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Você, leitor, já se perguntou por que proeminentes nomes do Vale do Silício tal
como Facebook, Airbnb, Netflix, muito rapidamente se tornaram grandes
corporações globais, oferendo produtos, modelos de negócio e valores que
perfeitamente se encaixaram em mercados dos quatro cantos do mundo? Por
outro lado, por que Nokia, Blackberry, Sears e muitas outras deixaram de inovar
e passaram a lutar por sua sobrevivência no mercado?
O fator comum entre essas duas histórias de fins bem diferentes chama-se
cultura organizacional. As empresas do primeiro caso possuem uma cultura
organizacional forte e inspiradora, praticada e renovada em todos os níveis
hierárquicos da organização. Nas empresas do segundo caso, a cultura
organizacional era inexistente ou inconsistente, o que levou a um processo de
liderança disfuncional e a uma arrogância corporativa cuja consequência foi a
falta de visão e de entendimento para onde caminhava o mercado e os anseios
de seus clientes. Essas empresas e outros ícones do mundo corporativo que
como elas tiveram o mesmo problema, num piscar de olhos, foram à
lona. Algumas sofreram um nocaute definitivo, outras se levantaram, mas
continuam cambaleando no tablado cada vez mais competitivo e inovador do
mundo corporativo.
Há muitas concepções sobre cultura organizacional, mas a que, em nossa
opinião, sintetiza a abrangência do seu conceito é a do CEO do LinkedIn, Jeff
Weiner, que a definiu como a “personalidade coletiva de uma organização, que
não deve se limitar ao que a empresa é no presente, mas também ao que ela
aspira ser no futuro”.
Por outro lado não é novidade o fracasso histórico representado pela Kodak.
Em 1975, um jovem gerente de projetos da empresa chamado Steven J.
Sasson criou um protótipo de câmera fotográfica digital (foto que ilustra este
artigo ) que seus chefes, na época, classificaram como algo sem futuro. Eles
alegaram que ninguém no mundo jamais aceitaria ver suas fotos na “televisão”,
pois o mundo imprimia suas fotos em papel havia 100 anos e nunca migraria
para um modelo digital. Seus competidores, no entanto, agiram de forma
diferente e jantaram o filme de rolo. Esse é um exemplo clássico de uma cultura
organizacional fraca que não permite que os colaboradores da empresa tenham
espaço para inovar, de uma petulância gerencial que não aceita a necessidade
de mudança e de compromisso com o aprendizado constante.
• Tenha uma visão de negócios claramente definida pelo time e não somente
por aqueles em posições de comando. Ela deve ser ambiciosa, de impacto e
incessante.
• Respeite a diversidade e lute pela inclusão.
• Aceite que inovação pode vir de qualquer lugar, pessoa e nível. Ouça sempre.
• Alinhe seus processos de contratação, on-boarding, desenvolvimento,
promoção e demissão com base na cultura.
• Jamais contrate alguém que não se ajuste à cultura de sua empresa, e se
possível, somente traga aqueles capazes de melhorá-la. Pergunte em primeiro
lugar a um candidato qual é o seu propósito de vida. Se a resposta não inspirar
você, continue a sua busca.
• Não basta somente ter a definição da cultura de sua empresa pintada nas
paredes. Cada membro do time e principalmente aqueles em posição de
liderança devem manifestá-la em todas a decisões do dia a dia.
• Treine, treine, treine. Mas não se limite apenas aos métodos tradicionais
baseados em transmissão de conhecimento. É preciso desenvolver novas
competências e habilidades nos membros do time todos os dias. Você já viu
um tenista ficar bom apenas assistindo um jogo? É preciso muito suor e
imersão no jogo. Vá ao Vale do Silício, visite a China, a Índia. No Brasil,
veja o que fazem empresas como Elo7, sob o comando de Carlos
Curioni, Contabilizei, liderada por Vitor Torres e outros grandes líderes em
inovação no que se refere à questão cultural.
• Crie seus embaixadores culturais e líderes que em momentos de expansão
levarão a cultura de sua empresa adiante e a defenderão a qualquer custo.
Grandes empresas e mesmo startups não ficaram para trás somente por falta de
capital e estratégia, mas também por perderem sua identidade ao não serem
fiéis à cultura de inovação que motivou sua criação. Elas deixaram de se
reinventar. Neste processo o time se perde por falta de um destino claro.
Seja a sua empresa uma startup ou uma grande corporação, lembre-se que a
chave para uma grande performance está no equilíbrio entre estratégia,
execução e cultura. A cultura é o GPS emocional dos times de alta performance,
inspirando a criação dos mais disruptivos produtos e negócios do mundo e,
principalmente, a construção de ambientes onde as pessoas são capazes de
mostrar resultados espetaculares.
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estabelecidas (pequenas, médias ou grandes) consigam melhorar seus processos
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