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Registro: 2017.0000685894
ACÓRDÃO
Alexandre Marcondes
Relator
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Apelação nº 0001076-25.2013.8.26.0060
Comarca: Auriflama
Apelante: Pablo Henrique Cavalari
Apelados: Marcos Antonio de Oliveira, Osvaldo Silva Júnior, Marcos Francisco de
Oliveira, Fabiano Bonachini, Diego Rafael Mattara, Saimon Rogério de Carvalho,
Paulo Adriano Crepaldi, Sérgio Antonio Tim, Ildeu Pereira de Miranda Junior,
Carlos Alberto Pacheco e Luis Sérgio Detófoli
Juiz: Alexandre Yuri Kiataqui
Voto nº 12.131
É o relatório.
Prospera o inconformismo.
Narram os autores que são policiais militares na cidade de
Auriflama e que no dia 05/04/2013 o réu teria proferido ofensas contra eles por meio de
postagem em rede social. Por isso, ajuizaram a presente ação buscando serem indenizados
em 100 salários mínimos pelos danos morais sofridos.
Já o réu sustenta que somente exerceu seu direito
constitucional de liberdade de expressão e que em momento algum citou nomes ou ofendeu
diretamente a honra objetiva ou subjetiva de ninguém.
Respeitando o entendimento do i. Magistrado a quo, a
condenação do réu deve ser afastada.
Apesar de as expressões utilizadas pelo réu na rede social
Facebook “[...] fora os abusos de autoridade q rola pq o cidadão veste akela farda cinza
de merda e se axa o cara... por isso eu digo Porcos Fardados [...]” (sic fl. 51) tenham
nítido caráter ofensivo, não foram direcionadas à pessoa dos autores, mas sim à instituição
Polícia Militar da cidade de Auriflama. Se razão lhe assiste ou não, não atingiu
especificamente a qualquer um dos autores.
A crítica lá exposta foi efetuada de modo genérico e não
dirigida a um ou alguns policiais militares previamente identificados, representando o
descontentamento do réu com os serviços prestados pela corporação. Não há em qualquer
momento menção a nomes, tampouco ofensa individual a qualquer um dos autores.
Além disso, não se pode negar que no mesmo comentário
inserido na rede social, o réu faz menção de que “[...] Sei q tem policiais dignos mas a
maioria vo te conta...” (sic), ou seja, poderia perfeitamente qualquer um ou até mesmo
todos os autores estarem inseridos no grupo dos “policiais dignos”.
Desta forma, ainda que reprovável a crítica contundente e
ofensiva do réu à instituição Polícia Militar, inexiste dano moral causado individualmente
aos autores.
Assim, provido o recurso a ação passa a ser improcedente,
arcando os autores pelas despesas e custas processuais, atualizadas desde o desembolso,
bem como honorários advocatícios ora arbitrados, com fundamento no artigo 20, § 4º do
CPC/1973 em R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais).
Do exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso.
ALEXANDRE MARCONDES
Relator