade econômica;
· Universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial
alcançável pelas demais políticas públicas;
· Respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços
de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer
comprovação vexatória de necessidade;
Igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza,
garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais; divulgação ampla dos
benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos
oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão.

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